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UNEB: Universidade do Estado da Bahia Aluna: Vanessa Suelen Silva Reis Lima Matrícula: 231920241 Professor: Jurandir Antônio Sá Barreto Jr Disciplina: Direito Tributário Data: 22 de novembro de 2020 Conceituação Moral e direito. Direito objetivo e direito subjetivo.Direito positivo e direito natural. direito público e direito privado. - O direito é uma ciência social, e pode ser conceituado de diferentes formas, por diferentes autores incubidos da filosofia, comm foco na conduta do homem no âmbito social. - Em suma, o direito é a ordenação da conduta humana em sociedade. - Segundo Aristóteles, o homem é um animal político que tende a entrar em conflitos, daí a necessidade de regras, que de certa forma, registrem a liberdade individual, porém garantem o bem-estar coletivo e individual. - Segundo Washington Monteiro,o direito mantém o equilíbrio nas relações humanas, isto é, simbolizado por uma balança e uma espada, que garante pela força, o cumprimento das normas jurídicas. - O direito acha seu objetivo e finalidade na natureza humana, que tende a ser justa. - Os maiores juristas da sociedade - os romanos - disseram: “Onde houve sociedade, aí haverá o Direito”. - Logo, sociedade e direito se pressupõem, não podendo haver um sem o outro. Moral e direito - O direito é diferente da moral. Que por sua vez é mais ampla. Embora possuindo vários pontos em comum e neles estão o objetivo de alcançar o bem-estar. - Enquanto o direito se preocupa com a licitude da conduta humana, a moral usa a honestidade dessa conduta. - A moral se estende ao deveres do homem em três aspectos: na moral religiosa, individual e social. E o direito, refere-se ao deveres sociais. - A maior diferença entre o direito e a moral está na sanção moral, que é restrita ao foro íntimo. Se o homem comete um erro de ordem moral, a sanção seria lhe dada apenas por sua consciência, que varia, e não basta para a harmonia social, uma vez que temos também indivíduos sem consciência e ética. - Com tantas semelhanças entre si, o direito e a moral são unificados por alguns autores. Os romanos não diferenciavam um do outro, e dizem que os preceitos do direito são: viver honestamente, não prejudicar os outros e dar a cada um o que é seu. E Jellinede afirmou que: “O direito é um mínimo ético exigível”. - As normas morais, enquanto estabelecem regras de conduta, são normas éticas e rege a conduta livre do homem ´para consecução de fins próprios. O não cumprimento das regras, pode gerar sanções de natureza moral. - O direito também tem um cunho ético, se identificando com a moral. Por isso que os romanos não os separavam. Quanto as sanções de natureza jurídica propiciam uma coação material imposta pelo Poder Público ao transgressor da Regra Jurídica. - Cada vez mais o direito se “moraliza”, na proteção dos mais fracos nas relações jurídicas, na exigência da licitude do objeto para a validade do ato jurídico. - O direito conta com a sanção diferente da moral, porque é dotada de coercibilidade. A força, a coercibilidade ou a sanção andam juntas ao direito e procuram garantir a justiça nas relações humanas. - A sanção e a coercibilidade são os atributos mais importantes do direito. Sendo coercibilidade a característica de comando de uma norma e par de obrigatoriedade de seu cumprimento. E quando não cumprida, pode ser aplicado uma sanção. - As normas jurídicas sociais e as regras morais possuem coercibilidade. Apenas a coação moral e a social diferem da jurídica. A coercibilidade é o elemento imanente de direito, não sendo passível como tal sem esse atributo. - Sob um olhar psicológico, a coercibilidade obriga o indivíduo a cumprir a norma pelo temor de uma punição. Enquanto no aspecto material, a coercibilidade se solidifica na sanção jurídica, que é a manifestação imediata de coação da norma. - O poder de coerção das regras morais, sociais e jurídicas está na sanção, justificado no poder coercitivo evidente no direito. Em alguns países, penas corporais como a de morte, mostram a coercibilidade do direito e a sanção jurídica. - A moral se preocupa mais com a ação, enquanto o direito aplica o seu foco na intenção, embora, ambos não desconsiderem a ação e a intenção. Assim, cabe ao juiz, determinar a pena considerando as circunstâncias por motivo de valor social ou moral. - Resumindo: a) a “ordem moral” estabelece normas de conduta entre os atos tendentes a realização do bem, conforme a tendência natureza humana; b) o direito também estabelece normas de conduta, mas sem interferir no desenvolvimento das faculdades mentais, - não toma como base a pré determinação da natureza humana - e podem impor o seu respeito; c) uma vez sancionadas, as normas de direito se