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Teoria geral do Direito do Trabalho

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06/07/2023, 09:59 Teoria geral do Direito do Trabalho
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04063/index.html# 1/49
Teoria geral do Direito do Trabalho
Prof. Felipe Gonçalves Fernandes
Descrição
Abordagem da teoria geral do Direito do Trabalho como ramo autônomo do Direito a partir de seu histórico, de suas
fontes e de seus princípios.
Propósito
A compreensão do Direito do Trabalho como disciplina, a partir da gênese de sua teoria, a fim de auxiliar
estudantes e profissionais no desenvolvimento de raciocínio da matéria, o que será útil para a resolução de
problemas práticos.
Preparação
Antes de iniciar seu estudo, pesquise e acesse o Título I da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o artigo 7º
da Constituição da República Federativa do Brasil – ambos estão disponíveis no site do Planalto – para obter uma
visão inicial da normatização básica desse assunto.
Objetivos
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Módulo 1
Histórico e fontes do Direito do Trabalho
Reconhecer o histórico e as fontes do Direito do Trabalho.
Módulo 2
Conceito, características, interpretação e integração do
Direito do Trabalho
Identificar o conceito, a interpretação e a integração no Direito do Trabalho.
Módulo 3
Princípios do Direito do Trabalho
Listar os princípios do Direito do Trabalho.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04063/index.html# 3/49
1 - Histórico e fontes do Direito do Trabalho
Ao �nal deste módulo, esperamos que você reconheça o histórico e as fontes do
Direito do Trabalho.
O Direito do Trabalho é um ramo da ciência jurídica dotado de autonomia, o que lhe confere características e
elementos próprios. Para a correta compreensão desse subsistema, é necessário que você prefacialmente
compreenda as razões históricas que levaram à sua formatação atual e seu regime jurídico (identificado a
partir de suas principais normas, isto é, os princípios), bem como suas formas de interpretação, integração
e aplicação.
Para tanto, analisaremos neste conteúdo a sua importância histórica e as suas dimensões socioculturais.
Veremos também de onde emergem suas normas para identificarmos seus princípios e como eles dão a
tônica de sua aplicação.
Introdução
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Ligando os pontos
Determinada empresa se encontra na base territorial do Sindicato dos Motoristas de Ônibus do Estado do Rio de
Janeiro. Seus empregados desempenham atividades referentes ao transporte de pessoas e são representados
pela entidade de classe em questão.
O sindicato é muito atuante e costuma realizar convenções coletivas com o sindicato patronal. Elas abrangem
diversos aspectos contratuais relativos aos trabalhadores substituídos, além de acordos coletivos com as
empresas do setor.
No ano de 2014, a agremiação firmou convenção coletiva com o sindicato patronal para estabelecer:
Piso salarial aos motoristas no valor de R$1.500;
Auxílio-saúde no total de R$1.000 por beneficiário;
Cesta básica;
Adicional por produtividade.
No mesmo lapso, a empresa Rio Ltda. firmou acordo coletivo com a mesma entidade, fixando um piso salarial de
R$2.000 e silenciando quanto aos demais aspectos. Sabendo que os acordos e convenções as coletivas possuem
validade de dois anos, conforme os termos do artigo 614, §3º, da CLT, foram realizadas novas negociações nos
biênios subsequentes.
Em 2018, respeitado todo o trâmite estabelecido em lei, foram feitas as tratativas regulares, resultando em
instrumentos com conteúdo semelhante àquele das negociações de quatro anos antes.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
A respeito das negociações coletivas, responda:
A
Acordos e convenções coletivas não podem versar sobre a duração do trabalho e sobre os
intervalos por serem considerados normas de saúde, higiene e segurança do trabalho.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Segundo o art. 611-A da CLT, a “convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre: [...] III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
minutos para jornadas superiores a seis horas” (BRASIL, 1943).
Questão 2
Indique a alternativa correta sobre a evolução histórica e as fontes do Direito do Trabalho.
B
A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho terão prevalência sobre a lei quando,
entre outros, dispuserem sobre o intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
minutos para jornadas superiores a seis horas.
C
Os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em único turno, por dois terços dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
D Os acordos e as convenções coletivas são fontes formais heterônomas.
E
Caso os empregados da empresa em questão realizem uma paralisação de atividades a fim de
reivindicar melhores condições salariais, o movimento grevista será considerado fonte formal
do Direito do Trabalho, pois é regulamentado por lei.
A A Constituição Federal de 1988 representou um retrocesso dos direitos trabalhistas no Brasil.
B
O Direito do Trabalho é considerado uma disciplina superada, haja vista as transformações
sociais e os avanços do capitalismo.
C
As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as
estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O art. 620 da CLT destaca que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho” (BRASIL, 1943).
Questão 3
Suponha que você seja contratado como consultor da empresa Rio Ltda. com a tarefa de analisar a regularidade
dos pagamentos realizados nos últimos anos. Diante disso, responda: nos anos de 2014 e 2018, aplicam-se os
termos da convenção coletiva ou do acordo coletivo à empresa?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Negociações de quatro anos antes
Convenção coletiva fixando piso salarial de R$1.500,00; auxílio-saúde de R$1.000 por beneficiário; cesta básica;
adicional por produtividade; e acordo coletivo com a empresa Rio Ltda., fixando piso salarial de R$2.000 e silenciando
quanto aos demais aspectos.
D
Convenção coletiva de trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual duas ou mais
empresas estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de trabalho.
E
É facultado aos sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar acordos
coletivos com outras agremiações para estipular condições de trabalho aplicáveis nos seus
respectivos âmbitos acerca das relações de trabalho ali inseridas.
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Doutrina majoritária e a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho
RR: 831007520095040008. Publicação: DEJT, em 10 de junho de 2016.
Considerações históricas
Histórico geral
No presente módulo, analisaremos o histórico e as principais fontes do Direito do Trabalho a fim de evidenciar o
fenômeno sociocultural por trás dessa disciplina, bem como a sua forma de expressão na atualidade.
Nos primórdios da humanidade, a partir dos primeiros agrupamentos humanos, uma das formas de interação entre
comunidades se dava por meio de guerras. Dessa maneira, os perdedores eram convertidosem prisioneiros, sendo
mortos, comidos ou escravizados.
A partir dessa relação (desde a submissão até a escravidão), foi possível observar o surgimento do trabalho
subordinado em favor de terceiro. Seguindo essa lógica, na Antiguidade Clássica, gregos e romanos observavam o
trabalho como um castigo imposto aos escravos e aos trabalhadores pobres.
Saiba mais
No mesmo período, ainda havia, mesmo que de forma menos ampla, o locatio conductio operarum, isto é, um
contrato referente à prestação de serviços, no qual vigorava uma ampla liberdade contratual, havendo apenas a
impositividade do respeito aos repousos festivos e à morte como causa de extinção da avença.
Como os seres humanos, nesse lapso histórico, eram tratados majoritariamente na qualidade de coisas
