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Resumo geografia 1

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AULA 1 – O QU E É G EOG RAFIA? 
O espaço geográf i co re sul ta d a rel ação h ome m nature za atravé s d o trabal ho que é uma ação cons cie nte pel a sobre vi vê nci a e é uma p ráti ca soci al , poi s env ol ve a rel ação home m - homem; é um produto hi s tó rico. .. que apresenta em cada mome n to as caracte rísti cas da socie dade que o produz. Na Gré cia anti ga os astrôn omos de screvi am a Te rra conhe ci d a da forma mate máti ca como a conce bi am. Os vi aj an tes rel atavam o mundo a partir dos cami nhos pe rcorridos ; l og o a vi s ão desse s pe ns adore s apre se ntava re sul tados di fe re nte s . Os e le me ntos que define m a G e ografi a: O contexto (histó rico) , o de se n volvi me nto ( té cni co ) e o p osi ci on ame nto ( pol ítico) . Dife rença e ntre a Ge ograf ia surgida na G réci a e a G e ografia que se faz h oje : A ge ografi a surgi da na Gréci a e ra resul tado dos rel atos de v i aj ante s o u dos e stud os de matemáti cos e astrônomos. P re ocupavam- se em descreve r o mundo conhe cido po r el e s. Atu almente , a descrição não ate nd e mai s aos i nte re sse s do h ome m, que j á te m conh e ci me n tos mai s amplos e sab e que a organi zação dos e s paços i mpli ca o conhe ci me nto das re l açõe s soci ai s , pol íti cas e i de ol ógi cas. 
A i mportânci a d a Geografi a está e m sabe r le r o e spaço q ue se que r compree nde r. 
 • A Geografia que se faz hoje não é a mesma surgida na Grécia Antiga.
• A s mudanças n o mo do de ve r a Geo grafi a f oram re sul tado da e vol ução d os conhe ci me n tos 
 e scol a pre ci sa se re adaptar à nov a vi são da Geografi a.
• A s mudanças n o mo do de ve r a Geo grafi a f oram re sul tado da e vol ução d os conhe ci me n tos 
 • A s mudanças n o mo do de ve r a Geo grafi a f oram re sul tado da e vol ução d os onhe ci me n tos 
 • As mudanças no modo dever a Geografia foram resultado da evolução dos conhecimentos do homem. 
• A escola precisa se readaptar à nova visão da Geografia.
AULA 2 – AS O RIG ENS E PRESSUPOSTOS DA G EOGRAFIA 
A geografi a mod e rna bus ca art i cul ar todos os compone nte s re l ati vos ao e sp aço , de ntre o s quai s o home m, a nature za e as di fe ren ças entre lugares e re gi õe s, identificando suas div e rs as i nfl uê n ci as e correl açõe s. As condiçõe s para a si ste mati zação do sabe r ge ográfi co - Morae s assi nal ará al guns pre s supos tos que f avo rece ram a formação da Ge ografi a como u m sabe r si s te mati zado: A ampl i ação do conhe cime nto do mun do propi ci ada pe l a e xpansão maríti ma e uropei a; A produção de i nv entários so bre os lugares; A me lhoria d as té cni cas de nave gação; 
As corre nte s fi losóf i cas do sé cul o XVIII, que val ori zam a expli cação racion al d o mun do; A f ormação dos e s tados nacionai s e a ne ces sidade de racion ali z ar a ge stão do te rritóri o, popul ação e re cursos n aturais ; A s te ori as evol u cionistas, que colocaram e m discuss ão a rel ação e ntre natureza e soci edade . 
Re capi tulando, 
1 – P ara os autore s, ex i ste um sabe r ge ográfi co inse rido em nossas açõe s e f ormas de 
conce be r o mundo . Foi a parti r di ss o que mui to s pens adore s da Anti gui dade , – astrônomo s, f il ósof os, mate máti cos –, come çaram a f aze r uma inte rpre tação ge ográf i ca do mun do. 
 
2 – Ess a i nte rpre tação ge o gráfi ca do mund o não obede ci a a um cri té ri o, ou sej a, não l evava 
e m con ta v ari áve is co muns. Ora e s tu dava- se a f orma da Terra, ora os ti pos cli máti cos. Esse 
sabe r aind a era di spe rso. 
