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INSTITUTO BRASILEIRO DE MEDICINA E REABILITAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA CAROLINE BEZERRA CONDE FIGUEIREDO DANIELA BOA VISTA LOPES ALVES MARIANA CAMPOS ANTUNES PATRICIA FERNANDES DENTZIEN APS: Atividade Prática Supervisionada FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA PROFº ALEXANDRE SOUZA RIO DE JANEIRO 2023 Juliane, 43 anos, engravidou pela terceira vez, após 19 anos da sua última gestação. Durante o pré-natal o exame de ultrassonografia transvaginal apontou a presença de uma baixa implantação de orelha e presença de prega palmar simiesca, levando a necessidade de mais investigações. Foi realizada o exame de transluscência nucal com aumento fluído nucal, sendo maior de 2,5ml. Esse achado apontou para um alto risco para a Síndrome de Down. Juliane optou por não realizar nenhum exame invasivo e aguardar o nascimento para confirmação do diagnóstico. Com 40 semanas de gestação, Juliane entrou em trabalho de parto, nascendo uma menina com 45 cm, 2,200g e APGAR 7/8. Julia Vitória apresentou fenótipo para Síndrome de Down, sendo indicado a realização de cariograma. Atualmente Julia Vitória está com 1 ano e 2 meses. Realiza fisioterapia desde a alta hospitalar, com 23 dias de nascida, além de Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia. Nesse período ficou afastada das terapias por 60 dias pela necessidade de cirurgia cardíaca corretiva. Atualmente mantém quadro de hipotonia universal, normotrofismo muscular e força aparentemente preservada para os quatro membros. Seu trofismo cutâneo revela pele áspera e áreas de ressecamento. Sua sensibilidade geral é normal com discreta hiporreflexia patelar bilateralmente. Sua visão desenvolve-se com falhas pela presença de estrabismo convergente e miopia. Durante seu desenvolvimento vem apresentando reflexos primitivos e tônicos atenuados e com reações corporais em desenvolvimento. Apresenta a RPB somente para frente e Reação de equilíbrio somente em supino e prono. Julia Vitória realiza as transferências posturais baixas, mas necessita de auxílio para a passagem para sentado. Permanece sentada sem apoio com equilíbrio instável e ainda não arrasta, engatinha ou anda. Seu interesse lúdico, embora com evidências de atraso em virtude da Deficiência Mental, vem se desenvolvendo de forma satisfatória. Manipula brinquedos afetivos, de construção e de movimento. Gosta de boneca de pano e bolas coloridas. Mãe informa que vai matricular sua filha na creche que oferece psicomotricidade e que vai iniciar equoterapia. Com base no quadro clínico acima: a) Trace um diagnóstico funcional Atraso DNPM, idade motora de aproximadamente 6 meses, sendo incompatível com sua idade cronológica, em virtude de hipotonia universal. b) Discorra sobre os objetivos de tratamento Adequar o tônus, obter RPB para os lados e para trás, obter reação de equilíbrio sentada, alcançar transferências posturais intermediárias (supino para sentada / sentada para quatro apoios), conseguir arrastar, engatinhar, ficar em pé e andar com apoio. c) Trace um plano de tratamento fisioterapêutico - Estimulação tônica a partir de Tapping de deslizamento; - Estimulação sensorial através de tato e texturas (utilizar esponjas, cremes, caixa de areia e etc.); - Estimulação motora através de técnicas e movimentos, explorando o lúdico. Exemplos: ↳ Estimular transferências de posturas intermediárias com brinquedos coloridos e com sons. ↳ Estimular o alcance de objetos em posição sentada e realizando movimentos laterais com o brinquedo e bolinhas coloridas para estimular o alcance associado à rotação de tronco. ↳ Incentivar reações de equilíbrio sentada e reações de proteção dos braços para os lados e para trás colocando a criança sentada na bola suíça, skate ou até mesmo no colo. ↳ Induzir o arrastar para alcançar as bonecas, colocando-as em uma distância à frente da criança. ↳ Estimular a posição de quatro apoios utilizando um lençol ou toalha para sustentar a criança. Outra opção é colocá-la em decúbito ventral sobre a bola suíça. ↳ Ainda para induzir o engatinhar, posicionado em quatro apoios entre uma das pernas do adulto, colocar à frente da criança um brinquedo, incentivando o alcance, movimentando-a para frente e para trás. ↳ Incentivar a postura de pé deixando a criança no chão e colocando um brinquedo de atrativo no sofá, por exemplo, a fim de que ela