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85 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho Unidade IV 7 A COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO AO INSS Todo e qualquer acidente que aconteça deve ser imediatamente informado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A informação é feita por meio do preenchimento correto da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), um formulário próprio para esse fim e desenvolvido pela equipe do Ministério da Previdência e Assistência Social. Essa prática foi oficializada há 42 anos pela Lei nº 5316/76 e, após sofrer várias alterações, hoje é regulamentada pela Lei nº 8213/91, que em seu artigo nº 22 reza que “todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.” (BRASIL, 1991). Realizar a comunicação correta do acidente de trabalho tem importância previdenciária, estatística, epidemiológica, trabalhista e social, como ratifica o próprio Ministério da Previdência Social. Por isso, o Ministério modernizou o formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT”, adequando-o à captação de dados relativos aos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, a fim de gerar informações para subsidiar o enquadramento das empresas segundo os graus de riscos no ambiente do trabalho, para adequar as alíquotas de contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa resultante desses riscos. Assim, com essas informações mais pormenorizadas acerca dos riscos ambientais do trabalho e ocorrências dos acidentes, doenças profissionais e do trabalho torna-se possível subsidiar políticas de prevenção e fiscalização das empresas. Lembrete A legislação brasileira também considera como acidente de trabalho as doenças degenerativas. Saiba mais Confira, na íntegra, a Portaria nº 5.051, de 26 de fevereiro de 1999, que aprova o novo formulário Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), no endereço: <http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/3_08101 4-105449-762.pdf>. 86 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 No endereço abaixo, você pode visualizar o formulário CAT: <http://menta2.dataprev.gov.br/prevfacil/prevform/benef/pg_internet/ ifben_visuform.asp?id_form=36>. 7.1 Cuidados importantes no preenchimento da CAT O preenchimento da CAT deve ser realizado de forma bastante cuidadosa, já que envolve aspectos legais de suma importância. Por isso, é recomendado que, ao enviar uma comunicação de acidente de trabalho: • a CAT não seja assinada em branco, sob nenhuma hipótese; • seja realizada uma verificação para se certificar de que todos os itens constantes no formulário foram totalmente preenchidos; • fique claro que a responsabilidade do atestado médico é exclusiva do médico; • o formulário não poderá conter rasuras nem tampouco emendas; • nenhum campo da CAT poderá ficar em branco; • o preenchimento da CAT deverá ser feito à máquina ou com caneta esferográfica e em letra de forma; • a CAT deverá ser apresentada ao INSS em duas vias, uma ficará com o próprio Instituto e a outra será destinada de acordo com a situação em questão; • o formulário CAT pode ser substituído por impresso próprio da empresa, mas para isso esta deverá possuir um sistema de informação de pessoal mediante processamento eletrônico. Vale ressaltar que, para que esse impresso tenha validade, deverá apresentar todas as informações exigidas pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). 7.1.1 Quando informar o acidente e de que forma? Havendo ou não afastamento do empregado, a empresa deverá comunicar o acidente de trabalho até o primeiro dia útil seguinte ao dia da ocorrência. Em caso de morte, essa comunicação deverá ser imediata às autoridades competentes. Caso isso não aconteça, a empresa poderá ser multada entre o limite mínimo e o teto máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto nº 2.173/97. Observação Nos períodos de refeição ou descanso, no local de trabalho, o empregado é considerado a serviço da empresa. 