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AUTENTICIDADE DE AMOSTRAS DE EXTRATO SECO DO SUCO DA LARANJA VERMELHA (CITRUS SINENSIS (L.) OSBECK) O extrato do suco de laranja vermelha (Citrus sinensis (L.) Osbeck), vem sendo consumido na forma de cápsulas de extrato seco, sob a alegação de favorecer o emagrecimento, diminuir a gordura abdominal, diminuir colesterol e triglicerídeos, entre outros. Sua composição inclui flavonoides (especialmente os polimetoxilados, como a tangeretina), carotenóides, ácido ascórbico, ácidos hidroxicinâmicos e antocianinas, responsáveis pela coloração do suco, como a cianidina-3-O-glucosideo, um marcador ativo. Diante da elevada demanda por este produto, patenteado por uma empresa italiana e distribuído no Brasil, outros fabricantes passaram a comercializar o extrato seco, o qual é vendido por farmácias de manipulação, na forma de cápsulas, sem controle de qualidade dos marcadores. Portanto, este trabalho visou avaliar o perfil cromatográfico de extratos seco de C. sinensis de diferentes fabricantes, comercializados em farmácia de manipulação. Para tanto, foi desenvolvido um método por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), em 3 amostras de fabricantes distintos (denominadas R, A1 e A2). Na CCD empregou-se butanol:ác. acético:água (4:1:1 v/v) como fase móvel, além de Clorofórmio: Metanol: Ac. Acético (4:5,5:0,5 v/v) visando a melhor separação da Tangeretina, com revelação em 254 nm e com cloreto férrico 1% (m/v). Na CLAE foi empregada uma coluna C8 e o melhor gradientes de fase móvel foi composto por metanol:acetonitrila:água pH 3,5; num fluxo 0,8 mL/min, a 40 °C, monitorando as amostras e o padrão de tangeretin em 271nm. O teor de antonicianinas totais (AT) expressos em cianidina-3-O-glucosideo foi analisado por espectrofotometria. A amostra R apresenta uma tonalidade rósea, enquanto a A1 é avermelhada e a A2 é esverdeada. O perfil por CCD das 3 amostras é distinto e o marcador tangeretina parece estar presente em pequena concentração somente na R. Na CLAE os perfis também diferem, especialmente entre a R e A1 quando comparadas a A2, e a tangeretina foi detectada somente na amostra R e A2, em baixa concentração. Quanto ao teor de AT foi de 152,8; 11,9 e 1,4% para as amostras R, A1 e A2, respectivamente. Apesar de necessitar de análises mais seletivas como a CLAE-MS para analisar a presença do marcador cianidina-3-glucosideo, os resultados indicam expressivas diferenças entre as amostras de extrato seco de C. sinensis comercializadas em farmácias magistrais e apontam para a necessidade do controle de qualidade destes produtos, visando à segurança do consumidor.
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