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Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 1 3256 Olá, pessoal! Tudo bem? Aqui é Ricardo Torques, Professor e Diretor do Estratégia Carreiras Jurídicas. Gostaria de lhes apresentar o e-book "Banco de Provas Jurídicas Comentadas". Elaborado com muito carinho e cuidado por vários professores, você terá em suas mãos as questões de provas de 2022 comentadas ♾ Aproveito, ainda, para dar um aviso importante: a Assinatura Jurídica Vitalícia está de volta. Depois de muitos pedidos dos nossos alunos, o produto que dá acesso perpétuo a todos os materiais e ferramentas do Estratégia Carreira Jurídica ficará disponível por tempo limitado. 💎 Anote na agenda o dia 15/05/2023, às 10h, e prepare-se para fazer o último investimento da sua vida na preparação para concursos jurídicos. Para ficar por dentro de tudo, garanta acesso antecipado às nossas Listas VIP no WhatsApp e Telegram. Por lá divulgaremos tudo em primeira mão. 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D- o nascimento no Brasil, o alistamento eleitoral e a filiação partidária, não havendo previsão de idade máxima. E- o nascimento no Brasil, a idade mínima de vinte e um anos e o domicílio eleitoral na circunscrição eleitoral, não sendo obrigatória a filiação partidária. Solução Completa Gabarito: B A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas da CRFB/88 sobre direitos políticos. A resposta para o questionamento está presente no artigo 14, §3º, da CRFB/88. Confira: Art. 14. [...] § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 3 3256 III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: [...] c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; A única alternativa que elenca de forma correta todos as condições de elegibilidade presentes no §3º do art. 14 da CRFB/88 é a letra ‘B’. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: CORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas da CRFB/88 sobre direitos políticos. A resposta para o questionamento está presente no artigo 14, §3º, da CRFB/88. Confira: Art. 14. [...] § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: [...] c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; A única alternativa que elenca de forma correta todos as condições de elegibilidade presentes no §3º do art. 14 da CRFB/88 é a letra ‘B’. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 4 3256 Questão 2. O Conselho da Justiça Federal atua A- junto ao STJ, cabendo-lhe exercer a supervisão administrativa e orçamentária da justiça federal de primeiro e segundo graus, com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. B- junto ao CNJ, cabendo-lhe exercer apenas a supervisão orçamentária das justiças federal, do trabalho e eleitoral, sem poderes correicionais ou decisórios. C- junto ao STJ, cabendo-lhe exercer a supervisão administrativa e orçamentária das justiças federal, do trabalho e eleitoral, sem poderes correicionais e sem previsão de caráter vinculante para suas decisões. D- junto ao STF, cabendo-lhe exercer a supervisão administrativa e orçamentária da justiça federal de primeiro e segundo graus, com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. E- junto ao STF, cabendo-lhe exercer apenas a supervisão orçamentária do Poder Judiciário e do CNJ, sem poderes correicionais ou decisórios. Solução Completa Gabarito: A A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas da CRFB/88, sobre o Superior Tribunal de Justiça. A resposta para o questionamento está presente no artigo 105, parágrafo único, inciso II, da CRFB/88. Confira: Art. 105 [...] Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: [...] II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. Como é possível observar, a alternativa ‘A’ é a única que encontra o perfeito amparo no artigo 105, parágrafo único, inciso II, da CRFB/88, sendo, portanto, o gabarito da questão. Alternativa A: CORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 5 3256 A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas da CRFB/88, sobre o Superior Tribunal de Justiça. A resposta para o questionamento está presente no artigo 105, parágrafo único, inciso II, da CRFB/88. Confira: Art. 105 [...] Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: [...] II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. Como é possível observar, a alternativa ‘A’ é a única que encontra o perfeito amparo no artigo 105, parágrafo único, inciso II, da CRFB/88, sendo, portanto, o gabarito da questão. Questão 3. A eficácia horizontal direta dos direitos fundamentais (unmittelbare Drittwirkung) é uma teoria atribuída ao jurista Hans Carl Nipperdey, o qual buscava superar a teoria clássica e demonstrar novas modalidades de violações de direitos fundamentais, até então não reconhecidas pela teoria mais tradicional, como a defendida por Jellineck. Constitui exemplo de aplicação inovadora da teoria da eficácia horizontal direta dos direitos fundamentais A- o ajuizamento de ação trabalhista contra uma fundação pública para que ela adote medidas concretaspara a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos. B- a interposição de mandado de segurança para exigir que as universidades públicas tenham banheiros designados para atender a pessoas transgêneros. C- a propositura de habeas corpus para garantir a inviolabilidade do corpo do paciente e fazer valer a sua negativa para a realização de exame de DNA exigido pela autoridade policial. D a exigência de um cliente para que uma empresa privada, concessionária de serviço público de energia, respeite seu direito constitucional de inviolabilidade de domicílio, quando tal ingresso seja necessário à continuidade do serviço público em questão. E a exigência para que uma escola particular tenha de observar o contraditório e a ampla defesa ao expulsar um aluno, mesmo que o contrato entre as partes estabeleça o contrário. Solução Completa Gabarito: E Os direitos fundamentais regulam não apenas a relação do Estado com o indivíduo, mas também a relação entre os próprios indivíduos, de forma que são aplicáveis aos particulares. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 6 3256 Quando as normas definidoras de direitos fundamentais dispõem sobre as relações entre o Poder Público e os particulares (pessoas naturais ou pessoas jurídicas de direito privado), ora mediante abstenções do Estado, ora mediante prestações, tem-se a chamada eficácia vertical dos direitos fundamentais. Há ainda incidência dos direitos fundamentais nas relações privadas, não obstante existir certa divergência doutrinária sobre o assunto, dada a garantia de autonomia de vontade. A projeção de direitos fundamentais às relações nas quais os particulares (pessoas naturais ou jurídicas) se encontram em uma hipotética condição de igualdade jurídica é denominada eficácia horizontal. Na eficácia indireta, os direitos fundamentais exigem que o legislador se abstenha de criar lei que viole direitos fundamentais e exigem que o mesmo legislador implemente os direitos fundamentais e indique quais poderão ser aplicados aos particulares em suas relações. Essa concepção tem como ponto de partida o reconhecimento de um direito geral de liberdade e não direitos subjetivos. A atuação do legislador é primordial para que não se desconfigure o direito privado a partir de infringência da autonomia de vontade. Esse modelo é adotado na Alemanha. Na eficácia direta, os direitos fundamentais são aplicáveis às relações entre particulares, independentemente da atuação do legislador ordinário, embora tal condição não seja absoluta e ainda que se respeite a autonomia de vontade. Esse é o modelo adotado na Espanha, em Portugal e na Itália. No Brasil, em algumas oportunidades, o Supremo Tribunal Federal já admitiu a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, inclusive a eficácia direta. Podemos citar como exemplo o RE 158.215- 4, em que o STF entendeu existir violação das garantias constitucionais de ampla defesa e devido processo legal na exclusão de associado sem que este tenha o direito de se defender, por mera deliberação da assembleia. Bastante ilustrativa também foi a decisão proferida no RE 161.243-6, em que se percebeu ofensa ao princípio da isonomia no tratamento discriminatório dado a brasileiro, empregado de companhia aérea francesa, em favor de empregado francês, ambos em condições idênticas de trabalho. Há na doutrina ainda os que admitem a eficácia diagonal dos direitos fundamentais, quando se percebe na relação contratual entre particulares uma desigualdade fática e/ou jurídica. São exemplos as relações trabalhistas e as consumeristas. Alternativa A: INCORRETA. Não se trata de eficácia horizontal, porque uma das partes é Fundação Pública. Para se tratar de eficácia horizontal, ambas as partes devem ser particulares. Alternativa B: INCORRETA. Não se trata de eficácia horizontal, porque uma das partes é uma Autarquia ou Fundação Pública. Para se tratar de eficácia horizontal, ambas as partes devem ser particulares. Alternativa C: INCORRETA. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 7 3256 A projeção de direitos fundamentais às relações nas quais os particulares (pessoas naturais ou jurídicas) se encontram em uma hipotética condição de igualdade jurídica é denominada eficácia horizontal, na alternativa, um dos polos não é um particular. Alternativa D: INCORRETA. A concessionária é uma Pessoa Jurídica de Direito Privado, que presta um serviço cujo a natureza jurídica é natureza jurídica de serviço público. Alternativa E: CORRETA. Na alternativa ‘E’, a exigência para que uma escola particular tenha de observar o contraditório e a ampla defesa ao expulsar um aluno, mesmo que o contrato entre as partes estabeleça o contrário, configura a aplicação da Teoria Horizontal, considerando que em ambos os polos da relação estão presentes particulares e não é possível identificar desigualdade fática ou jurídica entre eles. Podemos citar como exemplo o RE 158.215-4, em que o STF entendeu existir violação das garantias constitucionais de ampla defesa e devido processo legal na exclusão de associado sem que este tenha o direito de se defender, por mera deliberação da assembleia. Confira a ementa do acórdão: DEFESA - DEVIDO PROCESSO LEGAL - INCISO LV DO ROL DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS - EXAME - LEGISLAÇÃO COMUM. A intangibilidade do preceito constitucional assegurador do devido processo legal direciona ao exame da legislação comum. Daí a insubsistência da óptica segundo a qual a violência à Carta Política da República, suficiente a ensejar o conhecimento de extraordinário, há de ser direta e frontal. Caso a caso, compete ao Supremo Tribunal Federal exercer crivo sobre a matéria, distinguindo os recursos protelatórios daqueles em que versada, com procedência, a transgressão a texto constitucional, muito embora torne-se necessário, até mesmo, partir-se do que previsto na legislação comum. Entendimento diverso implica relegar à inocuidade dois princípios básicos em um Estado Democrático de Direito - o da legalidade e do devido processo legal, com a garantia da ampla defesa, sempre a pressuporem a consideração de normas estritamente legais. COOPERATIVA - EXCLUSÃO DE ASSOCIADO - CARÁTER PUNITIVO - DEVIDO PROCESSO LEGAL. Na hipótese de exclusão de associado decorrente de conduta contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao devido processo legal, viabilizado o exercício amplo da defesa. Simples desafio do associado à assembléia geral, no que toca à exclusão, não é de molde a atrair adoção de processo sumário. Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa. (STF - RE: 158215 RS, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 30/04/1996, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 07-06-1996 PP-19830 EMENT VOL-01831-02 PP-00307 RTJ VOL-00164- 02 PP-00757) Solução Rápida Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 8 3256 A projeção de direitos fundamentais às relações nas quais os particulares (pessoas naturais ou jurídicas) se encontram em uma hipotética condição de igualdade jurídica é denominada eficácia horizontal. Na alternativa ‘E’, a exigência para que uma escola particular tenha de observar o contraditório e a ampla defesa ao expulsar um aluno, mesmo que o contrato entre as partes estabeleça o contrário, configura a aplicação da Teoria Horizontal, considerando que em ambos os polos da relação estão presentes particulares e não é possível identificar desigualdade fática ou jurídica entre eles. Podemos citar como exemplo o RE 158.215-4, em que o STF entendeu existir violação das garantias constitucionais de ampla defesa e devido processo legal na exclusão de associado sem que este tenha o direito de se defender, por mera deliberação da assembleia. Confira a ementa do acórdão: DEFESA- DEVIDO PROCESSO LEGAL - INCISO LV DO ROL DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS - EXAME - LEGISLAÇÃO COMUM. A intangibilidade do preceito constitucional assegurador do devido processo legal direciona ao exame da legislação comum. Daí a insubsistência da óptica segundo a qual a violência à Carta Política da República, suficiente a ensejar o conhecimento de extraordinário, há de ser direta e frontal. Caso a caso, compete ao Supremo Tribunal Federal exercer crivo sobre a matéria, distinguindo os recursos protelatórios daqueles em que versada, com procedência, a transgressão a texto constitucional, muito embora torne-se necessário, até mesmo, partir-se do que previsto na legislação comum. Entendimento diverso implica relegar à inocuidade dois princípios básicos em um Estado Democrático de Direito - o da legalidade e do devido processo legal, com a garantia da ampla defesa, sempre a pressuporem a consideração de normas estritamente legais. COOPERATIVA - EXCLUSÃO DE ASSOCIADO - CARÁTER PUNITIVO - DEVIDO PROCESSO LEGAL. Na hipótese de exclusão de associado decorrente de conduta contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao devido processo legal, viabilizado o exercício amplo da defesa. Simples desafio do associado à assembléia geral, no que toca à exclusão, não é de molde a atrair adoção de processo sumário. Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa. (STF - RE: 158215 RS, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 30/04/1996, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 07-06-1996 PP-19830 EMENT VOL-01831-02 PP-00307 RTJ VOL-00164- 02 PP-00757) Portanto, o gabarito da questão é a letra ‘E’. Direito Tributário Questão 4. O produto da arrecadação do imposto sobre a renda da pessoa física (IRPF), cobrado na fonte e incidente sobre os rendimentos pagos por uma autarquia do estado do Pará a seus servidores, pertence Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 9 3256 A) à União. B) ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios, devendo ser repartido com estados e municípios na forma da legislação. C) à União, devendo ser repartido com os estados e municípios por meio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e do Fundo de Participação dos Municípios. D) ao estado do Pará. E) ao estado do Pará, devendo ser repartido com os respectivos municípios por meio do FPM Solução completa. (A) ERRADA. De acordo com a previsão do art. 157, I e art. 158, I da Constituição da República pertencem aos Estados, Distrito Federal e aos municípios a integralidade do produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. Três situações devem ser observadas, a primeira é que a receita é limitada aos valores do imposto de renda retido na fonte, e a segunda é a de que o STF ao apreciar o tema RG 1130 (RE 1.293.453) fixou a tese de que inclui-se dentre as receitas arrecadadas em relação aos rendimentos pagos à “pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens ou serviços”, e, por fim, deve ser observado que na forma da súmula 447 do STJ: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. (B) ERRADA. Na forma do art. 159, I da Constituição da República o repasse da União ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios se dá na proporção de 50% do produto da arrecadação dos impostos sobre produtos industrializados e sobre renda e proventos de qualquer natureza, excluindo-se a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I, sobre o imposto de renda retido na fonte. (C) ERRADA. Tanto o art. 159, I como os artigos 157, I e 158, I da Constituição preconizam que o produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza sempre será repartido com os demais entes. (D) CORRETA. Como afirmado na letra A, a receita pertence ao Estado do Pará. (E) ERRADA. A repartição de receitas tributárias no atual modelo constitucional se dá somente no modelo vertical-descendente, ou seja, sempre dos entes maiores (União para os Estados, Estados para os Municípios) para os menores e nunca o contrário. Solução rápida. (A) Errada: Art. 157, I e art. 158, I da Constituição da República Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 10 3256 (B) Errada: art. 159, I da Constituição da República (C) Errada: art. 159, I como os artigos 157, I e 158, I (D) Correta. Art. 157, I e art. 158, I da CF/88 pertencem aos Estados, Distrito Federal e aos municípios a integralidade do produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (E) Errada. A repartição de receitas tributárias no atual modelo constitucional se dá somente no modelo vertical-descendente, ou seja, sempre dos entes maiores (União para os Estados, Estados para os Municípios) para os menores e nunca o contrário. Gabarito D Questão 5. Segundo o STF, há princípios afetos à limitação material à ação normativa do Poder Legislativo que orientam o Estado a não agir imoderadamente ou com excessos no plano legislativo-tributário. São eles os princípios da A) legalidade e da capacidade contributiva. B) igualdade e da moralidade. C) transparência e da uniformidade. D) irretroatividade e da anterioridade. E) razoabilidade e da proporcionalidade. Solução completa. (A) ERRADA. Ainda que seja vetor constitucional essencial ao regime constitucional de garantias tributárias a legalidade tributária (CF/88, art. 150, I) não está ligada diretamente ao postulado da vedação do excesso, mas sim a própria legitimidade democrática da tributação, já que reflete a necessidade de que toda a imposição tributária decorra de lei, ou seja, seja fruto da soberana manifestação da vontade popular exercida por seus representantes no legislativo. (B) ERRADA. Ainda que a igualdade, especialmente, em seu aspecto da capacidade contributiva ((CF, art. 145, §1º), tenha relevância na formação da base da tributação nacional, preservando, de certa forma o sistema contra excessos, a moralidade administrativa não tem qualquer reflexo nesse aspecto. (C) ERRADA. Nenhum dos princípios citados (transparência – CF/88, art. 150, §5º e uniformidade – CF/88, art. 151, I) tem qualquer relação com a vedação ao excesso de tributação. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 11 3256 (D) ERRADA. Os princípios da irretroatividade (CF, art. 150, III “a”) e da anterioridade (CF, art. 150, III “b” e “c”) são predicados da segurança jurídica, preservando estabilidade, previsibilidade e calculabilidade do direito tributário. (E) CORRETA. Efetivamente, há muito tempo a jurisprudência do STF (ex. RE 1145279 AgR) caminha para identificar os postulados da razoabilidade e proporcionalidade como limitações essenciais no próprio texto constitucional instituídas em favor do contribuinte em garantia do princípio da vedação do excesso (STF, RE 656089) em matéria tributária, de modo que o valor das exações deve refletir, de forma proporcional, não só o dever fundamental de pagar tributos (STF, ADI 2859) mas também da vedação ao confisco (CF/88, art. 150, IV) e de respeito à capacidade contributiva (CF/88, art. 145, §1º). Solução rápida. (A) ERRADA: Os princípios não estão vinculadosà vedação ao excesso da tributação. (B) ERRADA: Os princípios não estão vinculados à vedação ao excesso da tributação. (C) ERRADA. Os princípios não estão vinculados à vedação ao excesso da tributação. (D) ERRADA. Os princípios não estão vinculados à vedação ao excesso da tributação. (E) CORRETA. A jurisprudência do STF (ex. RE 1145279 AgR) caminha para identificar os postulados da razoabilidade e proporcionalidade como limitações essenciais no próprio texto constitucional instituídas em favor do contribuinte em garantia do princípio da vedação do excesso (STF, RE 656089) em matéria tributária Gabarito C. Questão 6. Julgue os itens a seguir, a respeito das espécies tributárias. I É nulo o consentimento prévio do particular beneficiário que aceita pagar contribuição de melhoria com base de cálculo superior ao quantum da valorização imobiliária, apenas quanto ao excesso. II Taxa e preço público se distinguem quanto à obrigatoriedade de pagamento: a taxa é cobrada com suporte em base legal e o preço público é de pagamento facultativo para quem deseja beneficiar-se por serviços prestados. III O depósito judicial destinado a garantir o juízo caracteriza empréstimo compulsório, haja vista sua índole confiscatória, sem a qual não pode o contribuinte exercer o seu direito de defesa em execução fiscal. Assinale a opção correta. A) Apenas o item I está certo. B) Apenas o item III está certo. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 12 3256 C) Apenas os itens I e II estão certos. D) Apenas os itens II e III estão certos. E) Todos os itens estão certos. Solução completa. Afirmativa I – CORRETA. De fato, na contribuição de melhoria (CTN, art. 81 e 82) o fato gerador não é a realização da obra pública, mas sim a efetiva valorização imobiliária (STJ, REsp 1.076.948- RS), a qual é aferida mediante a diferença entre o valor do imóvel antes do início da obra e após a sua conclusão (STJ, REsp 647.134-SP) de modo que não é possível ao contribuinte, antes da comprovação da efetiva valorização, o que é ônus da administração tributária (STJ, REsp 1698570 / PR), não mostra-se válida a manifestação de vontade que aceita o pagamento de valor tributário além daquele previsto pela regra-matriz de incidência tributária. AFIRMATIVA II – CORRETA. Efetivamente não há como confundir-se os conceitos de Taxa e Preço Público (ou tarifa). Ao passo que as primeiras representam espécie tributária constitucionalmente definida (CF/88, art. 145, II) e regida pelos artigos 77 e 78 do CTN, submetida às regras do Direito Tributário, o que é diverso das tarifas, fruto de regime contratual de direito administrativo, passível de flexibilização e de pagamento facultativo, conforme delineado na Súmula 545 do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm a sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.” AFIRMATIVA III. ERRADA. Não há qualquer relação entre a figura do depósito integral do débito, causa de suspensão do crédito tributário (CTN, art. 151, II) causa e a espécie tributária (CF/88, art. 148) do empréstimo compulsório que é tributo temporário e restituível, com a exação vinculada aos motivos que permitem a sua criação e não necessariamente a qualquer atuação específica do Estado em relação ao contribuinte. Solução rápida. Afirmativa I – CORRETA. Na contribuição de melhoria (CTN, art. 81 e 82) o fato gerador não é a realização da obra pública, mas sim a efetiva valorização imobiliária (STJ, REsp 1.076.948-RS), a qual é aferida mediante a diferença entre o valor do imóvel antes do início da obra e após a sua conclusão (STJ, REsp 647.134-SP) de modo que não é possível ao contribuinte, antes da comprovação da efetiva valorização. AFIRMATIVA II – CORRETA. Súmula 545 do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm a sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.” AFIRMATIVA III. ERRADA. Não há qualquer relação entre a figura do depósito integral do débito, causa de suspensão do crédito tributário (CTN, art. 151, II) causa e a espécie tributária (CF/88, art. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 13 3256 148) do empréstimo compulsório que é tributo temporário e restituível, com a exação vinculada aos motivos que permitem a sua criação e não necessariamente a qualquer atuação. Gabarito C. Questão 7. As espécies tributárias de competência dos municípios incluem A) o ISSQN, o ITBI e o IPTU. B) o IPI, o IPTU e o ITR. C) o ICMS, o ITBI e o IPTU. D) o ICMS, o ITCMD e o IPTU. E) o ISSQN, o ITCMD e o IPTU. Solução completa. (A) CORRETA. Todos os tributos indicados são de competência tributária dos Municípios e do Distrito Federal: ISSQN (CF/88, art. 156, III), ITBI (CF/88, art. 156, II) e IPTU (CF/88, art. 156,I). (B) ERRADA. Tanto o IPI (CF/88, art. 153, IV) como o ITR (CF/88, art. 153, VI) são impostos de competência da União. (C) ERRADA. O ICMS é imposto de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, II). (D) ERRADA. O ICMS e o ITCMD são impostos de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, I e II). (E) ERRADA. O ITCMD é imposto de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, I e II). Solução rápida. (A) CORRETA. Todos os tributos indicados são de competência tributária dos Municípios e do Distrito Federal: ISSQN (CF/88, art. 156,III), ITBI (CF/88, art. 156,II) e IPTU (CF/88, art. 156,I). (B) ERRADA. Tanto o IPI (CF/88, art. 153, IV) como o ITR (CF/88, art. 153, VI) são impostos de competência da União. (C) ERRADA. O ICMS é imposto de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, II). (D) ERRADA. O ICMS e o ITCMD são impostos de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, I e II). (E) ERRADA. O ITCMD é imposto de competência dos Estados e do DF (CF/88, art. 155, I e II). Gabarito A Questão 8. Considerando que, em uma execução fiscal, o devedor indique semoventes, imóveis, veículos e títulos da dívida pública à penhora, assinale a opção que, de acordo com a Lei n.o 6.830/1980, apresenta a sequência correta para a penhora desses bens. A) veículos – semoventes – imóveis – títulos da dívida pública Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 14 3256 B) títulos da dívida pública – imóveis – veículos – semoventes C) veículos – imóveis – semoventes – títulos da dívida pública D) imóveis – semoventes – títulos da dívida públicas – veículos E) títulos da dívida pública – veículos – imóveis – semoventes Solução completa. (A) ERRADA. Antes de mais nada é necessário contextualizar que a Lei 6830/81, refletiu uma modernização em relação às previsões do CPC de 1973, contudo, na atualidade, especialmente após a vigência do atual Código de Processo Civil a norma criada sob o pálio de priorizar a satisfação dos créditos públicos, acaba sendo deficitária em relação ao regime processual geral. Assim na atualidade há duas ordens de prioridade da penhora, a do art. 11 da Lei 6.830/81 e a do CPC: Lei de Execuções fiscais Código de Processo Civil Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: I - dinheiro; II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa; III - pedras e metais preciosos; IV - imóveis; V - navios e aeronaves; VI - veículos; VII - móveis ou semoventes; e VIII - direitos e ações. Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 15 3256 XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. Não se pode deixar de considerar que o STJ, no julgamento do Tema n. 578, vinculado ao Recurso Especial repetitivo n. 1.337.790/PR, fixou a orientação de que cumpre ao devedor fazer a nomeação de bens à penhora observando a ordem legal estabelecida no art. 11 da Lei de Execução Fiscal, incumbindo-lhe demonstrar, se for o caso, a necessidade de afastá-la, para somente de forma subsidiária aplicar a ordem do Código de Processo Civil. (A) ERRADA. Feitas essas considerações, e observando exclusivamente a ordem do art. 11 da LEF, se pode dizer que a letra A está errada já que na ordem da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos veículos – semoventes – imóveis. (B) CORRETA. A alternativa está correta e reflete a ordem do art. 11 : títulos da dívida pública (Art. 11, II) – imóveis (Art. 11, IV) – veículos (Art. 11, VI) semoventes (Art. 11, VII) (C) ERRADA. na ordem da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos veículos – semoventes – imóveis. (D) ERRADA. Na ordem do art. 11 da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos semoventes. (E) ERRADA: Na ordem do art. 11 da LEF os imóveis precederiam aos veículos. Solução rápida. (A) ERRADA. Feitas essas considerações, e observando exclusivamente a ordem do art. 11 da LEF, se pode dizer que a letra A está errada já que na ordem da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos veículos – semoventes – imóveis. (B) CORRETA. A alternativa está correta e reflete a ordem do art. 11 : títulos da dívida pública (Art. 11, II) – imóveis (Art. 11, IV) – veículos (Art. 11, VI) semoventes (Art. 11, VII) (C) ERRADA. na ordem da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos veículos – semoventes – imóveis. (D) ERRADA. Na ordem do art. 11 da LEF os títulos da dívida pública precederiam aos semoventes. (E) ERRADA: Na ordem do art. 11 da LEF os imóveis precederiam aos veículos. Gabarito B Questão 9. De acordo com a jurisprudência do STF, deve ser considerada inconstitucional A a previsão, existente no Estatuto da Cidade, de cobrança de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo para fins extrafiscais. B a determinação, prevista em lei federal, de que locadoras de veículos disponibilizem um veículo adaptado a condutor com deficiência a cada conjunto de vinte automóveis de sua frota. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 16 3256 C a exigência, prevista em norma estadual, de diploma de licenciatura específica para o exercício do magistério na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. D a regra existente no Estatuto do Idoso que assegura aos maiores de sessenta e cinco anos a gratuidade dos transportes coletivos públicos semiurbanos. E a proibição, contida em lei municipal, de utilização de fogos de artifício com efeitos sonoros ruidosos, seja qual for o critério utilizado pelo legislador local. Solução completa. (A) ERRADA. A jurisprudência do STF (RE 338589 AgR) reconhece constitucionalidade da cobrança do IPTU progressivo para fins extrafiscais na hipótese prevista no artigo 182, § 4º, inciso II, da CB/88, a partir da edição da Lei n. 10.257/01. (B) ERRADA. Ao apreciar a ADI 5452 (Julgamento: 22/09/2020) o STF reconheceu a constitucionalidade da previsão do parágrafo único e caput do art. 52 e art. 127 da lei n. 13.146/2015 com a determinação a locadoras de veículos de disponibilização de um veículo adaptado a condutor com deficiência a cada conjunto de vinte automóveis da frota. (C) CORRETA. Ao apreciar a ADI 5.485 o STF considerou inconstitucionais “os artigos 1º e 2º, caput, da Lei estadual 7.675/2014, ao exigirem diploma de licenciatura específica também para o exercício do magistério na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, violam o princípio da ampla acessibilidade a cargos públicos (artigo 37, I, da Constituição Federal), porquanto estabelecem requisito que excede a natureza e complexidade das atribuições, comprometendo a competitividade do certame”. (D) ERRADA. O Plenário do STF, quando do julgamento da ADI 3768/DF (DJe de 26/10/2007) , firmou entendimento de que o artigo 39 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do idoso) que assegura gratuidade dos transportes públicos urbanos e semiurbanos aos que têm mais de 65 anos reproduz norma constitucional (§2º do art. 230 da Constituição Federal) de eficácia plena e aplicabilidade imediata. (E) ERRADA. Ao apreciar a ADPF 567 o STF entendeu que ao proibir o uso de fogos de artifício de efeito sonoro ruidoso a Lei do Município de São Paulo, promoveu um padrão mais elevado de proteção à saúde e ao meio ambiente, tendo sido editada dentro de limites razoáveis do regular exercício de competência legislativa pelo ente municipal, firmando que no caso, havia de sólida base técnico-científica para a restrição ao uso desses produtos como medida de proteção ao meio ambiente com base no princípio da precaução. Solução rápida. A alternativa correta é a letra C. Ao apreciar a ADI 5.485 o STF considerou inconstitucionais “os artigos 1º e 2º, caput, da Lei estadual 7.675/2014, ao exigirem diploma de licenciatura específica também para o exercício do magistério na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, violam o princípio da Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 17 3256 ampla acessibilidade a cargos públicos (artigo 37, I, da Constituição Federal), porquanto estabelecem requisito que excede a natureza e complexidade das atribuições, comprometendo a competitividade do certame”. Gabarito c Direito Civil Questão 10. De acordo com a jurisprudência do STJ sobre direito de propriedade, alienação fiduciária em garantia, contrato de seguro, direitos da personalidade e direito de família, assinale a opção correta. A Nos denominados "condomínios de fato", as taxas criadas por associações de moradores são obrigatórias aos não associados que se beneficiarem de serviços prestados à coletividade. B A teoria do adimplemento substancial se aplica a todo e qualquer contrato de alienação fiduciária em garantia de bem móvel. C A embriaguez do segurado que falece em acidente automobilístico é, por si só, causa suficiente a eximir a responsabilidade da seguradora em seguro de vida. D A verba recebida pelo genitor alimentante a título de horas extras integra a base de cálculo para o pagamento de pensão alimentícia que for fixada em percentual sobre seus rendimentos. E O direito à indenização por danos morais somente se transmite aos sucessores caso já haja sentença judicial fixando verba indenizatória no momento do óbito. Solução Completa Gabarito: D A questão demanda do candidato o conhecimento sobre o entendimento perfilhado no Superior Tribunal de Justiça, com a exceção da letra ‘A’, que por equívoco da banca, exige o domínio do entendimento do Supremo Tribunal Federal. Alternativa A: INCORRETA. O Supremo Tribunal Federal no leading case RE 695911, firmou a seguinte tese no Tema 492 – Cobrança , por parte de associação, de taxa de manutenção e conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário não-associado: “É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário nãoassociado até o advento da Lei nº 13.465/17, ou de anterior lei municipal que discipline a questão, a partir da qual se torna possível a cotização dos proprietários de imóveis, titulares de direitos ou moradores em loteamentos de acesso controlado, que i)já possuindo lote, adiram ao ato constitutivo das entidade equiparadas a administradoras de imóveis ou (ii) sendo Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 18 3256 novos adquirentes de lotes, o ato constitutivo da obrigação esteja registrado no competente Registro de Imóveis”. Confira a ementa do citado julgado: Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Liberdade associativa. Cobrança de taxas de manutenção e conservação de áreas de loteamento. Ausência de lei ou vontade das partes. Inconstitucionalidade. Lei nº 13.467/17. Marco temporal. Recurso extraordinário provido. Fatos e provas. Remessa dos autos ao tribunal de origem para a continuidade do julgamento, com observância da tese. 1. Considerando-se os princípios da legalidade, da autonomia de vontade e da liberdade de associação, não cabe a associação, a pretexto de evitar vantagem sem causa, impor mensalidade a morador ou a proprietário de imóvel que não tenha a ela se associado (RE nº 432.106/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 3/11/11). 