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O cenário educacional contemporâneo tem exigido cada vez mais que as práticas de ensino e
aprendizagem sejam signi�cativas e contextualizadas. Dessa forma, as metodologias ativas vêm
ao encontro da necessidade de colocar os educandos como protagonistas do processo de
aprendizagem, principalmente quando se trata da Educação a Distância (EaD), modalidade tão
relevante quando o assunto é a inclusão digital na sociedade da informação. Assim,
compreender o conceito e as práticas mais comuns no que diz respeito ao uso de metodologias
ativas é fundamental para atender às mudanças constantes do campo da educação. Neste
roteiro, serão apresentados os conceitos fundamentais da disciplina, como a concepção acerca
de metodologias ativas, bem como sua aplicação e e�cácia enquanto estratégia de ensino por
meio de práticas como a sala de aula invertida e o ensino híbrido.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:
conhecer o conceito de metodologias ativas e re�etir sobre sua importância no processo
de ensino e aprendizagem;
compreender como a sala de aula invertida pode contribuir com as práticas pedagógicas
presenciais;
identi�car as principais relações entre o ensino híbrido e as metodologias ativas;
explorar as práticas e estratégias de ensino mais comuns no uso de metodologias ativas;
analisar as contribuições que as metodologias ativas promovem para a educação,
sobretudo no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem.
Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem para EAD
Roteiro deRoteiro de
EstudosEstudos
Autor: Ma. Talita Costa de Oliveira Almeida
Revisor: Dra. Rosangela Silveira Garcia
Introdução
A ideia de que a educação não está dissociada da vida, defendida por diversos teóricos desde o
início do século 20, justi�ca o crescente desenvolvimento de práticas inovadoras nas propostas
educacionais, sobretudo ao abordar as metodologias que determinam os possíveis caminhos
para alcançar o conhecimento. Logo, as metodologias ativas de aprendizagem apresentam-se
como estratégia que agrega aspectos teóricos e práticos, considerando o contexto dos alunos e
colocando-os como foco do processo de ensino.
Nesse sentido, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) destacam-se enquanto
recursos para mediação e desenvolvimentos de tais metodologias. Isso porque representam o
início da sociedade da informação, que é marcada pelo avanço acelerado de recursos
tecnológicos como a internet, a qual é um marco das transformações socioeconômicas e
socioculturais ocorridas no �nal do século 20 e início do século 21.
O Que são Metodologias Ativas e
Qual sua Importância na E�cácia
da Aprendizagem
O processo de ensino e aprendizagem se apresenta como um dos principais desa�os à
mobilização dos educandos diante dos conteúdos. Nesse contexto, considerando que,
conforme Bacich e Moran (2018, p. 4), “as metodologias são grandes diretrizes que orientam os
processos de ensino e de aprendizagem e que se concretizam com estratégias, abordagens e
técnicas concretas, especí�cas e diferenciadas”, a seleção de metodologias adequadas é crucial
para garantir a e�cácia da aprendizagem.
Por isso, historicamente, a partir da década do início do século 20, diversos autores começaram
a repensar as práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula e passaram a defender um novo
modelo de educação voltada para aprendizagem ativa.
Apesar da contemporaneidade das metodologias ativas como prática pedagógica, suas
matrizes conceituais datam do início do século 20. Ao escrever acerca da necessidade de se
inovar as práticas pedagógicas na sala de aula, não se pode deixar de mencionar os principais
autores que defenderam, desde o século 20, uma educação pautada na aprendizagem por
meio de metodologias ativas. John Dewey, por exemplo, nos anos 1930, já enfocava a
necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois defendia que o aprendizado
ocorre se inserido no contexto diário do aluno. Para ele, a função na educação é a de propiciar
uma reconstrução permanente das experiências dos estudantes articulada com a vida
(CAMARGO; DAROS, 2018).
Esse movimento delimitou uma concepção que passou a ser conhecida como metodologias
ativas ou aprendizagem ativa, tendo como característica a relação dos conteúdos com a vida
dos educandos, tornando relevantes as experiências que os alunos trazem para sala de aula
como ponto de partida ou re�exão para o processo de signi�cação dos conhecimentos.
