Buscar

Farmácia clínica, atenção farmacêutica e a qualidade da farmacoterapia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
Farmácia Clínica, Atenção Farmacêutica e a Qualidade 
da Farmacoterapia 
 
(Clinical Pharmacy, Pharmaceutical Care and the Quality 
of Drug Therapy) 
 
Charles D. Hepler 
 
Pharmacotherapy 2004; 24(11):1491-1498 
 
Tradução por: Marcelo Aguiar de Fátima 
Revisão por: Leda Dias Costa 
 
 
As preocupações atuais sobre a segurança do paciente e a qualidade da assistência médica na 
América, notavelmente incluem aquelas que concernem à farmacoterapia.1,2 Grupos influentes e 
indivíduos têm solicitado “novas regras” na prestação da assistência médica, essencialmente pela 
criação de sistemas cooperativos centrados no paciente para a prestação de assistência médica.3 Essas 
circunstâncias podem dar aos farmacêuticos oportunidades que há muito esperavam para aumentar 
seu papel no cuidado ao paciente. Pergunto-me: A farmácia está pronta para aproveitá-las? 
 
Há tempos, os farmacêuticos perceberam a necessidade de melhorar a segurança e efetividade 
da farmacoterapia. Tanto a farmácia clínica como a atenção farmacêutica são ideias envolvidas nessa 
questão. São conceitos intimamente relacionados. Embora não possam definir completamente todo o 
potencial dos farmacêuticos, representam um valioso começo. 
 
Infelizmente, alguns farmacêuticos e seus líderes, talvez preocupados com questões políticas, 
pensam na farmácia clínica e na atenção farmacêutica como competitivas ou incompatíveis, como se 
uma ideia fosse correta e legítima e a outra o contrário. Muito embora esse ponto de vista seja devido à 
longa tradição de disputas – mesquinhas – internas da profissão, acaba por limitar a capacidade de 
muitos farmacêuticos para compreender suas oportunidades e responsabilidades no ambiente atual. 
Cometeríamos um erro ao tentar escolher entre uma ou outra ideia. Seria muito mais produtivo usá-las 
para formular definições mais completas dos papéis do farmacêutico. 
 
Uma forma de explorar a natureza complementar das duas ideias seria discutir a atenção 
farmacêutica em função da farmácia clínica e vice-versa. A comparação entre elas deveria unir os 
farmacêuticos e não causar divisão. Uma discussão cuidadosa da relação entre as duas requer uma 
análise em vários níveis: semântica ou filosofia da prática (ideias e seus rótulos); prática (ideias e suas 
aplicações); e política (ideias e seus defensores). Uma discussão que seja filosoficamente correta pode 
ser equivocada no nível da prática ou distorcida no processo político. Esse exercício é um pouco 
arriscado, porque opiniões depreciativas têm sido usadas pelos defensores de cada ideia para dividir ao 
invés de unir. Algumas pessoas falam das elites acadêmicas da farmácia clínica. Outras dizem que a 
atenção farmacêutica é a popularização (em sentido pejorativo) da farmácia clínica. Meu objetivo aqui é 
unir, não dividir, e eu apresento essas ideias para discussão como um colega de profissão. Nossos 
pacientes necessitam que cooperemos, ao invés de competirmos, o que resultaria em benefícios e em 
uma melhor cooperação intraprofissional. 
2 
 
 
 
Filosofia 
 
A relação filosófica entre atenção farmacêutica e farmácia clínica depende de definições 
específicas e existem muitas delas para cada termo. Além disso, não há um argumento mais 
convincente para se escolher ou ignorar várias delas. De forma arbitrária, escolhi definições que 
acredito serem as mais importantes e mais úteis. 
 
 
Atenção Farmacêutica 
 
O conceito de atenção farmacêutica no seu sentido moderno foi introduzido em 1980: “A 
atenção farmacêutica inclui a determinação das necessidades medicamentosas para dado indivíduo e 
não somente a provisão do medicamento requerido, mas também dos serviços necessários (antes, 
durante ou após o tratamento) para garantir a terapia mais segura e efetiva. Inclui um mecanismo de 
feedback como um meio de facilitar a continuidade do cuidado por aqueles que o provém.”
4 
 
 
Em 1989, minha colega (Linda Strand) e eu, enfatizamos a importância de uma orientação em 
direção aos desfechos, o que estava implícito na definição anterior. Nossa definição também abordou a 
responsabilidade dentro das relações: “Provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de 
atingir desfechos definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente.”
5 
 
Com base em outras publicações, os respectivos autores pretenderam usar a palavra “cuidado” 
(de cuidado/atenção farmacêutica) para evocar analogias à assistência médica e à assistência de 
enfermagem.6,7 A responsabilidade foi definida em sentido prospectivo (esperado) como confiabilidade 
moral (exemplo: comportar-se em conformidade com o que for permitido pela lei e pelos costumes, 
como uma pessoa da qual se espera ser responsável por seus atos).8 Este conceito de responsabilidade 
não presume completa autoridade sobre o cuidado ao paciente. 
 