destacam das morais, sendo obedecidas sem necessidade de questionamento por motivo de obediência. - A moral pretende que o homem fuja do mal, enquanto o direito exige que o sujeito não prejudique outro sujeito. A moral é unilateral e o direito bilateral. Dante Alighieri definiu o direito como: “a proporção real e pessoal, de homem para homem, que conservada, conserva a sociedade; corrompida, corrompe-a”. Direito objetivo e subjetivo - Ainda que indivisível para a ciência, o direito possui vários significados. Assim, o direito pode ser visto como a série de instituições jurídicas, e sua palavra assume o sentido de um conjunto de normas que direciona, dirige e limita a atividade humana. - Pode-se, considerar o direito como o poder de favorecimento individual. A primeira circunstância dá ao direito um critério objetivo, e a segunda objetivo. - As normas jurídicas regulam as relações entre os homens, impondo-lhes regras de conduta, destinadas a preservar a harmonia social e o bem comum. O direito é um sistema de regras objetivadas a obrigar o homem a um comportamento coerente dentro da sociedade. Essa norma chama-se de direito objetivo ou norma de ação. - O direito objetivo é o conjunto de regras que obrigam o homem a um determinado comportamento e à qual este deve submeter-se até mediante coação do Estado. É o que se chama norma agendi o regra de ação. - Então, direito objetivo é o conjunto de normas jurídicas. O direito subjetivo seria o interesse juridicamente protegido. Não existe um sem o outro, pois o direito subjetivo deriva do objetivo. Segundo o Prof. Whashington Monteiro eles não são diferentes um do outro, mas sim aspectos diversos de um mesmo conceito. - O direito objetivo nasce da vontade coletiva sendo norma abstrata, enquanto o subjetivo origina-se na vontade particular e é norma que se concretiza. - No poder de ação ou direito subjetivo as pessoas buscam valer seus direitos mediante seus próprios interesses. - O Prof. Goffredo Júnior afirmou: “O Direito Subjetivo não é a ‘facultas agendi’, não é a faculdade de agir; o Direito Subjetivo é a autorização de usar a faculdade de agir, pois a chamada ‘facultas agendi’ é anterior ao Direito Subjetivo. Primeiro, a faculdade de agir; depois, a autorização ou o direito de usar essa faculdade. - O Direito Subjetivo além de exigir o cumprimento das normas jurídicas violadas, também tem a autorização de fazer e de ter o que a norma jurídica não proíbe.Ninguém pode ser obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. - A autorização dada a quem for lesado pela violação da norma jurídica, de exigir, por meio dos órgãos competentes, o cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido está compreendida no “autorizamento” dado pelo direito objetivo, que é o subjetivo. - Nos termos do Código Civil, “a todo o direito corresponde uma ação que o assegura”. E quando a norma jurídica é violada por alguém que impede o outro o uso do direito objetivo, tal fato constitui crime de constrangimento ilegal. - O direito subjetivo é o “autorizamento” dado pelo direito objetivo, compreendendo a autorização de fazer ou de ter o que o direito objetivo não proíbe. E também autoriza a quem for lesado pela violação da norma jurídica, de exigir, o cumprimento da norma infringida ou do mal sofrido. - Nos termos do Código Civil “a todo o direito correspondente uma ação que o assegura”. E quando a norma jurídica é violada por alguém que impeça o outro o uso do direito subjetivo, é constituído em crime de constrangimento ilegal. - Não há direito subjetivo fora dos domínios do objetivo. Segundo o jurista, embora todos possam praticar atos da vida íntima, não é próprio dizer que todos tem o direito de praticá-los. Logo, tal ‘autorizamento’ não é um Direito Subjetivo. - Só há direito objetivo e subjetivo dentro da sociedade, porque as normas jurídicas só se referem aos movimentos humanos que, podem ser exigidos e proibidos. Um náufrago em uma ilha deserta não tem direitos. - Não há direito subjetivo contra direito objetivo. Porque o direito objetivo existe para autorizar a execução dos movimentos não proibidos, e tais autorizações, constituem o direito subjetivo. Porque também o direito subjetivo sempre está na dependência do direito objetivo. - O direito em vigor em uma sociedade se constitui em um sistema de normas relacionadas entre si. Que por sua vez originam as instituições jurídicas. Onde sistemas particularizados se aglutinam através de normas. E assim, temos o “ordenamento jurídico da sociedade”. - Quando o ordenamento jurídico se constitui do conjunto de normas jurídicas presentes na sociedade, eis aí o direito objetivo. Essas normas são regras em abstrato, que pairam acima do interesse individual imediato. Porém, acontece