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AULA 1
PERFIS CRIMINAIS E
COMPORTAMENTAIS –
CRIMINAL MINDS
Prof. José Benedito Caparros Junior
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TEMA 1 – UMA VISÃO AMPLA ACERCA DA VIOLÊNCIA
O objetivo desta disciplina não é formar profilers, ou seja, a intenção não é
qualificá-los minunciosamente para a prática do perfilamento criminal. O objetivo
é apresentar algumas ciências importantes que subsidiam a prática do
perfilamento criminal, bem como teorias e temas recorrentes nessa área de
estudo e de trabalho. Em outras palavras, o objetivo aqui proposto é de prepará-
los para que nunca se depararem com o assunto desprevenidamente, seja em
seus estudos, seja em sua prática laboral.
Esta disciplina fará com que vocês estejam minimamente familiarizados
com o tema, a ponto de saber encaminhar um determinado caso aos profissionais
que atuam na área. Além disso, o nosso futuro estudo também pode ser
considerado como uma porta de entrada para a área do perfilamento criminal, um
convite para você se especializar ainda mais seus estudos nesse assunto.
Com isso, pode-se também afirmar que falar sobre perfis criminais e
comportamentais é, essencialmente, entender o funcionamento e a lógica básica
de ciências como Psicologia, Direito, Sociologia, Criminologia e tantas outras.
Logo, para trabalhar efetivamente nessa área, é imprescindível um arcabouço
teórico imenso, além de experiência inicial prática supervisionada ou
acompanhada.
Ainda nesse sentido, cabe ressaltar que a profissão de profiler é nova no
contexto global e ainda não regulamentada em nosso país, o que significa que os
conhecimentos que levam a entender uma mente criminosa ainda não são
absorvidos da forma mais adequada. Já sobre o modo como o perfilamento
criminal pode ser posto em prática, podemos citar as palavras de Verônyca Veras
(2018, s.p.):
[...] o trabalho mais conhecido de um profiler é o de assessoria ou
consultoria para a polícia civil, podendo auxiliar em investigações por
meio de um perfil criminal, principalmente nos casos de crimes violentos
com poucos vestígios e aclamados pela mídia em que o perfil é muito
útil para conseguir avançar nas investigações e dar uma resposta para
a população. Contudo, existem também outros aspectos da investigação
que podem receber assistência aplicando padrões de comportamento,
como a vitimologia, por exemplo.
Entender esses elementos básicos é essencial para que se trabalhe, direta
ou indiretamente, com o perfilamento criminal, de modo que o trabalho seja feito
de forma que não prejudique os sujeitos envolvidos no crime e nem o próprio
sistema de justiça.
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O processo de elaboração de perfil não é uma tarefa fácil. Ele é
desenvolvido a partir de uma avaliação minuciosa de todos os dados
disponibilizados de uma investigação e possui alto nível de
responsabilidade, visto que o perfil construído irá fazer parte da
investigação criminal e pode ter grande relevância no contexto judicial
(Santoro, 2019, s.p.).
Com base na responsabilidade citada acima, é importante que entendamos
que o perfilamento criminal parte de inferências e não de especulações. Isso
reforça ainda mais a afirmação de que é necessária muita bagagem teórica e
prática para a realização do perfilamento criminal. Caso contrário, poderíamos
estar julgando pessoas em vez de ajudando o sistema judicial a fazer justiça.
Inferência implica evidência e raciocínio lógico, devendo distinguir-se da
especulação, que consiste numa conclusão baseada em teoria ou
conjectura sem evidência empírica ou experimental. Por outro lado, um
profiler deverá evitar o viés resultante das teorias preconcebidas. (Silva
et al., 2012, p. 252).
Feitas as considerações iniciais, partiremos agora para o estudo de
elementos essenciais presentes no repertório daqueles que pretendem atuar, de
alguma forma (direta ou indiretamente), com os perfis criminais e
comportamentais.
1.2 O que é violência?
Para iniciarmos, primeiramente precisamos elucidar que crime e violência
são muitas vezes confundidos, contudo, são coisas distintas. Essa confusão
ocorre porque é de nossa cultura ocidental contemporânea a tendência em punir
(reprimir), por meio da criminalização, ações consideradas violentas. Em síntese,
crime e violência são palavras que costumam andar juntas em discursos sobre
segurança, porém ambas são desiguais.