Em 1998, um outro grupo definiu a atenção farmacêutica como “uma prática em que o 
profissional assume responsabilidade pelas necessidades relacionadas a medicamentos de um paciente 
e é responsabilizado por este compromisso. No curso da prática, provê-se a farmacoterapia com o 
propósito de atingir desfechos positivos ao paciente.”
9 
 
 
Farmácia Clínica 
 
O Colégio Americano de Farmácia Clínica American College of Clinical Pharmacy (ACCP) define 
farmácia clínica como “uma especialidade de ciência da saúde que incorpora a aplicação, pelos 
farmacêuticos, dos princípios científicos de farmacologia, toxicologia, farmacocinética e terapêutica no 
cuidado aos pacientes.”
9
 Esses autores caracterizam a farmácia clínica, de acordo com essa definição, 
como sinônimo de serviços cognitivos. 
 
Um relatório preliminar do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos 
(United States Department of Health and Human Services) sobre o papel clínico para a farmácia 
comunitária definiu farmácia clínica como “funções exercidas por farmacêuticos em prol do paciente, 
para identificar, resolver e prevenir problemas relacionados a medicamentos”10 
 
A Sociedade Europeia de Farmácia Clínica (European Society of Clinical Pharmacy) define farmácia 
clínica como “uma especialidade de saúde que descreve as atividades e serviços do farmacêutico clínico para 
desenvolver e promover o uso racional e adequado de produtos e dispositivos medicinais” (disponível em 
http://www.escpweb.org/site/cms/contentViewArticle.asp?article=1712#definition). 
http://www.escpweb.org/site/cms/contentViewArticle.asp?article=1712#definition
3 
 
 
 
Semelhanças e diferenças 
 
As comparações mostram que a farmácia clínica e a atenção farmacêutica são ideias 
compatíveis e mutuamente complementares. Tais ideias contêm metas similares. No entanto, essas 
metas são expressas em diferentes sistemas de linguagem e enfatizam aspectos distintos da prática. 
Uma forma de destacá-las seria dizer que a farmácia clínica descreve uma prática que contribuiria, 
dentro de um sistema de atenção farmacêutica maior, para atingir objetivos farmacoterapêuticos e da 
qualidade de vida terapêutica. 
 
Embora a ideia de atenção farmacêutica tenha sido desenvolvida principalmente por 
farmacêuticos, a atenção farmacêutica não é “sobre” farmacêuticos. Trata-se, fundamentalmente, de 
uma ideia sobre um sistema de prestação de cuidados ao paciente. Requer a cooperação de uma 
variedade de farmacêuticos hospitalares e comunitários, médicos, enfermeiros e outros profissionais. A 
farmácia clínica é um componente essencial na prestação da atenção farmacêutica. Entendê-la, pode 
melhorar a qualidade técnica da atenção farmacêutica. Entender a atenção farmacêutica pode 
enriquecer e ampliar a filosofia e a prática da farmácia clínica. 
 
De acordo com essas definições, a farmácia clínica compreende processos executados por 
farmacêuticos sem referências específicas a desfechos. Por outro lado, a primeira definição – anteriormente 
mencionada – de atenção farmacêutica4 implica em uma orientação em direção aos desfechos dos pacientes 
quando é mencionadoo feedback, que é a informação “controle” sobre desfechos. A segunda e terceira 
definições de atenção farmacêutica5,9 mencionam de forma explícita os desfechos. 
 
Não existem definições de atenção farmacêutica que nomeiem uma profissão específica que 
proverá o cuidado. Os autores dessas definições citaram os farmacêuticos, mas eles também anteviram 
os sistemas cooperativos. Ao mencionarem “serviços antes, durante ou após o tratamento”, a primeira 
definição,
4
 certamente incluíram os serviços dos médicos. Em nossa discussão, minha colega e eu, 
demos uma clara atenção a essa questão.
5
 Farmacêuticos não podem prover farmacoterapia sem a 
cooperação de prescritores e pacientes. Nenhuma das definições de farmácia clínica menciona sistemas. 
 
Dois conceitos também parecem diferir em suas bases filosóficas. A definição de farmácia clínica 
da ACCP diz que é uma ciência da saúde e lista várias disciplinas acadêmicas.
9
 Nenhuma das definições 
de farmácia clínica menciona valores ou responsabilidades. Duas definições de atenção farmacêutica 
mencionam responsabilidade, mas nenhuma menciona disciplinas acadêmicas. Evidentemente, a base 
para a farmácia clínica está mais para ciência do que para relações éticas, ao passo que a base da 
atenção farmacêutica está voltada mais para relações éticas do que para ciência. 
 