se puxe para alcançar. Os estímulos verbais são muito importantes nessa conquista. ↳ Esconder brinquedos e objetos ou colocá-los distantes, estimulando para que a criança os busque, engatinhando ou andando com apoio. d) Qual o prognóstico fisioterapêutico Satisfatório para aquisição de posturas altas e marcha. e) Determine a possibilidade de ação na atenção primária em saúde Na Unidade de Atenção Básica, a criança deverá ser atendida por uma equipe multiprofissional que esteja atenta à promoção de saúde do núcleo familiar. A atenção primária envolverá consultas regulares ao Pediatra desde o nascimento, acompanhamento com Fonoaudiólogo para desenvolvimento da linguagem, Psicólogo para acompanhamento emocional da criança e da família, Fisioterapeuta para estimular o DNPM, Nutricionista para ajustar hábitos alimentares saudáveis de toda a família, Oftalmologista para rastreamento de possíveis deficiências oftalmológicas e Dentista com acompanhamento anual. 1. Júlia Vitória é mais uma criança com apenas um cromossomo a mais e uma vida pela frente. Sua necessidade será sempre de muita estimulação e suporte terapêutico. Em 2012 foi criada uma Diretriz de Cuidados para essas crianças. Visite essa diretriz e conheça o histórico dessa Síndrome. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_cuidados_sindrome_down.pdf 2. Ainda com ajuda da Diretriz e com outras pesquisas na internet, determine como é feito o diagnóstico pré-natal e pós-natal da Síndrome de Down. Aproveite a figura abaixo pra você apontar as principais características faciais que são utilizadas nesse diagnóstico. O diagnóstico pré-natal pode ser obtido através da ultrassonografia morfológica, avaliando a transluscência nucal. O exame normalmente é feito entre 12ª e a 14ª semana de gestação, e será verificada a presença de líquido sob a pele posterior ao pescoço fetal, se for maior do que 2,5 mm, pode indicar a síndrome. O segundo exame que pode diagnosticar a síndrome é o NIPT (teste pré-natal não invasivo). É um exame genético não invasivo, que consiste em uma coleta de sangue que avalia o risco para algumas alterações cromossômicas do feto, com acurácia de até 99%. É indicado para todas as gestantes, especialmente para aquelas consideradas de risco (idade materna acima de 35 anos, resultado anormal na triagem bioquímica ou no ultrassom, história familiar de alterações cromossômicas). Já o diagnóstico pós-natal é feito a partir da observação do fenótipo (características observáveis no organismo que resultam da interação da expressão gênica e de fatores ambientais), mas o cariótipo deve ser solicitado. O Cariótipo é a representação do conjunto de cromossomos presentes no núcleo celular de um indivíduo. A SD é caracterizada pela presença de um cromossomo 21 extra, que citogeneticamente pode se apresentar de três formas: trissomia simples, translocação e mosaico. O cariótipo não é obrigatório para o diagnóstico da SD, mas é fundamental para orientar o aconselhamento genético da família. As características faciais observadas na imagem são: fendas palpebrais oblíquas e voltadas para cima, epicanto (prega no canto interno dos olhos), sinófris (união das sobrancelhas), base nasal plana, nariz pequeno, face achatada, língua protusa, braquicefalia, orelhas de implantação baixa, pavilhão auricular pequeno e cabelo fino. Porém, a presença isolada de uma dessas características não configura o diagnóstico, visto que 5% da população pode apresentaralgum desses sinais. 3. A Síndrome de Down além das características físicas, hipotonia muscular e o atraso no DNPM, outros distúrbios podem vir associados que envolvem o aparelho cardiorrespiratório, digestório, urológico, dermatológico, assim como o aparelho osteoarticular. Aponte quais são esses distúrbios completando a tabela abaixo: Cardiovascular e Respiratório Comunicação interatrial (CIA) Comunicação interventricular (CIV) Defeito do septo atrioventricular (DSAV) Tetralogia de Fallot Persistência do canal arterial (PCA) Atresia Coartação Estenose Digestório Atresia de esôfago Estenose / Atresia de duodeno Megacólon aganglionar / Doença de Hirschsprung Doença Celíaca Urológico Disfunção miccional Válvula de uretra posterior Oftalmológico Catarata Pseudo-estenose do ducto lacrimal Vício de refração (Hipermetropia, Miopia, Astigmatismo) Estrabismo Nistagmo Ceratocone Dermatológico Língua fissurada Língua Geográfica Lentigos Alopecia areata