(instrumentos vocais), não era possível ainda falar em Direito do Trabalho.
Na Idade Média, dos séculos I a XI, passa-se para o modelo da servidão, típico da época do feudalismo, quando os
servos trocavam parte de sua produção pela proteção militar e política de seus senhores. Ainda não se tratava de
um trabalho livre, já que os servos permaneciam presos à terra.
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Esse modelo começa a perder forças com a urbanização, contexto no qual as chamadas corporações de ofício
passam a ter destaque. Elas eram geridas por seus mestres, que detinham o monopólio sobre as respectivas
atividades.
Nessas corporações, havia a predominância do trabalho artesanal. Esse trabalho era ensinado pelo mestre a seus
aprendizes, que a ele permaneciam vinculados até que também se tornassem mestres por meio de uma prova, a
qual, por sua vez, dependia de um pagamento.
Comentário
Em períodos posteriores, sobretudo após a Revolução Francesa, as corporações de ofício passam a ser extintas ou
proibidas. Na França, por exemplo, foi editada a Lei Chapelier, de 17 de junho de 1791, que proibia o
restabelecimento delas.
Nessa toada, com o descobrimento da máquina a vapor e do tear, ocorre uma substituição do trabalho artesanal
pelo industrial. Tal processo ficou conhecido como Revolução Industrial (1775). É nesse contexto que o trabalho
passa a ser explorado com mais intensidade pelos detentores dos meios de produção, o que envolvia, entre outras
práticas, o estabelecimento de jornadas extenuantes a homens, mulheres e crianças em condições indignas de
labor.
Essa massa explorada de pessoas constitui a classe operária, que passa a se organizar para reivindicar melhores
salários e ambientes. Dessa forma, é possível afirmar que o nascimento do Direito do Trabalho se apresenta como
uma reação à exploração desmedida do labor humano.
Fases históricas do Direito do Trabalho
Mauricio Godinho Delgado (2018, p. 106-110) aponta que, do ponto de vista histórico, o Direito do Trabalho passou
por quatro fases, as quais listaremos a seguir:
A primeira fase representa a formação do Direito do Trabalho. Ela é marcada por uma parca produção
legislativa, sendo primordialmente de cunho humanitário.
Destacam-se nesse período dois diplomas da Inglaterra:
Moral and Health Act (1802): Inicia a regulamentação trabalhista no país;
Ato (1826): Passa a permitir a associação coletiva de trabalhadores.
Manifestações incipientes ou esparsas (final do século XVII a 1848) 
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A fase de sistematização e consolidação tem início com:
Manifesto Comunista, de Marx e Engels;
Movimento cartista, na Grã-Bretanha;
Revolução de 1848, na França.
Esse período é lembrado pela atuação tanto do Estado quanto dos operários para dar origem ao ramo
jurídico específico.
Tal fase é caracterizada pela institucionalização, com a criação da Organização Internacional do trabalho
(OIT), e pelo tratamento constitucional da matéria. É possível dizer que, nesse momento, o ramo em
questão passa a ser devidamente internalizado nos sistemas jurídicos das economias centrais.
São marcos desse lapso histórico:
Constituição mexicana (1917);
Constituição de Weimar (1919);
Criação da OIT.
Esse período conta com sucessivos espasmos do sistema capitalista que levaram à reformulação das
relações clássicas de trabalho, bem como à inserção de novas tecnologias. Isso traz consigo novos
desafios àqueles que refletem sobre o ramo em exame.
Dessa maneira, apesar da já distante origem histórica do Direito do Trabalho e das reformulações que as
transformações sociais e tecnológicas lhe impõem, é inafastável a sua importância e a imperiosidade de
sua normatividade para a manutenção de relações laborais dentre de um patamar civilizatório.
Sistematização e consolidação (1848-1919) 
Institucionalização (1919 até o final do século XX) 
Crise e transição (final do século XX) 
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O Direito do Trabalho no Brasil
Marcos históricos
Acompanhe a seguir momentos marcantes que demonstram a história do direito do trabalho no Brasil:
Histórico trabalhista das Constituições
brasileiras
1500-1888
Oficialmente, o Brasil foi
descoberto em 1500. Até
1888, quando foi assinada a
Lei Áurea, predominou no país
o regime escravocrata em
terras pátrias. Dessa forma,
apenas a partir desse marco é
que se pode falar
propriamente no
desenvolvimento das relações
laborais em solo brasileiro.
1888-1930
Esta fase do país ainda é
marcada por expressões
pontuais da regulamentação
das relações de trabalho.
Essa relação era mais
utilizada no setor cafeeiro e
na industrialização emergente
paulista, assim como no Rio
de Janeiro, que concentrava o
setor de serviços.
1930-1945
Esses 15 anos compreendem
a chamada
institucionalização do Direito
do Trabalho no Brasil, sendo
marcado pelo forte
intervencionismo estatal. A
CLT foi promulgada nessa
fase, em 1943, durante o
Estado Novo de Getúlio
Vargas, fruto da compilação e
da ampliação do modelo de
então.
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Conforme frisamos, a fase atual do Direito do Trabalho é representada pelo seu matiz democrático, que é depurado
a partir da Constituição da República de 1988. No entanto, isso nem sempre foi assim.
Tal realidade nos impõe uma rápida análise da matéria em questão em todas as Constituições brasileiras:
1824
A Constituição foi a Carta do Império e não tinha qualquer disposição específica sobre o Direito do
Trabalho, limitando-se a prever a liberdade de trabalho e a proibição das corporações de ofício.
1891
A primeira Constituição do regime republicano proclamado dois anos antes se limitou a garantir o
livre exercício profissional e a liberdade de associação. Isso levou o Supremo Tribunal Federal (STF)
a declarar válida a organização de sindicatos.
1934
A Carta de 1934 foi a primeira a elencar as normas protetivas ao trabalhador, reconhecendo ainda os
sindicatos e as associações profissionais.
1937
Outorgada por Getúlio Vargas, a chamada Constituição Polaca estabeleceu o trabalho como um
dever social. Nesse período, a competência normativa foi concedida aos tribunais trabalhistas,
enquanto a greve e o lockout foram considerados recursos antissociais.
1946
P t i t C tit i ã d 1946 t t d áti t d di i õ
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Tipos de fontes do Direito do Trabalho
Segundo a doutrina, a fonte é o “meio pelo qual nasce a norma jurídica”, aponta Correia (2021, p. 99). Quanto ao
ordenamento trabalhista, as fontes podem ser divididas entre formais e materiais. Falaremos sobre ambas adiante.
Fontes do Direito do Trabalho
Vamos entender quais são as diferentes fontes do Direito do Trabalho? Acompanhe a explanação a seguir:Posteriormente, a Constituição de 1946 representou um retorno democrático, trazendo disposições
acerca do Direito do Trabalho, como a exigência de que a ordem econômica tivesse como parâmetro
a valorização do trabalho humano.
1967-1969
Em um momento histórico antagônico, as Constituições de 1967 e 1969 não trouxeram grandes
mudanças relativas ao Direito do Trabalho, merecendo nota, todavia, a proibição do direito de greve
em serviços essenciais, a introdução do regime do FGTS e a idade mínima do trabalho de 12 anos.
1988
A Constituição da República de 1988 consubstanciou o retorno do ordenamento jurídico brasileiro à
democracia, representando ainda um profundo avanço no que tange aos direitos fundamentais e aos
direitos sociais. Com efeito, a chamada Constituição Cidadã representou um forte avanço
democrático não só em termos macropolíticos, mas também no sentido de impor a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária mediante a redução das desigualdades sociais e erradicação
da pobreza. Tal imposição deriva de uma ordem econômica constitucional que reconhece o valor
social do trabalho e respeita a dignidade de seus trabalhadores.

