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Atuação do fisioterapeuta no puerpério imediato Avaliação Avaliação dos membros inferiores SINAIS VITAIS Antes de iniciar qualquer exercício com a puérpera, o fisioterapeuta deve verificar frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e pressão arterial (PA), pois a ocorrência de anormalidades pode limitar sua conduta; Se a puérpera estiver com a PA elevada, por exemplo, não deverá ser feita a cinesioterapia envolvendo elevação de membros inferiores na posição de decúbito dorsal, pois isso poderá aumentar ainda mais a PA. AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA É importante verificar o padrão respiratório, a expansibilidade torácica e a mobilidade diafragmática em todas as puérperas. A ausculta respiratória deve ser feita naquelas com queixas de desconforto respiratório. A mecânica da respiração está sujeita a alterações tanto em puérperas que tiveram o parto por via vaginal quanto naquelas submetidas à cesariana. Durante o parto por via vaginal, já foram encontradas evidências de fadiga diafragmática, o que pode predispor a uma hipocinesia muscular pós-parto. No caso do parto cesariano, deve-se ter em mente que são cirurgias abdominais de médio porte, com todos os riscos e complicações que as acompanham, inclusive diminuição da ventilação alveolar. AVALIAÇÃO DO ABDOME No abdome, realiza-se a palpação do útero a fim de acompanhar o processo de involução uterina. Para que isso ocorra de maneira adequada, é necessário que toda a placenta tenha sido expulsa e que não existam infecção, hiperdistensão e concentrações inadequadas de hormônios. Quando a involução uterina é inadequada, geralmente é acompanhada de sangramento aumentado. Se o fisioterapeuta detectar qualquer alteração nesse sentido, deverá comunicar imediatamente ao médico que assiste a puérpera. Pela percussão, é possível avaliar os desconfortos gastrintestinais caracterizados pelo sinal de timpanismo abdominal, presente principalmente em mulheres submetidas a parto transabdominal, devido a uma diminuição do ritmo peristáltico. AVALIAÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO Desde o período gestacional, os MAP tendem ao enfraquecimento devido ao efeito dos hormônios e à sobrecarga causada pelo aumento da pressão abdominal. No parto, podem ocorrer lesões aos músculos e/ou nervos do AP, às estruturas conectivas de suporte da pelve, às estruturas vasculares ou diretamente ao trato urinário. As lesões musculares podem resultar de lacerações perineais espontâneas ou de episiotomia. As lacerações perineais espontâneas podem ser classificadas, de acordo com o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, em: 1° grau (lesão de mucosa) 2° grau (lesão envolvendo a musculatura perineal, mas não o esfíncter anal) 3° grau (lesão envolvendo o complexo esfincteriano anal) 4° grau (lesão envolvendo o complexo esfincteriano anal e a mucosa retal). Essas lesões devem ser documentadas pelo fisioterapeuta, pois, a curto prazo, podem levar a dor perineal. Além disso, o trauma perineal decorrente do parto vaginal tem sido apontado como fator de risco para DAP, incluindo IU e IA, transtorno de dor genitopélvica/penetração e POP. AVALIAÇÃO DA MAMA E DA AMAMENTAÇÃO Como fisioterapeutas, devemos avaliar sempre as posturas adotadas pelas mulheres durante a amamentação, incluindo o posicionamento do bebê, e, junto a elas, definir as melhores posições. Acreditamos que a postura adequada é um ponto-chave para o sucesso da amamentação, pois facilita a pega do bebê e evita dores e desconfortos musculoesqueléticos, diminuindo aincidência de complicações e tornando o processo mais prazeroso. CONDUTA TERAPÊUTICA Apesar de ainda não existirem estudos científicos de qualidade metodológica satisfatória que avaliem os efeitos da intervenção fisioterapêutica no puerpério imediato, o que vemos em nossa prática clínica é que os resultados positivos, traduzidos em melhoria do conforto e bem-estar das puérperas, constituem respostas concretas que merecem ser divulgadas. De maneira geral, são realizados exercícios respiratórios, exercícios para o estímulo do peristaltismo abdominal, incentivo à deambulação, exercícios para os MAP e condutas relacionadas à amamentação. A respiração diafragmática pode ser empregada objetivando reeducação da função respiratória, prevenção de complicações respiratórias e melhora da capacidade funcional geral das puérperas. Quando não for possível para o fisioterapeuta realizar uma visita domiciliar no pós-parto, devem ser fornecidas, na maternidade, orientações ergonômicas relacionadas ao puerpério. ORIENTAÇÕES ERGONÔMICAS NO PUERPÉRIO Os cuidados com crianças desde o nascimento até os 3 anos de idade são percebidos como o período de maior demanda física e emocional pelas mães (Maynard e Blain, 2005). O grande desafio materno é manter o equilíbrio entre essas demandas e a capacidade de o organismo lidar com elas. Desse modo, no puerpério, parte das recomendações ergonômicas é relacionada às estratégias para lidar com as demandas emocionais do período, e parte visa interferir nas demandas impostas sobre o sistema musculoesquelético da mãe e dos demais cuidadores do bebê, minimizando-as. INTERVENÇÃO ERGONÔMICA SOBRE AS DEMANDAS EMOCIONAIS No campo dos fatores pessoais, as características da personalidade materna devem ser consideradas no que diz respeito à demanda emocional/psíquica típica do período. Estratégias individuais cognitivas, como atividades físicas prazerosas, convívio social e técnicas de meditação e relaxamento, podem contribuir para a manutenção do equilíbrio emocional e são recomendadas. Com relação à demanda física, certamente os ajustes são mais fáceis de serem adotados se comparados àqueles para minimizar as demandas emocionais. As recomendações ergonômicas dizem respeito às adaptações no ambiente e aos cuidados posturais que devem ser tomados durante a execução das atividades cotidianas. É importante destacar que uma boa solução ergonômica deve ser pautada no respeito aos aspectos biomecânico, fisiológico, psicofísico e de produtividade. Isso significa que a proposta de adequação deve, ao mesmo tempo, considerar as características físicas do indivíduo, ser prática e minimizar o esforço empregado na tarefa sem dificultar a sua realização. Universidade Federal do Delta do Parnaíba Discente: Medelly Marques dos Santos Docente: Sávia Francisco Lopes Dia
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