Dermatite seborreica Vitiligo Xerose Queratose Pilar Hipercarotenemia Acantose Nigricans Queilite Cutis marmorata Acrocianose Psoríase Muscular e Osteoarticular Subluxação cervical sem lesão Subluxação cervical com lesão medular Luxação de quadril Instabilidade das articulações em algum grau Escoliose Pés Planos 4. Aprofundando sobre as alterações ortopédicas, elas podem resultar da hipotonia muscular associada à hiperflexibilidade das articulações e frouxidão ligamentar congênita. A escoliose está presente em cerca de 50% das pessoas com SD, sendo encontrada com mais frequência naqueles que possuem problemas cardíacos congênitos associados. Entre as alterações posturais dos membros inferiores, o geno valgo é a mais comum, associado aos pés planos., além de contribuírem para a alteração do alinhamento no segmento atlantoaxial. Leia os artigos abaixo e conheça um pouco mais sobre esse assunto. Depois aponte a correlação das disfunções posturais com o sobrepeso e os principais sinais e sintomas importantes a serem observados nos casos de instabilidade atlanto-axial. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v25n2/pt_03.pdf http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/1385 A instabilidade atlanto axial é definida como maior mobilidade na primeira vértebra cervical, o atlas sobre a segunda áxis. Ocorre de forma assintomática, apenas em 1 a 2% com esta alteração apresentam os sinais e sintomas de comprometimento neurológico. Na maioria dos casos de SD a instabilidade atlanto axial é tratada de forma conservadora e acompanhada periodicamente, exceto os casos de indicação neurológica onde a cirurgia se faz necessária. Quanto mais cedo for identificada a instabilidade, melhor a possibilidade para o encaminhamento específico e um tratamento individual. Os sinais e sintomas são dor no pescoço, dificuldade de andar, fraqueza nos membros inferiores, cansaço, dificuldade de equilíbrio e incontinência urinária. Incentivar a prática de esporte para indivíduos com SD, mesmo com a presença da instabilidade atlanto axial se faz necessário. Realizando o exame radiológico antes da prática esportiva. São importantes adotar condutas adequadas em reabilitação com crianças com SD, como evitar posições exageradas de flexão e extensão, rotação e giros forçados com a cabeça. A escolha do esporte dependerá das condições físicas e do exame para detectar essa alteração. Devido ao alto índice de obesidade nessa população, o incentivo à prática esportiva e ao combate ao sedentarismo são fundamentais e devem ser enfatizados de forma segura e baseada na investigação da instabilidade atlantoaxial. Tal fato justifica a necessidade da avaliação e acompanhamento por partes dos médicos pediatras, desde o início do desenvolvimento. As alterações posturais como aumento da lordose e da escoliose, alterações plantares e do arco plantar, estão presentes na obesidade em crianças com SD. Prejudicando assim, a manutenção da postura ereta e levando a uma marcha inadequada, trazendo riscos e alterações na fase adulta, como alterações na mobilidade. Podendo também ocasionar distúrbios osteomusculares. Por isso a importância de adquirir uma melhor compreensão das alterações originadas da SD. 5. Existem vários movimentos e ações para conhecimento e estimulação das crianças com a Síndrome de Down. Conheça o MOVIMENTO DOWN visitando a página http://www.movimentodown.org.br/movimento-down/. Explore a página e veja tudo que ela te oferece de informação e esclarecimento. O que você achou mais interessante? Agora baixe o GUIA DE ESTIMULAÇÃO PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN que usaremos na nossa prática. A constituição do site e do próprio desenvolvimento do Movimento Down em instruir e tornar mais acessível a população sobre o universo da Síndrome de Down já torna a iniciativa muito admirável e necessária, porém o mais interessante ao investigar e descobrir o site trata- se de vídeos relacionados a síndrome, principalmente sobre a série “ Qual é a diferença”, apresentada pelo Doutor Drauzio Varella no programa do Fantástico da Rede Globo em meados de 2015, televisionada em cinco episódios mostra um pouco da realidade de pessoas com essa condição e a partir de uma escolha muito sensível e emocionante de retratar a capacidade das mesmas de viverem de forma independente e que como qualquer cidadão possuem direitos e deveres. Além disso o programa divulga