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Medicamentos sob regime especial de controle Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a legislação que rege os medicamentos sob regime especial de controle à que se refere a Portaria SVS/MS no 344, de 12/05/1998, e suas atualizações. Também estudará a Resolução – RDC no 22, de 29/04/2014, que estabelece a utilização do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) por farmácias e drogarias como um sistema de informação de vigilância sanitária para a escrituração de dados de produção, manipulação, distribuição, prescrição, dispensação e consumo de medicamentos e insumos farmacêuticos sujeitos ao controle especial da Portaria no 344 de 1998 e os medicamentos antimicrobianos, a que se refere a Resolução de Diretoria Colegiada RDC no 20, de 05/05/2011, ou as resolução que vierem a substituí-las. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a regulamentação dos medicamentos sob regime especial de controle e dos antimicrobianos. • Reconhecer a Portaria no 344, de 12 de maio de 1998.• Sintetizar o que é o SNGPC.• Desafio Segundo a Lei no 13.021, de 08 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, cabe ao farmacêutico, na dispensação de medicamentos, visando garantir a eficácia e a segurança da terapêutica prescrita, observar os aspectos técnicos e legais do receituário. Com base na Portaria no 344/1998 e atualizações, elabore um quadro com lista ou tipo de medicamentos controlados, tipo de receita ou notificação, quantidade máxima que pode ser dispensada e necessidade ou não de Termo de Responsabilidade. Infográfico Veja a seguir as legislações importantes sobre medicamentos controlados. Conteúdo do livro O Capítulo 34 do livro A regulação de medicamentos no Brasil é intitulado "Medicamentos sujeitos ao controle especial" e aborda mais detalhes a respeito dos medicamentos tratados nesta unidade de aprendizagem. Boa leitura. CYAN VS Gráfica VS Gráfica MAG VS Gráfica YEL VS Gráfica BLACK Livro inédito e abrangente, foi elaborado por mais de especialistas da área, tendo como objetivo sistematizar o conhecimento acumulado sobre o assunto. No âmbito da vigilância sanitária, cabe ao sistema regulatório avaliar os riscos associados à cadeia de produção, comercialização e consumo dos medicamentos, bem como desenvolver um conjunto de ações para proteger e promover a saúde da população. Nesse sentido, a obra fornece aos estudantes de farmácia e áreas afins, pesquisadores, profissionais do ramo farmacêutico e da área regulatória não apenas um compilado de normas, mas um apanhado conciso e valioso dos aspectos técnicos, científicos e regulatórios envolvidos. Didático e objetivo, o texto fornece referencial teórico, técnico e regulatório sobre as exigências para o registro sanitário de medicamentos no Brasil. Ações transversais da regulação de medicamentos, como inspeção em boas práticas de fabricação, propriedade intelectual, regulação econômica, publicidade e fiscalização, entre outros temas, também são abordadas na obra. A regulação de medicamentos no Brasil 60 DESTAQUES ALLEN, L.V.; POPOVICH, N.G.; ANSEL, H.C. ANSEL, H.C.; PRINCE, S.J. ANSEL, H.C.; STOKLOSA, M.J. AULTON, M.E. BARREIRO, E.J.; FRAGA, C.A.M. BAXTER, K. CORRER, C.J.; OTUKI, M.F. LARINI, L. LEE, A. MASTROIANI, P.C.; VARALLO, F.R. (Organizadores) NETZ, P.; GONZÁLES ORTEGA, G. PANDIT, N.K. RASCATI, K.L. SINKO, P.J. TOZER, T.N.; ROWLAND, M. YANG,Y.; WEST-STRUM, D. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos – 9.ed. Manual de cálculos farmacêuticos Cálculos farmacêuticos – 12.ed. Delineamento de formas farmacêuticas – 2.ed. Química medicinal: as bases moleculares da ação dos fármacos – 2.ed. Interações medicamentosas de Stockley: referência rápida A prática farmacêutica na farmácia comunitária Fármacos e medicamentos Reações adversas a medicamentos – 2.ed. Farmacovigilância para promoção do uso correto de medicamentos Fundamentos de físico-química: uma abordagem conceitual para as ciências farmacêuticas Introdução às ciências farmacêuticas Introdução à farmacoeconomia Martin: físico-farmácia e ciências farmacêuticas – 5.ed. Introdução à farmacocinética e à farmacodinâmica: as bases quantitativas da terapia farmacológica Compreendendo a farmacoepidemiologia VIEIRA, F.P.; REDIGUIERI, C.F.; REDIGUIERI, C.F. A regulação de medicamentos no Brasil r R344 A regulação de medicamentos no Brasil [recurso eletrônico] / Organizadoras, Fernanda Pires Vieira, Camila Fracalossi Rediguieri, Carolina Fracalossi Rediguieri. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. ISBN 978-85-65852-68-5 1. Farmácia. 2. Medicamentos. 3. Regulação de medicamentos – Brasil. I. Vieira, Fernanda Pires. II. Rediguieri, Camila Fracalossi. III. Rediguieri, Carolina Fracalossi. CDU 615.1 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 MEDICAMENTOS SUJEITOS AO CONTROLE ESPECIAL Márcia Gonçalves de Oliveira Cejana Brasil Cirilo Passos INTRODUÇÃO O uso de drogas sempre esteve presente na história da humanidade. Desde a pré-histó- ria, há registros de consumo de substâncias psicoativas por membros de diferentes povos e culturas,1 não existindo sociedade que não tenha recorrido ao seu uso, visando à modifi - cação de comportamento, humor e emoções, pois o homem sempre buscou maneiras de aumentar o seu prazer e diminuir o seu so- frimento.2 No entanto, a preocupação sistemática da sociedade com o impacto do uso de subs- tâncias psicoativas tornou-se mais evidente com o advento da Revolução Industrial, no século XIX, e o