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Aula 01
PM-PB (Oficial) Direito Penal Militar-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos
Aula 01
15 de Setembro de 2021
 
 1 
Sumário 
Considerações Iniciais ......................................................................................................................................... 4 
Do Crime ............................................................................................................................................................. 4 
Concurso de Agentes ........................................................................................................................................ 16 
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 21 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 28 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 31 
Resumo .............................................................................................................................................................. 32 
 
 
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 4 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Olá amigo concurseiro! 
Hoje daremos continuidade ao nosso estudo do Direito Penal Militar. Repito que a nossa matéria é de 
fundamental importância no seu concurso. Digo isso porque, apesar de ser relativamente pouco conteúdo, 
acertar essas questões certamente será o seu diferencial em relação aos demais candidatos. 
Os exercícios certamente serão sua principal ferramenta na preparação para a prova. Na maioria das aulas 
será difícil encontrar muitas questões sobre os assuntos, e talvez eu tenha que usar de criatividade e inventá-
las. Mantenha o foco nas explanações teóricas e não perca tempo com as discussões jurídicas que não são 
relevantes para o concurso, ok? 
Ao longo do curso estarei disponível tanto no fórum quanto no e-mail e também nas redes sociais. Se você 
tiver qualquer dúvida ou precisar de alguma orientação, basta me procurar. 
DO CRIME 
Existem várias maneiras de definir o crime. Para nós importa a definição analítica (dogmática), e para tal 
devemos lembrar de duas das teorias mais famosas: a teoria tripartite, segundo a qual o crime é fato típico, 
antijurídico e culpável; e a teoria bipartite, que exclui a culpabilidade da definição analítica de crime. Para 
os adeptos desta teoria, portanto, crime é apenas fato típico e antijurídico, e a culpabilidade é condição de 
aplicação da pena. 
Há duas principais doutrinas sobre os elementos do fato típico: o causalismo e o finalismo. 
A doutrina causalista compreende a conduta como o comportamento humano capaz de causar uma 
alteração no mundo exterior. Alguns autores dizem que os causalistas diziam que a conduta era restrita ao 
“movimento corporal”. 
Seguindo esta doutrina, o dolo faz parte da culpabilidade. Bastaria, portanto, verificar se a conduta do 
agente levou ao resultado, e isso seria suficiente para que o crime estivesse configurado. 
Veja aí a complicação... imagine que você chega a algum local e dá de cara com uma pessoa atirando em 
outra com uma arma de fogo. Segundo a teoria causal, você estaria diante de um crime de homicídio, sem 
que se discuta qual era a intenção do sujeito que atirou no outro. Hoje, porém, essa questão é encarada pela 
Doutrina de forma diferente. 
A doutrina finalista de Hans Welzel (mais aceita hoje) entende a conduta como o comportamento humano, 
voluntário e consciente, direcionado para determinado fim. Estes doutrinadores, portanto, retiraram o dolo 
do âmbito da culpabilidade e deslocaram-no para a tipicidade. A maior parte dos finalistas adota a teoria 
bipartite, mas há também quem adote a tripartite. 
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 5 
Agora a análise do evento presenciado por você precisaria ser mais detalhada. É preciso saber o que levou o 
agente a atirar na vítima. É preciso entrar na mente do agente e saber o que o motivou a adotar aquela 
conduta. Se ele reagiu imediatamente a uma agressão injusta, por exemplo, não haverá crime. A teoria 
causalista não dava atenção a essas questões. 
 
TEORIA CAUSALISTA Dolo e culpa fazem parte da 
culpabilidade 
Era suficiente analisar a 
conduta e o resultado. 
TEORIA FINALISTA Dolo e culpa fazem parte da 
conduta, que integra o fato 
típico. 
É necessário analisar a 
intenção do agente. 
Nosso problema é que o Código Penal adota a teoria finalista, mais moderna, mas o Código Penal Militar 
adota a teoria clássica causalista. Vejamos os dispositivos do CPM: 
Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou. 
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. 
O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, 
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento 
anterior, criou o risco de sua superveniência. 
 
