Prévia do material em texto
VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 ASSEPSIA Definição: conjunto de medidas utilizadas para impedir a introdução de patógenos no organismo durante um procedimento. Consiste na eliminação ou morte de todos os micro-organismos. OBS: antisséptico é um agente químico que, ao entrar em contato com microrganismos patogênicos, mata-os ou inibe seu crescimento. OBS: desinfecção é a destruição, por agente químico, de microrganismos patogênicos, excluídos, em geral, os esporos, pois estes são resistentes. OBS: esterilização é a destruição total de todas as formas de vida dos materiais que entrarão em contato com o campo operatório, por agentes físicos ou químicos (em cirurgia, só é aceita a condição de esterilidade). ANTISSEPSIA Definição: consiste na destruição ou restrição de crescimento de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente antisséptico local. Utiliza-se produtos (microbicidas ou microestáticos) com o intuito de diminuir os micro-organismos na superfície. PREPARAÇÃO PARA ENTRAR EM UM BLOCO CIRÚRGICO • Troca de roupas. • Lavagem das mãos. • Paramentação cirúrgica. • Como se portar durante a cirurgia. • Conhecimento do instrumental cirúrgico. Vestuário no bloco cirúrgico: • Pijama cirúrgico. • Gorro/Touca. • Máscara. • Propé. OBS: retirar adornos Lavagem das mãos: a lavagem pode ser feita com clorexidina (antisséptico), que é praticamente atóxica e não alergênica; a escovação deve ser feita por mais de 5 min; começa-se pelas áreas mais nobres, as mãos e os pulsos, depois o antebraço até o cotovelo; os movimentos devem ser longitudinais (sempre distal para proximal), recomendando-se pelo menos 50 movimentos, na ordem indicada: unhas e pontas dos dedos, espaços interdigitais, face palmar, dorso da mão, borda ulnar da mão, face anterior, face medial, face posterior e face lateral do antebraço; por fim, deve-se enxaguar as mãos, num movimento único da mão por debaixo da corrente. OBS: segundo a ANVISA, a duração do procedimento é de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subsequentes. OBS: a cerda da escova é de uso exclusivo para o leito ungueal e subungueal. Paramentação cirúrgica: Vestindo o capote (avental): após lavar e enxugar as mãos, coloca-se o avental; este vem dobrado, de modo que quando se pega em duas pontas especialmente ajeitadas, ele se desdobra por ação da gravidade, ficando na posição de ser vestido; então, devem-se colocar as mãos nas respectivas mangas, com a ajuda de alguém da sala, que puxa o avental para trás segurando-o pelo lado interno e amarra os seus cordões posteriores VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 OBS: as costas é uma região não estéril, potencialmente contaminável. Calçando as luvas: a luva deve ser esterilizada e do tamanho correto; abre-se o pacote, sempre com o cuidado de não encostar na parte externa da luva, calçando-a com uma mão e a ajuda da mão oposta, pela parte interna da luva (a parte interna do punho está dobrada sobre a externa, facilitando o manejo); quando for vestir a outra, aproveitar a parte já vestida para ajudar, podendo a parte externa de uma luva entrar em contato com a outra; vesti-las até cobrir as mangas do avental. Para finalizar: rodar o cinto que se encontra fixado na frente do avental; desamarrar o cordão e, com uma mão, segurar apenas o cordão fixo na lateral do avental, passando por trás para a outra mão e amarrando-o no cordão central; isso pode ser feito com a ajuda de alguém já paramentado. Posicionamento das mãos durante o procedimento: • Evitar contaminação. • Distância média para contaminação. • Manutenção durante o procedimento. Instrumental cirúrgico: conhecer os instrumentais dos 4 tempos cirúrgicos (diérese, hemostasia, exérese e síntese). DIÉRESE TESOURAS: para empunhar uma tesoura da maneira correta é necessário introduzir as falanges distais dos dedos anular e polegar nas argolas. O dedo indicador proporcionará precisão ao movimento e o dedo médio auxiliará na estabilidade da mão. • MAYO: distribuição entre a mandíbula e o ramo de 1:1. • METZENBAUM: distribuição entre a mandíbula e o ramo de 1:3. BISTURI: cabo nº3 (para lâminas com inicial 1) e cabo nº4 (para lâminas com inicial 2). Existem duas formas principais de se empunhar um bisturi, são elas: tipo lápis (incisões pequenas) e tipo arco de violino (incisões longas, retilíneas ou de curvas suaves). VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 HEMOSTASIA PINÇAS HEMOSTÁTICAS: • KELLY (RETA OU CURVA): ranhura em apenas 2/3. • CRILE (RETA OU CURVA): ranhura completa. • HALSTEAD (mosquitinho). • MIXTER (j ou jotinha): EXPOSIÇÃO (AFASTADORES/ VÁLVULAS) • AFASTADOR SUPRAPÚBICO: • AFASTADOR FARABEUF: • AFASTADOR GOSSET: • AFASTADOR FINOCHIETTO: • AFASTADOR DOYEN: • AFASTADOR AUTO-ESTÁTICO WEITLANER EXÉRESE • COLLIN: angular, oval e coração. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 • DUVAL-COLLIN: • FOERSTER: • BABCOCK: • ALLIS: • BACKAUS: fixar o campo. SÍNTESE • PORTA AGULHA MAYO-HEGAR: PINÇAS DE PREENSÃO: • DENTE DE RATO (TRAUMÁTICA). • ANATÔMICA (ATRAUMÁTICA). ESTRUTURA PADRÃO DA MESA CIRÚRGICA • O cabo de bisturi deve ser montado com a ponta virada para baixo e deve ser colocada com a lâmina virada para fora da mesa e para passar, o instrumentador deve segurar o bisturi com a lâmina voltada para baixo e o cabo na direção do médico que poderá empunhar na forma de lápis ou de arco de violino. • Todo instrumental deve ter sua ponta virada para baixo. • A tesoura curva deve ser utilizada para cortar tecido enquanto a reta para fios. • O porta-agulhas deve ser montado de forma que ele segure a agulha na metade, além disso sua ponta deve estar para dentro e o conjunto deve ser colocado com a agulha virada para cima e o instrumental com a ponta também para cima. • A mesa cirúrgica pode se posicionar de 2 formas: de frente para o cirurgião (modelo paulista) ou do lado contralateral (modelo americano). VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 TEMPOS FUNDAMENTAIS DA TÉCNICA CIRÚRGICA Definição: a operação, ou seja, o ato cirúrgico propriamente dito, é composto de quatro tempos: • 1º tempo - Diérese. • 2º tempo - Hemostasia. • 3º tempo - Operação propriamente dita (exérese). • 4º tempo - Síntese. OBS: nem todos os tempos cirúrgicos podem estar presentes (por exemplo: fechamento de um ferimento extenso - pode não possuir diérese). DIÉRESE Definição: ato de dividir, separar ou cortar. Compreende a separação dos planos anatômicos para possibilitar a abordagem do órgão/estrutura a ser operado. Classificação: • Mecânica: o Punção: introdução de agulha ou trocater sem seccioná-los. o Secção: dividir/cortar tecidos feito com material cortante. o Divulsão: afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem seccioná-los. o Curetagem: raspagem da superfície do órgão com o uso da cureta. o Dilatação: processo que procura aumentar o diâmetro dos orifícios naturais. o Descolamento: separação dos tecidos de um espaço anatômico virtual. • Física: o Térmica: realizada com uso do calor, cuja fonte é a energia elétrica - bisturi elétrico. o Crioterapia: resfriamento brusco e intenso da área a ser realizada a cirurgia - nitrogênio líquido. o Laser: realiza-se por meio de um feixe de radiação, ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência - o mais utilizado na cirurgia é o laser de CO2, que pode ser facilmente absorvido pela água existente no tecido humano. HEMOSTASIA Definição: processo pelo qualse previne, detém ou impede o sangramento. Classificação: • Hemostasia prévia ou pré-operatória: objetiva interromper temporariamente o fluxo sanguíneo para o foco operatório, reduzindo a perda sanguínea. o Medicamentosa. o Cirúrgica (garrote pneumático, faixa de smarch). • Hemostasia temporária: é utilizada durante a intervenção cirúrgica, para reter temporariamente o fluxo de sangue para o campo operatório (compressão por instrumentais – pinças, aplicação de medicações, uso de hemostáticos). • Hemostasia definitiva: objetiva obliterar os vasos sanguíneos em caráter permanente (ligadura dos vasos sangrantes com fios cirúrgicos, clampeamento com clipes, cauterização – térmica, eletrocoagulação e fotocoagulação, obturação ou coagulação tópicas e tamponamento compressivo.). EXÉRESE Definição: tratamento cirúrgico propriamente dito (curativo, paliativo, estético ou corretivo). Ato pelo qual o cirurgião aborda o tecido desejado, retirando e/ ou reconstituindo a anatomia da maneira mais fisiológica possível. SÍNTESE Definição: ato que objetiva aproximar as bordas de uma ferida objetivando estabelecer a contiguidade dos tecidos e facilitar o processo de cicatrização. É a reconstrução da estrutura que passou pela diérese. Classificação: • Imediata: aproximação das bordas após o ato cirúrgico. • Mediata: feita após algum tempo após a cirurgia. • Completa: aproximação completa de toda ferida operatória. • Incompleta: aproximação incompleta da ferida operatória. • Incruenta: junção dos tecidos com o auxílio de gesso, adesivo ou atadura. • Cruenta: aproximação utilizando fios de sutura. • Temporária: necessidade de remover os fios. • Definitiva: não é necessário remover os fios. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 FIOS Força tênsil: capacidade que a sutura deve ter de manter os tecidos aproximados por um determinado tempo, ou seja, até a cicatrização total do mesmo. OBS: memória refere-se à propensão de um material para retornar a seu formato original após ter sido deformado; por exemplo, após ter sido atado o nó. Fios absorvíveis: Fios inabsorvíveis: AGULHAS Definição: são utilizadas com a finalidade de transfixar os tecidos com o menor trauma possível, servindo de guia aos fios de sutura. São divididas em três partes: fundo ou olho (região em contato com o fio), corpo e ponta. Classificação: • Curvatura: o Retas. o Curvas. • Ponta: • Trauma ocasionado no tecido: o Traumáticas: múltipla utilização e montagem em fios. o Atraumáticas: podem ser montadas originalmente no fio. OBS: maneira de preensão da agulha com o porta- agulhas: em ângulo de 90º entre porta-agulhas e agulha, na transição entre terços médio e proximal da agulha. NÓS Definição é feito por meio de um entrelaçamento do fio cirúrgico, com a intenção de realizar a hemostasia ou a união entre duas bordas teciduais. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 OBS: espaço morto é o espaço entre dois planos de tecidos. Lei dos nós: 1. Primeira lei: movimentos iguais de mãos opostas executam um nó perfeito (ambidestria). 2. Segunda lei: a ponta do fio que muda de lado após a execução do primeiro seminó deve voltar ao lado inicial para realizar o outro seminó. Estrutura básica de um nó: • 1º seminó: CONTENÇÃO. • 2º seminó: FIXAÇÃO. • 3º seminó: SEGURANÇA. SUTURAS Descontínuas: possuem vantagens a independência dos pontos (o que impede que o comprometimento de um único ponto interfira em todo o trabalho), menor quantidade de corpo estranho dentro do tecido com consequente menor reação tecidual, menos isquemiante, maior fixação e segurança. Como desvantagens pode-se citar o fato de serem menos hemostáticas, mais trabalhosas, mais demoradas e possuírem maior custo. • Ponto descontínuo simples: a derme é transposta pela agulha em sua totalidade. A agulha penetra a pele a 90º e, na outra derme em sua totalidade, sai através da pele. A distância entre a entrada da agulha e a incisão em uma borda e a saída na outra deve ser a mesma. Possui fácil execução e apresenta, como desvantagem, uma realização mais demorada. Oferece bom confrontamento das camadas superficiais e profundas. Pode ser utilizado em praticamente todos os tipos de tecidos. • Ponto Donatti ou U vertical (“longe-longe, perto-perto”): o início da sutura não difere do ponto simples; após isso, antes do nó, o fio retorna à borda inicial em plano superficial e à frente do anterior. É uma sutura que possui uma maior resistência, boa hemostasia e não é estética. O componente longe-longe reduz a tensão da ferida e oclui o espaço morto subjacente, enquanto o componente perto-perto produz a aposição delicada das bordas da ferida. • Ponto em X: realiza-se dois pontos simples na mesma direção (como se fosse uma sutura contínua). Porém, junta-se os dois com um único nó. Esse ponto possui maior resistência do que simples, e é indicado para áreas sujeitas a grandes tensões (como, por exemplo, o fechamento de abdômen). Eles têm a desvantagem da grande cicatriz que originam e, por isso, não se aconselha aplicá-los na pele. Têm indicação para tecidos muito vascularizados, visto sua boa hemostasia. Contínuas: tem como vantagens uma rápida elaboração, é menos trabalhosa, mais hemostática e possui menor custo. Suas desvantagens constituem o fato de serem mais isquemiantes, haver interdependência dos pontos (a perda de um único ponto compromete toda a sutura), haver maior quantidade de fio dentro do tecido atuando como corpo estranho e favorecer à formação de espaço morto. • Ponto contínuo simples (chuleio): Consiste na confecção de pontos simples, seriados e sem interrupção. O nó é realizado no início e no final da sutura. • Ponto contínuo ancorado (chuleio ancorado): realizado da mesma forma que a sutura simples contínua, porém com o cruzamento do fio entre os nós. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 CIRURGIA SEGURA A equipe operará o paciente certo, realizará o procedimento correto e se atentará à lateralidade correta. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 ANESTESIA LOCAL Definição: anestesia local constitui-se na administração de anestésico local no tecido subcutâneo adjacente à área a ser abordada; anestésicos locais são medicamentos capazes de inibir de forma reversível a geração e condução do potencial de ação, bloqueando funções sensitivas, motoras e autonômicas de um nervo. Classificação: Farmacodinâmica: atuam predominantemente pelo bloqueio dos canais de sódio da membrana celular neuronal, reduzindo a amplitude e a velocidade de despolarização da membrana. Farmacocinética: • Fatores que agem na absorção: o Quantidade de anestésico. o Local de aplicação. o Características físico-químicas da substância. o Associação com vasoconstrictor. OBS: o uso de vasoconstritor acarreta redução da perfusão tissular e menor absorção, com menos concentração plasmática. Toxicidade: • Reações alérgicas. • Comprometimento do SNC. • Comprometimento do cardiovascular. Doses máximas: • Lidocaína: 5mg/kg (sem vasoconstrictor) x 7mg/kg (com vasoconstrictor) • Bupivacaína: 2mg/kg (sem vasoconstrictor) x 3mg/kg (com vasoconstrictor) • Ropivacaína: 3mg/kg (como possui potente ação vasoconstrictora, não se associa a outros vasoconstrictores). OBS: os vasoconstrictores não devem ser utilizados nos bloqueios em regiões de perfusão sanguínea terminal, haja vista maior incidência de isquemia e necrose,como nos bloqueios de pênis, dedos, ao nível do punho e tornozelo. Indicação: • Pequenos procedimentos cirúrgicos: sutura, retirada de pequenos tumores de pele, dissecções vasculares, fístulas arteriovenosas etc. Contraindicação: recusa do paciente, enfermidades clínicas associadas que tornem o paciente instável ao longo do tempo, injeção no local de punção e alergia ao anestésico local a ser utilizado. Técnica: • Antissepsia. • Colocação do campo cirúrgico estéril. • Infiltração do anestésico nas bordas ou perímetro da ferida. Entrar na pele íntegra, no ângulo da ferida, com o bisel da agulha para cima, inserindo apenas uma parte da agulha em uma angulação de 30 a 45 graus com a pele. Logo em seguida devemos aspirar para ver se não atingimos nenhum vaso, assim, tendo a certeza que VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 estamos longe do perímetro vascular, injetamos gradualmente até que se forme um acúmulo de anestésico na pele, o chamado botão anestésico. Após isso deve-se, em direção a alguma das bordas do ferimento, aprofundarmos a injeção ao máximo. Aspiraremos novamente para ter a certeza que não atingimos um vaso e então deve-se injetar gradualmente o anestésico, ao mesmo tempo que removemos a seringa. Essa técnica garante a ampla distribuição do anestésico no ferimento. Da mesma forma, deve ser feita a outra borda do ferimento. BLOQUEIOS • Bloqueio troncular digital. • Bloqueio de Chiu. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 ACESSO VENOSO PERIFÉRICO Definição: procedimento que permite uma via de acesso ao sistema venoso periférico do paciente através da utilização de dispositivos intravenosos. Indicação: • Administração de medicamentos, soluções, fluidos e hemocomponentes quando há necessidade de acesso rápido ao sistema circulatório e ação imediata desses. • Permite a infusão de um maior volume de fluidos. Contraindicações: • Infecção, flebite, esclerose de veias, infiltração intravenosa prévia, queimaduras ou lesões traumáticas proximais ao local de inserção (fraturas), fístula arteriovenosa no membro e procedimento cirúrgico afetando o membro. OBS: coagulopatia não é uma contraindicação absoluta, mas o procedimento nestes pacientes deve ser realizado por profissionais experientes. OBS: em pacientes com obesidade, baixo peso e instabilidade hemodinâmica o acesso venoso periférico pode ser difícil. Onde puncionar: • Escolher veias com maior calibre, visibilidade, acessibilidade e distanciamento de articulações, menor quantidade de válvulas e/ou risco de tromboses (vasos dos membros superiores) e sem sinais infecciosos próximos ou uso prévio recente do vaso. • A punção deve ser evitada em regiões com grande mobilidade, como articulações. • Os locais mais comuns são: as veias medianas (cubital ou do antebraço), basílica, cefálica e do dorso da mão. OBS: as veias dos membros inferiores estão associadas a um maior risco de tromboembolismo. Material: • Garrote (torniquete). • Dispositivos endovenosos (cateteres agulhados e/ ou flexíveis). • Seringas. • Conectores (“tampinhas”, polifix, equipos e/ou “torneirinha”). • Esparadrapos comuns, hipoalérgicos e cirúrgicos. • Soluções antissépticas (alcoólicas). • Algodões ou gazes. • Luvas de procedimentos. • Caixa para descarte de materiais perfurocortantes. OBS: existem dois tipos de dispositivos endovenosos: o agulhado (Scalp® ou Butterfly) e o não-agulhado (cateter flexível ou cateter sobre agulha) (Abocath®, Jelco®, Intima® ou Introcan®). • Escalpe/ scalp (butterfly). • Jelco: quanto maior o número de Gauge (G), menor é o calibre do dispositivo (inversamente proporcional). Técnica: • A avaliação das veias disponíveis inclui a inspeção e a palpação. • Após selecionar a veia, faz-se a limpeza do local com solução antisséptica à base de clorexidina, com movimentos circulares, de dentro para fora, deixando a área secar