A segunda informação importante é que nem sempre essa lógica (punir e
criminalizar a violência) é ou foi aplicada na prática. Por exemplo, o adultério, na
Idade Média (Europa), era severamente punido, muitas vezes com tortura ou pena
de morte, o que consideramos hoje, ao menos na maioria dos países ocidentais,
como uma punição desproporcional e de extrema violência. Entretanto, mesmo
atualmente, certos países orientais ainda punem o adultério com radicalismo e
crueldade. Podemos citar como casos desse tipo são conduzidos no Irã e na
Arábia Saudita, nos quais a pena de morte é uma punição provável para aqueles
que cometeram o adultério.
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Mas para detalhar um pouco mais esse caso, não precisamos ir tão longe,
seja no tempo, seja no espaço. Em nosso país, o adultério foi considerado crime
até o ano de 2005. Regulamentado pelo Art. 240 do Código Penal, a punição para
adultério poderia ser de 15 dias até 6 meses de prisão. Embora a punição no Brasil
para adultério fosse mais branda do que a dos exemplos citados anteriormente,
ainda assim podemos considerar (hoje) como uma medida desproporcional.
Entretanto, esse artigo foi revogado no ano anteriormente mencionado e, portanto,
o adultério não é mais considerado crime em nosso país.
Obviamente, a pena aplicada (quinze dias a seis meses) dava margem
a penas/medidas alternativas de liberdade. Mas o absurdo da questão
tratava-se de aplicar o Direito Penal em uma questão absolutamente
moral. Hoje, a questão da fidelidade conjugal é apreciada no ramo cível,
como deve ser, visto que o Direito Penal não tem que se preocupar com
questões morais (Ramos, 2018).
Diante disso, podemos nos questionar o seguinte: violência e crime são a
mesma coisa? Evidentemente que não! Nesses exemplos, os únicos atos
violentos foram as punições e não a conduta “tida” como criminosa. Ou seja, trata-
se justamente do inverso: a lei foi aplicada com extrema violência para punir
condutas não violentas, as quais nem sequer mereceriam ser categorizadas como
crimes.
Em complementação ao parágrafo anterior, verifica-se que tanto a violência
quanto o crime são construções sociais. Isso mesmo, construções sociais! Mas o
que é uma construção social? Segundo uma publicação realizada pela UFRGS, a
construção social pode ser concebida como “[...] elaboração de valores, regras,
normas, significados e símbolos sociais realizada pela sociedade [...]. A sociedade
está permanentemente se redefinindo e renegociando essas questões.”.
Feitas essas considerações que servem para instigar nossa crítica e, ao
mesmo tempo, construir o nosso estofo teórico, agora precisamos conceituar a
violência. Mas, antes de lhes dar uma definição sobre violência, gostaria que
vocês tivessem em mente que esse termo é muito difícil de ser conceituado, talvez
justamente por sua característica de ser uma construção social. Ainda no que se
refere à dificuldade em conceituar violência, de acordo com a psicóloga Joyce
Kelly Pescarolo (2017, p. 130), pode-se afirmar que:
Para circundarmos adequadamente esse conceito, precisamos levar em
consideração no mínimo três fatores: 1) o momento histórico; 2) a
cultura; 3) a relação e o contexto no qual tal comportamento violento
ocorreu. Um dos equívocos que cometemos quando o assunto é
violência é tentar defini-la de forma a-histórica, atemporal e
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independente de qualquer processo cultural no qual ela está inserida.
Quando assim fazemos, adotamos um conceito hermético, fechado em
si mesmo, ignoramos a obviedade das mudanças de comportamento
ocorridasao longo da história, relacionadas às transformações sociais
das noções de certo e errado.
Entre muitas fontes existentes, podemos utilizar a definição que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) fornece. Assim, utilizando-se das
contribuições dessa organização internacional, estamos nos situando no tempo e
no espaço. Isto é, definindo um locus para a nossa compreensão de como a
violência pode ser entendida. Dito isso, podemos conceituar a violência como:
o uso intencional de força física ou poder, real ou como ameaça contra
si próprio, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tem grande probabilidade de resultar em ferimentos, morte, danos
psicológicos, desenvolvimento prejudicado ou privação (OMS, 2014, p.
