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PSICOPATOLOGIA GERAL

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-As questões da relação humana são provocativas. Nos provocam a responder com subjetividade.
-Uma das questões presentes no filme é se deixar afetar pelo que o outro provoca em nós.
-No renascimento, a psicopatologia começa a ser desapropriada do contexto popular para ser científica.
-Pinel passa a uma abordagem mais positivista.
-A medicina, durante séculos, se debateu com a questão em busca da cura (objeto de estudo da medicina: doença). Entendiam que o sujeito tem que retomar a consciência (sujeito da consciência – máxima cartesiana), criam-se métodos e procedimentos que falham ao decorrer do tempo (até hoje). Trata-se o sintoma. Sujeito positivista: penso, logo existo.
-Alemanha, Suíça, Áustria em aproximadamente 1880 surge uma abordagem crítica ao Pinel afirmando que o sintoma é produzido pela pessoa por uma vida psíquica (sujeito não é mais do consciente, mas sim do inconsciente).
-A psicose é um desenho do psiquismo. Freud estabeleceu 3 eixos organizadores da personalidade: psicose, neurose e perversão.
-Para entender o que é psicopatologia, temos que ver a abordagem que procura defini-la (para a medicina, é o adoecimento do psiquismo, o que se desvia do que é socialmente estabelecido).
-A abordagem positivista vê a doença: sujeito desviado da normalidade.
-A abordagem humanista não vê apenas o sintoma, pois este é apenas um recorte.
-A psiquiatria investiga o sintoma.
-O filme traz uma mudança de paradigma ao mostrar pessoas que deliram e talvez nunca deixem de delirar, mas isso não impede que se relacionem e tenham uma vida.
-O sintoma psicopatológico é uma defesa do ego.
-O que é psicopatologia? Depende do paradigma. Temos aproximadamente 14 abordagens atualmente, que partem dos dois eixos de pensamento (positivismo - sintoma, e humanismo – subjetividade, dinâmica grupal, laços familiares).
-A organização mundial da Saúde viu a necessidade de eleger um idioma universal para comunicações em psicopatologia (CID10 – enciclopédia de todas as doenças, muito utilizado clinicamente e DSM5 – muito utilizado para comunicação científica).
-A psicopatologia sofreu preconceitos sendo acusada de enquadrar, rotular. Todos os campos de conhecimento da psicopatologia contribuem para que entendemos a dor do outro.
-Psicopatologia médica: psicopatologia descritiva e geral.
-Psicopatologia descritiva (psicopatologia geral): preocupação de descrever objetivamente todos os sintomas. Precisa de uma metodologia para definir o sintoma (criada a partir de uma divisão hipotética em funções psíquicas). “Dissecou” as funções psíquicas através da observação do comportamento humano e descreveram o que era necessário num funcionamento normal/ideal para as funções estarem em ativa e o que foi desviado.
1- Integração: consciência e atenção.
2- Sensopercepção: tudo que se relaciona aos órgãos do sentido.
3- Funções cognitivas: pensamento, orientação, memória.
4- Funções afetivo-conativas: afetividade, conação.
5- Psicomotricidade.
-A Psicopatologia descritiva vai observar a partir da forma (rígida, estável) e do conteúdo (mutável). Exemplo: febre (forma é a descrição e conteúdo varia de pessoa para pessoa, a temperatura afeta a pessoa de formas diferentes).
Consciência
-Existe uma quantidade de potencial neurológico de acordo com a necessidade do sistema nervoso, o que garante a vigília (capacidade de se manter acordado). Esse aspecto quantitativo varia do coma a hipervigília.
-A consciência é o palco onde irão ocorrer todas as outras funções psíquicas (é integradora, possibilita que as outras funções psíquicas aconteçam). A consciência não existe sem a atenção (qualquer alteração em uma, altera a outra).
1-    Aspecto quantitativo (neurológico).
1a- Hipervigilância (estado de excitação da consciência – pode ter alteração motora, adormecimento)
1b- Hipovigilância (estado de rebaixamento quantitativo da consciência):
     -Flutuação: estado de oscilação da consciência.
     -Obnubilação: período de dificuldade de apreensão do ambiente porque a percepção está turvada. A consciência perde o foco, é um estado de confusão mental (afeta a atenção, memória).
     -Torpor: pré-coma. Atividade reflexa fica funcionando.
.    –Coma: ausência de consciência
2-    Aspectos qualitativos (campo da consciência, território onde todos os fenômenos são vivenciados / depósito de informações / atos repetidos – automáticos vão para esse campo e, com o tempo, passam para a periferia – borda da consciência, ficam automatizados):
-Dissociação da consciência (separar em partes as unidades da consciência, que passam a funcionar com autonomia, sem conversar uma com a outra), transe (entra em outra frequência de consciência, precisa dissociar a consciência para se transportar a uma outra condição – é patológico quando prejudica a pessoa ou cria outras idéias, como possessão), estado crepuscular (perde as informações do campo da consciência porque há um estreitamento deste, mas não perde os atos automáticos).