87 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho O INSS deverá ser comunicado por meio da CAT sobre as seguintes ocorrências: Quadro 4 – Relação entre ocorrência e tipo de CAT Ocorrência Tipo de CAT acidente de trabalho típico CAT inicial acidente de trabalho de trajeto CAT inicial doença profissional CAT inicial doença do trabalho CAT inicial reinício de tratamento (já comunicada anteriormente) CAT reabertura afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho (já comunicada anteriormente) CAT reabertura doença do trabalho (já comunicada anteriormente) CAT reabertura doença profissional (já comunicada anteriormente) CAT reabertura falecimento decorrente de acidente CAT comunicação de óbito falecimento decorrente de doença profissional CAT comunicação de óbito falecimento decorrente de doença do trabalho CAT comunicação de óbito A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser preenchida em seis vias, sendo uma para o INSS e as demais para a empresa, ao segurado ou seu dependente, ao sindicato de classe à qual pertence o segurado, ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Delegacia Regional do Trabalho (DRT). A entrega da CAT é de responsabilidade da empresa responsável por informar ao segurado ou à sua família o posto do Seguro Social em que a mesma foi registrada. Isso também se aplica aos trabalhadores temporários. Em caso de trabalho autônomo, a responsabilidade pelo preenchimento e entrega da CAT será do órgão gestor de mão de obra; caso não haja, a responsabilidade passa a ser do sindicato da categoria. Saiba mais Aprenda a preencher o formulário CAT acessando o seguinte endereço: <http://menta2.dataprev.gov.br/prevfacil/prevform/benef/pg_manut/ fben_visu_pag.asp?id_form=37>. 7.1.2 Comunicação de reabertura Sempre que houver reinício de tratamento ou ainda afastamento por agravamento de lesão de acidente de trabalho ou de doença ocupacional que já tenha sido comunicada anteriormente, as 88 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 reaberturas deverão ser informadas ao INSS. As mesmas informações repassadas na época do acidente deverão constar na comunicação de reabertura, excetuando-se apenas algumas datas. 7.1.3 Comunicação de óbito Em caso de óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT reabertura, deverá ser comunicado ao INSS por meio da CAT comunicação de óbito. Nessa comunicação, deverão constar a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial. Documentos como Certidão de Óbito e Laudo de Necropsia também deverão ser anexados. 7.2 Legislação pertinente • Lei nº 8.213/91 com alterações da Lei nº 9.032/95 e da Lei nº 9.528/97. • Decreto nº 2.172/97. • Decreto nº 2.173/97. 8 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO Segurança do trabalho pode ser definida como sendo um conjunto de medidas que são adotadas visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. No Brasil, a segurança do trabalho é regulamentada tanto por leis como por normas regulamentadoras e normas regulamentadoras rurais. As Normas Regulamentadoras da Higiene e Segurança do Trabalho (NR) são formadaspelos 32 dispositivos comentados a seguir. • NR-1: refere-se às disposições gerais e esclarece que as normas regulamentadoras são de total responsabilidade das empresas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); • NR-2: todo e qualquer estabelecimento, antes de inaugurar suas atividades, deve obter uma autorização de funcionamento ao Ministério do Trabalho; • NR-3: uma vez que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou a Delegacia do Trabalho Marítimo (DTM) constate que existe risco grave e iminente para o trabalhador, esses órgãos, utilizando-se de laudo técnico, podem pedir a intervenção do estabelecimento ou da obra em execução. Também poderão ser embargados máquinas e equipamentos que, da mesma forma, ofereçam perigo ao trabalhador; • NR-4: de acordo com o número de empregados e o tipo de atividade desenvolvida pela empresa, ela deverá possuir um setor de engenharia de segurança do trabalho e um setor de medicina do trabalho. Esses setores garantirão a saúde integral dos trabalhadores; • NR-5: é de obrigatoriedade de qualquer empresa, cujos empregados sejam regidos pela CLT, estabelecer de forma permanente uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa); 89 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho • NR-6: as empresas têm obrigação de disponibilizar para seus funcionários os equipamentos de proteção individual (EPIs). Considera-se EPI os equipamentos de proteção individual, seja nacional ou estrangeiro, cujo objetivo é o de preservar a integridade física e a saúde do trabalhador; • NR-7: toda empresa fica obrigada a formar e implementar seu Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O programa deve ter o objetivo permanente de preservar a saúde dos trabalhadores de forma coletiva; • NR-8: as normas regulamentadoras