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Sumário 1.Introdução 4 2.O que é o Lean Six Sigma 4 2.1 O que se tornou o Lean Seis Sigma 6 2.2 De onde surgiu a metodologia Seis Sigma? 7 2.3 O Lean Seis Sigma nos dias atuais 8 3. Como realizar um projeto de melhoria 10 3.1 Aprofundando no roteiro 12 4. A divisão dos Belts 14 4.1 As ferramentas de cada Belt 15 5. Os fundamentos do Lean Seis Sigma 17 5.1 História de melhoria de processos 18 5.2 O saber profundo- Conceitos fundamentais 19 5.3 Mudança e Melhoria: conceitos e diferenças 24 5.4 Entendimento da variação 27 5.5 Tipos de indicadores 28 5.6 Entendimento da variação 29 5.7 Tipos de indicadores 34 6. As habilidades de um agente de melhoria 37 7. Roteiro de melhoria 39 8. Aprofundamento sobre os passos do Roteiro DMAIC 40 9. Fase Define 43 9.1.O SIPOC 43 9.1.1 Por que usar o SIPOC no Define? 45 9.2 O VOC - Voice of Customer 45 9.2.1 Primeiro passo: Coletar informações dos clientes (Internos e externos) 45 9.2.2 Árvore CTC 46 9.3 O contrato de melhoria - Fase Define 47 9.3.1 Os elementos do contrato 47 9.3.2 Atribuição de metas 48 9.4 Case do Despachante Aduaneiro 49 9.4.1 O que é um despachante aduaneiro? 49 9.4.2 E como funciona esse processo de importação e exportação? 49 10. Fase Measure 51 10.1 Passo a passo 52 10.2 A porta de processos 52 FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 1 10.2.1 Mapeamento de processos 54 10.2.2 Mapeando 57 10.2.3 Vantagens do mapeamento 59 10.2.4 Os fluxogramas 59 10.2.4.2 Os tipos de fluxograma 60 10.2.4.3 As vantagens em elaborar um fluxograma 63 10.2.4.4 Erros ao elaborar um fluxograma 63 10.2.4.5 Sugestão de Software para criação de fluxograma 64 10.3 Porta dos dados 65 10.3.2 Modelagem da coleta de dados 67 10.3.3 O passo a passo da coleta de dados 67 10.3.4 Formulário para coleta de dados 68 10.3.5 Análise de dados 67 10.3.6 Case de controle estatístico de processo - Manutenção de um processo químico 73 10.3.6.1 Passo a passo para o CEP 73 11. Fase Analyse 79 11.1. Passo a passo do Analyse 79 11.2 Quais são as categorias de mudanças? 80 11.3 Os 7 desperdícios do Lean 81 11.3.1 Ouvir o cliente é essencial 82 11.3.2 Os sete desperdícios clássicos 82 11.4 Diagrama de Ishikawa - Causa e efeito 85 11.4.1 Exemplo do diagrama 85 11.4.2 Quais as vantagens em elaborar um diagrama de Ishikawa? 86 11.4.3. Cuidados ao elaborar o diagrama 86 11.4.4 Passo a passo do diagrama de Ishikawa 86 11.5 A ferramenta dos 5 porquês 87 11.5.1 E como se aprofundar? 88 11.5.2 Cuidados 88 11.5.3 Exemplo real: Uma poça de óleo no chão 88 11.5.4 Cuidado! Você conhece o RNC ? 90 11.6 Análise de desconexões 90 11.6.1 E como encontrar essas desconexões? 91 11.6.2 Depois de encontrá-las, como tratá-las? 91 11.7 Ferramenta Poka Yoke - Processos à prova de erros e falhas 92 11.7.1 Tipos de Poka-Yoke: 92 11.7.2 Exemplo de processos complicados: 92 11.7.3 Exemplo de Poka Yoke Preventivo 93 11.7.4 Exemplo de Poka Yoke Detectivo 93 FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 2 11.7.5 Os 4 métodos de Poka Yoke - Para serviços 93 11.7.6 Análise de dados - Correlação : Associação entre variáveis 94 11.7.6.1 Sistema de causas 94 11.7.6.2 E como fazer? 95 11.7.6.3 O que é o gráfico de dispersão? 96 11.8 Case: Exemplo de análise com Gráfico de Dispersão em Serviços 98 11.8.1 Passo a passo para gráfico de dispersão 98 11.8.2 Cuidado ao utilizar o gráfico de dispersão 104 12. Fase Improve 105 12.1 Passo a passo do Improve 106 12.2 O ciclo PDSA 106 12.3 O método científico 107 12.4 Case PDSA 108 13. Fase Control 111 13.1 Passo a passo do Control 111 13.2 Desenvolvimento do plano de implementação 112 13.3 5W2H - Exemplo de tabela 112 13.4 Etapas da Implementação - Checklist 113 FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 3 1.Introdução Bem vindos ao curso de Yellow Belt da FM2S. O Yellow Belt é uma certificação intermediária do Six Sigma, acima do White Belt e logo antes do Green Belt. Aqui, será abordado alguns tópicos importantes para quem já conhece o Six Sigma e pretende evoluir seus conhecimentos. Como: ● O que é o Lean Six Sigma, os seus belts, e qual é o papel do Yellow Belt nas empresas; ● Os Fundamentos da melhoria de processos; ● O Roteiro DMAIC e suas ferramentas para melhoria de processos; ● Cases reais de implementação deste roteiro na sua área; ● Ferramentas detalhadas e ensinadas no Excel e com cases ilustrativos. Ao final do curso, você terá: ● A certificação Yellow Belt, diferencial no mercado; ● Conhecimento sobre toda a implementação de projetos de melhoria, terá o framework de melhoria bem claro na sua cabeça; ● Capacidade de usar as ferramentas de melhoria na sua área; ● Ideias detalhadas da sua área para inspirar-se e fazer a diferença no seu trabalho. 2.O que é o Lean Six Sigma O Lean Seis Sigma é uma metodologia para alcançar a excelência operacional em uma empresa, ou seja, melhoria de processos. Ela busca essa excelência por meio de ferramentas de análises de dados e processos que são implementadas visando redução de custos ou melhoria da qualidade de produtos e processos. A aplicação dessas ferramentas é feita por meio de um roteiro estruturado, sendo inseridas por especialistas (os “belts”). Foi originalmente desenvolvida na Motorola (quando era chamada apenas de Seis Sigma) para a redução de variação nos resultados de processos produtivos, incorporando depois conceitos das técnicas japonesas de manufatura enxuta. Atualmente,o Lean Seis Sigma moderno abrange aspectos do Lean (das empresas japonesas) e do Seis Sigma Clássico (focado em dados). Em linhas gerais, o que a metodologia ajuda a fazer é traduzir uma atividade rotineira da empresa em um processo cuja qualidade é medida por um indicador. Por FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 4 exemplo, uma equipe de um restaurante busca satisfazer a necessidade de comida de seus clientes. Isso é um processo, o processo de fazer comida. Esse processo pode ser representado por um ou mais indicadores, como o seu custo, ou o tempo de espera do cliente, ou a nota de satisfação do cliente. O que o Seis Sigma faz é entender, por determinadas análises das atividades e do próprio desempenho, como podem ser geradas mudanças na forma de trabalhar da equipe para ter um impacto positivo nos indicadores. Essas mudanças podem ser: diminuição do tempo de espera do cliente e o custo do restaurante, aumentando a satisfação dos clientes. Dessa forma, espera-se que ocorra o que é chamado de “melhoria de um processo”. A metodologia é gerada para resolver processos diários, não é um “apagador de incêncio”. Ela costuma buscar a origem dos problemas. Ou seja, o Lean Six Sigma é uma abordagem baseada em dados para reduzir variação e melhorar processos. Figura 1. A estrutura do Lean Six Sigma FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 5 A junção da metodologia Lean incorporada à Six Sigma, é o que gera a ferramenta que abordamos neste curso. Ela tem esses dois grandes pilares: É focada na melhoria definitiva de problemas e é baseada em dados. Assim como mostra a Figura 1. 2.1 O que se tornou o Lean Seis Sigma Hoje em dia, para cumprir esse objetivo, o Seis Sigma traz várias ferramentas para melhorar a análise dos dados (indicadores) e processos (atividades). Para lidar com dados, alguns exemplos de ferramentas são: ● Análises estatísticas (modelos probabilísticos, ANOVA,regressão etc.); ● Planejamento de experimentos; ● Análise do Sistema de Mediação. Para lidar com processos, alguns exemplos de ferramentas são: ● Linkage of Process (LOP); ● Supplier, Input, Process, Output, Customer (SIPOC); ● Mapeamento de processos e análise de desconexões. Além disso, existe uma série de roteiros para serem colocados em prática, integrando essas ferramentas de maneira lógica e estruturada visando à melhoria. A maioria das iniciativas de melhoria usando Lean Seis Sigma é estruturada em projetos de melhoria que seguem esses roteiros. Esse tema será abordado mais à frente. Por enquanto, no próximo tópico será apresentada a origem do Seis Sigma para compreender por que a metodologia é tão importante nos dias atuais. 2.2 De onde surgiu a metodologia Seis Sigma? Para realmente entender o Seis Sigma é importante compreender a sua origem. A metodologia se originou como uma adaptação dos ensinamentos dos famosos Gurus da Qualidade, como os apresentados na Figura 2, conhecidos por desenvolver os fundamentos e teorias de técnicas de melhoria de processos. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 6 Figura 2. Os gurus da qualidade Joseph Juran (1904-2008) W. Edwards Deming (1900-1993) Walter Shewhart (1891-1967) Deming ficou conhecido como um dos mais importantes gurus da qualidade, sendo responsável pela transformação do Japão no pós Segunda Guerra Mundial. O país precisava se reconstruir após a destruição causada pela guerra e estava determinado a fazer isso da melhor maneira possível. Nesse contexto, criou-se a JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers, ou União Japonesa de Cientistas e Engenheiros) em 1946. Nessa época, além de Deming, outros pesquisadores se envolveram na iniciativa japonesa. Dentre os mais famosos pode-se citar Joseph Juran, conhecido hoje como o pai da qualidade, que introduziu o conceito de que a qualidade não devia ser controlada por inspeção e sim disseminada entre todos os processos da empresa. Ele também foi responsável por hoje a qualidade ser vista como vantagem estratégica. Walter Shewhart trabalhava com a análise de processos no Bell Labs. Dentre suas inovações mais importantes, pode-se citar o Controle Estatístico de Processo (CEP), que culmina com os Gráficos de Controle. O objetivo de Shewhart ao desenvolver tais ferramentas era identificar quando um sistema estava em estabilidade e quando se tornava instável. Com isso, desenvolveu-se um dos pilares da melhoria de processos como é conhecido hoje: o entendimento da variação. Saber se um processo está estável ou instável é condição fundamental para escolher quais medidas tomar, frente a um problema. A partir da influência dessas figuras para a qualidade, houve na Motorola a iniciativa de compilar essas teorias e inovações estruturando-as em um roteiro com as seguintes etapas: Medir, Analisar, Melhorar e Controlar, o que é muito parecido com o roteiro DMAIC. Em 1986, Bill Smith e outros engenheiros criaram o termo Six Sigma para o processo de gerenciamento de qualidade na Motorola. O Comitê de Política Corporativa da Motorola começou então a envolver-se na fixação de metas e o Six Sigma FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 7 permitiu à Motorola melhorar em 10 vezes a qualidade dos seus processos. Ao longo do tempo, com as implementações realizadas e os benefícios resultantes, difundiu-se a metodologia do Seis Sigma para diversas áreas como serviços, hospitais e indústrias no geral. 2.3 O Lean Seis Sigma nos dias atuais Antes de abordar os processos de melhoria, temos de saber diferenciar: Processos, processos de melhoria e programas de melhoria. Processos: São as atividades rotineiras que visam transformar entradas de fornecedores em saídas para atender às necessidades dos clientes. Uma empresa é composta por vários processos e esses são conduzidos por pessoas, trabalhando em equipes. Todos os dias, saídas são produzidas em um processo. Figura 3. Representação de processo FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 8 Figura 4. Representação de projeto de melhoria Projetos de melhoria: São iniciativas únicas que visam entender, analisar e melhorar um processo de rotina. Essa melhoria é geralmente o impacto em um indicador de interesse da organização. A equipe do projeto não necessariamente é a equipe do processo. É preciso que a organização dê tempo para que as pessoas possam trabalhar nessas iniciativas. É justamente nesses projetos que atuam os “Belts”. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 9 Figura 5. Representação do programa de melhoria Programas de melhoria: São uma série de projetos de melhoria conduzidos em conjunto, de maneira a impactar simultaneamente vários indicadores da organização. A equipe ou área de melhoria geralmente faz a gestão dessa série de projetos. Costumam ter um impacto significativo no desempenho da organização. 3. Como realizar um projeto de melhoria Agora será explorado o assunto dos projetos de melhoria. Um projeto de melhoria é uma sequência de atividades realizadas de maneira a entregar uma melhoria em um processo. As soluções para gerar essas melhorias são desconhecidas e descobri-las faz parte do escopo do projeto. Ele normalmente é organizado a partir de um roteiro (como o roteiro DMAIC), no qual o projeto pode ser simples ou complexo, dependendo do número de pessoas envolvidas e com o roteiro podendo ser utilizado em várias organizações. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 10 Tabela 1. Um bom projeto Um bom projeto: Roteiro - Como estruturar: Sempre pergunte Começa com um problema ou oportunidade; Esse é o projeto certo? É percebido por muitos, inclusive pela direção Com as pessoas certas (na equipe e no suporte)? É recorrente; Pode ser cumprido dentro do tempo? (até 9 meses). Como disposto acima, os projetos de melhoria são geralmente organizados em cima de um roteiro, ou seja, uma sequência lógica de atividades. Vários roteiros existem, como o DMAIC (desenvolvido na Motorola e um dos mais usados até hoje), a Folha A3, e muitos outros. A sugestão abordada nos cursos de Lean Seis Sigma da FM2S é usar o roteiro DMAIC (Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar), vide Figura 6. Entretanto, qualquer roteiro que leve a uma melhoria é igualmente válido. Figura 6. Passo a passo do roteiro DMAIC O roteiro DMAIC é composto por 5 fases: Define (ou definir), Measure (ou medir), FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 11 Analyze (ou analisar), Improve (ou melhorar) e Control (ou controlar): 3.1 Aprofundando no roteiro Na fase do Define nós definimos qual é o problema ou oportunidade nós queremos trabalhar. Nela, respondemos às 2 primeiras perguntas fundamentais, entendendo a real necessidade da organização. O maior desafio aqui é cristalizar as impressões particulares de cada envolvido no projeto para chegar a um objetivo mais palpável. A saída fundamental da fase Define é a formulação do contrato de melhoria, que irá pautar todos os esforços futuros. Algumas ferramentas usadas nesta fase são: ● Técnicas do VOC (Voice of Customer), que nos ajuda a coletar informações do cliente; ● O SIPOC, quenos ajuda a enxergar o processo de outra maneira; ● A árvore CTC (critical do customer) ou CTQ (critical to quality), que nos ajuda a transformar ideias abstratas em indicadores concisos. ● O contrato de melhoria, que compila e formaliza todo o discutido; ● A matriz de análise de stakeholders, que nos ajuda a identificar todos os envolvidos e programar nossas ações de convencimento; ● A matriz de comunicação, que nos ajuda a evitar problemas do tipo “rádio-peão”; ● O diagrama de afinidades, que nos ajuda a organizar as nossas ideias. A fase seguinte é a fase do Measure, onde vamos começar a entender as coisas como elas são. Essa fase tem duas frentes de trabalho distintas, ou duas “portas” por onde começamos nossas medições: a porta de processos e a porta de dados. Na porta de processos, nós mapeamos o processo atual e entendemos como ele funciona. Identificamos quais são suas atividades e como elas se conectam. A grande saída dessa porta é um fluxograma que explica exatamente como nosso processo transforma suas entradas (matérias-primas) em saídas (produtos ou serviços). Na porta de dados, nós medimos o desempenho do processo com números. Para isso, temos que coletar dados (indicadores) sobre o que está acontecendo e analisá-los. Boa parte das ferramentas que iremos ensinar no curso de Green Belt tem o objetivo único de analisar os dados que coletamos. Algumas ferramentas desta fase são: Para processos: ● A ferramenta do SIPOC, com ênfase no mapeamento de processos; FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 12 ● A criação de fluxogramas; ● A elaboração de um VSM (value stream mapping, ou mapeamento do fluxo de valor); ● A criação de diagramas de espaguete, ou diagramas de layout; ● A análise e criação de instruções de trabalho e definições operacionais. Para dados: ● de coletas de dados e folhas de verificação; ● Gráficos de tendência; ● Gráficos de controle; ● Gráficos de frequência (histogramas, Box-Plots, gráficos de barras, de setores, de Pareto, etc.); ● Análises de capabilidade; ● Análises MSA (measure system analysis); ● Ferramentas para a transformação de variáveis. A terceira fase é a do Analyze. Nela fazemos duas coisas: analisamos criticamente nossos dados e procuramos desenvolver mudanças que vão gerar melhorias. Na prática, fazemos as duas coisas juntas. Ao final dessa fase, já teremos formatado as nossas primeiras mudanças a serem testadas. Algumas ferramentas: Para dados: ● Estudo de correlação, como gráficos de dispersão e planilhas de contingência; ● Análise de Regressão Linear; Para processos: ● Os 5 por quês; ● O diagrama de Ishikawa, ou diagrama de causa e efeito; ● Diagramas de árvore; ● Análise de Valor; ● Criação de Poka-Yokes; ● Análise de desconexões; FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 13 ● As técnicas de criatividade; ● Os conceitos de mudança; A penúltima fase é a fase do Improve, onde vamos melhorar as nossas mudanças e começar a melhorar o nosso processo. Nesta fase nós iniciamos nossos experimentos. As ferramentas mais importantes a serem trabalhadas são o ciclo PDSA e o planejamento de experimentos, usando experimentos fatoriais. Ao sairmos do improve, já vamos saber exatamente quais ferramentas devemos implementar. A última fase é a fase do Control. Nela de fato implementamos as mudanças vencedoras. Para que essa implementação seja bem feita, iremos trabalhar algumas ferramentas de psicologia, como o diagrama de campos de força e aprender a fazer bons padrões e bons treinamentos. 