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Veja agora os dois tipos de fontes:
Fontes materiais e formais
As fontes materiais são todos aqueles fatores do mundo fenomênico que podem influenciar na criação das
normas. Nesse sentido, uma greve que reivindica melhores condições de trabalho, vindo a posteriormente gerar
uma norma (como uma sentença normativa, por exemplo), pode ser considerada uma fonte material do Direito do
Trabalho.
Já as fontes formais são “comandos gerais, abstratos, impessoais e imperativos”, explica Cassar (2020, p. 53).
Essas fontes ainda são divididas pela doutrina entre autônomas ou heterônomas.
Fontes formais autônomas e heterônomas
Também conhecidas como fontes profissionais, primárias ou não estatais, as fontes formais autônomas são
aquelas elaboradas pelas próprias partes, a exemplo dos acordos, das convenções coletivas e do costume.
Atenção!
É pertinente fazer uma diferenciação entre acordos e convenções coletivas. A convenção coletiva é a negociação
firmada entre sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais conforme o artigo 611 da CLT.
Já o acordo é firmado entre empresa(s) e sindicato segundo o §1º do mesmo dispositivo.
As fontes formais heterônomas, por sua vez, são aquelas de origem estatal. São exemplos dessas fontes:
Constituição da República;
Tratados e convenções internacionais;
Leis;
Medidas provisórias;
Sentenças normativas;
Súmulas vinculantes.
Também devemos fazer algumas observações sobre o status das fontes formais heterônomas:
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Falaremos a princípio sobre os tratados e as convenções internacionais que versam sobre Direito do Trabalho.
Segundo a doutrina majoritária, ambos são considerados tratados que versam sobre os direitos humanos, o que
atrai para si a incidência do §3º do artigo 5º da Constituição Federal:
Art. 5º [...] §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
(BRASIL, 1988)
Com isso, os tratados internacionais que versarem sobre o Direito do Trabalho, caso sejam aprovados com um
quórum qualificado, terão status de emenda à Constituição. No entanto, ainda que não sejam incorporados de
maneira qualificada, eles terão um status supralegal, ou seja, acima da lei e a seguir da Constituição. O STF
reconheceu isso no julgamento do Recurso Extraordinário nº 466.343.
Além disso, vige no Direito do Trabalho o princípio da norma mais favorável, que será estudado minuciosamente
mais à frente. Por enquanto, contudo, podemos esclarecer que se trata de uma norma que impõe a aplicação do
diploma mais favorável ao empregado independentemente de sua hierarquia. Por essa razão, torna-se difícil
hierarquizar estaticamente as fontes formais desse ramo.
Não obstante, a Lei nº 13.467/2017 trouxe alguns temperamentos para esse princípio. Para analisarmos isso,
destacaremos os artigos 620 e 611-A da CLT:
Artigo 620
Segundo o artigo 620, as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre
aquelas estipuladas em convenção coletiva. Ou seja, ainda que o acordo coletivo fixe condições menos
favoráveis aos empregados, ele deverá prevalecer.
Artigo 611-A
Em outro giro, o 611-A consagrou o chamado “negociado sobre o legislado”. Com isso, as condições firmadas
em acordos e convenções coletivas prevalecerão sobre aquelas legalmente resguardadas, ainda que elas
tragam condições menos favoráveis aos empregados.

