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EM PEDIATRIA Olá! Tudo bem? Preparei esse material para te ajudar a prestar uma orientação farmacêutica de qualidade quando o assunto é criança! 1 Eu espero que seja útil e que você goste! Sem medo, de forma segura e assertiva, para que você tenha mais credibilidade como profissional e, principalmente, que ajude verdadeiramente na promoção e proteção da saúde das crianças da melhorforma que você puder. 2 O método que trabalho na orientação para crianças se baseia em compreender as principais doenças que se manifestam na infância e partir daí, selecionar medicamentos ideais, medicamentos que chamo de “medicamentos-chave”, para não precisar de você decorartodos os medicamentos possíveis que tem na farmácia para criança. Se você tiver um protocolo de atendimento bem elaborado já vai te ajudar muito. E é isso que nós vamos ver nesse módulo de Orientação Farmacêutica em Pediatria. A orientação de medicamentos para crianças é um desafio no dia a dia do farmacêutico. Muitas vezes nos sentimos inseguros e as dúvidas são muitas: Quais remédios são seguros? A partir de qual idade? Qual a dosagem? E uma série de outras questões que acabam nos impedindo de fazer uma orientação com segurança e muitas vezes encaminhamos ao pediatra, com medo de errar na indicação. 3 Abordaremos as principais doenças que se manifestam na infância e os principais tratamentos, farmacológicos e não farmacológicos. Assim você terá condições de elaborar um protocolo de atendimento, do seu jeito, considerando as informações mais importantes. As enfermidades que veremos são: Prisão de Ventre Febre Viroses (contaminações) Gastroenterite Gripes e resfriados (incluindo dor de garganta) Dor de ouvido Alergias Refluxo gastroesofágico Doeça mão-pé-boca Doenças infecciosas 4 A PRISÃO DE VENTRE acomete com frequência às crianças desde as bem pequenas até crianças maiores. Pode provocar fezes duras e secas, dor e inchaço da barriga, o que pode levar a criança a sentir-se desconfortável e, acontece quando os movimentos do intestino ocorrem com menos frequência do que o habitual, acumulando as fezes. As principais queixas são: barriga dura, dor na barriga, dificuldade de evacuar. O QUE CAUSA: basicamente é a alimentação com poucas fibras e a ingestão inadequada de água e outros líquidos. Pode ser causada por intolerância alimentar ao glúten e também devido a utilização de medicamentos contendo ferro, por exemplo. 5 O QUE PODEMOS PRESCREVER: LACTULOSE: é um açúcar que não é absorvido pelo intestino. Ele promove o acúmulo de água no intestino, amolecendo as fezes e facilitando a evacuação. DOSE: Até 5mL por dia em crianças menores de 1 ano. Dividir em 3 tomadas de 1 ou 1,5mL (8/8 horas) até a criança conseguir evacuar normalmente. 5mL até 10mL por dia em crianças acima de 1 ano, até 5 anos. Dividir em 3 tomadas de 3mL (8/8 horas)até a criança conseguir evacuar normalmente SUPOSITÓRIO DE GLICERINA: atuam de forma local, sem absorção, lubrificando e amolecendo as fezes. DOSE: Aplicar 1 supositório por dia. Ele começa a agir cerca de meia hora depois. Pode ser usado em crianças de qualquer idade. 2,5mL 3x ao dia, para crianças de 2 a 5 anos. 5mL 3x ao dia, para crianças entre 5 e 8 anos. 7,5mL 3x ao dia, para crianças entre 8 e 12 anos. 10mL 3x ao dia, para crianças acima de 12 anos. 6 ENEMAS: contém sorbitol e lautilsulfato de sódio na sua composição. Elesamolecem as fezes e normalizam o ritmointestinal. DOSE: aplicar o conteúdo da bisnaga no ânus, até 2x ao dia se for necessário. Pode ser usado em crianças acima de 2 anos. LEITE DE MAGNÉSIA: estimula o trânsitointestinal, facilitando a eliminação das fezes; DOSE: 7 ÓLEO MINERAL: Lubrifica e amolece as fezes, facilitando a evacuação DOSE: 2,5mL 3x ao dia, para crianças de 2 a 5 anos. 5mL 3x ao dia, para crianças entre 5 e 8 anos. 7,5mL 3x ao dia, para crianças entre 8 e 12 anos. 10mL 3x ao dia, para crianças acima de 12 anos. Orientações não medicamentosas: Aumentar o consumo de água e sucos Se for lactente, a mãe precisa se alimentar com mais fibras e diminuir o consumo de alimentos constipantes, como farinha branca; Aumentar o consumo de alimentos rico sem fibras Diminuir o consumo de pães, biscoitos e doces. O uso de frutas, como mamão e ameixa, é recomendado para crianças que já se alimentam normalmente. Para bebês, pode ser oferecido a água com ameixa. Inserir mingau de aveia na alimentação. Se a prisão de ventre estiver muito constante, consultar o pediatra para investigar a existência de intolerância alimentar ou problemas intestinais. O uso de probióticos pode ser indicado, como forma de regular o funcionamento do intestino. 