Moraes ( 1997) assi nal ará al gun s pre ssupo stos que f av orece ram a f o rmação da 
Ge ografi a como um sab e r si ste mati z ado. São eles:
• A ampl i ação do con he cime n to do mund o propi ci ada pela ex pansão maríti ma européia. 
 produção de i nve n tári os sob re os l u gares re ali zados e m e xpedi çõe s e xpl o ratóri as e 
• A produção de i nve n tári os sob re os l u gares re ali zados e m e xpedi çõe s e xpl o ratóri as e ci e ntífi cas.
 • A me l hori a das té cni cas de nave gação e , por conse guinte, uma me l hora gradual as té cni cas 
 A me l hori a das té cni cas de nave gação e , por conse guinte, uma me l hora gradual das té cni cas cartográf i cas.
 A ampl i ação do con he cime n to do mund o propi ci ada pela ex pansão maríti ma e urop éi a. 
• A produção de i nve n tári os sob re os l u gares re ali zados e m e xpedi çõe s e xpl o ratóri as e 
• A s corren tes fi l osó fi cas do sé cul o XV III, que val o rizaram a e xplicação raci onal do mund o, e com i sso, valori zaram temas ge ográf i cos , es pe cial me nte li gados à nature za e seus fe nômenos. 
 A f ormação dos estados naci o nai s e a ne ce ssi dade de raci onal izar a ge stão do te rritóri o, popul ação e recurso s naturai s. 
• A s te ori as e voluci oni stas, que co locaram e m di scussão a rel ação en tre nature z a e socie d ade , 
buscando i de nti ficar os ef eitos da natureza sob re a socie dade .
Em resumo: 
 
Al gu ns fato res f avo re ceram a si s te mati zação da Ge ograf i a. Primei ro, a exp ansão maríti ma e uropei a e a ampl i ação do conhe ci me n to do mund o. Se gund o, in ve ntários reali zados por vi ajantes e cie nti stas, que re uni ram uma sé ri e de de scri ções sob re dif e re nte s l u gares e suas princi pai s característi cas.Tercei ro, o de se nvolvi me nto do conhe cimento té cni co, sobre tu do no campo da cartogra fi a, que facil i tou , incl usive, a expansão maríti ma. Por fim, mas não me nos i mp ortante , pode - se consi de rar as mudanças na f orma de pensar e 
i nte rpretar o mundo, a socie d ade , a nature z a, que se fe z pre se nte , espe cial me nte , na fil osof i a. Durante mui tos sé cul os, o s abe r ge ográf i co e stav a d i spe rs o. 
As conjun turas hi stóricas associ adas ao de se nv ol vi me nto té cni co pe rmi ti ram uma ampl i ação da vi s ão de mundo e contribuíram para a s i ste mati zação d o sabe r geo gráfi co. 
 
AULA 3 – AS PRINCIPAIS CORRENTES DA G EOG RAFIA – PARTE 1 – A G EOGRAFIA 
TRADICIONAL 
Humbol dt e Ri tte r ti ve ram um pape l f un dame n tal ao si ste mati zar o pe nsame nto ge ográf i co, conferi ndo a Ge o grafi a um corpo, dando- lhe, nas p alavras de Moraes, uma cid adani a acadê mi ca, agora a ge ografi a e ra uma dis ci plin a uni ve r si tári a. As si m a ge ografi a se ri a a sínte se dos conhe ci me ntos da Terra, dife re nci ação entre os lugares e re l ação h ome m - nature za – se tornaram a b ase sobre a qual se cons trui ri a a chamada Ge ograf ia Tradi cional, se us fun dado re s ( Ratze l e Bl ache). Esta vi são tradi cio nal da ge ografi a compre ende toda uma f o rma de conce be r 
a Geo grafi a, so b um de te rminado p onto de vi sta te óri co - me todol ógi co. A ge ograf ia humana positivi sta, e m trê s f ase s: a fase de termini sta ( Corre nte Tradi cion al – Ratzel : as soci edade s e ram vistas como um produto das condi çõe s naturai s as qu ai s e stavam sub me ti das) ; a f ase possibil i sta( Bl ache – e m d oi s pil ares: uma suposta ne u trali dad e cie n tífi ca e u ma críti ca a ge ograf i a de Ratzel. Sua anál ise ge ográfi ca é concebida a partir do e nte ndi me nto d e que o home m é como um hóspe de da n ature za, s endo que e m cada l ugar ond e s e hospe da e stabel e ce uma relação s ingul ar com o se u mei o, de se nvolvendo uma cul tura q ue é ori gi n ári a de ssa rel ação)e a fase de supe ração de fi nitiva do e cologi smo ( Fe b vre – Ruptura com o e cologismo, ou se j a, p assou - se a v al orizar a abordagem h istóri ca, le v and o-se e m conta os proce ssos soci ais. )
AULA 4: A R ENOVAÇÃO CRÍTICA DA GEOGRAFIA 
