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Neurologia Epilepsia Convulsão é um sintoma ou sinal, já a epilepsia é a doença em si NÃO tem epilepsia sem convulsão, mas tem convulsão sem epilepsia Pediatria: febre é fator para o estado convulsional Síndromes epilépticas: quadros distintos, com sintomas clássicos em faixa etária específica, consegue-se dar nome à epilepsia, caracteriza-a de maneira específica Convulsões NÃO tem epilepsia sem convulsão Sinais e sintomas de anormalidade neuronal, excessiva ou sincrônica Paciente que tem epilepsia, deve ter convulsão Manifestação a depender do local; alteração sincrônica no lobo temporal, traz sintomas específicos do lobo; hipocampal traz alterações específicas também Diferente do AVC, pode-se pensar que não seguem limites precisos, não segue tanto a anatomia como ocorre no AVC. Os focos epilépticos não são bem definidos, não seguem padrão específico 5 a 10% da população geral terá pelo menos 1 episódio de convulsão ao longo da vida, seja por conta de epilepsia, infecção, febre, trauma, abuso de álcool e drogas Mais comum na infância e em idosos; na infância por conta da imaturidade do SNC, e na fase idosa, na questão ligada ao paciente já ter perdido muito tecido neuronal Limiar convulsional: todos têm chance de convulsionar, sendo um limite, que se estimular demais o cérebro, convulsiona. Esse limite é diferente para cada um, sendo limiares diferentes. Há situações que ultrapassam o limiar (álcool e drogas), pode ter também medicamentos que diminuem o limiar, logo, qualquer estímulo pode levar ao estado convulsional quando este é baixo. O limiar convulsivo da criança é mais baixo, por isso, com a febre, é possível gerar convulsão Uso de diazepan durante a crise Classificações Início focal Perceptiva (alterações motoras/não motoras) Disperceptivas ( < contato com ambiente)- aura (esterotipado): paciente não tem contato normal ou adequado com o ambiente; vai ao encontro da crise de ausência, mas esta é generalizada e não focal. Na aura, o paciente sente que vai passar mal, sabe que terá a crise. É comum na focal e pode ocorrer na generalizada Na focal, o paciente tem picos breves de momento de ausência, mas não tão prolongada quanto a crise de ausência. A ausência típica é generalizada, tem diversos focos, tanto motora quanto de percepção Classificações focal e generalizada Focal é a que tem apenas 1 foco epiléptico Generalizada é em vários pontos, trazendo tipos de convulsão diferentes Generalizada Ausência típica: paciente para de ter contato com o meio Tônico/ clônicas: contrai e volta; pode ser só tônico (movimentação repetitiva) ou clônica (faz hiperextensão) Atônicas/ mioclônicas: não tão comum, na atônica o paciente “desliga”. As mioclônicas são de movimentos repetitivos Tipos de crises: focais, generalizadas ou desconhecidas Tipos de epilepsias: focais, generalizadas, focais e generalizadas combinadas, desconhecidas. Duas ou mais crises ao longo da vida; se teve apenas uma, ele teve convulsão. Isso muda na medicação, de maneira contínua para evitar novo quadro convulsivo. Síndromes epilépticas: características clássicas que colocam o paciente na epilepsia Paciente pode ter só convulsão, só epiléptico, ou pode ter um padrão que o classifica como síndrome epiléptica Mesmo o paciente sendo epiléptico, deve-se pensar nas etiologias, em que as principais são: Estrutural: paciente teve neurocisticercose que gerou calcificação e mudou a estrutura cerebral, gerando quadro convulsional Genética: padrão genético definido, podendo solicitar marcadores genéticos, principalmente em epilepsias de difícil controle Infecciosa Metabólica: cetoacidose diabética, acidose ou alcalose Imune: menos frequente, acomete faixa etária acima de 35 anos; doenças imunes reumatológicas, diabetes tipo 2, tireoidianas. Pode produzir células autoimunes que gera a convulsão Desconhecida Podem ser diagnósticos diferenciais Sempre pensar nas comorbidades Se é convulsão focal, será epilepsia focal. A classificação da convulsão é a que reflete a da epilepsia muitas vezes Síndromes epilépticas Epilepsia mioclônica juvenil Causa desconhecida/abalos mioclônicos ao acordar. Ao longo do dia pode melhorar. Consciência preservada. Histórico familiar. Responde bem à medicação habitual Paciente jovem/adulto jovem, inicia mioclonia ao despertar Síndrome de Lennox Gastaut Crianças: tríade- 1: múltiplos tipos de convulsões. 2: EEG (eletroencefalograma) com ponta onda lentas. 3: disfunção cognitiva na maioria O diagnóstico é clínico, não precisa fechar com o EEG, mas se tem dúvida, se está diante de síndrome específica, pode ser solicitado Multifatorial: lesão SNC Prognóstico reservado: mesmo o paciente tratando tem convulsão, evolui com déficit cognitivo. Não responde bem à terapêutica convulsional O paciente tende a ter piora na cognição Meio pode influenciar, como privação psicológica Lobo temporal mesial Convulsões focais, com comprometimento da consciência Esclerose hipocampal típica a RNM Refratária a tratamento Fisiopatologia Estímulo x inibição; quando há desequilíbrio do estímulo e inibição, aumentando o estímulo, em quadro convulsivo Perde o limiar tênue entre estímulo e inibição Controle feito de maneira metabólica, através do pH sanguíneo, pelo contato de substâncias, se há sangramento por conta de um trauma Várias propriedades que controlam, há também várias causas