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HOMICIDIO CULPOSO Conduta típica – o sujeito por um descuido / imprudência/negligência/ imperícia acaba ocasionando a morte da vítima. O agente não quer, não assume o risco de matar alguém. Ex.: Agente que está manuseando uma arma e acaba atando alguém. O médico que or descuido acaba ocasionando a morte de um paciente durante um procedimento cirúrgico. Sujeito que ultrapassa o limite de velocidade, perde o controle do veículo e mata o passageiro que estava no carro. Modalidades de homicídio culposo: 1. DE TRÂNSITO Art. 302 CTB. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: (na direção (o agente tem que estar dirigindo) de veículo automotor). Ex.: Se um sujeito se encontra atrás de um caminhão cegonha, um carro que está sendo transportado pelo caminhão cegonha está mal fixado de forma que se desprende e cai no veículo que vinha logo atrás, de forma a vir a matar um dos ocupantes do veículo traseiro = homicídio culposo, mas não de trânsito, pois não existia condutor no veículo que caiu do caminhão. Art. 302, § 3º CTB - Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor (homicídio de trânsito qualificado) OBS.: Se tem a ideia de uma pessoa que está conduzindo o carro acima da velocidade de forma embriagada = DOLO EVENTUAL, falsa interpretação, pois uma pessoa que assume o risco de dirigir embriagada e vem a matar alguém comete homicídio doloso – Art. 121 CP, podendo ter uma qualificadora. Se o sujeito, bebeu, dirigiu e confiou que nada aconteceria = HOMICIDIO CULPOSO DE TRÂNSITO QUALIFICADO. 2. Art. 121, § 3º CP - Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965). Pena - detenção, de um a três anos. Remissão ao Art. 302, CTB. (Homicídio culposo é específico, somente aplicável na direção do veículo automotor) (CP – pessoa descuidada causa a morte de alguém fora das condições de direção em veículo automotor. Ex.: médico não observou a instrução de medicação e aplicou uma dose superior da recomendada na vítima.) 3. PERDÃO JUDICIAL Art. 121, § 5º CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Remissão ao Art. 107, IX. (Extinção de punibilidade) (Hipóteses em que o agente pratica um homicídio culposo – mata alguém por um descuido, mas as consequências do crime são tão graves para o agente que a pena se torna desnecessária) – deve existir o vínculo afetivo. Ex.: Um pai andando de bicicleta e num descuido ou com velocidade elevada derruba e mata o próprio filho. CRIME DO ART. 121, § 3º CP, ENTRETANTO, O AGENTE NÃO PODERIA SER PUNIDO, POIS NESSE CASO CABERIA O PERDÃO JUDICIAL TENDO EM VISTA QUE O AGENTE CAUSOU A MORTE DO PRÓPRIO FILHO. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA O aumento de pena pode levar ao aumento acima do previsto em lei. Deve – se observar a importância do tema. 1. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA DO CRIME CULPOSO Art. 121, § 4º, CP - § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. (Causas de aumento de pena que recaem sobre o homicídio culposo e não doloso). Aspectos: A. Inobservância de regra técnica – sujeito possui o conhecimento de uma regra técnica específica, entretanto não observa esta regra e acaba matando alguém. Ex.: Engenheiro civil é contratado para fazer o projeto de uma casa, não observa a fórmula para a realização dos cálculos para a quantidade de concreto de uma viga, erguendo o prédio assim mesmo. O prédio vem a desabar e mata 5 pessoas. O engenheiro responderá por HOMICÍDIO CULPOSO, em decorrência de sua imperícia com aumento de pena em razão da sua inobservância a uma regra específica de sua profissão. Ex.: Um sujeito resolve construir um muro em sua residência, entretanto não possui conhecimento técnico para tal, ele constrói o muro e este vem a cair e machuca seu vizinho. Esse sujeito responderá por HOMICÍDIO CULPOSO, sem aumento de pena. (Regra técnica somente tem conhecimento aquele que estudou para a realização de tal conduta). B. Omissão de socorro - agente pratica ação descuidada e essa ação vai gerar um perigo. Ex.: Paulo possui uma arma de fogo, ao chegar à casa de Ana coloca essa arma em cima da mesa, estando ela municiada e engatilhada, sendo que Ana possui um filho menor. O filho de Ana curioso, pega a arma e atira contra si. Paulo ao se deparar com a situação resolve deixar o local. O filho de Ana vem a falecer. Paulo responderá por HOMICÍDIO CULPOSO com aumento de pena. (Se Paulo não tivesse se ausentado do local responderia pelo crime sem o aumento de pena). C. Sujeito foge para evitar a prisão em flagrante – Ex.: Rogério coloca um vaso na beira de sua janela, este vem a cair acertando a vítima que estava lá embaixo. Rogério desce para acompanhar a situação e se depara com uma multidão o acusando de ter derrubado o vaso e matado a vítima pedindo para que chamem a polícia. Rogério foge para não ser pego em flagrante. HOMICÍDIO CULPOSO com aumento de pena. NÃO SE CARACTERIZA A CAUSA DE AUMENTO DE PENA SE A FUGA SE DER EM DECORRÊNCIA DO LINCHAMENTO. D. Homicídio doloso: Art. 121, § 4º CP – (segunda parte) sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Matar menor de 14 anos é qualificadora do crime de homicídio) (Se ocorrer o homicídio doloso de menor de 14 anos antes da entrada em vigor do inciso IX, do Art. 121, § 2º do CP o agente terá o aumento de pena) (Se o homicídio ao menor de 14 anos for praticado após a entrada em vigor da qualificadora se aplica a qualificadora e deixa-se de aplicar o aumento de pena) Art. 121, § 2º, IX CP - contra menor de 14 (quatorze) anos: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022 após decorridos 45 dias da sua publicação inicial) Vigência. Remissão Art. 121, § 2º B CPP. Art. 121, § 2º B CP - A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022 em vigor após 45 dias de sua publicação oficial) Vigência (Hipótese aplicada somente após abril/2022) (menor de 14 anos qualificado) I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência. Art. 121, § 7º CP - A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) (Aborto tem autonomia sobre o homicídio) (Namorado que mata a companheira grávida – feminicídio + causa de aumento) II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) IV - emdescumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) Art. 121, § 2º, VI CP - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Remissão Art. 121, § 7º CP. Qualificadora sempre mínimo e máximo –aumento de pena fração. O descumprimento de medida protetiva por si só é CRIME AUTÔNOMO é uma espécie de desobediência específica prevista no Art. 24 A da lei Maria da Penha (11.340/2066) Art. 121, § 6º CP - A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada (grupos organizados que dominam determinados territórios), sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
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