4. A divisão dos Belts Os “belts” são os diferentes níveis de conhecimento na metodologia. A ideia foi emprestada das artes marciais (como o judô ou o karatê), em que cada faixa refere-se ao conhecimento sobre a arte marcial em questão. No Lean Seis Sigma, tradicionalmente tem-se cinco faixas. A Tabela 2 apresenta os níveis de conhecimento de cada Belt. Como o nível de conhecimento e experiência aumenta de acordo com o Belt, as ferramentas mais complexas são utilizadas pelos profissionais Green Belt, Black Belt e Master Black Belt. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 14 Tabela 2. Os Belts 4.1 As ferramentas de cada Belt Cada nível de conhecimento domina uma gama de ferramentas que está apresentada por Belts na Tabela 3, onde em amarelo são ferramentas vistas no Yellow Belt, em verde as demais ferramentas aprendidas no Green Belt e por último as ferramentas em cinza que são dominadas pelo Black Belt. Tabela 3 - Ferramentas de cada Belt Fase do Define Fase do Measure Fase do Analyze Fase do Improve Fase do Control SIPOC Mapeamento de Processos Diagrama de Ishikawa Realização de Testes As fases da implementação VOC (Voice of Customer) Fluxogramas Análise de Desconexões O ciclo PDSA Gestão da Mudança Árvore CTC VSM Análise de Testes em Gestão de FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 15 Desperdícios paralelo Implementaçã o Diagrama de Afinidades Formulário de Coleta de Dados 5 porquês Tipos de comparação Andragogia Contrato de Melhoria (Project Charter) Folha de Verificação Poka-Yoke Estudo estatístico de populações Condução de Programas de melhoria Hoshin Kanri Gráfico de Tendência Uso da Tecnologia Inferência estatística Gestão de Equipes Gestão Estratégica de Melhoria Histograma Gráfico de Dispersão Experimentaçã o avançada Padronização Gráfico de Pareto Análise de Correlação Matriz de Priorização Gestão e Mudança Cultural Análise de Variação Correlação Avançada 5W2H Gráfico de Controle Técnicas de Criatividade Acompanhame nto e OCAP Plano de Comunicação Anova Matriz de Impacto Esforço Análise de Capabilidade Regressão Linear Controle Estatístico de FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 16 Processos Modelos estatísticos paramétricos Regressão Logística Fundamentos do trabalho em equipe Modelos estatísticos não-paramét ricos Exp. Fatoriais Completos Exp. Fatoriais Fracionados Testes de hipóteses 5. Os fundamentos do Lean Seis Sigma Além do conhecimento sobre a origem da metodologia, também é necessário compreender a filosofia por trás do Seis Sigma de forma sólida e isso será abordado neste módulo. Conhecendo as bases históricas e filosóficas que geraram essa metodologia, a implementação da melhoria torna-se mais eficaz. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 17 5.1 História de melhoria de processos Anteriormente à Revolução Industrial, os produtos eram realizados pelas mãos dos artesãos e, além disso, todo o processo de contato com o cliente, tanto para a realização do pedido como a entrega do produto, era realizado também pelo artesão. Isso gerava uma capacidade de visão sistêmica e consequentemente maior domínio da qualidade do produto, pois todo o processo era conhecido pelo artesão, diminuindo os erros cometidos em cada etapa dependente uma da outra. Após a Revolução Industrial, aparece uma entidade totalmente nova na história humana: a fábrica. Na fábrica, um grande número de trabalhadores é empregado em serviços altamente especializados. Não há mais oficio, existem apenas atividades. A atividade de se ajustar uma máquina, a atividade de se apertar um parafuso,a atividade de se carregar carvão dentro de um vagão de trem etc. Justamente por esse novo modelo surge a figura de gerentes e coordenadores, os responsáveis por ter uma visão sistêmica e por isso desempenham o papel de padronizar o processo e de instruir o trabalhador em como deve realizar o processo ou seu trabalho. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 18 Tudo isso culmina com uma proposta de um engenheiro chamado Frederick Taylor, cujo objetivo ao implementar melhorias era produzir mais e não produzir melhor. Com o passar do tempo, trabalhando na Ford Motor Company, Taylor tem uma brilhante carreira. Ele e seu empregador desenvolvem o que hoje é conhecido como linha de montagem, logo adotada por muitas empresas. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 19 Além disso, essa linha de montagem busca não modificar apenas a maneira como a atividade é realizada, mas também busca desenvolver ferramentas que tornem o processo mais simples e eficaz. Nessa era, nasce a preocupação com a qualidade dos produtos. Após inúmeras perdas de produtos pela falta de qualidade, se estabelece a criação de estruturas para inspecionar se o produto está de acordo com a norma antes que chegue ao consumidor. Além disso, buscam-se maneiras de evitar que os funcionários cometam erros durante a condução de suas atividades (é um “avô” dos poka-yokes modernos), causados pela alta rotatividade nas perigosas fábricas, o que interfere negativamente na capacitação do funcionário na operação pela qual ficou incumbido. Na década de 1930, acontece um grande avanço na ciência da melhoria: inicia-se a utilização das ferramentas estatísticas e do método científico na melhoria de processos. Esse avanço aconteceu nos laboratórios Bell, uma das mais renomadas instituições de pesquisa da história. O protagonista desse avanço foi o estatístico Walter Shewhart, responsável pelo início do uso da estatística. O protagonista desse avanço foi o estatístico Walter Shewhart, responsável pelo início do uso da estatística em melhoria de processos e a criação de algumas das ferramentas básicas usadas atualmente que buscam pela previsibilidade da resposta dos processos. Além dos métodos estatísticos, Shewhart também introduziu ao mundo fabril o método científico,desenvolvendo um passo a passo para a geração e implementação de mudanças nos processos. Esse “passo a passo” ficou conhecido como o ciclo de Shewhart e foi o embrião para as técnicas modernas do PDSA e do PDCA (ferramentas que nos ajudam a desenvolver conhecimento sobre os processos). FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 20 Shewhart, durante sua vida acadêmica, também pôde orientar outro famoso estatístico: Willian Edwards Deming. Deming, sendo responsável pela transformação do Japão no pós Segunda Guerra Mundial, criou a JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers, ou União Japonesa de Cientistas e Engenheiros) em 1946. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 21 Essa entidade era composta pelos mais brilhantes e influentes personagens da indústria japonesa. Ela fazia em melhoria de processos e a criação de algumas das ferramentas básicas usadas atualmente que buscam pela previsibilidade da resposta dos processos. Além dos métodos estatísticos, Shewhart também introduziu ao mundo fabril o método científico, desenvolvendo um passo a passo para a geração e implementação de mudanças nos processos. Esse “passo a passo” ficou conhecido como o ciclo de Shewhart e foi o embrião para as técnicas modernas do PDSA e do PDCA (ferramentas que nos ajudam a desenvolver conhecimento sobre os processos). Um dos objetivos iniciais da JUSE foi desenvolver métodos de produção mais eficientes, para isso, ela convidou Deming a ir ao Japão para dar palestras sobre a gestão da qualidade e o uso de ferramentas estatísticas no desenvolvimento de processos. Essas palestras tiveram uma adesão muito forte entre os engenheiros japoneses e o conteúdo disseminado por Deming (no final da década de 1940 e nas décadas posteriores) fez com que o Japão se tornasse uma referência mundial em manufatura. Nessa época, além de Deming, outros pesquisadores se envolveram na iniciativa japonesa. Dentre os mais famosos podemos citar Joseph Juran, conhecido hoje como o pai da qualidade, que introduziu o conceito de que a qualidade não devia ser controlada por inspeção e sim disseminada entre todos os processos da empresa. Ele também foi responsável por hoje a qualidade ser vista como vantagem estratégica. Além de Deming e Juran, Kaoru Ishikawa e Armand Feigenbaum fizeram contribuições notáveis nessa era. Por fim, nessa etapa iniciam-se as primeiras iniciativas da Toyota em desenvolver seu sistema de produção (hoje mundialmente famoso). Taiichi Ohno, o grande precursor do TPS (Toyota Production System), começa a levar a melhoria e a qualidade ao operador. Ele retoma os velhos conceitos de padrões, porém deixa-os abertos para que cada trabalhador possa melhorar seu desempenho. Cria também a noção de funcionário multitarefa, que permite a um trabalhador executar múltiplas atividades dentro de sua empresa. A produtividade alcançada por conta dessas mudanças emerge na década de 1980, tornando a Toyota uma das maiores produtoras de carros do mundo. O que hoje é conhecido como Lean Manufacturing surgiu do estudo feito pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) a esta iniciativa. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 22 A compilação e aperfeiçoamento dos conceitos desenvolvidos aqui consolidaram o que é conhecido hoje como Modelo de Melhoria. E na prática, observa-se que de montadoras até hospitais, todos começam a usar padrões e estatística para melhorar seus processos. Além disso, nessa época surgem diversas metodologias que compilam os conceitos iniciais. Dentre as mais famosas pode-se citar o Seis Sigma, criado por Bill Smith na Motorola e popularizado por meio de seu presidente na década de 1980, Robert W. Galvin, que se tornou um dos principais proponentes dos quatro estágios: Medir, Analisar, Melhorar e Controlar. Além do seis sigma, a International Standardization Organization (ISO) ajuda a popularizar a padronização e o Lean ajuda a popularizar as lições aprendidas pela Toyota. É nesse período que se consolida a parte humana da mudança, principalmente pelas contribuições de Peter Scholtes. Começa-se a estudar técnicas e métodos de trabalho em equipe e maneiras de se alcançar melhores resultados com o time. É desse período o conceito de que gerenciar é alcançar objetivos com a equipe do jeito certo, ou seja, dentro da missão e dos valores da empresa. Surge também nessa época o World Class Manufacturing (WCM) que compila aprendizados, roteiros e ferramentas para a aplicação disseminada da melhoria em larga escala. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 23 5.2 O saber profundo- Conceitos fundamentais Deming postula que a melhoria deve se basear em 4 pilares e dominar esses pilares é um caminho para quem deseja ser um bom agente de melhoria: Visão sistêmica: Enxergar uma organização como um conjunto de processos que tem por objetivo cumprir a função do sistema empresa. Assim,cada organização deve transformar entradas em saídas, insumos em produtos e serviços menores em serviços maiores. Existem diferentes ferramentas para desenvolver essa visão. Um exemplo é a ferramenta do SIPOC para mapeamento de processos. Teoria do conhecimento: Gerar conhecimento é de fundamental importância para aumentar o desempenho da organização. Deve-se ter um método para aprender melhor, ou seja, o conhecimento não deve ser construído na base da tentativa e erro. Além disso, o aprendizado, do ponto de vista da organização, nunca deve ficar restrito a uma pessoa ou a um departamento, sendo preciso que toda a organização aprenda e continue aprendendo. Por isso, todo o aprendizado gerado deve ser disseminado. Algumas ferramentas que ajudam na teoria do conhecimento são aquelas criadas para permitir a utilização do método científico, como o ciclo PDSA e o Planejamento de Experimentos. Entendimento da variação: Todos os processos e resultados de uma organização variam. Entender a variação é saber quando uma mudança no indicador é natural e quando ela não é natural, ou seja, se tem uma causa específica. As ferramentas estatísticas ajudam exatamente nesse quesito. Psicologia: Organizações são compostas de pessoas e feitas para pessoas. Pessoas têm sentimentos e ambições. É importante entender o que motiva cada um individualmente, para juntar os esforços individuais visando atingir o propósito da organização. O agente de melhoria deve buscar desenvolver essas quatro habilidades, minimizando assim as dificuldades em se realizar projetos nas empresas. Além disso, é necessário domínio de alguns conceitos que serão trabalhados nos tópicos seguintes. 5.3 Mudança e Melhoria: conceitos e diferenças Um ponto central da ciência da melhoria é a sua relação com a mudança. É uma boa definição de insanidade fazer sempre a mesma coisa e esperar por resultados FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 24 diferentes. Não há como melhorar algo sem que se façam mudanças, ou seja, melhoria requer mudança. Entretanto, mudança nem sempre resulta em melhorias. Algumas mudanças, inclusive, pioram o desempenho de um processo, portanto, melhoria não é sinônimo de mudança. Figura 7. Esquema mudança x melhoria Este conceito, apesar de parecer óbvio quando exposto dessa maneira, é traiçoeiro. Na vida cotidiana, é costume pensar sempre em mudar. Em empresas, é comum haver planos de ação em que o autor lista que encontrou 350 oportunidades de melhorias. Está errado. Ele encontrou oportunidades de mudanças, que serão ou não melhorias, cabendo ao tempo dizer isto. Então como desenvolver mudanças que tenham grande probabilidade de serem melhoradas? Há uma maneira fácil de estruturar essas mudanças, por meio das três questões fundamentais da melhoria: 1) O que queremos melhorar? 2) Como saberemos que a mudança é uma melhoria? 3) Quais mudanças podemos fazer? Responder às três questões fundamentais da melhoria fornece o que é preciso para ser realizado um projeto de sucesso. As perguntas criam um mapa com as principais informações: ● O objetivo do esforço, foco. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 25 ● As métricas do esforço de melhoria, uso de um indicador. ● Quais mudanças podemos fazer? Quais mudanças podemos realizar para alcançar o nosso objetivo, ou seja, impactar nosso indicador? Quais mudanças não poderão ser feitas? Podemos contratar mais gente? Podemos colocar mais controles? Questão 1) O que queremos melhorar? Para responder à primeira pergunta, vale a pena seguir estas boas práticas: 1. Entenda o contexto em que sua organização está inserida. Converse, discuta o que está acontecendo com os demais envolvidos, buscando concretizar o que queremos fazer. É muito difícil sair com um objetivo concreto de uma situação, é como se houvesse uma “fumaça” na cabeça de cada um dos envolvidos. O que temos que fazer, como gestores de melhoria, é condensar essa fumaça em algo concreto, um objetivo. Para isso, precisamos entender o sentimento e as impressões de todos os envolvidos mais próximos. Não há maneira melhor para esse entendimento do que conversando com todos. 2. Defina um objetivo. Se o passo anterior era muito aberto, este deve ser muito fechado. Após as discussões, force a equipe a sair com um objetivo claro. Objetivos claros tem uma estrutura padrão: ● Verbo no infinitivo (diminuir ou aumentar) -> indicador -> em quanto -> onde -> até quando. ● Exemplos: Diminuir o número de refugos na linha de produção em 38%, até janeiro de 2017. ● Aumentar as vendas pelo site, de 100 vendas diárias para 400 vendas diárias até março de 2016. ● Diminuir o retrabalho na máquina em 80% até segunda-feira, 08/5/19. Essa definição clara de objetivo faz com que saiamos da “fumaça” que geralmente são os contextos das empresas e entremos em algo concreto. Uma vez claro o indicador, podemos alinhá-lo com o grupo e começar a trabalhar. 3. Por fim, coloque as restrições necessárias. Alguns exemplos de restrições são: não contratar mais pessoas ou não aumentar os gastos. Além desses, podemos ter restrições de escopo como, por exemplo, não fazer nenhuma mudança nos FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 26 processos de vendas. Uma vez feito isso, o seu time de melhoria está pronto para começar a trabalhar. Iremos falar mais sobre essa etapa inicial de definições quando explorarmos a fase Define do DMAIC. Figura 8. Primeira questão Questão 2) Como saberemos que a mudança é uma melhoria? Ao verificar se uma mudança deu errado ou certo, não basta o nosso feeling. Muitas pessoas desenvolvem ao longo do projeto verdadeiras histórias de amor pelas mudanças que propõem e, como sabemos, tanto amor pode afetar nosso julgamento. A segunda pergunta só pode ser respondida com a coleta de dados confiáveis, entendimento da variação e uso de contraindicadores. Uso de dados confiáveis: A coleta de dados confiáveis deve estar ligada à escolha de indicadores para o projeto. Um bom indicador: ● Está ligado a um processo; ● Todos sabem o que ele significa; ● Norteia a equipe de trabalho; ● É baseado em dados confiáveis. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 27 5.4 Entendimento da variação Invariavelmente, precisamos coletar dados sobre os processos para entendê-los e, além disso, é necessário compreender a variação dos dados para que haja um correto gerenciamento dos processos. Ou seja, é importante entender o motivo da variação dos indicadores para que se possa inferir qual é o real impacto da aplicação de uma mudança no processo. 