8 FEBRE: Em crianças, a febre indica que algo não está normal no organismo. Crianças pequenas costumam apresentar febre cerca de 2 dias antes de se manifestar alguma doença. E muitas vezes a doença nem chega a aparecer, pois o organismo consegue estabelecer mecanismos de defesa eficazes. O QUE É FEBRE: Elevação da temperatura corporal, com objetivo de defesa. Quando é febre na criança: 9 Se criança tiver menos de 6 meses, qualquer febre deve ser investigada. Dispense o medicamento, mas oriente consulta com pediatra. Se a criança tiver mais de 6 meses, dispense o medicamento e oriente ao cuidador que se não passar em 48h,deve consultar o pediatra para investigar. Se a criança vomitar antes de completar 15 minutos que tomou o medicamento, repita a dose inteira. Se vomitar entre 15 e 30 minutos após tomar o medicamento, repetir metade da dose. Se vomitar após 30 minutos, não há necessidade de repetir. Métodos alternativos como banho morno ou frio, fazer compressa de água fria na testa, calçar meias embebidas de álcool ou colocar pano com álcool nas axilas funciona muito bem. Em caso de convulsão, dar banho frio imediatamente e levar para a emergência. Orientações gerais: 10 VIROSES: Depois de uma febre, normalmente aparecem as chamadas viroses. Viroses, teoricamente, são todas as doenças provocadas por vírus. Mas, na prática, chamamos de viroses as doenças mais comuns como diarreia, gastroenterite e infecções de garganta. Além da febre, os principais sintomas da virose, quando afeta garganta e vias respiratórias são: Falta de apetite Apatia Choros frequentes ·Coriza Nariz entupido Tosse Viroses no trato gastrointestinal se apresentam com os sintomas: Falta de apetite Apatia Diarreia Vômito 11 Comumente, as febres das viroses são febres mais baixas, porém persistentes. É comum que se administre o medicamento e cerca de 3horas depois a febre voltar, por isso que é importante indicar alternar os medicamentos a cada 3 horas (dipirona e paracetamol ou dipirona e ibuprofeno ou paracetamol e ibuprofeno). Uma importante diferença entre viroses e infecções bacterianas, é que as infecções bacterianas costumam provocar febre mais alta e “derrubam” mais a criança. Na garganta, essas infecções bacterianas, além da irritação(vermelhidão), há formação de placas de pus (essas placas são brancas). Infecções na garganta, tanto por vírus quanto por bactérias, podem causar inchaço nas glândulas do pescoço, abaixo da orelha, conhecidas como ínguas. 12 Infecções de garganta são comuns na infância, pois é quando o sistema imunológico ainda está sendo formado. O tipo viral ocorre com maior frequência até os 2 anos, sendo comum que aconteça até 3 episódios ao ano. O contágio se dá por saliva e outras secreções, por isso crianças que frequentam creches apresentam mais essas infecções. Os sintomas deixam de incomodar após 3 dias. Já as bactérias desencadeiam um quadro mais intenso. É mais comum entre 3 e 6 anose é necessário o uso de antibióticos. É importante que o ibuprofeno só seja indicado se não houver suspeita de dengue. Além disso, por poder causar danos renais, deve ser indicado por poucos dias quando se trata de criança (até 5 dias). O cuidador deve ser orientado a oferecer mais líquido para a criança e observar se a urina vai estar na frequência e no volume normais. O ibuprofeno é especialmentebom quando o problema é na garganta ou no ouvido. 