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O uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para o ensino de estatística na educação básica

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Ariel Maciel

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CONTRAPONTO: Discussões Científicas e Pedagógicas em Ciências, Matemática e Educação CONTRAPONTO: Discussões Científicas e Pedagógicas em Ciências, Matemática e Educação 
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O uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para o ensino de
estatística na educação básica
The use of information and comumunication technologies (ICTs) for teaching statistics in basic
education
Dirlei Salete de Souza 
Adonis Rogério Fracaro 
Andressa Trainotti
Resumo: Esta pesquisa buscou evidenciar, bem como observar, o uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino de Matemática do Ensino Básico, com
ênfase no ensino de Estatística. O objetivo principal desta pesquisa foi analisar os desafios e as
possibilidades de ensinar Estatística no Ensino Básico em escolas do município da Região da
AMAUC (Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense) fazendo uso de tecnologias
digitais e observando como se dá a formação dos professores para o uso dessas ferramentas de
ensino. A proposta metodológica é de cunho qualitativo, na qual buscou-se resultados por meio de
uma pesquisa investigativa a partir de questionários aplicados para professores de matemática do
Ensino Básico. Foram entrevistados 10 (dez) professores de escolas públicas da Região da
AMAUC, através da ferramenta de questionário online da plataforma Google Forms. Entende-se
que o uso das TICS em sala de aula permite uma aprendizagem mais prática, lúdica e dinâmica,
despertando interesse nos alunos em aprender a metodologia e o conteúdo proposto, auxiliando no
raciocínio lógico e contribuindo como forma de incentivo ao uso de tecnologias.
Palavras-chave: Estatística; Educação Básica; Tecnologias Digitais.
Abstract: This research sought to highlight, as well as observe, the use of Information and
Communication Technologies (ICTs) in the process of teaching Mathematics in Elementary
Education, with emphasis on the teaching of Statistics. The main objective of this research was to
analyze the challenges and possibilities of teaching Statistics in Elementary Education in schools of
the AMAUC (Association of Municipalities of Alto Uruguai Catarinense) region using digital
technologies and observing how teachers are trained to use these teaching tools. The
methodological proposal is qualitative in nature, in which results were sought through an
investigative research based on questionnaires applied to elementary school mathematics teachers.
Ten (10) teachers from public schools in the AMAUC region were interviewed, using the online
questionnaire tool of the Google Forms platform. It is understood that the use of ICTs in the
classroom allows a more practical, playful and dynamic learning, awakening interest in students in
learning the methodology and the proposed content, helping in logical reasoning and contributing as
a form of incentive to the use of technologies.
Keywords: Statistics; Basic Education; Digital Technologies.
INTRODUÇÃO 
O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula se tornou uma
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necessidade para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. A nossa sociedade vem passando
por uma série de transformações nos últimos tempos, principalmente por mudanças provocadas pela
pandemia do novo vírus Covid-19, e isso fez com que profissionais da área de educação sentissem a
necessidade de adaptação de seu ambiente de trabalho, onde a tecnologia assumiu um papel ainda
mais importante e passou a ser parte do dia a dia.
 Foram exatamente essas transformações que culminaram em novos desafios para as escolas.
Mesmo não sendo um processo fácil para o professor e até mesmo para os alunos, é necessário
encontrar meios de aproximar a sala de aula da realidade tecnológica. Em conjuntura com essa
ideia, a presente pesquisa busca evidenciar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no
processo de ensino de Matemática do Ensino Básico, com ênfase no ensino de Estatística. Os
resultados fazem parte do Trabalho de Conclusão de Curso, do Programa de Pós-Graduação em
Educação Matemática do Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia.
O ensino de Estatística no Ensino Médio objetiva formar cidadãos informados e críticos. Gal
(2002) se direciona ao letramento estatístico a dois principais componentes, que são, 
a capacidade das pessoas de interpretar e avaliar criticamente informações estatísticas,
argumentos relacionados a dados ou fenômenos estocásticos, que podem ser
encontrados em diversos contextos, e quando relevantes, (b) sua capacidade de discutir
ou comunicar suas reações à tais informações estatísticas, como a sua compreensão do
significado da informação, sua opinião sobre a implicação da informação, ou suas
preocupações quanto à aceitabilidade de determinadas conclusões (GAL, 2002, p. 2,
tradução livre). 
Partindo desse pensamento, dentro de uma política de sociedade colaborativa, pode-se levar
aos alunos a experiência de partilhar e ensinar dentro de todo o processo do ensino de Estatística.
Desta forma, o problema desta proposta de pesquisa circunda as seguintes questões: Como
os docentes fazem uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino de Estatística?
