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Crescimento, puberdade e desenvolvimento 
Fisiologia do 
crescimento 
Fatores intrínsecos: 
 Genéticos: 
→ Potencial genético (ex: pais altos tendem a ter filhos altos) 
→ Anomalias genéticas 
 Neuroendócrino: hormônios como GH, TSH etc 
Fatores extrínsecos: 
 Nutricionais 
 Ambiente 
 Atividade física 
Fases do 
crescimento 
Dependendo da fase do crescimento, determinados fatores (intrínsecos e extrínsecos) serão 
mais importantes 
intrauterino: 
 Fator mais importante: ambiente uterino 
 Nesse momento, o potencial genético não interfere tanto, por isso os bebes saudáveis 
nascem mais ou menos do mesmo tamanho 
Lactente: 
 Fator mais importante: nutrição (muito influenciado por fatores extrínsecos) 
 Crescimento geral é intenso e desacelerado (ganha peso e cresce mais no começo e 
depois vai progressivamente ganhando menos peso e crescendo menos também) 
Infantil (final do segundo ano de vida até a puberdade) 
 Fator mais importante: potencial genético 
 Crescimento geral constante (5 a 7% de crescimento por ano) 
Puberal: 
 Fator mais importante: esteroides sexuais – eles agem nas cartilagens de crescimento 
e no eixo do GH 
 Aceleração no crescimento geral 
Tipos de 
crescimento 
As fases do crescimento acima dizem sobre o 
crescimento geral, mas não são todos os tecidos que 
seguem esse padrão 
Geral: vide fases do crescimento 
Neural: intenso crescimento do tecido neural nos 2 
primeiros anos de vida e depois fica mais estável 
Linfoide: crescimento acelerado no começo da vida, 
na fase escolar é o pico, inclusive superando o 
crescimento do adulto (por esse motivo é comum 
palparmos cadeias linfonodais em escolares), depois 
começa a regredir indo para 100% que é o 
crescimento no adulto. 
Genital: é mínimo nos primeiros anos de vida e 
aumenta no inicio da puberdade. 
 
Avaliação do 
crescimento 
Parâmetros que devemos avaliar: 
Peso: 
→ Dado de grande sensibilidade 
→ “Decoreba”: 
1° trimestre: 700 g/mês 
2° trimestre: 600 g/mês 
3° trimestre: 500 g/mês 
4° trimestre: 400 g/mês 
Estatura: 
→ Até 2 anos: fazemos comprimento horizontal (0,7 cm de diferença – quando estamos 
em pé somos menores do que deitados) 
→ Após 2 anos: altura (medir altura normal) 
→ “Decoreba”: total de 25 cm 
1° trimestres: 3,5 cm/ano 
2° trimestre: 2 cm/mês 
3° trimestre: 1,5 cm/mês 
4° trimestre: 1,2 cm/mês 
→ Aparece muito em prova: primeiro semestre cresce 15 cm e no segundo semestre 
cresce 10 cm 
Perímetro cefálico: 
→ Reflete o crescimento cerebral 
→ Nos 2 primeiros anos de vida é um dado muito sensível e indispensável (reflete muito 
problemas neurais). Mas devemos fazer mesmo em crianças após 2 anos 
→ Da glabela até a parte mais alta da região occiptal 
→ ”Decoreba”: 
Criança nasce com cerca de 35 cm de PC 
1° trimestre: 2 cm/mês 
2° trimestre: 1 cm/mês 
3° trimestre: 0,5 cm/mês 
4° trimestre: 0,5 cm/mês 
Puberdade 
Conceitos 
iniciais 
Definições: 
 Adolescência: é um período cronológico (10 aos 20 anos) na qual ocorrem mudanças 
físicas, psicológicas, comportamentais... 
 Puberdade: é a parte de mudanças biológicas presente na adolescência = mudanças 
físicas, aceleração de crescimento, aparecimento de caracteres sexuais 
Fisiologia: a puberdade ocorre por 2 eventos hormonais – gonadarca 
 Gonadarca: inicio da função hormonal dos ovários e dos 
testículos devido a ativação do eixo hipotálamo-hipofisário-
gonadal (na infância esse eixo está inativo) 
→ Hipotálamo inicia uma secreção PULSATIL do GnRH 
→ Hipófise vai começar a liberar LH e FSH 
→ Ovários liberam estrogênios e testículos liberam 
testosterona, que levam ao surgimento de diversas alterações nos indivíduos. 
 Adrenarca: liberação de androgênios da adrenal (nos primeiros anos de vida a adrenal só 
liberada cortisol e mineralocorticoides, mas na puberdade a parte medular da adrenal 
começa a liberar androgênios). Isso gera pilifição, acnes, odor característico dos 
adolescentes. 
→ Principais androgênios: DHEA, S-DHEA e androsteridiona 
Crescimento durante a puberdade: 
É um crescimento assimétrico (por isso adolescente é desproporcional kkkkk) 
3 momentos principais: 
 Aceleração: esteroides sexuais influenciam o eixo do GH 
 Pico do crescimento: pico do estirão puberal – em mulheres ocorre em M3 e homens 
ocorre em G4 
 Desaceleração 
Principais eventos na puberdade: 
 Telarca: 
→ Desenvolvimento do broto mamário nas meninas 
→ Ocorre por ação estrogênica (resultado da gonadarca) 
→ Cuidado: ginecomastia (tecido glandular mamário nos meninos) – é frequente na 
puberdade, fisiológico e involui espontaneamente (só acompanhar clinicamente 
para ver o estadiamento puberal e se vai regredir ou se precisa tto) 
 Pubarca: 
→ Desenvolvimento de pilificação genital 
→ No sexo feminino ocorre devido a adrenarca e no sexo masculino ocorre devido a 
adrenarca e pela ação dos hormônios testiculares 
 Menarca: 
→ Ocorre em M4 (fase de desaceleração do crescimento) 
Puberdade 
fisiológica 
Sexo feminino: 
 Inicio: 8 a 13 anos 
 1° sinal da puberdade: telarca (o marco de verdade é o crescimento acelerado, 8 a 9 
cm/ano, mas é difícil de determinar então padronizamos que é a telarca 
Sexo masculino 
 Inicio: 9 a 14 anos 
 1° sinal da puberdade: aumento testicular (maior ou igual a 4 mL) 
 