13 Seja virose acometendo o trato respiratório ou o trato gastrointestinal, é muito importante orientara ingestão de água e repouso. Essas viroses são autolimitadas e tendem a melhorar entre 1 semanaa 10 dias. INFECÇÃO DE OUVIDO (OTITE): Surge quando há acúmulo de secreção no canal auditivo,normalmente devido a gripes e resfriados. Em bebês, pode acontecer no próprio leite escorrer ou ficar água após o banho. Essas secreções favorecem o crescimento de bactérias, que provocam febre e dor intensa. É normal que a criança apresente infecção no ouvido pelo menos uma vez até completar 5 anos. Em bebês, é preciso estar atento ao choro intenso, febre e sensibilidade quando encosta o dedo no ouvido dele. 14 A maioria dos casos de infecção de ouvido requer o uso de antibiótico. Na farmácia, podemos indicar o uso de anti-inflamatórios orais, como ibuprofeno gotas. Podemos indicar, também, medicamentos otológicos com antibióticos como o oto-xilodase, que contém neomicina, lidocaína e hialuronidade. A neomicina é antibiótico de amplo espectro, a lidocaína é anestésico, o que alivia a dor. A presença da hialuronidase permite ao antibiótico atingir diretamente o ouvido médio, levando ao desaparecimento dos sintomas de dor e febre; ela é uma enzima que age por despolimerização do ácido hialurônico, um mucopolissacarídeo, componente essencial do tecido conjuntivo. A hialuronidase atua como um fator de difusão enzimático, que promove a difusão do anestésico e do antibiótico, permitindo uma rápida resolução da inflamação auricular, evitando na maioria dos casos, a paracentese. 15 DOSE DO OTO-XILODASE: Crianças acima de 2 anos até 5 anos: 2 gotas, de 6/6 horas. Crianças acima de 5 anos até 12 anos: 4 a 5 gotas, de 6/6horas. Orientação importante: após pingar o medicamento, tampar o ouvido com algodão por pelo menos meia hora. ALERGIA: Muitas crianças apresentam alergia. É uma situação normal, pois na infância o sistema imunológico está sendo desenvolvido. Os processos alérgicos de origem alimentar são normalmente provocados por alguma proteína, conservante ou corante, causando dores abdominais, coceira, erupções na pele e até dificuldade respiratória. Exemplos: Leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e peixe podem ser ingredientes causadores desses episódios. 16 A alergia leite (lactose ou proteína) é a mais comum na infância e pode apresentar sangue nas fezes como sintoma adicional. O tratamento, nesse caso, é retirar da dieta o alimento. Quando o problema é a lactose, existem medicamentos que contêm a enzima lactase na composição e podem ser usados em situações emergenciais, quando a criança comeu algo com lactose. Quando a criança está em fase de amamentação, pode ser necessário excluir alguns itens da alimentação materna, já que ele pode passar para o bebê por meio do leite. A alergia no trato respiratório pode se manifestar como rinite, que é caracterizada por coriza, espirros e congestão nasal. Pode se manifestar, também, em forma de asma. Nesse caso acomete os brônquios, ocasionando dificuldade respiratória, chiado no peito e tosse e outras complicações. 17 Os alérgenos, ou agentes causadores de alergia, podem ser ácaros, presentes em roupas e cobertores, pólen, poeira, pelos de animais e outros. Algumas crianças desenvolvem alergias respiratórias dependendo da alimentação. Corantes, por exemplo, são grandes causadores de alergias respiratórias. O tratamento tem como estratégia a prevenção, ou seja, manter a criança longe do fator desencadeante da alergia. É importante o ambiente que a criança vive sempre limpo e arejado, evitando bichos de pelúcia e outros objetos que possam acumular poeira. Outra coisa que pode causar alergia são as picadas de inseto. Elas provocam coceira e vermelhidão, que duram até dez dias. 18 TABELA DE INDICAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA ALERGIA EM CRIANÇAS 19 20 REFLUXO GASTROESFOFÁGICO: é uma condição extremamente comum em crianças, especialmente em bebês. Isso acontece por uma causa anatômica. Existe uma válvula entre o final do esôfago e o início do estômago. Essa válvula se chama esfíncter esofágico inferior. Ela se abre para o alimento