Quais os limites e as possibilidades em relação a este ensino observadas pelos docentes?
O objetivo principal desta pesquisa foi analisar os desafios e as possibilidades de ensinar
Estatística no Ensino Básico em escolas do município da Região da AMAUC (Associação dos
Municípios do Alto Uruguai Catarinense) utilizando tecnologias digitais e investigar como se dá a
preparação/formação dos professores para o uso dessas ferramentas de ensino, assim como analisar
se há dificuldades em relação a essa prática. Identificando e analisando assim, as principais
dificuldades no ensino da Estatística no Ensino Básico, observando como o uso das tecnologias
pode auxiliar no processo de ensino de tal conteúdo e por fim, analisando e entendendo as
dificuldades encontradas pelos professores com o uso didático e pedagógico de recursos
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tecnológicos na área de ensino. 
A partir dessa pesquisa, pode-se constatar que o ensino de Estatística alinhado com o uso
das TIC’s pode contribuir positivamente em sala de aula, auxiliando na coleta, análise e
interpretação de dados. O uso dessas ferramentas torna a aprendizagem em sala de aula mais lúdica,
prática e dinâmica, possibilitando o desenvolvimento das habilidades dos alunos, promovendo
autonomia, criticidade e cooperação por parte de todos os envolvidos.
2. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DO ENSINO
Para Soffner e Barbosa (2011), as tecnologias modernas podem ser utilizadas comosubstitutas de alguns dos recursos escolares tradicionais, num ambiente educacional e de propósitos
pedagógicos e também no aumento da produtividade de aulas expositivas tradicionais - mesmo que
mantendo o caráter instrucionista dessa prática.
As inovações tecnológicas são um grande desafio no contexto do mundo atual, portanto os
professores passaram a ver o uso das tecnologias com um novo olhar.
Segundo Gadotti (2005);
As novas tecnologias criaram novos espaços de conhecimento. Agora, além da
escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se
educativos. Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem de lá acessar o
ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância, buscar fora, a informação
disponível nas redes de computadores interligados serviços que respondem às suas
demandas de conhecimento. Por outro lado, a sociedade civil está se fortalecendo,
não apenas como espaço de trabalho, mas como espaço de difusão e de
reconstrução de conhecimentos (2005, p. 16).
Já Carvalho, Kruger e Bastos (2000), assimilam que a educação em suas relações com a
tecnologia pressupõe uma rediscussão de seus fundamentos em termos de desenvolvimento
curricular e formação de professores, assim como a exploração de novas formas de incrementar o
processo ensino-aprendizagem. 
Atualmente temos acesso à informação com muita praticidade, mas no ambiente escolar
ainda há uma certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitas informações
disponíveis, muitos dados visíveis e cabe ao professor ajudar o aluno a interpretar esses dados de
forma contextualizada.
Para Moran (2000),
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A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas
possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. A Internet oportuniza
interações significativas, através dos e-mails, as listas de discussão, os fóruns, os
chats, os blogs, as ferramentas de comunicação instantânea, os sites de
relacionamentos (2000, p.53).
Partindo dessa ideia, entende-se que o conhecimento não ocorre somente em sala de aula,
mas através de diferentes ambientes de aprendizagem com uma maior participação dos alunos nas
relações de ensino.
O uso das tecnologias digitais pode ser uma forte aliada na Educação. Para Ponte, Brocardo
e Oliveira (2009, p. 106), as TICs têm exercido um papel de grande influência no ensino de
Estatística, uma vez que possibilitam a realização de cálculos e facilitam o uso de variadas formas
de representação de dados.
Segundo Mercado,
As mais avançadas tecnologias poderão ser empregadas para criar, experimentar e
avaliar processo educacionais, cujo o alvo é avançar um novo paradigma na
Educação, adequado a sociedade de informação para redimensionar os valores
humanos, aprofundar as habilidades de pensamento e tornar o trabalho entre mestre
e alunos mais participativos e motivante (2000, p.15).
Conforme, Kenski (2003), atualmente as tecnologias oferecem desafios e novas
possibilidades de informação, interação e dão origem a novas formas de aprendizagem.
Ao levarmos em consideração que as escolas são responsáveis pela aprendizagem dos
alunos e que o professor tem um papel importante no processo ensino-aprendizagem, deve-se
procurar fazer um bom uso das tecnologias, buscando caminhos alternativos para apresentar os
conteúdos, inovando e agindo como facilitador da construção do conhecimento.
Entretanto, é necessário ressaltar que,
Não é somente um recurso tecnológico que vai fazer com que um aluno aprenda
determinados conceitos matemáticos, afinal a atividade deve ser organizada pelo professor
no sentido de desenvolver um raciocínio em que possa criar conjecturas, abstrair suas
ideias tornando-as conhecimentos formais [...] (AMANCIO; SANZOVO, 2020, p. 1).
