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LIVRO - Linguagens e Pesquisa pdf

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DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Maria Luzia Paiva de Andrade 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalogrÆfica elaborada pela Biblioteca Universo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BibliotecÆria: Elizabeth Franco Martins ----- CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
' Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reœne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiŒncias do gŒnero 
bem-sucedidas mundialmente. 
Sªo inœmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino sªo sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsÆvel 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interaçªo presentes na Internet atravØs de 
nossa plataforma. 
AlØm disso, nosso material didÆtico foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade sªo 
fundamentais para a perfeita compreensªo dos conteœdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educaçªo a 
distância. Nossa experiŒncia nos remete ao final da dØcada de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualizaçªo, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualizaçªo, 
graduaçªo ou pós-graduaçªo. 
Reafirmando seu compromisso com a excelŒncia no ensino e compartilhando 
as novas tendŒncias em educaçªo, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Linguagens e Pesquisa 
 
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Linguagens e Pesquisa 
 
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 SumÆrio 
 
Objteto de Aprendizagem � Etapa 1 ................................................................................ 07 
Objteto de Aprendizagem � Etapa 2 ................................................................................ 67 
Objteto de Aprendizagem � Etapa 3 ................................................................................ 111 
 
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1 Objeto de Aprendizagem Etapa 1 
 
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Leitura – Uma Reflexão Social: Compreensão e Interpretação de Textos. 
 “Que ninguém se iluda: só a leitura intensa permite conhecer os múltiplos 
recursos da língua e usá-los com eficiência, sem decoreba gramatiqueira.” 
(Marcos Bagno). 
Caro aluno, começaremos agora os nossos estudos nessa fascinante Ærea 
da leitura e da produçªo de textos. Procuraremos identificar e analisar as diferentes 
abordagens do ensino da leitura e da produçªo textual. Ler, ouvir, compreender, 
falar e escrever sªo atividades necessÆrias na nossa relaçªo com os outros e com o 
mundo, e a ferramenta cultural que utilizamos para esta comunicaçªo, esta inter-
relaçªo, Ø a linguagem, seja ela verbal ou nªo-verbal, pois, no nosso dia a dia, 
deparamo-nos cada vez mais com situaçıes em que temos de ler textos cujo 
código nªo Ø nossa língua. JÆ se afirmou, inclusive, que vivemos numa sociedade 
icônica, pois somos constantemente bombardeados por signos visuais tambØm. E 
os próprios textos verbais vŒm comumente associados a textos nªo-verbais. 
 
Objetivos 
 Saber adequar o discurso às situaçıes comunicativas. 
 A conceituaçªo de leitura 
 Interagir com os textos, buscando os significados possíveis e a relaçªo 
com as experiŒncias pessoais. 
 Entender a leitura como uma atividade de compreensªo, mas tambØm de 
interaçªo, de reaçªo e avaliaçªo dos efeitos pretendidos pelo autor e 
obtidos nos leitores-aluno. 
Icônico: relativo a ícone. Que representa ou reproduz com exatidªo e fidelidade. 
Signo que apresenta uma relaçªo de semelhança ou analogia com o objeto que 
representa (como uma fotografia, uma estÆtua ou um desenho figurativo); p.ex.: o 
desenho de uma faca e um garfo cruzados que indicam a proximidade de um 
restaurante. 
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 Perceber que os textos (orais e escritos) sªo frutos da intençªo 
comunicativa de um emissor em relaçªo a um receptor num determinado 
contexto social. 
 Ampliar a capacidade de entender e interpretar adequadamente um 
discurso em sua diversidade de contexto e perceber a importância do 
contexto nos textos produzidos. 
 
Planejamento 
Seçªo 1: Conceituaçıes de Leitura � A prÆtica da leitura de textos 
Seçªo 2: Noçıes de Linguagem e Língua: Textos Verbais e Nªo-Verbais 
Seçªo 3: Noçªo de Discurso: O ensino da leitura e da escrita no Cotidiano 
Seçªo 4: A Metodologia da Leitura e EstratØgias de Leitura e de Escrita de textos 
Seçªo 5: Trabalhando as normas linguísticas na construçªo dos textos: 
Significaçªo das palavras. A Semântica e o sentido das palavras. 
Seçªo 6: Elementos de Coesªo e CoerŒncias Textuais. 
Seçªo 7: Aspectos comunicacionais em meios multimídia e Linguagem, Processos 
comunicativos, formas e tecnologias. 
 
 
 Bem-vindo à primeira seção de estudo! 
 
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 Seçªo 1 - Conceituaçªo de Leitura � A prÆtica 
da Leitura de Textos 
 
Nessa seçªo de estudo, conheceremos um pouco sobre a prÆtica da leitura e 
produçªo de textos, conheceremos algumas metodologias de leitura, suas 
estratØgias e a diferença entre compreensªo e interpretaçªo de textos. A leitura Ø 
importante para que se possa ter acesso a informaçıes veiculadas das mais 
diversas maneiras: na Internet, na televisªo, em outdoors espalhados pelas cidades, 
em cartazes afixados sistematicamente, nos muros das ruas, nas mais diferentes 
placas informativas, folders, impressos de propaganda, distribuídos 
insistentemente aos transeuntes, e, atØ mesmo, em receitas mØdicas e bulas de 
remØdios. Por isso, dizemos que na formaçªo global do homem inserido no mundo 
moderno, a leitura e a produçªo de texto tŒm esse papel
fundamental. O mesmo se 
pode dizer sobre o sucesso de um candidato, por exemplo, em exames, 
notadamente naqueles que privilegiam as questıes analítico-dissertativas. Ilude-se 
a pessoa que, ao ler o programa de uma determinada matØria, conclui que as 
capacidades citadas sªo exigŒncias específicas daquela disciplina. Por exemplo, 
quando programas de PortuguŒs falam em �Leitura�, �Compreensªo crítica� e 
�Interpretaçªo� mencionam competŒncias que exploram somente a prova 
específica de Língua Portuguesa, o que nªo Ø verdade. Assim, sem leitura, 
compreensªo crítica e interpretaçªo, o candidato a um exame nªo entende o 
enunciado de uma questªo de física, história, biologia, geografia, por exemplo. 
A leitura Ø o processo atravØs do qual o leitor interage com um autor, por meio 
de um texto escrito. Segundo Magda Soares (1996), esse processo Ø o resultado: 
 
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 Das circunstâncias em que a leitura acontece: condições de 
produção da leitura; 
 Das prÆticas histórico-sociais que configuram o autor, o leitor, o 
texto: o contexto. 
 
Segundo ainda a mesma autora, a escrita Ø o processo atravØs do qual o autor 
interage com um leitor, por meio de um texto escrito. Esse processo Ø o resultado: 
 Das circunstâncias em que a escrita acontece: condições de 
produção do texto. 
 Das prÆticas histórico-sociais que configuram o autor, o leitor, o 
texto: o contexto. 
 
Aprender a ler Ø nªo só uma das maiores experiŒncias da vida escolar de 
uma pessoa. É uma vivŒncia œnica para todo ser humano. Ao dominar a leitura 
abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, 
participar ativamente da vida social, alargar a visªo de mundo, do outro e de si 
próprio. Veja o que diz Mariza Lajolo, 2004. 
 
“Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa 
cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de 
vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que 
pode e deve começar na escola, mas não pode encerrar-se nela. 
Do mundo da leitura para a leitura do mundo, o trajeto se 
cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que 
transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de 
prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução 
nos estreitos limites da escola. (LAJOLO, 2004, p.7) 
 
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O objetivo deste texto Ø trazer algumas reflexıes sobre o que significa 
entender a leitura e a escrita como experiŒncia. Para isso colocamos aqui algumas 
concepçıes teóricas dos principais autores e pensadores da educaçªo nesse país, 
para que, juntos, possamos refletir sobre como saber utilizar nas prÆticas sociais de 
leitura e de escrita, as estratØgias e procedimentos que conferem maior fluŒncia e 
eficÆcia ao processo de produçªo e atribuiçªo de sentidos aos textos com os quais 
se interage. 
Ao longo do tempo, a tentativa de compreender o que Ø ler e escrever 
tem sido uma constante: qual a natureza da leitura e da escrita? Como se lΠe se 
escreve hoje? Como concebemos a leitura e a escrita? Leitura Ø hÆbito? É gosto, 
prÆtica, relaçªo, exercício, instrumento, necessidade ou experiŒncia? 
Para Sonia Kramer, a leitura Ø vista como experiŒncia, pois o leitor leva 
rastros do vivido no momento da leitura para depois ou para fora do momento 
imediato � isso torna a leitura uma experiência. Assim, leitura Ø, portanto, a 
possibilidade própria que cada uma das pessoas tem de dotar de sentido e de 
significado textos escritos, desenhos, comportamentos, expressıes, peças de 
teatro e filmes, obras de diferentes artes, etc. Isso significa dizer que nªo se leem 
apenas os textos linguísticos, aqueles que se ocupam da palavra escrita. Assunto 
que desenvolveremos no próximo tópico. 
 
 
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 Seçªo 2 - A Língua e outros Sistemas 
de Comunicaçªo: 
 
 Noções de Linguagem e Língua. 
 Textos verbais e não-verbais. 
 Elementos da Comunicação Humana 
 Funções da Linguagem. 
 
Entende-se como comunicaçªo o intercâmbio de informaçªo entre sujeitos ou 
objetos. VocŒ jÆ deve ter ouvido falar da cØlebre frase de Chacrinha: �Quem nªo se 
comunica se trumbica.� A comunicaçªo humana Ø um processo que envolve a 
troca de informaçıes e utiliza os sistemas simbólicos e a linguagem verbal. Neste 
processo estªo envolvidos uma infinidade de maneiras de se comunicar. A 
exemplo disso, podemos indicar duas pessoas que conversam pessoalmente com 
as mªos ou mensagens enviadas utilizando a Internet. 
 