Consequentemente, esse processo denota a importância do protagonismo dos sujeitos
enquanto agentes ativos no processo de aprendizagem.
Somado a isso, o uso de metodologias ativas pressupõe a �exibilização das práticas de ensino,
considerando os diferentes tipos e ritmos de aprendizagem que são discutidos principalmente
pela área da psicologia, tratando das inteligências múltiplas.
Aprendemos também de muitas maneiras, com diversas técnicas e
procedimentos, mais ou menos e�cazes para conseguir os objetivos desejados.
A aprendizagem ativa aumenta a nossa �exibilidade cognitiva, que é a
capacidade de alternar e realizar diferentes tarefas operações mentais ou
objetivos e de adaptar-nos a situações inesperadas, superando modelos
mentais rígidos e automatismos pouco e�cientes (BACICH; MORAN, 2018, p. 2).
Cabe destacar que não é somente o papel do aluno que adquire outro signi�cado no contexto
da aprendizagem ativa; o professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e passa a
ser um mediador, incentivador e orientador. Conforme indicam Bacich e Moran (2018, p. 2):
O professor como orientador ou mentor ganha relevância. O seu papel é
ajudar os alunos a irem além de onde conseguiriam ir sozinhos, motivando,
questionando e orientando. Até alguns anos atrás, ainda fazia sentido que o
professor explicasse tudo e o aluno anotasse, pesquisasse e mostrasse o que
aprendeu.
Sobretudo na EaD, o professor tem se reinventado, assumindo o papel de autor de conteúdos,
design educacional ou mediador das interações por meio de diversas tecnologias educacionais,
como os ambientes virtuais de aprendizagem. Assim,
O papel do professor hoje é muito mais amplo e complexo. Não está centrado
só em transmitir informações de uma área especí�ca; ele é principalmente
designer de roteiros personalizados e grupais de aprendizagem e
orientador/mentor de projetos pro�ssionais e de vida dos alunos (BACICH;
MORAN, 2018, p. 12).
Esse designer educacional atua no planejamento, na elaboração e no desenvolvimento de
materiais educacionais para serem utilizados no processo de ensino e de aprendizagem, fruto
de uma colaboração multidisciplinar em todas as etapas do projeto. Ele tem como principal
foco de trabalho a construção de produtos para serem utilizados na educação a distância. Essa
construção permite que não se faça o uso das TICs e da EAD para replicar modelos tradicionais
de ensino.
Portanto, com base no que vimos até aqui, é possível veri�car que a aplicação de metodologias
ativas visa, dentre outros objetivos, superar o ensino tradicional em decorrência do processo
de digitalização e virtualização do mundo moderno. Isso porque grande parte dos alunos tem
fácil acesso à informação e busca na sala de aula as respostas e a construção de signi�cado que
não encontram sozinhos nos sites de busca, por exemplo.
Desse modo, ao tratar de metodologias ativas, remete-se a uma abordagem de ensino que
busca a aprendizagem consistente, pois se baseia na construção re�exiva, contextualizada e
signi�cativa, e não somente em processos de transmissão e memorização de conteúdos.
O professor ainda pode fazer o uso de Objetos de Aprendizagem (OA), que consiste em
recursos didáticos a serem agregados no processo de aprendizagem, independentemente do
contexto. Vale levantar, aqui, três termos importantes, acessibilidade , usabilidade e
adaptabilidade , que se referem, respectivamente, ao objetivo de universalização, à facilidade
de operação e à personalização das TICs, tão importantes para o desenvolvimentodas
metodologias ativas.
A pesquisa de Pereira (2017) aborda as metodologias ativas de aprendizagem do século XXI e a
integração das tecnologias educacionais, exempli�cando e articulando a relação das
metodologias ativas com as Tecnologias de Informação e da Comunicação (TICs) no contexto
educacional. A leitura do artigo contribuirá para que você consiga observar a relação das
metodologias ativas com as TICs e com as práticas pedagógicas.
