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Termoquímica (Relações entre reações químicas e variações de energia envolvendo calor) Cap 5 Brown Energia cinética e energia potencial • Energia cinética é a energia do movimento: • Energia potencial é a energia que um objeto possui em virtude de sua posição.A energia potencial pode ser convertida em energia cinética. • Por exemplo: um ciclista no topo de um morro. A natureza da energia Energia cinética e energia potencial • A energia potencial eletrostática, Ed, é a atração entre duas partícula com cargas contrárias, Q1 e Q2, a uma distância d entre si. • A constante k = 8,99 ´ 109 J m/C2. • Se as duas partículas têm cargas iguais, Ed será a repulsão eletrostática entre elas. A natureza da energia Unidades de energia • A unidade SI para energia é o joule, J. • Algumas vezes utilizamos a caloria em vez do joule: 1 cal = 4,184 J (exatos) • Uma caloria nutricional: 1 Cal = 1.000 cal = 1 kcal A natureza da energia Sistema e vizinhanças • Sistema: é a parte do universo na qual estamos interessados. • Vizinhança: é o resto do universo. A natureza da energia A transferência de energia: trabalho e calor • Força é uma tração ou uma compressão exercida em um objeto. • Trabalho é o produto da força aplicada em um objeto em uma distância. • Energia é o trabalho realizado para mover um objeto contra uma força. • Calor é a transferência de energia entre dois objetos. • Energia é a capacidade de realizar trabalho ou de transferir calor. A natureza da energia Energia interna • Energia interna: é a soma de toda a energia cinética e potencial de um sistema. • Não se pode medir a energia interna absoluta. A primeira lei da termodinâmica A relação de DE a calor e a trabalho • A energia não pode ser criada ou destruída. • A energia (sistema + vizinhança) é constante. • Toda energia transferida de um sistema deve ser transferida para as vizinhanças (e vice-versa). • A partir da primeira lei da termodinâmica: quando um sistema sofre qualquer mudança física ou química, a variação obtida em sua energia interna, DE, é dada pelo calor adicionado ou liberado pelo sistema, q, mais o trabalho realizado pelo ou no sistema: A primeira lei da termodinâmica A primeira lei da termodinâmica A primeira lei da termodinâmica Processos endotérmicos e exotérmicos • Endotérmico: absorve calor da vizinhança. • Exotérmico: transfere calor para a vizinhança. • Uma reação endotérmica mostra-se fria. • Uma reação exotérmica mostra-se quente. A primeira lei da termodinâmica Funções de estado • Função de estado: depende somente dos estados inicial e final do sistema, e não de como a energia interna é utilizada. A primeira lei da termodinâmica Funções de estado A primeira lei da termodinâmica • As reações químicas podem absorver ou liberar calor. • No entanto, elas também podem provocar a realização de trabalho. • Por exemplo, quando um gás é produzido, ele pode ser utilizado para empurrar um pistão, realizando, assim, trabalho. Zn(s) + 2H+(aq) ® Zn2+(aq) + H2(g) • O trabalho realizado pela reação acima é denominado trabalho de pressão-volume. Entalpia Entalpia • Entalpia, H: é o calor transferido entre o sistema e a vizinhança realizado sob pressão constante. • Entalpia é uma função de estado. • Quando DH é positivo, o sistema ganha calor da vizinhança. • Quando DH é negativo, o sistema libera calor para a vizinhança. Entalpia Entalpia A entalpia é uma propriedade extensiva (a ordem de grandeza do DH é diretamente proporcional à quantidade): CH4(g) + 2O2(g) ® CO2(g) + 2H2O(l) DH = -890 kJ 2CH4(g) + 4O2(g) ® 2CO2(g) + 4H2O(g) DH = -1780 kJ Entalpias de reação • Quando invertemos uma reação, alteramos o sinal do DH: CO2(g) + 2H2O(l) ® CH4(g) + 2O2(g) DH = +890 kJ • A variação na entalpia depende do estado: H2O(g) ® H2O(l)DH = -88 kJ Entalpias de reação Capacidade calorífica e calor específico • Calorimetria = a medição do fluxo de calor. • Calorímetro = o instrumento que mede o fluxo de calor. • Capacidade calorífica = a quantidade de energia necessária para aumentar a temperatura de um objeto (em um grau). • Capacidade calorífica molar = a capacidade calorífica de 1 mol de uma substância. • Calor específico = a capacidade calorífica específica = a capacidade