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Biologia óssea e princípios da osseointegração Bases biológicas do tecido ósseo -macroestrutura -microestrutura -fatores de crescimento: TGFβ, IFG, FGF, ADF, PDGF, BMP Macroestrutura -osso cortical: 80% do esqueleto -taxa de renovação: 5% ao ano no osso cortical e 20% ao ano no osso medular -osso cortical ou compacto -osso medular ou esponjoso: medula óssea +trabéculas -unidade básica do osso cortical: sistema Haversiano ou osteon (anéis concêntricos estruturação espacial são unidos pelos canis de Havers e entre os canais de Havers há o canal de Bowan -o osso é resistente, mas não é duro -tecidos moles: periósteo, endósteo do canal de Havers e endósteo cortical -osso medular -unidade básica são as trabéculas ósseas -volume de tecido ósseo: 75% -sistema lamelar: longitudinais -composição: endósteo medular, trabécula óssea e medula -a melhor área para implantação de um implante é o osso medular, pois há células e fatores de crescimento -aporte maior de células - o osso não é uniforme, direccionalmente independente e viscoelástico -o osso é flexível para absorver energia -osso pode mudar seu formado/sofrer deformação sem quebrar -osso pode se expandir em compressão e se alargar sob tensão Viscoelasticidade -se a tensão sobre o osso é constante, o stress abaixa com o tempo -se o estresse é constante, a tensão aumenta com o tempo (deformação) -algumas brocas durante a colocação dos implantes podem triturar o osso -plasticidade óssea: com mais idade, há menos substância no tecido ósseo, logo a adesão do implante ao osso é menor -relacionada diretamente a presença do colágeno -deformação elástica deformação plástica -menor remoção de osso diminui o tempo de cicatrização desse osso -colágeno e osteoclastos na região ajudando na cicatrização -preservação óssea aumento de densidade óssea aumenta força e dureza aumento da estabilidade do implante aumenta tempo de cicatrização Microestrutura -matriz orgânica -colágeno tipo 1 -proteínas: osteonectina, osteoclacina, osteopontina, proteoglicanas, sialoproteínas -cristais de hidroxiapatita -células -ósseas progenitoras -osteoblastos -osteoclastos -osteócitos -fatores solúveis: fatores de crescimento O osso -não é um tecido morto (impactos geram fratura, hematoma e dor) -uma vez ocorrido o dano, leva tempo para se recuperar -sob forças controladas, é possível alongá-lo sem perder vitalidade -lei do uso e desuso: sem forma, não há função -responde com reabsorção se houver excessivo aquecimento Remodelação óssea – sequência de eventos -síntese e liberação das matrizes de metaloproteinases (MMPs) pelos osteoblastos -degradação dos osteóides -exposição de matriz mineralizada -quimiotaxia para osteoclastos -auto-estimulação dos osteoclastos -liberação de fatores de crescimento e ativação de células osteoprogenitoras -maturação em osteoblastos -substituição do osso reabsorvido Fatores de crescimento que regulam a remodelação óssea -IGF i e II -TGF Beta (BMPs) -fator de crescimento para fibroblasto (FGF) -PDGF -citocinas (IL, TNFs, fatores estimuladores de colônias CSC) -obs: durante a reabsorção, os osteoclastos liberam fatores que possuem dois efeitos: inibição da função osteoclástica e estimulação da atividade osteoblástica. Além disso, produzem e liberam fatores que exercem efeito regulatório negativo sobre sua atividade e reforçam atividade osteoblástica -BMP conseguem formar tecido ósseo, estimulando o organismo Estrutura óssea e remodelação -fase mineral: 2/3 do peso do esqueleto -equilíbrio entre o osso formado e reabsorvido -remodelação óssea: BMUs (unidades multicelulares básicas) -fase de reabsorção óssea, reversa e formação óssea -acontece após profundidade máxima alcançada e dura em média 9 dias -três teorias: osteoclastos com vida limitada e/ou cálcio em altas concentrações causa retração celular rápida e/ou TGFs e peptídeos liberados da matriz desativam osteoclastos e liberam osteoblastos -presença de macrófagos inibindo osteoclastos e ativando osteoblastos, também