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Vamos agora estudar as teorias que tratam da relação de causalidade. 
Segundo a teoria da equivalência dos antecedentes (teoria da conditio sine qua non), causa será todo fato 
humano sem o qual o resultado não teria ocorrido. Num primeiro olhar, o CPM parece ter adotado esta 
teoria, por força da parte final do caput do art. 29. 
Essa teoria, entretanto, tem um grave problema. A maneira como é feita a análise impõe que você vá 
retirando do fato possíveis causas e verifique se o crime ainda ocorreria, e aí a identificação de causas tende 
ao infinito. 
Imagine a seguinte hipótese: “Mévio dispara arma de fogo contra Caio, que vem a falecer em decorrência 
do ferimento”. Segundo o raciocínio da equivalência dos antecedentes, o vendedor da arma e o seu 
fabricante também teriam dado causa ao crime, não é mesmo? 
A teoria da imputação objetiva se contrapõe à equivalência dos antecedentes, dizendo que apenas haverá 
a relação de causalidade quando o sujeito tiver agido de forma a assumir o risco de produzir o resultado. 
De acordo com a teoria da causalidade adequada, causa é o antecedente mais adequado, ou mais eficaz, 
para a produção do resultado. Não basta qualquer conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido. A 
causa é o antecedente mais provável. 
O §1º é uma limitação à adoção da teoria da equivalência dos antecedentes. Este dispositivo trata da causa 
relativamente independente, que exclui a imputação quando produz o resultado por si mesma. Aqui o 
legislador está adotando a teoria da causalidade adequada. Explicarei a seguir. 
Concausa é a convergência de uma determinada conduta a uma causa inicial, contribuindo para a consecução 
do resultado. Essas causas podem ser dependentes, absolutamente independentes ou relativamente 
independentes da conduta do agente. 
As causas dependentes estão previstas no caput do art. 29: uma pessoa amarrou a vítima, e outra disparou 
a arma de fogo. Todos os agentes responderão pela mesma conduta, pois as causas são dependentes. Sem 
as duas não teria ocorrido o crime. 
Dizemos que uma causa é absolutamente independentede outra quando ela não se origina da conduta do 
agente. É caso da pessoa que ingere veneno e posteriormente é alvejada por disparo de arma de fogo, vindo 
a falecer em razão do envenenamento. Estas causas podem ser preexistentes, concomitantes ou 
supervenientes, e rompem o nexo causal. O agente, portanto, apenas responderá pelo resultado ao qual de 
causa. 
Nas causas relativamente independentes, a que mais nos interessa é a superveniente. No caso da 
superveniência, para saber se o agente responderá pelo resultado, é necessário saber se a causa 
relativamente independente é suficiente para produzir, por si só, o resultado. 
Imagine, por exemplo, que uma pessoa é alvejada por disparo de arma de fogo e é socorrida em ambulância. 
No trajeto até o hospital, o veículo bate num muro, levando a vítima a óbito. Neste caso, estamos diante de 
uma causa relativamente independente da conduta do agente. 
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De acordo com o §1º, diante de uma causa relativamente independente o agente apenas responderá pela 
conduta adotada até a superveniência. No nosso exemplo o agente responderia por tentativa de homicídio. 
Esta é uma manifestação da teoria da causalidade adequada. 
Se a causa relativamente independente não produziu por si só o resultado, será aplicável a teoria da 
equivalência dos antecedentes causais, de acordo com o caput do art. 29. 
Quanto à omissão, temos no §2º a mesma regra adotada pelo Direito Penal comum. A omissão é considerada 
causa quando o omisso tinha o dever e a possibilidade de agir para evitar o resultado danoso. 
Esse dever pode ser estabelecido por lei ou pela assunção da responsabilidade. Também é responsável 
aquele que criou o risco da ocorrência do resultado. 
Art. 30. Diz-se o crime: 
CRIME CONSUMADO 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
TENTATIVA 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
PENA DE TENTATIVA 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois 
terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. 
As regras quanto ao crime consumado e à tentativa são as mesmas do CP. Quero chamar sua atenção para 
o parágrafo único, que trata da pena aplicável em caso de crime tentado. 
A redução da pena em razão da sua não consumação deve ser, em regra, operada em função da extensão 
do iter criminis, ou seja, do caminho percorrido pelo agente entre o início da execução e a consumação. Esta 
é a teoria objetiva. 
Se a pessoa estava apenas iniciando a sua conduta, o juiz pode aplicar a diminuição no seu grau máximo, 
mas se a pessoa já estava “quase terminando”, a pena não deve ser tão diminuída assim. 
Há também no parágrafo único uma manifestação da teoria subjetiva, pois o juiz pode, considerando a 
gravidade da conduta, aplicar à tentativa a pena do crime consumado. Jorge César de Assis entende que essa 
regra perdeu totalmente sua eficácia, não sendo mais aplicável hoje, apesar de o dispositivo nunca ter sido 
declarado inconstitucional e nem revogado. 
 
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O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o juiz aplique a pena do crime 
consumado, quando a conduta for excepcionalmente grave. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado 
se produza, só responde pelos atos já praticados. 
A desistência voluntária ocorre quando o agente desiste de prosseguir com a execução. Aquele que impede 
que o resultado seja produzido pratica o arrependimento eficaz. 
Cuidado para não confundir estes dois institutos com a tentativa, que ocorre quando o agente não consegue 
atingir o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade. 
Na parte geral do CPM não existe a figura do arrependimento posterior. Na parte especial há alguns 
dispositivos que preveem o arrependimento posterior de forma específica, a exemplo do crime de furto (art. 
240 do CPM). 
O STM também entende pela inaplicabilidade do princípio da insignificância no Direito Penal Militar. O STF 
entendeu no passado que o princípio era cabível em algumas hipóteses, a exemplo de casos em que o militar 
foi surpreendido em posse de pequenas quantidades de tóxicos. Hoje, porém o STF que o princípio da 
bagatela não se aplica no Direito Penal Militar. 
CRIME IMPOSSÍVEL 
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, 
é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável. 
Aqui temos a mesma redação do Código Penal comum. A ineficácia absoluta do meio ocorre, por exemplo, 
quando uma pessoa tenta cometer homicídio utilizando arma de brinquedo. A absoluta impropriedade do 
objeto ocorre quando uma pessoa utiliza arma de fogo para atirar num cadáver. 
 
