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ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPO SANGUÍNEO ABO E O RISCO DE INFECÇÃO POR SARS-CoV-2: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE A COVID-19 é uma doença infecciosa respiratória causada pelo coronavírus-2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Evidências científicas relatam que o sistema sanguíneo ABO tem sido associado a várias doenças infecciosas, incluindo a COVID-19. Objetivo: Avaliar a associação entre o grupo sanguíneo ABO e o risco de adquirir a COVID-19. Trata-se de revisão sistemática com metanálise. Foram pesquisados, artigos científicos, indexados nas bases de dados: BVS (n=19), PubMed (n=20) e ScienceDirect (n=49), utilizando os descritores em saúde: blood type, ABO system, blood, infection, SARS-CoV-2 e COVID-19. A partir da análise dos artigos, foram selecionados cinco estudos comparativos e observacionais, publicados em inglês, no ano de 2020, que avaliavam a associação entre a presença dos tipos sanguíneos do sistema ABO (A, B, AB e O), com risco de adquirir a COVID-19, em indivíduos saudáveis (grupo controle) e em indivíduos já infectados pelo SARS-CoV2 (grupo caso). Os artigos excluídos apresentaram: duplicidade entre as bases de dados pesquisadas (n=19) e outro tipo de delineamento metodológico (n=64). Para a análise estatística dos dados, dos artigos incluídos, utilizou-se o software BioEstat® 5.3, aplicando-se os testes: do qui-quadrado (χ2) de heterogeneidade; de DerSimonian-Laird; e de Mantel-Haenszel, com nível de significância de 5%. Foram analisados, no total, 481.556 indivíduos, dos quais, 8.536 tinham COVID-19 e 473.020 eram indivíduos saudáveis. Dentre a população analisada, 42,5% tinham sangue A; 41,4%, sangue O; 11,6%, sangue B, e 4,5%, sangue AB. Os tipos sanguíneos A (OR=1,299; IC95%=1,080-1,561; p=0,005) e AB (OR=1,145; IC95%=1,039-1,262; p=0,007) demonstraram-se associados, como fatores de risco, a maior suscetibilidade de contrair a COVID-19, em indivíduos sem infecção pelo SARS-CoV-2, quando comparado aos com COVID-19. Por outro lado, o grupo sanguíneo O se apresentou como fator de proteção, em relação a infecção pelo SARS-CoV-2, indicando que a sua presença diminui o risco de o paciente contrair a COVID-19 (OR=0,862; IC95%=0,824-0,902; p<0,0001). Entretanto, para a avaliação do sangue tipo B, o estudo demonstrou que não houve associação de risco com a maior suscetibilidade de contrair a COVID-19 (OR=1,060; IC95%=0,994-1,131; p=0,077). A partir deste estudo, foi observada associação entre o sistema de grupo sanguíneo ABO e a suscetibilidade à COVID-19. No entanto, mais estudos, na prática clínica e laboratorial, são necessários para elucidar, esses e outros aspectos, relacionados à tipagem sanguínea, que possam atuar como fatores de risco de suscetibilidade para contrair a COVID-19.
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