estabelecem que existem alguns requisitos básicos para a construção de qualquer edificação. Esses requisitos garantem o conforto e a segurança dos trabalhadores; • NR-9: as empresas ficam obrigadas a implementar seus Programas de Prevenção de Riscos Ambientais com o objetivo de apresentar aos empregados os riscos decorrentes de suas atividades laborais; • NR-10: as normas regulamentadoras estabelecem que existem condições mínimas de segurança para os empregados que trabalham em contato direto com energia elétrica. Essa norma visa a garantir não somente a integridade do empregado, mas também de terceiros; • NR-11: todo material deverá ser armazenado de acordo com suas características e requisitos de segurança. Também ficam estabelecidas normas de segurança para a movimentação física dos produtos, incluindo máquinas transportadoras, guindastes, empilhadeiras etc.; • NR-12: o local onde as máquinas mencionadas anteriormente serão guardadas também deverá obedecer aos requisitos mínimos de segurança; • NR-13: as caldeiras de qualquer fonte de energia, bem como os vasos de pressão terão seus funcionamentos atrelados à regulamentação profissional brasileira; • NR-14: existem requisitos mínimos para a construção de fornos. Eles devem estar em construções sólidas, cujo revestimento seja feito de material refratário. Essa exigência garante que o calor não ultrapasse os limites de segurança; • NR-15: as normas regulamentadoras estabelecem os procedimentos obrigatórios para os trabalhadores que exercem atividades insalubres, ou seja, nas quais estejam presentes agentes agressivos como calor, radiação, agentes químicos etc.; • NR-16: os trabalhadores que transportam ou manuseiam materiais como explosivos, produtos inflamáveis, produtos químicos ou substâncias radioativas terão suas atividades regulamentadas pelas NRs; • NR-17: é obrigação da empresa garantir aos seus trabalhadores as condições psicofisiológicas necessárias para o desempenho confortável de suas tarefas; • NR-18: estabelece as medidas de controle e os sistemas preventivos para os trabalhadores da indústria da construção; • NR-19: estabelece o total cumprimento dos procedimentos de manuseio, transporte e armazenamento de explosivos; 90 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 • NR-20: define as normas para armazenamento, transporte e manuseio de combustíveis, líquidos inflamáveis e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP); • NR-21: aos que trabalham em céu aberto, devem ser destinados abrigos capazes de protegê-los contra intempéries; • NR-22: as empresas devem garantir condições satisfatórias de segurança e medicina do trabalho aos seus empregados cujas atividades acontecem em locais subterrâneos, por exemplo, as minas; • NR-23: todas as empresas devem possuir um seguro sistema de proteção contra incêndio. Isso inclui saídas de emergência, suficiente número de equipamentos e pessoal treinado para utilizá- los; • NR-24: estabelece as condições mínimas para instalações sanitárias como cozinhas, banheiros, vestiários etc.; • NR-25: estabelece que todos os resíduos industriais devem ser eliminados do local de trabalho para evitar riscos à segurança e à saúde dos empregados; • NR-26: dispõe sobre a sinalização de segurança, fixando as cores a serem utilizadas nos locais de trabalho para prevenir acidentes; • NR-27: as normas regulamentadoras estabelecem que o exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho estará vinculado ao seu registro no Ministério do Trabalho, cujo processo deverá ter seu início na DRT; • NR-28: normatiza que fiscalização, embargo, interdição e outras penalidades, no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares a respeito da segurança e da saúde do trabalhador, serão efetuados, conforme ao disposto nos decretos-leis; • NR-29: estabelece normas de proteção à saúde dos trabalhadores de zonas portuárias, como portos organizados ou instalações portuárias de uso privativo; • NR-30: estabelece normas de segurança para os trabalhadores de embarcações comerciais de bandeiras nacionais ou estrangeiras, dentro do limite que foi disposto na Convenção da OIT nº 147; • NR-31: estabelece critérios que garantam a saúde e a segurança dos trabalhadores na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, de modo que o meio ambiente não seja agredido; • NR-32: estabelece as diretrizes básicas de segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como de todos que exercem atividades de assistência e promoção à saúde de um modo geral. Lembrete Podemos mencionar, nas causas dos acidentes, a falta de proteção dos equipamentos. 