A nova geografi a, ou ge ograf ia quantitativa, ti nha por princípi o b ási co compree n de r os proce ssos e i nte r-re l açõe s e ntre dif e re nte s áreas, a p arti r d e mode l os matemáti cos. Den tro da ge ograf ia tradicional, o ne oposi tivismo , não lev ava em conta a compl exi dade da socie dade e as i núme ras variáveis que a compõe m. Da mesma forma, o indivíduo é vi sto com um suje ito a-h istóri co, e o e spaço, como u ma e sp é ci e de p l ano, o u melhor, apenas um pal co onde as coi s as aconte ce m. A geograf ia criti ca base i a seus f undamentos n uma críti ca profunda aos mé todos anal íti cos de caráte r de scri ti vo a - críti co e a-hi stórico. A ge ografi a humaní sti ca valori za o suje i to e a subj e ti vi dad e, pe rmi te trabalhar com a v al ori zação da rel ação da cri ança com o mun do á sua v ol ta, n um process o de descobe rta d e si e do mu ndo, assi m, a valori zação dos espaços sub je ti v os das cri anças é um p roce s so f und ame nt al na 
cons trução d a geografi a em sal a de aul a. 
 
AULA 5 – O ESPAÇO G EOG RÁFICO 
O e spaço n ão é al go e s táti co, f ixo , morto, mas sim al go dinâmi co, que i n te rage com a socie dade . Isso supe ra a v isão comum d o que é e s paço, q ue passa a se r vi sto como u ma cate goria de análi se da ge ografi a. O e spaço acumul a tempo, ou se j a, ele v ai acumul ando as marcas d e pe ríodos hi s tóri cos que , com o te mpo, vão se n do i n co rporadas às nov as pai sage n s, às nov as dinâmi cas que l he s são conf e ri d as. Se gundo Mil ton Santos, o espaço é um con j unto i ndi ssociável de si ste mas de obje tos e si ste mas de açõe s. Para a geografi a, a noção de e spaço 
pode repre se n tar a distância entre do is lugares , mas pode re p re se ntar também o conju nto de obje tos, de orde m natural, ou não, com os quai s a socie dade se re l aci ona, e a partir dos quai s e l a se rel aciona entre s i. Corrê a de nomi nará de organi zação e spaci al: (1) Re pro dução, ao produzi r o e sp aço , o ho me m ne cess ita criar as con di çõe s para a s ua reprodução soci al. ( 2) f ormato de organi zação e sp aci al , é u ma ex p re ssã o da produção mate ri al do h omem, re sul tado de se u trabalho, re fletind o sob re as característi cas cul turai s, e conômi cas e s ociai s do grupo que a crio u. O e spaço também é dotado de movime nto, ou s ej a, a socie dade . O e spaço i ncorpora, e m sua composi ção, objeto s e açõe s. A nature za do espaço, como se nd o o e spaço um con j unto indi ssoci áve l de si ste mas de obj e to s e si ste mas de açõe s. 
 
AULA 6 – A P RODUÇ ÃO DO ESPAÇO G EOG RÁFICO 
A organização do e spaço é sinônimo de produção do espaço, p oi s o ato de produ zí-lo i mpli ca sua organi zação, a q ual ao me s mo te mpo que pode se r pl ane j ada, pode s e r, també m, não pl ane j ad a, mas que re fle te a di vi s ão te rri tori al do trabal ho, as característi cas n aturai s e soci ai s de cada l ocali dade. Me io N atural – é caracte ri zado pel a l imi tação d as té cni cas e m supe rar a naturez a e dominá -l a. Esse s li mites i mpl i cam u ma inte rvenção menos i mpactan te do home m sobre o e spaço, e si gnif i ca, també m, que há uma rel ação mai s h armoni osa entre o home m e o 
mei o. Me i o Técni co – é a convivên ci a do natural e do artifi cial n a conf ormação do espaço. As té cni cas estão e m um e s tági o autônomo em rel ação a n ature za. O mei o té cni co- ci e ntif i co-inf ormacional – caracte ri za- se pe l a in te ração entre ciênci a e té cni ca. Essa i n te ração te m pe rmi ti do a inte n si fi cação do proce sso de global i z ação. Di visão te rri torial do trabalho – é uma di vi são se gun do a qual cada áre a res ponde por uma de te rminada parcel a da produção. Organização e spacial é ass i m con sti tuída pe l o conj un to das i n úme ras cristali zaçõe s cri adas pel o trabal ho s ocial . A socie d ade concre ta cria s eu ge ográf i co p ara ne le se re ali zar espaço rep roduz i r, para e l a própri a s e rep eti r. Para isto, cri a f ormas du radouras q ue se cri stal izam sobre a supe rfície da te rra. A produção do e spaço é re sul tante de conf li tos de i nte re sse s que,e m ge ral , s ão re s ol vi d os com base no p ode r que cada ator p ossui de de te rmi nar s eus rumos. Iss o si gni fica d i ze r q ue a produção do e spaço é re sul tante de rel açõe s de poder. 