Essas distinções não estão desconexas. Elas não sugerem que a farmácia clínica, na prática, está 
completamente desprovida de qualquer elemento presente na definição de atenção farmacêutica, ou 
vice-versa. Certamente, essa prática foi feita para ser mediada pela ética que envolve responsabilidades 
por desfechos clínicos e desfechos na qualidade de vida. Entretanto, ela não foi definida assim. Sem 
sombra de dúvidas, a atenção farmacêutica depende de processos corretos e requer conhecimento 
acadêmico. No entanto, suas definições não requerem esses elementos. As comparações semânticas 
mostram que ambos os conceitos são incompletos e que um auxilia e completa o outro ou vice-versa. 
 
 
Implicações da Prática 
 
Algumas práticas clínicas podem satisfazer as definições de farmácia clínica e atenção 
farmacêutica. Por exemplo, muitos profissionais da farmácia clínica executam funções clínicas 
4 
 
 
 
 
específicas, direcionam suas práticas a desfechos específicos, e agem como se compartilhassem 
responsabilidade por esses desfechos. Essa era ideia original de farmácia clínica. Não obstante, as 
definições parecem permitir práticas divergentes que satisfaçam uma definição, mas não a outra. 
 
 
Práticas de Farmácia Clínica 
 
Considere os exemplos a seguir, os quais não violariam a definição de farmácia clínica. Suponha 
que um farmacêutico tenha provido serviços de farmácia clínica independente de ter declarado 
explicitamente um objetivo terapêutico; que tenha limitado sua responsabilidade à performance de sua 
função em detrimento do desfecho do paciente, no qual foi avaliado quanto ao desempenho, ao invés 
do efeito nos resultados (exemplo: foram verificadas as análises farmacocinéticas corretas, ao invés do 
estado clínico do paciente ou a melhoria na sua qualidade de vida); que tenha escolhido (ou designado) 
funções sem referência clara às necessidades dos pacientes; que tenha se limitado a aconselhar os 
médicos sem prover seguimento, ao ponto de que o médico, ao invés do paciente, tenha se tornado o 
verdadeiro cliente do farmacêutico clínico; ou que tenha se limitado a prover o manejo de algumas 
terapias ou doenças, ao invés de dar atenção ao paciente. 
 
Com certeza, os inovadores da farmácia clínica diriam que tais práticas não satisfariam 
completamente as definições dadas acima, mas esses exemplos não são incomuns. Funções 
fragmentadas da farmácia clínica poderiam se tornar o fim (objetivo) e perder seu sentido. Sabemos 
que uma terapia cientificamente correta pode falhar por falta de adequação a uma necessidade 
específica do paciente ou por manejo inadequado em direção ao objetivo terapêutico. 
 
Por exemplo, de acordo com a definição de farmácia clínica, um farmacêutico clínico poderia avaliar a 
farmacocinética de um medicamento que um paciente estivesse recebendo, digamos, um antibiótico 
aminoglicosídeo. Essa atividade está em consonância com todas as definições de farmácia clínica. Contudo, o 
farmacêutico poderia ignorar a indicação do medicamento ou se o aminoglicosídeo prescrito seria a escolha certa 
para o paciente. Ele poderia ignorar o manejo dos demais medicamentos que o paciente estivesse recebendo e 
quaisquer importantes indicações para a terapia – ainda não tratadas – mesmo que fosse o único farmacêutico 
clínico a cuidar desse paciente. Nenhum desses fatos violaria a definição de farmácia clínica. 
 
Se os pacientes que recebem aminoglicosídeos são beneficiados por se beneficiam melhor com 
um serviço tão limitado assim, essa não é a questão aqui. Esse tipo de prática é contraditório em si 
mesmo. Por um lado, esta prática é concordante com o argumento de que os farmacêuticos clínicos 
agregam valor no manejo da farmacoterapia e, então, por outro lado, negam essa expertise exceto para 
funções altamente especializadas (e talvez escolhidas ao acaso). Continuando o exemplo, um paciente 
que esteja recebendo ótimas doses farmacocinéticas, no auxílio de sua nutrição, terapia oncológica – e 
por aí vai –, ainda pode ter outros problemas mais cotidianos. 
 