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Diante de tudo que estudamos até então, podemos verificar que a violência
é tanto uma construção social quanto algo presente desde o início de nossa
espécie. Contudo, a sociedade se organiza e se moderniza com o intuito de
sempre rever os seus conceitos em busca da paz, fato que justifica a criação de
instituições, como as religiosas, as jurídicas, as educacionais e assim por diante,
sempre com a intenção de realizar o controle social.
Embora a violência tenha estado sempre presente, a humanidade não
deve aceitá-la como um aspecto inevitável da condição humana.
Juntamente com a violência, sempre houve sistemas religiosos,
filosóficos, legais e comunitários que foram desenvolvidos a fim de
preveni-la ou limitá-la. Nenhum deles foi completamente eficaz, mas
todos deram contribuições a esse traço definidor da civilização
(Dahlberg; Krug, 2006, p. 1164).
Em síntese, precisamos entender que violência e crime não são a mesma
coisa, mesmo que ambos sejam construções sociais. A justificativa para que haja
uma distinção entre violência e crime está pautada no fato de que nem tudo que
é violento é considerado crime e que, inversamente, nem todo crime é gerado por
meio de ações violentas.
TEMA 2 – UMA VISÃO AMPLA ACERCA DO CRIME
Existem inúmeras formas de abordar, conceituar e entender o fenômeno
criminal. A proposta é que estudemos o crime com base nas ciências criminais,
pois, desse modo, nossa compreensão e reflexão sobre o crime será pautada na
ciência, que é a forma mais fidedigna que nossa espécie detém para explicar os
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fenômenos que nos cercam. Assim sendo, afastaremos o conhecimento oriundo
do senso comum, que é um conhecimento assistemático, não possuidor de uma
organização prévia ou investigação de estudos para que se chegue a uma
conclusão precisada.
Para Araújo (2008, p. 66), a expressão ciências criminais é compreendida
por uma série de saberes com pretensão de autonomia didática e científica. Ainda
de acordo com o autor, a grande tríade das ciências criminais é composta pelo
Direito Penal, Criminologia e pela Política Penal. Entretanto, o próprio autor afirma
que, para além desses saberes, há mais áreas do conhecimento que colaboram
para a manutenção e aprimoramento das ciências criminais, sendo elas: a
Sociologia Criminal, a Antropologia Criminal, a Psicologia Jurídica ou Forense, a
Psiquiatria Forense, a Medicina Legal etc. Dessa forma, ao longo de nosso
aprendizado, estudaremos algumas dessas ciências e áreas dos saberes, com
enfoque especial à Psicologia Jurídica ou Forense.
Conforme conversamos no tema anterior, pode-se afirmar que o crime
também é uma construção social. Isto é, o entendimento do crime se altera de
acordo com o tempo e o espaço. O crime é um fenômeno dinâmico, contestável
e contingente. Não é incomum verificar que o movimento de considerar
determinada conduta como criminosa pode sofrer um efeito de expansão e
contração. Ou seja, incluindo e excluindo condutas diferentes (violentas ou não)
como crime. Para que esse movimento de inclusão e exclusão (dinâmico) ocorra,
é preciso que se questione (contestar) a validade de algo dito como crime e que,
com isso, a doutrina (contingência) seja posta em prática. Isto é, não existe uma
definição universalmente acordada do que é um crime.
Logo, para começarmos nossa jornada, é imprescindível iniciarmos pelo
estudo das contribuições do Direito. Em uma perspectiva jurídica, de forma
bastante resumida, um crime é qualquer ato ou omissão que viole uma lei que
resulte em punição, especificamente, é contra o Direito Penal. Diante disso, fica
ainda mais clara a distinção entre violência e crime.
Mas como existe um certo questionamento acerca da definição de crime,
com base em um viés puramente jurídico, precisamos recorrer às demais ciências,
no intuito de solidificarmos ainda mais nossa compreensão sobre o assunto. Em
primeiro lugar, porque sempre será parcial e determinado em um conjunto muito
específico e limitado de critérios sobre o que é crime. Se um determinado ato não
for ilegal, embora possamos considerá-lo errado, problemático ou prejudicial, não
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será algo que será definido como um crime. Muitos criminologistas argumentam
que é importante desmembrar a definição legal e questionar as próprias noções
sobre o que é e o que não é um crime.