Deste modo, destaca-se que ao usar as TICs em sala de aula o professor necessita, além de
ter conhecimento do recurso tecnológico que deseja utilizar, ter claro os objetivos da atividade que
será proposta bem como os conceitos que espera ser adquirido pelos estudantes a partir do uso das
TICs.
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3. EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA
O acesso às informações e aos contextos digitais estão cada vez mais presentes na nossa vida
social; os alunos, por sua vez, têm acesso a questões sociais e econômicas sintetizadas em tabelas e
gráficos em tempo real.
Um dos objetivos da Educação Estatística segundo Campos et al. (2013) é “valorizar uma
postura investigativa, reflexiva e crítica do aluno em uma sociedade globalizada, marcada pelo
acúmulo de informações e pela necessidade de tomada de decisões em situações de certeza”
(CAMPOS et. al, 2011, p.12).
Quando se fala em pesquisa sobre Educação Estatística é preciso também levar em
consideração, que existem diferentes grupos de pesquisadores e professores que se interessam por
esse assunto, o maior desafio está na formação docente para trabalhar o temam o pensamento
estatístico requer um tipo diferente de pensar, levando em conta porque os dados são não apenas os
números e sim, números que vem com um contexto.
Segundo Cazorla (2002) apud Gal e Ginsburg (1994), um dos objetivos da Educação
Estatística “consiste em desenvolver a flexibilidade de pensamento durante a solução de problemas
e a habilidade para a análise de dados, em oposição à mera transmissão de técnicas para trabalhar
com fórmulas e cálculos”. (p. 12).
Martins e Carvalho (2018) em uma pesquisa sobre gráficos apontaram que “as abordagens
de ensino adotadas expressam a exploração de etapas do tratamento da informação e a investigação
sobre os dados”. Na visão desses autores, o ensino de gráficos passa por diversos processos, desde a
sua coleta até a sua construção e a interpretação dos dados estatísticos. Estas práticas podem
facilitar e potencializar o uso das tecnologias, inovando as aulas dos professores.
Batanero (2001) destaca que: 
A relação entre o desenvolvimento de um país e o grau em que seu sistema
estatístico produz estatísticas completas e confiáveis é clara, porque esta informação
é necessária para a tomada de decisões acertadas do tipo econômico, social e
político. A educação estatística, não só dos técnicos que produzem essas estatísticas,
mas dos profissionais e cidadãos que devem interpretá-las e tomar por sua vez
decisões baseadas nessas informações, assim como dos que devem colaborar na
obtenção dos dados requeridos, é, portanto, um motor de desenvolvimento (2001, p.
03).
Já Lopes (2008) salienta que, 
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Não faz sentido trabalharmos atividades envolvendo conceitos estatísticos e
probabilísticos que não estejam vinculados a uma problemática. Propor coleta de
dados desvinculada de uma situação-problema não levará à possibilidade de uma
análise real. Construir gráficos e tabelas, desvinculados de um contexto ou
relacionados a situações muito distantes do aluno, podem estimular a elaboração de
um pensamento, mas não garante o desenvolvimento de sua criticidade (2008, p.
62).
Com isso, entende-se a necessidade da Educação Estatística em sala de aula, para que o
aluno possa entender e interpretar o que está sendo estudado e a importância dos conhecimentos
básicos no dia a dia, dando sentido ao que estão fazendo e não simplesmente pelo ato da repetição
ou de fazer por fazer, tornando as aulas de Estatística mais prazerosas e de fácil compreensão.
.4. METODOLOGIA
A proposta metodológica aqui utilizada é de cunho qualitativo, na qual buscou-se resultados
por meio de uma pesquisa investigativa através de questionários aplicados para professores de
matemática do Ensino Básico da região da AMAUC, que ensinam estatística de forma presencial e
remota. 
No que tange a teoria básica da pesquisa qualitativa, Branco e Valsiner (1997) nos trazem
que, uma das principais contribuições a partir deste olhar qualitativo para a investigação de
processos do pensamento e da aprendizagem é tentar estabelecer de forma criteriosa a relação das
diferentes condições de emergência dos movimentos de transformação dos processos psicológicos
estudados. 
Segundo Bogdan e Biklen (1991, p. 48), em uma pesquisa qualitativa os dados coletados
pelo pesquisador, que são recolhidos em palavras ou imagens, são analisados “em toda sua riqueza,
respeitando, tanto quanto possível, a forma em que estes foram registrados ou transcritos”.