Médicos subespecialistas (exemplo: cirurgiões de transplante) podem focar, de forma sensata, um 
aspecto do cuidado, porque eles trabalham com generalistas (exemplo: clínicos gerais) que cuidam das 
necessidades gerais dos pacientes. Terá a farmácia clínica definido especialidades (ou subespecialidades) sem 
prover farmacêuticos generalistas? (Uma leitura no site do Conselho de Especialidades Farmacêuticas 
[http://www.bpsweb.org/Recognized.Specialties/Recognized.Specialties.Pharmacotherapy.shtml] diria a 
qualquer um que a farmacoterapia é uma especialidade reconhecida pelo Conselho no mesmo nível da 
oncologia, entre outros). Está dentro da definição de farmácia clínica se especialistas provêm funções clínicas 
específicas sem um generalista de farmácia clínica que coordene? 
5 
 
 
 
Práticas de Atenção Farmacêutica 
 
Da mesma forma, um provedor da atenção farmacêutica poderia satisfazer a definição de 
atenção farmacêutica, mas não a de farmácia clínica. Para mim, a maior dificuldade com a definição de 
atenção farmacêutica é sua potencial ambiguidade sobre quais funções devem ser realizadas por quais 
participantes; sobre quais processos devem estar no repertório de cada participante; e sobre o nível de 
competência requerido. 
 
Essa ambiguidade pode permitir que a atenção farmacêutica compreenda um escopo muito 
mais limitado de serviços profissionais do que os autores pretenderam. A definição implica (mas não 
requer) a devida consideração às necessidades do paciente em comparação ao que outros estão 
provendo. 
 
As definições exigem que o prestador aja de forma responsável ou responda por seus atos, mas 
não fornecem uma base explícita de responsabilidade, tal como conhecimento científico. Por exemplo, 
um farmacêutico praticante pode satisfazer a definição de atenção farmacêutica, embora sua 
proficiência técnico-científica não atenda aos padrões normais para a farmácia clínica (não defendo essa 
posição, mas é o que consta das definições publicadas). 
 
Uma prática farmacêutica que seja totalmente consistente com a definição de atenção 
farmacêutica seria holística e geral (exemplo: envolve o paciente em sua totalidade e compreende 
maior gama de problemas ). Uma prática também poderia ser mais superficial que uma prática 
especializada da farmácia clínica. 
 
Um farmacêutico pode não reconhecer a necessidade de executar uma função clínica 
importante ou pode não admitir alguns problemas da farmacoterapia clinicamente significantes que um 
farmacêutico clínico (presumivelmente) treinado identificaria. 
 
Um farmacêuticopraticante pode ser competente uma vez, mas também pode lhe faltar 
conhecimento acadêmico para manter essa competência por um maior período de tempo. 
 
Um farmacêutico pode ter dificuldade em entender o equilíbrio adequado entre 
responsabilidade compartilhada e cooperação. Um farmacêutico bem-intencionado, mas inexperiente, 
ao tentar melhorar os desfechos, ao assumir responsabilidade pessoal, pode, sem querer, complicar a 
relação entre o paciente e seu médico. 
 
Acredito que os autores das definições de atenção farmacêutica pretenderam que ela fosse uma 
extensão, e não um substituto, da farmácia clínica. Definitivamente foi com esse espírito que abordei 
minhas contribuições para o tópico. Infelizmente, mais de uma década depois, esta interpretação tem 
sido parcialmente submersa em um mar de contrastes desagradáveis e divergentes. A questão da 
ambiguidade sobre a função só é um problema quando as pessoas tentam entender a atenção 
farmacêutica sem referenciar a farmácia clínica. 
 
Há uma exceção principal a isso, a qual depende das necessidades dos pacientes individuais e da 
população. 
 
 
As Necessidades dos Pacientes 
 
Essas comparações das práticas mostram que uma prática que satisfaz apenas um tipo de 
definição pode ficar abaixo do que os pacientes necessitam dos farmacêuticos. O conceito de farmácia 
clínica é mais claro sobre a necessidade de competência técnica, mas é um pouco vago sobre a quem a 
farmácia clínica serve, sobre o quanto ela está realmente comprometida com os desfechos do paciente 
6 
 
 
 
 
e o limite de sua responsabilidade. A atenção farmacêutica é bem clara sobre suas responsabilidades 
para com os pacientes e sua orientação em direção aos desfechos, porém é vaga sobre de que forma 
isso vai ser realizado e sobre a competência técnica. Nossa compreensão será melhor quando a gente 
integrar as ideias, mas como podemos fazer isso? 
 