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Para melhor compreensão, veja o que diz o art. 611-A:
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
I. pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II. banco de horas anual;
III. intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
IV. adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
V. plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
VI. regulamento empresarial;
VII. representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII. teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX. remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por
desempenho individual;
X. modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI. troca do dia de feriado;
XII. enquadramento do grau de insalubridade;
XIII. prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do
Ministério do Trabalho;
XIV. prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;
XV. participação nos lucros ou resultados da empresa.
Quanto à forma de identificar a norma mais favorável, a doutrina se divide entre três teorias:
Teoria do conglobamento
A norma deve ser considerada como mais ou menos favorável no seu conjunto.
Teoria da acumulação
O intérprete precisa acumular as fontes mais favoráveis, desprezando as menos favoráveis.
Teoria do conglobamento mitigado
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Considera-se o que é mais favorável de acordo com a comparação de regras relativas a cada instituto ou capítulo
autonomamente.
Para a doutrina e a jurisprudência majoritárias, prevalece no ordenamento jurídico brasileiro a teoria do
conglobamento.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Adaptado de: Fundatec – Prefeitura de Flores da Cunha/RS) Recentemente, no Brasil, entraram em vigor as
novas regras da lei trabalhista, alterando pontos da CLT. Assinale a alternativa que representa historicamente a
criação da CLT.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio
Vargas durante o período do Estado Novo.
Questão 2
A Estado Novo, pelo presidente Getúlio Vargas.
B Em 1945, pelo ministro da Justiça e do Trabalho da época.
C Em 1946, pelo presidente Getúlio Vargas.
D Em 1938, peloministro do Trabalho do Governo Getúlio Vargas.
E Em 1945, pelo presidente Getúlio Vargas.
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(TRT – 15ª Região - juiz do trabalho - 2013) Dizia Lacordaire: “entre o fraco e o forte, entre o rico e pobre, entre
o patrão e o empregado, a liberdade escraviza e a lei liberta”. A compreensão do papel da legislação
trabalhista no Brasil é complexa e envolve, por certo, outras interpretações. De todo modo, do ponto de vista
formal, sobre as leis trabalhistas no Brasil é correto dizer:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Carta de 1934 foi a primeira a trazer normas protetivas ao trabalhador, reconhecendo ainda os sindicatos e
as associações profissionais.
A Surgem originariamente em 1930 no governo de Getúlio Vargas.
B
Na esfera constitucional, estão mencionadas desde 1934, quando se expressou o princípio de
que as leis trabalhistas devem observar, entre outros preceitos, o de melhorar as condições
dos trabalhadores.
C
Ganharam posição de relevo na Constituição de 1937, não tendo sido superadas por
Constituição posterior.
D
Objetivam a melhoria da condição social do trabalhador desde que não prejudiquem o
interesse econômico, pois, na busca da justiça social, deve-se seguir os ditames da ordem
econômica.
E
Seguem o preceito de que “A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da
justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano”, o
que foi enunciado originariamente na Constituição de 1988.
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2 - Conceito, características, interpretação e
integração do Direito do Trabalho
Ao �nal deste módulo, esperamos que você identi�que o conceito, a
interpretação e a integração no Direito do Trabalho.
Ligando os pontos
Contratada para a função de costureira, Maria trabalha na empresa Mar & Moda Ltda. desde o ano de 2016. Como
se situa em local de difícil acesso, a organização lhe fornecia condução.
Tendo em vista essa situação, a empregada demorava cerca de duas horas todos os dias no transporte, o que era
contabilizado em sua jornada de trabalho, para todos os efeitos, por se enquadrar no conceito de horas in itinere,
aponta a Súmula nº 90 do TST. Esse enunciado dispõe que o tempo despendido pelo empregado (em condução
fornecida pelo empregador) tanto no percurso até o local de trabalho (de difícil acesso ou não servido por
transporte público regular) quanto para o seu retorno é computável na jornada de trabalho.
No entanto, a Lei nº 13.467/2017 apresenta um dispositivo que contraria frontalmente o entendimento consolidado
em questão, sendo ele considerado, por conta disso, superado:
Art. 58 [...] §2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de
trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
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empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
Tendo em vista a nova colocação dessa lei, o empregador de Maria cessou de imediato o pagamento das horas
pelo período em que ela estava no transporte.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
Suponha que Maria labore com algumas colegas admitidas em dezembro de 2017, ou seja, em data posterior
à alteração legislativa em questão. Na hipótese de elas comparecerem ao trabalho com transporte fornecido
pelo empregador, responda:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Embasando a justificativa citamos o artigo 58:
A
O tempo despendido será computado na jornada de trabalho por ser considerado tempo à
disposição do empregador, excetuando-se aquele despendido caminhando.
B
Caso elas se dirijam caminhando ou por qualquer meio de transporte, exceto o fornecido pelo
empregador, esse tempo não será computado na jornada de trabalho por não configurar tempo
à disposição do empregador.
C
Caso elas compareçam caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido
pelo empregador, será computado esse tempo na jornada de trabalho por ser considerado
tempo à disposição do empregador.
D
Caso elas compareçam caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido
pelo empregador, esse tempo não será computado na jornada de trabalho por não ser tempo à
disposição do empregador.
E
Caso se dirijam por qualquer meio de transporte, exceto o fornecido pelo empregador, esse
tempo será computado na jornada de trabalho por ser considerado tempo à disposição do
empregador, excetuando-se o despendido caminhando.
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Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8
(oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
(BRASIL, 1943)
§2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho
e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador,
não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
(BRASIL, 2017)
Questão 2
De acordo com a legislação aplicável ao caso anterior, assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Embasando a justificativa citamos o artigo 58:
A
Em qualquer hipótese, o tempo despendido por Maria desde sua residência até seu retorno
após a jornada de trabalho será computado como expediente.
B
A funcionária tem a obrigação de estar à disposição do empregador a qualquer momento,
inclusive antes do expediente.
C
Ainda que o tempo despendido no deslocamento seja contabilizado na jornada dos
empregados, ele não gerará o dever de pagar adicional de horas extras, pois não há efetivo
exercício.
D
Segundo a CLT, como regra geral, o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência
até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer
meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho por não configurar tempo à disposição do empregador.
E O empregador tem o dever de fornecer transporte particular ou fretado aos seus empregados.
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Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8
(oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
(BRASIL, 1943)
§2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho
e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador,
não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
(BRASIL, 2017)
Questão 3
Diante da situação narrada, se posicione acerca do direito da empregada à continuação da remuneração pelas
chamadas horas in itinere.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
ulgado da 5ª Turma do TST
ST - Ag: 106941420195030047. Relator: Breno Medeiros. Data de julgamento: 23 de junho de 2021. 5ª Turma. Data de
publicação: 25 de junho de 2021.
Posição mais recente da SDI-I do TST
TST-E-ED-RR-43-82.2019.5.11.0019, SBDI-I, rel. min. Lelio Bentes Corrêa. Publicado em: 9 de setembro de 2021.
Horas in itinere
Horas em deslocamento
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De�nição do Direito do TrabalhoNeste módulo, reconhecendo o Direito do Trabalho como uma disciplina autônoma, estudaremos seu conceito,
suas características e suas principais formas de interpretação e integração.
A palavra “trabalho” vem do termo latim tripalium, instrumento de tortura ou peça de madeira que pendia sobre os
animais. Isso encontra explicação no fato de que, como observamos no módulo anterior, o trabalho constituía uma
tarefa destinada a escravos e pessoas sem posses que não possuíam outro meio de sobrevivência.
Atualmente, trabalho pode ser definido amplamente como qualquer esforço direcionado à atividade produtiva.
Ressalvamos, todavia, que somente a energia dedicada em favor de terceiros interessa ao presente conteúdo.
O conceito de Direito do Trabalho se divide em três correntes, como ensina Vólia Bomfim Cassar (2020, p. 34):
Corrente subjetiva
Prioriza os sujeitos da relação empregatícia (empregado e empregador);
Corrente objetiva
Foca o conteúdo da matéria (as normas de Direito do Trabalho), e não em seus destinatários;
Corrente mista
Abarca tanto os sujeitos da relação quanto seu conteúdo normativo.
De nossa parte, definiremos o Direito do Trabalho como o conjunto de regras e princípios
que rege as relações de trabalho prestadas a outrem segundo o ordenamento jurídico
brasileiro.
Natureza jurídica
Quanto à natureza jurídica do Direito do Trabalho, a doutrina se divide em cinco correntes. Ela busca enquadrar
esse ramo da seguinte maneira:
Direito Público 
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Para os defensores dessa corrente, o Direito do Trabalho é ramo do Direito Público, pois seu regime jurídico
está previsto majoritariamente na legislação, fugindo da autonomia das partes.
Segundo os partidários dessa linha, o Direito do Trabalho pertence ao tronco jurídico privatístico, pois se
expressa por meio de particulares que defendem os próprios interesses, além de advir do Direito Civil.
Para esses teóricos, a disciplina juslaboral congloba tanto elementos do Direito Público quanto do Direito
Privado.
Para tal corrente, o Direito do Trabalho, diferentemente da teoria que prega uma coexistência entre normas
de Direito Público e as de Direito Privado, defende uma fusão dos instrumentos em questão. A disciplina
trabalhista, seria, portanto, um amálgama de normas.
O Direito do Trabalho não seria público nem privado, e sim um terceiro gênero. Nesse sentido, o homem é
contemplado como um integrante do corpo social, e o ramo em questão se prestaria a proteger os
hipossuficientes.
Prevalece hoje em dia a corrente que defende o Direito do Trabalho como um ramo de Direito Privado.
Interpretação do Direito do Trabalho
Direito Privado 
Direito misto 
Direito unitário 
Direito social 
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Interpretar é buscar o sentido e o alcance das normas. Dessa maneira, as normas de Direito do Trabalho também
terão seu sentido e seu alcance obtidos a partir da interpretação.
Há vários métodos pelos quais essa tarefa pode ser realizada. Os mais destacados são os seguintes:
Método gramatical ou literal
Analisa as normas em seu sentido textual, ou seja, atendo-se aos elementos linguístico-formais encartados no
comando normativo.
Método lógico ou racional
Utiliza regras da lógica para buscar a melhor interpretação do texto.
Método sistemático
Pressupõe que cada norma faz parte de um todo coerente, devendo ser interpretada em conformidade com
aquele conjunto.
Método teleológico
Busca o fim da norma, isto é, o que ela busca alcançar.
Método histórico
O intérprete tem de observar o que aconteceu antes do surgimento da norma, já que identificar o contexto
histórico e os antecedentes possui relevância para sua interpretação.
Esses são os chamados métodos clássicos de interpretação. Certamente, eles nem sempre serão suficientes se
forem usados isoladamente. O intérprete deve sempre buscar a melhor interpretação do texto, o que pode
demandar a utilização de mais de um método hermenêutico.
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Também existem situações nas quais o texto não é o suficiente. Será necessária, assim, a sua integração, assunto
a ser visto no tópico subsequente.
Integração do Direito do Trabalho
Havendo lacunas no texto normativo, o intérprete poderá se valer de:

