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RESUMO PROVA - CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS II MARINA DE CASTRO PRADO ALMOSNINO – RA 6668772 SISTEMA RESPIRATORIO SEMIOLOGIA RESPIRATORIA: Dispneia e cianose é o que normalmente encontramos. Temos que avaliar qual o tipo de dispneia para saber o padrão que esta associado a ela. Cianose: é a coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue. A cianose surge quando circula pela pele sangue sem oxigênio (desoxigenado), que é mais azulado e menos vermelho. Dispneia: sensação de falta de ar ou desconforto respiratório. Tipos de dispneia (IMPORTANTE): Eupneia: Sem alterações (paciente normal) Taquipneia: Aumento da FR (pode ser patológica ou não, como por exemplo em exercício). OBS: Uma das formas que os animais tem de compensar o calor, eh por meio da respiração. Se aumentar a temperatura corpórea, compensa com taquipneia. Bradipneia: Diminuição da FR Hiperpneia: Aumento da amplitude respiratória (diferente de frequencia). OBS: quando inspira aumenta a amplitude inspiratória, quando expira aumenta a amplitude de expiração. Entao toda vez que há um aumento de amplitude respiratória, dificilmente tera acompanhado o aumento de FR. E quando temos diminuição da amplitude (respiração cachorrinho), temos aumento de FR. Ortopneia: Posiçao adotada pelo paciente em dispneia (dificuldade respiratória, estica pescoço e abre tórax / membros peitorais) Trepopneia: Dispneia que apresenta piora na dependência do decubito Apneia: Ausência de movimentos respiratórios MEIOS SEMIOLOGICOS: Quando vamos atender um paciente em dispneia a primeira coisa a se fazer é inspecionar, se estiver cianótico estabilizar primeiro. PADRAO RESPIRATORIO NORMAL – Costoabdominal (restrito) RUIDOS RESPIRATORIOS NORMAIS – Bronquial e vesicular (requer muita atenção, muito difícil de auscultar). Inspeçao (definir padrão) - Inicialmente precisamos saber o padrão de dispneia (se eh pleural, liquido, ar, ruptura diafragmática), definir se o paciente tem dificuldade para o ar entrar ou sair, se tem restrição no movimento respiratório (sincrônico ou assincrônico), e somar ao histórico + anamnese. Em seguida podemos fazer a Auscultação (ruídos respiratórios) e a Percussão. Para definir o padrão respiratório podemos respirar junto com o paciente. Quando houver disponibilidade também podemos usar o FAST. OBS: Nunca radiografar um animal dispneico, em stress ou descompensado. Sempre compensar o paciente para fazer o exame. Auscultação (ruídos respiratórios) – O som é produzido pelo medico veterinário, o ruido são os órgãos internos que durante sua movimentação produzem este ruido. Percussão (som claro): sempre deve ter som claro, pela pressão negativa, porem pode estar maciço, hiper sonoro (timpânico). PACIENTE COM DISPNEIA: Evitar contenção / stress, sedar antes de qualquer coisa (estabilizar). Manter em ambiente tranquilo e silencioso, evitar manipulação excessiva e ofertar oxigênio. OBS: A oferta de oxigênio é horrível, e forçar isso no animal só piora a condição dele, pois a mascara aquece e a sonda irrita a narina (fazer só se o animal permitir e aceitar). O ideal eh entubar (respiração mecânica). OBS: cuidado com pressões de oxigênio alta, pois faz barotrauma, rompe alvéolos. Nem todo o paciente dispneico precisa de oxigênio, as vezes só a inalação já basta. PADROES DE DISPNEIA (Classificação americana): Inspiratória – Dificuldade do ar entrar (força inspiração), fazendo ruido de ronco ou estridor. Quando temos que puxar o ar para entrar, normalmente o problema é nasal / orofaringe (Extra torácico) ou traqueal (intratorácica) Dispneia Inspiratória, esta relacionada as vias aéreas superiores (seios nasais, orofaringe e traqueia), e tem ruídos de estridor (característico de orofaringe e traqueia, + agudo) e ruídos de ronco (característico de seios nasais e palato, + grosseiro). Temos a Sinusite, rinotraqueite, etc. Sempre vemos sempre secreção nasal aguada. Expiratória – Dificuldade do ar sair (força expiração), por um problema intratorácico (traqueia e brônquios / afecções brônquicas). Temos uma bronco constrição, o ar entra, porem para o ar sair, tem de forçar muito (em via estreita), fazendo no pulmão um ruido chamado sibilos (como um barulho de gato no pulmão). Restritiva Pulmonar (Sincrônica mista / brasil) – Dificuldade do pulmão expandir, é a restrição de movimentos respiratórios, por acometimento pulmonar. Animal respira rápido e com baixa amplitude (respiração cachorrinho, pois acomete o parênquima pulmonar (neoplasias, edema, pneumonia). Na auscultação ouvimos ruido como crepitações fina e grosseira. Dispneia Restritiva Sincrônica (mista), é uma afecção pulmonar, acomete o parênquima pulmonar, tem amplitude de respiração baixa e as x temos dificuldade de ver a dispneia (faz respiração cachorrinho). Temos a pneumonia e o edema pulmonar. Faz ruido de crepitação fina ou grossa. - Se tiver liquido, auscultamos o coração longe, e na percussão o som eh maciço (edema). - No pneumotórax o som se propaga com o ar, hiper sonoro na percussão e auscultação muito + intensa. - Na ruptura diafragmática, temos áreas de silencio no pulmão, porque tem órgão na frente, auscultamos as x borborigmos intestinais, porque tem alça intestinal em tórax. Na palpação o abdômen está vazio. - Formações em mediastino, alteram a percussão Restritiva Pleural (Padrão restritivo assincrônico / brasil) - Dificuldade do tórax expandir, é a restrição de movimentos respiratórios, por acometimento pleural. Quando temos uma afecção pleural, há muita pressão no tórax. Na efusão pleural a sensação é de que o tórax está sendo pressionado / esmagado, o paciente não consegue expandir tórax e usa a força abdominal para expandir, fazendo um movimento intenso e assincrônico. Está associado as afecções pleurais, quadros efusivos (efusão pleural), que causam uma dispneia paradoxal ou Padrão restritivo assincrônico. Dispneia Restritiva Assincrônica, temos movimentos torácico – abdominal, fazendo muita força para o tórax expandir (afecções pleurais). Quando tem muita efusão, só vemos o abdômen expandir (leva ao óbito). Temos o Pneumotórax e efusões pleurais. Temos ruídos hiper fônicos e abafamento de bulhas cardíacas. EX: Paciente atropelado, com hemorragia pulmonar e efusão hemorrágica, tem aumento de FR e não consegue expandir tórax. RUIDOS RESPIRATORIOS: Podem ser contínuos, agudos (sibilos) ou descontínuos, curta duração (crepitações fina ou grossa). Ruídos Contínuos e agudos (Sibilos) – Ocorrem na passagem do ar por vias aéreas estreitadas, provocando vibração de sua parede durante a expiração (brônquios). Sibilos – Auscultamos este ruido ao longo de toda expiração. Ronco ou estridor – Auscultamos este ruido ao longo de toda inspiração Ronco - característico de seios nasais e palato, + grosseiro. Estridor - característico de orofaringe e traqueia, + agudo Ruídos respiratórios descontínuos e de curta duração (Crepitação fina ou grossa) – Surgem por meio da reabertura súbita e sucessiva de pequenas vias aéreas.Crepitação fina - Surge por meio da abertura rápida das vias aéreas do parênquima, que são os alvéolos. Tem som de papel celofane sendo amassado. Crepitação grossa – Ocorre no animal que está indo a óbito por edema pulmonar, da para sentir colocando a mão. DOENÇAS DO TRATO RESPIRATORIO PARALISIA DE LARINGE: Acomete as vias aéreas superiores. Comum em cães idosos, sempre investigar Hipotiroidismo como causa. Ocorre também na intubação forçada, na extubação fica cianótico, e há rompimento das aritenoides. Também pode haver fibrose nessas cartilagens da laringe, levando a muita dispneia e muita cianose, com ruido de estridor. Os sintomas são engasgos e disfonia (rouquidão) e o tratamento é cirúrgico SINDROME DOS BRAQUICEFALICOS: Causada pordiversos fatores. Estenose de narinas – O formato das narinas é muito fechado, tem de ser feito o alargamento das narinas via cirurgia (rinoplastia). Alongamento de palato mole – Fazer a cirurgia da correção do palato. Hipoplasia de traqueia – Vemos muito em bulldog, não há correção Colapso traqueal – É uma doença separada que pode ter o azar de estar associada. Correção cirúrgica por stent ou tratamento com esteroides (Stanozolol em estudo ainda). COLAPSO TRAQUEAL: Comum em cães de pequeno porte (toy) a médio. É uma alteração congênita na composição da cartilagem dos anéis traqueais, fazendo os anéis ficarem menos rígidos, aí quando o animal inspira + forte, ela reverte. É classificada de grau I a IV e tem como sintomas tosse, engasgos, cianose, sincopes. No inicio pode ser usados antiinflamatorios, esteroides, condroprotetores e antitussígenos, em casos avançados, onde a dificuldade respiratória, a correçao é cirugica com a aplicação de um stent traqueal por via de traqueoscopia. Porem o stent pode migrar. Ou pelo tratamento com esteroides (Stanozolol em estudo ainda). TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA / TOSSE DOS CANIS (Bacteriana: Bordetella bronchiseptica [agente + importante] / Mycoplasma / Viral: Parainfluenza / Influenza / Adenovírus 