 
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Inicialmente, cabe distinguir os conceitos de linguagem e língua. A concepçªo 
adotada por nós Ø que a linguagem Ø a capacidade de representaçªo por meio de 
signos, exclusiva do ser humano e que o distingue dos outros animais. A 
linguagem pode ser expressa por signos verbais e nªo-verbais, agrupados em 
linguagem verbal � que usa a palavra falada e escrita � e a linguagem nªo-verbal � 
que utiliza signos gestuais, visuais e sonoros. JÆ a língua Ø um sistema de signos 
verbais desenvolvidos por uma comunidade para a comunicaçªo como resultado 
de seu processo histórico. 
Uma língua tem características particulares em vÆrios aspectos � fonológico, 
morfológico, sintÆtico, semântico e pragmÆtico � que a diferenciam de outras. É 
interessante lembrar tambØm que a língua Ø heterogŒnea e apresenta variantes 
sociais, geogrÆficas e situacionais, entre outras. Nela encontramos a norma padrªo, 
ou portuguŒs padrªo, como uma das variantes linguísticas do portuguŒs, associado 
aos grupos sociais de maior prestígio na sociedade. E a importância do seu estudo 
para a participaçªo social e o pleno exercício da cidadania. 
 
 A importância da Linguagem: 
A linguagem sempre exerceu um interesse muito grande na abordagem da 
condiçªo humana. É a forma humana de comunicaçªo, o modo como nos 
relacionamos com o mundo e com os outros, como nos afirmamos social e 
politicamente, bem como expressamos nosso pensamento e atØ mesmo a arte. 
Essa Ø uma compreensªo que vem desde a antiguidade. Aristóteles (384-322 a.C), 
afirmou que o homem Ø um �animal político� somente por que Ø dotado de 
linguagem. 
 
 O que é Linguagem? 
Em princípio, podemos dizer que a linguagem Ø um sistema de signos usados 
para a comunicaçªo e para a expressªo de ideias, valores e sentimentos. Isso quer 
dizer que podemos tratar a linguagem como um todo estruturado, com leis e 
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princípios próprios. Na base dessa estrutura estªo os SIGNOS, que Ø um objeto 
dotado de sentido (como a fumaça que indica a presença de fogo), que tem a 
funçªo de indicar ou representar outro objeto. 
 
 
 Signo Linguístico: 
Saussure (pai da Linguística Moderna) define o signo como a uniªo do sentido e da 
imagem acœstica. O que ele chama de sentido Ø a mesma coisa que conceito ou 
ideia, isto Ø, a representaçªo mental de um objeto ou da realidade social em que 
nos situamos, representaçªo essa condicionada pela nossa formaçªo sociocultural. 
O que ele chama de �imagem acœstica� nªo Ø o som de uma palavra propriamente, 
mas a impressªo psíquica desse 
som. O signo linguístico Ø, 
portanto, �uma entidade psíquica 
de duas faces�, semelhante a uma 
moeda. (CLG - Curso de Linguística 
Geral - Saussure p,80) 
 
Figura 1: Signo Linguístico: significante e significado 
 
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 Significante é a parte material, perceptiva. O significado é o 
conceito, a ideia que se tem do signo. Algo como o lado espiritual da 
palavra, sua contraparte inteligível, em oposição ao significante, que 
é sua parte sensível. 
 
 O que é Língua? 
A língua Ø a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que segue leis 
estabelecidas pelos membros da sociedade e que nªo podem ser modificadas
pelo 
indivíduo de forma solitÆria. Ela Ø social, ou seja, pertence a toda sociedade. Em 
sentido estrito, L˝NGUA Ø um sistema de signos organizados que permite aos 
indivíduos o processo comunicativo. 
 O que é Fala? 
É a capacidade que o indivíduo tem de utilizar a Língua. A fala Ø o resultado 
das combinaçıes feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua, atravØs 
de mecanismos psicofísicos (que sªo os atos de fonaçªo) necessÆrios à produçªo 
das combinaçıes dos sons da fala. 
 Distinção entre comunicação verbal e não-verbal: 
Comunicação verbal: que Ø expressa por meio de palavras, faladas ou escritas. 
Comunicação não-verbal: qualquer aspecto da comunicaçªo que nªo envolve o 
emprego de palavras. Para isso, incluem-se os gestos, as feiçıes, as imagens e sinais 
de trânsito. 
 
Importante! 
Signo, entªo, equivale a um todo resultante da associaçªo de um 
significante (que Ø a imagem acœstica) e de um significado (que Ø o conceito). 
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 Esquema de Comunicação proposto por Roman Jakobson: 
 
 
Figura 2: Esquema de Comunicaçªo de Jakobson 
 
 Emissor = chamado tambØm de locutor ou falante, o emissor Ø aquele 
que emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma 
pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros. 
 Receptor = denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor Ø quem 
recebe a mensagem emitida pelo emissor. 
 Mensagem = Ø o objeto utilizado na comunicaçªo, de forma que 
representa o conteœdo, o conjunto de informaçıes transmitidas pelo 
locutor, por isso. 
 Canal de comunicação = corresponde ao local (meio) onde a mensagem 
serÆ transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisªo, telefone, 
dentre outros. 
 Código = representa o conjunto de signos que serªo utilizados na 
mensagem. 
 Contexto = TambØm chamado de referente, trata-se da situaçªo 
comunicativa em que estªo inseridos o emissor e receptor. 
 
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 Funções da Linguagem: 
Tomando por base essa compreensªo do processo de comunicaçªo, Jakobson 
propıe uma anÆlise da linguagem a partir de suas funçıes. Essas funçıes vªo ser 
identificadas segundo o papel de cada um dos elementos do esquema de 
comunicaçªo. 
 
São funções da linguagem, de acordo com ele: 
1 � Funçªo expressiva � centrada no emissor 
1 � Funçªo conativa � centrada no receptor 
2 � Funçªo referencial � centrada no referente ou contexto 
3 � Funçªo fÆtica � centrada no canal 
4 � Funçªo poØtica � centrada na mensagem 
5 � Funçªo metalinguística � centrada no código 
 
 
 
Figura 3: Elementos e funçıes da linguagem segundo Roman Jakobson 
 
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 Seçªo 3 - Noçªo de Discurso: O ensino da leitura e 
da escrita no Cotidiano. Conceitos bÆsicos sobre 
anÆlise do discurso e seus impactos. 
 
 A concepçªo que temos Ø a da língua como atividade discursiva. O discurso 
pode ser compreendido como a linguagem posta em açªo � ou seja � o uso que as 
pessoas fazem da linguagem na interaçªo com outras pessoas, num determinado 
contexto social. Ao adotar essa perspectiva, o ensino da escrita e da leitura se 
coloca como orientaçªo para o aluno de como interagir em contextos específicos 
por meio da linguagem, mais do que o estudo do conjunto de elementos 
constitutivos da língua. A produçªo de textos � falados e escritos � passa a ser 
percebida como instrumento para dar sentido aos objetivos da comunicaçªo. 
Portanto, o ensino da leitura e da escrita Ø o ensino das estratégias de leitura e 
construçªo dos textos de acordo com as intençıes comunicativas de seus autores. 
A produçªo da escrita Ø pertinente a uma prÆtica social. Na sociedade 
contemporânea os indivíduos atuam no mundo e sentem necessidade de 
comunicar suas ideias e mensagens aos outros. A produçªo de textos, no 
laboratório textual ou em oficinas, possibilita ao sujeito produtor do texto que 
expresse seus pensamentos, seus pontos de vista e construa seus argumentos 
sobre determinado assunto, em suas comunicaçıes diÆrias, quer escrita ou quer 
falada. O produtor do texto, na construçªo de suas mensagens, deverÆ levar em 
consideraçªo, segundo Ingedore Koch (op. cit), as inter-relaçıes que sªo essenciais 
para garantir a coerŒncia de um texto. Vejamos: 
 
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VocŒ deverÆ ler, compreender e interpretar as inœmeras obras, revistas, 
filmes que circulam em seu cotidiano. Esses procedimentos de LEITURA sªo 
eficazes para o bom desempenho da ESCRITA e o desenvolvimento das 
habilidades de escrever, de argumentar, de pensar e de fundamentar seu ponto 
de vista na organizaçªo discursiva em diferentes modalidades: escrita ou falada. 
 Outro fator importante para interpretaçªo de um texto Ø a inferência. 
 
 
A produçªo da escrita estÆ atrelada à produçªo da leitura, facultando ao leitor, 
pelo contato com textos escritos diversificados e pelas inœmeras leituras, um bom 
desempenho em suas produçıes textuais. Tais leituras possibilitam internalizar 
novos conhecimentos e desenvolver habilidades na organizaçªo discursiva, assim, 
a convivŒncia com o universo de leituras levarÆ o sujeito leitor ao efetivo domínio 
da escrita. Pode-se levar em consideraçªo que, por meio da leitura, teremos o 
acesso à informaçªo, alØm de favorecer um exercício de reflexªo e anÆlise das 
questıes sociais, tornando a pessoa mais crítica e conhecedora de si e do outro. 
Observe o esquema a seguir: 
 
Inferência: Ø a deduçªo, a interpretaçªo pelo raciocínio baseada em indícios, ou 
seja, inferŒncia Ø opiniªo. 
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Explicando: 
 O esquema anterior sintetiza o processo da produçªo da escrita e das 
atividades comunicativas; requer do sujeito produtor de textos uma leitura 
(informaçªo) em que ele tenha compreensªo e interpretaçªo de suas leituras, com 
isso poderemos afirmar que o ato de escrever exige: o pensar e o refletir sobre 
algo, alØm de estimular �o criar�, o produzir de novos textos e de novas mensagens. 
Esse processo resulta na construçªo de diversos gêneros textuais (bilhete, carta 
pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e 
revistas, atas, resenha etc.) e visa promover ainda, a interaçªo social entre os 
indivíduos. 
 Noções preliminares de Análise do Discurso 
A AnÆlise do Discurso Ø o estudo em que se verifica a intençªo presente na 
comunicaçªo por meio da linguagem. É uma prÆtica muito estudada no campo da 
Linguística, da Comunicaçªo e de diversas Æreas afins do conhecimento humano 
(Sociologia, Psicologia, PsicanÆlise, Direito, História). Sªo vÆrias as leituras possíveis 
de um texto. A AnÆlise do Discurso busca entªo entender a intençªo do texto por 
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meio de uma relaçªo entre autor e contexto empregado. Esse tipo de anÆlise 
surgiu na França, nos anos sessenta do sØculo vinte, e focou seu interesse na 
intençªo do discurso. 
 