removem matriz (colagenase) Formação óssea -proliferação de células mesenquimais -diferenciação em células osteoprogenitoras -maturação dos osteoblastos, formação de matriz e mineralização -atuação das GFs: TGFs, IGF i e ii, FGFs e PDGfs -diferenciação do precursos do osteoblasto em célula madura -quando o osso está em fase de remodelação e com formação de novas estruturas mineralizdas, é chamado em sua fase inicial de osso imaturo, osso primário, embrionário ou tecido osteóide. O termo bundle bone também se aplica (exclusivamente para osso alveolar) Engenharia de tecidos -carreadores: colágeno, osso, materiais sintéticos -células: (queratinócitos, osteoblastos, fibroblastos, condroblasto, neurônios) -moléculas sinalizadoras (fatores de crescimento, proteínas morfogenéticas, adesinas -tudo isso mais tempo e ambiente gera regeneração do tecido/órgão O osso -tipo I: cortical espessa sem osso medular -osso pouco reativo, tecido sanguíneo -tipo II: melhor situação para instalação de implantes -implante fica preso pelo osso cortical -tipo III: tipicamente encontrada na maxila -cortical mais fina -tipo IV: sem cortical e com medulares amplas -implantes não tem ligamento periodontal, e não tem propriocepção dos implantes -em casos de reabilitação total o paciente vai desenvolvendo Histórico dos implantes osseointegrados -implantodontia como recurso clínico -1952: início de pesquisas em animais -primeira publicação: 1969 -introdução do termo osseointegração -congresso de Toronto: 1982 -1965: pesquisas investigando a microcirculação sanguínea em tíbias de coelho com a ajuda de uma microcâmera -titânio: descoberto em 1790, usado na Rússia em próteses de quadril, sofre menos corrosão do que o aço inox, pesquisas na Univ. de Gotemburgo O titânio -antes da descoberta da osseointegração o uso de próteses implanto-suportadas frequentemente resultava na formação de um tecido fibroso ao redor dos implantes, resultando em mobilidade e perda dele. A observação de que o osso poderia crescer ao redor das estruturas de titânio revolucionou a implantodontia -alta biocompatibilidade -baixo peso molecular -mal condutor de calor -alta resistência mecânica -45% mais leve que o aço, 60% mais denso que o alumínio -fácil modelagem e acabamento -instabilidade: formação de uma camada (estável) impedindo descarga de íons para organismo, TiO2 com 2 a 5nm de espessura -energia de superfície: melhora o contato com sangue, adesão de rede de fibrina e proliferação celular -Bothe et al (1940): o titânio mostra resposta biológicas tão boas quantos ligas metálicas não corrosivas, mas com maior capacidade do osso se fundir as mesas -oferecdo em diferentes graus de pureza: grau I: mais puro e maleável enquanto grau 4 possui mais contaminantes e é mais rígido -alguns sistemas: liga de Ti-Al-Va mais resistente mecanicamente (hex. Interno) e forma camada mais espessa de vários óxidos -4x mais forte do que o TI cp grau I e 2,4X mais forte do que grau 3 Ligas de TI-Al-V -90% titânio -6% alumínio: diminui o peso específico e melhora o módulo de elasticidade -4% Vanádio: diminui a condutividade térmica e aumenta a dureza -obs: as áreas de contato osso/implante (BIC) aumentam tanto no Ti cp quanto das ligas de Ti4Al4V nos primeiros 6 meses, mas depois estabilizam Osseointegração: conexão direta, estrutural e funcional entre o osso organizado e a superfície de um implante de titânio capaz de receber carga funcional -há uma aproximação de fatores de crescimento, células e favorecem a osseointegração Fases do desenvolvimento da interface osso/implante -integração cirúrgica (ausência de movimentação) -dinâmica do período inicial da cicatrização -período imediato pós-carregamento -período de maturação pós-carregamento -obs: o desenho e o tto de superfície dos implantes têm relação direta nessas quatro fases -o período de cicatrização se constitui na fase em que o tratamento de superfície é essencial na qualidade da osseointegração -o período inicial de cicatrização se constitui na fase em que o tratamentode superfície