consequente processo de ur- banização e desenvolvimento tecnológico a ela associado, que favoreceram a ampliação da produção e do consumo de diferentes drogas. Esse consumo pode relacionar-se a modifi cações desejadas de comportamento com propósitos religiosos, cerimoniais, re- creacionais ou mesmo apresentar fi nalidade terapêutica no tratamento/alívio de enfer- midades mentais. Neste último contexto, vários estudos destacam a prevalência de quadros depressivos, de ansiedade e trans- tornos psicóticos, entre outros, em todo o mundo, merecendo destaque o grave com- prometimento da qualidade de vida das pes- soas portadoras desses transtornos e os pre- juízos nas funções sociais e físicas associados a essas patologias.3-6 Destarte, muitas substâncias destacam-se como opções terapêuticas importantes no manejo dessas patologias, não descartadas, é claro, outras estratégias não medicamentosas de tratamento, como intervenções psicos- sociais. Os medicamentos utilizados para o tratamento dessas patologias são classifi cados como ansiolíticos e sedativos, antipsicóticos (neurolépticos), antidepressivos, estimulantes psicomotores, psicomiméticos e potencializa- dores da cognição.7 É interessante notar que a função tera- pêutica dessas substâncias, de estimulação ou sedação, por exemplo, apresenta o mes- mo cerne farmacodinâmico que determina 34 00-LIVRO_Vieira.indb 63500-LIVRO_Vieira.indb 635 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 636 A regulação de medicamentos no Brasil seu uso indevido/recreativo. Nesse sentido, a comunidade científi ca tem alertado há muitas décadas não só sobre a prescrição indiscriminada desses fármacos, em detri- mento de outras alternativas terapêuticas, mas também sobre o uso abusivo desses medicamentos, especialmente por indiví- duos jovens.8-10 Os danos à saúde provocados pelo uso indevido dessas substâncias podem ser agu- dos ou crônicos, produzindo alterações mais duradouras e até irreversíveis. O uso abusi- vo de sedativos, por exemplo, pode provocar depressão respiratória. Já os estimulantes po- dem produzir, durante a intoxicação, crises convulsivas, isquemia cardíaca e cerebral, além de quadros paranoides. Seu uso crônico induza síndromes psiquiátricas semelhantes a depressão, ansiedade, pânico, mania, esqui- zofrenia e transtornos de personalidade.11 Além desses efeitos, o abuso dessas subs- tâncias torna-se muito grave quando dele decorre a dependência química – transtorno psiquiátrico que se desenvolve após o repeti- do consumo de uma substância psicoativa – geralmente associado ao desejo intensifi cado de tomar a droga; à difi culdade de controlar o consumo; à utilização persistente, apesar das suas consequências nefastas; à prioridade dada ao uso da droga em detrimento de ou- tras atividades e obrigações; a um aumento da tolerância pela droga e, por vezes, a um estado de abstinência física.12 Desde os anos 1980, organizações inter- nacionais e nacionais, como a Organização Mundial da Saúde e os ministérios de vários países, reconhecem as consequências do uso de substâncias psicoativas não só para o in- divíduo que as consome, mas também para a família, outras pessoas próximas e para a comunidade em geral.13 Para além dos graves efeitos sobre a saúde individual, há um víncu- lo predizível com importantes problemas so- ciais, como, por exemplo, envolvimento em situações de violência, como autor ou vítima, ocorrência de acidentes de trânsito, queda de produtividade dos trabalhadores, bem como os custos suportados pelo sistema de saúde relativos ao atendimento de intoxicações e outros quadros de saúde decorrentes do uso abusivo dessas substâncias, entre outras con- sequências.14-17 Todos esses aspectos têm sido motivo de inquietação das autoridades de saúde de todo o mundo, o que leva à discussão sobre a utili- zação de medidas mais restritivas para coibir o uso indevido e indiscriminado dos medica- mentos que possuam essas substâncias.18 Nesse contexto, ao longo do século XX, constituíram-se várias instâncias e estamentos de âmbito internacional, com o objetivo de promover maior controle da circulação e do uso das substâncias psicoativas, sendo elas lí- citas – quando, a despeito da possibilidade de ocasionar dependência, têm função terapêu- tica que sobrepuja esse risco, incluídos nessa classifi cação os medicamentos psicotrópicos, ou ilícitas – quando seu uso tem caráter uni- camente recreativo e pode levar à dependên- cia química, como a cocaína, a heroína e a maconha. Entre essas instâncias criadas, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), a Junta Internacional de Fiscalização de En- torpecentes* (JIFE) tem como principal fun- ção verifi car o cumprimento, por parte dos Estados-membros, do disposto nos três prin- cipais instrumentos jurídicos internacionais que tratam dessa matéria – as convenções in- ternacionais sobre substâncias entorpecentes (do ano de 1961), sobre substâncias psicotró- picas (do ano de 1971) e sobre substâncias precursoras (do ano de 1988). * A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes ou International Narcotics Control Board (INCB) é um órgão de fi scalização independente para a implementação das Convenções Internacionais das Nações Unidas de con- trole de drogas. Foi estabelecida em 1968 de acordo com a Convenção de Drogas de 1961. 