O Discurso: Discurso Ø uma exposiçªo metódica sobre determinado assunto que 
objetiva influenciar o leitor ou o ouvinte. Sabe-se que as palavras transmitem 
informaçıes explícitas e implícitas. O texto nªo deve ser analisado apenas em sua 
expressªo sintÆtica e semântica dos vocÆbulos. HÆ uma intençªo por parte do autor 
que muitas vezes nªo se mostra claramente. Saber interpretar adequadamente 
essas intençıes do discurso em suas diversidades Ø uma tØcnica que interessa a 
diversos profissionais e acadŒmicos. Assim, a AnÆlise de Discurso (mais conhecida 
como AD nos meios acadŒmicos relacionados à linguagem) apresenta-se como 
uma disciplina cada vez mais presente no cenÆrio das ciŒncias humanas. 
 
Para saber mais: 
A linguagem Ø uma atividade humana que nos exige vÆrias 
competŒncias. Uma competŒncia situacional, pois nªo hÆ ato de linguagem que se 
produza fora de uma situaçªo de comunicaçªo. Isso
nos obriga a levar em 
consideraçªo a finalidade de cada situaçªo e a identidade daqueles que se acham 
implicados e efetuam trocas entre si. 
Uma competŒncia semiolinguística que consiste em saber organizar a encenaçªo 
do ato de linguagem de acordo com determinadas situaçıes (enunciativa, descritiva, 
narrativa, argumentativa) e, enfim, A competŒncia semântica que consiste em saber 
construir sentido com a ajuda de formas verbais (gramaticais ou lexicais), recorrendo 
aos saberes de conhecimento e de crença que circulam na sociedade, levando em 
conta os dados da situaçªo de comunicaçªo e os mecanismos de encenaçªo do 
discurso. Esse conjunto de competŒncias constitui o que se chama de competŒncia 
discursiva, e Ø fazendo-a funcionar que se produzem atos de linguagem portadores de 
sentido e de vínculo social. 
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 Seçªo 4- Metodologia da leitura � TØcnicas 
BÆsicas de leitura e Interpretaçªo de Textos 
 
A demanda pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita Ø cada vez 
maior. Nos œltimos anos, as exigŒncias impostas aos profissionais que procuram 
emprego sªo maiores. Exige-se do candidato as mais diversas funçıes, que 
demonstre, por exemplo, domínio da língua portuguesa, que seja um bom ouvinte, 
que tenha uma boa comunicaçªo verbal, boa escrita, boa redaçªo, facilidade de 
comunicaçªo e um bom texto. O domínio da linguagem escrita Ø tido, atualmente, 
como condiçªo para a produçªo e acesso ao conhecimento. Das grandes falhas na 
formaçªo do estudante hoje, a mais flagrante estÆ na inabilidade dos alunos com a 
leitura e interpretaçªo de textos, ou seja, o aluno tem dificuldade para ler e 
interpretar textos mais complexos. Evanildo Bechara (2004, p. 694) em sua 
GramÆtica Escolar da Língua Portuguesa, nos propıe uma diferenciaçªo entre 
Compreensão e Interpretação de textos. Vejamos a seguir o que diz Bechara: 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
COMPREENSÃO: Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, 
coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: 
1. As consideraçıes do autor se voltam para... 
2. Segundo o texto estÆ correta... 
3. De acordo com o texto, estÆ incorreta... 
4. Tendo em vista o texto, Ø incorreto... 
5. O autor sugere ainda que... 
6. De acordo com o texto Ø certo... 
7. O autor afirma que... 
 
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INTERPRETAÇÃO: Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está 
escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: 
1. O texto possibilita o entendimento de que... 
2. Com o apoio no texto, infere-se que... 
3. O texto encaminha o leitor para... 
4. Pretende o texto mostrar que o leitor... 
5. O texto possibilita deduzir-se que... 
 
O mesmo autor, Bechara (2004, p. 695), explica também sobre os três erros 
capitais que cometemos na análise de textos. Segue o texto do autor: 
 
TRÊS ERROS CAPITAIS NA ANÁLISE DE TEXTOS: 
1. EXTRAPOLAÇÃO: É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se 
interpreta o que nªo estÆ escrito. Muitas vezes sªo fatos reais, mas que 
nªo estªo expressos no texto. Deve-se ater somente ao que estÆ relatado. 
 
2. REDUÇÃO: É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de 
lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para 
se ater apenas à parte dele. 
3. CONTRADIÇÃO: É o fato de se entender justamente o contrÆrio do que 
estÆ escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: 
�pode�, �deve�, �nªo�, verbo �ser�, etc. 
 
Nªo Ø apenas para o mundo do trabalho que esse conhecimento linguístico Ø 
importante. Ser um usuÆrio competente da língua Ø fator primordial para a 
ampliaçªo da participaçªo social e exercício efetivo da cidadania. 
 
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25 
 
 Estratégias de leitura 
 Dos caminhos a seguir, dois favorecem a intimidade dos alunos com o 
texto. Sªo eles: ensinar a estabelecer previsªo e inferŒncia, estratØgias que sªo 
invocadas na prÆtica da leitura logo no primeiro contato com o texto, e que devem 
ser provocadas e incentivadas pelo professor na prÆtica da leitura. 
 A previsªo e a inferŒncia exigem que o leitor acione conhecimentos 
prØvios, conhecimento de mundo, como ideias, hipóteses, visªo de mundo e de 
linguagem sobre o assunto. ´ngela Kleiman (2002), professora do Instituto de 
Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, diz que: �A leitura é 
uma atividade de procura do passado de lembranças e conhecimentos do leitor. O que 
orienta o ato de ler é a direção, a elaboração do pensamento e sua imagem de 
mundo”. 
 
TÉCNICA DE LEITURA 
 Deve-se ler o texto antes de se olhar as perguntas, entretanto, muitas 
vezes, isso trarÆ alguma frustraçªo, pois o texto pode ser grande e complicado, 
fazendo com que, ao terminar a leitura, vocŒ jÆ tenha esquecido o início; ou pode 
haver poucas perguntas sobre a ideia geral do texto, ou ainda as perguntas 
estarem ligadas a segmentos do texto bem específicos, o que tornaria mais 
complexo seu entendimento. 
Algumas dicas que ajudam para uma leitura mais eficiente: 
 Sublinhe as partes importantes. 
 Circule as palavras-chave. 
 Anote detalhes importantes. 
 Leia as partes mais complexas com bastante atençªo, tentando entendŒ-
las profundamente. 
 Descubra qual a ideia bÆsica do texto e estabeleça seu real objetivo, 
mesmo que tenha de reescrevŒ-los, à parte, com suas palavras. 
 
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26 
AS PRINCIPAIS ARMADILHAS: 
Os enunciados das questıes podem trazer algumas �armadilhas� ou �maldades� 
com a intençªo de enganÆ-los. Assim, Ø bom conhecer alguns desses artifícios. 
Vejam: 
 Atente para o que se pede: se for o certo, o errado, sobre o que estÆ ou o 
que nªo estÆ no texto, o que condiz etc. 
 Veja se hÆ algum nªo. Isso muda tudo toda a estratØgia. 
 Se houver a citaçªo de algum parÆgrafo ou alguma linha, localize-o (a) 
com cuidado e marque-o (a). Se as linhas nªo estiverem numeradas, 
numere-as (de cinco em cinco). 
 A interpretaçªo Ø do texto, normalmente do autor, mas nªo da sua ideia 
(sua = do leitor). 
 Cuidado com as palavras como exceto ou salvo, ou locuçıes como 
exceçªo de, pois elas mudam tudo. 
 Quando se pedir a melhor resposta, Ø porque pode (deve) haver mais de 
uma possibilidade. 
 Cuidado com as noçıes de causa e consequŒncia. 
 Atençªo para as propostas de substituiçªo de vocÆbulos ou expressıes, 
pois seu uso tem de se encaixar perfeitamente no lugar do texto. 
 Em provas discursivas, cuidado com o verbo de comando: transcreva, 
justifique, explique, sublinhe etc. 
 Ainda em questıes discursivas, muita atençªo para a clareza e a 
objetividade da resposta. 
 
Ainda em Bechara (2004), encontramos os dez mandamentos para uma 
eficiente análise de textos. Acompanhe o que nos ensina o eminente 
autor: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
27 
 