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Lembre-se da Súmula 145 do STF, que trata do “flagrante preparado”. 
SÚMULA 145 – STF 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
Não confunda o flagrante preparado com o flagrante esperado. Este é perfeitamente possível e lícito. 
Art. 33. Diz-se o crime: 
CULPABILIDADE 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou 
especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, 
prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. 
EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. 
Perceba que o dolo e a culpa, no CPM, são tratadas sob os termos da culpabilidade. Mais uma vez o CPM 
demonstra que adota a teoria causal. 
O dolo é a soma da consciência com a vontade. Quando o agente deseja o resultado, há dolo direto. Quando 
ele assume o risco de produzi-lo, há o dolo eventual. 
A culpa inconsciente está relacionada ao agente que não presta atenção da maneira que deveria e com isso 
provoca o resultado. Há também, na segunda parte do inciso II, a culpa consciente, em que o agente prevê 
o resultado, mas acredita que ele não ocorrerá. 
O parágrafo único determina que a modalidade culposa só é aplicável quando a lei trouxer previsão expressa 
para crimes determinados. Em alguns dos dispositivos que tipificam os crimes há a menção expressa à 
existência da modalidade culposa. 
NENHUMA PENA SEM CULPABILIDADE 
Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver 
causado, pelo menos, culposamente. 
Aqui estamos diante das mesmas disposições trazidas pelo CP. O legislador vetou a responsabilidade penal 
objetiva. O agente só responde pela circunstância qualificadora se a ela tiver dado causa. 
ERRO DE DIREITO 
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se 
tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de 
interpretação da lei, se escusáveis. 
ERRO DE FATO 
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Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a 
inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existênciade situação de fato que tornaria a 
ação legítima. 
ERRO CULPOSO 
§1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo. 
ERRO PROVOCADO 
§2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme 
o caso. 
O erro pode ser conceituado como a falsa compreensão da realidade. O completo desconhecimento da 
realidade geralmente é chamado pelos doutrinadores de ignorância. 
Este erro pode estar sob os elementos do fato real (erro de fato) ou sob a ilicitude do fato (erro de direito). 
O erro de fato ocorre, por exemplo, quando o sentinela dispara contra o colega de farda que estrava 
tentando “pregar uma peça”. O erro de direito ocorre quando uma pessoa se apropria de objeto de outro, 
acreditando que tal conduta não é criminosa. 
Atenção! O CP já trata essa questão de maneira mais moderna, nos termos do esquema abaixo: 
 