Devemos enfatizar as necessidades dos vários tipos de pacientes em detrimento das nossas 
próprias premissas, preferências de prática ou comprometimento organizacional. Com certeza, 
conhecimentos e habilidades (acadêmicas) especializados são frequentemente pré-requisitos para um 
farmacêutico e agregam valor em alguns ambientes (exemplo: hospitais terciários) que já incluem 
muitos especialistas de outras profissões. De acordo com pesquisas, a prescrição inadequada é a 
principal causa de uma morbidade prevenível relacionada com medicamento – Medication Possession 
Ratio Modified (MPRM) – entre os pacientes hospitalizados.
11
 (Um MPRM é um dano causado por uma 
farmacoterapia [um evento adverso] ou por um não tratamento de uma indicação válida.) Melhorar a 
farmacoterapia desses pacientes requer que se aperfeiçoe mais a prescrição, do que, digamos, a 
monitorização. Os farmacêuticos clínicos de hospital têm acesso aos dados do paciente – necessários 
para prescrição – e aos médicos. Assim, os farmacêuticos clínicos decerto não estão errados quando 
enfatizam a prescrição e outros processos técnicos da farmacoterapia ou quando enfatizam a 
competência técnica. 
 
Em outros ambientes (exemplo: em alguns ambulatórios), no entanto, os pacientes têm 
necessidades distintas. Eles podem precisar de um [farmacêutico] generalista que os conheça e de sua 
farmacoterapia; que coopere com eles e seus médicos por um tempo prolongado; que possa coordenar 
a farmacoterapia (quando necessário) de vários especialistas, e que ajude no acompanhamento da 
terapia por longos períodos de tempo. 
 
De acordo com dados de pesquisa, a falha em monitorar o progresso do paciente de forma 
adequada é um erro frequente na farmacoterapia em cuidado ambulatorial, especialmente se for 
incluída a não aderência (não cumprimento), que seria detectável no seguimento e nas Reações 
Adversas a Medicamentos (RAM), consideradas leves que se permitiu tornar severas.11-13 A maioria dos 
farmacêuticos comunitários pratica sua profissão separadamente dos médicos comunitários. Eles não 
têm acesso aos dados do paciente e prescritores, necessários para influenciar na prescrição 
prospectivamente. Entretanto, os farmacêuticos comunitários são altamente acessíveis aos pacientes (e 
vice-versa) e podem ter menos restrições organizacionais, como conversar com os pacientes. O 
intervalo de tempo entre as visitas médicas é raramente aplicado pelo ritmo da farmacoterapia. Os 
farmacêuticos comunitários podem, e com frequência o fazem, ver os pacientes, na farmácia, entre as 
visitas médicas. Trata-se de uma oportunidade natural para monitorar o progresso da terapia. Portanto, 
a farmácia clínica, em uma prática de comunidade, requer um conjunto de habilidades diferenciado 
daquele exigido em um hospital. Pode requerer habilidades interpessoais, de resolução de problemas, 
de atenção incomum e uma percepção de responsabilidade compartilhada para com os desfechos da 
farmacoterapia, mais do que conhecimentos avançados em farmacologia, toxicologia, farmacocinética e 
terapêutica. Os médicos comunitários tendem a ter mais práticas gerais do que médicos hospitalares e 
mais valor prático do que competência técnica. 
 
Ademais, estudos indicam que as hospitalizações e entradas na sala de emergência mais 
prevalentes, significantes e relacionadas com medicamentos envolvem terapêutica que está dentro da 
compreensão da maioria dos farmacêuticos.
11
 Com um treinamento mínimo, a maioria deles pode 
aprender a reconhecer problemas, embora comuns, preocupantes na farmacoterapia da insuficiência 
cardíaca, da hipertensão, do cuidado no infarto pós-miocárdico, do diabetes mellitus, da asma e da 
sedação excessiva. Eles podem detectar indicações válidas não tratadas, especialmente dor não tratada 
7 
 
 
 
 
ou subtratada; prescrição inadequada (não cumprimento com guias de prescrição); seguimento e 
monitorização inadequados; e não aderência do paciente. 
 
A atenção farmacêutica é uma ideia sobre sistemas cooperativos, não sobre farmacêuticos, per 
se. (Farmacêuticos não podem prover farmacoterapia. por si mesmos. Farmacêuticos e médicos não 
podem melhorar a qualidade de vida do paciente sem a cooperação do paciente ou de seu cuidador.) A 
atenção farmacêutica, por definição, pressupõe cooperação entre as pessoas que possuem conjuntos 
distintos de habilidades, privilégios e responsabilidades. Quando um farmacêutico encontra um possível 
problema na farmacoterapia que não consegue resolver, espera-se que recorra a um farmacêutico 
clínico mais especializado ou médico. 
 