que nem dado momento, surge a oportunidade da norma ser aplicada imediatamente a um caso concreto e que envolve um interesse direito pessoal. Neste caso, o indivíduo age no intuito de ver concretizar em seu favor a norma agendi. - O Código Civil diz que todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. - Na relação acima, manifesta-se, além do direito, como o “direito subjetivo” , uma obrigação de quem prejudicou ou violou direito; surge um “dever jurídico” subjetivo. Os romanos diziam que: “a noção de direito se correlaciona com a de obrigação (ou dever)”. - Se o direito corresponde um dever correlato, o comportamento ditado pela norma traz a necessidade de um comportamento subjetivo. - Logo, a relação jurídica, pressupõe um sujeito titular do direito subjetivo, e o outro é obrigado à prestação do dever. Um é o sujeito ativo, e o outro é o sujeito passivo da relação jurídica. - Quem é titular de direito subjetivo pode exigir do sujeito passivo. Portanto, quem tem a obrigação de prestar deverá cumpri-la por ação ou por omissão, ou seja, positiva ou negativamente, comissiva ou omissivamente. - Toda obrigação ou dever jurídico tem seu cumprimento assegurado pela força, ou sanção. Por isso dizia Kelsen que o dever é a conduta contrária à sanção. - O cumprimento do dever pode reduzir-se a uma prestação patrimonial ou pessoa. Sendo a prestação patrimonial fungível, e a prestação pessoal infungível. - Quando os direitos subjetivos se desequilibram, perdendo a proporção entre a pretensão e a prestação, eles se tornam potestativos e, neste caso, são ilícitos. - Por fim, a sanção poderá ser exercida direta e indiretamente. - É considerado direito positivo direito temporal e espacial. A designação “direito positivo” vem da expressão latina jus in civitate positum. - O direito natural, é um ordenamento supremo. É o direito preexistente que se converte em direito positivo ou serve para aperfeiçoá-lo. - Spinoza acha que o homem, nem sempre podendo usar a reta razão e elevar-se ao ápice da liberdade humana, esforça-se por conservar o seu ser e,assim, tudo o que faz ou tenta fazer, teta e fá-lo, sábio ou ignorante, em virtude do direito supremo da natureza. Ele entende por direito natural o mesmo que as leis da natureza, “as regras segundo as quais as fazem todas as coisas” ou “o poder da Natureza mesma”, certo que para este filósofo, “o direito de cada indivíduo se estende até onde se estende o seu poder”. - Os iluministas no século XVIII como Diderot, Rousseau, Montesquieu e outros também tinham pensamentos parecidos com o de Spinoza. - Já Jacques Maritain afirma que, há, “uma ordem uma disposição que a razão humana pode descobrir, e segundo a qual a vontade humana deve agir a fim de se pôr de acordo com os fins necessários do ser humano. A lei não escrita, ou o direito natural, não é outra coisa”. - O Prof. Goffredo Jr. ensina que o direito positivo é a ordenação jurídica da sociedade política. Chama-se assim porque prepondera sobre todos os direitos. “O direito positivo é o direito contra o qual não há direitos”, e as normas do direito positivo recebem um nome próprio: “lei”, que expressa “a norma da ordenação jurídica da sociedade política. A Constituição do Brasil é um conjunto de normas jurídicas, e essas normas são leis. O estatuto de uma sociedade anônima constitui um conjunto de normas jurídicas, mas essas normas não são leis.” lei pois, é a norma de direito positivo. - Também ensina que direito objetivo é o conjunto total das normas jurídicas. Assim, o direito objetivo se origina no direito positivo que abrange apenas as normas jurídicas. Enquanto o direito objetivo abrange estas normas e também as jurídicas, então, o direito positivo está incluído no direito objetivo. - Então, o Prof. Goffredo Jr. qualifica como “ordem jurídica natural” a ordem jurídica legítima. E, chama direito natural o conjunto das leis de uma ordem jurídica legítima, o definindo como: “Direito positivo das sociedades cuja ordem jurídica (cujo bem comum) é o meio para a consecução dos bens soberanos do homem”. E esclarece que, “o direito natural não é um conjunto de normas abstratas e vagas; é um direito positivo. É natural qualquer direito positivo que não for artificial. É artificial todo direito positivo que imponha uma ordem que não seja aquela em que a sociedade deseja viver”. - Segundo o Prof. Hermes Lima - “Direito Positivo é o vigente, o direito legislado, produzido segundo as condições sociais de cada época e a técnica legislativa adotada”. - O direito positivo se conforma à noção daquilo que, em determinada sociedade, sejaconsiderado justo ou injusto e se estende à determinação do modo de solução de conflitos surgidos nas relações jurídicas. - Para Savigny o direito