2. Na ausência de lei, as associações de moradores de loteamentos surgiam apenas da vontade de titulares de direitos sobre lotes e, nesse passo, obrigações decorrentes do vínculo associativo só podiam ser impostas àqueles que fossem associados e enquanto perdurasse tal vínculo. 3. A edição da Lei nº 13.465/17 representa um marco temporal para o tratamento da controvérsia em questão por, dentre outras modificações a que submeteu a Lei nº 6.766/79, ter alterado a redação do art. 36-A, parágrafo único, desse diploma legal, o qual passou a prever que os atos constitutivos da associação de imóveis em loteamentos e as obrigações deles decorrentes vinculam tanto os já titulares de direitos sobre lotes que anuíram com sua constituição quanto os novos adquirentes de imóveis se a tais atos e obrigações for conferida publicidade por meio de averbação no competente registro do imóvel. 4. É admitido ao município editar lei que disponha sobre forma diferenciada de ocupação e parcelamento do solo urbano em loteamentos fechados, bem como que trate da disciplina interna desses espaços e dos requisitos urbanísticos mínimos a serem neles observados (RE nº 607.940/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 26/2/16). 5. Recurso extraordinário provido, permitindo-se o prosseguimento do julgamento pelo tribunal de origem, observada a tese fixada nos autos: “É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário não associado até o advento da Lei nº 13.465/17 ou de anterior lei municipal que discipline a questão, a partir do qual se torna possível a cotização de proprietários de imóveis, titulares de direitos ou moradores em loteamentos de acesso controlado, desde que, i) já possuidores de lotes, tenham aderido ao ato constitutivo das entidades equiparadas a administradoras de imóveis ou, (ii) no caso de novos adquirentes de lotes, o ato constitutivo da obrigação tenha sido registrado no competente registro de imóveis.” Portanto, a alternativa ‘A’ não se afina com o entendimento perfilhado pelo Supremo Tribunal Federal. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 19 3256 Alternativa B: INCORRETA. A teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado do direito de resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da preservação da avença, com vistas à realização dos princípios da boa-fé e da função social do contrato Apesar de não estar expresso na legislação brasileira, tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que tal instituto confere maior estabilidade jurídica às relações contratuais e protege os contratantes que, por motivos excepcionais e imprevisíveis, não conseguem cumprir de imediato o que foi pactuado. Uma tese de destaque envolvendo o tema é a de que não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/1969 (REsp 1.622.555). O entendimento foi da Segunda Seção, ao analisar o recurso especial de um banco contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o qual excluiu a possibilidade de ação de busca e apreensão de veículo cujo comprador deixou de pagar as quatro últimas das 48 prestações pactuadas. Com base na ideia do adimplemento substancial, a corte estadual considerou que só seria permitido ao credor, em tais circunstâncias, valer-se da ação de cobrança do saldo em aberto ou de eventual execução. O Decreto-Lei 911/1969 – norma regente do contrato de alienação fiduciária em garantia firmado pelas partes – não prevê nenhuma restrição ao uso da ação de busca e apreensão em razão da extensão da mora ou da proporção do inadimplemento. Ao contrário, o decreto-lei é expresso ao exigir a quitação integral do débito como condição imprescindível para que o bem alienado fiduciariamente seja restituído livre de ônus ao devedor. Confira a ementa do acórdão do REsp 1.622.555: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO, COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA REGIDO PELO DECRETO-LEI 911/69. INCONTROVERSO INADIMPLEMENTO DAS QUATRO ÚLTIMAS PARCELAS (DE UM TOTAL DE 48). EXTINÇÃO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO (OU DETERMINAÇÃO PARA ADITAMENTO DA INICIAL, PARA TRANSMUDÁ-LA EM AÇÃO EXECUTIVA OU DE COBRANÇA), A PRETEXTO DA APLICAÇÃO DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. DESCABIMENTO. 1. ABSOLUTA INCOMPATIBILIDADE DA CITADA TEORIA COM OS TERMOS DA LEI ESPECIAL DE REGÊNCIA. RECONHECIMENTO. 2. REMANCIPAÇÃO DO BEM AO DEVEDOR CONDICIONADA AO PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA, ASSIM COMPREENDIDA COMO OS DÉBITOS VENCIDOS, VINCENDOS E ENCARGOS APRESENTADOS PELO CREDOR, CONFORME ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DA SEGUNDA SEÇÃO, SOB O RITO DOS RECURSOS ESPECIAIS REPETITIVOS (REsp n. 1.418.593/MS). 3. INTERESSE DE AGIR EVIDENCIADO, COM A UTILIZAÇÃO DA VIA JUDICIAL ELEITA PELA LEI DE REGÊNCIA COMO SENDO A MAIS IDÔNEA E EFICAZ PARA O PROPÓSITO DE COMPELIR O DEVEDOR A CUMPRIR Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 20 3256 COM A SUA OBRIGAÇÃO (AGORA, POR ELE REPUTADA ÍNFIMA), SOB PENA DE CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE NAS MÃOS DO CREDOR FIDUCIÁRIO. 4. DESVIRTUAMENTO DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL, CONSIDERADA A SUA FINALIDADE E A BOA-FÉ DOS CONTRATANTES, A ENSEJAR O ENFRAQUECIMENTO DO INSTITUTO DA GARANTIA FIDUCIÁRIA. VERIFICAÇÃO. 5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. A incidência subsidiária do Código Civil, notadamente as normas gerais, em relação à propriedade/titularidade fiduciária sobre bens que não sejam móveis infugíveis, regulada por leis especiais, é excepcional, somente se afigurando possível no caso em que o regramento específico apresentar lacunas e a solução ofertada pela "lei geral" não se contrapuser às especificidades do instituto regulado pela lei especial (ut Art. 1.368-A, introduzido pela Lei n. 10931/2004). 1.1 Além de o Decreto-Lei n. 911/1969 não tecer qualquer restrição à utilização da ação de busca e apreensão em razão da extensão da mora ou da proporção do inadimplemento, é expresso em exigir a quitação integral do débito como condição imprescindível para que o bem alienado fiduciariamente seja remancipado. Em seus termos, para que o bem possa ser restituído ao devedor, livre de ônus, não basta que ele quite quase toda a dívida; é insuficiente que pague substancialmente o débito; é necessário, para esse efeito, que quite integralmentea dívida pendente. 2. Afigura-se, pois, de todo incongruente inviabilizar a utilização da ação de busca e apreensão na hipótese em que o inadimplemento revela-se incontroverso desimportando sua extensão, se de pouca monta ou se de expressão considerável , quando a lei especial de regência expressamente condiciona a possibilidade de o bem ficar com o devedor fiduciário ao pagamento da integralidade da dívida pendente. Compreensão diversa desborda, a um só tempo, do diploma legal exclusivamente aplicável à questão em análise (Decreto-Lei n. 911/1969), e, por via transversa, da própria orientação firmada pela Segunda Seção, por ocasião do julgamento do citado Resp n. 1.418.593/MS, representativo da controvérsia, segundo a qual a restituição do bem ao devedor fiduciante é condicionada ao pagamento, no prazo de cinco dias contados da execução da liminar de busca e apreensão, da integralidade da dívida pendente, assim compreendida como as parcelas vencidas e não pagas, as parcelas vincendas e os encargos, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial. 3. Impor-se ao credor a preterição da ação de busca e apreensão (prevista em lei, segundo a garantia fiduciária a ele conferida) por outra via judicial, evidentemente menos eficaz, denota absoluto descompasso com o sistema processual. Inadequado, pois, extinguir ou obstar a medida de busca e apreensão corretamente ajuizada, para que o credor, sem poder se valer de garantia fiduciária dada (a qual, diante do inadimplemento, conferia-lhe, na verdade, a condição de proprietário do bem), intente ação executiva ou de cobrança, para só então adentrar no patrimônio do devedor, por meio de constrição judicial que poderá, quem sabe (respeitada o ordem legal), recair sobre esse mesmo bem (naturalmente, se o devedor, até lá, não tiver dele se desfeito). [...] Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 21 3256 (REsp 1622555/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe 16/03/2017) Assim sendo, observa-se que a alternativa contraria o entendimento perfilhado pelo Superior Tribunal de Justiça. Alternativa C: INCORRETA. A alternativa contraria o enunciado sumular nº 620 do Superior Tribunal de Justiça, que possui a seguinte redação: “A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida”. Alternativa D: CORRETA. O valor recebido a título de horas extras integra a base de cálculo da pensão alimentícia fixada em percentual sobre os rendimentos líquidos do alimentante. Consoante a doutrina e a jurisprudência nacional, os alimentos devem ser fixados de acordo com o binômio necessidade/possibilidade, atendendo às peculiaridades do caso concreto. No que tange à possibilidade de pagamento do devedor de alimentos, especificamente, quanto à incidência das horas extras, verifica-se que há entendimento no âmbito da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que os valores pagos a título de horas extras devem ser incluídos na verba alimentar. No julgamento do Recurso Especial 1.098.585/SP, de relatoria do Ministro Luis Felipe Salomão, a Quarta Turma, por maioria, entendeu que as horas extras têm caráter remuneratório e o acréscimo patrimonial delas advindo consubstancia aumento superveniente nas possibilidades do alimentante, o que autoriza a incidência dos alimentos. Soma-se a isso, que por ocasião do julgamento do Recurso Especial 1.358.281/SP, processado sob o rito do art. 543-C do CPC/1973, de relatoria do Min. Herman Benjamim, a Primeira Seção do STJ reafirmou o entendimento no sentido de que o adicional de horas extras possui caráter remuneratório. Assim, o valor recebido pelo alimentante a título de horas extras possui natureza remuneratória, integrando a base de cálculo dos alimentos fixados em percentual sobre os rendimentos líquidos do devedor. (informativo n. 698) Confira a ementa do REsp 1.741.716-SP: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS CUMULADA COM GUARDA E VISITA. CONTROVÉRSIA EM TORNO DE AS HORAS EXTRAS INTEGRAREM A BASE DE CÁLCULO DOS ALIMENTOS. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. 1. Controvérsia em torno de as horas extras integrarem, ou não, a base de cálculo da pensão alimentícia. 2. Inexistência de maltrato ao art. 1.022, incisos I e II, do Código de Processo Civil, quando o Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 22 3256 acórdão recorrido, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza as questões essenciais ao julgamento da lide. 3. Não ocorrência de afronta ao art. 489, § 1º, do CPC/2015 quando a Corte local pronunciou-se, de forma clara e suficiente, acerca das questões suscitadas nos autos, manifestando-se sobre todos os argumentos que, em tese, poderiam infirmar a conclusão adotada pelo Juízo. 4. Os alimentos devem ser fixados de acordo com o binômio necessidade/possibilidade, atendendo as peculiaridades do caso concreto. 5. Especificamente, quanto às horas extras, há precedente específico da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que os valores pagos a título de horas extras devem ser incluídos na base de cálculo da verba alimentar, sob o fundamento de seu caráter remuneratório e o acréscimo patrimonial delas advindo consubstancia aumento superveniente nas possibilidades do alimentante (REsp n.º 1.098.585/SP, Relator o Ministro Luís Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 29.8.2013). 6. A Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do Recurso Especial n.º 1.358.281/SP, processado sob o rito do art. 543-C do CPC/73, relatoria do Min. Herman Benjamim, reafirmou o entendimento no sentido de que o adicional de horas extras possui caráter remuneratório para efeito de incidência de contribuição previdenciária. 7. Identificada a necessidade dos credores demandantes e o pedido deduzido na petição inicial, deve ser reconhecido que o valor recebido pelo devedor demandado a título de horas extras integra a base de cálculo dos alimentos fixados em percentual sobre os rendimentos líquidos do alimentante. 8. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (REsp 1.741.716-SP) Portanto, correta a alternativa ‘D’ Alternativa E: INCORRETA. A alternativa não se afina com o disposto no enunciado sumular nº 642 do Superior Tribunal de Justiça, confira sua redação: “O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória”. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre o entendimento perfilhado no Superior Tribunal de Justiça. A alternativa ‘D’ reflete o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, que assentou que o valor recebido a título de horas extras integra a base de cálculo da pensão alimentícia fixada em percentual sobre os rendimentos líquidos do alimentante. Consoante a doutrina e a jurisprudência nacional, os alimentos devem ser fixados de acordo com o binômio necessidade/possibilidade, atendendo às peculiaridades do caso concreto. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 23 3256 No que tange à possibilidade de pagamento do devedor de alimentos, especificamente, quanto à incidência das horas extras, verifica-se que há entendimento no âmbito da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que os valores pagos a título de horas extras devem ser incluídos na verba alimentar. No julgamento do Recurso Especial 1.098.585/SP, de relatoria do Ministro Luis Felipe Salomão, a Quarta Turma, por maioria, entendeu que as horas extras têm caráter remuneratório e o acréscimo patrimonial delas advindo consubstancia aumentosuperveniente nas possibilidades do alimentante, o que autoriza a incidência dos alimentos. Soma-se a isso, que por ocasião do julgamento do Recurso Especial 1.358.281/SP, processado sob o rito do art. 543-C do CPC/1973, de relatoria do Min. Herman Benjamim, a Primeira Seção do STJ reafirmou o entendimento no sentido de que o adicional de horas extras possui caráter remuneratório. Assim, o valor recebido pelo alimentante a título de horas extras possui natureza remuneratória, integrando a base de cálculo dos alimentos fixados em percentual sobre os rendimentos líquidos do devedor. (informativo n. 698) Confira a ementa do REsp 1.741.716-SP: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ALIMENTOS CUMULADA COM GUARDA E VISITA. CONTROVÉRSIA EM TORNO DE AS HORAS EXTRAS INTEGRAREM A BASE DE CÁLCULO DOS ALIMENTOS. CARÁTER REMUNERATÓRIO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. 1. Controvérsia em torno de as horas extras integrarem, ou não, a base de cálculo da pensão alimentícia. 2. Inexistência de maltrato ao art. 1.022, incisos I e II, do Código de Processo Civil, quando o acórdão recorrido, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza as questões essenciais ao julgamento da lide. 3. Não ocorrência de afronta ao art. 489, § 1º, do CPC/2015 quando a Corte local pronunciou-se, de forma clara e suficiente, acerca das questões suscitadas nos autos, manifestando-se sobre todos os argumentos que, em tese, poderiam infirmar a conclusão adotada pelo Juízo. 4. Os alimentos devem ser fixados de acordo com o binômio necessidade/possibilidade, atendendo as peculiaridades do caso concreto. 5. Especificamente, quanto às horas extras, há precedente específico da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que os valores pagos a título de horas extras devem ser incluídos na base de cálculo da verba alimentar, sob o fundamento de seu caráter remuneratório e o acréscimo patrimonial delas advindo consubstancia aumento superveniente nas possibilidades do alimentante (REsp n.º 1.098.585/SP, Relator o Ministro Luís Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 29.8.2013). Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 24 3256 6. A Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do Recurso Especial n.