 
Política 
 
Muitas questões que envolvem a relação entre farmácia clínica e atenção farmacêutica são 
políticas, no sentido amplo da defesa pública de ideias por grupos de pessoas de mentalidade 
semelhante. Farmacêuticos que se identificam com a farmácia clínica tendem a se afiliar em 
organizações diferentes daquelas que se identificam com a atenção farmacêutica. Talvez essas 
organizações tenham demorado de entender que, na perspectiva da saúde pública, tanto a farmácia 
clínica quanto a atenção farmacêutica se complementa. A experiência pessoal certamente molda as 
atitudes e premissas. Cada um [atenção farmacêutica e farmácia clínica] deve reconhecer as potenciais 
contribuições do outro para o cuidado do paciente e para uma prática farmacêutica completa. Cada um 
deve estar disposto a contribuir para que o outro seja completo. Aos olhos do mundo, somos todos 
farmacêuticos. Creio que sucederemos ou falharemos juntos, baseado não somente nos feitos dos 
melhores e mais brilhantes, mas também em nossa contribuição geral para o bem do público. 
 
 
Aqueles que esquecem a história estão condenados a repeti-la 
 
A farmácia clínica foi um dos mais importantes desenvolvimentos da prática e educação 
farmacêuticas do século 20. A farmácia clínica foi claramente uma ideia cujo tempo havia chegado; uma 
resposta da farmácia – há muito atrasada – à revolução da informação. Ela prometeu, novamente, fazer 
uma educação farmacêutica centrada no paciente e integral, e prometeumelhorar a qualidade da 
farmacoterapia para milhões de pessoas.
7
 Uma vez, eu chamei a farmácia clínica de, metaforicamente 
falando, “um pool genético para o futuro da farmácia”.
14 
 
O surgimento da educação da farmácia clínica foi, não obstante, uma estória de luta 
interprofissional e intraprofissional. Eu sei quanto os farmacêuticos clínicos trabalharam para chegar até 
onde estão. Eles tiveram de provar a si mesmos serem dignos de paridade profissional nas equipes 
hospitalares e dentro dos departamentos [das faculdades de farmácia].7 
 
Vejo ruídos dessa batalha na definição de farmácia clínica da ACCP.
9
 Ela apresenta a farmácia 
clínica como uma “ciência da saúde” e oferece credenciais científicas e disciplinares. A propósito, essa 
definição não se sustenta sozinha. A ACCP tem feito um esforço para legitimar a farmácia clínica 
academicamente e em seu credenciamento, através de provas e exames. Isso revolucionou alguns 
ambientes de prática, mas falhou em outros (exemplo: na prática comunitária). 
 
Atualmente, nos Estados Unidos da América, pelo menos, a farmácia clínica está bem 
estabelecida. Tornou-se um princípio unificador de uma educação farmacêutica americana. Seria 
realmente irônico se os atuais líderes da farmácia clínica resistissem, de fato, a um movimento como a 
atenção farmacêutica, que pretende, principalmente, trazer a farmácia clínica para seus ideais originais 
8 
 
 
 
 
de uma farmácia centrada no paciente e estendê-la a um número maior de pessoas, sobretudo às 
comunidades. Também seria um desperdício de energia que precisássemos despender tempo 
planejando nosso futuro profissional. Pode ser que os líderes farmacêuticos, ao recordarem um pouco 
dessa estória, ajudem nossa profissão a evitar que ela se repita. 
 
Esta é uma clássica escolha moral. Cada farmacêutico praticante na filosofia de prática pode 
enfatizar superioridade sobre os outros. A questão é se os indivíduos mais realizados, em qualquer dos 
dois grupos, agem como uma aristocracia ou como um grupo de elite. Penso que a distinção é 
importante, mas muito raramente reconhecida. A questão é o que eles fazem com suas realizações. Um 
corpo de elite é necessário, porque mostra aos demais o caminho para maiores realizações e serviços. 
Ele dá modelos de excelência para outros menos bem-sucedidos. No entanto, as elites não são de muito 
valor se não usarem essas virtudes para o serviço de outros. Uma elite assim é uma mera aristocracia. E 
não importa o quão batalhadores seus membros (ou seus progenitores) foram para chegar lá ou o quão 
divertido é ser um aristocrata. A história do mundo moderno mostra que as elites continuam servindo 
enquanto tiverem um propósito maior do que são. As aristocracias eventualmente encontram sua 
nêmesis. 
 
 
É Preciso Um Sistema 
 
Os atuais sistemas de cuidado não dão conta do trabalho. Tentar arduamente não vai funcionar. 
Mudar os sistemas de cuidado trará resultados.2 Podemos melhorar a qualidade da farmacoterapia 
através do aperfeiçoamento das estruturas organizacionais, pelas quais provemos a farmacoterapia, 
especificamente através da criação de sistemas de uso de medicamentos e pela avaliação periódica da 
performance desses sistemas.15 Como previsto pelo Instituto de Medicina (Institute of Medicine), esses 
sistemas têm de ser centrados no paciente, cooperativos e interprofissionais. Na prática comunitária, 
tais sistemas podem ser formados ab initio [desde o princípio], pela utilização de colaborações práticas 
entre farmácia comunitária e práticas gerais; talvez pela incorporação de farmacêuticos de prática em 
grupos de prática na atenção primária, como acontece no Reino Unido. 
 