5.5 Tipos de indicadores Além de ter indicadores e saber avaliá-los, também se deve saber quais os tipos de indicadores que irão melhor atender o objetivo da análise. Dessa forma, são apresentados neste tópico três tipos de indicadores que auxiliarão a realizar as medições necessárias. Figura 9. Questão 2 FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 28 5.5 Entendimento da variação Para tangibilizar esse tópico, criou-se um contexto: Supondo que o objetivo do gestor de melhoria é diminuir o tempo de ciclo do processo e para isso realizou-se uma mudança entre a semana 7 e a 8. Para saber se o objetivo foi atingido foi coletada a média do tempo de ciclo por semana para 6 cenários. Se os dados forem avaliados corretamente, pode-sesaber também se o tempo de ciclo foi diretamente afetado ou não pela mudança implementada. Figura 10. Média do tempo do ciclo antes e após mudança: Semana 4 e 11 FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 29 Tabela 4. Coleta da média do tempo de ciclo por semana para cada cenário A partir desse gráfico, o observador pode avaliar que a mudança gerou impacto positivo, pois o objetivo foi alcançado. Entretanto, só é possível identificar se houve uma diminuição no tempo de ciclo e se essa diminuição ocorre por conta da mudança implementada, caso os dados forem estudados da maneira correta. Para um melhor entendimento, é importante avaliar individualmente os 6 cenários em que o tempo do ciclo foi coletado semanalmente antes e depois da implementação de uma mudança. Com os dados fornecidos fez-se o gráfico de cada cenário para visualizar a média do tempo de ciclo ao longo das semanas antes e depois da implementação da mudança. Sendo assim, nas próximas imagens serão esboçados os comportamentos dos respectivos cenários, os quais devem ser avaliados cuidadosamente para entender se o tempo foi alterado pela mudança ou por qualquer outro fator desconhecido. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 30 Figura 11. Tempo de ciclo - Cenário 1 Pode ser observado que o cenário 1 possui uma redução no tempo de ciclo por consequência da mudança implementada. Isso porque há uma variação positiva logo após a mudança e esse comportamento perdura, ou seja, a mudança alterou o cenário para melhor e de forma consistente. Esse comportamento é chamado de melhoria. Figura 12. Tempo de ciclo - Cenário 2 Observa-se que antes e após a mudança, o indicador apresenta o mesmo comportamento, o que indica que não houve impacto. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 31 Figura 13. Tempo de ciclo - Cenário 3 Já no cenário 3, não se pode afirmar que há essa relação de causa e consequência, pois o comportamento de redução de tempo no ciclo já havia começado anteriormente à implementação de qualquer mudança. Figura 14. Tempo de ciclo. Cenário 4 Esse cenário pode gerar inicialmente dúvidas se o impacto causado pela mudança é uma melhoria ou não, pois de fato o tempo de ciclo diminui após a implementação. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 32 Entretanto, ao longo das semanas o indicador sobe novamente, ou seja, a mudança não se sustenta. Figura 15. Ciclo de tempo. Cenário 5 O cenário 5 mostra uma diminuição do tempo de ciclo que perdura ao longo das semanas. Mas é importante ressaltar que esse comportamento começou antes de acontecer a mudança, dessa forma, conclui-se que há uma melhoria, porém não é possível afirmar o motivo pela qual houve a diminuição do tempo de ciclo. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 33 Figura 16. Tempo de ciclo. Cenário 6 O último cenário mostra uma situação bem diferente dos demais. Nesse caso, houve um período de tempo em que foi registrado um aumento no tempo do ciclo e que depois normalizou, voltou para o mesmo patamar. Assim, para afirmar que a mudança gerada é uma melhoria, deve-se observar se o indicador demonstra um impacto positivo, relevante e duradouro, assim como demonstra o cenário 1. 5.7 Tipos de indicadores Além de ter indicadores e saber avaliá-los, também se deve saber quais os tipos de indicadores que irão melhor atender o objetivo da análise. Dessa forma, são apresentados neste tópico três tipos de indicadores que auxiliarão a realizar as medições necessárias. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 34 Figura 17. Tipos de indicadores Resumidamente, ● Indicadores de resultado: Indicam se estamos atingindo nosso objetivo ● Indicadores de processo: Indicam se estamos aplicando as melhorias com as quais nos comprometemos para atingir o objetivo. Medidas de processo nos auxiliam a aprender se nossa mudança não está causando o impacto desejado ou se simplesmente não estamos a aplicando; ● Indicadores de equilíbrio ou contraindicadores: Indicam se estamos “piorando” outra parte do sistema para atingir nosso objetivo. Dá-se um destaque para o contraindicador, pois de nada adianta somente saber que o objetivo está sendo alcançado, é preciso averiguar se isso ocorre devido a uma mudança realizada. E para saber se a mudança é uma melhoria, é necessário identificar se a mudança influencia negativamente outro indicador. Por exemplo, pode ser bastante fácil aumentar o nível de serviço de um distribuidor apenas aumentando o volume em estoque ou então diminuir o tempo de um processo mas aumentar o seu custo. E isso é medido pelo contraindicador. Questão 3) Quais mudanças podemos fazer Ao lidar com a terceira questão, devemos ter em mente que é preciso realizar mudanças no processo se desejamos melhorá-lo. Um bom processo é aquele em que as pessoas têm facilidade de fazer as coisas certas e dificuldade em cometer erros. Além disso, é preciso saber que não existe apenas uma mudança possível. Geralmente, a primeira ideia de mudança nem sempre é a melhor. Tome seu tempo pensando e estudando as possíveis alternativas de mudanças. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 35 Podem-se usar quatro estratégias para desenvolver mudanças: Análise crítica da situação: nesta, usamos uma série de ferramentas para entender o processo em seus detalhes e, com base nesse conhecimento, desenvolver maneiras de melhorá-lo. As ferramentas podem ser desde análise de indicadores, como gráficos de controle, tendência e frequência, quanto ferramentas de análise de processos, como a busca por desconexões, a utilização de diagramas de causa e efeito, os 5 porquês, entre outros. Uso da tecnologia: é uma boa estratégia, aplicada na troca de instrumentos, softwares, materiais, produtos, entre outros. Entretanto, pode ser cara e deve-se estar atento para as “armadilhas”. Por exemplo, dentro de uma fábrica podemos trocar uma máquina antiga por uma máquina nova e mais produtiva e, com isso, aumentar a produtividade geral da planta. Ou então, se a máquina que trocamos não for o gargalo da fábrica, apesar do investimento, não iremos afetar positivamente o sistema como um todo. Uso da criatividade: trata-se do uso de técnicas sistemáticas que irão ativar a criatividade quebrando o modelo mental, como o Pensamento lateral, Método Ingenious, Systematic Innovative Thinking (SIT) e Método TRIZ. Todos esses são abordados no curso de Criatividade da FM2S. A partir da utilização dessas técnicas, desenvolve-se a criatividade facilitando a criação de soluções úteis e inovadoras; Benchmarking/conceitos de mudança: é apostar no que já deu certo. Pensando nisso, algumas instituições compilaram inúmeros projetos de melhoria pelo mundo, de maneira a estudar as soluções empregadas com sucesso e extrair o conceito de cada uma delas. Saber que temos várias alternativas para uma mudança é muito útil em situações reais do nosso dia a dia. Geralmente, nos apaixonamos por uma mudança, que pode nem sempre ser a melhor. Devemos ter uma boa utilizaçãodas estratégias e, antes de tomarmos uma decisão e implementarmos uma mudança, devemos ter certeza de que esgotamos as demais alternativas. Para se aprofundar um pouco mais sobre conceitos de mudanças, recomendamos que você baixe nosso e-book “Conceitos de Mudanças”. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 36 https://www.fm2s.com.br/material-de-apoio/ Figura 18. Quais mudanças podemos fazer? 