00-LIVRO_Vieira.indb 63600-LIVRO_Vieira.indb 636 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 637 ARCABOUÇO LEGAL Como país-membro da ONU e signatário das convenções, o Brasil, de acordo com sua or- dem constitucional vigente, materializou-as juridicamente, no âmbito sanitário, por meio da Portaria no 344, de 12 maio de 1998,19 em que institui diversas medidas de controle que pressupõem a imposição aos profi ssionais de saúde de rotinas diferenciadas em relação à prescrição e à dispensação de medicamentos à base dessas substâncias. Essas rotinas origina- ram, assim, um grupo de produtos sujeitos a controle especial. Considera-se “especial” na medida em que, para a circulação de todas as substâncias, o Es- tado exerce algum tipo de controle sanitário. Porém, o elevado risco de uso indevido e de desvios desses produtos causou a necessidade de imposição de uma maior rigidez na disponibi- lidade e na comercialização dessas substâncias. A Portaria no 344/199819 aprova o regula- mento técnico sobre substâncias e medica- mentos sujeitos a controle especial e defi ne, em uma classifi cação químico-farmacológica, por conseguinte, determinante do potencial de abuso, a lista de substâncias: A1 e A2 (en- torpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C1 (outras substâncias sujeitas a controle especial).* Deve-se ressaltar que essa classifi cação, inclusive, determina os distintos níveis de * Na Portaria SVS/MS no 344/1998,19 há ainda listas sub- sequentes – C2, C3, D, E, F – de outras substâncias, mas que não apresentam sua ação terapêutica vinculada às pro- priedades psicoativas. Isso decorre da necessidade jurídica de manutenção de um instrumento unifi cado que defi na o que é droga no Brasil (considerando as importantes reper- cussões e implicações penais do tema) e ainda evidencie a efi cácia do controle da prescrição e da circulação para coibir a automedicação com produtos que devem ser usados com supervisão, como os retinoides e os antibióticos. controle impostos nessa legislação, os quais permeiam toda cadeia de circulação dessas substâncias, desde sua entrada no País, no caso de importação, seu transporte, sua ar- mazenagem na distribuidora e na farmácia/ drogaria, sua dispensação e venda.** O artigo 2o da portaria apresenta a dimen- são desse controle ao elencar exaustivamente todas as ações relacionadas à circulação das substâncias sujeitas a controle especial (SCE), unindo-as por um mesmo vínculo de contro- le estatal – a autorização especial (AE). Esse documento é emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém proto- colado pelo responsável pelo estabelecimento junto às autoridades sanitárias locais, permi- tindo, assim, que todos os níveis da federação sejam informados sobre quais estabelecimen- tos realizam atividades com essas substâncias e que precisam, portanto, ser inspecionados pela autoridade local com essa fi nalidade. Assim, as atividades de extração, plantio e colheita (no caso de princípios vegetais), bem como de produção, fabricação, benefi ciamento, arma- zenamento, distribuição, transporte, preparo, manipulação, fracionamento, importação, exportação, embalagem e reembalagem só po- dem ser realizadas após a publicação da AE. É importante ressaltar que a AE deve ser solicitada por cada estabelecimento que rea- lize as atividades supracitadas, não havendo possibilidade de fi liais de uma mesma empre- sa intentarem estar registradas sob o mesmo número de concessão. Estão isentas da necessidade de solicitar a AE as farmácias, as drogarias e as unidades de saúde que dispensarem os medicamentos com essas substâncias somente em suas em- balagens originais e se estes forem adquiridos no mercado nacional, assim como os órgãos de repressão a entorpecentes, os laboratórios ** A revisão da Portaria no 344/199819 consta na agenda regulatória estabelecida pela ANVISA, porém, ainda que modifi cações sejam feitas majoritariamente, as medidas de controle não passarão por signifi cativa alteração. 00-LIVRO_Vieira.indb 63700-LIVRO_Vieira.indb 637 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 638 A regulação de medicamentos no Brasil de análises clínicas que as utilizem somente com fi nalidade diagnóstica e os laboratórios de referência para provas analíticas. Essa autorização, concedida pela Anvisa, pode ser suspensa ou mesmo cancelada caso se verifi que a ocorrência de infração sanitária, devendo, então, o estabelecimento prestar à autoridade sanitária local informações sobre o estoque remanescente de SCE ou de produ- tos que as contenham para que a autoridade possa defi nir seu destino. Deve-se notar que a aferição desse quantitativo não está vinculada apenas ao momento de encerramento das ati- vidades do estabelecimento, mas, em verda- de, é umadas rotinas mais marcantes em rela- ção à prática do controle especial relacionado a essas substâncias e que, devido à extensão, é abordado de forma detalhada a seguir. Tendo em vista que o controle diferen- ciado que afeta a circulação dessas substân- cias ocorre em um contexto internacional bastante relevante, o trânsito destas entre os distintos países sucede-se de forma também especial. Nesse sentido, as empresas que necessi- tam importar para o Brasil as substâncias que constam nas listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C3 (imunos- supressoras) e D1 (precursoras), bem como dos medicamentos que as contenham, devem solicitar à Anvisa uma cota anual de importa- ção, a qual fi xa o quantitativo que o impor- tador poderá trazer do exterior no próximo ano, em carregamentos parcelados ou de uma única vez. Caso a empresa importadora avalie que é necessário aumentar o quantitativo concedi- do, pode solicitar à Anvisa que lhe conceda uma cota suplementar, amparada por justifi - cativa técnica na qual fi que caracterizada sua necessidade adicional para o atendimento da demanda interna dos serviços de saúde ou para fi ns de exportação. Para cada procedimento de importação para utilização do quantitativo concedido na cota, é imprescidível a emissão de autorização de importação (AI) pela Anvisa.