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 11 
 
 
ERRO SOBRE OS ELEMENTOS QUE 
COMPÕEM O TIPO 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
CÓDIGO PENAL Erro de tipo 
(Exclui o dolo) 
Erro de proibição 
(Exclui a punibilidade ou reduz a 
pena) 
CÓDIGO PENAL 
MILITAR 
Erro de fato Erro de direito 
(a pena pode ser atenuada de 
acordo com o art. 73) 
É interessante saber que o STM já aplicou por analogia a exclusão do dolo decorrente do erro de proibição 
numa situação em que o erro cometido pelo réu se referia a matéria extrapenal. 
Perceba que o art. 35 traz uma exceção quanto à aplicabilidade da atenuação de pena na situação de erro 
de direito. O agente não pode alegar erro de direito quando cometer crimes contra o dever militar. 
Isso ocorre porque nesses crimes há uma especial afronta à hierarquia e à disciplina, e por isso o agente não 
pode alegar erro de direito. No CPM há um título específico tratando dos crimes contra o serviço e o dever 
militar (arts. 183 a 204). Todavia, Romeiro entende que os crimes que atentam contra o dever militar são 
todos os crimes propriamente militares. 
O Cespe já formulou questão dizendo que não é possível ao militar alegar erro de direito no crime de 
deserção. O gabarito da questão, neste caso, seria correto. A deserção está no art. 187. 
Para efeitos de prova objetiva, eu recomendo que você confie “na força da lei”, pois dificilmente a banca 
formulará questões que tratem profundamente de questões puramente doutrinárias. 
O agente que comete erro sobre a ilicitude do fato de fato acredita piamente que sua conduta não constitui 
crime, ou que existe situação que tornaria sua ação legítima. 
ERRO SOBRE A PESSOA 
Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, 
atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que 
realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as 
da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da 
pena. 
ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO 
§1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente, 
responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo. 
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DUPLICIDADE DO RESULTADO 
§2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo anterior, ocorre 
ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79. 
Quando há erro sobre a pessoa, o agente termina praticando a conduta contra pessoa diferente daquela 
que tinha a intenção de atingir. Neste caso o agente responderá como se tivesse conseguido seu verdadeiro 
intento. 
O erro sobre a pessoa pode se dar por erro de percepção (erro in persona) ou por erro no uso dos meios de 
execução (aberratio ictus). O primeiro caso é o do agente que realmente confunde a vítima com outra pessoa 
e contra ela pratica a conduta. A aberratio ictus resulta da inabilidade do agente em alvejar sua verdadeira 
vítima. 
Um exemplo de erro quanto ao bem jurídico (aberratio criminis) é o da pessoa que atira uma pedra contra 
veículo na intenção de depredar o patrimônio, mas termina atingindo a pessoa que estava dentro do carro, 
causando-lhe lesão corporal. Neste caso, responderá por lesão corporal culposa. 
Se o agente, mesmo cometendo erro, atinge também a vítima ou o bem jurídico que realmente intentava, 
deve ser aplicada a regra do art. 79 do CPM, que diz respeito ao concurso de crimes. 
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: 
COAÇÃO IRRESISTÍVEL 
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade; 
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços. 
§1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. 
§2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso 
nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior. 
Este dispositivo trata da inexigibilidade de conduta diversa, que é uma excludente de culpabilidade. Nosso 
problema é que o CPM não traz apenas estas hipóteses, mas também o estado de necessidade exculpante. 
O Código Penal adota a teoria unitária, encarando o estado de necessidade apenas como uma excludente 
de antijuridicidade. O CPM, por outro lado, adota a teoria diferenciadora alemã, com o estado de 
necessidade justificante (art. 42) e o estado de necessidade exculpante (art. 39). 
Há ainda duas outras hipótese de inexigibilidade de conduta diversa no CPM: o excesso exculpante previsto 
no art. 45, parágrafo único; e o excesso escusável, previsto no art. 45, parágrafo único. Vamos ver logo estes 
dois dispositivos e então voltaremos às demais hipóteses. 
ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE 
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está 
ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, 
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nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, 
desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa. 
Esta hipótese de inexigibilidade de conduta diversa é muito utilizada para justificar a conduta do militar 
desertor, quando o réu alega que incorreu no crime de deserção para atender necessidades próprias ou de 
sua família. 
EXCESSO CULPOSO 
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da 
necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa. 
EXCESSO ESCUSÁVEL 
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de 
ânimo, em face da situação. 
O excesso é cometido nas situações em que seriam aplicáveis as excludentes de antijuridicidade. É o caso, 
por exemplo, do sujeito que se excede na legítima defesa e, diante de um soco, defende-se atirando diversas 
vezes no agressor com arma de fogo. 
A regra do parágrafo único permite que o agente cometa um excesso sem que o fato seja punível, quando o 
agente foi “pego de surpresa”. 
Voltemos então à análise das hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa que são trazidas tanto pelo CP 
quanto pelo CPM: coação irresistível e obediência hierárquica. 
A Doutrina ensina que há a coação física (absoluta), em que o coator utiliza-se da violência; e também a 
coação moral (relativa). 
Veja bem, a coação física suprime por completo o dolo e, portanto, a conduta do sujeito. Ela, portanto, exclui 
o próprio crime. 
O legislador não explicita, no art. 38,o tipo de coação que exclui a culpabilidade. O art. 40 do CPM, por outro 
lado, proíbe que o militar invoque a coação moral irresistível nos crimes em que há violação do dever militar. 
A maior parte da Doutrina relaciona essa hipótese aos crimes previstos dos arts. 183 ao 204. 
A Doutrina critica muito a regra do art. 40, dizendo que o legislador exige do militar uma “conduta de super-
herói”, já que a coação moral irresistível é... irresistível! 
O Cespe já formulou questão, de gabarito falso, dizendo que o agente pode alegar, no crime de deserção, 
coação moral, desde que irresistível. 
A hipótese de obediência hierárquica é especialmente importante para a vida militar, não é mesmo? Já 
falamos mil vezes que a hierarquia e a disciplina são valores muito importantes para as organizações 
militares. 
Por esta razão, a obediência a ordem direta de superior hierárquico em matéria de serviço também exclui a 
culpabilidade. A desobediência é inclusive considerada crime, previsto no art. 163. 
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Por outro lado, Romeiro traz à discussão o que ele chama de princípio das baionetas inteligentes. Este 
princípio se corporifica no §2°: se o superior ordena a prática de um ato manifestamente criminoso ou com 
excessos, o inferior também será punido, pois neste caso ele teria o dever de não cumprir a ordem. 
ATENUAÇÃO DA PENA 
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era 
manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito 
ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena. 
As hipóteses do art. 38 são exatamente a coação e a obediência hierárquica. O art. 39 trata do estado de 
defesa exculpante. 
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento do dever legal; 
IV - em exercício regular de direito. 
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de 
guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a 
executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, 
a desordem, a rendição, a revolta ou o saque. 
Só há duas diferenças do Direito Penal comum para o Direito Penal Militar em relação às excludentes de 
antijuridicidade: a primeira está na diferenciação que é feita entre o estado de necessidade justificante, 
previsto nos arts. 42 e 43, e o estado de necessidade exculpante, previsto no art. 39, sobre o qual já falamos. 
Para que você entenda bem as diferenças, preparei a tabela abaixo diferenciando os arts 39 e 43. Estes 
detalhes já foram cobrados algumas vezes em provas anteriores, hein? 
 
ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM 
Teoria Diferenciadora (alemã) 
Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43) 
Exclui a culpabilidade Exclui o crime 
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços 
de parentesco ou afeição 
Direito próprio ou alheio 
Contra perigo certo e atual que não 
provocou nem poderia evitar 
Idêntico! 
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Direito alheio igual ou superior ao direito 
defendido 
Direito alheio é inferior ao direito defendido 
A segunda diferença nas excludentes da antijuridicidade está no parágrafo único do art. 42: a excludente do 
comandante. Aqui estamos diante de uma situação limite, em que a tropa se encontra na iminência de perigo 
ou calamidade, e o comandante utiliza condutas violentas para forçar a tropa a agir diante da urgência. 
É importante que você saiba que se o comandante não agir diante dessas situações ele mesmo pode incorrer 
em alguns crimes, a exemplo dos arts. 199 e 200 do CPM. 
LEGÍTIMA DEFESA 
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
EXCESSO CULPOSO 
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da 
necessidade, responde pelo fato, se êste é punível, a título de culpa. 
EXCESSO ESCUSÁVEL 
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de 
ânimo, em face da situação 
A legítima defesa segue os mesmos ditames do Código Penal comum. Acerca do excesso, também já 
conversamos anteriormente. O excesso culposo segue a mesma regra do Direito Penal comum, mas há 
também a figura do excesso escusável, prevista no parágrafo único do art. 45, que comentei quando 
tratamos das excludentes de culpabilidade. 
EXCESSO DOLOSO 
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso. 
Ainda quando o sujeito pratica o excesso de forma dolosa, o juiz pode atenuar a pena. A Doutrina entende 
que essa situação somente poderia ser aplicada em caso de erro de direito, quando a pessoa acreditava que 
seu excesso não era conduta criminosa. 
É o caso de alguém que sofre agressão, reage em legítima defesa, mas intencionalmente se excede na defesa 
e atinge o agressor de maneira desarrazoada. 
ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME 
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime: 
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente; 
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, 
vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão. 
Há alguns crimes em que a condição de superior e a de inferior são elementos constitutivos do crime. O art. 
47 traz uma regra bastante importante para compreendermos estes crimes, que serão estudados mais 
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adiante em nosso curso: de acordo com o inciso I, a qualidade de superior ou de inferior não constitui crime 
quando o agente não a conhecia. 
A regra do inciso II também diz respeito a certos crimes específicos, que estudaremos em detalhes nas 
próximas aulas. Nestes crimes, a condição de superior, inferior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, de 
sentinela, vigia ou plantão faz parte do tipo penal. Estas condições especiais deixam de compor o crime 
quando a conduta é praticada pelo agente para defender-se de agressão por ele sofrida. 
CONCURSO DE AGENTES 
Estudaremos agora as regras acerca do cometimento de crimes por mais de uma pessoa. 
De acordo com a teoria pluralista, haverá tantos crimes quantas forem as pessoas que dele participam. 
Assim, se houver dez agentes, haverá dez crimes diferentes. 
Para a teoria dualista, é possível haver a coautoria ou a participação. O coautor é aquele que efetivamente 
pratica a conduta, enquanto o partícipe contribui para o resultado, mas sem praticar diretamente a conduta 
típica. Haveria, portanto, um crime específico para os autores, e outro para os partícipes. 
Pela teoria monista, por mais que haja a participação de várias pessoas, existe um único crime. O CPM, assim 
como o CP, adota esta teoria, mas de forma temperada. 
 
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TEORIA PLURALISTA Haverá tantos crimes quantos forem os agentes. 
TEORIA DUALISTA Há dois crimes: um cometido pelos coautores, e outro 
cometido pelos partícipes 
TEORIA MONISTA (UNITÁRIA) Há apenas um crime, por mais que dele participem várias 
pessoas. 
COAUTORIA 
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas. 
Esta é a regra geral. Apesar de o nomeda regra tratar apenas de coautoria, quem concorrer para o crime, 
responde pela pena, independentemente de ser coautor ou partícipe. 
Vamos continuar analisando o restante do art. 53 para compreender as características apenas aplicáveis ao 
Direito Penal Militar. 
CONDIÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS 
§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, determinando-se 
segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de 
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Esta é a razão de dizermos que o CPM adota a teoria monista temperada. Apesar de haver apenas um crime, 
cada envolvido responde na medida de sua culpabilidade. 
Se houver entre os partícipes, por exemplo, uma pessoa que sofria de doença mental e no momento não 
gozava de discernimento suficiente para compreender a conduta, ele, e apenas ele, será considerado 
inimputável. 
Se a circunstância de caráter pessoal for elementar do crime, ela pode se comunicar entre os concorrentes. 
Este é o caso dos crimes propriamente militares, que, em regra, podem ser praticados por civil, desde que 
em concurso de pessoas com militar. 
Neste caso, portanto, a circunstância de ser militar faz parte do tipo legal, e por isso se comunica entre os 
coautores ou partícipes. O STM, por outro lado, já decidiu pela impossibilidade de comunicação da 
circunstância de ser militar. 
 
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AGRAVAÇÃO DE PENA 
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que: 
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em virtude 
de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
ATENUAÇÃO DA PENA 
§3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos importância. 
A adoção da teoria monista temperada permite que a pena seja individualizada, aplicando-se a cada um dos 
agentes a agravação ou atenuação da pena, dependendo das circunstâncias observadas. 
Estes dispositivos não são tão importantes para fim de prova, mas é necessária sua compreensão para 
facilitar sua vida quando estudarmos os crimes militares em espécie. 
CABEÇAS 
§4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, 
instigam ou excitam a ação. 
§5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, 
assim como os inferiores que exercem função de oficial. 
Esta regra é campeã de prova! Ela é própria do CPM, que relaciona os cabeças com os crimes de concurso 
de pessoas necessário, ou seja, aqueles que não podem ser praticados por apenas uma pessoa, a exemplo 
do crime de motim. 
Os cabeças são aqueles que coordenam, promovem, organizam a ação. Os cabeças em geral são pessoas que 
têm algum poder de decisão, e por essa razão, quando estamos diante de um crime perpetrado por oficiais 
e praças, os oficiais serão considerados os cabeças. 
Imagine, por exemplo, um motim envolvendo vários praças e um só tenente, tendo sido a ação promovida e 
organizada por um sargento. Este sargento e o tenente serão considerados cabeças, ainda que o tenente 
tenha participado apenas minimamente. Esta é a regra do §2°. 
CASOS DE INIMPUNIBILIDADE 
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são 
puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Este é o princípio da acessoriedade da participação. A participação em crime só pode ser punida se a autoria 
também for punida. Lembre-se de que, para que haja punição pela tentativa, é necessário que o agente 
pratique a conduta, mas não atinja a finalidade pretendida por razões alheias à sua vontade. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final da aula! Vimos uma pequena parte da matéria, entretanto, um assunto muito relevante 
para a compreensão da disciplina como um todo. 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso, 
por e-mail e nas minhas redes sociais. 
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! 
Paulo Guimarães 
E-mail: professorpauloguimaraes@gmail.com 
Instagram: @profpauloguimaraes 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o 
princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se 
contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas. 
Comentários 
Vimos na aula de hoje que o CPM, assim como o CP, adota a teoria monista temperada no que tange ao 
concurso de pessoas: haverá apenas um crime, ainda que haja vários coautores e partícipes, mas a pena será 
aplicada individualmente. Também é verdade que o CPM adota a teoria dos equivalentes causais, ainda que 
haja também algumas manifestações da teoria da causalidade adequada (concausa relativamente 
independente). O erro da questão está em dizer que uma teoria se contrapõe à outra, pois cada uma trata 
de um assunto diferente. 
GABARITO: ERRADO 
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do 
comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar 
o desânimo, a desordem ou o saque. 
Comentários 
Esta é exatamente a causa excludente de antijuridicidade inominada, prevista no parágrafo único do art. 42 
do CPM, chamada por alguns de excludente do comandante. 
GABARITO: CERTO 
3. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento 
singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto 
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor 
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”. 
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1
 