Analogia

Equidade

Princípios gerais do Direito
Vamos nos aprofundar em cada uma dessas linhas:
Analogia
Ela se refere aos casos em que, existindo uma omissão na lei, seu intérprete se vale de outra fonte referente a uma
situação semelhante para solucionar aquela questão. Para a utilização da analogia, pressupõe-se a presença de:
Caso não previsto em lei;
Caso semelhante previsto em lei;
Semelhança real (e não simplesmente acidental) entre ambos.
Essa analogia, portanto, pressupõe a ausência de norma para algum caso, a qual, por sua vez, poderá ser
colmatada pela utilização de norma existente para o caso semelhante.
Equidade
Refere-se à integração justa de acordo com o melhor senso de uma sociedade.
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Princípios gerais do Direito
Enunciados macro que guiarão o intérprete na sua missão. Trata-se de verdades gerais arraigadas no arcabouço
valorativo de determinado ordenamento.
Por fim, é importante lembrar que a CLT possui uma disposição específica acerca da interpretação e da integração
desse ramo. Vejamos:
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência,
por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do Direito do Trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes,
o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
particular prevaleça sobre o interesse público.
§1º O direito comum será fonte subsidiária do Direito do Trabalho.
§2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior
do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos
legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.
(BRASIL, 1943)
Aplicação do Direito do Trabalho