de calor de 1 g de uma substância. Calorimetria Calorimetria a pressão constante Calorimetria • A reação é realizada a uma pressão constante da atmosfera. • Utilize uma bomba calorimétrica. • Normalmente estuda a combustão. Bomba calorimétrica (calorimetria de volume constante) Calorimetria • A lei de Hess: se uma reação é executada em uma série de etapas, o DH para a reação será igual à soma das variações de entalpia para as etapas individuais. • Por exemplo: CH4(g) + 2O2(g) ® CO2(g) + 2H2O(g) DH = -802 kJ 2H2O(g) ® 2H2O(l) DH = -88 kJ CH4(g) + 2O2(g) ® CO2(g) + 2H2O(l) DH = -890 kJ Lei de Hess Observe que: DH1 = DH2 + DH3 Lei de Hess • Se 1 mol de composto é formado a partir de seus elementos constituintes, a variação de entalpia para a reação é denominada entalpia de formação, DHof . • Condições padrão (estado padrão): 1 atm e 25 oC (298 K). • A entalpia padrão, DHo, é a entalpia medida quando tudo está em seu estado padrão. • Entalpia padrão de formação: 1 mol de composto é formado a partir de substâncias em seus estados padrão. Entalpias de formação • Se existe mais de um estado para uma substância sob condições padrão, o estado mais estável é utilizado. • A entalpia padrão de formação da forma mais estável de um elemento é zero. Entalpias de formação Entalpias de formação Utilização de entalpias de formação para o cálculo de entalpias de reação • Utilizamos a lei de Hess para calcular as entalpias de uma reação a partir das entalpias de formação. Entalpias de formação • Valor de combustão = a energia liberada quando 1 g de substância é queimada. • 1 caloria nutricional, 1 Cal = 1000 cal = 1 kcal. • A energia em nossos corpos vem de carboidratos e gorduras (principalmente). • Intestinos: carboidratos convertidos em glicose: C6H12O6(s) + 6O2(g) ® 6CO2(g)+ 6H2O(l), DH = -2.803 kJ • As gorduras se quebram como se segue: 2C57H110O6 (s) + 163O2 (s) ® 114CO2 (s) + 110H2O(l), DH = -75.520 kJ Alimentos e combustíveis Alimentos • Gorduras: contêm mais energia; não são solúveis em água; portanto são boas para armazenagem de energia. Alimentos e combustíveis Combustíveis • Em 2000 os Estados Unidos consumiram 1,03 ´ 1017 kJ de combustível. • A maior parte a partir do petróleo e do gás natural. • O restante a partir de carvão, usinas nucleares e hidroelétricas. • Os combustíveis fósseis não são renováveis. Alimentos e combustíveis Alimentos e combustíveis Combustíveis • O valor de combustão = a energia liberada quando 1 g de subsância é queimado. • O hidrogênio tem grande potencial como combustível com um valor de combustão de 142 kJ/g. Alimentos e combustíveis Termodinâmica química (o estudo da energia e suas transformações) Cap 19 Brown Processos espontâneos • A termodinâmica está relacionada com a pergunta: uma reação pode ocorrer? • A primeira lei de termodinâmica: a energia é conservada. • Qualquer processo que ocorra sem intervenção externa é espontâneo. • Quando dois ovos caem no chão, eles se quebram espontaneamente. • A reação inversa não é espontânea. • Podemos concluir que um processo espontâneo tem um sentido. Processos espontâneos • Um processo que é espontâneo em um sentido não é espontâneo no sentido contrário. • O sentido de um processo espontâneo pode depender da temperatura: gelo se transformando em água é espontâneo a T > 0°C, água se transformado em gelo é espontâneo a T < 0°C. Processos reversíveis e irreversíveis • Um processo reversível é o que pode ir e voltar entre estados pela mesma trajetória. Processos espontâneos Processos espontâneos Processos reversíveise irreversíveis – Quando 1 mol de água é congelado a 1 atm a 0°C para formar 1 mol de gelo, q = DHvap de calor é removido. – Para inverter o processo, q = DHvap deve ser adicionado ao 1 mol de gelo a 1 atm para formar 1 mol de água a 0°C. – Portanto, a conversão entre 1 mol de gelo e 1 mol de água a 0°C é um processo reversível. • Deixar 1 mol de gelo aquecer é um processo reversível. Para ter o processo inverso, a temperatura da água deve ser reduzida a 0°C. Processos espontâneos Processo irreversíveis Processos espontâneos Processos reversíveis e irreversíveis • Os sistemas químicos em equilíbrio são reversíveis. • Em qualquer processo espontâneo, a trajetória entre reagentes e