Partindo desse pressuposto, foram entrevistados 10 (dez) professores que lecionam a
disciplina de Matemática no Ensino Básico de escolas públicas da Região da AMAUC, situada no
estado de Santa Catarina. A entrevista foi realizada por meio de um questionário online através da
plataforma Google Forms. 
Segundo Lakatos e Marconi (2009), 
Os questionários são instrumentos de coleta formados por uma série ordenada de
questionamentos que devem ser respondidos por escrito ou eletronicamente e, de
modo geral, sem a presença do pesquisador. Na maioria das vezes, o pesquisador
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envia o questionário por e-mail ou o entrega pessoalmente. O respondente, mais
tarde, devolve o questionário ao pesquisador da mesma forma (2009, p. 203).
Partindo dessa ideia, em um primeiro momento, foi realizada uma relação de professores
que lecionam matemática na região. Após, entrou-se em contato com cada um dos docentes via
WhatsApp, onde se fez o convite para participar da pesquisa, foi explicada a proposta da mesma e
no caso de aceite, encaminhado o link do questionário, os convidando para ler a apresentação e
assinar o termo de consentimento.
 Foi esclarecido aos sujeitos da pesquisa que a identidade deles será preservada. O
questionário foi composto de 10 (dez) questões semiestruturadas divididas em três seções:
Identificação do campo de trabalho; uso das tecnologias e por último, o ensino de Estatística no
processo de formação.
Para Ribeiro e Gessinger, 
Os questionários e os formulários são instrumentos padronizados que têm por
objetivo perceber a ausência ou presença de uma caracterização do indivíduo, que é
única do sujeito e está apresentada também na amostra ou em grande parte da
população. Essas características, quando presentes, são tratadas estatisticamente.
Portanto, os questionários e formulários são importantes instrumentos de coletas de
dados nas abordagens do tipo quantitativas, mas também podem ser utilizados nas
pesquisas qualitativas. (2018, p. 104).
A análise dos dados seguiu as três fases fundamentais da teoria de Bardin (2011), contendo
pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados - a inferência e a interpretação.
Ainda segundo o autor, as hipóteses são explicações antecipadas do fenômeno observado.
Silva e Fossá (2015) afirmam que a análise de conteúdo é uma análise das comunicações,
que irá analisar o que foi dito nas entrevistas ou observado pelo pesquisador. Na análise do material,
busca-se classificá-los em temas ou categorias que auxiliam na compreensão do que está por trás
dos discursos.
Primeiramente, fez-se a pré-análise através de uma leitura geral das respostas obtidas,
organizando e agrupando as respostas em comum. Após, foi explorado o material coletado tomando
como registro os parágrafos de cada questão e destes, foi feito um resumo.
Por fim, realizou-se a compreensão e interpretação do tratamento dos resultados. Nesse
processo, foi feita a descrição para cada categoria, que podem servir de base para uma nova
perspectiva a partir do ponto de vista de cada entrevistado. O formulário aplicado foi o instrumento
que norteou a pesquisa e sua elaboração visou analisar e discutir questões inerentes ao uso de
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tecnologias digitais para o ensino de estatística. A seguir são apresentadas a análise e tabulação dos
resultados obtidos.
5. DISCUSSÕES E RESULTADOS
Na primeira etapa da pesquisa buscou-se conhecer um pouco sobre o perfil dos sujeitos
participantes, identificando a escola de atuação, a sua rede de ensino e seu nível de atuação, bem
como conhecer a formação de cada um.
Questão 01: Qual o seu município de atuação? 
Figura 01: municípios de atuação dos professores
Fonte: Os autores
Dentre os sujeitos entrevistados, observou-se que a maioria leciona em apenas um
município da região da AMAUC e somente um(a) professor(a) que atua se deslocando para os
municípios de Itá e Concórdia.
Questão 02: Qual a sua rede de ensino?
Figura 02: Rede de ensino 
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Fonte: Os autores
Na figura 02, constatou-se que 60% dos professores atuam em escolas estaduais e 40% em
escolas da redemunicipal.
Questão 03: Quais os níveis que atua?
Figura 03: Níveis de atuação
Fonte: Os autores
Na figura 03, 60% dos professores responderam que atuam no ensino fundamental e 40% no
ensino médio.
Questão 04: Qual o seu Grau de instrução?
Figura 04: Grau de Instrução
Fonte: Os autores
Já em relação aos dados da formação docente, observa-se na figura 04 que quase todos os
professores buscaram um aperfeiçoamento profissional após a graduação, sendo que somente um
professor respondeu que era apenas graduado, pois estava com a especialização em andamento.
