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CONTESTAÇÃO CC RECONVENÇÃO DIREITO TRABALHO

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AO JUÍZO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA/PB
Processo nº: X
FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXXXXX/XXXX-XX, com sede na Rua XXXXXXX, nº XX, Bairro XXXXXXX, Cidade de João Pessoa/PB, por seus advogados, vem, respeitosamente, perante este Juízo apresentar sua CONTESTAÇÃO TRABALHISTA COM RECONVENÇÃO, em face da reclamação trabalhista movida pela Reclamante ESTELA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – SÍNTESE DOS FATOS
A Reclamante foi empregada da Reclamada no período de 25/10/2012 a 29/12/2017, tendo trabalhado como floricultora. Em sua reclamação trabalhista, alega que a empresa cometeu diversas infrações trabalhistas, requerendo o pagamento de adicional de penosidade, horas extras com adição de 50%, multa do art. 477, §8º, da CLT e aplicação da penalidade criminal cominada no art. 49 da CLT contra os sócios da Ré.
Ainda, a Reclamante afirmou ter sido obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão um documento autorizando a subtração mensal. Por fim, informou que, após ser comunicada do aviso prévio, teve uma reação violenta, que culminou na quebra de uma das vidraças da empresa.
II – PRELIMINARMENTE
Inicialmente, cumpre destacar que a presente reclamação trabalhista foi ajuizada em 27/02/2018, ou seja, após o prazo prescricional estabelecido pelo art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, que é de dois anos. Assim, requer a Reclamada a extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC.
III – DO MÉRITO
1. Adicional de penosidade
A Reclamante requer o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base, sob a alegação de que era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava.
Ocorre que a Reclamante não apresentou qualquer prova que comprove a alegação de que era constantemente furada pelos espinhos das flores. Além disso, o adicional de penosidade é devido apenas em casos excepcionais, em que o trabalho é realizado em condições insalubres ou perigosas, o que não é o caso dos autos.
Portanto, não há qualquer fundamento para o pedido de adicional de penosidade formulado pela Reclamante.
2. Horas extras com adição de 50%
A Reclamante requer o pagamento de horas extras com adição de 50%, sob a alegação de que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo.
Contudo, a Reclamante não apresentou qualquer prova que comprove a realização de horas extras. Além disso, a jornada de trabalho da Reclamante era de 8 horas diárias, conforme previsto no art. 7º, XIII, da Constituição Federal.
Por fim, caso Vossa Excelência entenda que a Reclamante faz jus ao pagamento de horas extras, requer a Reclamada que seja observado o disposto no art. 58, §1º, da CLT, que estabelece que as horas extras habituais integram o salário para todos os efeitos legais.
3. Multa do art. 477, §8º, da CLT
A Reclamante requer o pagamento da multa do art. 477, §8º, da CLT, sob a alegação de que o valor das verbas rescisórias somente foi creditado em sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal.
Contudo, a Reclamante foi comunicada do aviso prévio em 29/12/2017 e teve seu contrato de trabalho rescindido em 29/01/2018. Assim, o prazo para pagamento das verbas rescisórias era até o dia 13/02/2018, conforme previsto no art. 477, §6º, da CLT.
Portanto, não há qualquer fundamento para o pedido de multa do art. 477, §8º, da CLT formulado pela Reclamante.
4. Aplicação da penalidade criminal cominada no art. 49 da CLT
A Reclamante requer a aplicação da penalidade criminal cominada no art. 49 da CLT contra os sócios da Reclamada, sob a alegação de que estes teriam cometido a infração prevista no referido diploma legal.
Contudo, a Reclamante não apresentou qualquer prova que comprove a alegação de que os sócios da Reclamada teriam cometido a infração prevista no art. 49 da CLT.
Portanto, não há qualquer fundamento para o pedido de aplicação da penalidade criminal formulado pela Reclamante.
5. Desconto para o plano de saúde
A Reclamante alega ter sido obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão um documento autorizando a subtração mensal.
Contudo, o desconto para o plano de saúde foi realizado de forma expressamente autorizada pela Reclamante, conforme documento anexo. Portanto, não há qualquer fundamento para o pedido de devolução dos valores descontados.
IV – DA RECONVENÇÃO
Em face dos fatos narrados pela Reclamante em sua petição inicial, a Reclamada propõe a presente reconvenção, requerendo o pagamento de indenização por danos materiais e morais decorrentes da quebra de uma das vidraças da empresa pela Reclamante.
A Reclamante, ao ser comunicada do aviso prévio, teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude do empregador. A situação chegou ao ponto em que a segurança terceirizada precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças.
A empresa gastou R$300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal anexa. Além disso, a conduta da Reclamante causou danos morais à empresa, que teve sua imagem prejudicada perante seus clientes e fornecedores.
Assim, requer a Reclamada o pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$300,00 e danos morais no valor de R$10.000,00.
V – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Reclamada:
a) A extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC, em razão da prescrição;
b) A improcedência da reclamação trabalhista movida pela Reclamante;
c) A procedência da reconvenção proposta pela Reclamada, com o consequente pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$300,00 e danos morais no valor de R$10.000,00;
d) A condenação da Reclamante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
OAB/UF N.º X

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