3- Consciência do eu (Jaspers – teorizou muito sobre a psicose, afirmando que quando a consciente está alterada, teremos um sintoma psicótico – descreveu 5 propriedades da consciência):
3a- Existência do eu: consciência de que existe.
3b- Unidade do eu: noção clara de que o eu é único e indivisível.
3c- Identidade do eu: noção de que o eu é único e indivisível ao longo do tempo, um eu sustentável.
3d- Oposição eu em relação ao mundo: clareza de que a pessoa tem uma membrana/pele que a separa do mundo.
3e- Atividade do eu: noção de que é o eu que realiza a ação (não atribuir a algo externo).
-A noção de eu é desenvolvida a partir das relações humanas, não nascemos com ela. O bebê é um aglomerado de sensações.
-Estados sinistros: loucura, geminalidade.
-Muitas vezes, o que chamamos de loucura não é tão evidente assim.
Neurose e psicose (psicanálise, Freud)
-1893 até 1914: teoria do recalque (neuroses).
-1914: “introdução ao narcisismo” e “luto e melancolia” / primeiras teorizações acerca das diferenças entre neurose e psicose do ponto de vista libidinal.
-1923/25: teorizações sobre defesas específicas para neurose e psicose.
-Psicanálise surge fazendo uma crítica a medicina, que falava da loucura há 100 anos.
-Pinel e outras escolas trabalharam com descrição de sintomas. Doença precoce (esquizofrenias), monomanias (transtorno bipolar), psicastemia (transtorno obsessivo compulsivo), melancolia (depressão) já eram nomenclaturas presentes.
-A medicina buscava justificar porque a loucura era problema dela, buscando origens orgânicas. Pessoa em estado de desrazão, busca pela retomada da razão.
-Hoje sabemos que a patologia tem uma base orgânica, mas não genética.
-Tudo isso influenciou na criação de manicômios. A Alemanha não tem registros de manicômios.
-Os sintomas histéricos chamavam muita atenção. A pessoa não entrava em estado de desvalia, não havia correspondente orgânico que justificassem o sintoma.
-Freud começa a se interessar por essas questões e volta a observação para o sintoma histérico. Não tinham questões orgânicas, mas faziam parte da história da pessoa (registro de sedução, abuso).
-Breuer dizia que o sintoma era singular da pessoa.
-Freud vai para a comunidade científica falar sobre a hipótese de o sintoma estar ligado a alguma experiência traumática na infância.
-No início, a psicanálise não buscava distinguir neurose e psicose. O foco era eliminar a histeria.
-Ao mesmo tempo que descreve o sintoma histérico, a Psicanálise constrói/teoriza sobre como se dá o psiquismo no homem.
-O bebê freudiano não nasce com psiquismo, e sim com potencial a construir o psiquismo ao longo da existência.
-Recalque: repressão, abafar.
-Primeira teoria do mecanismo psíquico: todas as experiências passam por consciência e inconsciência. Nem tudo que é vivido, é suportado pela consciência. O que não era suportado, eram questões que afrontavam a moral sexual e religiosa da época. As histéricas tinham experiência de sedução na infância e a moral mostrava que aquilo era errado, o que fazia com que esse material fosse levado ao inconsciente. O inconscientetinha a ver com tudo que um dia havia sido consciente. E tudo voltava a partir de determinadas circunstâncias (criança seduzida implicava uma quantidade grande de energia que não era ab-reagida, elaborada, então parte dessa energia virava sintoma). O recalque vai separar a representação do afeto.
-Quem introduz o recalque na vida da criança é o outro.
-Freud descobre que as histéricas mentem para ele por que nem sempre foram vítimas de sedução (não houve um fato concreto). Havia um desejo de realizar essa cena e esse desejo era varrido do campo da consciência e levado ao inconsciente, voltando através do sonho, sintoma etc.
-O sintoma é uma defesa do ego.
Afetividade
-Função psíquica que dá o tom do nosso comportamento, nossas sensações.
-Tem uma variação polar: rebaixamento do humor e elação do humor.
-A afetividade nos ajuda a fazer um diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.
-A capacidade de sentir ou não sentir está ligada a alterações psicopatológicos graves.
-Humor: estado/disposição afetiva. Tem variação polar (mais ou menos prontidão para a vida).
-Emoção: para a psicopatologia, deve ter manifestação neurovegetativa (efeito no corpo - mão suando, tontura). É súbita (acontece com o inesperado).
-Sentimento: ligado a cognição. Estados afetivos mais estáveis, com variação polar, ligado aos componentes do afeto.
Componentes do afeto
1.    Tônus afetivo: quantidade de afeto investida em determinada situação, é a intensidade. Garante nossa ligação com as coisas e a capacidade de sustentá-las.
2.    Ressonância afetiva: capacidade de corresponder afetivamente ao contexto (reverberação e empatia aos estímulos – se afetar). Está muito relacionada a capacidade empática (se relacionar com o outro).
3.    Modulação: capacidade de adequar o afeto ao contexto, avaliar o afeto.
Alterações da qualidade dos afetos
-Embotamento afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante (exemplo: psicoses, depressão grave).
-Labilidade afetiva: hipermodulação do afeto (exemplo: mania, TPM).