completamente. • Inicialmente, coloca-se o garrote formando meio laço, 8 a 10 cm acima do local de inserção do cateter. • Insere-se o cateter na veia com o bisel voltado para cima em ângulo de 30 graus. • Quando o cateter penetra o lúmen da veia, há refluxo de sangue, nesse momento deve-se diminuir a angulação para 15 graus. • Uma vez que a agulha de metal e o cateter de plástico estão no lúmen da veia, avança-se o cateter em direção à veia, retirando a agulha simultaneamente. Após a inserção completa do cateter na veia, remove-se o garrote. • Deve-se fixar o cateter e identifica-lo com a data, a hora, o número do dispositivo e o nome do profissional. Complicações: • Dor, equimose pós-punção, infecção bacteriana, extravasamento de fluidos e drogas, flebite, trombose, embolia e lesão nervosa. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 3 vias: intramuscular, subcutânea e intradérmica. Materiais: • Seringa e agulhas adequadas. • Luvas de procedimento. • Compressa, gaze ou algodão embebido com álcool. • Esparadrapo. Contraindicações: área de aplicação inflamada, infeccionada ou edemaciada, cicatrizes, coagulopatia, doença vascular periférica oclusiva, terapia trombolítica e choque. Complicações: abscesso, depósitos de medicação não absorvida, fibrose local, flebite, sangramento, fenômenos alérgicos e embolia. INTRAMUSCULAR (IM) Depositam o medicamento profundamente no tecido muscular. Permite infusão de substâncias oleosas. Absorção de médio/ longo prazo. • Deltoide: Volume: até 2 ml. Indicado para pequenos volumes medicamentosos, quando administrar imunizações ou quando outros locais são inacessíveis. Técnica: o Identificar o processo acromial e o ponto do lado do braço alinhado com a axila. o Inserir a agulha 2,5 a 5 cm abaixo do processo acromial, em geral dois a três dedos, com o bisel lateralizado, em um ângulo de 90° em direção ao processo. OBS: existe um potencial para a lesão porque os nervos axilar e radial, e a artéria braquial se situam dentro da parte superior do braço sob o tríceps e ao longo do úmero. • Glúteo ventral: Volume: 5ml. Indicado para os medicamentos que apresentam volumes maiores e são mais viscosos e irritantes. Técnica: o Traçar uma linha a partir da espinha ilíaca superior posterior até o trocanter maior do fêmur e injetar acima e externamente a ela, ou dividir a nádega do paciente em quadrantes e injetar no quadrante superior externo OBS: a localização do nervo ciático deve ser bem conhecida para evitar complicações. • Vasto lateral: Volume: 4ml. Indicado para crianças e pessoas agitadas (músculo espesso e sem estruturas anatômicas que envolva maior risco). Técnica: dividir a face lateral da coxa em terços e realizar a aplicação entre o 2º e 3º terço, com angulação de 90°. SUBCUTÂNEA (SC) OU HIPODÉRMICA Deposita o medicamento no tecido subcutâneo, causando menor traumatismo tecidual e implicando menor risco de atingir grandes vasos e nervos; nesse caso, o fármaco é absorvido de forma lenta através dos capilares. Volume: 1 ml. Indicada para anticoagulantes e hipoglicemiantes. As principais áreas de aplicação são: coxins gordurosos no abdome, as partes superior e lateral das coxas, as nádegas e as regiões medial e posterior dos braços. Deve-se fazer rodízio dos locais: ao utilizar a mesma área novamente, selecionar um local diferente. Técnica: o Segurar a pele com a mão não dominante e levantar o tecido subcutâneo, formando uma prega de gordura o Introduzir em um ângulo de 45 com a superfície cutânea, com o bisel para cima. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES– ETAPA 7 INTRADÉRMICA Indicada para teste de reação de hipersensibilidade (teste alergênico/teste tuberculínico). Volume: 0,1 – 0,5 ml. Local: face interna do antebraço (buscar locais com fácil visualização e mínima pilificação). Técnica: aplicar em um ângulo de 15°. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 TRAUMA ABDOMINAL COM EVISCERAÇÃO Definição: saída de vísceras por ferimentos abdominais Técnica: • Limpar essas vísceras de detritos grosseiros com soro fisiológico e cobri-las com plástico esterilizado próprio para esse fim ou com compressas úmidas a fim de isolá-las do meio ambiente. • Em hipótese alguma, tentar reintroduzir as vísceras no abdômen, porque o sangramento se agrava ou propicia o extravasamento de fezes. • Em casos de objetos que penetrem no abdômen, como pedaços de ferro, madeira ou outros, nunca os retirar; corte-os, se necessário, e proteja-os para que não se movam durante o transporte; esses corpos estranhos só podem ser retirados em centro cirúrgico, onde haja condições de controlar o sangramento. CURATIVO PARA PNEUMOTÓRAX ABERTO (ferida torácica