Estadiamento de Tanner 
Sexo feminino: 
“M” = mamas 
M2: inicio da puberdade (telarca) – 
menina tem só tecido subareolar, não 
tem aumento significativo da mama 
M3: pico do estirão da menina (8 a 9 
cm/ano) 
M4: elevação da aréola criando sinal do 
duplo contorno (mama cresce e aréola 
cria uma saliência acima da mama) 
Entre cada etapa do M temos cerca de 1 ano, assim de M2 a M4 demoram cerca de 2 anos. 
“P” = pilificação 
 
Obs: muitas vezes o M avança antes do P 
 
Para lembrar: na mulher, TPM – telarca, pubarca e menarca (nessa sequência) 
 
Sexo masculino: 
 
“G” = genitália 
G2: inicio da puberdade = 
aumento do volume 
testicular 
G4: começamos a ver o 
contorno na glande e 
também é o pico do estirão 
do menino (9 a 10 cm/ano) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento infantil 
Avalição Desenvolvimento é algo que avaliaremos qualitativamente. Abordando 4 grandes aspectos: 
Motor: sentar, andar, caminhar etc 
Adaptativo (movimento fino): como capacidade de fazer pinça etc 
Pessoal-social 
Linguagem 
Avalição do 
desenv. motor 
Usamos os reflexos primitivos: avaliando sua presença, simetria e momento do 
desaparecimento (os reflexos somem e dão lugar aos movimentos corticais, que são 
voluntários) 
Principais reflexos: 
 Moro: levantar a criança e simular queda, assim ela fará “reflexo do abraço” – adução 
e abdução dos MMSS 
→ Reflexo reduz com 3 meses e desaparece por completo aos 6 meses 
 RTCA: reflexo tonico cervical assimétrico ou de magnus klein – você empurra a 
cabeça da criança para o lado e ela estica os braços como um esgrimista para lado 
que você rotacionou 
→ Desaparece de 3 a 4 meses 
 Marcha reflexa: segura as crianças pela axila e coloca o pé no chão, ai ela faz reflexo 
de andar. 
 Preensão palmar: nos 3 primeiros meses a criança fecha a mão involuntariamente, a 
partir de 4 meses começa a abrir mais a mão e fechar voluntariamente. Se a criança 
só fica com a mão fechada após os 4 meses, pode ser sinal de doença neurológica. 
 Preensão plantar: apoia a região plantar da criança e ela faz preensão plantar 
→ Desaparece em até 14 meses 
 Reflexo cutâneo-plantar: no primeiro ano de vida o RN pode fazer extensão, a partir 
de 1 ano deve fazer flexão (se persistir em extensão falaremos Babinski positivo) 
Obs: algumas literaturas falam que pode persistir até 18 meses 
 Reflexo do paraquedista: surge por 8 a 9 meses e permanece para sempre (reflexo 
de proteção contra quedas). Segurar a criança ameaçando deixa-la cair e ela coloca a 
mão e braço para proteger o rosto. 
 