* São emitidas seis vias desse documento. Uma delas é armazenada na Anvisa e a ou- tra, na empresa solicitante. As demais devem ser enviadas pela empresa importadora ao exportador, à autoridade competente do país exportador, à delegacia de repressão e entor- pecentes do departamento de polícia federal do Estado onde será realizada a entrada da carga e à autoridade sanitária do Estado onde está sediada a empresa autorizada. Há substâncias de controle internacional que todos os países controlam por serem sig- natários das convenções internacionais sobre drogas. Porém, cada país pode incluir em suas listagens outras substâncias e, nesse sentido, atribuir os mesmos controles rígidos que rea- liza em relação às substâncias internacional- mente controladas. Dessa forma, há substân- cias que não são sujeitas a controle especial no Brasil, mas são controladas no país expor- tador. Nesse caso, para que a importação para o Brasil aconteça, será emitido não uma AI, mas um certifi cado de não objeção. Assim, há a emissão de cinco vias do cer- tifi cado, de destino idêntico ao da AI, exce- tuando-se que não há envio ao departamento da polícia federal do Estado onde se dará a chegada da carga, tendo em vista que não se trata de substância sujeita a controle especial no território nacional. Essas mesmas exigências são aplicáveis ao processo de importação de padrões de refe- rência por centros de pesquisa/universida- des. Porém, deve-se realizar a importação da quantidade autorizada em uma única opor- tunidade. * Não estão sujeitas à concessão de cota anual e suplementar e também à autorização de importação as substâncias das listas C1 (outras substâncias sujeitas a controle especial), C2 (retinoicas), C4 (antirretrovirais) e C5 (anabolizantes). Não obstante, a AI pode ser concedida quando esta for uma exigência do país exportador. 00-LIVRO_Vieira.indb 63800-LIVRO_Vieira.indb 638 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 639 Semelhantemente ao processo de im- portação, a exportação das substâncias que constam nas listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C3 (imunossu- pressoras) e D1 (precursoras), bem como dos medicamentos que as contenham, é precedi- da da solicitação à Anvisa de autorização de exportação, devendo, nesse caso, a empresa exportadora apresentar em seu pedido a au- torização para importação que foi expedida pelo órgão competente do país de destino da carga. Seguindo o mesmo paralelo com o pro- cesso de importação, são emitidas seis vias da autorização de exportação. Uma delas fi ca armazenada na Anvisa e a outra, na empre- sa solicitante. As demais devem ser enviadas pela empresa exportadora ao importador, à autoridade competente do país importador, à delegacia de repressão e entorpecentes do de- partamento de polícia federal do Estado onde ocorrerá a saída da carga e à autoridade sani- tária do Estado onde está sediada a empresa. De modo também similar ao certifi cado emitido no processo de importação, no caso da substância em questão não fi gurar no rol daquelas sujeitas a controle especial no Bra- sil e, no entanto, o país que receberá a carga assim a considerar, será emitido um certifi - cado de não objeção à exportação,* o qual será emitido em cinco vias, de destino seme- lhante do da autorização de exportação, não havendo, no entanto, a via para a autoridade policial. Para a produção de medicamentos à base das substâncias sujeitas a controle especial que não permanecerão em território nacio- nal, tendo como destino exclusivo o mercado exterior, a empresa exportadora pode solicitar * Se a autoridade competente do país que receberá as subs- tâncias das listas C1 (outras substâncias sujeitas a controle especial), C2 (retinoicas), C4 (antirretrovirais) e C5 (ana- bolizantes), ou os medicamentos que as contenham, soli- citar a emissão de autorização de exportação, esta poderá ser emitida. à Anvisa a emissão da autorização de fabrica- ção para fi m exclusivo de exportação, a qual é confeccionada em seis vias de destino idênti- co ao da autorização de exportação. Para que ocorra a entrada ou a saída des- sas substâncias ou dos medicamentos que as contenham, é necessária a realização de pro- cedimentos de desembaraço aduaneiro. Nessa etapa, estão envolvidas três instituições públi- cas autônomas: sanitária, aduaneira (Receita Federal) e policial (Polícia Federal), as quais deverão pronunciar-se sobre a entrada/saída da carga. No âmbito sanitário, a empresa deve soli- citar à Anvisa a anuência prévia sob a licen- ça de importação (feita por meio de sistema informatizado) e ainda realizar o despacho aduaneiro no local onde serão apresentados os documentos anteriormente citados. A importância de todos esses documen- tos, juntamente com diversos procedimentos específi cos, está ligada ao fato de que, tendo em vista o possível impacto global negativo do uso abusivo dessas substâncias, todos os países declaram periodicamente à Organi- zação das Nações Unidas e a outros órgãos de controle internacional a quantidade que entrou e que saiu de seus países, sendo este mais um parâmetro para avaliar internacio- nalmente o desvio ou mesmo a real utilização dessas substâncias e, por