chegar no estômago e se fecha quando o alimento chega. Nos bebês essa válvula não fecha ou fica a maior parte do tempo aberta, porque ainda não está totalmente formada. Por isso, o alimento volta. Essa volta de alimentos e de ácido gástrico é que se chama refluxo. O refluxo é um fenômeno comum e nos bebês, acomete 80% deles, e se manifesta por regurgitações frequentes, que a gente conhece como golfadas. Na maioria dos casos é benigno e não necessita de medicamentos. Os fatores que intensificam o refluxo em bebês são: Permanecer grande parte do tempo deitado; Ter alimentação líquida; A quantidade ingerida a cada mamada. Quando maior a quantidade de leite, maior aprobabilidade de regurgitação. 21 Em geral, as regurgitações melhoram a partir dos 6 meses de idade, podendo ter duração e ser consideradas normais até os 18 meses. Quando interfere no ganho de peso da criança Quando provoca vômitos frequentes Quando provoca complicações respiratórias como tosse, rouquidão e até mesmo asma Quando danifica o esôfago, provocando esofagite Quando provoca muita irritação na criança Quando é oriundo de alergia alimentar, como intolerância à lactose e ao glúten. O que não é normal, ou seja, o que é um refluxo patológico? 22 O diagnóstico do refluxo é dado pelo médico. Cabe a nós, Farmacêuticos, identificar os sintomas para encaminhar o paciente ao médico, bem como orientar sobre medidas não farmacológicas para melhorar a qualidade de vida da criança. Podemos, ainda, recomendar medicamentos para alívio de sintomas como é do caso do hidróxido de alumínio + hidróxido de magnésio + simeticona. E devemos prestar orientação farmacêutica sobre os principais medicamentos que são prescritos pelo médico. São medidas não farmacológicas: Suspender a cabeceira da cama ou do berço, de maneira que a cabeça fique posicionada mais alta que o corpo. No caso de bebês, esperar arrotar após cada mamada e esperar cerca de 20 minutos para deitá-lo. Ainda no caso de bebês, diminuir a quantidade em cada mamada e aumentar a frequência de mamadas. Para crianças maiores, não deitar logo após se alimentar. Evitar a posição de bruços para não apertar o abdômen. 23 Os principais medicamentos prescritos para criançascom refluxo são a domperidona e a bromoprida, além do hidróxido de alumínio + hidróxido de magnésio + simeticona. DOMPERIDONA: antagonista da dopamina com propriedades antieméticas. Favorece o movimento peristáltico, ou seja, “empurra o medicamento para baixo”, evitando que ele volte sob a forma de refluxo. Ele é seguro e raramente provoca efeitos extrapiramidais e sonolência. Em relação à dosagem, a seringa dosadora da forma farmacêutica em suspensão mostra a quantidade de mL de um lado e o peso em outro. Você deve ensinar ao cuidador como manusear, conforme quadro abaixo. A domperidona é eficaz se usada preferencialmente de 8/8 horas, podendo ser usada também de 12/12 horas. Ela é de uso contínuo para crianças com refluxo. 24 Imagem retirada da bula oficial do Motilium. 25 BROMOPRIDA: é utilizada mais especificamente em episódios de vômitos, que são comuns em crianças com refluxo. Sua ação consiste em aumentar a amplitude das contrações gástricas, relaxar o esfíncter pilórico e aumentar o trânsito intestinal, evitando assim que haja o vômito. A posologia recomendada para crianças abaixo de 30 quilos é 1 gota por quilo, de 8/8 horas. A Bromoprida pode provocar sono e inquietação. 26 DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA: É uma enfermidade que atinge a crianças abaixo de 5 anos de idade. Ela é provocada por um vírus, que além dessa doença, pode causar aftas. A doença mão-pé-boca é altamente contagiosa. A transmissão é por via oral fecal, através do contato direto com pessoas ou com fezes, saliva, secreções de uma pessoa contaminada. Existem 3 sinais que ajudam a identificar essadoença: Febre alta nos dias anteriores às lesões; Aparecimento de manchas vermelhas com vesículas (calombinhos) brancos, na boca, faringe e amídalas. Essas vesículas podem se romper e evoluir para ulcerações muito dolorosas. Surgimento de