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Aplicação do Direito do Trabalho no tempo
Como se aplica o Direito do Trabalho no tempo? É o que descobriremos no vídeo a seguir:
Sobre a aplicação do Direito do Trabalho no tempo, é importante notar o viés protetivo dessa disciplina. Desse
modo, como regra geral, aplicam-se ao contrato de trabalho as normas vigentes na época da pactuação.
No entanto, caso um novo diploma mais benéfico seja estabelecido, ele deverá incidir imediatamente sobre as
novas avenças. Por outro lado, as alterações legislativas que piorarem a situação do empregado só serão
aplicadas às novas contratações a fim de não atingir os contratos já encerrados.
Uma polêmica muito forte, todavia, se instaura nas situações em que contratos realizados sob a legislação anterior
seguem vigentes com a entrada de novo diploma (que piora a situação do empregado), tema muito discutido, aliás,
na época da Reforma Trabalhista.
Segundo respeitável doutrina, se o direito for concedido por cláusula contratual, não poderá ser suprimido; se ele
for previsto em instrumento coletivo, integrará o contrato pelo prazo de vigência da norma coletiva. No entanto,
caso se trate de um direito previsto em lei, a doutrina diverge entre o não atingimento dos contratos em curso e a
cessação imediata do benefício.
Em termos jurisprudenciais, não obstante a divergência entre algumasturmas do TST, já existem consideráveis
precedentes dessa Corte no sentido de afastar a aplicação da alteração legislativa prejudicial aos contratos em
vigor. Apesar de o tema ainda suscitar discussões, entendemos que a posição cientificamente mais correta se
orienta no sentido do não atingimento das avenças em curso.
Quanto à aplicação da lei trabalhista no espaço, a lei brasileira será aplicada às relações que ocorrerem em
território pátrio. No entanto, caso o empregado seja contratado no Brasil e venha a ser transferido para o exterior, é
aplicável a norma mais favorável a ele conforme redação do art. 3º da Lei nº 7.064/1982:
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Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido
assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da
execução dos serviços:
I - os direitos previstos nesta Lei;
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for
incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
(BRASIL, 1982)
Já no caso de trabalhadores em embarcações, como rega geral, aplica-se a lei do empregador (armador).
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Marque a opção correta sobre o conceito, a natureza jurídica, a aplicação e a integração do Direito do
Trabalho.
A O Direito do Trabalho é considerado pela doutrina majoritária um ramo do Direito Público.
B
O direito comum será fonte subsidiária do Direito do Trabalho nos pontos em que ele não for
incompatível com seus princípios fundamentais.
C
Na falta de disposições legais ou contratuais, ainda que o interesse de classe prevaleça sobre
o interesse público, o caso será decidido com base na jurisprudência e nos princípios do
direito.
D A doutrina majoritária considera o Direito do Trabalho um ramo do Direito Privado.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Prevalece atualmente a corrente que defende o Direito do Trabalho como um ramo de Direito Privado
(NASCIMENTO; NASCIMENTO, 2014. p. 373).
Questão 2
Aponte a alternativa correta sobre o conceito, a natureza jurídica, a aplicação e a integração do Direito do
Trabalho.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Justificando a resposta, nos embasamos na seguinte citação:
Art. 8º [...] §2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e
pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
E
Para a corrente do Direito unitário, o Direito do Trabalho combina, em paralelo, tanto institutos
de Direito Privado quanto de Direito Público.
A A analogia não deve ser utilizada com meio de integração do Direito do Trabalho.
B
Caso o empregado seja contratado no Brasil e venha a ser transferido para o exterior, aplica-se
a lei do local da contratação.
C
Pelo método sistemático, utilizam-se regras da lógica para buscar a melhor interpretação do
texto.
D A doutrina majoritária considera o método gramatical inservível ao Direito do Trabalho.
E
Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e
pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem
criar obrigações que não estejam previstas em lei.
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obrigações que não estejam previstas em lei.
(BRASIL, 2017)
3 - Princípios do Direito do Trabalho
Ao �nal deste módulo, esperamos que você liste os princípios do Direito do
Trabalho.
Ligando os pontos
João era empregado de uma indústria de vestuário, laborando todos os dias das 8h às 20h e gozando de uma hora
de intervalo intrajornada. Laborava, portanto, das 8h às 12h e das 13h às 20h, cumprindo uma carga horária de 11
horas diárias sem receber adicional por isso.
Além disso, seu patrão lhe fornecia diversos benefícios in natura, como cesta básica, vestimentas como retribuição
e cigarros, fruto de contratos firmados com marcas parceiras.
Após alguns anos de trabalho, em razão de uma grave crise no setor, o patrão de João resolveu suspender o
fornecimento de todas as parcelas in natura. Além da cessação do fornecimento de roupas e cesta básica, foi
encerrada a parceria com a empresa coligada, de modo que o fornecimento de cigarros também foi interrompido.
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João se sentiu aviltado em seu direito e buscou o advogado do sindicato, que lhe informou acerca da
impossibilidade de supressão das verbas recebidas de forma habitual e incondicionada, bem como da ilegalidade
da prestação de carga horária de onze horas diárias. Dessa maneira, o empregador deveria pagar-lhe todas as
horas acima da oitava diária com o adicional de 50% de horas extras.
Já o patrão também fez consulta a um advogado, que assentiu com o pleito de João, mas ressalvou que o
empregado não faria jus à incorporação (e à respectiva indenização) por qualquer verba que infringisse a lei, como
os cigarros e a terceira hora extra do dia, já que a legislação trabalhista só permite duas horas extras diárias.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Questão 1
Acerca de remuneração e salário e de verbas que os compõem, assinale a opção correta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Podemos fundamentar essa resposta com base no Art. 458 que diz:
A
Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a
alimentação, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força
do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado.
B
Integram-se ao salário o vestuário, os equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho para a prestação do serviço.
C
O cigarro fornecido por empresas fabricantes de cigarro aos empregados fumantes é
considerado um salário in natura, incorporando-se, desse modo, ao patrimônio individual do
empregado.
D
Em qualquer hipótese, o fornecimento de cestas básicas se incorpora ao patrimônio do
empregado por se tratar de parcela alimentar.
E A legislação trabalhista admite a prestação de até quatro horas extras diárias regularmente.
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Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação,
habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume,
fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas
ou drogas nocivas.
(BRASIL, 1943)
Questão 2
De acordo com o que disciplina a CLT sobre a remuneração do empregado para todos os efeitos legais, aponte
a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Atesta a Súmula nº 367 do TST: “II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à
saúde” (BRASIL, 2005a).
Questão 3
A
É impossível a supressão das horas extras habitualmente prestadas por isso representar
redução salarial.
B O cigarro não será considerado salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
C
Incluem-se nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não
excedam de 50% do salário percebido pelo empregado.
D
Os valores atribuídos às prestaçõesin natura precisam variar conforme o poder econômico do
empregador.
E
Vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, mesmo que por força do contrato ou
do costume, forneça habitualmente ao empregado não estão compreendidas no salário dele.
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Diante da questão narrada, quais verbas trabalhistas se incorporaram ao patrimônio individual de João?
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Chave de resposta
Regras versus princípios
De início, é importante notar que, segundo a doutrina majoritária atual, os princípios são espécies de normas que
operam ao lado das regras. Conforme ensina Robert Alexy (2010, p. 180), eles são mandamentos de otimização.
Isso significa que os princípios “são normas que ordenam que algo seja realizado em uma medida tão alta quanto
possível, relativamente às possibilidades jurídicas e fáticas”. Já as regras são mandamentos definitivos que, em
toda ocasião, só oferecem duas possibilidades: ser cumpridas ou não (ALEXY, 2010, p. 180).
Enquanto os princípios determinam que algo seja cumprido de forma ideal, dentro das possibilidades
apresentadas, as regras impõem o seu cumprimento na exata medida indicada no texto. Além disso, a palavra
“princípio” também é comumente utilizada conforme doutrina difundida por Celso Antônio Bandeira de Mello.
Segundo essa doutrina, um princípio seria:
[...] mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição
fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e
servindo de critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque
define a lógica e a racionalidade do sistema normativo conferindo-lhe a tônica que
lhe dá sentido harmônico.
(MELLO, 2014, p. 144)
Fazendo uma analogia, os princípios seriam como as lentes através das quais o intérprete enxerga o fenômeno
jurídico: tudo passará pelo seu filtro e deverá ser interpretado em conformidade com eles. As posições acima
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explanadas não são excludentes, de modo que os princípios ora são considerados normas (sentido citado por
Alexy), ora são entendidos como mandamentos nucleares (concepção ensinada por Celso Antônio Bandeira de
Mello), isto é, elementos em torno dos quais os demais elementos do sistema orbitarão.
Sendo assim, veremos adiante algumas funções desses elementos normativos.
Funções dos princípios
Leciona a doutrina consolidada que os princípios possuem função informativa, interpretativa e normativa.
Descreveremos cada uma adiante.
Função informadora
A função informadora diz respeito ao momento em que o legislador cria leis, devendo fazê-lo em consonância com
os princípios inerentes àquele sistema. Desse modo, quando o órgão legislativo se presta a elaborar regras de
Direito do Trabalho, precisa fazê-lo em conformidade com os princípios desse sistema.
Uma eventual colisão poderá levar à:

Invalidade do texto.

Necessidade de uma interpretação conforme.
Função interpretativa
A função interpretativa, como o próprio nome já diz, refere-se a aspecto que se aproxima da concepção de princípio
como mandamento nuclear. Assim, entre as várias interpretações possíveis, o intérprete tem de adotar aquela que
mais se coaduna com os princípios do Direito do Trabalho.
Função normativa
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Por fim, a função normativa compreende os princípios como normas (mandamentos de otimização). Como tais,
eles são dotados de normatividade, ou seja, podem incidir diretamente no caso concreto, criando obrigações para
as partes.
Tal função interfere tanto na atuação do intérprete quanto no aplicador do direito. Isso decorre da constatação de
que os princípios podem ser aplicados de duas formas:

Forma direta na solução dos casos concretos mediante o afastamento de uma regra por um princípio.