Os crimes são punidos, e as punições podem variar desde o pagamento de
uma multa até o encarceramento na cadeia. O nível da ofensa ou crime
geralmente será definido em proporção à gravidade do crime. Por exemplo, o Art.
206 do Código de Trânsito Brasileiro diz que é crime:
conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência [...] Penas – detenção, de seis meses a três
anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor (Brasil, 1997 – grifo nosso).
Contudo, por uma questão de transação penal, isto é, por poder ser
considerada uma infração penal de menor potencial ofensivo, é possível que a
detenção não ocorra, somente a multa. Contudo, cabe ressaltar que essa é uma
possibilidade, não necessariamente uma regra. Por outro lado, roubar alguém a
mão armada e matar essa pessoa no percurso do assalto é um crime muito mais
grave e que pode resultar em longo período em prisão.
TEMA 3 – HISTÓRIA, VIOLÊNCIA E CRIME
Uma vez que tecemos importantes e norteadores estudos acerca da
violência e do crime, analisando no que se assemelham e no que se
desassemelham, agora é um importante momentos para revistarmos a história.
Essa parte dos nossos estudos tanto nos trará novas informações quanto nos
ajudará em nossa construção crítica acerca da violência e do crime, fazendo com
que reflitamos.
De acordo com Caldeira (2009, p. 255), os seres humanos interagem com
outros seres humanos e com a natureza desde a gênese de nossa espécie. A
partir da percepção do mundo natural, o ser humano desenvolveu formas de
controlar os elementos naturais e usá-los ao seu favor (tecnologias) e, também,
passou a desenvolver relações intersubjetivas. Tais relações fizeram com o que o
ser humano formulasse e tomasse conhecimento de sua posição no mundo e,
consequentemente, buscasse incessantemente por uma convivência coletiva
harmônica, estável e pacífica.
Em publicação realizada pelo portal Jusbrasil, Oliveira, Freire e da Costa
(2015) afirmam que a humanidade, em todas as épocas e culturas, sempre
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necessitou estabelecer formas de controle social e soluções mediatas para corrigir
e regular atos sociais. Ainda segundo as autoras:
Ver-se-á, que por muito tempo, desde as épocas mais recuadas da
história, a necessidade pela aplicação de sanções penais, fez-se
presente em sociedade. Seja pelos espetáculos punitivos de cunho
vil e cruel, consagrados pelo lamento do corpo e aplicação
desproporcional de uma aparente justiça cingida apenas pelo
clamor da vingança, até a instauração efetiva de um Direito Penal, que
delegava, por conseguinte, a legitimação constitucional de princípios que
garantiam uma maior humanização dapena e do direito de se punir
(Oliveira; Freire; Da Costa, 2015 – grifo nosso).
Isso significa que as noções de crime, criminoso, vítima e controle social
foram se alterando radicalmente e, naturalmente, as formas de controle sociais,
sejam formais, sejam informais, também se aperfeiçoaram ao longo dos tempos.
Em outras palavras, condições humanas ou atos tidos como criminosos
(desviantes) passam a ser revisados. Isso ocorre porque o entendimento sobre
crimes sempre está localizado no tempo e espaço, conforme vimos.
No que se refere ao tempo, em um dado momento de nossa história
brasileira a escravidão era aceita moralmente e, principalmente, estava de acordo
com as leis. Já no que se refere ao espaço, ainda hoje, muito infelizmente, a
homossexualidade é considerada crime em aproximadamente 70 países. Esses
não são os únicos exemplos. Pelo contrário, existe uma série de atos e condições
humanas que, em algum tempo e espaço, foram considerados crimes, mas que
hoje não são mais. Você já se perguntou se todas as suas condutas atualmente
foram aceitas em outras épocas ou, até mesmo, são aceitas em outros países da
atualidade? Frente a essas constatações, pode-se afirmar: ainda bem que existem
estudos científicos sérios e rigorosos que promovem a alteração de conceitos e,
consequentemente, de realidades sociais.
A seguir, iremos caminhar, de forma bastante breve, pela história,
evidenciando a evolução histórica penal nas sociedades. Porém, para fins
didáticos, iremos nos situar a partir de fatos históricos, sobretudo, de origem
europeia. Essa parte da disciplina será norteada por uma síntese das
contribuições acadêmicas do prof. Carlos Roberto Bacila, por meio de análises
das obras Criminologia e estigmas (2015), Introdução ao Direito Penal e à
Criminologia (2016), bem como do artigo “A evolução histórica, filosófica e teórica
da pena” (2009), escrito pelo prof. Felipe Machado Caldeira.