OS DEZ MANDAMENTOS PARA ANÁLISE DE TEXTOS: 
1. Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contacto do assunto; a 
segunda para observar como o texto estÆ articulado; desenvolvido. 
2. Observar que um parÆgrafo em relaçªo ao outro pode indicar uma 
continuaçªo ou uma conclusªo ou, ainda, uma falsa oposiçªo. 
3. Sublinhar, em cada parÆgrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). 
4. Ler com muito cuidado os enunciados das questıes para entender 
direito a intençªo do que foi pedido. 
5. Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para nªo se 
confundir no momento de responder à questªo. 
6. Escrever, ao lado de cada parÆgrafo ou de cada estrofe, a ideia mais 
importante contida neles. 
7. Nªo levar em consideraçªo o que o autor quis dizer, mas sim o que ele 
disse; escreveu. 
8. Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar 
com atençªo a introdução e/ou a conclusão. 
9. Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o 
desenvolvimento. 
10. Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros
vocÆbulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes 
demonstrativos, etc.). 
No entanto, como dissemos hÆ pouco, nªo Ø apenas para o mundo do 
trabalho que o conhecimento da língua Ø importante, mas tambØm para 
tornÆ-lo um usuÆrio competente, capaz de ampliar a sua participaçªo social no 
processo de interaçªo com o mundo que o cerca. Para isso, Ø preciso 
apropriar-se do conhecimento e de meios de produçªo e de divulgaçªo desse 
conhecimento. É o que desejamos que vocŒ faça, caro aluno, com todas essas 
dicas acima. 
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28 
 Estratégias da Escrita 
 Ler nªo Ø apenas decodificar, mas compreender as mensagens, pois 
circulamos e vivemos numa sociedade letrada. Vale o que estÆ escrito. 
Parodiando o texto bíblico diríamos: 
“Bem-aventurados os homens de boa redação. Deles será o reino das 
diretorias”. 
NFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Ed. Scipione, Sªo Paulo, 1998, p. 248. 
É verdade! A escrita Ø essencial ao mundo contemporâneo, tendo em vista as 
prÆticas sociais das atividades comunicativas no dia a dia, uma vez que as nossas 
organizaçıes e instituiçıes sªo permeadas por textos escritos: 
Estatutos, Código Civil, PROCON, Leis, Outdoor, Receitas, Comunicaçªo nas 
Empresas, Relatórios, enfim, por inœmeras mensagens que circulam socialmente. 
Assim, dependemos da escrita enquanto habilidade importante para o nosso 
sucesso profissional. Assim, estamos em consonância com as dicas de Lucília 
Garcez para desinibir ou eliminar os bloqueios do estudante, auxiliando-o na 
produçªo textual. Vamos conferir? 
“DICAS” PARA DESEMPENHO NA ESCRITA: 
1º Passo: Resumos de leituras (revistas, jornais, livros, crônicas e contos). 
2º Passo: Nªo ter �medo� de escrever. Acreditar que vocŒ Ø capaz de obter 
Œxito na escrita. 
3º Passo: Ler muito. Compreender e interpretar o que leu. 
4º Passo: Valorizar seus argumentos e reconhecer que pela escrita interagimos 
com o mundo. 
5º Passo: Motivaçªo Ø a razªo para escrever o texto: defender uma ideia, alØm 
de expressar um sentimento ou opiniªo sobre algo. 
6º Passo: Correçªo gramatical. 
Escrever é um desafio, é luta... Uma via para compreender e desenvolver o 
ato de escrever Ø a Leitura. Recortamos algumas entrevistas de escritores que 
vivem de suas escritas, sendo o ato de escrever imprescindível em suas vidas. 
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29 
Veja estes depoimentos: 
Clarice Lispector: 
Esta Ø uma confissªo de amor: amo a língua portuguesa. Ela nªo Ø fÆcil. Nªo Ø 
maleÆvel. E, como nªo foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua 
tendŒncia Ø a de nªo ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapØ 
contra os que temerariamente ousam transformÆ-la numa linguagem de 
sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa Ø um verdadeiro desafio 
para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas 
a primeira capa de superficialismo�. GARCEZ, Lucília H. do CARMO. (Técnica de 
redação. O que é preciso saber para bem escrever. Sªo Paulo: Martins Fontes. 
2008, 150p.) 
Segundo a autora Lygia Fagundes, o ato de escrever se resume: 
 
-Como vocΠdefiniria o ato de escrever? 
-Uma luta. Uma luta que pode ser vª, como disse o poeta, mas 
que lhe toma a manhª. E a tarde. AtØ a noite. Luta que requer 
paciŒncia. Humildade. Humor. Lembro-me de que estava num 
hotel em Buenos Aires, vendo na tevΠum drama de boxe. 
Desliguei o som, ficou só a imagem do lutador jÆ cansado 
(tantas lutas) e reagindo. Resistindo. Acertava, às vezes, mas 
tanto soco em vªo, o adversÆrio tªo Ægil, fugidio, desviando a 
cara. E ele ali, investindo, Insistindo: � mas o que mantinha o 
lutador em pØ? Duas vezes beijou a lona. Poeira, suor, sangue. 
Voltava a reagir, alguØm sugeriu que lhe atirassem a toalha, Ø 
melhor desistir, chega! Mas ele ia buscar forças sabe Deus onde 
e se levantava de novo, o fervor acendendo a fresta do olho 
quase encoberto pela pÆlpebra inchada. Fiquei vendo a 
imagem silenciosa do lutador solitÆrio � mas quem podia 
ajudÆ-lo? Era a coragem que o sustentava? A vaidade? Simples 
ambiçªo de riqueza, aplauso? (...) E de repente me emocionei: 
na imagem do lutador de boxe vi a imagem do escritor no 
corpo a corpo com a palavra. (Para gostar de ler. Vol. 9. Sªo 
Paulo: Editora `tica, 3“. Ed. 1988, p7). 
 
 
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30 
 Seçªo 5 - Trabalhando as normas linguísticas na 
construçªo dos textos: Significaçªo das palavras. A 
Semântica e o sentido das palavras. 
Agora, prezado aluno, vocŒ irÆ estudar a semântica, parte da gramÆtica que 
estuda o significado das palavras, com o objetivo de ajudÆ-lo na sua produçªo 
textual e na interpretaçªo de um texto. 
 
 
Vamos, entªo, ao estudo semântico das palavras. 
CAMPOS SEMÂNTICOS 
As palavras sªo relacionadas e associadas de vÆrias maneiras pelo sentido, 
resultando na construçªo de um campo semântico. 
Exemplo 1 
 
Dica! 
Estude e consulte uma GramÆtica indicada na nossa bibliografia. 
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31 
Exemplo 2: 
 
 
POLISSEMIA 
 Consiste no emprego de significados variados de acordo com o co6ntexto. Em 
nossa língua, muitos vocÆbulos apresentam mais de um significado, o qual só Ø 
apreendido quando se analisa o contexto. Quando isso ocorre, dizemos que o 
vocÆbulo Ø polissŒmico. Inœmeros sªo os vocÆbulos polissŒmicos. Observe: 
Exemplo: 
1 - A esperança pousou na janela. 
1 - Chegando à janela vi o cØu azul e tive a esperança de dias melhores. 
Veja que se trata do uso da palavra esperança com mais de um sentido, em 
diferentes contextos. 
Mais exemplos: 
3 - A manga da camisa estÆ suja. (parte da vestimenta) 
4 - Todos gostam muito de manga. (fruta) 
5 - O prato Ø de porcelana. (peça de louça) 
 6 - O prato estÆ delicioso. (comida) 
Todas essas palavras acima são polissêmicas. 
 
leona
Realçar
leona
Realçar
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32 
SINONÍMIA (OU SINÔNIMOS) 
Quando duas ou mais palavras tŒm o mesmo significado em um determinado 
contexto. Sªo palavras diversas na escrita, mas semelhantes ou idŒnticas na 
significaçªo. 
Exemplo: 
1 - O diretor cumprimentou aos alunos pela gincana. 
 2 - O diretor fez a saudação aos alunos pela gincana. 
Observe a substituiçªo de cumprimento por saudação, sem alterar o sentido da 
frase. 
Veja mais alguns sinônimos: 
Olhar = ver / habitar = morar / colóquio = diÆlogo / cara = rosto / bonito = belo 
 
ANTONÍMIA (OU ANTÔNIMOS) 
 
Consiste no emprego de palavras de sentido contrÆrio, oposto. 
Exemplo: 
1 - A jovem era destemida. 
2 - A jovem era medrosa. 
Observe a substituiçªo de destemida por medrosa, com alteraçªo do sentido da 
frase. 
Veja outros antônimos: 
Bonito = feio / alegre = triste / natural = artificial / ignorância = sabedoria 
 
 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO: 
O sentido literal ou denotativo costuma ser entendido como o sentido do 
dicionÆrio. Quanto ao sentido figurado, este Ø compreendido como o nªo-
convencionalizado, ou seja, como o sentido metafórico. Por esta dicotomia, 
costuma-se associar a conotaçªo ao uso do cotidiano da língua, que 
representaria um uso mais polissŒmico, em oposiçªo à denotaçªo, em que se 
leona
Realçar
leona
Realçar
leona
Realçar
leona
Realçar
leona
Realçar
Linguagens e Pesquisa 
 
33 
emprega a palavra no seu sentido real, literal, dicionarizado. Essa Ø, aliÆs, um 
critØrio muito utilizado nas escolas para fazer a distinçªo entre o texto literÆrio 
e o texto jornalístico, por exemplo. 
É preciso chamar a atençªo, contudo, para o fato de a denotaçªo e a 
conotaçªo nªo serem fenômenos restritos a este ou aquele gŒnero textual. 
 
Exemplos: 
 
1 � EstÆ frio aqui. (sentido próprio) - denotaçªo 
 
 (Temperatura) 
2 � Ele Ø um homem frio. (sentido figurado) - conotaçªo 
 
 (Insensível) 
 
3 � Maria comprou uma flor vermelha para a sua mªe. (sentido real) � denotaçªo. 
 (Uma rosa) 
 
4 � Maria Ø uma flor de menina. (sentido figurado)
conotaçªo 
 
 (Uma metÆfora: pessoa bonita, singela) 
 
 Seçªo 6 � Elementos de Coesªo e CoerŒncia Textuais. 
 
● PRINCIPAIS MECANISMOS DE COESÃO 
O encadeamento de ideias Ø responsÆvel pela coerŒncia de um texto. A 
coesão textual Ø a conexªo linguística que permite a amarraçªo das ideias do 
texto. 
leona
Realçar
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34 
Segundo o dicionÆrio eletrônico AurØlio SØculo XXI, coesão significa 
�união íntima entre as partes de um todo”. Apesar de constituírem fenômenos 
distintos, coesão e coerência sªo complementares na construçªo de sentido dos 
textos, pois enquanto a coerência se manifesta no plano do conteœdo, do 
encadeamento das ideias, a coesão se manifesta no plano da superfície do texto, 
isto Ø, nas relaçıes linguísticas tais como nos empregos de conectivos, conjunçıes, 
advØrbios, pronomes, sinônimos etc. 
A coesªo textual pode ser conseguida mediante quatro procedimentos gramaticais 
elementares: 
A - Substituição: quando uma palavra ou expressªo substitui outras anteriores: 
O Rui foi ao cinema. Ele nªo gostou do filme. 
B - Reiteração: quando se repetem formas no texto: 
�E um beijo?! E um beijo do seu filhinho?! � � Quando darÆ beijos o meu menino?! 
A reiteraçªo pode ser lexical (�E um beijo�) ou semântica (�filhinho� /�menino�). 
C - Conjunção: quando uma palavra, expressªo ou oraçªo se relaciona com outros 
antecedentes por meio de conectores gramaticais: 
 
 O cªo da Teresa desapareceu. A partir daí, nªo mais se sentiu segura. 
 A partir do momento em que o seu cªo desapareceu, a Teresa nªo mais se sentiu segura. 
Vejamos que alguns mecanismos de coesão ocorrem por: 
 Retomada gramatical: (pronomes, artigos, numerais, advérbios) 
 Retomada lexical: (substantivos, adjetivos, verbos) 
 Retomada elíptica: (elipse ou ocultamento) 
 Repetição: (lexical e sintática) 
 Encadeamento argumentativo: (com o emprego de operadores 
discursivos) 
 Justaposição: (sem sequenciadores) 
 
 
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35 
 
 
Exemplo: Coesão por Elipse 
(Eu) Conheci Eduardo Wanderley no Festival de Cinema em Gramado. 
(Ele) Era um ator excelente que morava no Chile hÆ quinze anos. 
(O artista) Aprecia o cinema da AmØrica Latina. 
 