aspirativa) Quando suspeitar: • Presença de dor torácica no local do impacto e queixa de dispneia. • Ferimento aberto na parede torácica que provoca ruído aspirativo durante a inspiração e borbulhamento durante a expiração. O que acontece: • O equilíbrio entre as pressões intratorácica e atmosférica é imediato. O ar tende a passar pelo local de menor resistência; por isso, se a abertura da parede torácica é de aproximadamente dois terços do diâmetro da traqueia ou maior, nos esforços ventilatórios o ar passa preferencialmente pela lesão da parede. Por isso, a ventilação efetiva é prejudicada, resultando em hipóxia e hipercapnia. Tratamento: • Constitui-se no fechamento imediato da lesão através de um curativo estéril. • O curativo deve ser grande o suficiente para encobrir todo o ferimento e fixado com fita adesiva em três de seus lados para produzir um efeito de válvula unidirecional. • Quando o doente inspira, o curativo oclui o ferimento, bloqueando a entrada de ar. • Na expiração, o lado que não está fixado permite o escape de ar de dentro da cavidade pleural. • A fixação dos quatro lados do curativo pode causar acúmulo do ar no espaço pleural, resultando num pneumotórax hipertensivo, a menos que o tórax esteja drenado. • Qualquer curativo oclusivo (gaze vaselinada, lâmina de plástico, etc.) pode ser usado como medida temporária de modo a permitir que a avaliação prossiga rapidamente. • Em geral, o ferimento necessita ser fechado definitivamente por procedimento cirúrgico. Técnica: • Curativo quadrangular que cubra todas as bordas da lesão. • Apenas três de seus lados devem ser fixados com esparadrapo ou similar. • Deve ser utilizado material impermeável (plástico de embalagens de gaze). IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA Para traumas com evidente ou possibilidade de fratura. Objetivos: • Estabilizar para o transporte. • Diminuir a lesão de partes moles provocada pela fratura. OBS: como princípio, deve envolver as duas articulações adjacentes à lesão. • Deformidade no membro → imobilizar articulações proximais e distais. o Exemplo: ▪ Deformidade na perna → imobilizar também joelho e tornozelo. • Lesões articulares → estabilizar articulação. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 TORACOCENTESE Definição: punção torácica com o objetivo de abordar a cavidade pleural. Indicação: • Diagnóstica: coleta de amostra do derrame pleural para elucidação diagnóstica. • Terapêutica ou de alívio: retirada de maior volume para melhora da mecânica ventilatória. Contraindicações: • Absolutas: não existem. • Relativas: o Distúrbios da coagulação. o Lesões cutâneas. o Volume de derrame pleural <10mm na radiografia de tórax em decúbito lateral. o Ventilação mecânica? Anatomia topográfica: • A cavidade pleural é revestida pelas pleuras visceral e parietal. • A pleura visceral não possui sensibilidade para dor. • O feixe neurovascular situa-se na borda inferior das costelas. Técnica: • Posicionamento adequado: o Paciente sentado, ligeiramente inclinado para a frente, apoiando-se em uma mesa posicionada à sua frente. O ponto desejado localiza-se abaixo da ponta da escápula, aproximadamente ao nível do 10o espaço intercostal (8o espaço intercostal?), por ser o ponto mais baixo. o Nos pacientes impossibilitados de sentar, a toracocentese deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal, cabeceira da cama elevada (45º) e abordagem ao nível do 7o espaço intercostal, entre a linha axilar média e a posterior. o Uma alternativa é realizar a percussão do hemitórax acometido para determinação da região a ser abordada. • Antissepsia. • Anestesia local na borda superior da costela inferior para não lesar o feixe vasculonervoso. • Punção com jelco e aspiração contínua. • Retorno positivo de líquido pleural, instalado equipo de 3 vias e coletado material para análise ou equipo com bolsa coletora. o O procedimento deve ser interrompido se o paciente apresentar desconforto respiratório, dor torácica, tosse ou hipotensão. o Não existe um volume máximo de líquido a ser esvaziado, porém, quando realizar o esvaziamento de grandes volumes, retirá- lo de forma lenta, a fim de prevenir o edema de reexpansão pulmonar → a retirada de volumes superiores a 1.500 ml (ou 1000ml?) de líquido por sessão aumenta o risco de edema de reexpansão pulmonar. Complicações: • Pneumotórax. • Hemotórax • Reflexo vago-vagal • Dor e tosse. • Infecção local. • Lacerações hepáticas ou esplênicas. OBS: CRITÉRIOS DE LIGHT OBS: QUILOTÓRAX: caracteriza-se pela presença de quilo, rico em triglicerídeos e quilomícrons, no espaço pleural, proveniente de ruptura, laceração ou obstrução do ducto torácico. OBS: a ultrassonografia