a importância da estimulação precoce e da inclusão destas pessoas na sociedade, compreendendo que são seres humanos como qualquer outro, independente das suas limitações serem diferenciadas, porém não se tornando fatores limitantes para uma vida normal. É emocionante ver os exemplos de algumas famílias que encararam a Síndrome de Down presente em suas vidas e como isso as impactou, inicialmente de forma negativa por desconhecimento dessa condição genética e posteriormente de forma bastante positiva e dedicada em perceber que não se trata de uma doença e sim apenas de uma nova maneira de viver a vida. Infelizmente o que entristece é saber o quanto essa síndrome ainda é vista com muito preconceito e exclusão social, além da indelicadeza dos profissionais da área da saúde ao informar aos pais sobre o nascimento de uma criança essa alteração genética. Porém felizmente existem programas como o próprio Movimento Down dentre Instituições e empresas que acolhem e incluem os portadores da síndrome, inclusive no mercado de trabalho. Essa inclusão precisa crescer ainda mais e principalmente nas Instituições de ensino. Rejeitar crianças com Síndrome de Down é crime e a solução realmente resulta na busca pelos direitos destes cidadãos que fazem parte da nossa sociedade. 6. Assista os 12 vídeos/tutoriais que você encontra em http://www.movimentodown.org.br/crescer-com-sindrome-de-down-tutoriais/ e descreva as atividades que estão sendo realizadas. Importante você apontar os objetivos de cada umas das práticas realizadas. Vídeo 1 - Estimulação para bebês de 0 a 3 meses Atividades: - Estímulo do rolar o bebê no momento da troca de roupas e fraldas, indicado a ser incluído nas tarefas diárias - Indicação de fronteiras e contenções no corpo do bebê, promovendo pequenas pressões no corpo do bebê e aproximando as suas articulações com o intuito de mapear o cérebro a percepção da propriocepção e adequação do tônus, auxiliando do desenvolvimento motor - Os estímulos precisam ser feitos de forma calma, paciente, com uma expectativa realista e o bebê precisa ser elogiado ao conseguir alcançar os objetivos dentro de um ambiente favorável a essas tentativas e conquistas. - A contenção do corpo do bebê se torna muito importante, pois seus reflexos ainda são muito primitivos. A partir do momento que se esticam levam sustos e é necessário a compreensão e acolhimento destas reações. - A voz deve ser pronunciadacom uma boa dicção e variada conforme os níveis de entonação para que se estimule o desenvolvimento do bebê a partir da linguagem falada e corporal. Vídeo 2: - Estímulo do bebê no colo sob uma superfície macia em um ângulo mais inclinado para promover o contato visual com o bebê, inclinando o bebê para um lado e para o outro, aproveitando para estimular o empurrar dos membros inferiores. - Recursos de estimulação do tato (sensibilidade superficial) com uma escovinha de cabelo na posição de supino em um ângulo mais inclinado para resultar em cócegas. - Suspensão da criança pelas axilas e com as mãos segurando a cabeça, gerando estímulos de balanço. - Colocação do bebê em prono com o intuito de estimular o controle de cabeça e toda a musculatura dos eixos axiais e apendiculares, de preferência em um ângulo mais inclinado para cima e sob uma superfície macia. - Uso de brinquedos coloridos e sonoros na posição prono na altura do olhar do bebê para estimular a visão, a audição, colocando estes objetos em diferentes direções para que o bebê o procure com o olhar e se necessário ajudar o bebê nessa procura, direcionando o corpo dele ao estímulo e o buscar com as mãos. Vídeo 3: - Estímulo da posição prono e o oferecimento de brinquedos na lateral da criança para que ela pivoteie, ou seja, gire em torno do seu próprio eixo, auxiliando no fortalecimento musculatura lateral do tronco para depois ela possa se sentar sozinha. - Estímulo da permanência na posição de prono do bebê para propiciar o arrastar e o engatinhar, estimulando a força dos membros inferiores e controle de cabeça. - Estímulo na posição de gatas, propiciando através do contato com o corpo do bebê um balanceio para frente e para trás, mantendo o bumbum alinhado com as pernas para promover o engatinhar. - Estímulo do bebê da saída da posição de gatas colocando brinquedos ao lado dele para que o mesmo possa com o intuito de alcançá-lo, mudar a posição de 4 apoios para a posição sentada, estimulando a mudança