conseguinte, poder predizer o seu impacto. Outro aspecto relevante em relação a esse controle diz respeito ao transporte das substâncias e dos medicamentos que as con- tenham. Além de ser necessária a solicitação de autorização especial, as empresas transpor- tadoras precisam manter arquivadas as cópias das autorizações especiais das empresas para as quais realizam a prestação de serviço e sem- pre, durante o transporte, portar a nota fi scal que discrimina em separado cada uma das substâncias/medicamentos sujeitos a controle especial por lote e, entre parênteses, a letra da lista a qual pertencem. A ausência da nota fi s- 00-LIVRO_Vieira.indb 63900-LIVRO_Vieira.indb 639 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 640 A regulação de medicamentos no Brasil cal ou qualquer incorreção em relação a esses requisitos pode sujeitar a carga à apreensão pelas autoridades sanitárias alfandegárias ou policiais e ainda à aplicação de sansões civis e penais. Salienta-se que a legislação em ques- tão torna igualmente responsável a empresa remetente e a empresa transportadora. Considerando todo esse contexto de con- trole, a legislação é taxativa em proibir o co- mércio e a importação das SCE ou dos medi- camentos que as contenham, por sistema de reembolso postal e aéreo, e ainda veda com- pletamente sua oferta por quaisquer meios de comunicação.No âmbito do acesso da população a es- ses medicamentos, a Portaria SVS/MS no 344/199819 regulamenta vários parâmetros para a prescrição e a venda desses produtos, determinando que a receita médica dos medi- camentos com substâncias das listas A1, A2, A3, B1 e B2 seja acompanhada de notifi cação de receita, que deve ser preenchida pelo pro- fi ssional prescritor. Essa notifi cação, padro- nizada pela portaria, apresenta cores distin- tas, as quais variam conforme a lista de que faz parte a substância prescrita: cor amarela corresponde aos entorpecentes (lista A); cor azul, às substâncias psicotrópicas (lista B); cor branca, aos retinoides de uso sistêmico e imu- nossupressores (lista C). A autorização para que o profi ssional médico, dentista ou vete- rinário detenha os talonários das notifi cações A e B é concedida, mediante solicitação, pela autoridade sanitária local, que fornece uma numeração específi ca para os receituários. Há ainda restrições relativas ao prazo de 30 dias de validade dessas notifi cações, ou seja, o tempo em que estas podem ser apre- sentadas ao estabelecimento farmacêutico para a sua dispensação e, ainda, à região de validade da sua utilização entre as unida- des da federação – a notifi cação B é válida somente no estado que a emitiu, enquanto a notifi cação A é válida em todo o território nacional. Ainda de acordo com essa portaria, a no- tifi cação e as informações sobre o usuário do medicamento, o produto e o quantitati- vo dispensado que constam nas notifi cações devem fi car registrados nos estabelecimentos e à disposição da autoridade sanitária. Assim como há obrigações para empresas importa- doras/exportadoras quanto ao transporte e para os profi ssionais prescritores, as pessoas que utilizam esses medicamentos também são obrigadas a portar consigo prescrição mé- dica em quantidade adequada para seu uso individual – sobretudo em viagens nacionais e internacionais, visando, assim, à caracteri- zação do uso terapêutico e não um desvio. O armazenamento pelas empresas tam- bém está sujeito a restrições importantes. As SCEs, bem como os medicamentos que as contêm, devem ser armazenadas em local seguro e exclusivo que possa ser trancado à chave ou por mecanismo que ofereça segu- rança. A responsabilidade por esse local, bem como por seu acesso, é do farmacêutico ou do químico (neste último caso, quando se tratar de indústria farmoquímica). A legislação também veda a distribuição de amostras grátis das SCEs ou dos medica- mentos que as contenham, excetuados os me- dicamentos que tenham substâncias da lista C1 e C4, desde que estejam em suas embala- gens originais e sejam distribuídos exclusiva- mente aos profi ssionais médicos, cirurgiões- -dentistas e médicos-veterinários, os quais assinarão o comprovante de distribuição emi- tido pelo fabricante. A relevância da efi cácia das distintas es- tratégias de controle dos psicofármacos repre- senta um desafi o crescente não só no âmbito nacional, mas também para as principais na- ções do mundo. O relatório mundial sobre drogas da JIFE, do ano de 2010, enfatizou que há utilização exagerada e uso indevido desses drogas em todo o mundo. O relatório ainda alerta que a dependência dessas subs- tâncias é tão letal quanto a relacionada ao uso 00-LIVRO_Vieira.indb 64000-LIVRO_Vieira.indb 640 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 641 de cocaína ou heroína e que o número de pes- soas dependentes de medicamentos sob con- trole especial ultrapassou a soma de pessoas dependentes de drogas ilícitas. Dados nacionais revelam a extensão desse problema na medida em que 25% da popula- ção brasileira já utilizou drogas lícitas alguma vez na vida.20 Diversos estudos têm apontado para o uso indiscriminado de benzodiazepíni- cos e anfetaminas – este último especialmen- te entre meninas e mulheres que, sob a pres- são social de uma imagem corporal perfeita, utilizam essas substâncias.