Forma indireta por meio da integração do sistema nas hipóteses de lacuna (CLT, arts. 8º e 769; CPC, art. 140).
Princípios do Direito do Trabalho
Quais são os princípios do Direito do Trabalho? É o que acompanharemos no vídeo a seguir:
Princípio da proteção ao trabalhador
Apontaremos adiante os princípios do Direito do Trabalho mais importantes.
Proteção ao trabalhador

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Como estudamos anteriormente, o Direito do Trabalho surgiu como uma reação da classe trabalhadora à
exploração predatória da mão de obra subordinada. Desse modo, até pela sua origem histórica, a disciplina em
questão é fundada em torno de um princípio basilar: o princípio da proteção ao trabalhador.
Essa norma se presta a limitar a autonomia da vontade das partes para equilibrar uma relação naturalmente
desigual. O empregado, afinal, é a parte mais fraca na relação laboral e a tendência é que, deixada ao alvedrio das
partes (tal como antes do nascimento da normatização em questão), o trabalho humano passasse a ser explorado
de forma ilimitada, ofendendo a integridade física e a dignidade dos trabalhadores.
Conforme consagrado, esse princípio se subdivide em três:

Princípio do in dubio pro operario

Princípio da norma mais favorável

Princípio da condição mais bené�ca
Verifiquemos os principais aspectos de cada um deles.
Princípio do in dubio pro operario
O princípio do in dubio pro operario tem cunho hermenêutico, o que quer dizer que ele opera no momento da
interpretação das regras trabalhistas. Dessa forma, diante de duas interpretações possíveis e razoáveis, deve-se
optar pela mais favorável ao empregado.
São duas as condições para a invocação desse princípio:
A existência de uma dúvida quanto ao alcance da norma;
A interpretação não pode estar em desacordo com a vontade expressa do legislador.
Princípio da norma mais favorável
Já segundo o princípio da norma mais favorável, havendo duas ou mais normas igualmente aplicáveis ao caso
concreto, deve-se optar por aquela mais favorável ao trabalhador independentemente de hierarquia. É preciso ter
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cuidado, pois não existem princípios absolutos; assim, eles comportam exceções.
O princípio comentado possui três exceções dignas de nota:
1. A insculpida no art. 620 da CLT, segundo a qual as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Dessa maneira, ainda que o
acordo coletivo fixe normas menos favoráveis, ele deverá ser aplicado em detrimento da convenção coletiva.
2. O legislador, na Reforma Trabalhista, consagrou a ideia do “negociado sobre o legislado” a fim de inserir o art.
611-A da CLT, que encarta matérias nas quais as negociações coletivas prevalecerão sobre as disposições
legais. Assim, ainda que os acordos e as convenções coletivas tragam condições menos favoráveis do que
aquelas previstas em lei, ambos prevalecerão.
3. As situações em que a Administração Pública se fizer presente. As relações do poder público são informadas
por outros princípios, como a indisponibilidade do interesse público, a legalidade e a responsabilidade fiscal.
Dessa maneira, como regra, as vantagens firmadas em instrumentos coletivos (ainda que mais favoráveis aos
trabalhadores) não prevalecerão sobre a lei quando se tratar de pessoa jurídica de Direito Público. O Tribunal
Superior do Trabalho (TST) só admite a fixação de cláusulas sociais em face dessas pessoas.
Assim dispõe a Orientação Jurisprudencial nº 5 da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TST:
Em face de pessoa jurídica de Direito Público que mantenha empregados, cabe
dissídio coletivo exclusivamente paraapreciação de cláusulas de natureza social.
Inteligência da convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho,
ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010.
(BRASIL, 2012)
Princípio da condição mais bené�ca
O princípio da condição mais benéfica diz respeito ao fato de que as vantagens conquistadas pelo empregado no
decorrer do contrato de trabalho aderem ao seu patrimônio individual.
Para Cassar (2020, p. 175), são elementos fundamentais dessa norma:
1. Existir faticamente uma condição mais benéfica que a legal ou contratual;
2. Haver habitualidade na concessão da benesse;
3. Seja a concessão voluntária e incondicionada;
4. Inexistir infração legal.
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Assim, caso o empregador passe a conceder voluntariamente alguma vantagem não prevista no contrato de forma
habitual e incondicionada, desde que ela não represente uma infração à lei, ele não poderá simplesmente retirá-la a
seu bel prazer. Satisfeitos os requisitos, essa condição está incorporada ao patrimônio individual do empregado.
É possível dizer que houve o surgimento de uma espécie de direito adquirido em favor do obreiro.
Demais princípios
Princípio da inalterabilidade contratual lesiva
Consagrado no art. 468 da CLT, tal princípio protege o empregado contra alterações prejudiciais. Com isso, o
empregador só poderá modificar o contrato do empregado caso duas condições estejam satisfeitas:
1. Haver mútuo consentimento;
2. Ainda que haja consentimento, essa alteração não pode ser prejudicial ao empregado.
Princípio da imperatividade das normas
trabalhistas
O princípio em questão revela que as normas de Direito do Trabalho limitam a autonomia da vontade. Dessa forma,
embora prevaleça a tese de que o Direito do Trabalho é um ramo do Direito Privado, as partes não gozam de
liberdade absoluta para negociar.
As partes precisam respeitar as normas trabalhistas que salvaguardam algumas situações – sobretudo aquelas
em que a proteção ao empregado seja posta em risco.
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Princípio da primazia da realidade
Segundo este princípio, prevalecem os eventos reais sobre as disposições meramente contratuais. Assim, por
exemplo, caso o empregador registre formalmente uma jornada de trabalho distinta daquela efetivamente
realizada pelo empregado, o prejudicado poderá, desde que comprove, pleitear os valores referentes à jornada
efetivamente prestada.
Atenção!
O mais importante para o Direito do Trabalho é o que efetivamente ocorre no mundo dos fatos, e não o aspecto
documental. Tal aspecto até pode servir para efeitos de presunção relativa, mas deverá ser afastado caso o
contrário seja comprovado por outros meios.
Princípio da irrenunciabilidade dos direitos
trabalhistas
Uma renúncia representa um ato unilateral pelo qual seu titular declina um direito. No Direito do Trabalho, como
regra, os direitos são irrenunciáveis. Desse modo, o empregado não pode simplesmente acordar com seu
empregador que não receberá seus direitos.
Exemplo
Férias, décimo terceiro salário ou depósitos de FGTS.
No entanto, a doutrina traz alguns temperamentos a essa regra geral. Para tanto, ela traça uma diferenciação entre
direitos indisponíveis, como os direitos da personalidade do trabalhador, os difusos, os coletivos, de segurança e
medicina do trabalho, pondo do outro lado os chamados direitos patrimoniais disponíveis, isto é, aqueles possíveis
de se quantificar em dinheiro.
Estabelece-se, dessa maneira, uma diferenciação para efeitos de exceção à irrenunciabilidade. Entretanto, ela não
pode ser feita em relação aos direitos indisponíveis.
Quanto aos direitos disponíveis, todavia, tal possibilidade existe a depender do momento em que isso se manifesta
(e desde que haja a livre manifestação de vontade da parte). São três esses momentos:
Antes da admissão: não é possível;
Durante o contrato: não é possível como regra (coação presumida);
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No término do contrato: admite-se, desde que se trate de direitos disponíveis e que haja a livre manifestação de
vontade da parte.
Princípio da intangibilidade salarial
O princípio em tela protege o salário do empregado de descontos indevidos, principalmente daqueles não previstos
em lei. Ele está consagrado, entre outros dispositivos, na Constituição de 1988 (art. 7º, VI e X) e na CLT, 1943 (art.
462 da CLT):
1. Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
