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CIMENTAÇÃO EM PPF Revisão: Inlay – quando não envolve cúspide; Onlay – quando envolve cúspide; Overlay – quando envolve todas as cúspides; Endocrow – sem remanescente coronário. Cimentação é o ato de ligar e unir superfícies, promover a união entre estruturas, evitar o deslocamento dos componentes durante a função. # Adesão (mudou a odontologia): O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ADERIR? DEPENDE (3 PILARES): QUAL O SUBSTRATO? Onde eu quero aderir: dente, metal ou resina composta – interagimos com diferentes materiais para buscar o melhor resultado em cada caso. QUAL É A RESTAURAÇÃO? QUAL O TIPO DE MATERIAL? Interfere profundamente na forma que vamos cimentar. Buscamos interação com a restauração: cerâmicas – ácido sensíveis ou não (quais cerâmicas são efetivas com o ácido); metalocerâmica. QUAL É O CIMENTO? Cada um tem o seu protocolo – cimentos com ou sem protocolo acido seletivo > mesma variabilidade dos protocolos adesivos, nos cimentos (sigo o protocolo do fabricante). Se eu quero variar o protocolo de tratamento do dente, alguns protocolos me permitem variar e outros não – regra primaria. Literatura suporta que a cimentação deve ser sempre ADESIVA. POR QUE CIMENTAR ADESIVAMENTE É IMPORTANTE? Reduz o risco de infiltração marginal/ recidiva de cárie: Aderir leva a maior longevidade (cimentação faz com que o dente restaurado dure mais tempo – evita o ciclo restaurador repetitivo), reduz o risco de infiltração marginal e o risco de recidiva de cárie (cola que utilizamos para adesão - cimento resinoso, temos uma interação sobre o substrato/ é mais estável). Reforça mecanicamente o sistema (melhor distribuição de tensão restauração - remanescente) Monobloco: quando se tem uma adesão muito boa entre as peças, as forças incididas sobre é dissipada sobre outras regiões (união da peça com a estrutura dental) > estruturas bem unidas/ adesão forte; Retentores, facetas e laminados. Pino de fibra de vidro: módulos semelhantes ao do dente – mais parecido com um monobloco. Quando falamos em adesão, pensamos na adesão ideal (formação de um “corpo único”) - cimentação adesiva faz nos aproximar mais do contexto ideal. Resumindo: sempre que estivermos lidando com prótese dentaria devemos cimentar com técnicas adesivas, independente do substrato (considerando o substrato base e a restauração). ESPESSURA: cuidado! À medida que aumentamos a espessura do cimento, a performance do cimento diminui (mais bolhas, adesão mais fraca, reforço mecânico inferior) - perda das propriedades da adesão. Seguindo a tabela, podemos deduzir que: à medida que aumentamos a espessura do cimento a técnica adesiva e não adesiva tornam-se semelhante. P.S.: não podemos ter distorção na moldagem, muito menos alivio do modelo na confecção da restauração - perda de tudo que “construímos”. COMO OTIMIZAR A ADESÃO ENTRE SUBSTRATOS? Precisamos que estejam no melhor intimo contato possível. 22/06/2023 – Amanda Pollo. Aproximamos duas superfícies tornando-as em intimo contato e preencher a superfícies entre esses substratos com algum agente/ cola - solda frio. Cimentar = colocar em intimo contato dois substratos (um espaço mínimo / menor possível) e interagir quimicamente entre esses dois substratos. Quando escolhemos um cimento, temos que considerar que ele deva propiciar um microembricamento mecânico, ou seja, preencher as rugosidades existentes da superfície do material e ter uma interação química com o substrato. CIMENTO RESINOSO Único cimento que é, classicamente, conhecido como potencial adesivo. Foram introduzidos desde 1952 – grandes avanços nos últimos 20 anos. Compósitos com baixa viscosidade e alta adesividade (a viscosidade é o ponto chave desse compósito); Ativação: estritamente químicos, estritamente foto ou duais (presa química ou foto); Nas aminas terciarias que são responsáveis pela presa química, a perda de estabilidade de cor de um cimento - manchamento de interface. Por isso, temos no mercado cimentos fotopolimerizáveis quando temos indicações onde a estética é primordial e certeza que a luz alcança. Esteticamente, temos variações em relação ao cimento, existe a questão da estabilidade pelo método de ativação (foto). Mas existe também situações, como em facetas, em que a cor pode ser fundamental > cimentos resinosos de diferentes colorações (A1, A2). Resumindo: os cimentos resinosos são basicamente resinas compostas que tiveram sua composição personalizada/ aprimorada para apresentar características que facilitem o ato da cimentação. # Composição: Matriz resinosa + partículas de carga; À medida que aumento a quantidade de cara, temos um cimento mais viscoso e mais resistente mecanicamente. CIMENTO RESINOSOS CONVENCIONAIS: Sistema requer o uso de condicionamento e sistema adesivo; Ainda hoje são os que vão permitir o máximo de personalização no ato de cimentação – devo utilizá-lo em conjunto com o sistema adesivo, personalizamos o ato de cimentação a qualquer substrato que estou aderindo e a qualquer restauração que eu estou “grudando”. Propriedades mecânicas excelentes; Ativação dual. Atenção: a) Para cimentar, preciso buscar interagir ao máximo com o substrato, com a restauração, escolhendo o meio que me permita interagir melhor com o cenário que estamos lidando; b) Devo sempre seguir a norma do fabricante – CUIDADO! Se quero interagir com um substrato especifico, deve-se buscar um sistema que permita interagir com tal. Como é feita a cimentação adesiva? 