6. As habilidades de um agente de melhoria Os hábitos comuns são listados na Figura 19: Figura 19. As habilidades de um agente de melhoria FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 37 Habilidade em lidar com dados: um agente de melhoria deve saber coletar e interpretar dados. Ele deve entender a variação de seus processos e aprender com ela. Só assim ele estará ligado ao mundo real e não em especulações de sua mente ou colegas. Como diria Deming: “Sem dados, você é apenas mais um sujeito com uma opinião”. O desenvolvimento dessa habilidade se dá por meio do ensinamento de ferramentas como os gráficos de Controle, Frequência e Tendência, além de ferramentas mais complexas como a análise do sistema de medição, a regressão linear e a regressão logística. Entender a situação atual: para melhorar, é necessário saber o que está acontecendo. É preciso olhar para um sistema e saber para que ele existe, além de entender como seus processos e procedimentos estão conectados. Entender a situação atual é não olhar apenas para os indicadores de um sistema, mas também saber mapear seus processos. Desenvolver mudanças: um bom agente de melhoria desenvolve mudanças com rapidez e maestria. Ele é capaz de, rapidamente, propor diversas alternativas para a maneira como as coisas são feitas. Detalharemos no curso de Green Belt cada uma das quatro estratégias de desenvolvimento de mudanças. Testar mudanças: o ciclo PDSA é o coração de nosso modelo e a ferramenta que suporta a experimentação. Dominar a elaboração de bons experimentos e testar as mudanças que vamos fazer é o que vai colocar nossa mente em sintonia com a realidade. Um agente preparado de melhoria deve saber estruturar experimentos de maneira a testar o máximo de predições com o mínimo de recursos. No curso de Green Belt, ensinamos ferramentas como a estratégia dos Experimentos Fatoriais, que nos permite tirar o máximo de nossos testes. Implementar mudanças: é necessária uma boa carga de psicologia para fazer com que mudanças sejam implementadas em organizações. Por mais que tenhamos a convicção de que uma mudança é uma melhoria, sem convencer os envolvidos ninguém irá trabalhar no que estamos propondo. Saber fazer essa implementação com maestria é trabalho do agente de melhoria. Disseminar mudanças: Disseminar os resultados de curto prazo gerados pelas mudanças tornando-os acessíveis para um grande público. Para que as pessoas possam tomar a decisão de adotar as mudanças propostas, o agente de melhoria tem que fazer com que essas pessoas se tornem conscientes dos problemas reais que as mudanças FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 38 vêm resolver e de que essas mudanças são de fato uma melhoria. A base de toda disseminação é uma boa comunicação. Trabalhar em equipe: O agente de melhoria deve saber liderar equipes (muitas vezes multidisciplinares) para a obtenção dos resultados propostos. Trabalhamos bastante a parte de gestão de equipes no Black Belt, pois quanto mais complexos os projetos, mais pessoas temos envolvidas. Uma vez que o agente desenvolve cada uma destas sete habilidades, ele caminha para se tornar um bom agente de melhoria. 7. Roteiro de melhoria Roteiros de melhoria são uma sequência estruturada de atividades a serem realizadas, as quais são acompanhadas de ferramentas que visam produzir melhorias em nossos processos. Seguindo à risca esse passo a passo, iremos conseguir melhorias significativas em nossos processos. Embora os Roteiros de melhoria sejam muito úteis, não podem ser vistos como dogmas fundamentais ou fórmulas mágicas. Alguns tipos de Roteiro de Melhoria podem ser: ● DMAIC; ● Kaizen 7 passos; ● Os 8 passos do TBP (Toyota Business Practice). Produtos ou necessidades: A empresa tem: ● Uma oportunidade. ● Um problema. ● A necessidade por ● uma melhoria. A empresa precisa: ● Um processo melhor. ● Um produto melhor. ● Mais conhecimento. ● Melhor desempenho. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 39 O roteiro DMAIC, por exemplo, ajuda a empresa a sair de um patamar do que ela tem para o que ela precisa. De forma geral, cada roteiro aborda as mesmas etapas, tais como: 1) Uma etapa de entendimento da situação atual; 2) Uma etapa de desenvolvimento de mudanças; 3) Uma etapa de teste de mudanças; 4) Uma etapa de implementação das mudanças. Para evidenciar essa importância, é apresentado um exemplo em que não houve foco no objetivo antes de realizar mudanças e desenvolver seus produtos, o que poderia ter proporcionado uma economia de tempo e investimento financeiro no produto desenvolvido, além de um atendimento da expectativa dos clientes: “Enquanto os engenheiros da empresa A gastavam seu tempo e energia desenvolvendo tocadores de CD cada vez melhores, a empresa B desenvolveu o tocador de MP3. Se a empresa A soubesse que os clientes queriam na verdade ouvir música ao invés de comprar CDs, provavelmente ela ainda estaria no mercado.” Esse exemplo é ilustrativo, pois, da mesma forma que os engenheiros da empresa A fizeram, muitos agentes de melhoria priorizam a forma (o roteiro) ao invés do objetivo (a melhoria). Em uma atividade de melhoria, o objetivo é melhorar um processo, impactar um indicador e não rodar o Roteiro X ou o Roteiro Y. Não importa o roteiro contanto que possamos chegar à melhoria. 8. Aprofundamento sobre os passos do Roteiro DMAIC FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 40 Figura 20. Roteiro DMAIC Na fase do Define nós definimos qual é o problema ou a oportunidade que queremos trabalhar. Nela, respondemos às duas primeiras perguntas fundamentais, entendendo a real necessidade da organização. O maior desafio aqui é cristalizar as impressões particulares de cada envolvido no projeto para chegar a um objetivo mais palpável. A saída fundamental da fase Define é a formulação do contrato de melhoria, que irá pautar todos os esforços futuros. Algumas ferramentas usadas nesta fase são: ● Técnicas do VOC (Voice of Customer), que nos ajuda a coletar informações do cliente; ● O SIPOC, que nos ajuda a enxergar melhor o processo; ● A árvore CTC (Critical do Customer) ou CTQ (Critical to Quality), que nos ajuda a transformar ideias abstratas em indicadores concisos; ● O contrato de melhoria, que compila e formaliza todo o discutido. A fase seguinte é a fase do Measure, onde vamos começar a entender as coisas como elas são. Essa fase tem duas frentes de trabalho distintas: a de processos e a de dados. Na frente de processos, nós mapeamos o processo atual e entendemos como ele funciona. Identificamos quais são suas atividades e como elas se conectam. A grande saída dessa frente é um fluxograma que explica exatamente como nosso processo transforma suas entradas (matérias-primas) em saídas (produtos ou serviços). Na frente FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - EdifícioVértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 41 de dados, nós medimos o desempenho do processo. Para isso, temos que coletar dados (indicadores) sobre o que está acontecendo e analisá-los. Algumas ferramentas desta fase são: Para processos: ● A ferramenta do SIPOC, com ênfase no mapeamento de processos; ● A criação de fluxogramas; ● A elaboração de um VSM (Value Stream Mapping, ou Mapeamento do Fluxo de Valor); ● A criação de Diagramas de Espaguete, ou ● Diagramas de Layout; ● A análise e criação de instruções de trabalho e definições operacionais. Para dados: ● Formulários de coletas de dados e folhas de verificação; ● Gráficos de Tendência; ● Gráficos de Controle; ● Gráficos de frequência (Histogramas, Box-Plots, ● Gráficos de Barras, de Setores, de Pareto etc.); ● Análises de capabilidade; ● Análises MSA (Measure System Analysis); ● Ferramentas para a transformação de variáveis. A terceira fase é a do Analyze. Nela fazemos duas coisas: analisamos criticamente nossos dados e procuramos desenvolver mudanças que vão gerar melhorias. Ao final dessa fase, já teremos formatado as nossas primeiras mudanças a serem testadas. Algumas ferramentas: Para dados: ● Estudo de correlação, como gráficos de dispersão e ● planilhas de contingência; ● Análise de Regressão Linear. Para processos: ● Os 5 porquês; FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 42 ● O diagrama de Ishikawa, ou diagrama de causa e efeito; ● Diagramas de árvore; ● Análise de Valor; ● Criação de Poka-Yokes; ● Análise de desconexões; ● As técnicas de criatividade; ● Os conceitos de mudança. A penúltima fase é a fase do Improve, onde vamos melhorar as nossas mudanças e começar a melhorar o nosso processo. Nessa fase nós iniciamos nossos experimentos. As ferramentas mais importantes a serem trabalhadas são o ciclo PDSA e o planejamento de experimentos, usando experimentos fatoriais. Ao sairmos do improve, já vamos saber exatamente quais ferramentas devemos implementar. A última fase é a fase do Control. Nela de fato implementamos as mudanças vencedoras. Para que essa implementação seja bem feita, é importante trabalhar algumas ferramentas de psicologia e aprender a fazer bons padrões e bons treinamentos. 