91 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho 8.1 As principais normas regulamentadoras No módulo anterior, foram apresentadas as 32 Normas Regulamentadoras da Higiene e Segurança do Trabalho (NR). Elas são normas gerais de segurança que visam a contemplar as profissões em sua totalidade. Porém, algumas são destinadas exclusivamente à prevenção de acidentes de trabalho, bem como à preservação da saúde do trabalhador. A seguir, elas serão apresentadas, assim como o que, na prática elas, representam para os trabalhadores. 8.1.1 NR-4: serviço especializado Segundo essa Norma, Empresas privadas ou públicas, que possuam empregados regidos pela CLT, manterão obrigatoriamente serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, vinculados à graduação do risco da atividade principal e do número total de empregados do estabelecimento. (BRASIL, 1978). De acordo com o númerode empregados da empresa e o tipo de atividade por ela desenvolvida, a empresa deverá possuir um setor de engenharia de segurança do trabalho e um setor de medicina do trabalho. Estes setores garantirão a saúde integral dos trabalhadores. 8.1.2 NR-5: comissão interna de prevenção de acidentes Segundo essa Norma, “as empresas privadas, públicas e os órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa)”. (BRASIL, 1999d). 8.1.3 NR-6: equipamentos de proteção individual Segundo essa Norma, “considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente”. (BRASIL, 1978). Observação A higiene e segurança do trabalho tem como objetivo a eliminação das causas das doenças profissionais. 92 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 8.1.4 NR-7: exames médicos Essa NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. (BRASIL, 1996). As empresas ficam obrigadas a formar e implementar seus PCMSOs. O programa deve ter o objetivo permanente de preservar a saúde dos trabalhadores em sua coletividade. 8.1.5 NR-8: edificações Essa Norma estabelece “requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham” (BRASIL, 1978). 8.1.6 NR-9: riscos ambientais Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. (BRASIL, 1978). Cabe às empresas a implementação de seus Programas de Prevenção de Riscos Ambientais, com o objetivo de apresentar aos empregados os riscos existentes e decorrentes de suas atividades laborais. 8.1.7 NR-15: atividades e operações insalubres Esta NR estabelece “os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações insalubres, que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação, comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho. Os agentes agressivos são: ruído, calor, radiações, pressões, frio, umidade, agentes químicos etc.” (BRASIL, 1978). 8.1.8 NR-16: atividades e operações perigosas Esta NR estabelece “os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias radioativas ou serviços de operação e manutenção” (BRASIL, 1978). 93 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho 8.1.9 NR-17: ergonomia Esta NR visa a estabelecer “parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”. (BRASIL, 1978). É obrigação da empresa proporcionar e garantir aos seus trabalhadores as condições psicofisiológicas necessárias para o desempenho confortável de suas tarefas. Resumo Todo e qualquer acidente que aconteça e que venha a acometer algum empregado deve ser imediatamente informado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A informação é feita por meio do preenchimento correto da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), um formulário próprio para esse fim e desenvolvido pela equipe do Ministério da Previdência e Assistência Social. O preenchimento da CAT deve ser realizado de forma bastante cuidadosa, já que envolve aspectos legais de suma importância. Por isso, é recomendado, ao enviar uma comunicação de acidente de trabalho: que a CAT não seja assinada em branco; que fique claro que a responsabilidade do atestado médico é exclusiva do médico; que o formulário não contenha rasuras nem tampouco emendas; que nenhum campo fique em branco; que o preenchimento seja feito à máquina ou com caneta esferográfica e em letra de forma e que seja apresentada ao INSS em duas vias, uma ficará com o próprio Instituto e a outra será destinada de acordo com a situação em questão. O formulário CAT pode ser