pequenas bolhas na palma das mãos e nas plantas dos pés, que podem surgir também nas nádegas e nos órgãos genitais. Além desses sintomas clássicos, a criança pode apresentar apatia, mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia. 27 É muito importante manter a criança hidratada, tanto com água, quando com outros líquidos não ácidos. Podem ser utilizados medicamentos para dor e febre, como paracetamol e dipirona, e também o ibuprofeno, que por ser anti-inflamatório, ajuda a melhorar as lesões. Podem ser usados, também, pomada de neomicina+bacitracina nas lesões da pele. Os cuidadores devem ser orientados que mesmo depois de recuperada, a criança pode transmitir o vírus através das fezes durante aproximadamente 4 semanas. 28 DOENÇAS INFECCIOSAS TÍPICAS DA INFÂNCIA: Doenças de etiologia viral que costumam deixar imunidade permanente, sendo a maior incidência na primavera e inverno. Não existe tratamento específico, apenas a administração de medicações para aliviar sintomas, como a febre. porém é importante ficar atento à criança. Se ela apresentar: sonolência incomum, recusar beber líquidos, dor de ouvido, taquipnéia, respiração ruidosa ou cefaléia intensa faz-se necessário procurar um médico, pois estes são alguns sinais de alerta para possíveis complicações dessas doenças. Via de Transmissão: aérea, pela mucosa respiratória ou conjuntival. Período de Incubação: 8 a 12 dias SARAMPO 29 Manifestações: febre (geralmente elevada, alcançando o máximo no aparecimento do exantema), manifestações sistêmicas, coriza, conjuntivite, tosse, exantema característico, podendo apresentar também: cefaléia, dores abdominais, vômitos, diarréia, artralgias e mialgia, associados a prostração e sonolência, quadro que pode dar a impressão de doença grave. Um sinal patognomônico da doença é o aparecimento das manchas de Koplick - pontos azulados na mucosa bucal que tendem a desaparecer. Manifestações Clínicas: as lesões cutâneas, aparecem no 14º dia de contágio, são máculo- papulosas avermelhadas, isoladas uma das outras e circundadas por pele não comprometida, podendo confluir. Começam no início da orelha, após 24 horas são encontradas em: face, pescoço, tronco e braços, e após 2 ou 3 dias: membros inferiores e desaparecendo no 6º dia. As lesões evoluem para manchas pardas residuais com descamação leve. A temperatura tende a se normalizar no quarto dia de exantema. Período de Transmissibilidade: começa 2 a 4 dias antes do período prodrômico e vai atéo 6º dia do aparecimento do exantema. 30 RUBÉOLA: Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas contaminadas Período de Incubação: 14 a 21 dias Manifestações Prodrômicas: em crianças não existem pródromos da doença, mas em adolescentes e adultos, o exantema pode ser precedido por 1 ou 2 dias de mal-estar, febre baixa, dor de garganta e coriza discreta. Manifestações Clínicas: 7 dias antes da erupçãocutânea, percebe-se um aumento dos gânglios cervicais, retroauriculares e occiptais. As lesões cutâneas são máculo-papulosas, de coloração rósea e às vezes confluentes. Iniciam na face, pescoço, tronco, membros superiores e inferiores em menos de 24 horas. Na maioria dos casos, a erupção permanece por 3 dias. Existem muitos indivíduos que apresentam a infecção inaparente. Período de Transmissibilidade: começa 1 semana antes do aparecimento de exantema até 5 dias após o início da erupção cutânea. Importante: por ser uma doença teratogênica, recomenda-se que os indivíduos acometidos fiquem em casa evitando o contágio de mulheres grávidas. 