positivo é o único direito. E Kelsen, acha que a expressão envolve uma redundância. “O Direito Positivo é o Direito que existe no tempo e no espaço, na realidade da experiência jurídica intuitivamente percebida pelo homem e por ele existencialmente conformada”. - O Prof. Vicente Rão diz que o direito positivo “é um direito declarado, praticado e feito valer materialmente, pela proteção - coerção a cargo do Estado”. - Segundo Jellinek, o conjunto de normas éticas coativamente impostas pelo Poder Público. - O direito positivo é contingente, mutável, variável porque particularizado de sociedade para sociedade; enfim, varia de acordo com a índole desta ou daquela comunidade, deste ou daquele sistema. E se cristaliza na lei escrita ou se firma na assunção e preservação dos costumes de um agregado humano. - O direito natural precisa ser entendido também como regras de conduta, e tais regras assumem características peculiares, porque variam muito as condições nacionais. Elas assumem diversas aparências no espaço e no tempo. - Segundo o Prof. Vicente Ráo “o direito próprio, positivo, de cada povo, em torno dos postulados básicos, intransponíveis, do respeito aos direitos fundamentais do homem, cujo desconhecimento afetaria a própria natureza humana; e procura, ademais, inspirar e conduzir todos os sistemas positivos de direito em direção a um ideal supremo de justiça”. - O Prof. Aúthuos Pagano, sintetizou o direito natural “tendo em vista a natureza humana, os princípios da reta razão e os valores éticos e sociais sob o regime de liberdade coexistencial, respeito a justiça e equilíbrio entre os interesses individuais e comunitários. Tendo por objetivo a pesquisa filosófica, histórica ou sociológica para orientar o legislador na elaboração das leis, valorar e medir a intrínseca justiça do Direito Positivo, fornecendo-lhe o substrato haurido de suas próprias pesquisas e indicar-lhe o mínimo ético-social na esfera nacional, atuar na esfera internacional como um código de ética entre as nações, cotejar as constantes do Direito como progresso social e científico, auxiliar, com o concurso dos seus princípios gerais, constituir-se ideal de justiça, modelo que inspira o legislador na feitura de leis, ao mesmo tempo que induz o homem civilizado melhorar suas relações de convivência social e a colaborar com a Filosofia dos Valores nas suas implicações junto à Filosofia do Direito, assim como esclarecer, dentro de suas possibilidades, a Ciência do Direito”. Direito público e direito privado - Quando se fala em direito público cuida-se de disciplinar os interesses coletivos. Quando se fala em direito privado cuida-se dos preceitos que disciplinam as relações jurídicas individuais. - A divisão do direito público e privado não é aceita pacificamente entre os autores. - Surge a teoria de que o direito possui duas personalidades: uma pública, munida de poder de império, e outra particular, quando o Estado põe de parte a autoridade de que está investindo. - Na Idade Média, a distinção entre ambos os ramos do direito perdeu seus contornos, voltando depois a realçar-se. A partir daí, foi- se firmando a divisão entre os dois campos: o privatístico, que abrange as normas do direito comum, e o publicístico, que abarca as regras jurídicas editadas especialmente para reger a organização e a atuação do Estado como tal. E assim assim temos a delimitação prevalecendo até hoje. - A discussão é difusa e muito difícil é a delimitação teórica entre os dois campos. Mas o jurista Cogliolo adverte que as dificuldades acham-se localizadas nos limites dos dois campos e nunca nas extremidades. - As normas de direito público tratam, de regular a atividade do Estado. Exemplificando: quando o Estado, desapropria um bem, estamos diante de um ato de direito público; mas se o Estado se apresenta como particular para adquirir de alguém, um bem, estamos diante de um ato de direito privado. - Há normas que se assumem caráter publicístico porque esbarram no interesse geral. Mas, por assumirem proporções que ultrapassam a disposição da vontade individual e alcançam interesse e tutela jurídica especiais, merecem consideração toda própria, publicística quanto aos efeitos, embora privatística quanto às origens. Esses preceitos são chamados de “normas de ordem pública”. - O público ou privado tanto pode ser o direito objetivo como o direito subjetivo. O direito público cuida, de uma forma geral, do modo de ser do Estado. Já o direito privado cuida das relações jurídicas dos indivíduos entre si. - À medida que o direito evolui, há uma intervenção do direito público no campo do direito privado, que é de formação mais antiga e serviu de base ao direito privado.
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