Exemplo: A coesão por advérbios 
 
Gramado Ø, por excelŒncia, a terra de novos talentos do cinema. Lá acontece 
todos os anos o Festival do Cinema Brasileiro. 
 
LÆ = advØrbio (ocorre a substituiçªo da palavra Gramado pelo advØrbio lÆ). 
 
Exemplo: Repetição (lexical e sintática) 
 
Paulo comprou um automóvel. O carro Ø o œltimo modelo da categoria. 
 
Importante! 
VocŒ deverÆ ficar atento aos mecanismos de coesªo para garantir clareza 
e concisªo das ideias, em sua organizaçªo discursiva. Agora, veremos a coesªo por 
elipse. A retomada por elipse Ø muito comum na comunicaçªo escrita ou falada para 
garantir a coesªo dos textos. Vamos conferir! 
Importante! 
VocŒ deverÆ consultar e estudar na bibliografia indicada os principais 
mecanismos de coesªo para garantir a qualidade do seu texto por meio da unidade de 
sentido. 
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36 
 
● A COERÊNCIA: 
Coerência: trŒs definiçıes envolvendo autores diferentes. 
 
● �Uma complexa rede de fatores de ordem linguística, cognitiva e interacional�. 
(Ingedore Koch) 
 
● �A relaçªo que se estabelece entre as partes do texto, criando uma unidade de 
sentido�. (JosØ Luiz Fiorin) 
 
● �Conexªo, a uniªo estreita entre vÆrias partes, relaçıes entre ideias que se 
harmonizam, ausŒncia de contradiçıes. É a coerŒncia que distingue um texto de 
um aglomerado de frases�. (JosØ Luiz Fiorin e Francisco Platªo Savioli) 
Alguns autores apontam alguns tipos de coerŒncias, a saber: coerŒncia semântica, 
coerŒncia sintÆtica, coerŒncia estilística e coerŒncia pragmÆtica. 
A � COERÊNCIA SEMÂNTICA: Refere-se à relaçªo entre os significados dos elementos 
das frases em sequŒncia; a incoerŒncia aparece quando esses sentidos nªo combinam, 
ou quando sªo contraditórios. 
Exemplo: �Educaçªo, problema universal que por direito todo indivíduo deve ter 
acesso.� 
 
Explicando: A inadequaçªo deve-se ao fato de nªo ficar claro qual Ø o antecedente do 
pronome que. Da maneira como foi escrita a frase, o antecedente Ø problema universal, 
e, neste caso, a incoerŒncia semântica estÆ na nªo combinaçªo entre os sentidos de ter 
acesso e problema. É muito mais provÆvel que o autor desta frase tenha pensado que 
todo indivíduo deve ter acesso à educaçªo, mas, da forma como ordenou as palavras, 
causou ambiguidade com relaçªo ao antecedente do que. 
 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
37 
B � COERÊNCIA SINTÁTICA: Refere-se aos meios sintÆticos usados para expressar a 
coerŒncia semântica: conectivos, pronomes etc. 
 Exemplo: Na verdade, essa falta de leitura, de escrever, seja porque tudo jÆ vem pronto, 
mastigado para uma boa compreensªo, nªo precisando pensar, 
Explicando: VÆrios problemas sªo encontrados nesta frase. O primeiro Ø o nªo 
paralelismo entre leitura (substantivo) e escrever (verbo). Seria necessÆrio dizer falta de 
ler, de escrever ou falta de leitura, falta de treino de escrita. Outro problema Ø o emprego 
da conjunçªo �seja�. Ela Ø normalmente usada para apresentar mais de uma alternativa: 
seja porque tudo jÆ vem pronto, seja porque nªo hÆ estímulo por parte dos professores. 
Usada isoladamente, ela perde seu sentido alternativo. HÆ, ainda, a ausŒncia de um 
predicado para o sujeito �essa falta de leitura�. A frase ficou fragmentada. 
C – COERÊNCIA ESTILÍSTICA: Este tipo de coerŒncia nªo atrapalha, 
significativamente, a interpretaçªo do texto. Ele estÆ relacionado à mistura de 
registros linguísticos. É recomendÆvel que quem escreve se mantenha em um 
estilo relativamente uniforme. No entanto, a alternância de registros pode ser um 
recurso estilístico utilizado pelo escritor, pelo poeta ou artista em geral. 
Leia este poema de Manuel Bandeira: 
 
Teresa, se algum sujeito bancar o 
 sentimental em cima de vocΠ
e te jurar uma paixªo do tamanho de 
 um 
 bonde 
 Se ele chorar 
 Se ele ajoelhar 
 Se ele se rasgar todo 
 Nªo acredita nªo Teresa 
 É lÆgrima de cinema 
 É tapeaçªo Mentira 
 CAI FORA! 
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38 
 
Explicando: O autor procede como se estivesse falando, aconselhando alguØm, 
advertindo sobre uma possível �cantada�. HÆ mistura de tratamento (tu/vocŒ), mistura de 
registros, pois o autor utiliza vÆrias expressıes da linguagem oral, de fora coloquial, como 
�do tamanho de um bonde�, �se ele se rasgar todo�, �cai fora�, ao mesmo tempo em que 
emprega o futuro do subjuntivo, tempo mais comum num registro mais cuidado. 
 
D – COERÊNCIA PRAGMÁTICA: Refere-se ao texto visto como uma sequŒncia de atos 
de fala. Para haver coerŒncia nesta sequŒncia, Ø preciso que os atos de fala se realizem de 
forma apropriada, isto Ø, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu 
discurso ao do seu ouvinte. Quando uma pessoa faz uma pergunta a outra, a resposta 
pode-se manifestar por meio de uma afirmaçªo, de outra pergunta, de uma promessa, 
de uma negaçªo. Qualquer uma dessas sequŒncias seria considerada coerente. Por outro 
lado, se o interlocutor nªo responder, virar as costas e sair andando, começar a cantar, ou 
mesmo dizer algo totalmente desconectado do tema da pergunta, estas sequŒncias 
seriam consideradas incoerentes. 
 
Exemplo: Esta frase foi ouvida recentemente em um programa de televisªo: 
“Me inclui fora dessa.” 
 
Explicando: Parece que o emissor nªo conhece o sentido do verbo incluir, que 
certamente nªo pode ocorrer combinado com fora. Ou entªo, usa expressamente o 
advØrbio fora para explicar sua intençªo de nªo ser incluído em algum projeto. 
 
Saiba mais: 
A- CoerŒncia Ø a ligaçªo em conjunto dos elementos formativos de um texto; a 
coesªo Ø a associaçªo consistente desses
elementos. 
B- coerŒncia e coesªo sªo níveis distintos de anÆlise. A coesªo diz respeito ao 
modo como ligamos os elementos textuais numa sequŒncia; a coerŒncia nªo Ø 
Linguagens e Pesquisa 
 
39 
apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relaçıes 
semânticas que permitem a uniªo dos elementos textuais. 
 
C- A falta de coerŒncia em um texto Ø facilmente percebida por um falante de 
uma língua, quando nªo encontra sentido lógico entre as proposiçıes de um 
enunciado oral ou escrito. É a competŒncia linguística, tomada em sentido 
lato, que permite a esse falante reconhecer de imediato a coerŒncia de um 
discurso. A competŒncia linguística combina-se com a competŒncia textual 
para possibilitar certas operaçıes simples ou complexas da escrita literÆria ou 
nªo-literÆria: um resumo, uma parÆfrase, uma dissertaçªo a partir de um tema 
dado, um comentÆrio a um texto literÆrio etc. 
 
D- A coerŒncia e a coesªo contribuem para conferir textualidade a um conjunto 
de enunciados. Assim, a coerŒncia, manifestada em grande parte no nível 
macrotextual, Ø o resultado da possibilidade de se estabelecer alguma forma 
de unidade ou relaçªo entre os elementos do texto. E a coesªo, manifestada 
no nível microtextual, refere-se ao modo como os vocÆbulos se ligam dentro 
de uma sequŒncia. 
 
Seçªo 7: Linguagem, Processos comunicativos, formas e 
tecnologias e Aspectos comunicacionais em meios 
multimídias. 
 
 A IMPESSOALIDADE DO TEXTO 
Ao trabalhar a construçªo do texto deve-se usar uma maneira de evitar o carÆter 
subjetivo e pessoal com as seguintes formas: 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
40 
 
a) Empregar o verbo na primeira e na terceira pessoas do plural, com o 
objetivo de nªo realçar a subjetividade da primeira pessoa, de modo 
explícito. 
O produtor de texto deve usar as expressıes que sªo conhecidas como 
plural de elegância. 
Exemplos: 
 Procuramos demonstrar... 
 Nossas conclusıes... 
 Procuramos afirmar... 
 Deduzimos... 
 
b) Devemos EVITAR a presença da subjetividade explícita, conforme as 
expressıes abaixo: 
 
Exemplos: 
 Minha conclusªo... 
 Esta Ø a minha opiniªo... 
 Procurei demonstrar... 
 