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Na segunda etapa do questionário buscou-se analisar o uso das tecnologias em sala de aula.
Para preservar a identidade dos entrevistados, eles foram renomeados como Professor A, B, C e
assim respectivamente.
Questão 05: Como você percebe que os alunos assimilam o conteúdo de Estatística, através do
uso de tecnologias e/ou outras ferramentas metodológicas?
Na questão 05, a maior parte dos professores pensam que o uso das tecnologias, de maneira
mais clara e objetiva, podem auxiliar no processo de compreensão e fixação dos conceitos
estatísticos a partir da análise de dados, construção e interpretação de gráficos, tornando as aulas
mais colaborativas; apenas um professor relatou que seus alunos sentem dificuldades em entender
os termos básicos da estatística, mesmo antes de fazer o uso das tecnologias o que vem de encontro
com a fala de outro professor quando comenta que, primeiro os alunos precisam entender os
conceitos básicos de estatística e após isso fazer o uso dos softwares ou meios tecnológicos.
O professor A percebe que “Eles compreendem muito mais quando usam as tecnologias”.
Para o professor B, os estudantes compreendem os conceitos estatístico “De uma forma mais
simples e objetiva, pois a tecnologia facilita o processo de coleta e análise de dados, bem como a
construção de gráficos e tabelas para a apresentação dos resultados. Sendo assim, a participação dos
alunos se torna mais efetiva”.
Nessa mesma linha de pensamento, o professor D diz que “De forma mais objetiva, uma vez
que o uso de tecnologias é acaba se tornando uma ferramenta a mais para a sala de aula, facilitando
a compreensão dos alunos”.
Já para o professor F “Primeiramente se faz necessário que os estudantes saibam o conceito
de estatística e como proceder os cálculos referente a moda, mediana, média dentre os demais
conceitos estudados em estatística para assim fazer o uso dos softwares ou meios tecnológicos para
a aproximação do conhecimento estatístico".
Nessa perspectiva, Campos (2011) diz que a Educação Estatística em relação aos 
estudantes,
devem ser preparados para levantar problemas de seu interesse, formular
questões, propor hipóteses, coletar os dados, escolher os métodos estatísticos
apropriados, refletir, discutir e analisar criticamente os resultados considerando
as limitações da Estatística, sobretudo no que se refere à incerteza e a
variabilidade. (CAMPOS et. al, 2011, p.14).
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As Tecnologias de Informação permitem gerar uma grande quantidade de dados
educacionais. Através delas é possível identificar conceitos nos quais os estudantes apresentam
maior facilidade ou dificuldade de compreensão. A análise de dados possibilita que o próprio aluno,
direcione seu aprendizado para suas áreas de interesse contribuindo para o engajamento e
contribuição significativa nas aulas, desenvolvendo seu senso crítico e de argumentação.
Questão 06: Atualmente a tecnologia vem ganhando espaço no cotidiano dos alunos. O que
você pensa sobre o uso dessas ferramentas tecnológicas em sala de aula?
Na questão 06, a pergunta estava voltada a opinião dos professores em relação às
ferramentas tecnológicas em sala de aula. Todos os entrevistados concordam que o uso de
tecnologias pode ser uma boa ferramenta de ensino, por aproximar os alunos a realidade e por ser
algo diferenciado em sala de aula. Salientaram também que a escola e os professores precisam estar
preparados e ter um bom planejamento para trabalhar com essas ferramentas principalmente no
contexto atual com a pandemia causada pelo vírus Covid-19. 
Para o professor B “Torna-se uma boa metodologia quando a unidade escolar oferece
condições ao professor de inserir essas ferramentas em suas aulas. Isso porque, os educandos
sentem-se mais atraídos pela tecnologia”. 
O Professor D considera que “Na era da Pandemia, a tecnologia se tornou uma necessidade
para auxiliar nas aulas, no entanto, ainda temos muito que nos aperfeiçoar para fazer um bom uso
dessas ferramentas”.
 Acrescentando, o Professor F diz que, “A utilização dos meios tecnológicos é algo que deve
ser utilizado com um planejamento prévio, o professor deve saber direcionar os alunos para a
atividade que quer que os alunos desenvolvam com uso de softwares ou planilhas voltados ao
estudo da estatística”.
E para Professor J “Penso que as tecnologias têm muito a agregar no ensino, e acredito que
isso tenha ficado em evidência a partir da pandemia que estamos enfrentando. Ficou evidente
também, que elas não substituem o papel do professor, mas uma importante ferramenta. Por isso,
assim como qualquer metodologia, requer planejamento”.
Moran (2013) diz que, as tecnologias atingiram o ápice e envolvem toda a população
mundial, sendo que elas permitem ampliar um novo conceito de aula, de espaço, de tempo,
realidade estabelecendo uma convergência física e virtual.