produtos é irreversível. • A termodinâmica nos fornece o sentido de um processo. Ela não pode prever a velocidade na qual o processo irá ocorrer. • Por que as reações endotérmicas são espontâneas? Entropia e segunda lei da termodinâmica Expansão espontânea de um gás • Por que ocorrem os processos espontâneos? • Considere um estado inicial: dois frascos conectados por um registro fechado. Um frasco é evacuado e o outro contém 1 atm de gás. • O estado final: dois frascos conectados por um registro aberto. Cada frasco contém gás a 0,5 atm. • A expansão do gás é isotérmica (com temperatura constante). Conseqüentemente, o gás não executa trabalho e o calor não é transferido. Entropia e segunda lei da termodinâmica Expansão espontânea de um gás • Por que um gás se expande? Entropia e segunda lei da termodinâmica Expansão espontânea de um gás • Considere o simples caso onde existem duas moléculas de gás nos frascos. • Antes do registro ser aberto, ambas as moléculas de gás estarão em um frasco. • Uma vez que o registro é aberto, há uma probabilidade maior que uma molécula esteja em cada frasco do que ambas as moléculas estarem no mesmo frasco. Entropia e segunda lei da termodinâmica Expansão espontânea de um gás • Quando existem muitas moléculas, é muito mais provável que as moléculas se distribuam entre os dois frascos do que todas permanecerem em apenas um frasco. Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia • A entropia, S, é uma medida da desordem de um sistema. • As reações espontâneas seguem no sentido da diminuição de energia ou do aumento da entropia. • No gelo, as moléculas são muito bem ordenadas por causa das ligações H. • Portanto, o gelo tem uma entropia baixa. Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia • À medida que o gelo derrete, quebram-se as forças intermoleculares (requer energia), mas a ordem é interrompida (então a entropia aumenta). • A água é mais desorganizada do que o gelo, então o gelo derrete espontaneamente à temperatura ambiente. Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia • Existe um equilíbrio entre a energia e as considerações de entropia. • Quando um sólido iônico é colocado na água, duas coisas acontecem: – a água se organiza em hidratos em torno dos íons (então a entropia diminui) e – os íons no cristal se dissociam (os íons hidratados são menos ordenados do que o cristal, então a entropia aumenta). Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia Entropia e segunda lei da termodinâmica Entropia • Geralmente, quando um aumento na entropia em um processo está associado a uma diminuição na entropia em outro sistema, predomina o aumento em entropia. • A entropia é uma função de estado. • Para um sistema, DS = Sfinal - Sinicial • Se DS > 0, a desordem aumenta, se DS < 0 a ordem aumenta. Entropia e segunda lei da termodinâmica Segunda lei da termodinâmica • A segunda lei da termodinâmica explica a razão dos Processos espontâneos terem um sentido. • Em qualquer processo espontâneo, a entropia do universo aumenta. • DSuniv = DSsis + DSviz: a variação de entropia do universo é a soma da variação de entropia do sistema e a variação de entropia da vizinhança. • A entropia não é conservada: DSuniv está aumentando. Entropia e segunda lei da termodinâmica Segunda lei da termodinâmica • Para um processo reversível: DSuniv = 0. • Para um processo espontâneo (e irreversível): DSuniv > 0. • Observe: a segunda lei afirma que a entropia do universo deve aumentar em um processo espontâneo. É possível que a entropia de um sistema diminua desde que a entropia da vizinhança aumente. • Para um sistema isolado, DSsis = 0 para um processo reversível e DSsis > 0 para um processo espontâneo. Interpretação molecular da entropia • Um gás é menos ordenado do que um líquido, que é menos ordenado do que um sólido. • Qualquer processo que aumenta o número de moléculas de gás leva a um aumento em entropia. • Quando NO(g) reage com O2(g) para formar NO2(g), o número total de moléculas de gás diminui e a entropia diminui. Interpretação molecular da entropia Interpretação molecular da entropia • Existem três modos atômicos de movimento: – translação (o movimento de uma molécula de um ponto no espaço para outro); – vibração (o