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• Vinganças (entre o ano de 4000 a.C. e o século V) – Os modelos
punitivos de vingança se estabeleceram e tiveram destaque na
Antiguidade, também conhecida como a Idade Antiga. Trata-se de um
período da humanidade que surgiu com o desenvolvimento da escrita
(4000 a.C. e 3500 a.C.), passando pela queda do Império Romano do
Ocidente (476 d.C.). De acordo com o prof. Carlos Roberto Bacila (2015),
podemos dividir as vinganças em dois modelos de justiça: i) vingança
privada e divina; e ii) vingança pública.
✓ Vingança privada (individual e coletivas) e vingança divina –
Nesse modelo de Justiça (arcaico), uma vítima de agressão física
responderia da mesma maneira ao seu agressor, ou seja, agredindo-
o fisicamente. Porém, ainda nesse contexto, as respostas
comportamentais aos delitos, muitas vezes, eram muito
desproporcionais. Pequenos atos tidos como criminosos, nesse
tempo, poderiam ser punidos de formas muito severas, com
mutilações ou até mesmo com a morte. A partir do momento em que
a sociedade começa a tomar corpo, primeiramente organizando-se
em famílias, clãs e tribos, as respostas aos crimes passam a ser
coletivas, permanecendo a lógica de fazer justiça com as próprias
mãos e de forma desproporcional. Não obstante, o encantamento das
pessoas pela natureza e pelos seus efeitos fez com que o misticismo
adentrasse em todas as esferas das comunidades e, inclusive, na
esfera penal. Isso, sem sombra de dúvidas, foi um grande problema
social no que tange a Justiça. Entre outras ações, sacrifícios humanos
poderiam ser realizados para satisfação dos deuses. Em outras
palavras, esse modelo de julgar e punir não forneceu subsídios para
que as sociedades evoluíssem para conceitos mais modernos e
eficazes de fazer justiça, uma vez que a evolução e o aprimoramento
das penalidades está em constate mudança.
✓ Vingança pública – Nesse segundo momento do período de
vinganças, estabelece-se a vingança pública que, por sua vez,
instaura o talião. Na vingança pública, busca-se a proporcionalidade
das punições, mesmo que de forma ainda bastante arcaica e malfeito.
O talião, basicamente, trazia consigo a máxima: “olho por olho e dente
por dente”. Assim, alguém que roubava poderia ter sua mão
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decepada. Esses casos eram chamados de talião material. Mas nem
sempre foi possível aplicar o talião material, pois existiam atos mais
abstratos, como é o caso de estelionato. Para casos como esse,
existia o talião simbólico. Um estelionatário teria o seu nariz
decepado, como forma simbólica de fazer acontecer o “olho por olho
e dente por dente”. Não obstante, ainda existia um outro grande
problema nesse modelo de punição (um terceiro método de aplicação
do talião): pessoas mais abastadas poderiam se ver livre da aplicação
clássica do talião. Na Babilônia, por exemplo, um furto feito por uma
pessoa abastada poderia ser pago não pelas penas severas à
integridade física e psicológica dele, mas essa pessoa poderia pagar
pelos crimes cometidos por meio de ressarcimento. Em outras
palavras, os modelos de julgar e punir tanto na vingança privada e
divina quanto na vingança pública não forneceu subsídios para que
as sociedades evoluíssem para conceitos e práticas mais modernas,
eficazes e humanas de fazer justiça.
• Inquisição Medieval (Idade Média) – Por inquisição, entende-se
genericamente como um procedimento judicial e, nesse período da
humanidade, como uma instituição que foi estabelecida para combater a
heresia. Derivado do verbo latim inquiro ("investigar"), a Inquisição foi uma
instituição poderosa criada pela Igreja Católica para erradicar e punir
heresias em toda a Europa e nas Américas. Começando no século XIII e
continuando por centenas de anos. A Inquisição é famosa pela
severidade de suas torturas e perseguição a judeus, muçulmanos e
às pessoas que não se enquadravam na doutrina imposta pela Igreja.