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De fato, as respostas aqui obtidas, vem de acordo com Mercado (1999, p. 27), onde diz que,
“as novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos e professores e de
rever a relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do
conhecimento, ao revolucionar os processos e metodologias de 
aprendizagem, permitindo à escola um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo”.
A inserção das tecnologias em sala de aula não substitui o professor, mas traz alternativas e
ferramentas que facilitam o ensino e aprendizagem dos alunos. A reflexão e práticas sobre o uso das
tecnologias trouxe grandes avanços sendo instrumentos usados como fontes de pesquisa, cálculos,entre outros. Cabe ao professor fazer um bom uso e planejamento dessas ferramentas de acordo com
a realidade da escola em que está inserido, entendendo seu papel como mediador do uso das TICs.
Questão 07: Em relação às atividades que envolvem o uso de Tecnologias, como isso contribui
para potencializar a aprendizagem dos alunos?
A questão 07 estava relacionada às atividades que envolvem o uso de Tecnologias como
contribuição para potencializar a aprendizagem dos alunos.
Em relação a isso, o Professor B acredita que o uso de Tecnologias “Desperta interesse no
educando e isso faz com que ele busque por mais informações. Além disso, pode auxiliar no
desenvolvimento do raciocínio lógico, bem como na interpretação de diferentes situações-
problema”.
Para o Professor E “Acredito que usar tecnologias em atividades escolares, contribui para a
contextualização e aplicação dos conteúdos, pois aquilo que é possível aplicar, é melhor entendido
pelos alunos”.
E o Professor F “Atualmente os estudantes são muito adeptos do uso das tecnologias, por
isso devemos utilizá-las sempre que possível em nossas aulas, as planilhas eletrônicas são uma
ótima opção para iniciar os estudos estatísticos utilizando-se das tecnologias”.
Os docentes entrevistados, de modo geral, consideram que os alunos assimilam melhor o
conteúdo de estatística a partir do uso de ferramentas metodológicas, que facilitam o processo de
coleta de dados, assim como auxiliam na construção de gráficos e tabelas.
A maioria dos entrevistados, também reiteram que diante do atual cenário de pandemia da
Covid-19, o uso de tecnologias passou a ser uma necessidade. Entende-se também que é importante
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fazer um bom uso dessa ferramenta, sendo necessário ter um bom planejamento, considerando os
recursos que cada escola possui.
Relacionando com a perspectiva de Scheid e Reis,
As TIC podem contribuir significativamente para aprendizagem, cabendo ao
professor, conhecer e avaliar o potencial das diversas mídias ao seu alcance, e
oportunizar o uso consciente por seus alunos, com o objetivo de envolvê-los e
apoiá-los na construção de conhecimentos científicos. (2016, p. 133).
Partindo dessa análise, pode-se observar que as atividades que envolvem o uso das
tecnologias despertam interesse nos alunos em aprender a metodologia e o conteúdo proposto,
auxiliando no raciocínio lógico, tornando a aula diferenciada do método habitual, contribuindo
como forma de incentivo ao uso de tecnologias e o aluno passa a ser o protagonista.
Na terceira etapa buscou-se saber um pouco mais sobre o ensino de estatística na formação
dos docentes.
Questão 08: Como você percebe que a sua formação acadêmica te preparou para lecionar
conteúdos de Estatística? Quais conteúdos estatísticos lembra de ter estudado durante essa
trajetória?
Na questão 08, pode-se perceber que a maioria dos entrevistados lembra de ter estudado
conteúdos básicos como moda, média, mediana e dispersão. Para alguns, eles acreditam ter tido
uma boa base para o ensino básico e alguns buscaram aprender um pouco mais sobre o conteúdo
para poder ensinar o conteúdo de forma mais ampla aos seus alunos.
O Professor A disse que, “Terminei minha graduação a muito tempo, mas tive uma boa
formação em estatística e lembro de tê-la visto de maneira aprofundada”. Já o Professor D lembra
de ter estudado “O básico. Moda, média, mediana e dispersão”.
O Professor F salientou que “Minha formação acadêmica me preparou pouco para o ensino
da estatística, e talvez por isso eu tenha menos interesse em trabalhar com o ensino, mas como
professora interessada em entregar o melhor para meus alunos, busquei aprender metodologias e
atividades interdisciplinares para que eu conseguisse ensinar estatística de modo atraente”.
E Professor H “Parcialmente. Lembro de ter uma única disciplina e nela estudar aspectos
como média, moda, mediana, desvio padrão”.