do tórax pode auxiliar em localização, quantificação e características do líquido. OBS: PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO • Caráter emergencial. • Medida salvadora. Técnica: • 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular. • 5º espaço intercostal na linha hemiaxilar anterior. PERICARDIOCENTESE Definição: procedimento de alívio emergencial ao tamponamento cardíaco (acúmulo de líquido no pericárdio dificultando/impedindo contratilidade cardíaca). Indicações: • Tríade de Beck (tamponamento cardíaco): o Abafamento (hipofonese) das bulhas cardíacas. o Elevação da pressão venosa central: distensão (turgência) das veias jugulares. o Hipotensão. o Aumento da silhueta cardíaca na radiografia. • Pulso paradoxal: redução de > 10 mmHg na PAS durante a inspiração. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 • Dispneia e taquipneia. Fatores de risco: • Doenças metastáticas. • Radiação mediastinal. • Doença renal grave. • Tuberculose. • Trauma torácico. • Cirurgia cardíaca recente. OBS: tamponamento cardíaco deve ser considerado como uma possível causa de PCR em AESP (atividade elétrica sem pulso). Contraindicações: • Absolutas: não existem. • Relativas: o Derrame pericárdico traumático + instabilidade hemodinâmica (taquicardia + hipotensão) → indicação para toracotomia de emergência. o Rotura miocárdica. o Dissecção aórtica. o Discrasia sanguínea (distúrbio hemorrágico). Materiais: • Carrinho de parada com medicações para RCP. • Monitorização hemodinâmica. • Campos estéreis. • Jelco. • Seringa. • Luvas estéreis. • Quando disponível, USG à beira do leito. Anatomia palpatória: Antes de iniciar o procedimento, localize o pontode referência de superfície apropriado palpando o processo xifoide. Técnica: • Posicionamento: elevação do dorso de 30-45º. • Antissepsia. • Anestesia local (quando possível). • Campos estéreis. • Punção com agulha de raquianestesia com guia, subxifóidea com angulação de 45º em direção ao ombro esquerdo. • Acompanhar ritmo em monitorização cardíaca (atentar para elevação do segmento ST). • Aspirado conteúdo até estabilização e ausência de retorno. Cuidados pós-procedimento: • USG para visualizar diminuição do fluido e atividade cardíaca. • Radiografia de tórax (risco de pneumotórax ou derrame pleural). • Manter monitorização. Complicações: • Arritmias. • Perfuração miocárdica. • Pneumotórax. • Lesão coronariana. • Perfuração peritoneal. • Lesão hepática/gástrica. • Lesão diafragmática. OBS: A pericardiocentese guiada por ultrassom é recomendado, pois permite a visualização direta da agulha conforme ela entra no derrame pericárdico e pode ajudar o médico a determinar qual abordagem tem maior probabilidade de drenar o líquido pericárdico com sucesso. OBS: A técnica às cegas está associada a uma taxa superior de complicações do que as técnicas guiadas por ultrassonografia ou cardiografia e, portanto, deve ser realizada apenas em caso de emergência. VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL Definição: é a introdução de um tubo para assegurar controle definitivo da via aérea, possibilitando a ventilação controlada, além de possibilitar a aspiração das vias respiratórias e protegê-las de aspiração. Indicações: qualquer situação em que seja necessária uma via respiratória definitiva. • Parada cardíaca ou respiratória. • Falha em proteger a via aérea de aspiração. • Oxigenação ou ventilação inadequadas. • Obstrução iminente ou existente de via aérea. • Cuidado do doente com doença multissistêmica ou traumatizado (escala de coma de Glasgow ≤8). • Controle de via aérea durante procedimentos que requerem anestesia geral. Contraindicações: • Absoluta: nenhuma. • Relativa: o Fratura instável da coluna cervical: a intubação deve ser realizada com rigoroso alinhamento e estabilização da coluna cervical. o Trauma facial grave: os debris e o sangue podem impedir a visualização das pregas vocais (cricotireotomia deve ser considerada nesta situação). Preditores de via aérea difícil: • Tumores, trauma, queimadura, edema e infecções de tecidos moles da faringe ou laringe (podem distorcer a via aérea, tornando a intubação endotraqueal dificultosa). • Histórico de intubação difícil, mobilidade limitada do pescoço, mandíbula pequena, estruturas faríngeas pouco visíveis através da boca aberta com a língua extrusada, capacidade limitada de abrir a boca, ou uma proeminência laríngea próxima ao mento. OBS: via aérea difícil é definida quando a intubação traqueal por laringoscopia convencional requerer mais de 3 tentativas ou demorar mais de 10 minutos para ser realizada. Classificação de Mallampatti: Classe I: palato mole, fauce, úvula e pilares