Sua pior manifestação foi na Espanha, onde a Inquisição Espanhola foi
uma força dominante até o século XIX, resultando em milhares de
execuções. Os acusados de heresia eram forçados a testemunhar. Se o
herege não confessasse, a tortura e a execução seriam inevitáveis. Os
hereges não eram autorizados a enfrentar os acusadores, não receberam
nenhum conselho para se defenderem e, também, eram frequentemente
vítimas de falsas acusações. A heresia era um crime considerado
gravíssimo, e o modo investigativo se dava por meio de torturas e
confissões mediante sofrimento e medo. Crime, pecado, moral e Direito
estavam misturados, e as leis não estavam escritas e claras (bem
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definidas). Devido a isso, tanto as acusações quanto as penalidades eram
bárbaras. Tratou-se de uma época em que a lei não estava escrita e,
portanto, as acusações e penalidades cabiam àqueles que detinham o
poder religioso. Joana d'Arc e Galileu Galilei forma vítimas da inquisição.
Ela foi queimada na fogueira em 1431, e ele, condenado à prisão perpétua
em 1663.
Saiba mais
Em 4 de julho de 2018, a revista Superinteressante publicou uma matéria
que trata, de forma objetiva e clara, da definição da Inquisição. O interessante
dessa matéria é que nela contém a descrição de um processo que os hereges
eram submetidos para a fogueira. Para saber mais, acesse o link
<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-inquisicao/>. Acesso em:
6 nov. 2019.
TEMA 4 – DUAS DAS PRINCIPAIS ESCOLAS PENAIS
Por escola penal, entende-se que se trata de um “corpo orgânico de
concepções contrapostas sobre a legitimidade de punir, sobre a natureza do delito
e sobre o fim das sanções. Somente, no período científico é que surgem as
escolas penais” (Pinedo, 2016, s.p.). Além disso, cabe ressaltar que se trata de
“uma temática interdisciplinar, estudada tanto no ramo de Direito Penal, como no
ramo da criminologia” (Souza, 2013. s.p.).
São muitas as escolas penais e, ainda de acordo com Souza (2013), os
surgimentos delas se deu ao longo denossa história, por meio de teóricos que
esboçavam correntes de pensamentos sobre o tema. Ainda segundo a autora,
não é possível afirmar categoricamente qual escola forneceria as melhores
máximas ao Direito Penal, bem como para a criminologia.
Assim, diante do que foi exposto, estudaremos duas escolas de importância
ímpar para uma melhor compreensão inicial acerca do entendimento da natureza
do delito: Escola Clássica e Escola Positivista.
A história do Direito Penal é descrita em fases como mostrado nessas
escolas penais, das quais surgem princípios e aspectos distintivos e que
não se sucedem de forma estritamente linear. [...] a Escola Clássica
tende a propiciar ao homem uma defesa contra o arbítrio do Estado. Já
a Escola Positivista encara o crime-criminoso sob uma ótica sociológica-
biopsicológica, negando o livre-arbítrio com base na responsabilidade do
homem por seus atos (Souza, 2013. s.p.).
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• A Escola Penal Clássica no Iluminismo (Século XVIII) – O Iluminismo
ocorreu no século XVII e com ele surgiram críticas aos bárbaros processos
penais que ocorriam na Idade Média. Beccaria é o grande nome dessa
época, o qual se destacou pela publicação da obra Dos delitos e das Penas
(1764). Trata-se de uma obra que, com base na crítica da forma penal
medieval, defende que as penas deveriam ser humanizadas. Nessa época,
e com base nessa obra, surgiram alguns dos primeiros princípios do Direito
Penal: a proibição da tortura, a presunção da inocência, o princípio da
legalidade (o passo a passo, a apuração do fato). Com esses pensamentos,
defendia-se que o poder do Estado deveria ser limitado frente às pessoas,
pois aqui começou a surgir, também, as noções dos direitos individuais da
pessoa humana. Isso não significou que o Estado deixaria de punir, mas
que a lei deveria ser explícita com antecedência. Isto é, ocorre a tipificação
do crime, que, em outras palavras, é definir o que é e o que não é crime,
bem como suas respectivas penas. Trata-se do começo do Direito racional.
Foi o ambiente do Iluminismo que favoreceu para o surgimento da Escola
Penal Clássica, que sustentava que as pessoas eram dotadas do livre
arbítrio e que, consequentemente, optavam por cumprir ou descumprir as
leis. O grande problema da Escola Clássica, o que resultou em suas falhas,
foi que surgiram estigmas que influenciavam diretamente as leis, em
especial as penais. Os estigmas mais importantes eram: condição social
(pobreza), gênero (mulher), religião e raças.