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Aqui nota-se que falta um pouco de segurança por parte dos docentes visto que não tiveram
um aprofundamento na disciplina. Como diz Libâneo,
os professores precisam dominar, com segurança, esses meios auxiliares de ensino,
conhecendo e aprendendo a utilizá-los. O momento didático mais adequado de
utilizá-los vai depender do trabalho docente prático, no qual se adquirirá o efeito
traquejo na manipulação do material didático. (1991, p. 173).
O professor, na sua atividade profissional diária, defronta-se com múltiplas situações para as
quais não encontra respostas preestabelecidas. Para fazer-lhes face, tem de pôr em movimento um
conhecimento que envolve elementos com origens diversas – incluindo acadêmicas e experiências
–, bem como aspectos de foro pessoal e contextual. Em seu desempenho profissional, o docente não
só precisa mobilizar teorias e técnicas, mas também suas concepções, sentimentos e seu saber fazer
(Lopes, 2003, p. 27-28).
Entende-se que a formação dos professores promove a aproximação de ideais, práticas e
reflexões, compete ao professor a busca de novos conhecimentos para a prática de métodos mais
adequados de ensino, procedendo de uma análise pessoal, crítica e conduta de seu desempenho
enquanto educador.
Questão 09: A Estatística é uma ciência que se aprende a partir dos dados. Ao ensinar
estatística em sala de aula, indique quais possibilidades e limites você observa em relação a
compreensão dos alunos acerca do assunto.
Na questão 09, buscou-se identificar quais possibilidades e limites são observados em
relação a compreensão dos alunos acerca do ensino de estatística. Em relação às possibilidades que
os docentes encontram ao ensinar estatística, eles destacam que é possível tratar de assuntos reais
em sala de aula, possibilitando a coleta de dados e a compreensão da análise de gráficos, assim
como o uso de cálculos com situações reais, engajando o aluno ao pensar e a contribuir com um
pensamento crítico. Como fator dificultante, destaca-se a falta de recursos e tempo para trabalhar
determinados assuntos como o cálculo do limite, por exemplo.
Professor A: “Nas minhas aulas não percebo grandes dificuldades de aprendizagem dos
conteúdos pelos alunos. O que percebo é apenas a dificuldade de interpretar gráficos”. Já o
Professor D, “Oportuniza a possibilidade de interpretação de gráficos mais facilmente o que
dificulta é a falta de tempo e recurso”.
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E para o Professor H, “Possibilidades: uso de situações reais Limites: cálculos com valores
grandes” e para o Professor I: “A estatística possibilita um engajamento do aluno na sua forma de
pensar, um pensamento crítico contribuindo para a melhoria da vida das pessoas”.
A opinião dos professores vem de acordo com Lopes (2008), que também compartilha dessa
ideia, onde diz ser necessário desenvolver atividades de acordo com o contexto real do aluno, onde
possam observar e construir eventos possíveis, através de situações concretas, de coleta e
organização de dados, fazendo com que o aluno participe de fato no processo de ensino
aprendizagem.
Campos (2007) entende que,
No que se refere às dificuldades do ensino da disciplina de Estatística e, mais que isso, na
medida em que o desenvolvemos no âmbito da Educação Crítica, promovemos a
interdisciplinaridade e a valorização do aluno como cidadão ativo e pensante, com poder de
argumentação, autor e ator de sua própria história (2007, p. 36).
Percebe-se que é possível trabalhar Estatística em sala de aula a partir de situações reais em
que a escola está inserida, permitindo que o aluno analise, colete e interprete dados, possibilitando
assim, que o aluno seja protagonista do seu próprio conhecimento.
Questão 10: Com base no seu conhecimento Estatístico, como você define a Estatística para
formação dos seus alunos?
Na questão 10, buscou-se compreender com base no conhecimento Estatístico de cada 
entrevistado, como eles definem a Estatística para formação dos seus alunos.
Para o Professor C, ele considera que a Estatística é, “Peça indispensável na sala de aula. E
deve ser bem trabalhada. Dar o tempo necessário em aula para a aquisição desse conhecimento”.
Para o Professor D ele acredita que “Importante, pois a estatística e sua interpretação está presente
no nosso cotidiano”.
Já para o Professor H a estatística define-se como, “Essencial e um conteúdo, que na grande
maioria dos casos, incita a curiosidade por ser algo palpável e presente no cotidiano”. e o Professor
J entende que “A Estatística é um ramo da Matemática que permite organizar e interpretar dados,
possibilitando a compreensão da realidade”.
A definição de estatística para a formação dos alunos a partir do entendimento dos docentes
entrevistados, mostra que a estatística deve fazer parte da formação integral dos alunos, ela auxilia
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na compreensão de assuntos cotidianos, formando cidadãos com pensamentos críticos, incitando a
curiosidade, permitindo organizar e interpretar dados.