9.Fase Define No Define, você irá entender a situação atual, ou seja, irá adquirir conhecimento de como está o processo (o que as pessoas estão fazendo) e qual o resultado disso (análise de dados). Esse entendimento passa por duas portas: a porta de processos e a porta de dados. A porta de processos é onde mapeamos os processos envolvidos com a nossa meta do projeto de melhoria. Fazer esse mapeamento significa entender exatamente como que as entradas se transformam em saídas 9.1.O SIPOC O SIPOC é uma ferramenta utilizada para mapear processos. Com ele, é possível esclarecer melhor as etapas do processo, definindo e formalizando diversos fatores que impactam diretamente na execução do trabalho. É uma forma diferente de enxergarmos o nosso processo, extremamente didático. Passamos a olhar o processo não FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 43 somente como uma sequência de atividades, e sim pelo que ele produz e recebe. Seu nome vem de uma sigla inglesa para S (Suppliers= fornecedores), I (Input= entrada), P (Process=processo), O (output= saída) e C (Customers=clientes). Figura 21. Passos do processo Fornecedores: Neste espaço, o ideal é que sejam marcados os seus fornecedores. Entradas: Nessa etapa vamos especificar exatamente o que eles fornecem, ou seja, o que entra no processo de transformação. Processo: Nesse campo devemos identificar a interação entre as etapas do processo, Aqui é criado um mapa de como as tarefas são executadas, evidenciando como funciona a produção e mostrando a ordem em que as matérias primas são transformadas. Saídas: Aqui, devemos identificar as saídas do processo, pode ser um produto final que vai para o cliente ou até um produto interno. É importante mapear essa parte para que fique claro a importância que essa ou aquela etapa impacta no produto final. Clientes: Aqui marcamos quem será o cliente final que receberá o seu produto. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 44 A ferramenta do SIPOC é simples, ela garante que os processos sejam analisados em seus números mais relevantes. A implementação desse sistema não se baseia somente em listar itens, aqui, é necessária a reflexão sobre o processo, e é isso que possibilita o mapeamento eficaz. 9.1.1 Por que usar o SIPOC no Define? 1. Entendimento macro do processo; 2. Alinhamento das discussões; 3. Busca por indicadores através da visão sistêmica; 4. Divide o processo em etapas, o que ajuda no desenvolvimento de mudanças. 9.2 O VOC - Voice of Customer A metodologia VOC cresceu junto com o Seis Sigma e tem como objetivo facilitar a identificação de pontos de melhoria de forma precisa e eficiente, sob o ponto de vista do cliente. 9.2.1 Primeiro passo: Coletar informações dos clientes (Internos e externos) Podemos coletar as informações dos nossos clientes de maneira: Reativa: É quando a informação chega até você por meio de uma reclamação, assim como o Reclame Aqui e o SAC Ativa: Ao contrário das fontes reativas, você não tem os dados que precisa, então vai buscar coletá-los, como formulários e entrevistas. Ao coletar as informações necessárias, atente-se: ● Os clientes podem ser vagos em sua explicação; ● Seja específico; ● Considere um fator por vez; ● Busque a necessidade do cliente, não a sua solução favorita; ● Expresse os requerimentos em fatores mensuráveis; ● Identifique o que é “aceitável” ou “inaceitável. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 45 https://www.voitto.com.br/blog/artigo/seis-sigma-em-todo-lugar Agora, com as informações que coletou ou chegaram até você, é o momento de abordar o conceito de Árvore CTC. 9.2.2 Árvore CTC A árvore CTC é utilizada para decompor os requisitos do cliente a fim de se tornarem melhores mensurados, explicitando quais são os indicadores mais importantes para o cliente e os que devem ser trabalhados nos projetos de melhoria. Figura 22. Árvore CTC A árvore CTC é constituída em 4 etapas. E serve de base para criar dados estruturados sobre meu processo. ● Na primeira, deve definir o que é o meu produto com qualidade. ● Na segunda, deve conversar com as informações adquiridas dos clientes e extrair os direcionadores de qualidade do produto. Ex: Peguemos um carro como produto. Quais são as qualidades para que seu cliente adquira esse carro. ● Na terceira, mede-se as variáveis do produto. Ex: Medir o quanto o carro é econômico ou resistente, e se nessas medidas ele é considerado bom. ● E na quarta etapa olha-se os indicadores de processo. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 46 9.3 O contrato de melhoria - Fase Define O contrato de melhoria é um acordo entre o patrocinador do projeto e a equipe de melhoria sobre o que é esperado do projeto Ele contém uma descrição clara do incômodo que se pretende aliviar, bem como os objetivos e indicadores do projeto. Ele nos ajuda: ● Esclarecer papéis e responsabilidade; ● Focar a equipe; ● Levantar problemas e oportunidades; ● Definir pontos de interação; ● Definir pontos de comunicação entre a equipe e o patrocinador. Renegociaçõessão possíveis no contrato, poucos projetos terminam sem reformulações em seu contrato: ● O escopo muda; ● A equipe muda; ● Os recursos mudam; ● Eventos externos “acontecem”. 9.3.1 Os elementos do contrato A Tabela 5 demonstra, de forma ilustrativa, os elementos de um contrato de melhoria: FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 47 Tabela 5. Elementos do contrato 9.3.2 Atribuição de metas ● Cuidado com os abusos e distorções que aparecem junto das metas numéricas; ● Frente a uma meta não batida, as pessoas podem distorcer o sistema para batê-la; ● Entenda a variação para atribuir uma meta; ● Coloque metas SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Time-bound). Dica: “Meta sem método é crueldade. Seja flexível e abuse do benchmarking” FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 48 9.4 Case do Despachante Aduaneiro Agora que vimos os conceitos por trás das ferramentas, e aqui há o passo a passo da fase Define, abordamos um exemplo de contextualização com o SIPOC, VOC e a árvore CTC. Relembrando os passos do Define: Iniciar o projeto conversando com os clientes e entender os sinais de motivação, depois diagnosticar o processo a ser trabalhado através do SIPOC, desmembrar o VOC e desdobrar na árvore CTC para formalizar o contrato de melhoria. 9.4.1 O que é um despachante aduaneiro? O despachante aduaneiro é o profissional com poder outorgado pelo exportador ou importador, que se encarrega de apresentar para Alfândega, a documentação estabelecida nas normas tributárias, relativas ao despacho aduaneiro de importação ou exportação. 9.4.2 E como funciona esse processo de importação e exportação? Temos dois eventos principais: A saída da carga do país de destino e a chegada da carga na fábrica do país que está comprando. Entre esses dois eventos, várias etapas precisam ser cumpridas, como: negociação de taxas, informar o governo sobre suas importações, retiradas de licenças, etc. É um trabalho complexo, então, o despachante aduaneiro realiza esses processos. Agora, voltando ao caso, suponhamos que os clientes desse despachante depositem no início do mês o valor que ele utilizará para fazer os trâmites necessários e ao final do trabalho, o profissional terá em mãos as faturas de tudo que pagou e agilizou para seu cliente. Então, aqui completa o ciclo de serviço do profissional. Ele precisa de o fluxo de informações que ele passará para a fatura esteja de acordo com os processos realizados, correto? Aqui, falamos de um caso no qual o despachante estava com problemas em seus fluxos informativos, a equipe não dava conta de realizar o que precisava e a intensidade de retrabalho era grande além de demorada. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 49 Para ajudar esse profissional, devemos entender e destrinchar as informações que o SIPOC pode oferecer. S I P O C Fornecedor Carga física no porto Transporte de cargas Carga Física Cliente Transportadore s do governo Relatórios de custos Fatura Cliente Fornecedor Informações do fornecedor Documentos do processo Governo No Define, não há necessidade de ter um detalhamento extremamente especificado. Aqui, buscamos apenas os indicadores e olharemos os detalhes somente no futuro. É importante nesse início, delimitar muito bem as saídas e entradas. A primeira entrada é a da carga física que sai do porto. Também como entrada tem os relatórios de custos e as informações dos fornecedores e transportadores. A primeira saída é a da carga física que irá para o cliente final. Há a fatura que será entregue para quem contratou os serviços e há a saída “documentos dos processos” que podem ser diversas e essas serão entregues ao governo. Tendo tudo definido, podemos utilizar o VOC e a árvore CTC para definir o que é considerado um bom serviço dentro da área. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 50 Figura 23. Árvore CTC do case Agora é o momento de passar as informações retiradas do SIPOC e a Árvore CTC para o contrato de melhoria. E com isso, completamos a etapa de Define. 10. Fase Measure O objetivo da fase Measure é entender a situação atual a partir de dados e métricas. ● No Measure, você irá entender a situação atual. ● Esse entendimento passa por duas portas: a porta de processos e a porta de dados. ● Na porta de processos, você vai mapear os fluxos (de informações, materiais, etc.) e entender os procedimentos. ● Na porta de dados, serão coletados e analisados os dados. Os dados podem ser analisados estaticamente (quanto à frequência), dinamicamente (com gráficos de controle) e comparados com os requisitos dos clientes (capabilidade). FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 51 Ao final do Measure, deve ser exposta a situação atual para todos os envolvidos. 