 As Comunicações Oficiais e a Normatização Gramatical 
 
 Nesta seçªo, estudaremos as mais importantes comunicaçıes oficiais. A 
Redaçªo Oficial Ø o conjunto de normas e prÆticas que regem a emissªo de atos 
normativos de comunicaçªo entre os diversos organismos do poder pœblico 
e/ou suas relaçıes com entidades privadas e com os cidadªos. Veremos, ainda, 
a importância do uso da gramÆtica normativa da língua que contribui para a 
produçªo de textos claros, objetivos, coesos e coerentes. Vamos lÆ? 
 
leona
Realçar
Linguagens e Pesquisa 
 
41 
Nosso objetivo Ø que vocŒ conheça os modelos necessÆrios para poder redigir, 
corretamente, os textos mais comuns ligados a normas oficiais vigentes e 
documentos empresariais utilizados como instrumentos fundamentais de 
comunicaçªo, marketing e controle externo e interno. 
Entende-se por redação oficial o conjunto de normas e prÆticas que devem 
reger a emissªo dos atos normativos e comunicaçıes do poder pœblico, entre seus 
diversos organismos ou nas relaçıes dos órgªos pœblicos com outras entidades, 
pœblicas ou privadas e os cidadªos. Podemos agrupar os textos produzidos dentro 
das normas de redaçªo oficial em duas categorias: 
1“) correspondência: aqui estªo o ofício, o memorando, o requerimento, o 
telegrama, o fax, o e-mail. 
2“) documentos: aqui estªo a ata, a certidªo, a portaria, a procuraçªo, o relatório, o 
decreto. 
 Todos os textos pertencentes às duas categorias acima estªo no campo 
da linguagem escrita, por isso, devem ter as qualidades e características exigidas 
do texto escrito destinado à comunicaçªo impessoal, objetiva, clara, correta e 
eficaz. Nem sempre temos liberdade na hora de escrever alguns textos. É o que 
acontece, por exemplo, com essas modalidades; devemos, assim, entender o 
carÆter formal e a obediŒncia as regras específicas desses textos. 
É bom ressaltar, de antemªo, que na produçªo dos textos que vamos estudar aqui 
a linguagem deve ser: 
● em consonância com o padrão culto do idioma: quanto a seleçªo vocabular, à 
estrutura gramatical das oraçıes, à ortografia, acentuaçªo grÆfica etc. 
● impessoalidade, ou seja, isento de qualquer impressªo pessoal de quem o estÆ 
produzindo. Nªo cabe aqui a presença do �eu� enunciador, sentimentos ou 
opiniıes. 
● objetividade: evitar a redundância em palavras, expressıes e saudaçıes 
exageradamente enfÆticas. O conteœdo deve ser expresso de maneira clara e em 
poucas palavras. O que interessa Ø aquilo que se comunica, Ø o conteœdo, o objeto 
da informaçªo. 
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● clareza e concisão: atualmente, a velocidade que se impıe a tudo o que se faz, 
inclusive o ato de ler e escrever, torna a clareza e concisªo uma qualidade 
indispensÆvel tambØm nesse tipo de redaçªo. 
● formalidade e padronização: as comunicaçıes oficiais e empresariais impıem 
um tratamento polido e respeitoso. Vale lembrar o uso dos pronomes de 
tratamento, os vocativos que em algumas instâncias do poder se tornaram 
inevitÆveis. Entende-se que essa formalidade tem por consideraçªo o cargo, a 
funçªo, e nªo a pessoa daquele que exerce. Outro aspecto da formalidade na 
redaçªo oficial Ø a necessidade prÆtica a padronizaçªo; assim, hÆ prescriçıes 
quanto à diagramaçªo, espaçamento, caracteres tipogrÆficos etc., em modelos 
como ofício, requerimento, memorando, procuraçªo e outros que passaremos a 
ver agora. 
 
I. A correspondência empresarial moderna: O E-MAIL 
 Atualmente, a correspondŒncia empresarial via e-mail tem sido o 
principal meio de comunicaçªo entre a empresa e seus fornecedores e usuÆrios, 
devido à dinamicidade exigida pelas organizaçıes modernas. Assim, verifica-se a 
necessidade de um cuidado cada vez maior para adequar o vocabulÆrio ao 
conteœdo da mensagem, uma vez esse tipo de correspondŒncia empresarial nªo Ø 
apenas um meio de comunicaçªo, mas tambØm um instrumento de marketing e de 
controle, conforme indica Gold (2010, p. 161): 
 
A correspondŒncia empresarial Ø a responsÆvel pela imagem 
da organizaçªo diante de seu pœblico, interno ou externo, e 
se insere na realidade de um mercado competitivo em que 
todas as nuances de comportamentos adquirem sentido; de 
controle porque cristaliza informaçıes e responsabilidades. 
 
 Assim, as informaçıes transmitidas por e-mail, quando dirigidas a um 
cliente externo, devem respeitar a formalidade exigida pela situaçªo, empregando 
as qualidades para a produçªo de um bom texto de redaçªo oficial vistas acima. 
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43 
Certamente que nªo podemos misturar a informalidade usada diariamente em 
nossas comunicaçıes diÆrias pessoais com o e-mail profissional em que serÆ 
mantido as mesmas regras de uma carta tradicional. Seja qual for o caso, Ø 
importante ressaltar que a formalidade ou informalidade serÆ sempre determinada 
pelo assunto tratado e pelo destinatÆrio da mensagem. Seguem alguns exemplos 
de e-mails e como hÆ a flexibilidade na informalidade de acordo com a situaçªo e o 
destinatÆrio das mensagens: 
 
Exemplo 1: 
 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
 
Enviar: 
Pessoal, 
 
Estou confirmando nossa reuniªo de quinta-feira, às 14 horas. Nªo se atrasem, pois 
temos vÆrios assuntos para analisar. VocŒs estªo sabendo que as conclusıes 
deverªo ser apresentadas à diretoria na próxima segunda-feira, portanto, tragam jÆ 
os assuntos estudados. 
Um abraço, 
Teresa. 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
44 
Exemplo 2: 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
 
Enviar 
 
Pessoal, 
 
VocŒs nªo podem se atrasar pra reuniªo de 5“ feira, às 14 horas. Temos vÆrios assuntos pra 
analisar.
Tragam esses assuntos jÆ estudados. OK? 
Um abraço, 
 
Teresa. 
 
Exemplo 3: 
Para: 
Cc: 
Assunto: 
Enviar: 
 
Equipe, 
 
Estou confirmando nossa reuniªo de quinta-feira. Solicito que nªo se atrasem, pois temos 
vÆrios assuntos para analisar. Como as conclusıes serªo apresentadas à diretoria na próxima 
segunda-feira, tragam os assuntos jÆ estudados. 
 
Atenciosamente, 
 
Teresa. 
Fonte: GOLD, Miriam. Redaçªo Empresarial. 4“ ed. � Sªo Paulo: Pearson, 2010 
 
Linguagens e Pesquisa 
 
45 
 
 Problemas sobre a utilização do e-mail em mensagens empresariais: 
 
1 – Excesso de informalidade: muitas vezes o assunto Ø redigido como se fosse uma 
mensagem de cunho pessoal, utilizando uma linguagem bem próxima à da 
oralidade, o que pode ocasionar mÆ organizaçªo das ideias e falta de clareza na 
exposiçªo do assunto. 
2 � Erros gramaticais: alØm de comprometer à imagem de quem redigiu, prejudica 
a comunicaçªo da empresa com o cliente, tornando a mensagem confusa, obscura 
e, muitas vezes, incoerente. Lembre-se: Embora informal, o texto Ø um documento 
empresarial. 
 
II. O Requerimento: 
 
 O requerimento Ø um documento utilizado especificamente para solicitar 
algo a que o requerente tem direito, ou pressupıe que tem, a uma pessoa física, de 
hierarquia superior, ou a uma autoridade. As principais características do 
requerimento sªo: 
a) Vocativo: (Senhor Diretor...), atravØs do qual se indica o cargo ocupado pelo 
destinatÆrio. 
b) O texto do documento, que costuma vir depois de um espaço de sete 
centímetros, aproximadamente, em que o requerente apresenta seus dados, o 
pedido propriamente dito, introduzido pelos verbos requere, solicitar; e a 
justificativa do pedido. 
c) Deve ser escrito sempre em terceira pessoa, isto Ø, devemos falar de nós 
mesmos como se fôssemos outra pessoa. 
d) O fechamento do requerimento Ø bem específico, veja: 
 
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46 
Nestes Termos  N.T. 
Pede Deferimento  P.D. 
Espera Deferimento  E.D. 
e) Indicaçªo do local e da data, seguida da assinatura do requerente. 
f) Uso dos pronomes de tratamento (V.S“, V. Ex“ etc.) 
Exemplo: 
Senhor Diretor do ColØgio Estadual Padre Anchieta 
 
 
 
 7 cm 
 
 
 JosØ Maria, aluno regularmente matriculado no 3” ano do Ensino MØdio desse 
colØgio, no período da manhª, vem requerer a V. Sr.“ a transferŒncia para o período noturno 
em virtude da incompatibilidade com o horÆrio de trabalho recentemente iniciado. 
 
 
 
 
 2 cm 
 
 
Nesses termos, 
 Pede deferimento. 
 
 
 
 Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
 ____________________________________________________ 
 
JosØ Maria Ramos 
Linguagens e Pesquisa 
 
47 
III. Procuração: 
A procuraçªo Ø um documento por meio do qual uma pessoa autoriza outra a 
agir ou praticar atos em seu nome, dando-lhe plenos poderes para representÆ-lo 
em uma circunstância específica. Ela só terÆ validade se a assinatura vier com firma 
reconhecida. A procuraçªo pode ser pœblica ou particular. O presente documento Ø 
composto de: título (Procuraçªo); qualificaçıes do mandante e do mandatÆrio 
como nome, nacionalidade, estado civil, profissªo, CPF e residŒncia. Seguindo estes 
itens, virÆ a parte onde o outorgante declara a finalidade da procuraçªo e autoriza 
o procurador a praticar os atos aos quais estÆ sendo nomeado. Finalmente, deverÆ 
apresentar a data e a assinatura do outorgante. 
 