Sala de Aula Invertida: O Que
Signi�ca e Como Apoia as
Práticas Pedagógicas
Dentre as práticas educacionais que estão pautadas no conceito de metodologias ativas, está a
sala de aula invertida, também chamada de �ipped classroom . A proposta dessa estratégia é
instigar que os alunos realizem o processo de pesquisa, leitura e conhecimento de conteúdos
antes de irem para a sala de aula, de forma que, quando estiverem em sala de aula, tenham
repertório para re�etir, discutir, tirar dúvidas, propor e contextualizar os conteúdos estudados.
LIVRO
A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas
para fomentar o aprendizado ativo
Autores : Fausto F. Camargo e Thuinie M. Daros
Editora : Grupo A
Ano : 2018
Comentário : A primeira parte do livro apresenta a concepção
de metodologias ativas, bem como os aspectos históricos que
promoveram o desenvolvimento da aprendizagem ativa. Então,
para que você conheça um pouco mais do universo das
metodologias ativas e as estratégias utilizadas para promovê-la,
con�ra o que os autores falam a respeito da sala de aula
inovadora e os exemplos de práticas pedagógicas que podem
ser utilizadas.
Disponível na Minha Biblioteca.
Tal prática parte do pressuposto de que a aprendizagem não ocorre somente na sala de aula.
Segundo indica Moran (2007, p. 14-15):
A educação é um processo de toda a sociedade – não só da escola – que afeta
todas as pessoas, o tempo todo, em qualquer situação pessoal, social,
pro�ssional, e de todas as formas possíveis. Toda a sociedade educa quando
transmite ideias, valores, conhecimento e quando busca novas ideias valores e
conhecimentos. Família, escola, meios de comunicação, amigos, igrejas,
empresas, internet, todos educam e, ao mesmo tempo, são educados.
Nesse sentido, justi�ca-se a proposta da sala de aula invertida, que também promove um novo
signi�cado para o dever de casa, pois, se as atividades designadas para serem realizadas fora
de sala de aula ou como preparação para a aula forem motivadoras e contextualizadas,
contribuirão para o desenvolvimento das práticas pedagógicas, das interações e da construção
do conhecimento em sala de aula, enriquecendo-as.
Diante disso, veri�camos que, conforme Bergmann (2018), a aprendizagem invertida é uma
proposta simples, uma vez que os alunos acessam o material elaborado ou indicado pelo
professor em casa, antes de ir para a sala de aula. Esse material introdutório, geralmente
apresentado em formato de vídeo instrutivo, substitui a chamada aula expositiva e otimiza o
tempo em sala de aula, que é direcionado para discussões, esclarecimentos de dúvidas,
realizações de projetos e outras atividades individuais e coletivas.
Entretanto, a sala de aula invertida apoiará as práticas pedagógicas desde que esteja inserida
em uma proposta que efetivamente atue de maneira sistêmica com a concepção de
metodologias ativas de ensino, pois, se for utilizada de maneira isolada, di�cilmente conseguirá
mobilizar os estudantes e será vista somente como uma tarefa de casa, e não como parte do
processo de aprendizagem. Na EaD, essa prática torna-se ainda mais signi�cativa, pois favorece
o melhor aproveitamento dos encontros presenciais.
Relação Entre Ensino Híbrido e
Metodologias Ativas
O ensino híbrido, também conhecido como blended learning , pode ser de�nido como um
modelo pedagógico que articula práticas do ensino presencial e a distância. Entretanto, em um
contexto mais amplo acerca da educação, é relevante destacar que o conceito de híbrido não
se relaciona somente à combinação de ações presenciais e virtuais, mas, como aponta o
signi�cado literal, remete-se à mistura ou à mescla de componentes que podem envolver
espaços, tempos, atividades, públicos, áreas de conhecimento, projetos etc.
Assim, a articulação ou mistura de diferentes estratégias para o desenvolvimento da
aprendizagem quando se trata de metodologias ativas também envolve as TICs. Conforme
Bacich e Moran ( apud HORN; STAKER, 2015, p. 34), o ensino híbrido é “qualquer programa
educacional formal no qual um estudante aprende, pelo menos em parte, por meios do ensino
on-line, com alguns elementos de controle do estudante sobre o tempo, o lugar, o caminho
e/ou o ritmo”.