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Comentários 
Lembre-se! O oficial que participar em crime de concurso de pessoas necessário junto com praças será 
considerado cabeça em razão de sua posição de comando, ainda que tenha contribuído pouco para a 
consecução do crime, nos termos do art. 53, §5° do CPM. 
GABARITO: CERTO 
4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção 
à teoria monista do concurso de agentes. 
Comentários 
Essa questão é um pouco polêmica, mas é verdadeira. O princípio da participação de menor importância 
determina que a individualização da pena leve em consideração a medida em que cada agente participou da 
conduta típica. Por essa razão dizemos que o CPM adota a teoria monista temperada. 
GABARITO: CERTO 
5. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a 
pessoa civil que, juntamente com ummilitar, cometa, por exemplo, crime de peculato 
tipificado no CPM. 
Comentários 
É justamente o contrário, não é mesmo? O civil que comete crime propriamente militar juntamente com o 
militar responde por crime militar. A circunstância especial (ser militar) é elementar do tipo e, por isso, 
comunica-se ao civil. Lembre-se de que, como falamos na aula passada, esta regra apenas se aplica desta 
maneira à Justiça Militar da União, uma vez que a competência estabelecida pela Constituição para a Justiça 
Militar Estadual não abrange o julgamento de civis. 
GABARITO: ERRADO 
6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas 
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista. 
 
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==15dadb==
5
 
 23 
Comentários 
Ficou fácil né? Não esqueça! O CPM adota a teoria monista temperada, pois há exceções. 
GABARITO: CERTO 
7. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. 
No CPM, as circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação a que 
poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade superior. 
Comentários 
Haverá atenuação de pena, nos termos do art. 41, se a ordem emitida pelo superior hierárquico não era 
manifestamente ilegal, ou se houve coação à qual era possível resistir. A estrita obediência a ordem de 
superior hierárquico, bem como a coação irresistível, isentam o agente de pena, de acordo com o art. 38. A 
banca tentou confundir o candidato misturando o conteúdo dos dois dispositivos. 
GABARITO: ERRADO 
8. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe. 
A posse, por militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e do tipo, 
em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a aplicação do princípio da 
insignificância. 
Comentários 
Lembre-se da nossa discussão sobre a inaplicabilidade do princípio da bagatela no Direito Penal Militar. O 
entendimento mais recente do STF é no sentido da inaplicabilidade do princípio, ainda que ele já tenha sido 
aceito no passado. 
GABARITO: CERTO 
9. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. 
Embora o CPM tenha se filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine 
qua non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou 
inferiores que exercem função de oficial 
Comentários 
Os oficiais que cometerem crime juntamente com praças serão considerados cabeças juntamente com os 
praças que tiverem efetivamente exercido o comando da ação criminosa. 
GABARITO: CERTO 
10. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). 
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d
 
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No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito 
penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade 
pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o 
segundo, de exclusão de ilicitude. 
Comentários 
Diferentemente do Direito Penal comum, o Direito Penal Militar adotou a teoria diferenciadora alemã no 
que tange ao estado de necessidade. Lembre-se da tabela que montei para ajudar você a compreender as 
diferenças ☺ 
ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM 
Teoria Diferenciadora (alemã) 
Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43) 
Exclui a culpabilidade Exclui o crime 
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços 
de parentesco ou afeição 
Direito próprio ou alheio 
Contra perigo certo e atual que não 
provocou nem poderia evitar 
Idêntico! 
Direito alheio igual ou superior ao direito 
defendido 
Direito alheio é inferior ao direito defendido 
GABARITO: CERTO 
11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE 
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal, 
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade. 
Situação hipotética: Durante operação conjunta das Forças Armadas, um sargento danificou 
patrimônio militar. Em sua defesa, ele argumentou que agiu em estado de necessidade, não 
tendo podido, por esta razão, evitar o dano causado. Assertiva: Nessa situação, o estado de 
necessidade, se comprovado, será considerado excludente do crime, independentemente da 
valoração do bem sacrificado. 
Comentários 
Errado! O Código Penal Militar adotou a Teoria Diferenciadora Alemã, pela qual o estado de necessidade 
poderá ser justificante (afastando a ilicitude) ou exculpante (afastando a culpabilidade). Tudo dependerá de 
uma valoração prévia entre o bem jurídico protegido e o bem jurídico sacrificado. Em consequência, se o 
bem jurídico protegido for de valor igual ou inferior ao bem jurídico sacrificado, haverá estado de 
necessidade justificante. Do contrário, se o bem jurídico protegido for de valor superior ao bem jurídico 
sacrificado, teremos estado de necessidade exculpante. 
A partir dos termos utilizados pelo CPM, tem-se que o estado de defesa justificante é uma excludente do 
crime (art. 43), ao passo que o estado de defesa exculpante é causa excludente da culpabilidade (art. 39) 
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a
 