10.1 Passo a passo 10.2 A porta de processos É o primeiro grupo de atividades que temos de fazer na etapa Measure para entender o que está provocando a ineficiência de alguns processos. Em linhas gerais, nessa etapa, mapeamos os processos ao levantar as informações e desenhamos os fluxogramas para passar as informações adiante. Aqui, analisamos detalhadamente o que está acontecendo, pois dessa forma podemos enxergar a organização como um sistema. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 52 Figura 24. Organização como sistema A visão sistêmica é um pilar do conhecimento profundo. Enxergar a organização como um sistema é perceber se ela está cumprindo seu propósito, e essa visão precisa ser analisada detalhadamente. Quando olhamos a organização em um nível de processos, que se apresenta como mais complexo e detalhado que as atividades individuais e menos complexo que um sistema completo, queremos entender como um grupo de entradas se transformam em um grupo de saídas. Mapear processos significa ter esse entendimento. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 53 Figura 25. Aprofundamento do sistema 10.2.1 Mapeamento de processos Processos é a maneira como as entradas se transformam em saídas e geralmente não é simples entender como os processos acontecem na organização, passo a passo. Quando olhamos para qualquer organização, vemos uma figura parecida com essa. Figura 26. Organizações na prática FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 54 Ao analisar a imagem, é possível notar que as entradas passam pelos integrantes da organização e após processados se transformam em saídas, mas ainda sim é confuso e não eficiente. Mapear um processo é isolar um fluxo de como um grupo de entradas se transformam em um grupo de saídas, ou seja, isolar uma parte desse processo. Figura 27. Mapear um processo Existem várias estratégias para segregar esses fluxos e os deixarem possíveis de serem analisados. Uma das maneiras mais tradicionais de representar uma área ou organização é por um fluxograma que mostra como as pessoas estão organizadas hierarquicamente.FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 55 Figura 28. Entender melhor o processo Qual é o resultado de um bom mapeamento? ● Entendimento do processo; ● Conhecimento sobre fluxo de trabalho; ● Ilustração de um fluxograma; ● Identificação das desconexões. Antes de começar as pesquisas, as entrevistas, é interessante termos isso em mente: Os processos não são tão simples como pensamos antes de conhecê-los. Dica: As falhas estão nos detalhes. Figura 29. Como realmente é um processo FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 56 10.2.2 Mapeando 1) Defina o escopo do mapeamento! ● Para que vamos mapear este processo? Qual o objetivo da melhoria? ● Reduzir custos? ● Reduzir complexidades? ● Reduzir retrabalho? ● Simplificar o fluxo de informações? 2) Defina os limites do seu mapeamento Figura 30. Escopo e limites do mapeamento 3) Identifique e entreviste os envolvidos no processo FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 57 Figura 31. Sipoc 4) Conecte os SIPOCs e monte um fluxograma ● As saídas da pessoa analisada devem ser as entradas da pessoa seguinte (clientes); ● As entradas da pessoa analisada, devem ser as saídas das pessoas anteriores (fornecedores); ● E assim por diante... Figura 32. Conecte os SIPOCS e monte um fluxograma FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 58 10.2.3 Vantagens do mapeamento ● Facilita o aprendizado da equipe sobre o processo; ● Torna o que está acontecendo visível; ● Demonstra papéis e relações entre os envolvidos no processo; ● Identifica gargalos, desconexões, etapas desnecessárias, etc. ● Permite medir o tempo das atividades; ● Identifica “quick wins” do projeto. 10.2.4 Os fluxogramas ● Fluxogramas são representações gráficas dos nossos processos. ● Quando bem feitos, eles nos ajudam a disseminar os conhecimentos obtidos na etapa de mapeamento. Figura 33. Os símbolos no fluxograma. 10.2.4.2 Os tipos de fluxograma 2) Fluxograma Vertical FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 59 Figura 34. Exemplo de fluxograma vertical 3) Fluxograma Multifuncional Figura 35. Exemplo de fluxograma multifuncional 4) Fluxograma Espaguete FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 60 Figura 36. Exemplo de fluxograma espaguete 5) VSM - Value Stream Map FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 61 Figura 37. Exemplo de VSM 10.2.4.3 As vantagens em elaborar um fluxograma ● Facilita o aprendizado da equipe sobre o processo; ● Torna o que está acontecendo visível; ● Demonstra papéis e relações entre os envolvidos no processo; ● Identifica gargalos, desconexões, etapas desnecessárias, etc. ● Permite medir o tempo das atividades; ● Identifica “quick wins” do projeto. 10.2.4.4 Erros ao elaborar um fluxograma Agora vamos falar um pouco sobre os erros mais comuns ao se elaborar um fluxograma. O primeiro deles é o que já comentamos anteriormente, mas sempre é bom lembrar: desprender-se da realidade. É o que a Figura 38 demonstra. FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 62 No mapeamento e na elaboração do fluxograma, temos que mapear como o processo realmente é, não como o processo deveria ser ou então como nós pensamos que ele é, mas sim como ele realmente é. Nas fases seguintes, iremos discorrer mais profundamente sobre como o processo poderia ser, depois de usarmos uma série de ferramentas analíticas para torná-lo mais simples e mais eficiente. Figura 38. Erros ao elaborar um fluxograma 10.2.4.5 Sugestão de Software para criação de fluxograma ● Bizagi ● Visio ● Excel 10.3 Porta dos dados Essa é uma vertente muito importante do Seis Sigma, por aqui podemos entender os nossos processos a partir dos dados que temos. Diferente dos fluxogramas, que FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 63 https://www.bizagi.com/pt https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/visio/flowchart-software https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/excel entendemos os processos a partir das atividades, aqui passaremos a olhar para nossos indicadores. Figura 39. Porta de dados passo a passo Os dados são registros compilados de uma série de operações que fazemos para fazer referência ao mundo real, portanto, são bem menores que esse mundo físico. Produzir dados significa simplificar o que está acontecendo na organização em registros analisáveis. 10.3.1 Dados estruturados Supondo que somos agentes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e temos recebido reclamações dos usuários quanto à grande quantidade de voos atrasados. Precisamos avaliar se as companhias aéreas tem um bom desempenho quanto à pontualidade e se algo está influenciando os atrasos. ● Qual é o evento? ● Vamos ter que observar cada voo chegando em um aeroporto, vide Tabela 6. ● Qual é a característica principal? ● Temos que ver se o voo está atrasado. Para isso, temos que ver a hora que era para ele chegar e a hora que ele realmente chegou. ● Quais as outras características (variáveis) que gostaríamos de entender? ● Temos que observar de que companhia aérea era cada voo. Assim podemos ver se há uma companhia com desempenho pior que a outra e agir. Podemos também FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 64 avaliar qual é o número do voo, para pesquisar se algo aconteceu com aquele específico. ● Como vamos estruturar os subgrupos para a análise? Coletando que dia aconteceu cada voo, podemos avaliar a porcentagem de atrasados por dia. Assim, se um dia sair muito fora em relação aos outros, podemos ver que houve um problema isolado Tabela 6. Dados estruturados Lembre-se que temos vários tipos de dados que podemos coletar, que vão nos possibilitar várias análises depois. 10.3.2 Modelagem da coleta de dados Após identificadas as características que serão medidas, pode ser necessário: FM2S Treinamento em Desenvolvimento Profissional e Gerencial LTDA - ME Av. Alan Turing, 345 - sala 06 - Edifício Vértice Cidade Universitária - Campinas - SP - CEP: 13083-898 www.fm2s.com.br 65 ● Fazer a definição operacional da variável; ● Coletar os dados em um bom sistema de medição. O passo seguinte é avaliar: ● Frequência; ● Estabilidade; ● Capabilidade. 10.3.3 O passo a passo da coleta de dados 1) Identifique o objetivo e a característica de “saída” a ser medida (a partir do seu modelo); 2) Identifique quais outras características podem afetar no entendimento do problema (fatores de entrada, variáveis de estratificação, etc.); 3) Crie definições operacionais claras; 4) Crie um formulário de coletas de dados; 5) Valide o formulário de coleta de dados; 6) Identifique
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