Freitas (2016) fez um breve histórico e o ensino da Estatística trazendo para discussão a
forma como a Estatística vem sendo trabalhada. O autor conclui sua pesquisa com reflexões acerca
do papel do professor e do aluno na escola:
[...] o professor é o facilitador do diálogo entre o aluno e o conhecimento, e não o seu
obstáculo, ele tem o papel fundamental em estimular o aluno a ser pesquisador, ter
autonomia, ser crítico, ser o construtor e o reconstrutor de seu próprio conhecimento. Deve
perceber a diferença entre o seu conhecimento e o do aluno, visto que o trabalho educativo
caminha na direção da diminuição gradativa dessa diferença. Ensinar é ter uma proposta
clara do trabalho pedagógico, é propor, não impor, é promover o debate, não o embate
(2016, p. 50).
Isso permite que os alunos possam ter uma base sólida para desenvolver habilidades e
autonomia que expandem uma análise crítica. Não basta apenas que o aluno
 entenda sobre porcentagens em índices estatísticos, crescimento populacional, taxas de inflação,
também se faz necessário que ele entenda como analisar e relacionar os dados apresentados,
ponderando até a veracidade dessas informações. 
Os resultados obtidos nessa pesquisa a partir da perspectiva dos professores entrevistados,
mostram que o Uso de Tecnologias no ensino de Estatística, podem ser de grande valia para auxiliar
no processo de ensino aprendizagem em sala de aula, para que isso funcione, é necessário que a
escola e os professores tenham condições e preparo para dar suporte aos seus alunos, tornando as
pessoas mais autônomas, participativas e capazes de interpretar situações que acontecem no seu
cotidiano.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto aqui, é possível pensar que a estatística vem sendo uma
importante ferramenta na contribuição de tomada de decisões, baseadas na coleta, organização,
descrição, análise e interpretação de dados.
Os resultados dessa pesquisa nos levam a refletir sobre possíveis temas para futuras
pesquisas, uma vez que o uso das TICs vem ganhando espaço na educação, uma vez que com as
novas tecnologias, temos também novas formas de aprender, novas competências e formas de se
realizar o trabalho pedagógico, a tecnologia vem servindo como mediador do processo ensino-
aprendizagem.
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O uso das tecnologias em sala de aula permite o acesso à internet, tornando a aprendizagem
mais prática, lúdica e dinâmica. Além disso, permite o engajamento dos alunos com o conteúdo e
no desenvolvimento das suas habilidades.
As mudanças sociais exigem grandes transformações na educação que estão ligadas
diretamente aos educadores, a capacitação profissional dos docentes deve ser prioridade nesse
processo, pois não basta apenas fazer uso dos recursos tecnológicos na sala de aula e sim entender
que elas estão presentes para auxiliar no processo educacional.
Nesta perspectiva, é importante que os professores compreendam a importância de sua
função nesse processo, oportunizando uma educação de qualidade e acessível a todos. As
tecnologias digitais têm um papel imprescindível nesse processo.
Aprender e se dispor ao uso das tecnologias requer participação, envolvimento e inovação.
O uso da tecnologia pode ser um grande apoio a educação, aliada a formação continuada dos
professores, a internet pode facilitar o entendimento das aulas de forma consciente e com
resultados positivos.
O professor tem um papel significativo enquanto mediador do uso das tecnologias digitais
e a experiência em sala de aula não deve ser substituída, nem negligenciada. Segundo Saraiva, 
Numa relação virtual, certas características e dimensões implícitas apontam formas de ser
e de configurar sentidos, condições essas de grande significado, tais como a necessidade
de estabelecimento de contatos, de ampliação de laços de afetividade com ênfase na
imagem e voz de professores e alunos- atores desse processo- e a importância do olho no
olho, do face a face, mesmo que distantes em tempo e espaço. (2003, p. 57).
Os desafios, sem dúvida, ainda são grandes em relação ao domínio do uso detecnologias
em sala de aula. As ferramentas tecnológicas vêm para facilitar o acesso aos novos conhecimentos,
mas vale ressaltar que nem todos professores tiveram formação adequada para lidarem com essas
novas ferramentas digitais que, por sua vez, precisaram se reinventar. 
É importante considerar também, que os professores precisam obter uma formação
estatística que lhes permita pensar estatisticamente para assim, promover o desenvolvimento do
pensamento estatístico em sala de aula, que vá além da resolução de problemas e que promova a
realização de projetos, investigação e a problematização de situações diversas.
 
REFERÊNCIAS 
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