* É necessário ressaltar que, além do poten- cial de abuso, o potencial terapêutico dessas substâncias tem de ser considerado – sobretu- do no âmbito sanitário. Como já explicitado, várias dessas substâncias são utilizadas no tra- tamento e no manejo de muitos transtornos mentais e comportamentais. Desse modo, é imprescindível que todas as medidas de con- trole sejam realizadas sob uma perspectiva dual: a da restrição de circulação, que visa ao impedimento do uso indevido da substância, e a da organização do acesso, viabilizando, as- sim, a exploração do potencial terapêutico de cada uma dessas drogas. De acordo o artigo 14 do Decreto no 5.912, de 27 setembro de 2006,24 que regulamenta a atual Lei de Drogas Brasileira no 11.343, de 23 de agosto de 2006,25 compete também ao Ministério da Saúde executar medidas no âmbito da redução da oferta dessas substân- cias. Entre essas medidas estão a possibilidade de emitir instruções de caráter geral ou es- * Destaca-se que, no Brasil, o uso de anfetaminas como agente redutor de peso é mais difundido do que em outros países, havendo prevalência de uso dos anfetamínicos entre indivíduos do sexo feminino,21,22 descrito nos distintos le- vantamentos epidemiológicos nacionais.20,23 pecífi co sobre a limitação, a fi scalização e o controle da produção, do comércio e do uso dos medicamentos que contenham substân- cias psicoativas. Essa competência é o cerne da moder- nização que os controles estabelecidos pela Portaria SVS/MS no 344/199819 vêm ope- racionalizando no País. Os registros de co- mercialização estabelecidos nessa legislação agora passam por um sistema de registro que possibilita para as entidades sanitárias o co- nhecimento de dados referentes à quantida- de de medicação dispensada à população, do número de receitas aviadas por cada médico ou instituição e do número de receitas for- necidas a cada paciente, e também serve de ferramenta de inteligência na investigação de desvios e abusos de consumo. A partir de um diagnóstico situacional, rea- lizado com base na observação de estudos cien- tífi cos, publicações em jornais e revistas e ainda nos relatórios da JIFE, pode-se afi rmar que o modelo de controle adotado até o ano de 2006 não bastava para conter o consumo exagerado de medicamentos sujeitos ao controle especial. A utilização de psicofármacos tem cres- cido nas últimas décadas em vários países ocidentais e, até mesmo, em alguns países orientais. Esse crescimento tem sido atribuí- do ao aumento da frequência de diagnósticos de transtornos psiquiátricos na população, à introdução de novos psicofármacos no mer- cado farmacêutico e às novas indicações te- rapêuticas dos psicofármacos já existentes.26 O consumo indevido de medicamentos, em geral, e de psicotrópicos, em particular, representa um grande problema de saúde pú- blica, repercutindo nas manchetes e destaques dos meios de comunicação. Nesse contexto, os anabolizantes e os derivados anfetamínicos destacam-se entre os medicamentos utiliza- dos como fármacos de abuso e que causam danos signifi cativos para a saúde.26 Segundo relatórios divulgados (2006, 2007 e 2008) pela JIFE, o Brasil estava en- 00-LIVRO_Vieira.indb 64100-LIVRO_Vieira.indb 641 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 642 A regulação de medicamentos no Brasil tre os maiores consumidores de anfetaminas com fi nalidade emagrecedora: 9,1 doses diá- rias para cada 1.000 habitantes/2006 (perío- do de 2002 a 2004) e foi apontado como um dos maiores consumidores nos anos pos- teriores. Esse índice situava o Brasil à frente de países como EUA, Argentina, Singapura e Coreia.27 Dessa forma, um controle com base so- mente na publicação de regulamentos técni- cos e sem a implementação de uma estrutura técnico-operacional capaz de acompanhar os avanços tecnológicos não permitia cumprir metas e acordos internacionais de monito- ramento e controle de consumo, bem como responder, de forma efetiva, à sociedade, dei- xando vulneráveis os órgãosde vigilância sa- nitária frente ao uso abusivo e indiscriminado de medicamentos entorpecentes, psicotrópi- cos e seus precursores. Ademais, somente a fi scalização in loco do cumprimento de leis e normas sanitárias não fornece subsídios sufi cientes para a tomada de decisão em saúde. Deve-se fundamentar o processo decisório em dados e informações fornecidas em tempo real que permitam a in- tervenção no risco sanitário. Nesse contexto, os sistemas de informação em saúde apresen- tam um papel fundamental. SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS (SNGPC) Segundo a Organização Mundial da Saúde, um sistema de informação em saúde é um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para planejar, organizar, operacionalizar e avaliar serviços em saúde. Esse sistema também pode ser utilizado para a realização de vigilância sa- nitária.28 Para fazer frente a essa crescente demanda por informação confi ável e consistente que permita a proposição de políticas de inter- venção sobre o consumo abusivo de medica- mentos controlados, a Anvisa desenvolveu o Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) e implan- tou-o com a publicação da Resolução da Di- retoria Colegiada (RDC) no 27, de 30 março de 2007,29 e da Instrução Normativa no 11, de 31 de outubro de 2007.30 O SNGPC foi implantado de forma gradativa em 2007 e 2008. É um sistema de informação de vigilância sanitária que captura dados de movimentação de entra- da (compra e transferência) e saída (ven- da/dispensação e perda) de medicamentos comercializados em farmácias e drogarias privadas do País. O objetivo geral do sistema é estabelecer um mecanismo de gerenciamento que possi- bilite um controle efetivo da movimentação dos medicamentos sujeitos ao controle es- pecial, conforme o regime da Portaria SVS/ MS no 