1. PREPARO DA RESTAURAÇÃO: a) Tratamento de superfície da cerâmica: CERÂMICAS ÁCIDO SENSÍVEIS: são condicionáveis com ácido fluorídrico 5 ou 10% (extremamente toxico – cuidado para não confundir com o fosfórico); Feldspáticas (maior grau de vidro / 60 segundos o condicionamento): ataca a matriz vítrea dessa cerâmica, reabsorvendo-a, criando poros/ buraquinhos expondo a matriz cristalina da cerâmica Superfície após ácido, completamente suscetível e possível de interagir com o cimento. O cimento penetra nesses poros criando o microembricamento necessário para ter uma retenção otimizada. Além disso, com os cristais expostos e quimicamente reativos para interagir quimicamente com o cimento – POTENCIALIZANDO INTERAÇÕES QUIMICA E MICROMECÂNICA COM ESSA SUPERFICIE.. Reforçada por leucita (condicionamento por 60 segundos): tem mais cristais, mas passam pelo mesmo tipo de mecânica. À medida que aumentamos o número de cristais dentro da composição da cerâmica, os ‘buracos” vão ficando menores e o cimento deve interagir com essa superfície e deve penetrar. Se ele não penetrar – bolha > falhas adesivas e facilitamos uma concentração de forças nessa bolha = fratura da restauração. Facilitar perda de adesão, de cimentação e fratura. Por isso, devemos considerar a cerâmica e o cimentante – fluidez/ viscosidade > a medida que a topografia é mais irregular/ profunda, preciso de um cimento que garanta um completo preenchimento dos defeitos. Dissilicato de lítio (condicionamento por 20 segundos): mais cristal ainda. Efeito do ácido é mais delicado/ poros menores. Por que o tempo é reduzido nessa cerâmica? Se for super condicionado, ou seja, aumentamos a reabsorção de matriz vítrea, vai sendo exposto mais cristais. Como o dissilicato tem muitos cristais e cristais pequenos, ele acaba sendo desinserido da matriz do vidro (vidro é todo reabsorvido e o cristal fica solto) – cimento vai “grudar” em um cristal que não está aderido na cerâmica mais (facilitando a degradação dessa interface adesiva). Dissilicato de lítio reforçado por zircônia (condicionamento por 20 segundos): muito similar ao anterior. b) Lavagemabundante (remoção de todos detritos e ácidos); c) Remoção dos precipitados ainda presentes (ácido fluorídrico cria um sal depositado na superfície da restauração): custo benéfico, uma limpeza com o ácido fosfórico pode ser benéfica e remover esses precipitados (NÃO TEM EFEITO SOBRE A CERÂMICA – mas pode facilitar na limpeza removendo o precipitado). d) Lavagem abundante – superfície avida por interações; e) Aplicação de primer (fica volatinizando após a aplicação): Silano: molécula bifuncional que une a sílica (= vidro). MDP: é uma molécula bifuncional fortemente atraída e aderida a metal, zircônia, resina e dentina e esmalte. Uso muito amplo e variado > quando utilizamos óxido de alumínio convencional. CERÂMICAS ÁCIDO-RESISTENTES: basicamente a zircônia e o metal (metalo cerâmica). Método: jateamento (silicatização ou óxido de alumínio). Jateamento nada mais é do que pegar uma areia (oxido de alumínio OU oxido de alumínio revestido por sílica) e impulsionar essa areia com um jato de ar sobre a superfície que queremos tratar (agredimos a superfície, criando microembricamento/ poros onde o cimento consegue interagir). Silicatização: única diferença é que existe uma partícula de sílica revestindo, então a medida que a partícula agride a superfície, há também um desprendimento da sílica que fica depositado na zircônia e no metal. Sendo assim, estamos buscando depositar sílica para aproximar a zircônia e o metal, que não tem sílica, da condição que observamos nas cerâmicas vítreas que são facilmente aderidas. *Nesse último caso podemos usar como primer o silano. 