º 1.358.281/SP, processado sob o rito do art. 543-C do CPC/73, relatoria do Min. Herman Benjamim, reafirmou o entendimento no sentido de que o adicional de horas extras possui caráter remuneratório para efeito de incidência de contribuição previdenciária. 7. Identificada a necessidade dos credores demandantes e o pedido deduzido na petição inicial, deve ser reconhecido que o valor recebido pelo devedor demandado a título de horas extras integra a base de cálculo dos alimentos fixados em percentual sobre os rendimentos líquidos do alimentante. 8. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (REsp 1.741.716-SP) Portanto, correta a alternativa ‘D’ Questão 11. De acordo com Código Civil, se apenas um dos credores solidários demandar o devedor, em processo judicial, a respeito do crédito devido, A o juiz deverá determinar o ingresso de todos os credores solidários como litisconsortes necessários no processo, sob pena de nulidade. B a sentença judicial, seja ela favorável ou desfavorável a um dos credores solidários, atingirá os demais credores. C a sentença judicial, seja ela favorável ou desfavorável a um dos credores solidários, não atingirá os demais credores nem poderá ser aproveitada por eles. D a sentença judicial favorável a um dos credores solidários aproveitará aos demais, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha contra outro credor. E a sentença judicial desfavorável a um dos credores solidários fará coisa julgada para todos os outros demais credores. Solução Completa Gabarito: D A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil sobre a solidariedade ativa, em especial o artigo 274, que é a reposta para a questão. Confira: Seção II Da Solidariedade Ativa Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. [...] Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 25 3256 Observe que a grande semelhança entre o texto do artigo 274 do Código Civil e alternativa ‘D’, gabarito da questão. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: CORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil sobre a solidariedade ativa, em especial o artigo 274, que é a reposta para a questão. Confira: Seção II Da Solidariedade Ativa Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. [...] Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. Observe que a grande semelhança entre o texto do artigo 274 do Código Civil e alternativa ‘D’, gabarito da questão. Questão 12. De acordo com a jurisprudência do STJ, para que haja direito real de habitação, conferido ao cônjuge sobrevivente, relativamente ao imóvel destinado à residência da família, A deve haver regime de comunhão universal ou parcial de bens e o imóvel deve ser o único dessa natureza. B deve haver regime de comunhão universal ou parcial de bens e o imóvel deve integrar o patrimônio comum no momento da abertura da sucessão. C o imóvel deve ser o único dessa natureza e integrar o patrimônio comum ou particular do cônjuge falecido no momento da abertura da sucessão. D o imóvel deve integrar o patrimônio comum ou particular do cônjuge falecido no momento da abertura da sucessão e o cônjuge sobrevivente não pode ter outro bem imóvel. E o imóvel deve integrar o patrimônio comum no momento da abertura da sucessão e o cônjuge sobrevivente não pode ter outro bem imóvel. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 26 3256 Solução Completa Gabarito: C Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o direito real de habitação tem como finalidade principal garantir o direito constitucional à moradia ao cônjuge sobrevivente, tanto no casamento como na união estável (EREsp 1.520.294 e Aglnt no Resp 1.757.984). Segundo a jurisprudência do tribunal, o direito real de habitação – vitalício e personalíssimo – emana diretamente da lei (artigo 1.831 do Código Civil de 2002 e artigo 7º da Lei 9.272/1996) e objetiva assegurar moradia digna ao viúvo ou à viúva no local em que antes residia com sua família. É instituto intrinsecamente ligado à sucessão, razão pela qual os direitos de propriedade originados da transmissão da herança sofrem um abrandamento temporário em prol da manutenção da posse exercida por um dos integrantes do casal (EREsp 1.520.294). Para o STJ, o direito real de habitação deve ser conferido ao cônjuge/companheiro sobrevivente não apenas quando houver descendentes comuns, mas também quando concorrem filhos exclusivos do cônjuge falecido (REsp 1.134.387). Além disso, devido à sua natureza, a corte tem decidido que, para o instituto produzir efeitos, é desnecessária a inscrição do bem no cartório de registro de imóveis (REsp 1.846.167). Como se vê, o direito real de habitação pode sofrer interpretações em relação à sua aplicabilidade e, como qualquer outro direito,também é passível de sofrer limitações. O direito real de habitação do cônjuge sobrevivente, nos termos do artigo 1.831 do CC/2002, é garantido independentemente de ele possuir outros bens em seu patrimônio pessoal. Confira: Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Com efeito, o gabarito da questão é a letra ‘C’. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Alternativa C: CORRETA. Alternativa D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o direito real de habitação tem como finalidade principal garantir o direito constitucional à moradia ao cônjuge sobrevivente, tanto no casamento como na união estável (EREsp 1.520.294 e Aglnt no Resp 1.757.984). https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1975217&num_registro=201500546254&data=20200902&peticao_numero=-1&formato=PDF https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1857283&num_registro=201801945889&data=20190830&peticao_numero=201900221635&formato=PDF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1831 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9278.htm#art7 https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1975217&num_registro=201500546254&data=20200902&peticao_numero=-1&formato=PDF https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1187380&num_registro=200901508033&data=20130529&peticao_numero=-1&formato=PDF https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=2018697&num_registro=201903262108&data=20210211&peticao_numero=-1&formato=PDF https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1975217&num_registro=201500546254&data=20200902&peticao_numero=-1&formato=PDF https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1857283&num_registro=201801945889&data=20190830&peticao_numero=201900221635&formato=PDF Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 27 3256 Segundo a jurisprudência do tribunal, o direito real de habitação – vitalício e personalíssimo – emana diretamente da lei (artigo 1.831 do Código Civil de 2002) e objetiva assegurar moradia digna ao viúvo ou à viúva no local em que antes residia com sua família. O direito real de habitação do cônjuge sobrevivente, nos termos do artigo 1.831 do CC/2002, é garantido independentemente de ele possuir outros bens em seu patrimônio pessoal. Confira: Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Com efeito, o gabarito da questão é a letra ‘C’. Questão 13. Ao final do contrato, o comodatário, possuidor de boa-fé, que tiver realizado benfeitorias em bem imóvel A não será indenizado pelas referidas benfeitorias, sejam elas necessárias, úteis ou voluptuárias. B deverá ser indenizado pelas benfeitorias necessárias ou úteis, e terá direito de levantar as benfeitorias voluptuárias que não lhe forem pagas, desde que isso não gere prejuízo à coisa. C deverá ser indenizado apenas pelas benfeitorias necessárias, e terá direito de levantar apenas as benfeitorias úteis que não lhe forem pagas, desde que isso não gere prejuízo à coisa. D deverá, obrigatoriamente, ser indenizado pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias. E deverá ser indenizado apenas pelas benfeitorias necessárias, e terá direito de levantar as benfeitorias úteis ou voluptuárias que não lhe forem pagas, desde que isso não gere prejuízo à coisa. Solução Completa Gabarito: B A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil sobre os efeitos da posse. A resposta para a questão pode ser encontra no artigo 1.219 do Código Civil. Confira: Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Sobre o tema, já se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça. Veja: APELAÇÃO CIVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CONTRATO COMODATO. ALUGUEIS. DEVIDOS, CONFORME FORMULA DO PERITO. PAGAMENTO DE IPTU. INDEVIDOS. BENFEITORIAIS. DIREITO A INDENIZAÇÃO DOS APELADOS. SENTENÇA MANTIDA. SUCUMBENCIA REDISTRIBUÍDA CONFORME DISPOSIÇÃO DO ARTIGO 86 CPC. RECURSO http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1831 Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 28 3256 PARCIALMENTE PROVIDO. (...) Segundo as razões recursais do autor, não haveria direito às benfeitorias em prol do comodatário. É certo que o art. 584 do Código Civil disciplina que "o comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada". Porém, não há como se olvidar de que o comodatário é possuidor de boa-fé e, nessa condição, a ele aplica-se a norma contida no artigo 1.219 do Código Civil, que assim estabelece: (...) Dessa maneira, apesar de não poder recobrar do comodante as despesas feitas com o uso da coisa, é assegurado ao comodatário a indenização pelas despesas extraordinárias. Flávio Tartuce, ao discorrer sobre o tema, adverte que: Todavia, justamente por ser possuidor de boa-fé, conforme aponta a renomada jurisprudência, é que o comodatário, em regra, terá direito à indenização e direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis, conforme prevê o art. 1.219 do CC. Além disso, poderá levantar as voluptuárias, se isso não danificar o bem. (TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Vol. 3.12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 674). Destarte, deve ser assegurado o direito dos réus às benfeitorias. A Corte local entendeu que as benfeitorias realizadas no imóvel eram extraordinárias. Desconstituir a premissa estabelecida pelo TJPR exigiria a apreciação do conjunto fático-probatório dos autos, procedimento vedado pela Súmula n. 7/STJ. Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do recurso especial. Publique-se e intimem-se. Brasília, 16 de dezembro de 2021. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator (STJ - REsp: 1786996 PR 2018/0271731-9, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Publicação: DJ 17/12/2021) Portanto, o gabarito da questão é a letra ‘B’. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: CORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil sobre os efeitos da posse. A resposta para a questão pode ser encontra no artigo 1.219 do Código Civil. Confira: Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Portanto, o gabarito da questão é a letra ‘B’. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 29 3256 Questão 14. De acordo com a Lei nº 8.245/1991, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos, a exigência, pelo locador, de pagamento antecipado do aluguel pelo locatário A se encontraexpressamente vedada em qualquer hipótese de contrato. B somente será permitida na hipótese de locação para temporada. C estará autorizada em qualquer hipótese de contrato regulamentado pela referida lei. D apenas será permitida na hipótese de o contrato não estar assegurado por alguma das modalidades de garantia previstas na referida lei. E poderá ser feita na hipótese de locação para temporada ou se o contrato não estiver assegurado por alguma das modalidades de garantia autorizadas pela lei. Solução Completa Gabarito: E A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas constantes da Lei nº. 8.245/91, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. Dispõe o mencionado diploma normativo, em seu artigo 20, que salvo as hipóteses do art. 42 e da locação por temporada, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. Confira: Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. Por oportuno, transcrevemos o artigo 42 para fins de verificar as hipóteses nas quais o locador poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel: Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá exigir do locatário o pagamento do aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês vincendo. Com efeito, a letra ‘E’ é o gabarito da questão. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: INCORRETA. Alternativa E: CORRETA. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas constantes da Lei nº. 8.245/91, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 30 3256 Dispõe o mencionado diploma normativo, em seu artigo 20, que salvo as hipóteses do art. 42 e da locação por temporada, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. Confira: Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o locador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel. Por oportuno, transcrevemos o artigo 42 para fins de verificar as hipóteses nas quais o locador poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel: Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá exigir do locatário o pagamento do aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês vincendo. Com efeito, a letra ‘E’ é o gabarito da questão. Questão 15. À luz das disposições do direito civil a respeito de pessoas naturais, pessoas jurídicas, obrigações e contratos em espécie, julgue os itens que se seguem. I- A validade da doação feita ao nascituro dependerá da aceitação por parte de seu representante legal. II- O registro da pessoa jurídica no órgão ou entidade competente possui natureza constitutiva. III- O contrato estimatório possui natureza real quanto ao momento de seu aperfeiçoamento. IV- A eficácia da cessão de crédito dependerá da anuência, expressa ou tácita, do devedor. Estão certos apenas os itens A- I e II. B- II e IV. C- III e IV. D- I, II e III. E- I, III e IV. Solução Completa Gabarito: D A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil. A assertiva I encontra amparo legal no artigo 542 do Código Civil. Observe: Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. A assertiva II encontra amparo legal no artigo 45 do Código Civil. Confira: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 31 3256 do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. A assertiva III encontra amparo legal no artigo 534 do Código Civil. Confira: Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Preleciona Flávio Tartuce que “ O contrato estimatório ou venda em consignação pode ser conceituado como o contrato em que alguém, o consignante, transfere ao consignatário bens móveis, para que o último os venda, pagando um preço de estima; ou devolva os vens findo o contrato, dentro do prazo ajustado (art. 534 do CC). [...] Segundo o entendimento majoritário, trata-se de um contrato bilateral ou sinalagmático, pois, segundo a maioria da doutrina ambas as partes assumem deveres, tendo também direitos, presentes o sinalagma obrigacional. É contrato oneroso, diante do pagamento do preço de estima e por envolver uma disposição patrimonial (prestação + contraprestação). O contrato é real, tendo aperfeiçoamento com a entrega da coisa consignada. Também é comutativo pelo fato de as partes já saberem quais são as suas prestações”. (TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Volume único. 10ª ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. p. 1.0714) A assertiva IV está em dissonância com o disposto no artigo 290 do Código Civil. Confira: Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. Assim sendo, estão corretas as assertivas I, II e III, e, por conseguinte, o gabarito da questão é a letra ‘D’. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B: INCORRETA. Alternativa C: INCORRETA. Alternativa D: CORRETA. Alternativa E: INCORRETA. Solução Rápida A questão demanda do candidato o conhecimento sobre a literalidade das disposições normativas do Código Civil. A assertiva I encontra amparo legal no artigo 542 do Código Civil. Observe: Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Banco de Provas Comentadas 2022 Estratégia Carreira Jurídica Banco de Provas Comentadas 2022 32 3256 A assertiva II encontra amparo legal no artigo 45 do Código Civil. Confira: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. A assertiva III encontra amparo legal no artigo 534 do Código Civil. Confira: Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Preleciona Flávio Tartuce que “ O contrato estimatório ou venda em consignação pode ser conceituado como o contrato em que alguém, o consignante, transfere ao consignatário bens móveis, para que o último os venda, pagando um preço de estima; ou devolva os vens findo o contrato, dentro do prazo ajustado (art. 534 do CC). [...] Segundo o entendimento majoritário, trata-se de um contrato bilateral ou sinalagmático, pois, segundo a maioria da doutrina ambas as partes assumem deveres, tendo também direitos, presentes o sinalagma obrigacional. É contrato oneroso, diante do pagamento do preço de estima e por envolver uma disposição patrimonial (prestação + contraprestação). O contrato é real, tendo aperfeiçoamento com a entrega da coisa consignada. Também é comutativo pelo fato de as partes já saberem quais são as suas prestações”. (TARTUCE, Flávio. Manual
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