de bases, contatos e apoios. - Ainda na mudança de posições, há a possibilidade de deitar o bebê em prono, levando um dos joelhos para o lado atravessando a linha média através da dissociação de cinturas e orientando um dos seus ombros a um movimento de subir e avançar, com o intuito de fazê-lo se sentar, recrutando a força do tronco e dos membros superiores, ajudando a aproximar os braços ao corpo do bebê na posição sentada, porém deixando que ele mesmo se posicione e organize, com o intuito apenas de orientar essa posição. Vídeo 4: - Estímulo do rolar na posição prono com brinquedos interessantes a vista do bebê, colocando-os na lateral para que o bebê os acompanhe com o olhar e direcione o corpo para o lado do brinquedo, estimulando a mudança de direções do corpo no espaço. - Ainda com o intuito de promover o rolar em prono, o bebê é colocado sob um lençol ou um pano e puxando esse lençol pelas laterais ir direcionando a criança para um lado e para o outro, girando o corpo dela em bloco para alcançar a posição de supino, facilitando essa tarefa de forma mais divertida e sempre com muito cuidado para evitar movimentos bruscos. Vídeo 5: - Colocação do bebê com os pés no chão sentado na perna do terapeuta para estimular o equilíbrio do corpo do bebê e o controle do eixo axial, promovendo pequenos balanços e oscilações para os lados e de cima para baixo com a brincadeira do “cavalinho” em posição de como se fosse cavalgar. Através dessa atividade se estimula a reação de proteção dos braços para frente e apoio dos pés no chão como forma de experimentar lá na frente como seria o ficar de pé. É importante que a criança faça o maior esforço, apenas prevenindo o risco de queda, segurando-a quando necessário. Para estimular ainda mais a posição do corpo de forma ereta, o uso de brinquedos na altura do olhar é mais um fator que ajuda na questão do controle do tronco e do equilíbrio. Vídeo 6: - Estímulo da posição de gatas colocando pesos nos braços e nos joelhos com um brinquedo na frente do bebê, colocando uma superfície mais alta na frente dele (podendo ser uma almofada), deixando-o mais inclinado para facilitar essa posição de apoio de braço nas mãos e apoio nos joelhos, além de estimular o manuseio desse brinquedo. - Ainda na posição de gatas, porém agora no chão sem superfície mais alta, é possível estimular essa posição colocando o bebê com o quadril virado para o meio das pernas do terapeuta, onde o profissional consegue controlar e ao mesmo tempo desafiar mais a base de apoio dos membros superiores e inferiores, recrutando mais força destes membros do bebê para se manter deste jeito, e ainda utilizando os objetos, desta vez oferendo brinquedos mais altos para estimular o apoio unilateral dos membros superiores. - Com bebês ainda com dificuldade de se manterem em posição de gatas, o exercício pode ser feito com o auxílio de um cueiro ou lençol dobrado e comprido na altura da barriga, suspendendo o tronco do bebê para cima na posição de gatas como na imagética da “cegonha carregando o bebê” com o uso de brinquedos a frente, subindo e descendo o pano, deslocando mais o peso para os braços do bebê, facilitando a permanência nessa posição. Com todo esse mesmo exercício, é possível passar o apoio para os pés também e aos poucos elevando o quadril, estimulando a posição de urso. Vídeo 7: - Exercício da posição deitada para sentada para o bebê que ainda não consegue se sentar sozinho com o auxílio das mãos no corpo do bebê para que deitado ele vire o seu corpo todo para um lado, orientando um apoio sendo distribuído no quadril, no cotovelo e no ombro para que ele sente fazendo força com a mão no chão para se sentar, esticando o braço e subindo o tronco. No caso da criança ao sentar não conseguindo manter a posição sentada e cair, é importante estimulá-lo a repetir o exercício, incentivando as suas tentativas e comemorando o seu alcance. O canto durante a execução dos exercícios pode motivá-la. Este mesmo exercício pode ser feito com o auxílio de uma almofada para facilitar essa mudança de posição, mantendo o corpo do bebê mais inclinado e agindo mais a favor da gravidade. - Com o intuito de gerar o deslocamento do bebê no espaço, o terapeuta mostra a importância de manter uma área reservada para o bebê se deslocar, mantendo os objetos um pouco distantes de seu alcance, gerando uma possibilidade de ir até esses objetos, estimulando o arrastar