amidalinos visíveis. Classe II: palato mole, fauce e úvula visíveis. Classe III: palato mole e base da úvula visíveis. Classe IV: palato mole totalmente não visível. Classificação de Comarck e Lehane: Grau I: glote bem visível. Grau II: somente a parte posterior da glote é visualizada. Grau III: somente a epiglote pode ser visualizada. Grau IV: nem a epiglote, nem a glote podem ser visualizadas. Materiais: • Luvas. • Protetor facial. • Sistema de sucção funcional. • Bolsa-válvula-máscara (Ambu) conectada a uma fonte de oxigênio. • Tubo endotraqueal com fio guia. • Seringa de 10 ml. • Estetoscópio. • Laringoscópios com lâminas apropriadas. o Os dois principais tipos de lâminas de laringoscópio são a lâmina Macintosh, que é curva, e a lâmina Miller, que é reta. o Uma lâmina Macintosh tamanho 3 ou 4 ou uma lâmina Miller tamanho 2 ou 3 pode ser usada na maioria dos pacientes adultos. Preparação: • Certifique-se de que todo o equipamento esteja prontamente acessível e funcionando, que o pessoal esteja devidamente preparado e que o consentimento informado por escrito tenha sido obtido do paciente ou do representante de saúde do paciente, se a situação clínica permitir. • Infle o balão (cuff) do tubo endotraqueal para verificar se há vazamentos. • Insira o fio-guia no tubo endotraqueal, mantendo a curva natural do tubo. • Certifique-se de que a ponta do fio-guia não ultrapassa a extremidade do tubo. • Obtenha acesso intravenoso e coloque o paciente em um monitor se o tempo e as condições permitirem. • Coloque o paciente na posição do “cheirador” ou “olfativa” (sniff position), colocando um travesseiro ou toalha dobrada sob o occipital do paciente (essa combinação de flexão do pescoço e extensão da cabeça melhora o alinhamento dos eixos da cavidade oral, faringe e laringe, facilitando a visualização ideal das cordas vocais). VINÍCIUS GABRIEL XAVIER DA COSTA – MEDICINA TIRADENTES – ETAPA 7 • Se a situação clínica permitir, pré-oxigenar o paciente, fazendo com ele respire oxigênio a 100% através de um Ambu por pelo menos 3 minutos antes da intubação. • Remova as próteses superiores e inferiores do paciente, se houver, imediatamente antes da laringoscopia. • Solicitar que um dos assistentes aplique uma pressão firme na cartilagem cricóide: o Manobra de Sellick: comprime as paredes flexíveis do esôfago entre a cartilagem cricóide e as vértebras cervicais, prevenindo teoricamente a regurgitação passiva do conteúdo gástrico. Técnica: • Posicione seu corpo de forma que seus olhos fiquem longe o suficiente do paciente para facilitar a visão binocular. • Enquanto segura o laringoscópio com a mão esquerda, abra a boca do paciente com a mão direita. • Insira a lâmina do laringoscópio à direita da língua do paciente. • Gradualmente, mova a lâmina para o centro da boca, empurrando a língua para a esquerda. • Avance lentamente a lâmina e localize a epiglote. • Se estiver usando uma lâmina curva, coloque a ponta na valécula epiglótica, que fica entre a base da língua e a epiglote. • Com a ponta da lâmina posicionada corretamente, levante o laringoscópio para cima e para frente em um ângulo de 45 graus para expor as cordas vocais. • Enquanto segura o tubo endotraqueal com a mão direita e mantém a visão das cordas vocais, insira o tubo endotraqueal no lado direito da boca do paciente. • Passe o tubo pelas cordas vocais até que o balão desapareça na traqueia. • Remova o fio guia e avance o tubo até que o balão esteja 3 a 4 cm além das cordas vocais. • Infle o balão endotraqueal com ar. • A extremidade do tubo endotraqueal deve situar- se no meio da traqueia, 3 a 7 cm acima da carina. • Confirme a colocação adequada do tubo esofágico auscultando o epigástrio durante a ventilação com pressão positiva. • Ausculte ambos os pulmões (lobos superior e inferior) para confirmar que há movimento de ar bilateral igual. • Fixe o tubo endotraqueal à cabeça do paciente com esparadrapo depois de confirmar que o tubo está na posição correta. Complicações: • Intubação esofágica não reconhecida (pode levar a hipoxemia, hipercapnia e morte). • Vômitos. • Aspiração do conteúdo gástrico, causando pneumonite ou pneumonia. • Bradicardia. • Laringoespasmo. • Broncoespasmo • Apneia. • Trauma nos dentes, lábios e cordas vocais e exacerbação de lesões na coluna cervical também podem ocorrer. OBS: técnicas básicas de manejo de vias aéreas. Manobra de elevação do mento (Chin-Lift): indicada para pacientes de agravos clínicos nas quais não há suspeita de lesão raquimedular ou história de trauma. Manobra de tração da mandíbula (Jaw Thrust): indicada para pacientes de agravos traumáticos emque há suspeita de lesão raquimedular e/ou história de trauma.