• A Escola Penal Positivista – Surgiu no século XIX baseada em teorias de
Darwin, Lamarck e Comte. Nesse momento da história, ao contrário do que
ocorre na Escola Penal Clássica, no Iluminismo, os estudos eram pautados
no empirismo, ou seja, na análise, observação e indução dos fatos. Para
essa Escola, o crime é considerado como um fato humano e social. Nesse
sentido, as penas serviam para garantir a defesa social. Segundo Penteado
Filho (2018, p. 33), “pode-se dizer que a Escola Positiva teve três fases:
antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri) e jurídica (Garófalo)”. Césare
Lombroso era um médico italiano que realizou pesquisa com criminosos
em prisões. Além dessas pesquisas, também estudava cadáveres para
formular suas teorias que, por sua vez, afirmavam que criminosos tinham
características fisionômicas próprias. Essas características eram, entre
outras, a estrutura óssea, contorno do nariz, a cor da pele e assim por
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diante. Assim, essas pesquisas se demostraram estigmatizadoras e
erradas. Esses presos eram basicamente pessoas pobres, as quais sofriam
com estigmas também, pois a influência política, econômica e social
colaborava para que pessoas mais abastadas e influentes não fossem
punidas e, consequentemente, não entrassem nas pesquisas médicas de
Lombroso.
TEMA 5 – O CRIME SOB A PERSPECTIVA JURÍDICA: CONCEITOS DE CRIME
Para Fortes (2011), a característica social do ser humano faz com que ele
viva em grupos, em sociedade. Deste modo, não é de se espantar que a inter-
relação entre esses indivíduos, por vezes, possa ser conflituosa, pautada em
desentendimentos e em interesses conflitantes. É diante dessa realidade que o
ser humano necessita garantir a sua segurança e buscar uma convivência social
harmônica. Isto posto, o próprio ser humano produz meios para que as ações
humanas sejam regulamentadas e, em decorrência disso, haja mais equilíbrio nas
relações em sociedade. Ainda segundo a autora, são inúmeros os instrumentos
disponíveis, entre eles o Direito, que é uma criação humana que objetiva
possibilitar a existência em sociedade, com base no favorecimento da paz,
segurança e justiça.
Já no campo do Direito Penal, de acordo com as ricas contribuições de
Carlos Roberto Bacila (2016), “o Direito Penal é o ramo da ciência jurídica que
tem por finalidade estudar as normas penais e, também, os seus princípios”. Ainda
de acordo com o autor, o Direito Penal tem como propósito a proteção de bens
jurídicos, que são compreendidos como bens de relevância social, a vida humana
é um excelente exemplo de bem jurídico. Já acerca do método científico utilizado
pelo cientista penal, para que possamos aproveitar na íntegra sua concepção, é
importante ressaltar a contribuição de Bacila (2016, p. 68):
O método utilizado pelo cientista penal é o técnico-jurídico (lógico-
abstrato, dogmático), com base na racionalidade (análises, deduções
etc.). O direito é considerado uma ciência cultural, e a norma jurídica, um
juízo hipotético do dever ser. Portanto, ele se contrapõe ao método
experimental de ciências como a biologia e química.
Ainda em conformidade com Bacila (2016), o conceito de crime é algo muito
especial para a ciência penal, para o qual existe a proposta de três conceitos:
formal, material e analítico.
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• Conceito formal – São todas e quaisquer ações humanas que a lei proíba,
sob ameaça de pena. Isto é, o crime, diante desse conceito, basicamente
é aquilo que vai de encontro com o que lei diz. Nesse conceito, não são
analisados os porquês das condutas, o que, consequentemente, faz com
que seja um conceito muito amplo.
• Conceito material – São todas e quaisquer ações humanas que agridem
um bem jurídico, tutelado pela lei penal. A título de exemplo, pode-se citar
os seguintes bens jurídicos:
✓ Vida humana – Criminalização do homicídio e infanticídio.
✓ Patrimônio – Criminalização da apropriação indébita e do furto.
✓ Saúde pública – Criminalização de tráfico de drogas.
✓ Liberdade pessoal – Criminalização do sequestro.