encurtamento e o alongamento de ligações, incluindo a mudança nos ângulos de ligação); – rotação (o giro de uma molécula em torno de algum eixo). Interpretação molecular da entropia • Necessita-se de energia para fazer uma molécula sofrer translação, vibração ou rotação. • Quanto mais energia é estocada na translação, vibração e rotação, maiores são os graus de liberdade e maior é a entropia. • Em um cristal perfeito a 0 K não há translação, rotação ou vibração de moléculas. Conseqüentemente, esse é um estado de perfeita ordem. Interpretação molecular da entropia Interpretação molecular da entropia • Terceira lei de termodinâmica: a entropia de um cristal perfeito a 0 K é zero. • A entropia varia dramaticamente em uma mudança de fase. • Ao aquecermos uma substância a partir do zero absoluto, a entropia deve aumentar. • Se existem duas formas de estado sólido diferentes para uma substância, a entropia aumenta na mudança de fase do estado sólido. Interpretação molecular da entropia Interpretação molecular da entropia • A ebulição corresponde a uma maior variação na entropia do que a fusão. • A entropia aumenta quando – líquidos ou soluções são formados a partir de sólidos, – gases são formados a partir de sólidos ou líquidos, – o número de moléculas de gás aumenta, – a temperatura aumenta. Variações da entropia nas reações químicas • A entropia absoluta pode ser determinada a partir de medidas complicadas. • A entropia molar padrão, S°: a entropia de uma substância em seu estado padrão. Similar em conceito ao DH°. • Unidades: J/mol K. Observe as unidades de DH: kJ/mol. • As entropias molares padrão dos elementos não são iguais a zero. Variações da entropia nas reações químicas Energia livre de Gibbs • Para uma reação espontânea, a entropia do universo deve aumentar. • As reações com valores de DH grandes e negativos são espontâneas. • Como balancear DS e DH para prever se uma reação é espontânea? • A energia livre de Gibbs, G, de um estado é: • Para um processo que ocorre a uma temperatura constante: • Existem três condições importantes: – Se DG < 0, então a reação direta é espontânea. – Se DG = 0, então a reação está em equilíbrio e não ocorrerá nenhuma reação liquída. – Se DG > 0, então a reação direta não é espontânea. Se DG > 0, trabalho deve ser fornecido dos arredores para guiar a reação. • Para uma reação, a energia livre dos reagentes diminui para um mínimo (equilíbrio) e então aumenta para a energia livre dos produtos. Energia livre de Gibbs Energia livre de Gibbs • Considere a formação de amônia a partir de nitrogênio e hidrogênio: • Inicialmente, a amônia será produzida espontaneamente (Q < Keq). • Após um determinado tempo, a amônia reagirá espontaneamente para formar N2 e H2 (Q > Keq). • No equilíbrio, ∆G = 0 e Q = Keq. Energia livre de Gibbs Energia livre de Gibbs Variaçõesde energia livre padrão • Podemos arranjar em forma de tabelar as energias livres padrão de formação, DG°f (entalpias padrão de formação). • Estados padrão são: sólido puro, líquido puro, 1 atm (gás), 1 mol/L de concentração (solução) e DG° = 0 para os elementos. • O DG° para um processo é dado por • A quantidade de DG° para uma reação nos diz se uma mistura de substâncias reagirá espontaneamente para produzir mais reagentes (DG° > 0) ou produtos (DG° < 0). Energia livre de Gibbs Energia livre e temperatura • Focaremos em DG = DH - TDS: – Se DH < 0 e DS > 0, então DG é sempre negativo. – Se DH > 0 e DS < 0, então DG é sempre positivo. (Isto é, o inverso de 1.) – Se DH < 0 e DS < 0, então DG é negativo em baixas termperaturas. – Se DH > 0 e DS > 0, então DG é negativo em altas temperaturas. • Mesmo que uma reação tenha um DG negativo, ela pode ocorrer muito lentamente para ser observada. Energia livre e temperatura Energia livre e constante de equilíbrio • Lembre-se que DG° e K (constante de equilíbrio) se aplicam às condições padrão. • Lembre-se que DG e Q (quociente de equilíbrio) se aplicam a quaisquer condições. • É útil determinar se as substâncias reagirão sob quaisquer condições: Energia livre e constante de equilíbrio • No equilíbrio, Q = K e DG = 0, logo • A partir do descrito acima, podemos concluir: – Se DG° < 0, logo K > 1. – Se DG° = 0, logo K = 1. – Se DG° > 0, logo K < 1.