é essencial na qualidade da osseointegração -o período imediato pós-carregamento está relacionado tanto ao desenho do implante como ao tratamento de superfície integrado Cicatrização óssea periimplantar -cascata de eventos: angiogênese migração de células osteoprogenitoras, formação do arcabouço de osso cortical deposição de osso lamelar remodelação óssea secundária Fatores que devem ser levados em consideração para o sucesso do implante -qualidade da matéria prima -qualidade do tto de superfície -qualidade do tecido ósseo -técnica cirúrgica -macro design dos implantes -oclusão do paciente Fatores que podem afetar o grau de incorporação do osso ao redor do implante -conhecimento da resposta dos tecidos duros: qualidade do leito receptor -biocompatibilidade dos materiais -condição da superfície dos implantes e desenhos dos implantes: micro e macro-design -qualidade da prótese e incidência das cargas A implantodontia na clínica diária -abordagem científica: tratamento clínico baseado em evidências -novos implantes: uso após acompanhamento e pesquisa de no mínimo 5 anos em multi-centros Osseointegração - a interface entre o titânio e o tecido ósseo envolve uma integração entre os constituintes moleculares do sistema biológico e os átomos superficiais do biomaterial -estão envolvidos aspectos de inflamação, cicatrização e adesão celular -osso: presença de íons, água, macromoléculas e células -titânio: estrutura e propriedades de superfície, liberação de produtos de corrosão, energia de superfície e estabilidade da camada de óxido Remodelação óssea nos implantes tipo Branemark -durante o primeiro ano, nível ósseo atinge a primeira rosca do implante -possíveis causas: roscas proporcionam melhor distribuição de forças ao redor do tecido ósseo quando comparado a face lisa e paralela da cabeça do implante; estabelecimento de limite biológico (migração de epitélio juncional), ação dos microrganismos no GAP Função primária da interface osso/implante -proporcionar uma transferência efetiva e segura de cargas através do implante para o tecido ósseo. Forma-se uma camada de 2,0 a 5,a nm de dióxido de titânio que cobre o titânio assim que ele entra em contato com a água ou o ar. Esta interface é altamente influenciada por fatores biomecânicos -existe uma relação direta entre o grau de osso em contato com o implante e o torque de remoção (Johansson, 1987) -relação direta entre qualidade de interface osso/implante. Após 3 meses – 68% e valores de 42,93 Ncm de torque de remoção -não há formação óssea em torno de 100% do implante -BIC: quantidade de osso ao redor do implante -maior PIC melhor está implante em relação a osseointegração Benefícios da osseointegração -ancoragem para as próteses -ancoragem ortodôntica com implantes Interação das hemácias e plaquetas com a superfície dos implantes -os implantes de superfície tratada apresentam maior quantidade de hemácias e maiores aglomerados de plaquetas quando comparados com superfícies usinadas (superfície lisa) -aporte e condução quando o implante é tratado -quimiotaxia é melhor -retenção da fibrina é maior Mecanismos de integração osso/implante -osteocondução: recrutamento e migração de cél osteogênicas através de uma matriz biológica tridimensional -recrutamento das células através de uma matriz -não necessariamente forma osso -tem potencial de formação -formação óssea indo em direção ao implante: osteogênese a distância -osteogênese a contato -as duas trabalham juntas na osteogênese -tecido osteóide novo osso -osteoindução: termo aplicado quando cel indiferenciadas e pluripotentes são estimuladas e transformadas em linhagens de cel formadoras de osso -osseointegração: relacionado aos mecanismos pelo qual o osso se justapõe a superfície do implante instalado. Envolve outros requisitos como ancoragem óssea inicial, estabilidade primária -não há necessidade de 100% de contato osso/implante para ser considerado osseointegrados -BIC: quanto do perímetro está encostado no osso -desenho: macrodesing (espiras, forma cônica, cilíndrica)