Exemplo de procuração particular. 
PROCURA˙ˆO 
 
 (nome)...................., (nacionalidade) .................., (estado civil) ..........., 
(profissªo)................., residente na ............... (cidade) ............, (estado).............., portador do RG n” 
................, CPF n”................, pelo presente instrumento de procuraçªo constitui e nomeia seu 
bastante procurador (nome) .........., (nacionalidade)..........., (es. Civil)........., (profissªo)............, 
residente na ............. (cidade) .........., (estado)............., portador do RG n” ..........., CPF n”............., 
para ................................................................................................................................... específico 
............................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................ 
podendo, para tanto, realizar todos os atos necessÆrios para este fim. 
 
 (cidade)..............., (dia) ..... de (mŒs...... de (ano) 
 (assinatura)...................................................... 
 (Firma reconhecida) 
 
 
 
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IV. Ofício: 
O ofício Ø uma forma de correspondŒncia oficial externa usada por órgªos do 
serviço pœblico. Atualmente, Ø usado tambØm como correspondŒncia protocolar 
entre entidades pœblicas ou particulares, sua finalidade Ø informar com o mÆximo 
de clareza e precisªo o assunto em questªo, utilizando-se o padrªo culto da língua 
portuguesa. 
 
Características do Ofício: (padronizaçªo recomendada pela Secretaria de 
Administraçªo Federal) 
 
1 � Deve-se respeitar os espaços de margem esquerda (3 cm) e na direita (2 
cm), aproximadamente. 
2 � O nœmero do Ofício deve ser escrito à esquerda, no alto da folha, na mesma 
linha, à direita, vem a indicaçªo do local e a data. HÆ ponto final após a data. 
3 � Depois de um pequeno espaço, vem o Vocativo com que nos dirigimos ao 
destinatÆrio (Senhor + Cargo � em maiœscula do destinatÆrio): Senhor Diretor, 
Senhor SecretÆrio, Senhor Embaixador etc. 
4 � No encerramento, usam-se expressıes simples como: Respeitosamente 
(para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repœblica), Atenciosamente 
(para autoridade da mesma hierarquia ou de hierarquia superior) 
5 � O sinal de pontuaçªo que se segue ao fecho Ø, obrigatoriamente, a vírgula. 
 
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Exemplo de Ofício: 
 Dados completos da Instituiçªo ou Órgªo: 
 Secretaria de /Departamento / Setor/ Entidade/ ColØgio 
 Endereço para correspondŒncia 
 Telefone e endereço de e-mail 
 5 cm 
 
 Ofício n” 001/2012/DG Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
A Sua ExcelŒncia o Senhor 
SecretÆrio de Educaçªo (nome) 
Rio de Janeiro � RJ 
 
Assunto: Convite 
 
 Senhor SecretÆrio 
 
 
 Temos o prazer de anunciar a V. Ex“ que, no próximo dia 15 de outubro, 
às 10 horas, serÆ aberta neste ColØgio uma Feira LiterÆria em que os alunos apresentarªo um 
Sarau com a leitura de seus textos poØticos. 
 SerÆ para nós uma grande honra se V. Ex“ puder prestigiar essa iniciativa 
pedagógica com a sua presença em nossa Instituiçªo de Ensino. 
 
 
 
Respeitosamente, 
 
 
______________________________ 
JosØ Maria Ramos 
(Diretor) 
 
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50 
 
V. Memorando 
O memorando Ø uma modalidade de comunicaçªo entre unidades 
administrativas de um mesmo órgªo, que podem ter ou nªo a mesma hierarquia. 
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicaçªo eminentemente interna. 
 
Características: 
 
1 � Numeraçªo para controle interno; 
2 � A data deve figurar
na mesma linha do nœmero e da identificaçªo do 
memorando; 
3 � O destinatÆrio do memorando Ø mencionado pelo cargo que ocupa. 
4 � Quanto ao emissor, jÆ foi mencionado na numeraçªo e virÆ explícito na 
assinatura. 
5 � O assunto esclarece o teor da comunicaçªo 
6 � O texto segue o mesmo padrªo do ofício. 
7 � O fecho tambØm segue a mesma normatizaçªo que o ofício. 
8 � Os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento. 
 
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Exemplo: 
 Nome da Instituiçªo 
 
 
 5 cm MEMORANDO 
 
 
Mem. 001/DP Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2012. 
 
 
Ao Sr / Sr“ Chefe do Departamento De Pessoal 
 
Assunto: Reduçªo de Carga HorÆria 
 
 
 
 
Venho por meio deste solicitar a reduçªo da carga horÆria por mim 
realizada nessa Instituiçªo a partir do segundo semestre de 2018, por motivos 
pessoais. 
 
Atenciosamente, 
 
 
_________________________________________________ 
Prof.“ Maria Luzia Paiva de Andrade 
Matricula: (n”) 
 
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52 
 
 
 Aspectos Comunicacionais em meios multimídias 
O uso das Tecnologias da Informaçªo e Comunicaçªo na Educaçªo, as 
TICs, seja ela presencial ou a distância, tem como objetivo principal o próprio 
aluno. Nesse contexto, torna-se necessÆrio avaliar as necessidades, as 
possibilidades e o contexto de vida do aprendiz, alØm, Ø claro, da necessidade 
profissional na qual estÆ inserido. 
Um bom projeto pedagógico de educaçªo Ø aquele que prioriza sempre, 
em primeiro lugar, a aprendizagem dos alunos, e oferece um modelo pedagógico 
que possibilite o acesso à informaçªo e à comunicaçªo por meio de estratØgias de 
interaçªo e da integraçªo das diversas mídias, que contemplem uma diversidade 
de atividades, linguagens e textos que dialoguem em constante interaçªo atravØs 
de vÆrios recursos de multimídias como imagens, grÆficos, animaçªo, Æudio, textos 
etc. 
Recursos multimídia Ø a combinaçªo de textos, fotografia, grÆfico, vídeo, 
Æudio e animaçªo associados, normalmente, a um computador pessoal, o que 
permite a interatividade do usuÆrio com o equipamento, ampliando o acesso à 
informaçªo. Desse modo, a interatividade torna-se o elemento principal para o 
trabalho com a virtualidade; sem essa possibilidade o espaço virtual ou os 
ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) perde o movimento que impulsiona a 
sua atualizaçªo constante. 
Para saber mais sobre Redação Oficial, pesquise: 
GOLD, Miriam. Redação Empresarial. Sªo Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2012. 
TUFANO, Douglas. Estudos de Redação. Sªo Paulo: Moderna, 1996. 
MEDEIROS, Joªo Bosco. Português Instrumental: para cursos de contabilidade, 
economia e administraçªo. 4“ ed. � Sªo Paulo: Atlas, 2000. 
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53 
Com o aperfeiçoamento das TIC�s, as interaçıes a distância tŒm sido cada 
vez mais eficientes promovendo uma aproximaçªo, ainda que as pessoas estejam 
espaço-temporalmente distantes. Podemos dizer que essas tecnologias 
aproximam as pessoas, possibilitando que elas interajam e, assim: comuniquem, 
ensinem e aprendam com eficÆcia considerÆvel (Cf. BARROS, 2007, p. 45). 
 Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA 
 Como se sabe, na modalidade educaçªo a distância o processo de ensino 
e aprendizagem nªo se faz por intermØdio da sala de aula física, tal qual o modelo 
presencial. Sªo, portanto, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) que 
permitem a mediaçªo e o gerenciamento de todo o processo de ensino nos cursos 
a distância. Caracteriza-se, portanto, como ambientes virtuais de aprendizagem ou 
na sua abreviaçªo AVAs aqueles �sistemas computacionais disponíveis na internet, 
destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informaçªo e 
comunicaçªo� (THING, 2003, p. 78). 
 
 
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54 
Qual seria a funçªo mesma desses ambientes? A tarefa fundamental do AVA na 
perspectiva de Côrrea (2007, p.56) �consiste em integrar mœltiplas mídias, 
linguagens e recursos, apresentando informaçıes de maneira organizada ao 
�desenvolver interaçıes entre os alunos e tutores e objetos de conhecimento, alØm 
de elaborar e socializar produçıes tendo em vista atingir determinados objetivos�. 
Trata-se de sala de aula virtual composto de interfaces ou ferramentas decisivas 
para a construçªo da interatividade e da aprendizagem dos cursos a quem se 
destina. Nela acomodam-se o web-roteiro com sua rede de conteœdos e atividades 
propostos pelo profissional que desenha o conteœdo, bem como acolhe a atuaçªo 
dos alunos e do tutor/professor, seja individualmente, seja de modo colaborativo 
(Cf. CÔRREA, 2007, p. 23). 
Conseguiu compreender? Vamos pensar de forma específica: O AVA possui 
como objetivo fundamental facilitar as atividades didÆticas pedagógicas para o 
processo de ensino e aprendizagem. De uma forma geral, tais ambientes de 
aprendizagem sªo constituídos pela seguinte estrutura: Conteœdo, Atividades, 
Recursos, Chat, Fórum, E-mail, Avaliaçªo. Cada um desses recursos possui um papel 
especial na forma de conduçªo da aprendizagem, como tambØm na interaçªo 
entre o tutor e o aluno tornando o aprendizado algo dinâmico e enriquecedor (Cf. 
KENSKI, 2003, p. 78). 
Atualmente, existem inœmeras ferramentas que se propıem a dar suporte para 
processos de ensino e de aprendizagem baseados na Web tanto originÆrias do 
meio acadŒmico, quanto do meio comercial. Cada uma delas possui de forma 
implícita ou explícita concepçıes sobre como ocorre o processo de ensino e de 
aprendizagem. Neste contexto, vÆrias organizaçıes vŒm produzindo e 
disponibilizando o AVA no ciberespaço com formatos e custos que variam e se 
adequam as necessidades dos seus respectivos educadores virtuais pelo fato de 
possibilitarem fÆcil manuseio e controle de aulas, discussıes, apresentaçıes, 
sobretudo, as atividades potencialmente educacionais de forma virtual. 
 
