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1 SANDRA DOBJENSKI – CRIMINALISTA 1. LESÃO CORPORAL – AÇÃO PENAL 1.1. REGRA Lesão corporal é um crime de ação penal pública incondicionada 1.2. EXCEÇÃO: A. Lesão corporal dolosa leve – Art. 88, lei 9099/95 – depende de representação – prazo de 6 meses a partir do conhecimento da autoria do fato. Súmula 542 STJ e Art. 11340/2006 – crime de lesão corporal contra a mulher no âmbito da relação doméstica – crime de ação penal incondicionada – não precisa de representação. B. Lesão culposa – duas possibilidades: 1. Art. 129, § 6º, CPP 2. Art. 291, § 1º CTB – nos crimes de lesão corpora, especialmente nas lesões culposas, caberá composição civil dos danos, transação penal e a ação penal é condicionada a representação. Se estiver uma das hipóteses a ação penal é incondicionada. (Contravenções penais – ação penal pública incondicionada – Art. 17º decreto 3688/41) CRIMES DE PERICLITAÇÃO Periclitação = perigo - crimes que colocam em perigo a vítima (exposição a perigo de vida). A. Exposição a contágio venéreo (Art. 130, CP) – núcleo do tipo = expor. Crime de forma vinculada – é necessário a prática de relação sexual – o tipo penal descreve a exata forma como o crime tem que ser praticado. Moléstia 2 venérea (moléstias descritas na portaria da saúde) – norma penal em branco = necessita de complementação. Para a caracterização do tipo penal o sujeito sabe ou deveria saber que estava contaminado. (Dolo de perigo – a pessoa não quer provocar o dano, mas expõem a pessoa ao risco que é tipificado em lei). Se o sujeito tem a intenção de transmitir a moléstia a terceiro causando lesão leve – conflito aparente de normas – lesão corporal X exposição ao contágio venéreo qualificado – agente responde pelo Art. 130, § 1º, CP – ocorre a punição do intuito da transmissão – DELITO DE INTENÇÃO. B. Perigo de contagio da moléstia grave (Art. 131, CP) – conduta = praticar ato capaz de produzir contágio – não obriga a transmissão da moléstia – crime de perigo. Moléstia grave = definidas pelo CRM – norma penal em branco. Crime de forma livre. Agente responde pela simples prática do ato. Se ocorrer a transmissão da moléstia grave, sendo está caracterizada como moléstia incurável – agente responderá pela lesão corpora. Entretanto, se o sujeito somente expôs a vítima a perigo – o agente responderá pelo perigo. Agente deve saber que está contaminado. C. Perigo de vida – (Art. 132, CP) – crime de caráter subsidiário – a pena somente será aplicada se a conduta causar um crime mais grave. D. Abandono de incapaz (Art. 133, CP) – sujeito ativo possui a guarda (dever por lei de dar o cuidado) – relação entre autor X vítima. Ocorre o abandono da vítima, sendo esta incapaz de se defender sozinha. O tipo é caracterizado pelo abandono, não é necessário que a vítima sofra algo. Crime de perigo. E. Abandono de recém-nascido (Art. 134, CP) – ocultar desonra própria – somente a mãe pode responder por esse crime.
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