Aula 08 - A que stão agrá ri a 
nas úl ti mas dé cadas, os país es des en vol vi dos e industri al izados, in cl ui nd o o Brasi l, 
i nte nsi fi caram a p rodução agrícol a p or mei o do avanço in te nso da mode rni zação das té cni cas produti vas, que l he s pe rmi tiu, ao me smo te mpo, econ omi zar mão- de - obra, aume ntar a produti vi d ade e obte r um en orme vo lume de produção que não só abaste ce o mercado i nte rno como é resp onsável por grande parcel a d os produtos que ci rcul am n o me rcado mundi al. Em paíse s como o Brasi l, as regiões agrícol as que abaste cem o me rcado e x te rno fo ram as que mai s se mode rni z aram. A co nse qüê nci a mai s di re ta f oi a conce ntração de te rra, que re sul tou numa ace ntuação das migraçõe s do campo para a ci dade e no i nchaço das pe riferi as urb anas. A mode rni zação da agri cul tu ra brasi lei ra não si gnifi cou a mode rnização das rel ações soci ai s de produção e das rel ações de trabal h o, re l açõe s e s sas que pe rpassam o campo e a ci dade . Assim, f al ar em mode rni zação signifi ca re fe rir- se ao aprimoramen to das té cni cas, pura e si mples me nte , ou seja, si gni fi ca di ze r que a mode rni z ação aconte ce u na sub sti tui ção do trabal ho hu mano por máqui nas, no uso da bi ote cnol ogi a para o desen vol vi me nto de se me nte s e mudas mai s apri moradas e no uso de i nsumos di tos mode rnos ( agrotóxi cos, corretivos e f e rti liz antes). a mo de rni zação real me nte poss ui duas f ace s a tão propagada mo de rni z ação, que produzi u efei to s quanti tati vos maravi l hosos para a noss a produção agrícol a, manteve, e m contrapartida, rel ações soci ai s de produção nada mode rnas, como o sube mp re go no campo, a baixa produtividade e m i núme ras proprie dade s e a e xpansão da pobreza rural . A mode rni z ação da no ssa agri cul tura ajudou a produzi r as me trópole s, i ndustri ali zou e mundi ali z ou a noss a e conomi a nacional , in te rnaci on ali zou a burguesi a n aci o nal , mas prosse gui u també m produ zi ndo a ex cl usão dos pobre s na cidade e no campo. Essa exclu são lev a à mi sé ri a p arte ex pre ssi v a do s campone se s e trabalhadore s brasi lei ros. 
A PRODUÇÃ O A GROPECUÁ RI A BRAS ILEIRA 
a mo de rni zação agrícol a do país te ve ef eitos posi tivos, el evando os índi ce s produtivos da nos sa agri cul tu ra, me s mo que o custo social e ambie ntal d essa mode rni z ação te nh a si do al to. O Brasi l te m posi ção i mportante no me rcado mundi al como ex portador de al guns produtos agrope cuári os, como soj a, suco de laranj a, café , açú car, algodão, gado bovi no, suínos e ave s, todas prati cadaspor grande s e mode rnos e s tabele ci me ntos agrícol as. 
nas úl ti mas trê s dé cadas, de inve sti r nas cul turas vol tadas à ex po rtação, re pre se ntadas pel o se tor do agron e gó ci o, fe z com q ue o p aís se tornas se depen de nte da i mportação de vári o s produtos, incl usive da cesta bási ca, como é o caso do tri go e do arroz, e até mesmo os produtos em que e le é campe ão de ex portaçõ e s, caso da soj a.a o pção dos nosso s gove rnan tes tem si do a de ofe re ce r mais subs ídi os aos produtos agrícol as vol tados à ex portação, quase se mpre cul ti v ados em lati f úndi o s, qu e f un ci onam como e mpre sas agrícol as, em de tri me nto da produção v ol tada p ara o me rcado in te rno , normalmente obtida e m mé di as e pe quenas proprie dade s, pel a agri cul tu ra f amili ar.