LIVRO
Aprendizagem invertida para resolver o problema do
dever de casa
Autor : Jonathan Bergmann
Editora : Grupo A
Ano : 2018
Comentário : Quer saber como funciona a sala de aula invertida
na prática? Observe as discussões acerca da sala de aula
invertida e sua relação com a ressigni�cação do dever de casa.
Realize a leitura dos Capítulos 1, 2 e 3.
Disponível na Minha Biblioteca.
Então, qual é a relação entre o modelo de ensino híbrido, a sala de aula invertida e as
metodologias ativas? A adoção do modelo de ensino híbrido é um dos elementos que
propiciam a condição para a aplicação da sala de aula invertida como parte das práticas
pedagógicas que estão imersas nas metodologias ativas.
Além disso, favorece a superação da aprendizagem pautada somente na transmissão,
agregando processos signi�cativos, como o questionamento e a experimentação, que resultam
no equilíbrio entre indução e dedução.
Assim, o ensino híbrido estabelece uma relação recíproca com as metodologias ativas, na
medida em que serve como base teórica e prática para o uso de diferentes estratégias para o
processo de ensino e aprendizagem focado no aluno, permitindo, inclusive, a personalização,
visto que, como discorrem Bacich e Moran (2018, p. 9), “com a dissolução de fronteiras entre
espaço virtual e espaço físico e criação de um espaço híbrido de conexões. Na convergência
entre espaços presenciais e virtuais surgem novos modos de expressar pensamentos, [...] e
aprender“.
Como vimos, o ensino híbrido como uma metodologia ativa vai além da articulação de
momentos presenciais e virtuais, pois está pautado no conceito de mesclagem de diferentes
estratégias selecionadas de acordo com o contexto para contribuir com o processo de
engajamento, motivação e aprendizagem dos alunos.
Práticas mais Comuns nas
Metodologias Ativas de
Aprendizagem
Além das práticas já mencionadas anteriormente, como a sala de aula invertida e o ensino
híbrido, estão entre as ações educacionais mais comuns no contexto das metodologias ativas:
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABProb) e em investigação;
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABProj);
estudos de caso;
peer instruction : aprendizagem entre pares ou times;
aprendizagem a partir de histórias e jogos.
LIVRO
Ensino híbrido: personalização e tecnologia na
educação
Autores : Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto e Fernando de Mello
Trevisani
Editora : Grupo A
Ano : 2015
Comentário : Con�ra, nessa obra, a concepção de ensino
híbrido e sua relação com a personalização do ensino.
Sobretudo, nos Capítulos 1 e 2, você terá a oportunidade de
conhecer a concepção de ensino híbrido, os modelos possíveis e
ainda conferir um estudo de caso a respeito do assunto.
Disponível na Minha Biblioteca.
Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas práticas?
A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL, do inglês Problem-Based Learning , ou ABProb,
como é conhecida no Brasil) parte de uma situação-problema como eixo para o
desenvolvimento de conhecimentos e competências, de forma que, na busca pela resolução do
problema, os estudantes, sob a orientação dos professores, têm foco na identi�cação das
causas do problema apresentado.
Para isso, como indicam Barbosa e Moura (2013), o ensino é focado no aluno, enquanto o
aprendizado é autodirigido, sendo que o professor atua como mediadore orientador nos
grupos de trabalho, permitindo uma interação maior entre os estudantes e entre professores e
alunos.
Na aprendizagem baseada em investigação, em vez de partir de um problema, os estudantes
realizam o levantamento de questões e problemas e buscam, de forma individual ou coletiva,
desenvolver inferências e possíveis soluções para as questões levantadas. Para isso, segundo
Bacich e Moran (2018, p. 12), os alunos devem “pesquisar, avaliar situações e pontos de vista
diferentes, fazer escolhas, assumir riscos, aprender pela descoberta e caminhar do simples
para o complexo. Os desa�os bem planejados contribuem para mobilizar as competências
desejadas”.