Para maximizar a participação de farmacêuticos em tais sistemas, será é preciso essencial uma 
mudança básica na prática e educação farmacêuticas. Farmacêuticos precisam entender a importância 
da operação e design de um sistema, seja praticando dentro de um sistema de uso de medicamentos ou 
o gerenciando. A educação farmacêutica deve incluir disciplinas em sistemas de uso de medicamentos, 
como uma contrapartida necessária para disciplinas em farmacoterapêutica (um exemplo está 
disponível em http://www.cop.ufl.edu/safezone/hepler/pha5255/index.htm e também em CD). 
 
Ensinar terapêutica e teoria de sistemas, conjuntamente, parecem mais efetivo e desafiaria os 
departamentos [da faculdade de farmácia] a trabalharem juntos de novas formas. Na prática, 
precisamos parar de falar e pensar a farmácia clínica como uma especialidade. Nossa meta mínima deve 
ser para cada prática farmacêutica ser uma prática clínica, não somente no nome, mas de fato. As 
habilidades em projetar, gerenciar e trabalhar dentro desses sistemas serão pré-requisitos para o 
sucesso. 
 
Um pré-requisito básico na criação de sistemas práticos colaborativos é dar valor às 
contribuições potenciais dos farmacêuticos em prover uma farmacoterapia mais segura e efetiva, além 
de dar contribuições ao bem-estar do paciente e ao bem da sociedade. A sociedade tem reconhecido 
que as provisões da farmacoterapia (assim como em outras partes da assistência médica) são, com 
frequência, inseguras e não efetivas. Isto se apresenta aos farmacêuticos como uma janela de 
oportunidade sem precedentes para aumentar seu serviço à sociedade e sua importância na assistência 
9 
 
 
 
 
médica. O Instituto de Medicina propôs mudanças em cada nível do sistema de provisão, com o 
paciente no centro de tudo. Para tornar-se relevante, a farmácia deve começar a descrever de que 
forma ela pode ajudar a melhorar o sistema no fornecimento da farmacoterapia, dadas as realidades 
presentes. 
 
A prática farmacêutica tradicional deve ser enxergada como uma prática comprometida e apta para 
melhorar a qualidade da farmacoterapia. As opiniões oficiais de nossas organizações farmacêuticas são 
inspiradoras. Por trás dos bastidores, porém, nossas atuais disparidades e discussões mesquinhas (farmácia 
clínica versus atenção farmacêutica especialmente), mostram ao mundo que não estamos prontos. Nossa 
elite de farmacêuticos clínicos é praticamente invisível aos políticos e pagadores, e mesmo 
à maioria dos farmacêuticos praticantes e pacientes. Como todos eles aprenderão, como devem, sobre 
o potencial da farmácia? Eu acredito que o managed care[1] tem falhado substancialmente em melhorar 
a qualidade da assistência médica, conquanto haja ilustres exceções. Se o mercado falhou, devemos 
considerar voluntary standards[2] ou compulsory standards[2] mais elevados.15-16 Nossas divergências 
atuais impedem o desenvolvimento de padrões de prática mais elevados. 
 
Detectar e resolver problemas da farmacoterapia não mais deve ser um aprimoramento 
opcional da função de distribuição em qualquer local de prática. Serviços clínicos isolados não devem 
constituir um nível satisfatório de farmácia clínica. Os conceitos de farmácia clínica e atenção 
farmacêutica são muito restritivos. A atenção farmacêutica possui escopo maior. Ela basicamente 
descreve um sistema cooperativo que provém farmacoterapia, dentro do qual os farmacêuticos seriam 
o ator principal. A atenção farmacêutica descreve a proposta original de farmácia clínica desde que ela 
era pensada como uma prática profissional, ao invés uma ciência da saúde. Ela descreve uma forma 
para que a farmácia clínica, especialmente seus especialistas e subespecialistas, possa coordenar seu 
trabalho de forma mais efetiva.17 
 
O conceito de farmácia clínica acrescenta uma clareza essencial sobre o processo de 
participação de farmacêuticos na atenção farmacêutica, além de fortalecer o alicerce acadêmico da 
atenção farmacêutica. Os farmacêuticos clínicos, sob a bandeira da ACCP, lideram o caminho ao 
estabelecerem padrões mais elevados para aa prática clínica através de processo de certificação de 
especialista. 
 
Nenhuma das organizações farmacêuticas consegue fazer isto sozinha. Agora é hora de todos 
da farmácia elevarem seus padrões de prática.Antes que outros esperem mais de nós, devemos esperar 
mais de nós mesmos. A experiência da certificação de especialista em farmácia clínica deve ser 
inestimável para representar e certificar um generalista da atenção farmacêutica. Os adeptos de ambos 
os conceitos devem contribuir para melhores padrões de prática. 
 