Ao optarem por modernizar parte do campo brasileiro (lembe -se de que a modernização foi excludente porque atendeu, em sua grande maioria, aos grandes proprietários de terra), os governantes brasileiros auxiliaram no aprofundamento de uma questão social que já é 
histórica: a questão agrária. Modernizaram -se as relações técnicas, enquanto as relações 
sociais continuaram, e m grande parte , tão arcaicas quanto há cem anos. Ou você acha que a e xistência d e bói as-f ri as (aqueles que não têm garanti as empregatícias) e de milhares de sem -te rras ( aqu ele s que f oram e xpul s os ou nunca tiveram acesso a e l a) é sinônimo de modernas relações sociais de trabalho? 
nosso país precisa de uma política de desenvolvimento rural que vi se uma reforma agrária 
e fe ti va, que fortale ça a agri cultu ra f ami li ar e que i ncentive todas as atividades que possam ge rar trabal ho e renda no campo e , por conse qü ência, re sol v a o proble ma do ê xodo rural e do cre scime n to da p obre z a u rbana. Mas me smo todos os resul tados soci ai s mostrados e m cen te n as de anos de hi stóri a, marcados pel a opção d a manute n ção da conce n tração das proprie dad e s, da manute nção da opção p el a monocul tura e pel a me cani zação do campo, não f o ram suf i ci entes para el evar a agri cul tu ra f amiliar à categori a de priori tári a n a e conomi a brasilei ra, se ndo que os pl anos de formul ação de pol íti cas agrícol as são sempre col o cad os numa posi ção se cundári a. Entre as décadas de 1950 e 1 980, a monocultu ra e a me cani zação f oram e sti mul adas em tod as as pol íti cas go ve rname ntai s criadas como base para o mode l o de de se nvolvimento e cre scime n to e conômi co. Os resul tados nós j á ci tamos : concen tração da te rra, e xpul são dos trabal hadores rurai s e aumento da p ob rez a nas ci d ade s, re sul tado do movi me nto mi gratóri o 
rural - urb ano.Nas ci dade s, e sses ex - trabal had ores rurai s formaram u m conti n ge n te enorme de trabal hadores urb anos, des empre gados ou mal remune rados, que pass aram a e nf re ntar cond i çõe s de vi da l asti máv ei s nas grande s pe ri fe ri as urbanas . 
Se a opção de sse mome n to de nos sa hi stóri a ti ve ss e si do re ali zar a reforma agrári a, dando pri ori d ade à agricultura f ami li ar, sobre tu do nas dé cadas e m que ai nd a tínhamos uma popul ação p redomi n ante me n te rural , A agri cultura fami liar mo stra supe riori dade e efi ciê nci a se comparada à agricul tura patronal , à do agronegóci o. No e n tanto, sua importânci a vai alé m da produção e da rel evânci a econômi ca. É, sobre tudo, so cial . 
é níti d a a ef i ciên ci a da agri cul tura f ami li ar mesmo quando e s tá em d e svantage m e m rel ação à agri cul tu ra patronal no que se re fe re ao ace sso aos auxíli os gove rname ntai s , como, por e xe mplo, o cré di to agrícol a. A supe riori dade da agri cul tura f ami li ar s e e xpressa no abaste cimento ali me ntar, na di s tri bui ção de ri que za e na ge ração de 
e mpre gos. Entretanto, as pol íticas gove rname ntai s orie ntad as pe l o i de ário ne oli be ral tê m res ul tado no ani qu il ame n to dos pe que nos produtore s , no f avo re ci me nto da grande produ çã o, na de te ri oração das condi ções de vi da dos trabalhadore s e no aumento da concentração f undi ári a. a re al idade espaci al do país, como vi mos, é fruto de um l on go proce sso de de se nv ol vi me nto e e stá intimame nte rel aci onad a à forma como a propried ade da te rra ve m se nd o tratada, desde os primórdios de noss a hi stóri a. 
MA S QUA L O V ERDADEIRO CARÁ TER DA REFORMA AGRÁ RIA ? 
Para ser ef i ci ente e ef etiva, a re fo rma agrári a, como pol íti ca gove rname n tal , de ve se cons ti tui r numa pol íti ca que sej a vol tada para al te rar as base s do atual model o de de se nv ol vi mento.

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