Causas podem variar com a idade Etiologia- Quadro RN < 1 mês: hipóxia, hemorragias, infecções SNC, distúrbio metabólico como hipoglicemia por conta de distúrbio, abstinência de substâncias (bebê nasce com abstinência do álcool, por exemplo), distúrbios de desenvolvimento e genético Infância < 12 anos: febris, genéticos, infecções SNC, desenvolvimento e genéticos Adolescentes < 18 anos: trauma, genéticos, uso de substâncias (lícitas, ilícitas, medicamentos), tumor cerebral Adultos jovens < 35 anos: os do adolescentes + autoanticorpos Adultos mais velhos > 35 anos: + distúrbios cerebrovasculares, demências (principalmente frontotemporal) Fisiopatologia Influxo de Ca, com abertura dos canais de Na: potenciais de ação repetitivos; vários medicamentos vão ao encontro do influxo de cálcio Hiperpolarização pelos receptores GABA ou canais de K: muitos medicamentos atuam aqui Ação das medicações Abordagem Anamnese/ exame físico: mais importante; exame físico menos, já que o paciente já chega fora da crise, sendo necessário confiar no que o paciente descreve Exames laboratoriais: não tem marcador de convulsão e epilepsia; exames são mais para buscar a etiologia; hemograma para ver se tem infecção, sódio e potássio para saber se há distúrbio eletrolítico, acidose ou alcalose, glicose para saber se há hipoglicemia que leva a quadro de síncope, exame toxicológico para saber se alguma substância gerou isso Exames eletrofisiológico: eletroencefalograma; difícil interpretação Exame de imagem Teste genético: ajuda para a caracterização, mas é de difícil acesso NÃO é necessário tais exames para confirmar, são feitos para eliminar diagnósticos ou estabelecer etiologias Diagnóstico diferencial Síncope: desmaio ou tontura, deve especificar o que realmente teve, para não confundir entre os dois Psicológicos: o paciente tem quadro psiquiátrico e simula ou converge uma crise convulsiva. Pode manter sua consciência; Metabólicos: pode ser causa ou simular quadros convulsivos; o álcool gera efeitos que podem simular algum quadro convulsivo; pode ocorre ainda por alterações de sódio, potássio, cálcio Psicoativos: medicações causam esses efeitos, drogas sintéticas também. Podem dar alterações musculares, que pensa-se em um quadro convulsivo, mas na verdade, foiabuso de tal substância Enxaqueca: algumas têm características específicas neurológicas que podem trazer diagnóstico diferencial para casos convulsivos AIT: a depender da região acometida, o paciente pode evoluir com sintomas parecidos com convulsão. Não entra AVC, porque ele mantém os sintomas de maneira contínua Distúrbio de sono: apnéia noturna do sono Distúrbio de movimentos: movimentos involuntários como tiques e durante o sono, que podem ser confundidos com convulsão Tratamento Condições subjacentes: comorbidade clínicas, questões psiquiátricas, financeiras, conjugais. Deve-se observar todo o contexto do paciente para prescrever medicamentos Fatores precipitantes/gatilhos: identificar que o gatilho é um esforço físico intenso por exemplo, deve condicioná-lo para que o esforço não seja tão intenso assim. Gatilhos podem ser ainda bebidas alcoólicas Quando começar tratamento medicamentoso? Paciente em crise, que ultrapassa o tempo que é julgado como crise controlável, deve ser medicado. A medicação de maneira contínua, deve ser prescrita, quando o paciente for considerado com epilepsia, a depender da literatura; duas ou mais crises entra como epilepsia e começa a utilizar a medicação de maneira contínua Única crise (controverso); em outros casos de início imediato Depois de feito o diagnóstico de epilepsia e entra com medicação: 50-60% dos pacientes com epilepsia usam medicação por um tempo e não tem mais convulsão, o próprio SN não usa mais a via epiléptica. Entretanto, não tem um tempo determinado, devendo então, ser feito acompanhamento do paciente para saber há quanto tempo está sem crise. Paciente por conta própria deixa de usar a medicação Lamotrigina está presente em todas as primeiras escolhas de todo tipo de crise, o que dificulta é o acesso Fenitoína é a medicação mais barata Oxcarbamazepina: mais cara, mas consegue via secretaria estadual Fenitoína: boa para controle de crises, paciente pode ficar com a pele mais azulada e ter aumento da espessura gengival, trazendo desconforto, halitose e dificuldade de limpeza. Mantida por conta do custo e acessibilidade, entretanto não é primeira opção Causa comum de obesidade secundária: pacientes que fazem uso de anticonvulsivantes Tônico-Clônica Focal Ausência Típica Ausência atípica Primeira Linha Lamotrigina Ácido Valpróico Lamotrigina Carbamazepina Oxcarbamazepina Fenitoína Levetiracetam Ácido Valpróico Etossuximida Lamotrigina Ácido Valpróico Lamotrigina Topiramato Monitoramento (dosagem sérica): medicamentos que têm maior risco de intoxicação, deve monitorar a dosagem sérica. Fenobarbital, fenitoína, ácido valpróico; o restante, deve-se pedir dosagem sérica 50-60% podem ficar sem o TTO: continua sendo paciente epiléptico, mas controlado sem medicamento; se houver algum gatilho, pode ter crises convulsivas ao longo da vida Epilepsia refratária: tipo de quadro que não responde bem às medicações usadas, devendo então pensar em medicações alternativas, como cannabis e questões cirúrgicas Tratamento cirúrgico: cirurgias robóticas vêm ganhando espaço
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