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABProj) pressupõe a proposta de planejamento e
execução de um projeto para tratar de objetivo que esteja ligado ao cotidiano, ou seja, a
situações reais relacionadas à vida dos alunos. Essa proposta de aprendizagem remonta o �nal
do século 19 e início do século 20, conforme indicam Barbosa e Moura (2013, p. 61):
John Dewey e William H. Kilpatrick, ambos do início do século XX, são
considerados os precursores da Aprendizagem Baseada em Projetos na era
contemporânea. Na visão de Kilpatrick, o projeto com �ns educacionais teria
quatro fases essenciais: intenção, planejamento, execução e julgamento. Dewey
considerava que os projetos realizados por alunos demandam
necessariamente a ajuda de um professor que pudesse assegurar o processo
contínuo de aprendizagem e crescimento.
O estudo de caso, ou Aprendizagem Baseada em Casos ( Case-Based Learning – CBL), enquadra-
se na mesma linha metodológica da ABProb e em investigação. No entanto tem como principal
diferencial o fato de os alunos buscarem a resolução de um caso interdisciplinar, podendo, no
processo de resolução e obtenção de conclusões, relacionar-se com novas situações e cenários
pessoais, sociais ou pro�ssionais. Ela proporciona o desenvolvimento da visão analítica, crítica e
argumentativa, bem como a acurácia na capacidade de resolver problemas e, também, de
inovar.
A aprendizagem em pares ou times ( peer instruction ) baseia-se na interação entre os
estudantes durante as aulas expositivas, de maneira que estes estejam focados nos conceitos
fundamentais de determinado conteúdo. Para tanto, as aulas consistem em apresentações
curtas acerca dos pontos-chave do assunto, seguidas de um teste conceitual (questões rápidas)
sobre o tema. Depois, é dado um tempo para os alunos formularem suas respostas e, em
seguida, devem discuti-las entre si. Esse processo a) força os estudantes a pensar com base nos
argumentos que estão sendo desenvolvidos e b) dá-lhes (o professor incluído) um modo de
avaliar a sua compreensão do conceito (MAZUR, 2015).
Aprendizagem por histórias e jogos �gura-se como práticas de aprendizagem ativa, porque
mobilizam os estudantes a partir de dois aspectos: enquanto leitores e jogadores e enquanto
autores e designer de jogos. Nesse sentido, Bacich e Moran (2018) apontam que as histórias
narradas, vividas e compartilhadas há muito tempo têm sido algumas das práticas bastante
utilizadas no processo de ensino, pois são de fácil aplicação.
Assim como as histórias, os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos
(gami�cação) também são ferramentas que despertam o interesse dos alunos e podem servir
para trabalhar habilidades como a superação de desa�os, aprender a lidar com fracassos ou
até mesmo correr riscos com segurança.
Essa gami�cação pode ser por meio do lançamento de um desa�o para os alunos, da
construção de jogos sobre os assuntos das aulas, por meio do convite à pesquisa em
repositórios de recursos educacionais abertos, visando a encontrar opções de jogos digitais
que possam ser adaptados ao contexto das aulas, ou, também, ao solicitar que os estudantes
tragam e/ou sugiram jogos que possam ser adaptados e trabalhados na sala de aula.
Um elemento importante que permeia as diferentes metodologias ativas é a taxonomia de
Bloom, em seu formato tradicional, que é a proposta de aprendizagem de níveis mais fáceis
para mais complexos, passando pelas seguintes etapas: lembrar, entender, aplicar, analisar,
avaliar e criar, ou em seu formato invertido, que parte dos níveis mais complexos (criar, avaliar,
analisar) para os mais fáceis (aplicar, entender e lembrar). Ao pensar sobre a aprendizagem
ativa, é relevante considerar que os estudantes percorrerão esses estágios e níveis de
complexidade no processo de apropriação de conhecimentos e relação com a prática.