e a saída do lugar, de um ponto a outro. Vídeo 8: - Exercício para estímulo vestibular através de um tecido ou uma colcha com as pontas envolvidas nas mãos (gerando mais segurança para não correr o risco de sair da mão), coloca- se a criança dentro desse tecido e de preferência com mais uma pessoa participando da prática, as quatro pontas desse tecido são seguradas, onde a cada momento uma será mais puxada para cima do que a outra, alternando esse puxar das pontas, com o objetivo de estimular que a criança se adeque ao movimento que isso gera no corpo dela, fazendo com que ela role, vire e etc. O movimento de balanço para os lados, para cima e para trás desse tecido também é apropriado para estimular que a criança faça pequenos pulos. Vídeo 9: - Com o intuito de tentar reduzir o quadro de excesso de hipotonia e frouxidão ligamentar, os exercícios são elaborados com o uso de uma pequena saia de Lycra feita dos joelhos até o abdômen do bebê para diminuir um pouco a amplitude de movimento exacerbada e recrutar mais a contratilidade da musculatura abdominal, colocando-o para engatinhar com o uso dessa peça com para diminuir os efeitos dessa hipotonia. Além disso é importante o uso de calçados mais rígidos para controlar mais a articulação dos tornozelos, evitando frequentes movimentos de dorsiflexão, inversão e eversão além do normal e facilitando o ficar de pé. Vídeo 10: - Exercício elaborado parao alcance da base de pé com o bebê utilizando a saia de barreira contra o excesso de frouxidão ligamentar, colocando superfícies altas na frente dele, e que sentado no colo do terapeuta ou em um banquinho, o bebê se apoie nessa superfície alta na frente dele, esticando as pernas e empurrando o chão com os pés para se levantar. Para facilitar ainda mais essa postura, coloca-se um brinquedo acima dessa superfície para induzir o bebê a alcançá-lo e pegá-lo. A orientação do bebê deve ser feita segurando a cintura dele e firmando os seus pés para que ele não deslize ou escorregue, além disso ajustando a posição das pernas se necessário. O grau de dificuldade pode ser aumentado, tanto de altura da superfície quanto de distância entre superfície e banco de apoio que o bebê usará para se sentar no retorno da posição. O auxílio no sentar é importante. Isso tem a finalidade de aumentar a força muscular do tronco e membros inferiores principalmente. Vídeo 11: - Estímulo de posição de pé do bebê com apoio em superfícies estáveis (sofás, paredes, cadeira, corpo do terapeuta), dando suporte apenas com o intuito de proteção. Neste ficar de pé é estimulado também o apoio das costas do bebê em alguma superfície, para que ele oscile o tronco para frente, exigindo maior força do tronco para avançar e alcançar a superfície que está a sua frente, propiciando o início do comportamento do tronco a iniciação de uma marcha nessa mudança de apoios anterior e posterior. O uso de brinquedos nessa superfície mais alta a frente do bebê torna o exercício mais atrativo para ele. - Colocação do bebê na base sentada com as costas apoiadas em superfícies estáveis ou com as mãos apoiadas com estímulos visuais como quadros na parede até mesmo para estimulá-lo a desenhar. - Estímulo do bebê para realizar a marcha lateral com apoio, no braço do sofá como exemplo de superfície estável, dando suporte no deslocamento caso ele não consiga ainda realizar esse deslocamento sozinho. Para tornar esse exercício mais lúdico, o brinquedo é colocado acima dessa superfície e conforme o bebê vai andando, o brinquedo é tirado do lugar que ele estava e colocado mais para o lado, exigindo que o bebê tenha que se deslocar para alcançar esse objeto. Vídeo 12: - Estímulos cognitivos através de brincadeiras como a do “Cadê achou”, chamado de permanência do objeto. Trata-se de usar um pano como recurso para esconder os objetos do bebê e depois retirando esse pano, fazendo os objetos aparecerem novamente. Essa brincadeira pode ser feita inclusive com o pano fazendo o próprio bebê sendo utilizado como algo que desaparece e aparece. Esse exercício tem como objetivo aprimorar a percepção visual de ação e reação, fortalecendo a capacidade do bebê de se antecipar mediante aos desafios. - Brincadeiras com músicas usando mímicas representando objetos, animais e partes do corpo auxiliando no estímulo do vocabulário e de reconhecimento do próprio de forma lúdica. Esses exercícios são essenciais para a evolução do bebê principalmente a nível de consciência corporal. 