substituído por impresso próprio da empresa, mas para isso deverá possuir um sistema de informação de pessoal mediante processamento eletrônico. Vale ressaltar que, para que esse impresso tenha validade, deverá apresentar todas as informações exigidas pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Havendo ou não afastamento do empregado, a empresa deverá comunicar o acidente de trabalho até o primeiro dia útil seguinte ao dia da ocorrência. A entrega da CAT é de responsabilidade da empresa responsável por informar ao segurado ou à sua família o posto do Seguro Social em que a mesma foi registrada. Sempre que houver reinício de tratamento ou ainda afastamento por agravamento de lesão de acidente de trabalho ou de doença ocupacional que já tenha sido comunicada anteriormente, as reaberturas deverão ser informadas ao INSS. 94 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Em caso de óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT reabertura, o mesmo deverá ser comunicado ao INSS por meio da CAT comunicação de óbito. No Brasil, a segurança do trabalho é regulamentada tanto por leis como por normas regulamentadoras e normas regulamentadoras rurais. As Normas Regulamentadoras da Higiene e Segurança do Trabalho (NR) são formadas pelos 32 dispositivos, cujos principais são: • Norma Regulamentadora nº 4: serviço especializado; • Norma Regulamentadora nº 5: comissão interna de prevenção de acidentes; • Norma Regulamentadora nº 6: equipamentos de proteção individual; • Norma Regulamentadora nº 7: exames médicos; • Norma Regulamentadora nº 8: edificações; • Norma Regulamentadora nº 9: riscos ambientais; • Norma Regulamentadora nº 15: atividades e operações insalubres; • Norma Regulamentadora nº 16: atividades e operações perigosas; • Norma Regulamentadora nº 17: ergonomia. Exercícios Questão 1. Francisco Feitosinho é funcionário da empresa de manutenção de ar condicionado Frio bom Ltda e trabalha em locais de terceiros, para realizar reparos e consertos em aparelhos dessa natureza. Em 22 de maio de 2012, ele estava trabalhando em um cliente quando sofreu um acidente, que provocou sua queda do primeiro andar do prédio em razão da falta de utilização de equipamentos de proteção individual e de equipamento de segurança. Informada do ocorrido, a empresa tomou todos os cuidados para socorrer adequadamente o funcionário, mas deixou de preencher a CAT sob alegação de que ele havia se acidentado fora da empresa e, por isso, não seria necessário o preenchimento. Assinale a afirmativa correta: A) a empresa está correta porque a lei obriga que a CAT seja preenchida apenas quando o acidente ocorre no próprio local de trabalho do empregado. B) a empresa está incorreta porque a CAT deveria ter sido preenchida pela empresa em queo empregado estava realizando a atividade de manutenção do ar condicionado. 95 Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Introdução de hIgIene e segurança do trabalho C) a CAT é um documento de comunicação de acidente de trabalho que deve ser preenchido pelo sindicato ao qual o empregado está filiado. D) todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão. E) a CAT só deve ser preenchida em caso de óbito do empregado. Resposta correta: alternativa D. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) deve ser preenchida obrigatoriamente pelo empregador no primeiro dia útil após o acidente de trabalho, independentemente do local onde ele tenha ocorrido. O acidente deverá ser comunicado mesmo que ocorra em horário de almoço, lanche ou descanso, bem como no horário de transporte de ida e volta para o trabalho. B) Alternativa incorreta. Justificativa: Francisco Feitosinho era funcionário da empresa Frio Bom Ltda e por isso ela é que tem a obrigação legal de providenciar o preenchimento e a entrega da CAT junto ao INSS. Em caso de trabalhador autônomo, a responsabilidade pelo preenchimento e entrega da CAT será do órgão gestor de mão de obra; caso não exista um gestor da mão de obra, a responsabilidade passa a ser do sindicato da categoria. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a CAT só deve ser preenchida pelo sindicato da categoria quando o acidentado não estiver sob regime de contratação pela CLT e nem estiver sob regime de trabalhao gerenciado por um gestor. D) Alternativa correta. Justificativa: todo e qualquer acidente que aconteça deve ser imediatamente informado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A informação é feita por meio do preenchimento correto da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), um formulário próprio para esse fim. Essa prática é regulamentada pela Lei nº 8213/91, que no artigo 22 determina que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS sob pena de multa em caso de omissão. E) Alternativa correta. Justificativa: a CAT deverá ser preenchida em caso de acidente de trabalho que gere óbito ou ferimentos, assim como em caso de doenças degenerativas. 96 Unidade IV Re vi sã o: J an an dr éa - D ia gr am aç ão : L éo - 1 3/ 06 /2 01 2 Questão 2. Silvia Sina é auxiliar de enfermagem no Hospital Santa Clara e foi contaminada por uma bactéria que causou graves consequências à sua saúde. Ela ficou internada por trinta dias e, após receber alta, ficou afastada do trabalho por mais 6 meses, até ser considerada completamente apta para retornar. Para surpresa de Silvia Sina o hospital não providenciou a CAT e nem assumiu que houve um dano decorrente de periculosidade no trabalho, nos termos do que dispõe a RN 32, que estabelece as diretrizes básicas de segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como de todos que exercem atividades de assistência e promoção à saúde de um modo geral. Argumentou a empresa que as Normas Regulamentadoras de Segurança e Higiene no Trabalho não são de cumprimento obrigatório porque não são leis aprovadas pelo Congresso Nacional, e sim estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Assinale a afirmação correta: A) as normas regulamentadoras conhecidas como NRs regulamentam procedimentos obrigatórios referentes à segurança e medicina do trabalho. São mencionadas expressamente na Consolidação das Leis do Trabalho e são de cumprimento obrigatório para todas as empresas que atuam no Brasil. B) as normas regulamentadoras não se aplicam a casos de contaminação por bactéria. C) as normas regulamentadoras são de cumprimento opcional pela empresa que pode decidir se cumpre essas normas ou a Consolidação das Leis do Trabalho. D) as normas regulamentadoras são aplicáveis apenas aos acidentes de trabalho e não às doenças profissionais. E) as normas regulamentadoras são subjacentes às normas administrativas e, por isso, não se pode exigir que sejam cumpridas por pessoas jurídicas de direito privado, como é o caso da empresa para a qual Silvia Sina trabalhava. Resolução desta questão na plataforma. 97 FiguRAs e ilusTRAções Figura 3 Grupo Unip-Objetivo Figura 4 MORGUEFILE. Ewp7.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/60502>. Acesso em: 4 jun. 2012. Figura 5 MORGUEFILE. Dscf3853.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/93999>. Acesso em: 4 jun. 2012. Figura 6 RANSOM, K. G. Hfh001.jpg. Disponível em: <hhttp://www.pics4learning.com/details.php?img=hfh001. jpg>. Acesso em: 4 jun. 2012. Figura 7 GALAFASSI, C. M. Medicina do Trabalho: programa de controle médico de Saúde Ocupacional (NR-7). São Paulo: Atlas, 1999, p. 65. Figura 8 BRASIL. Ministério da Saúde. Notificação de acidente de trabalho. 2006. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0442_M.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2012. pp. 31-32. Figura 9 ECKERT, L. Glassblowing3.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details. php?img=glassblowing3.jpg>. Acesso em: 4 jun. 2012. Figura 10 PORTOPÉDIA. Disponível em: <http://www.portogente.com.br/portopedia/Ergonomia/>. Acesso em: 2 jun. 2013. Figura 11 MORGUEFILE. Hardhat0004.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/5215>. Acesso em: 4 jun. 2012. 98 Figura 12 HOMEM-NO-POSTE.JPG. Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-ilkk0p6oDGk/T-OARuzneHI/ AAAAAAAAB5I/Hbs7gmfUgmA/s1600/homem-no-poste.jpg>. Acesso em 19 maio 2014. Figura 13 MORGUEFILE. Pb040001.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/60501>. Acesso em: 4 jun. 2012. ReFeRênCiAs Textuais ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Boitempo, 2005. ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999. ARAÚJO, G. M. de, Legislação de segurança e saúde no trabalho. Editora Virtual Ltda, 2013. p. 78. AUGUSTO, E. Premissas para um novo sindicato. In: GOMES, Á. (Org.). O trabalho no século XXI: considerações para o futuro do trabalho. São Paulo: A. Garibaldi; Bahia: Sindicato dos Bancários da Bahia, 2001. BARBOSA, A. Ergonomia e segurança do trabalho: Curso de Engenharia de Produção de Sistemas. [S.l.: s.n.], 2006. BRASIL. 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