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A questão, portanto, está incorreta, pois a depender da valoração do bem sacrificado, o estado de 
necessidade poderá ser excludente do crime ou excludente da culpabilidade. 
GABARITO: ERRADO 
12. DPU - Defensor Público Federal – 2017 - CESPE 
Acerca da aplicação da lei penal militar, dos crimes militares e da aplicação da pena no âmbito 
militar, cada um do item que se segue apresenta uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Um oficial foi preso em flagrante delito pelo cometimento de crime militar que não se 
consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, tendo sido denunciado e se tornado réu 
em ação penal militar. Nessa situação, a depender da gravidade, o juiz poderá aplicar a pena 
do crime consumado, sem diminuí-la. 
Comentários 
Certo! Em regra, ao crime tentado será aplicada a mesma pena do crime consumado, todavia, diminuída de 
um a dois terços a depender do quão próximo o agente chegou da consumação. 
Ocorre que a parte final do art. 30, inciso II, do CPM, excepcionou a regra e permite que o juiz, diante da 
gravidade do fato, aplique a tentativa a mesma pena do crime consumado. 
Assim, está correto o item. 
Art. 30. Diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois 
terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. 
GABARITO: CERTO 
13. PM-MG – Soldado- 2018 – PM-MG 
Em relação ao crime militar, é CORRETO afirmar: 
a) Nos casos previstos no Código Penal Militar, não há punição em relação ao crime tentado. 
b) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a 
dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime 
consumado. 
c) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, sempre diminuída de 
um terço. 
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d
 
 26 
d) Nos casos previstos no Código Penal Militar, em relação à tentativa, é vedada a aplicação da 
pena correspondente ao crime consumado. 
Comentários 
Resposta: letra B. 
A alternativa B está correta, uma vezque pela redação do art. 30, inciso II, parágrafo único, do Código Penal 
Militar, se pune a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o 
juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. 
Letra A: errada! De acordo com o art. 30, inciso II, parágrafo único, CPM, pune-se sim a tentativa. 
Letra C: errada! O art. 30, inciso II, parágrafo único, do CPM, prevê que se pune a tentativa com a pena 
correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços e não apenas de um terço. 
Letra D: errada! É possível, na tentativa, a aplicação da pena correspondente ao crime consumado, no caso 
de excepcional gravidade (art. 30, II, parágrafo único, do CPM). 
GABARITO: B 
14. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. 
Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser 
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado 
contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de 
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o 
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. 
Comentários 
É verdade que o CPM adotou o critério biopsicológico no art. 51, mas vimos também que este dispositivo 
não foi recepcionado pela Constituição de 1988. Qualquer menor de dezoito anos, independentemente de 
ter sido incorporado ao serviço militar, responde por infrações nos termos do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
GABARITO: ERRADO 
15. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem 
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
Comentários 
Estes são exatamente os termos do art. 48 do CPM. Lembre-se das regras que vimos a respeito do 
procedimento para declaração de inimputabilidade, previstos no art. 159 do CPPM. Além disso, é possível 
também que a pessoa seja considerada semi-imputável, devendo a pena ser aplicada de forma atenuada. 
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b
 
 27 
GABARITO: CERTO 
16. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa 
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no 
momento da prática do crime. 
Comentários 
A embriaguez patológica decorre do alcoolismo, e é tratada como doença, podendo levar o agente à 
inimputabilidade, nos termos do art. 48 do CPM. Lembre-se de que o art. 49 trata da embriaguez acidental, 
decorrente de caso fortuito ou força maior, que exclui a culpabilidade do agente ou o torna semi-imputável. 
GABARITO: ERRADO 
17. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE 
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal, 
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade. 
Situação hipotética: Um cabo das Forças Armadas escalado para serviço na organização militar 
a que servia compareceu e assumiu a incumbência em estado de embriaguez, tendo ingerido, 
voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no 
serviço. Todavia, seu estado não foi notado, e, nas primeiras horas da atividade, ao discutir 
com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste, 
matando-o instantaneamente. Assertiva: Nessa situação, será considerado inimputável o cabo, 
se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era 
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato. 
Comentários 
Errado! Conforme o art. 49 do CPM, apenas a embriaguez completa e oriunda de caso fortuito ou força 
maior torna o agente inimputável. 
O enunciado da questão é claro ao indicar que o cabo das Forças Armadas ingeriu voluntariamente grande 
quantidade de bebida alcoólica. Sendo assim, era o agente completamente imputável ao tempo da ação 
criminosa, devendo ser devidamente responsabilizado por sua conduta. 
Em complemento, ressalto que o Código Penal Militar, assim como o Código Penal comum, adotou a teoria 
da actio libera in causa (ação livre na causa), segundo a qual não se torna inimputável quem, de modo 
voluntário ou culposo, se colocou na posição de incapacidade de entender o caráter ilícito do fato, isto é, na 
posição de inconsciência ou de incapacidade autocontrole. 
GABARITO: ERRADO 
 