Ciberespaço: Este termo tem sua origem em William Gibson, em 1984, no livro 
Neuromancer, refere-se a um espaço virtual composto por cada computador e usuÆrio 
conectados em uma rede mundial. Trata-se de uma espaço virtual presente em 
�potŒncia� e desterritorializante. 
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 O emprego das Tecnologias e Comunicação e Informação em 
contextos educacionais. 
Considerando a Educaçªo um processo de organizaçªo da informaçªo e 
que a comunicaçªo apoia este processo, torna-se essencial para uma educaçªo de 
qualidade que a comunicaçªo se dŒ tambØm com qualidade. 
Assim, a partir de agora, para que o emprego das tecnologias vÆ alØm de 
simplesmente transmitir, pedimos a vocŒs que ampliem o entendimento do que Ø 
aprender. Ora, sabemos que a aprendizagem se dÆ por meio de processos 
cognitivos, sociais e culturais, e que a tecnologia e o professor apenas contribuem 
para que ela se consolide. Desta forma, informaçıes e conhecimentos necessitam 
ser processados pelos indivíduos para que se tornem aprendizado. 
Se o homem e as tecnologias sªo meios para que os alunos aprendam, a 
utilizaçªo dessas tecnologias serÆ eficiente se as escolhas destas forem adequadas 
e planejadas. Portanto, tarefas como ler, ouvir, pesquisar e desenvolver uma 
atividade sªo diferentemente tratadas num ambiente virtual. 
Mas como utilizar as tecnologias TICs? Pergunta difícil, nªo? 
Melhor que as conheçamos antes. 
Para não esquecer... 
A �sociedade da informaçªo� se caracteriza por ter desenvolvido o 
processamento e a velocidade de transmissªo das informaçıes. O que nªo significa 
que toda a informaçªo seja transformada imediatamente em conhecimento. 
A produçªo do conhecimento implica um processo de ensino, ou seja, 
processo de aprendizagem, que consiste na apropriaçªo das informaçıes, 
conhecimentos, habilidades e atitudes, por parte
de quem recebe a informaçªo. 
 Ferramentas de Comunicação voltadas à EaD 
Vimos que os recursos didÆticos da EAD estªo ampliando as formas de 
pensar, aprender e ensinar. E que a o uso da tecnologia na Educaçªo Ø benØfico, 
pois, permite momentos distintos para que haja interaçªo entre os participantes de 
um curso. 
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Apontamos aí uma das vantagens principais do uso das tecnologias no 
processo educativo que sªo as vÆrias possibilidades de interaçªo. 
Na educaçªo a distância, ou nos momentos a distância de cursos 
semipresenciais, a comunicaçªo e a interaçªo sªo as bases para o sucesso da 
aprendizagem. Desta forma, as atividades devem se apresentar ricas em sistemas 
síncronos e assíncronos, pois estes despertam o interesse do aluno em fazer parte 
do grupo de aprendizagem e tambØm colaborar, expondo seu conhecimento. 
Para não esquecer: 
Assíncronos � sªo os serviços cujo tempo de envio e recepçªo de mensagens 
exigem um determinado período de tempo. Este tempo vai depender do recurso 
utilizado e do tamanho das mensagens. 
Síncronos - são os serviços que exigem que os interlocutores estejam conectados 
ao serviço ao mesmo tempo para que haja comunicaçªo. A comunicaçªo Ø 
�instantânea�. 
 A seguir algumas possibilidades de ferramentas 
assíncronas: 
 
1. A World Wide Web � WWW � Ø o serviço que popularizou a internet. 
Permite a visualizaçªo de pÆginas com hipertextos (palavras ligadas a 
outras pÆginas) com multimídia (hipermídia). Embora seja assíncrono, 
este serviço pode ter características síncronas; 
2. FTP e download � possibilita a transferŒncia de arquivos de um ponto a 
outro. Possui dois tipos de acesso: o anônimo (download) e o total. O 
acesso total do FTP só Ø permitido para quem possui conta. Nesse tipo de 
acesso, o usuÆrio pode manipular os arquivos, ou seja, apagar, criar e 
excluir diretórios. 
3. E-mail, web mail, ou correio eletrônico � apresentam as seguintes 
características na EAD: permitem a rÆpida comunicaçªo e incrementam a 
troca de mensagens escritas entre todos os participantes dos cursos; 
permitem o envio de arquivos, em qualquer formato, anexados às 
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mensagens (geralmente, o feedback do professor chega por e-mail); o 
uso da caixa postal individual facilita a organizaçªo dos estudos dos 
alunos; facilita o uso e o acesso à informaçªo, assim favorecem a 
construçªo do conhecimento que se dÆ pela interaçªo; por ser 
assíncrono, permite a anÆlise cuidadosa das mensagens antes de serem 
respondidas (interaçªo mais ponderada entre instrutor e alunos). 
4. Lista de discussão - recurso utilizado em EAD, funciona atravØs de e-
mail. Por esta ferramenta se veiculam mensagens de interesse dos 
grupos participantes dos cursos. 
5. Grupos de discussão no fórum � permite que as mensagens enviadas 
sejam organizadas hierarquicamente, podendo ser lidas por meio da 
pÆgina da internet em que o fórum estÆ localizado. O que diferencia os 
grupos das listas de discussªo, Ø que nos grupos nªo necessitamos de e-
mails para acessÆ-los. 
 
 Vejamos algumas possibilidades de ferramentas síncronas: 
1. Chat ou Bate papo � Ø um recurso de comunicaçªo que pode ser 
utilizado pelos grupos para discutirem um tema prØ-estabelecido 
pelos seus membros, que seja significativo para o conteœdo do curso 
e/ou aprendizado. Esta ferramenta permite conversas síncronas e 
textuais em um curso. 
O chat Ø eficiente nas seguintes situaçıes: integrar o grupo; sanar dœvidas dos 
alunos (podem ocorrer antes de avaliaçıes presenciais e/ou a distância); para que 
se discuta um trabalho (com ou sem mediaçªo). 
Para que seja eficaz, o chat deve seguir algumas regras: os grupos nªo devem 
ser muito grandes. Os grupos devem ter de 5 a 7 pessoas; a discussªo deve ser 
dirigida, ou seja, baseada num tema de interesse do curso; o moderador nªo deve 
deixar a discussªo ser desviada do tema inicialmente proposto; se possível, um 
relator deve elaborar um relatório do evento e disponibilizÆ-lo para o grupo 
participante; Ø interessante que se crie um arquivo das conversas para anÆlise 
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58 
posterior; deve-se agendar data e hora de início e tØrmino que seja comum ao 
grupo e buscar comprometimento dos participantes no que diz respeito ao 
cumprimento da agenda; aconselha-se tambØm que se evitem temas muito 
teóricos e/ou polŒmicos. 
 
1. Telefone - mídia individual que oferece comunicaçªo interativa em 
tempo real. É usado, sobretudo, para o esclarecimento de dœvidas 
dos alunos. 
2. Skype � permite a comunicaçªo pela Internet atravØs de conexıes 
de voz (mensagens instantâneas, videoconferŒncias e/ou realizar 
ligaçıes do computador para um telefone fixo ou celular com tarifas. 
3. Transmissão de aulas, palestras, etc., com interaçªo direta via 
satØlite (teleconferŒncia) � transmitida via satØlite e com recepçªo 
atravØs de antena parabólica conectada à televisªo, oferece aos 
participantes possibilidades de interaçªo e participaçªo ativa no 
processo formativo. 
 
Um modelo de teleconferŒncia Ø apresentaçªo por um conferencista, dirigida 
por perguntas dos telespectadores. A teleconferŒncia Ø muito usada na EAD pois 
evita que um mesmo curso seja repetido em mais de um local. Apontamos as 
seguintes vantagens da teleconferŒncia: conveniente para o ensino de grupo; 
torna a presença e interatividade em tempo real; atende a um nœmero elevado de 
alunos; custo baixo, evita o deslocamento de professores e permite o acesso de 
alunos fora dos grandes centros de formaçªo. 
1. Transmissªo de aulas, palestras, etc., com interaçªo direta via satØlite 
(web conferŒncia) � permite ensinar em tempo real a grupos de alunos 
distantes geograficamente. Consiste numa videocâmara, um monitor de 
tv e uma unidade de Æudio. 
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2. A videoconferŒncia Ø o meio que mais se aproxima da sala de aula 
convencional, esta ferramenta permite a interaçªo entre alunos e 
professores em tempo real. 
3. Segundo Rodrigues (1998), alguns aspectos devem ser observados para 
que a videoconferŒncia alcance o sucesso desejado: sugere-se nœmero 
nunca maior que vinte alunos por sala (jÆ que a ferramenta nªo permite 
atendimento em larga escala); Ø necessÆrio que as aulas sejam planejadas 
e estas incentivem a interaçªo; sugere-se que o instrutor se dirija aos 
alunos pelo nome; o professor deve olhar diretamente para a câmera, 
buscando envolver os alunos. Esta mídia cria oportunidades para o 
diÆlogo, facilitando a interatividade. O diÆlogo pode ser entre estudantes 
e estudantes e tutores e estudantes. 
 
Tabela – Alguns exemplos de Recursos assíncronos e síncronos utilizados na 
comunicação de cursos virtuais. 
Recursos tecnológicos Categoria de Comunicação 
Tipos de 
Comunicação 
(há variantes de uso) 
Telefone, Skype Síncrona Um para um ou muitos para muitos 
E-mails, transferências de arquivos Assíncrona Um para um ou muitos para muitos 
AVA - Aulas propostas Assíncrona Um para muitos 
Transmissão de aulas, palestras, etc., com 
interação direta via satélite (teleconferência) 
Síncrona Um para muitos 
Transmissão de aulas, palestras, etc., com 
interação direta via satélite (web conferência) Síncrona Muitos para muitos 
Chat ou Bate papo Síncrona Muitos para muitos 
Reunião através de computador Síncrona Muitos para muitos 
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Do que jÆ dissemos, existem requisitos para tornar possível e adequado o 
processo de aprendizagem. 
A abordagem pedagógica e o planejamento dos cursos requerem uma forma 
diferenciada de açªo na concepçªo destas etapas, pois a organizaçªo das 
informaçıes, a mediaçªo pedagógica, as mídias e tecnologias utilizadas,

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