344/199819 e suas atualizações, nas farmácias e drogarias, cujos resultados espe- rados são: 1. Monitoramento da dispensação de medica- mentos e substâncias entorpecentes e psico- trópicas em farmácias e drogarias; 2. Otimização do processo de escrituração (mu- dança da escrituração manual em livros para escrituração eletrônica) que permita ao pro- fissional farmacêutico dedicar mais tempo à prática da atenção farmacêutica; 3. Disponibilidade imediata de informações para os órgãos de vigilância sanitária locais, permi- tindo as fiscalizações programadas por dados e informações; 4. Registro de hábitos de prescrição e consumo de determinada região para propor políticas de controle e gerenciamento do risco da utili- zação indevida de medicamentos e substâncias sujeitas ao controle especial. A Tabela 34.1 apresenta uma comparação entre o modelo antigo e o modelo estabeleci- do pelo SNGPC. 00-LIVRO_Vieira.indb 64200-LIVRO_Vieira.indb 642 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 643 Características do sistema A principal difi culdade foi elaborar uma ar- quitetura de informação que fosse robusta e fl exível, para acomodar a variedade de am- bientes em que deveria ser implantada, e ágil, de modo a garantir a atualidade das informa- ções. Ao mesmo tempo, a solução não deveria implicar a necessidade de dar suporte tecno- lógico direto aos estabelecimentos participan- tes, pois isso resultaria em uma infraestrutura de pouco poder de intervenção e um elevado custo, sendo descartada, assim, a opção por desenvolver um software a ser distribuído aos estabelecimentos. Então, a opção foi propor e implantar uma estrutura de informação composta por cinco pilares básicos, os quais são apresenta- dos a seguir: 1. Padronização dos dados que devem ser comu- nicados por meio da utilização de uma mensa- gem XML; 2. Estrutura para entrada de dados relacionada às existências atuais do estabelecimento e de webservices para recepção das mensagens XML de movimentações; 3. Responsabilidade do estabelecimento sobre a aquisição ou o desenvolvimento de aplica- ções cliente (software) geradoras da mensagem XML; 4. Elaboração de um site* de suporte ao sistema para estabelecimentos, profissionais de saúde e desenvolvedores de software; 5. Criação de um ambiente específico para de- senvolvedores de aplicações cliente em que fosse possível o teste e a validação das mensa- gens e das operações de movimentação. Na prática, para o desenvolvimento do SN- GPC, adotou-se a tecnologia da informação de webservices que permite a integração entre sis- temas desenvolvidos em diferentes plataformas e a comunicação entre antigas e novas aplica- ções. Nesse aspecto, a escolha do desenho in- formático para o SNGPC baseou-se na adoção de padrões31 de transmissão de dados, propor- cionando meios de realizar a escrituração das movimentações de forma totalmente digital e buscando a integração com os sistemas de ge- renciamento já existentes nas farmácias. O formato de informação que deve ser enviado para Anvisa é o XML32 (extensible markup language). Desse modo, cada aplica- ção pode apresentar a sua própria linguagem, a qual é traduzida para uma linguagem uni- versal, o formato XML, que é uma recomen- dação internacional para gerar linguagens de marcação. * http://www.anvisa.gov.br/hotsite/sngpc/index.asp Tabela 34.1 Comparação entre o modelo antigo e o modelo do SNGPC Modelo antigo Modelo do SNGPC Escrituração manual em livros Escrituração em sistema informatizado Dispêndio de tempo do responsável técnico do estabelecimento com escrituração manual Otimização do trabalho do responsável técnico, maior dedicação à orientação farmacêutica Fiscalização dos órgãos competentes locais por amostragem Disponibilidade imediata de informações para vigilâncias locais: fiscalizações direcionadas Impossibilidade de mapear hábitos de prescrição e consumo Mapeamento de hábitos de consumo que permitem intervenções e proposição de políticas de vigilância sanitária e ações conjuntas com os conselhos de classe, Ministério Público e Departamento de Polícia Federal Impossibilidade de rastrear o medicamento dispensado e consumido Garantia da rastreabilidade pelo registro do no do lote no ato da dispensação Fonte: Adaptada de Agência Nacional de Vigilância Sanitária.32,33 00-LIVRO_Vieira.indb 64300-LIVRO_Vieira.indb 643 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 644 A regulação de medicamentos no Brasil Cadastro do estabelecimento na Anvisa Alguns procedimentos devem ser adotados anteriormente à adesão ao sistema e consis- tem em: • Realizar cadastramento para estabelecimentos novos e manter cadastro atualizado na Anvisa para aqueles já cadastrados; • Obter a autorização de funcionamento, cuja atividade de comercialização de produtos e substâncias sujeitas ao controle especial esteja contemplada. Na etapa inicial que precede o credencia- mento ao sistema e o envio de arquivos para o banco de dados da Agência, o estabelecimen- to deve realizar o cadastramento por meio do portal da própria Agência. No cadastro, são informados dados como o endereço, os telefones, os dados dos responsáveis pela em- presa, legal (proprietário – RL) ou técnico (farmacêutico – RT), do gestor de segurança da empresa,* entre outros. Após informação e gravação dos dados cadastrais, segue-se a etapa de atribuição de perfi s SNGPC para o responsável técnico (perfi l SNGPC-empresa) e legal (perfi l SNGPC-rl) no sistema de segu- rança, pelo gestor de segurança. O e-mail e a senha informados na etapa do cadastro, para o