O conceito material é importante porque nele considera-se os seguintes
aspectos:
✓ Caracteriza a essência do crime (aspecto ontológico).
✓ A norma criminal deve considerar a realidade social.
✓ Se o bem jurídico é um interesse social e deve ser protegido por leis,
as condutas/ações que agridam tais bens serão criminalizadas.
Esse conceito é considerado falho por muitos penalistas, já que as análises
de crime com base nele prejudicam os juízes em saber se ocorreu crime ou não.
Isso ocorre porque, nesse conceito, o agente que cometeu o crime não é
analisado e, por conta disso, complica-se para saber se esse agente agiu de
maneira dolosa ou culposa.
• Conceito analítico – Entende-se o crime como um conjunto dos seguintes
elementos: uma ação típica, antijuricidade e culpabilidade. Em outras
palavras, essa forma de entender o crime é conhecida como teoria
analítica tripartida de crime, pois a principal característica é a divisão do
crime em três partes. Assim, sob a ótima dessa teoria, somente existe crime
quando esses três elementos estão presentes. Esse conceito se sobressai
aos conceitos formal e material porque é reconhecido como um conceito
científico, já que pode ser utilizado para verificar se determinada conduta é
ou não crime, em qualquer ocorrência. Isso se dá pelo fato de que se torna
possíveldesmembrar o crime e, consequentemente, analisar suas partes.
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A seguir, vamos entender cada um desses elementos que compõe o
conjunto:
✓ Ação típica (conduta humana / tipicidade) – A ação refere-se ao ato
de fazer algo ou omitir algo, já a tipicidade (típica) refere-se a uma
descrição precisa de uma determinada conduta prevista em lei.
✓ Antijurídico (antijuricidade) – São ações que violam as regras jurídicas
impostas à sociedade pelo ordenamento jurídico.
✓ Culpável (culpabilidade) – O agente merece censura.
Haja visto os três conceitos de crime mencionados, cabe ressaltar que o
conceito mais aceito pela doutrina brasileira nos tempos atuais é o analítico
tripartido. Conforme ratifica Noronha (1998, p. 97 – grifo nosso):
A ação humana, para ser criminosa, há de corresponder objetivamente
a conduta descrita na lei, contrariando a ordem jurídica e incorrendo seu
autor no juízo de censura ou reprovação social. Considera-se, então, o
delito como a ação típica, antijurídica e culpável. Ele não existe sem
uma ação (compreendendo também a omissão), a qual se deve ajustar
a figura descrita na lei, opor-se ao Direito e der atribuível ao indivíduo a
título de culpa latu sensu (dolo ou culpa).
Não obstante, de acordo com Bacila (2016) cabe também salientar que
mesmo pelo conceito analítico de crime é possível existir variações, embora seja
a tripartida a mais aceita no meio jurídico. Conforme melhor explica o autor:
Assim, alguns autores, como nós, conceituam o crime como uma ação
típica, antijurídica e culpável. Contudo, há outras formas de conceituar
analiticamente o delito: ação típica e antijurídica; ação típica e
censurável; e ação típica, antijurídica, culpável e punível. A diferença
entre um e outro estudo do direito penal está na profundidade com a qual
ele conhece o conceito analítico de crime (Bacila, 2016, p. 81 – grifo
nosso).
Tomando como base o conceito analítico da teoria analítica tripartida de
crime, outro importante autor que acredita na relevância dessa forma de entender
o fenômeno criminal é o delegado e estudioso Dr. Nestor Sampaio Penteado Filho
(2018, p. 123):
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Fonte: Nestor Sampaio Penteado Filho, 2018, p. 123.
Saiba mais
Caso tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos na teoria geral
do crime, recomenda-se a leitura do livro Introdução ao Direito Penal e à
Criminologia, publicado no ano de 2016 pela editora InterSaberes, de Carlos
Roberto Bacila. Entre outras informações de suma importância, o autor traz uma
leitura de fácil compreensão sobre essa teoria, detalhando com maestria as
teorias de crime anteriormente expostas, bem como explicando detalhadamente
os elementos (na perspectiva analítica tripartida) do crime. Recomenda-se, como
leitura complementar o capítulo 7: “Teoria geral do crime – tipicidade, ilicitude e
culpabilidade” (p. 79-117).
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REFERÊNCIAS
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