2): Altamente contagiosa (ocorre por contato direto com secreções ou fômites), pouco patogênica, quem sofre + são os filhotes e idosos, pois aumenta o risco de pneumonia secundaria. Idosos tem + problema porque quando evoluem para a senilidade, o pulmão volta a hiper responder por qualquer antígeno (o mesmo que ocorre na primeira infância), relacionada também com fatores de imunidade. Se o animal tem com frequência, investigar disbiose intestinal. Os sintomas são tosse seca e engasgos de início súbito, também temos descarga óculo-nasal serosa (diferenciar de cinomose). Temos vacinação para cães (vacina não essencial), temos a vacina parenteral (produz IgG – 2 doses / reforço anual) e temos a vacina intranasal (produz IgA local – filhotes / reforço semestral). Vacinar sempre, jovens, idosos e pneumopatas. ASMA FELINA: Inflamação das vias respiratórias superiores de etiologia alérgica, gerando hiper responsividade das mesmas. Aqui temos infiltrado eosinofilico. e tem hipertrofia da musculatura lisa pela presença de um antígeno alérgico (inalado), muito associado a atopias, e de cunho emocional. A principal manifestação clinica é a tosse seca (dispneia expiratória) e pode estar associado a broncopneumonia. Temos muco e bronquiectasia. COMPLEXO ASMA / BRONQUITE: Aqui temos infiltrado neutrofilico (bronquite), a principal manifestação clinica é a tosse seca e pode estar associado a broncopneumonia. No RX vemos brônquios bem marcados, quadros crônicos podem desenvolver broncopneumonia associada (bordertella). OBS: Temos receptores para a tosse em cavidade nasal, traqueia, faringe, brônquios, bronquíolos, alvéolo pulmonar (pouco), então a pneumonia em si (sozinha) não dá tosse. TRATAMENTO - Diminuir a exposição aos alergênicos (manejo ambiental e educação do tutor): Evitar que fumantes tenham contato, incensos no ambiente, limpezas com desinfetantes de odor forte. Não utilizar perto do animal desodorantes de cheiro forte, perfumes. E não deixar os animais perto da cozinha (evitar que se aproxime da fumaça da comida que está sendo feita). Reduzir inflamação brônquica (corticoides, broncodilatadores, antibióticos): Corticoides inalados (2 a 3x ao dia + inalação), o inalado tem menos efeito sistêmico. Caso o animal esteja em crise entrar com corticoide sistêmico (prednisona). / Broncodilatadores (seretide), bom que tbm tem cortisona. Se houver pneumonia, entrar com antibiótico. Imunomoduladores (ciclosporina, ômega 3): O ômega 3 tem efeito anti- inflamatório. EFUSAO PLEURAL: É o acumulo de liquido no espaço pleural (cavidade pleural). Há pressão no pulmão, e este liquido não deixa o pulmão expandir. Mais comum em gatos cardíacos, e raro em cães. A pleura é uma membrana serosa (camada) que reveste o coração, em tem capacidade de acumular de 3 a 5ml de um liquido com baixa proteína na pleura. Esse liquido vem dos vasos sanguíneos e linfáticos (absorvido pelos linfáticos). Esse liquido tem sua composição alterada de acordo de onde ele veio (mecanismo que levou a formação desse liquido efusivo). Liquido esse que deve ser drenado e mandado para a análise de líquidos cavitários para saber o tipo e causa da efusão. O tratamento é identificar a causa e drenar (toracocentese). + Fluroscopia (RX dinâmico) PNEUMONIA: Ocorre por diversos motivos, e temos vários tipos de pneumonia, por aspiração, bacterianas, virais, fúngicas, parasitarias, traumáticas, inflamatórias, toxicas / químicas (pela aspiração de fumaça). Como está cheio de secreção dentro do alvéolo, a única forma de compensar é fazendo hipoxemia (aumento da FR e baixa amplitude respiratória – respiração rápida e artificial). Pneumonia primaria: Ocorre mais em cães de grande porte, pela Bordertella. Pneumonia secundaria: Ocorre mais em gatos com asma (pasteurella) / e cães com bronquite crônica (bordertella) que acabam desenvolvendo pneumonia secundaria (pasteurella, mycoplasma e bordertella) ou por aspiração (staphylococcus). Sinais clínicos: Tosse, secreção nasal, dispneia, hipertermia. O diagnostico sempre deve ser feito por cultura e antibiograma pelo lavado bronquioalveolar + RX (controle pelo rx a cada 15 a 30 dias). Tratamento: Antibioticoterapia prolongada (8 semanas), em cães (amoxicilina + clavulanato) e gatos (doxiciclina). / Mucoliticos (bromexina – via oral). Suporte (hidratação do paciente e de vias aéreas / soro se tiver desidratado e inalação). Fisioterapia respiratória e Tapotagem (muito importante para melhorar a função pulmonar). AULA PRATICA:
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