-Dissociação afetiva: supressão/separação das emoções vinculadas a uma ideia (exemplo: histeria, pessoa que gasta compulsivamente, rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim). Está relacionada ao stress.
-Ambivalência afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto (exemplo: manias, contar uma história em que chora e ri na mesma sequência, depressão).
-Incongruência afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto (exemplo: rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim).
Humor
-Hipotimia: rebaixamento do humor (falta de energia, desânimo).
-Hipertimia: elação (ânimo, energia).
-Humor irritável: sintoma depressivo, pessoa que busca motivos para brigar.
-Humor ansioso: expectativa negativa sobre algo.
-Disforia: desassossego (pessoa senta, levanta, xinga – inquietação).
Vontade
-Depende da intenção, tônus e psicomotricidade. Está ligada a conação (capacidade de transformar a vontade na atitude).
-Alterações quantitativas: hipobulia (falta de desejo, motivação) e hiperbulia (motivação frente a qualquer estímulo, excessivamente).
-Alterações qualitativas: negativismo (resistência ao estímulo. Pode ser ativo ou passivo – negação oral ou através da postura). Oposição a uma expectativa, a um estímulo do ambiente.
-Consideramos psicopatológico quando existe a frequência, a intensidade e a presença de outros sintomas.
-Cada Psicopatologia tem a predominância da alteração de uma função psíquica.
Pensamento
-Na normalidade, nossa forma de expressão do pensamento é a linguagem oral. Entretanto, existem outras formas para expressar o pensamento, estados subjetivos etc.
-Sempre que temos uma alteração de linguagem, temos uma alteração de pensamento.
-O discurso (linguagem oral) é a forma mais clara, explícita para inferir sobre os processos mentais.
Componentes do pensamento
-Pode ter alterações no fluxo é na forma.
-O pensamento tem um fluxo/curso: aceleração (aumento do fluxo do pensamento, típica dos casos de mania), lentificação (pensamento fica lento, típico nos casos de sonolência, depressões), bloqueio ou roubo do pensamento (esquizofrenias, um corte no fluxo do pensamento).
-Forma: lógica e organização.
1. Arborização do pensamento: perda do foco principal sem prejuízo no encadeamento das idéias.
2. Fuga de idéias: perda da estrutura lógica do discurso. É um passo anterior a desagregação do pensamento. Está associada ao bloqueio e os pensamentos não se concluem.
3. Desagregação do pensamento: prejuízo dos laços associativos com acentuada perda da lógica do discurso (salada de palavras, as vezes a pessoa não consegue terminar uma palavra ou frase, esquizofrenias, depressões).
Juízo de realidade
-Nossa capacidade de avaliar, criticar, ajuizar satisfatoriamente a realidade vivida. Capacidade de estar conectado à realidade coletiva (ao que de fato está acontecendo). É assim que o indivíduo apreende e compreende a existência de si mesmo e do mundo.
-A noção de consciência é a primeira noção, matriz de formação da nossa identidade.
-A principal alteração do juízo de realidade é o delírio (fenômeno primário que não tem raízes na experiência psíquica do homem normal).
-É impossível convencer a pessoa de que ele não é quem acredita ser.
-Delírio persecutório: a pessoa entra num processo de humor delirante, onde acha o mundo estranho e parece não reconhecer. O estranhamento já é fruto do processo de ruptura com a realidade externa. Se desvincula da própria construção de vida. Começa a atribuir situações delirantes a fatos corriqueiros. A pessoa tem um insight e constrói uma teoria sobre o fenômeno (vivência de revelação).
-Delírio de referência: pessoa acha que tudo é para ela e com ela.
-Delírio de relação: envolve persecutoriedade, referência (complô contra a pessoa etc). Uma coisa está relacionada com a outra (exemplo atribuir emoções a cores).
-Delírio de influência: ou vivência de influência, acredita que as ações ocorrem com forças externas a pessoa (planos feitos pela máquina de lavar, ondas magnéticas).
-Delírio de grandeza: a pessoa se acha a melhor.
-Reivindicação sentimentos de justiça: pessoa tem a convicção de que está sendo injustiçada, mesmo que as evidências da realidade sejam contrárias. Tem a convicção de estar sendo perseguida injustamente.
-Invenção ou descoberta: pessoa tem certeza de que descobriu uma máquina.
-Delírio de reforma: parecido com o de invenção, mas relacionado a algo ideológico. Exemplo: pessoa acredita que tem uma fórmula que vai combater a fome no mundo.
-Delírio místico ou religioso: em geral é de grandeza.
-Delírio de ciúmes: manifestação de insuficiência.
-Delírio erótico: acredita que todos se apaixonam pela pessoa.
-Delírio de conteúdo depressivo: típico da depressão.
-Delírio nilista ou ruína: o mundo está acabando.
-Delírio de negação dos órgãos: acredita que foi roubada ou perdeu um órgão.
-Delírio hipocondríaco: acredita que tem doenças.
-Delírio cenestopático: órgãos estragando, sendo comidos.
-Delírio de infestação: comum em transtornos alimentares – não come com medo de ter micróbios.

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