[...]
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
[...]
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
2. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando esse
resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido
acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Princípio da continuidade da relação de
emprego
Segundo tal princípio, no silêncio das partes, presume-se a continuidade da relação de emprego. Assim, por
exemplo, caso não haja qualquer disposição em contrário, presume-se que o contrato de trabalho tenha sido
firmado por prazo indeterminado.
Quando a prestação de serviço e o despedimento forem negados, o ônus de se provar o término do contrato, para a
Súmula nº 212 do TST, será do empregador. Ou seja, o princípio em tela opera presunções favoráveis ao
empregado.
Princípio do valor social do trabalho
Por fim, é importante notar que, a fim de de construir uma sociedade mais justa e solidária, o constituinte elegeu o
valor social do trabalho como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Isso se encontra cristalizado
no inciso IV do art. 1º da Constituição Federal:
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados
e municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado democrático de direito e
tem como fundamentos:
[...]
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
(BRASIL, 1988)
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Aponte a alternativa correta sobre os princípios do Direito do Trabalho.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A
A chamada Reforma Trabalhista teve o condão de refundar os princípios do Direito do
Trabalho, deslocando o centro de gravidade da matéria para uma relação equilibrada entre
empregador e empregado.
B
Segundo doutrina tradicional, o princípio da proteção se subdivide em: condição mais benéfica,
imperatividade das normas trabalhistas e in dubio pro operario.
C
Segundo o princípio do in dubio pro operario, diante de duas interpretações possíveis e
razoáveis, deve-se optar pela mais favorável ao empregado.
D
Não é cabível o dissídio coletivo em face de pessoa jurídica de Direito Público que mantenha
empregados.
E
O pagamento habitual e incondicional de qualquer vantagem pode ser incorporado ao seu
patrimônio individual do empregado.
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Trata-se de concepção defendida pela doutrina majoritária. Citemos uma delas:
[...] não obstante sempre haja interferência do intérprete no processo de elucidação da norma, a sua conclusão
não pode ser arbitrária (qualquer interpretaçãocabível dentro de um quadro geral), ou seja, existe uma
interpretação correta, que deve ser buscada pelo intérprete ou aplicador. No caso do Direito do Trabalho,
portanto, interpretação correta é aquela que, dentre duas ou mais possíveis, mais favorece o empregado.
Trata-se de premissa do sistema.
(FERNANDES; GOUVEIA; ANDRADE, 2021, p. 52)
Questão 2
Marque a alternativa correta sobre os princípios do Direito do Trabalho.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia.
A Os direitos trabalhistas são sempre irrenunciáveis.
B
Os salários são irredutíveis, de maneira que qualquer medida nesse sentido poderá ser
considerada ofensiva à legislação trabalhista.
C
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando forem negados a prestação de
serviço e o despedimento, será do empregado.
D
Nos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia.
E
O constituinte originário, ao consagrar o valor social do trabalho como fundamento da
República Federativa do Brasil, suprimiu a livre iniciativa.
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(BRASIL, 1943)
Considerações �nais
Como pontuamos neste conteúdo, o Direito do Trabalho passou, ao longo dos séculos, por toda uma afirmação
histórica. Ademais, como ramo autônomo do Direito, ele possui princípios próprios que o informam.
Tais princípios orbitam em torno do princípio da proteção, o qual, por sua vez, se subdivide em outros três: princípio
da condição mais benéfica, da norma mais favorável e do in dubio pro operario. Diante isso, pudemos verificar sua
função informadora, interpretativa e normativa, pois é por meio delas que o operador do direito obterá as
conclusões mais consentâneas com a sua dogmática.
Podcast
Nesse podcast, o especialista tratará dos princípios do Direito do Trabalho e sua aplicação prática.
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Para refletir sobre os tópicos abordados neste texto, assista a estes dois filmes:
Oliver Twist (2005), do diretor Roman Polanski;
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Tempos modernos (1936), um clássico dirigido e estrelado por Charlie Chaplin.
Também recomendamos a leitura do seguinte livro:
FERNANDES, J. R. L. O “mito EUA”: um país sem direitos trabalhistas?. Salvador: Juspodivm, 2021.
Referências
ALEXY, L. Direito, razão e discurso: estudos para a filosofia do Direito. Tradução de Luís Afonso Heck. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2010.
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Consultado na internet em: 29 mar.
2022.
BRASIL. Casa Civil. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Consultado na internet em: 29 mar. 2022.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982. Dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados
ou transferidos para prestar serviços no exterior. Consultado na internet em: 29 mar. 2022.
BRASIL. Secretaria-geral. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de
11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho.
Consultado na internet em: 29 mar. 2022.
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Ag 10528-65.2019.5.03.0084. Agravo. Recurso de revista. Kinross
Brasil Mineração S.A. Lei nº 13.467/17. Transcendência. Supressão das horas in itinere. Direito material. Reforma
trabalhista. Princípio do tempus regit actum. Discussão acerca da aplicação da nova redação do §2º do art. 58 da
CLT aos contratos de trabalho em curso à época da entrada em vigor da Lei nº 13.467/17. Publicado em: 26 fev.
2021.
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Orientação Jurisprudencial nº 5. Dissídio coletivo. Pessoa jurídica
de Direito Público. Possibilidade jurídica. Cláusula de natureza social (redação alterada na sessão do Tribunal
Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. Publicado em: 27 set.
2012.
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmula nº 367. Salário in natura. Utilidades in natura. Habitação.
Energia elétrica. Veículo. Cigarro. Não integração ao salário. CLT, art. 458. Publicado em: 20 abr. 2005a.
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmula nº 376. Horas extras. Limitação. Art. 59 da CLT. Reflexos
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
Publicado em: 20 abr. 2005b.
06/07/2023, 09:59 Teoria geral do Direito do Trabalho
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BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmula nº 376. Utilidades "in natura". Habitação. Energia elétrica.
Veículo. Cigarro. Não integração ao salário (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Publicado em: 20 abr. 2005c.
CASSAR, V. B. Direito do Trabalho. 17. ed. Rio de Janeiro: Método, 2020.
CORREIA, H. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 17. ed. São Paulo: LTr, 2018.
FERNANDES, F.; GOUVEIA, R.; ANDRADE, G. Direito e processo do trabalho para a advocacia pública. Salvador:
Juspodivm, 2021.
GARCIA, G. F. B. Manual de Direito do Trabalho. 11. ed. Salvador: Juspodivm, 2018.
LEITE, C. H. B. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
MARTINS, S. P. Manual de Direito do Trabalho. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
MELLO, C. A. B. de. Curso de Direito Administrativo. 31. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
NASCIMENTO, A. M.; NASCIMENTO, S. M. Curso de Direito do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
SCHIAVI, M. Manual didático de Direito do Trabalho. Salvador: Juspodivm, 2021.
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