2. PREPARO DO SUBSTRATO: a) Etch & Rinse: sempre vou usar o ácido. b) Self Etch: simplificações, onde posso usar um primer acídico ou All-in-One (um passo único). A literatura tem mostrado que a melhor estratégia tem sido o condicionamento ácido seletivo. Porque o melhor protocolo para interagir com o esmalte é o uso do ácido – consegue interagir com esse substrato e o deixa mais avido para a formação da camada hibrida. Na dentina, facilmente se super condiciona > sistema Self Etch. Cimento convencional precisa de sistema adesivo (existe sistema adesivo que pode ser usado tanto em Etch & Rinse, como em Self Etch – customização). Então, esclarecendo, existe o sistema ideal que é condicionamento ácido seletivo (ácido em esmalte e primer em dentina). Mas existe a obrigatoriedade de seguir a norma do sistema adesivo que estamos utilizamos. Exemplos: CLEARFIL SE BOND: Self Etch; SINGLE BOND UNIVERSAL: usado em Self Etch e Etch & Rinse (frasco azul); SINGLE BOND 2: Etch & Rinse. 3. PREPARO DO CIMENTO: 1º Espatulamos o cimento, colocar dentro da centrix e levar para dentro da restauração. 2º Posiciona a restauração no preparo, fazendo uma leve pressão digital para fazer o assentamento no termino cervical (ativação por luz de 3 segundos) Isso permite que os excessos de cimentos sejam removidos facilmente, por isso não polimerizamos totalmente. Mas também, não é bom mexer em excessos se não tiver nenhuma polimerização, pode criar GAPs. Limitações da técnica: Muito sensível, manter o meio bem isolado; Pode ser difícil remover excessos (se polimeriza todo ciclo, as vezes precisa até de broca para remover excessos); Estabilidade de cor (polimerização química/dual). Buscando sanar essas limitações: CIMENTOS RESINOSO AUTOADESIVOS Preconiza que não interaja com nenhum substrato - tem um agente químico de interação através do grupamento fosfato que se liga ao cálcio, com isso não precisa fazer nada no dente; No princípio, recomendava que não fizesse nada na restauração; Trabalho clínico: era só limpar a restauração e substrato com escova de Robbinson e depois gaze/algodão. Isolaria os dentes vizinhos (veda rosca) e cimentava a peça. Permite uma simplificação muito maior – ágil; Em casos de pacientes de manutenção de isolamento do meio (com muita saliva), ele se torna uma boa opção; É melhor usar esse do que fazer uma técnica incorreta. Esse cimento continua sendo dual, continua com a sensibilidade estética. Problemas desse cimento: 1. Cimentação é uma só – cimentou errado, perde o caso; 2. Esse sistema esquece/ ignora O QUE É O SUBSTRATO e O QUE EU QUERO CIMENTAR, então utilizamos um sistema único que tem uma relação limitada com ambos os substratos - performance adesiva inferior ao convencional, que permite interagir com o substrato específico. CIMENTOS RESINOSOS FOTOATIVADOS Possui uma cor estável, sem alterações (não tem amina terciária – elimina as ativações quimicas); É usado em laminados e facetas, já que essas restaurações são finas e permitem a passagem da luz; Existe a opção de diversas cores; # Como escolher a cor? Por meio das pastas Try-in (pasta de ensaio) – várias cores; Custo se torna mais elevado. RESINA FLOW: às vezes é usada aqui. Ao invés de comprar todo o sistema de cimentos, posso selecionar cor e comprar só a resina flow. Mas lembrando que não tem as mesmas propriedades mecânica do cimento resinoso (viscosidade). No ato de cimentação, podemos utilizar sticks/ microbrush de cera que auxilia na colocação de facetas. RECAPITULANDO... Melhor performance com ênfase no substrato!!!!! SUBSTRATO DENTÁRIO: a. Esmalte: condicionamento ácido. b. Dentina: primer auto condicionante. Logo, condicionamento ácido seletivo! SUBSTRATO RESINOSO/ METÁLICO OU SERÂMICO ÁCIDO RESISTENTE: a. Jateamento com oxido de alumínio ou silicatização + primer (silano ou MDP). SUBSTRATO CERÂMICO ÁCIDO SENSÍVEL: a. Condicionamento com ácido fluorídrico 5 ou 10% + silano. PASSO A PASSO CLÍNICO: 1. RETENTOR INTRARRADICULAR: basicamente se for fibra de vidro (vidro é sílica), passamos silano. O pino já vem cortado de fábrica e com as fibras expostas. Aplica o primer e deixa volatizar; Primeiro: precisa ver se o pino está entrando na quantidade necessária; 2. TRATAMENTO DE SUPERFICIE: Bastante comum usar o U200 (cimento autoadesivo) - dispensa o tratamento do substrato dentário. 3. CIMENTAÇÃO: Aplica o silano; manipula cimento; coloca na centrix e preenche o conduto; leva o pino em posição; remove excesso e polimeriza. Após a cimentação do pino, condiciona o substrato para reconstruir com resina. Se usasse um que não fosse autoadesivo: teria que aplicar ácido ou primer acídico e adesivo para interagir com substrato. Sempre a melhor performance seria buscar interagir com os substratos com sistema que permita condicionamento ácido-seletivo – estaríamos “lidando” com dente. Single bond universal é uma boa opção + RelyX Ultimate (3M) que se adapta a esse adesivo - com esses materiais o protocolo seria: ácido no esmalte, single bond universal no esmalte e dentina, jato de ar, polimeriza, introduz cimento, introduz pino, remove excesso e polimeriza. Restaurações indiretas: teoricamente a melhor performance seria buscar interagir com os substratos com sistema que permita condicionamento ácido- seletivo.