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 28 
LISTA DE QUESTÕES 
1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o 
princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se 
contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas. 
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do 
comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar 
o desânimo, a desordem ou o saque. 
3. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento 
singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto 
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor 
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”. 
4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção 
à teoria monista do concurso de agentes. 
5. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a 
pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de peculato 
tipificado no CPM. 
6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas 
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista. 
7. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. 
No CPM, as circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação a que 
poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade superior. 
8. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe. 
A posse, por militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e do tipo, 
em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a aplicação do princípio da 
insignificância. 
 
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9. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. 
Embora o CPM tenha se filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine 
qua non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou 
inferiores que exercem função de oficial 
10. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). 
No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito 
penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade 
pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o 
segundo, de exclusão de ilicitude. 
11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE 
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal, 
imputabilidadepenal, crime e extinção da punibilidade. 
Situação hipotética: Durante operação conjunta das Forças Armadas, um sargento danificou 
patrimônio militar. Em sua defesa, ele argumentou que agiu em estado de necessidade, não 
tendo podido, por esta razão, evitar o dano causado. Assertiva: Nessa situação, o estado de 
necessidade, se comprovado, será considerado excludente do crime, independentemente da 
valoração do bem sacrificado. 
12. DPU - Defensor Público Federal – 2017 - CESPE 
Acerca da aplicação da lei penal militar, dos crimes militares e da aplicação da pena no âmbito 
militar, cada um do item que se segue apresenta uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Um oficial foi preso em flagrante delito pelo cometimento de crime militar que não se 
consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, tendo sido denunciado e se tornado réu 
em ação penal militar. Nessa situação, a depender da gravidade, o juiz poderá aplicar a pena 
do crime consumado, sem diminuí-la. 
13. PM-MG – Soldado- 2018 – PM-MG 
Em relação ao crime militar, é CORRETO afirmar: 
a) Nos casos previstos no Código Penal Militar, não há punição em relação ao crime tentado. 
b) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a 
dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime 
consumado. 
c) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, sempre diminuída de 
um terço. 
d) Nos casos previstos no Código Penal Militar, em relação à tentativa, é vedada a aplicação da 
pena correspondente ao crime consumado. 
 
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 30 
14. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. 
Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser 
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado 
contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de 
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o 
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. 
15. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem 
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
16. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. 
A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa 
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no 
momento da prática do crime. 
17. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE 
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal, 
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade. 
Situação hipotética: Um cabo das Forças Armadas escalado para serviço na organização militar 
a que servia compareceu e assumiu a incumbência em estado de embriaguez, tendo ingerido, 
voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no 
serviço. Todavia, seu estado não foi notado, e, nas primeiras horas da atividade, ao discutir 
com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste, 
matando-o instantaneamente. Assertiva: Nessa situação, será considerado inimputável o cabo, 
se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era 
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato. 
 
 
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 31 
GABARITO 
 
1. ERRADO 
2. CERTO 
3. CERTO 
4. CERTO 
5. ERRADO 
6. CERTO 
7. ERRADO 
8. CERTO 
9. CERTO 
10. CERTO 
11. ERRADO 
12. CERTO 
13. B 
14. ERRADO 
15. CERTO 
16. ERRADO 
17. ERRADO 
 
 
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 32 
RESUMO 
 
TEORIA CAUSALISTA Dolo e culpa fazem parte da 
culpabilidade 
Era suficiente analisar a 
conduta e o resultado. 
TEORIA FINALISTA Dolo e culpa fazem parte da 
conduta, que integra o fato 
típico. 
É necessário analisar a 
intenção do agente. 
 
O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o juiz aplique a pena do crime 
consumado, quando a conduta for excepcionalmente grave. 
 
SÚMULA 145 – STF 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
 
 
ERRO SOBRE OS ELEMENTOS QUE 
COMPÕEM O TIPO 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
CÓDIGO PENAL Erro de tipo 
(Exclui o dolo) 
Erro de proibição 
(Exclui a punibilidade ou reduz a 
pena) 
CÓDIGO PENAL 
MILITAR 
Erro de fato Erro de direito 
(a pena pode ser atenuada de 
acordo com o art. 73) 
 
 
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ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM 
Teoria Diferenciadora (alemã) 
Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43) 
Exclui a culpabilidade Exclui o crime 
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços 
de parentesco ou afeição 
Direito próprio ou alheio 
Contra perigo certo e atual que não 
provocou nem poderia evitar 
Idêntico! 
Direito alheio igual ou superior ao direito 
defendido 
Direito alheio é inferior ao direito defendido 
 
TEORIA PLURALISTA Haverá tantos crimes quantos forem os agentes. 
TEORIA DUALISTA Há dois crimes: um cometido pelos coautores, e outro 
cometido pelos partícipes 
TEORIA MONISTA (UNITÁRIA) Há apenas um crime, por mais que dele participem várias 
pessoas. 
 
 
 
 
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