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Fisc. Intern. 3 Concurso de normas 4CF 2S 23

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FISCALIDADE INTERNACIONAL
CONCURSO DE NORMAS E DUPLA TRIBUTAÇÃO 
III
Mestre: Aniceto Ngwênya
Maputo, 09 de Agosto de 2023
3 – Concurso de normas na dupla tributação 
▪ Concurso de normas – quando o mesmo facto se integra na
previsão de duas normas diferentes.
▪ Há concurso de normas no Direito Fiscal Internacional –
quando o mesmo facto se integra na hipótese de incidência de
duas normais tributárias materiais distintas (de dois Estados),
dando orígem à constituição de mais do que uma obrigação de
imposto.
▪ Portanto, a dupla tributação internacional tem dois
requisitos: a identidade do facto e a pluralidade de normas.
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3 – Concurso de normas na dupla tributação 
3.1 – Identidade do facto
▪ Não há dupla tributação quando normas distintas recaem sobre
factos diversos.
3.1.1 – A regra das quatro identidades
▪ Para que haja identidade do facto, é necessária (i) a identidade 
do objecto, (ii) a identidade do sujeito, (iii) a identidade do 
período tributário e (iv) a identidade do imposto.
▪ A identidade do período só é exigível nos impostos períodicos 
por natureza, como o imposto sobre o rendimento e o capital, 
não se aplicando aos impostos sobre a transmissão de bens a 
título gratuito ou sobre o consumo, em que releva o critério da 
identidade do objecto, ou seja, a identidade da transmissão do 
bem ou da mercadoria.
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3 – Concurso de normas na dupla tributação
3.1 – Identidade do facto
3.1.2 – O problema da identidade dos sujeitos
▪ Para que exista a dupla tributação jurídica internacional é
necessária a identidade do sujeito, ou seja, a mesma pessoa
jurídica que sofre a carga fiscal de dois poderes tributários
distintos.
▪ Já na dupla tributação económica internacional a carga fiscal é
suportada por duas pessoas jurídicas distintas, ou seja, a
identidade do objecto coexiste com a diversidade dos sujeitos.
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3.2 – Pluralidade de normas
3.2.1 – Dupla tributação internacional e interterritorial
▪ Na dupla tributação internacional as normas em concurso 
devem pertencer a ordenamentos fiscais distintos; ou seja, a 
sistemas fiscais de Estados soberanos.
▪ Contudo, a “colisão de sistemas fiscais” pode verificar-se dentro 
do mesmo Estado (Estado Federal) entre Estados Federados; o 
que resulta na dupla tributação interterritorial (inter estadual).
▪ A dupla tributação interterritorial elimina-se com a intervenção 
do poder central através da imposição aos Estados Federados 
de regras de conflito próprias em cada sistema ou pela adopção 
de um sistema único especial de normas de conflitos para reger 
os concursos de pretensões tributárias dentro do Estado 
Federal.
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3.2 – Pluralidade de normas
3.2.2 – Concurso de competências
▪ Há dupla tributação horizontal quando o concurso de pretensões 
tributárias verifica-se no mesmo “nível de governo” em um 
facto que tenha conexão com mais do que um território. (entre 
Estados distintos).
▪ Quando a dupla tributação verifica-se entre “níveis de governo” 
diferentes todos com jurisdição sobre o mesmo território; ou 
seja, entre o Estado Federal e o Estado Federado exigindo 
ambos tributo idêntico sobre o mesmo facto, teríamos uma 
dupla tributação vertical.
▪ Portanto, o concurso de competências verifica-se nos casos em 
que a pluralidade de pretensões advenha da pluralidade de 
entes públicos com jurisdição no mesmo território. O que 
resulta numa dupla tributação interterritorial.
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3.2 – Pluralidade de normas
3.2.3 – Concurso aparente e dupla tributação virtual
▪ Dupla tributação virtual – quando o mesmo facto recai na esfera 
de incidência de duas normas, não havendo, aplicação concreta 
de ambas, ou havendo apenas aplicação de uma. (ocorre um 
concurso aparente de normas).
▪ Verifica-se a dupla tributação virtual por força de determinadas 
regras existentes à época da ocorrência dos factos, sendo que 
a aplicabilidade de uma delas é excluída por força da exclusiva 
aplicabilidade da outra. (regras inseridas na legislação fiscal ou 
de tratados para evitar a dupla tributação).
▪ Na dupla tributação efectiva ocorre a aplicação concreta das 
duas normas distintas ao mesmo facto; ou seja, verifica-se aqui 
um concurso real de normas. 
▪ Na dupla tributação efectiva ocorre concurso real de normas 
devido à inexistência de mecanismos que paralisem a eficácia 
de uma delas.
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3.2 – Pluralidade de normas
3.2.4 – Duplicação de pretensões
▪ Há duplicação de pretensões quando, estando paga por inteiro
um tributo, se exigir da mesma pessoa ou de diferente pessoa
um outro, de igual natureza, referente ao mesmo facto
tributário e ao mesmo período de tempo.
▪ Aqui não há concurso de pretensões, mas sim uma só
pretensão duplamente exigida.
▪ Na duplicação da colecta não se exige a identidade do sujeito,
sendo bastante a identidade do objecto, do período e do
imposto.
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3.2 – Pluralidade de normas
3.2.5 – Concurso, conflito e cúmulo de pretensões
▪ A dupla tributação jurídica internacional traduz-se num
concurso real de normas.
▪ As normas em concurso são obrigacionais, reguladoras de
obrigações de impostos; por isso, resultam num concurso de
pretensões. (créditos tributários delas derivados).
▪ Na dupla tributação jurídica internacional não se verifica conflito
de normas, pois as normas em concurso não se excluem
reciprocamente de modo que uma delas pode ser aplicada; mas
sim, uma aplicação autónoma e independente de que resulta a
produção conjunta das consequências jurídicas de ambas.
▪ Verifica-se a figura do concurso real cumulativo, do cúmulo de
normas ou do cúmulo de pretensões.
▪ A atenuação ou eliminação desse cúmulo constituí o objecto
das medidas tendentes a evitar a dupla tributação.
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