Cabe destacar que os recursos tecnológicos são ferramentas didáticas fundamentais para a
aplicação das diferentes práticas de aprendizagem ativa. Assim, tecnologias como realidade
aumentada, aplicativos de comunicação, tecnologias digitais móveis e internet, dentre outras,
tornam viáveis as atividades propostas para os alunos, desde a prática da sala de aula invertida
até o acesso a jogos.
Por �m, é importante lembrar que as metodologias ativas apresentadas são as mais comuns,
porém, como estamos na sociedade da informação e como a própria proposta da
aprendizagem ativa instiga a busca de novos conhecimentos, estratégias e perspectivas, você
pode encontrar outras metodologias de aprendizagem ativa. Isso indica mais um elemento a
ser considerado quando tratamos de práticas educacionais: somada à contextualização sempre
deve existir a atualização de conhecimentos.
Barbosa e Moura (2013) pesquisaram metodologias ativas de aprendizagem na educação
pro�ssional e tecnológica e apresentam uma descrição simples das metodologias ativas mais
utilizadas e como elas contribuem no processo de aprendizagem na educação pro�ssional,
uma vez que a aprendizagem ativa pressupõe a articulação da teoria com a prática, fator
essencial para o ensino pro�ssional.
Impactos Favoráveis na Educação
com a Utilização das
LIVRO
Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico-prática
Autores : Lilian Bacich e José Moran
Editora : Grupo A
Ano : 2017
Comentário : O livro é uma referência que contém os principais
conceitos e práticas da aprendizagem ativa. Por isso, é
fundamental que você execute a leitura tanto da Parte 1, que
apresenta os fundamentos das metodologias ativas, quanto da
Parte 2, que trata da formação de professores para a prática da
aprendizagem ativa.
Disponível na Minha Biblioteca.
Metodologias Ativas de
Aprendizagem
As contribuições que o uso de metodologias ativas agregam à educação vão além dos
resultados no processo aprendizagem, pois representam um movimento de repensar a
concepção de ensino e contribuem para que os conhecimentos não estejam dissociados da
realidade e, sobretudo, deslocados das crescentes mudanças e dos avanços tecnológicos da
sociedade.
Por isso, Moran (2007, p. 23) a�rma que:
O currículo precisa estar ligado à vida, ao cotidiano, fazer sentido, ter
signi�cado, ser contextualizado. Muito do que os alunos estudam está solto,
desligado da realidade deles, de suas expectativas e necessidades. O
conhecimento acontece quando algo faz sentido, quando é experimentado,
quando pode ser aplicado de alguma forma ou em algum momento.
É importante ressaltar que esse movimento de repensar os métodos de ensino, segundo Behar
(2009), não ocorre somente devido à introdução das TICs na EaD, mas apenas foi evidenciado
por esses elementos, visto que apontou a necessidade de mudanças nas práticas educacionais
e no modelo pedagógico. Isso tudo gerou um novo ambiente educacional, que considera o
ritmo de aprendizagem individual dos alunos, o desenvolvimento de competências e
habilidades relacionadas à vida dos educandos e que esteja conectado por meio de
comunidades de aprendizagem e trabalho em rede.
Mediante tal cenário, veri�cam-se os impactos signi�cativos que as metodologias ativas
proporcionam para a educação, quando se consideram e favorecem os aspectos psicológicos,
didáticos e sociais, ao desenvolver a articulação entre teoria e prática. Isso porque colocar osalunos como protagonistas favorece a autonomia, a re�exão, o pensamento analítico e crítico,
ao mesmo tempo que garante a apropriação dos conhecimentos teóricos.
Ainda nesse sentido, estudos sobre o processo de aprendizagem, a exemplo da Pirâmide de
Dale, consolidam a relevância das metodologias ativas para a educação. Segundo Camargo e
Daros (2018), essa pirâmide de aprendizagem apresenta sete formas de aprendizagem:
palestra ou aula expositiva; leitura; recursos audiovisuais; demonstração; argumentação;
prática do conhecimento; ensino aos outros, o que indica que a maior parte da aprendizagem
ocorre nas atividades relacionadas às metodologias ativas, ou seja, argumentar, praticar o
conhecimento e ensinar aos outros.