7. Leia o artigo Agora leia a tirinha abaixo E então aponte a importância do lúdico no tratamento fisioterapêutico de crianças com Síndrome de Down. A utilização da ludicidade no tratamento fisioterapêutico de crianças com Síndrome de Down proporciona uma maior humanização e cuidado com a criança, promovendo um melhor relacionamento entre a criança e o fisioterapeuta, além de uma maior adesão ao tratamento e, com isso, uma evolução cognitiva, motora, sensorial e social, proporcionando uma melhor qualidade de vida a essa criança. A escolha de um tratamento em ambientes mais atrativos, alegres, gerando recursos que estimulem a visão e a audição através de músicas e brincadeiras tornam o tratamento mais divertido, tolerável, prazeroso e atrativo potencializando o efeito terapêutico esperado. A associação da brincadeira propicia aos atendimentos uma maior interação e integração da criança a terapia, além de se tornar um ambiente mais acolhedor, afetivo, fisicamente e emocionalmente mais saudável, gerando estímulos de uma forma criativa e atrativa, respeitando os limites da criança e ao mesmo tempo estimulando a sua evolução. Através da brincadeira a criança irá desenvolver as suas habilidades motoras, cognitivas, suas interações sociais e seu desenvolvimento de forma global. Além disso a ludicidade colabora com o processo de inclusão da criança com Síndrome de Down, uma vez que as tornam capazes de realizarem atividades de maneira satisfatória, favorecendo a qualidade de vida em um ambiente mais saudável e confortável para se expressarem enquanto indivíduos. É no brincar que a criança tem oportunidades de praticar suas funções psicossociais, vivenciar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira genuína e espontânea 8. A equoterapia também vem sendo utilizada no tratamento de crianças com Síndrome de Down. Faça uma busca virtual e encontre uma reportagem ou artigo científico que liste suas vantagens e cuidados. Escreva eles aqui. Para te ajudar vou colocar aqui um link… http://177.107.89.34:8080/jspui/bitstream/123456789/246/1/SilvaRibeiro.pdf SILVA FHCP, RIBEIRO MHS. O efeito da equoterapia no tratamento de crianças com Síndrome de Down: revisão de literatura. Esta revisão da literatura destacou benefícios relativos a quatro campos: Relacionamentos, Psicomotricidade, Técnicas e Socialização. Nos relacionamentos, observou-se que as crianças se tornam mais confiantes, comunicativas e atentas. Em relação a psicomotricidade, a melhora ocorre quanto a adequação tônica, mobilidade da coluna e quadril, postura, equilíbrio estático e dinâmico, propriocepção, coordenação motora global e fina, dissociação de movimentos e melhora da marcha. Quanto às técnicas, a criança aprende o cuidado com os animais e técnicas de equitação. A socialização melhora a partir de uma maior interação entre as crianças e os que a cercam. Existem algumas contraindicações: Hipercifose, escoliose acima de 40°, luxação e subluxação de quadril, doenças inflamatórias e infecciosas, convulsões, alergia ao pelo do cavalo, medo excessivo, obesidade, alterações comportamentais do praticante que coloca em risco sua segurança ou a da equipe. Patologias graves da coluna vertebral como hérnia de disco, esclerose em evolução, doenças em fase aguda e epífise de crescimento em evolução, cardiopatia aguda, excessiva lassidão ligamentar das primeiras vértebras cervicais devido a SD. CHAVES LO, ALMEIDA RJ. Os benefícios da equoterapia em crianças com Síndrome de Down. R. bras. Ci. e Mov 2018;26(2):153-159. < https://doi.org/10.31501/rbcm.v26i2.6873 > Este artigo observou importantes benefícios da intervenção terapêutica da equoterapia: A posição do pé no estribo favorece a dorsiflexão e eversão plantar, ajudando durante a marcha. A posição sentada sobre o cavalo ajuda na reeducação neuromuscular, proporcionando controle de tronco, mudanças posturais, fortalecimento muscular e novas aquisições proprioceptivas. A melhora da hipotonia e equilíbrio se refletem no grafismo, pois impactam na motricidade fina. Melhora da coordenação motora, autonomia e segurança, respeitando os limites impostos pelo cavalo, favorecendo positivamente para executar as suas ações com mais independência. Melhora na linguagem. Mudanças positivas quanto ao perfil de personalidade e socialização das crianças.
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