31 CATAPORA (VARICELA): Via de Transmissão: por contato direto, por meio de gotículas infectadas, mas em curtas distâncias. Também pode ser transmitido por via indireta, através de mãos e roupas. Período de Incubação: 14 a 17 dias Manifestações Clínicas: exantema é a primeira manifestação da doença. As lesões evoluem em menos de 8 horas: máculas > pápulas > vesículas > formação de crosta. As crostas costumam cair em 7 dias até 3 semanas, se houver contaminação. Neste caso ou se houver remoção prematura da crosta deixa cicatriz residual. As lesões acometem predominantemente tronco, pescoço, face, segmentos proximais dos membros, poupando palma das mãos e planta dos pés. Aparecem em surtos de 3 a 5 dias, por isso pode-se visualizar em uma mesma área a presença de todos os estágios de lesão. A intensidade varia de poucas lesões, surgidas de um único surto, a inúmeras lesões que cubram todo corpo, surgidas em 5 ou 6 surtos, no decurso de 1 semana. A febre costuma ser baixa e sua intensidade acompanha a intensidade da erupção cutânea. Manifestações Prodrômicas: curto (24 horas), constituído de febre baixa e discretomal-estar. 32 Período de Transmissibilidade: desde 1 dia antes do aparecimento de exantema até 5 dias após o aparecimento da última vesícula. Importante: evite que a criança coce as lesões, evitando a contaminação local e cicatrizes residuais. Se a coceira for muita, procure um médico que indicará métodos para aliviar o prurido 33 CAXUMBA (PAROTIDITE EPIDÊMICA): Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas contaminadas e contato oral com utensílios contaminados Período de Incubação: 14 a 21 dias. Manifestações Prodrômicas: passa desapercebido, só se notando a doença quando aparecem dor e edema da glândula Manifestações Clínicas: aumento das parótidas, que é uma glândula situada no ramo ascendente da mandíbula. Pode afetar um ou ambos os lados do rosto. Irá se apresentar mole, dolorosa a palpação, sem sinais inflamatórios e sem limites nítidos. Com o edema da parótida há uma elevação da febre e dor de garganta. Período de Transmissibilidade: 3 dias antes do edema da parótida, até 7 dias depois do inchaço ter diminuído. Importante: recomenda-se o repouso, sendo obrigatório para adolescentes e adultos, principalmente do sexo masculino. 34 Doença infecciosa endêmica e epidêmica, de origem bacteriana, sendo uma importante causa de morbi-mortalidade em crianças de baixa idade, principalmente em crianças não- imunizadas. Sua imunidade, também, parece ser permanente após a doença e não há influência sazonal evidente nos picos de incidência. COQUELUCHE: Via de Transmissão: contato direto através da via respiratória. Período de Incubação: varia entre 6 e 20 dias Manifestações Clínicas: dura de 6 a 8 semanas, sendo que o quadro clínico depende da idade e grau de imunização do indivíduo. É dividida em estadios: (1) Estádio catarral - dura de 1 a 2 semanas e é o período de maior contagiosidade. Caracterizado por secreção nasal, lacrimejamento, tosse discreta, congestão conjutival e febre baixa. (2) Estádio paroxístico - dura de 1 a 4 semanas (ou mais). Há uma intensificação da tosse manifestada em crises, frequentemente mais numerosas durante a noite. (3) Estádio de convalescença acessos são menos intensos e menos frequentes. 35 Importante: por ser uma patologia bacteriana faz-se necessário a introdução de antibioticoterapia e isolamento respiratório por 5 dias após o início da administração medicamentosa, ou por 3 semanas após o começo do estádio paroxístico, se a antibioticoterapia for contra-indicada. Faz-se necessário a hospitalização de lactentes com problemas importantes na alimentação, crisesde apnéia e cianose, e pacientes com complicações graves. Procurar evitar fatores desencadeantes de crises como temor, decúbito baixo, permanência em recintos fechadose exercícios físicos.Procurar manter nutriçãoe hidratação adequada. 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA Guia Médico da Família. São Paulo: Best Seller, 1994. FIORE, F.F. Caxumba. In: MARCONDES, E. Pediatria Básica. 8ºed. São Paulo: Sarvier, 1994. p. 959-960 LEÃO, E. et al Pediatria Ambulatorial. 2ºed. Belo Horizonte: Cooperativa Editora eCultura Médica, 1989. OSELKA, G.W. Doenças Exantemáticas Virais. In: MARCONDES, E. Pediatria Básica. 8ºed. São Paulo: Sarvier, 1994.p. 965-979 PENNA, H.A.O. Coqueluche. In: MARCONDES, E. Pediatria Básica. 8ºed. São Paulo:Sarvier, 1994. p. 992- 996 Bulário da ANVISA Todos os direitos reservados para: Sarah Faria @sarahbvfaria Imprima, tire uma foto com o seu material para postar no instagram e me marque: @sarahbvfaria