Portanto, a aplicação de métodos ativos de aprendizagem evidencia o que diversos teóricos já
apontavam a respeito da forma como as pessoas aprendem, indicando que métodos passivos e
transmissivos centrados na �gura do professor como detentor do conhecimento não se
mostram tão e�cazes para a aprendizagem quanto os métodos ativos centrados no aluno e
articulados ao contexto de vida.
Conclusão
Como vimos, as metodologias ativas vêm ocupando cada vez mais espaço na educação, tanto
na modalidade presencial como no ensino a distância. Podemos perceber que, na EaD, a
aprendizagem ativa é a principal ferramenta para ensinar e aprender, pois o acesso aos
conteúdos parte de uma iniciativa dos alunos, que precisam ser provocados a agir sobre os
materiais disponibilizados.
LIVRO
Modelos pedagógicos em educação a distância
Autora : Patricia Alejandra Behar (org.).
Editora : Grupo A
Ano : 2011
Comentário : Para contextualizar e articular seus estudos
acerca das metodologias ativas com foco na EaD, leia do
Capítulo 1 ao 5, do livro indicado, os quais apresentam a
concepção de modelos pedagógicos para a EaD e os principais
elementos para a estruturação de práticas educativas para essa
modalidade de ensino. Aproveite para conferir o Capítulo 11,
que poderá inspirar possíveis resoluções para o estudo de caso.
Disponível na MInha Biblioteca.
Para isso, o uso de diferentes metodologias ativas (ABProb, em casos e em investigação;
ABProj; peer instruction ; aprendizagem baseada em história e jogos), junto com os diversos
recursos tecnológicos, como os ambientes virtuais de aprendizagem, fomentam os processos
educacionais no ensino a distância. Deixa-se claro que a EaD não se restringe a um sistema ou
a um meio de comunicação, mas é uma modalidade educacional.
Por �m, é possível, ainda, veri�car que as metodologias ativas têm se tornado um ponto de
convergência entre as modalidades de ensino presencial e a distância. Isso porque são práticas
pedagógicas que podem ser usadas tanto em sala de aula quanto em ambientes virtuais de
aprendizagem ou, ainda, de maneira articulada, a exemplo do ensino híbrido.
Referências Bibliográ�cas
BACICH, L.; MORAN, J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora : uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017. (Série Desa�os da Educação). (Minha
Biblioteca).
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F de M. Ensino híbrido : personalização e tecnologia na
educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. Metodologias ativas de aprendizagem na educação pro�ssional e
tecnológica. Boletim Técnico Senac , Rio de Janeiro, v. 39, n. 2, p. 48-67, maio/ago. 2013.
Disponível em: https://www.bts.senac.br/bts/article/view/349 . Acesso em: 8 mar. 2021.
BEHAR, P. A. (org.). Modelos pedagógicos em educação a distância . Curitiba: Artmed, 2011.
(Minha Biblioteca).
BERGMANN, J. Aprendizagem invertida para resolver o problema do dever de casa . Porto
Alegre: Penso, 2018. [Disponível em Minha Biblioteca].
CAMARGO, F. F.; DAROS, T. M. A sala de aula inovadora : estratégias pedagógicas para
fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. [Disponível em Minha Biblioteca].
HORN, M.; STAKER, H. Blended : usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação.
Porto Alegre: Penso, 2015.
MAZUR, E. Peer instruction : a revolução da aprendizagem ativa. Porto Alegre: Penso, 2015.
[Disponível em Minha Biblioteca].
MORAN, J. M. A educação que desejamos : novos desa�os e como chegar lá. Campinas:
Papirus, 2007.
https://www.bts.senac.br/bts/article/view/349
PEREIRA, T. A. Metodologias ativas de aprendizagem do século XXI: integração das tecnologias
educacionais. In: CONGRESSO INTERNACIONAL ABED DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 23., 2017,
São Paulo. Anais eletrônicos [...]. São Paulo: Associação Brasileira de Educação a Distância,
2017. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/407.pdf . Acesso
em: 8 mar. 2021.
http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/407.pdf

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