Regras gerais do desenvolvimento: ocorre em sequência: é crânio-caudal e medial-lateral 
 
Marcos do desenvolvimento: tabela napróxima pagina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Desenvolvimento 
Idade Motor Adaptativo Social Linguagem 
RN postura tonico-
cervical = PTC 
(cabeça virada 
de lado), flexão 
de todos os 
membros, 
cabeça pende 
fixa a visão preferencia pela 
face humana 
 
1 mês postura tonico-
cervical (PTC) + 
eleva o queixo 
segue objeto em 
movimento (só 
com o olhinho, 
não vira a 
cabeça) 
sorri (sorri a 
toa, não por 
estimulo social) 
 
2 meses PTC + eleva a 
cabeça 
segue objeto 
180° (consegue 
acompanhar 
com a cabeça) 
sorriso social 
(se faz 
graçinha, ele 
sorri) 
vocaliza (faz 
barulinhos) 
3 meses PTC estende a mão contato social "aah, ngah" - 
mistura varios 
fonemas 
4 meses Centraliza a 
cabeça 
pega cubital 
(agarra os 
objetos 
voluntariamente 
mas não solta 
voluntariamente) 
ri alto 
(gargalhadas) 
 
6 a 7 meses senta sem 
apoio por pouco 
tempo e rola 
 
pega radial e 
consegue 
transferir o 
objeto 
(consegue 
passar entre as 
mãos mas ainda 
nao solta 
voluntariamente) 
prefere a mãe polissilabos 
vogais 
("mamama" 
"papapa") 
9 a 10 meses senta sem 
apoio e pode 
engatinhar 
pega polegar-
dedo (mas ainda 
nao faz pinça 
perfeitamente) 
e solta objetos 
se retirados 
estranha quem 
não está 
acostumado, 
acena, interage 
com "cadê? 
achou" 
"mama" "papa" 
12 meses anda com apoio 
e se levanta 
sozinha 
Pega em pinça Brinca e 
consegue ajudar 
a se vestir 
Algumas 
palavras 
Ficar atento que se os pais falam que a criança rolou antes dos 6 meses, pode ser sinal de 
agressão pois a criança ainda não sabe rolar. 
 
 
Distúrbios 
puberais 
Puberdade precoce 
 Definição: puberdade antes dos 8 anos na menina ou antes dos 9 anos no menino; 
 Características principais: 
→ Surgimento dos caracteres sexuais secundários + aceleração do crescimento 
→ Avanço da idade óssea (as cartilagens de crescimento fecham mais rapidamente 
do que a criança cresce = durante a infância vai ser uma criança alta mas vai ter 
baixa estatura na vida adulta) 
 Etiologias: 
→ Puberdade precoce central: 
▫ Dependente do GnRH (acontece o que ocorre na puberdade fisiológica, 
mas que está ocorrendo de forma precoce) 
▫ Mais comum no sexo feminino 
▫ Quadro isossexual (sinais de feminilização no sexo feminino e sinais de 
masculinização no sexo masculino) 
▫ Causas: idiopática, secundaria a alterações do SNC (é a etiologia mais 
comum no homem) 
▫ Avaliação laboratorial: aumento do LH basal e aumento da relação LH/FSH 
(vai ser uma relação maior do que 1) 
→ Puberdade precoce periférica: 
▫ Independente de GnRH 
▫ Isossexual ou heterossexual/contrassexual (mulher com virilização) 
▫ Ocorre por ação dos hormônios gonadais ou adrenais 
▫ Causas: administração exógena de esteroides sexuais, doenças gonadais 
(ex: tumor produtor de estrogênio ou testosterona) ou doenças adrenais 
▫ Condições especificas: 
- Sindrome de Mccune Albright: mutação que causa hiperfuncionamento 
das glândulas, inclusive dos ovários. Além da puberdade precoce, paciente 
terá manchas café-com-leite e displasia fibrosa poliostótica 
- Hiperplasia adrenal congênita: deficiência de 21-hidroxilase (participa da 
produção de cortisol e mineralocorticoides na adrenal), se deficiência 
total = falta de cortisol e mineralocorticoides = os percussores do cortisol 
e dos mineralocorticoides são todos desviados para produção de 
andrógenos pela adrenal = acumulo de androgênios desde a vida 
intrauterina = virilização da genitália feminina e masculina ao nascimento 
- Tumores do córtex da suprarrenal: sinais de virilização + sinais de 
hipercortisonismo (ex: fascie cushingoide). No sexo masculino observar 
testículos de tamanho infantil 
Variantes 
benignas do 
desenvolv. 
Puberal 
Situações que confundem puberdade precoce, mas na verdade só são variantes benignas do 
desenvolvimento puberal 
Mais comuns: 
Telarca precoce só tem telarca antes dos 8 anos, mas não terá aceleração do crescimento e 
nem avanço da idade óssea 
Adrenarca precoce: liberação precoce dos androgênios da adrenal, assim, paciente terá 
surgimento precoce de pelos, odor da adolescência e até surgimento de acnes. 
Tratamento da 
puberdade 
precoce 
Puberdade precoce central idiopática: tratar com análogo do GnRH (ele vai estimular os 
receptores de GnRH na hipófise, promovendo uma dessensibilização = bloqueio do eixo) 
Lembrar: hipotálamo – GnRH – hipófise – LH e FSH – ovários e testículos – progest. e texto.

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