Os motivos clínicos, humanitários e econômicos para se prevenir MPRM são sólidos. As razões 
para a participação da farmácia em sistemas de atenção farmacêutica, embora inequívocas, são muito 
mais sólidas do que em qualquer outra profissão. A farmácia tem muito mais a oferecer. Mais uma vez, 
é hora de trabalhar juntos como uma profissão para planejar nosso futuro em comum. 
 
 
Notas do tradutor: 
 
[1] managed care ou managed healthcare é usado nos Estados Unidos da América como parte do sistema nacional de 
cobertura de saúde privada deste país e descreve um grupo de atividades (programas) cuja intenção é a redução dos custos 
de assistência médica e, ao mesmo tempo, a melhoria da qualidade desta assistência, através de técnicas de managed care. 
Foi implementado no início da década de 80 e tem como representantes principais as empresas de seguros de saúde 
(Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Managed_care). 
10 
 
 
 
[2] Voluntary standards e compulsory/mandatory standards são padrões de segurança desenvolvidos para os consumidores. Os 
padrões referem-se a um produto, um processo ou um sistema e descrevem regras, guias e características a serem 
seguidos, por exemplo, na fabricação de plugues elétricos de aparelhos domésticos. Como exemplo adicional, a ISO 9001 é 
uma norma de padronização que certifica um sistema de gestão da qualidade (Fontes: https://www.cpsc.gov/Regulations-
Laws--Standards/Voluntary-Standards; https://www.ansi.org/about_ansi/faqs/faqs#overview 
 
Referências: 
 
 
1. Kohn LT, Corrigan JT, Donaldson MS. To err 
is human: building a safer health system. 
Washington, DC: National Academy Press; 
1999. 
 
2. Institute of Medicine. Crossing the quality 
chasm: a new health system for the 21st 
century. Washington, DC: National Academy 
Press; 2001. 
 
3. Berwick DM. A user’s manual for the IOM’s 
quality chasm report. Health Aff (Millwood). 
2002;21:80-90. 
 
4. Brodie DC, Parish PA, Poston JW. Societal 
needs for drugs and drug related services. Am J 
Pharm Ed. 1980;44:276-8. 
 
5. Hepler CD, Strand LM. Opportunities 
and responsibilities in pharmaceutical care. 
Am J Pharm Ed. 1989;53(suppl):S7-15. 
 
6. Parish PA. What future for pharmacy 
practice? Pharm J. 1985;234:209-11. 
 
7. Hepler CD. The third wave in 
pharmaceutical education: the clinical 
movement. Am J Pharm Ed. 1987;51:369-85. 
 
8. Brushwood DB, Hepler CD. Redefining 
pharmacist professional responsibility. In: 
Knowlton CH, Penna RP, eds. Pharmaceutical 
care. New York: Chapman & Hall; 1996:195- 
214. 
 
9. Cipolle RJ, Strand LM, Morley PC. 
Pharmaceutical care practice. New York: 
McGraw-Hill; 1998. 
 
 
 
10. Office of the Inspector General. The clinical role 
of the community pharmacist. Washington, DC: U.S. 
Department of Health and Human Services; 1990 Nov. 
 
11. Hepler CD, Segal R. Preventing medication errors 
and improving drug therapy outcomes through system 
management. Boca Raton, FL: CRC Press; 2003. 
 
12. Gurwitz JH, Field TS, Harrold LR, et al. Incidence 
and preventability of adverse drug events among older 
persons in the ambulatory setting. JAMA. 
2003;289:1107-16. 
 
13. Gandhi TK, Weingart SN, Borus J, et al. 
Adverse drug events in ambulatory care. N Engl J 
Med. 2003;348:1556-64. 
 
14. Hepler CD. Perspectives from research in 
the social and behavioral sciences. Am J Hosp 
Pharm. 1986;43:2759-63. 
 
15. Hepler CD. Regulating for outcomes as a 
systems response to the problem of drug-related 
morbidity. J Am Pharm Assoc. 2001;41:108-15. 
 
16. Hepler CD. Observations on the conference: 
a pharmacist’s perspective. Am J Health-Syst 
Pharm. 2000;57:590-4. 
 
17. Hepler CD. The impact of pharmacy specialities 
on the profession and the public. Am J Hosp Pharm. 
1991;48:487-50. 
https://www.cpsc.gov/Regulations-Laws--Standards/Voluntary-Standards
https://www.cpsc.gov/Regulations-Laws--Standards/Voluntary-Standards
https://www.cpsc.gov/Regulations-Laws--Standards/Voluntary-Standards
11

Continue navegando