qual é atribuído o perfi l-sngpc, são pessoais e intransferíveis e também são a chave para o acesso ao sistema. É importante esclarecer que, mesmo no caso de uma rede de estabelecimentos com mesma raiz de CNPJ, o cadastro de cada fi - lial é individual, bem como a transmissão de suas movimentações, devendo cada estabele- cimento apresentar um responsável técnico com e-mail e senha de acesso. * Pessoa responsável pelo acesso aos sistemas de peticiona- mento eletrônicoe de segurança e que pode cadastrar ou retirar do cadastro de empresa ou estabelecimento outros atores. Realizadas as etapas anteriores, o respon- sável legal pelo estabelecimento deve acessar o SNGPC, associar o farmacêutico responsá- vel técnico para que este tenha acesso ao siste- ma e executar as etapas apresentadas a seguir. Credenciamento no sistema Inicia-se o credenciamento33 no sistema por meio do acesso do farmacêutico, responsável técnico, ao site do SNGPC com seu e-mail e senha para realizar o inventário. O proce- dimento consiste na declaração, perante a vigilância sanitária, das quantidades e dos números de lote de cada medicamento e/ou insumo farmacêutico que o estabelecimento apresenta naquela data. Para a realização do inventário, o computador do estabelecimen- to deve estar conectado à internet. O responsável técnico acessa o sistema com o número de registro do medicamento ou o número da Denominação Comum Bra- sileira (DCB) e realiza a busca no banco de dados da Agência sobre os outros dados do medicamento, como apresentação e detentor do registro se for um produto industrializado, por exemplo. Após a conferência dos dados, informa-se o número do lote e confi rma-se a inserção do produto. Esse procedimento deve ser repetido para todos os medicamentos e insumos até que o estoque virtual e o físico estejam exatamente iguais. Ainda que bastante exaustiva, essa etapa é necessária uma única vez; portanto, acon- selha-se que não haja nenhuma movimenta- ção no estabelecimento até que o inventário possa ser confi rmado. Realizado o inventário, emite-se um certifi cado de escrituração di- gital que comprova a adesão ao sistema. O passo seguinte é o comparecimento ao órgão de vigilância sanitária local com os livros de registro manuais, juntamente com o certifi - cado de escrituração digital, e informar que o estabelecimento passará a executar a escritu- ração digital. O responsável técnico não pre- 00-LIVRO_Vieira.indb 64400-LIVRO_Vieira.indb 644 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 645 cisa aguardar nenhuma resposta de inventário recebido pela Agência, pois o processo é au- tomatizado. Concluída essa etapa, o estabe- lecimento está apto a fazer suas transmissões eletrônicas regularmente para o servidor de banco de dados da Anvisa. Sistema de coleta e transmissão de dados Operacionalização do sistema Todas as operações previstas no sistema foram delineadas tendo como base as exigências da Portaria SVS/MS no 344/1998.19 Os princi- pais atores de operacionalização do SNGPC são os farmacêuticos responsavéis técnicos por farmácias e drogarias e os profi ssionais de vigi- lância sanitária do Sistema Nacional de Vigi- lância Sanitária (SNVS). Os dados para alimentação do sistema são provenientes do receituário (receitas e notifi cações de receita) de profi ssionais pres- critores, retido no momento da dispensação do medicamento no estabelecimento farma- cêutico, e das notas fi scais de compra de for- necedores dos medicamentos, bem como das notas fi scais de transferências entre fi liais de uma mesma empresa. O fl uxo de dados obedece a uma sistemá- tica de entrada e saída do medicamento. No sistema de entrada do medicamento que irá compor o estoque de venda do produto, o fl u- xo é o seguinte: a farmácia/drogaria adquire o medicamento com o fornecedor (geralmente distribuidora), e os dados da nota fi scal são inseridos no SNGPC. Na saída do medica- mento do estabelecimento farmacêutico para o paciente, o fl uxo é o seguinte: o paciente, mediante a receita prescrita pelo profi ssional habilitado, adquire o medicamento na farmá- cia/drogaria, e os dados da receita dispensada são inseridos no sistema.34 Os principais dados a serem registrados referentes à nota fi scal de entrada são a data de recebimento do produto e o número da nota. Os dados obrigatórios a serem infor- mados no sistema referentes à receita e/ou à notifi cação são a data de emissão, os dados de identifi cação do prescritor e do comprador, bem como do medicamento (lote e quantida- des). Além disso, o sistema prevê a perda do medicamento ou insumo farmacêutico por vencimento, roubo, avaria, perda no processo e recolhimento pela vigilância sanitária. Transmissão de arquivos XML de movimentação O registro ou a escrituração da movimenta- ção gera o arquivo XML, que deve ser envia- do para a Anvisa em intervalos de não mais de sete dias corridos. O primeiro envio deve acontecer somente 24 horas após a confi rma- ção do inventário. A transmissão de arquivos XML deve obedecer aos seguintes critérios: • periodicidade semanal de transmissão; • realização pelo farmacêutico responsável téc- nico; • datas sequenciais; • conexão à internet; • tamanho do arquivo de, no máximo, 2 MB de tamanho; • cada XML com, no máximo, sete dias de con- teúdo. Um arquivo XML precisa ser primeiramen- te recebido, depois validado e, fi nalmente, acei- to. Somente é possível enviar um novo XML caso o anterior tenha sido validado e aceito. A Figura 34.1 representa a arquitetura do processo de coleta e transmissão de dados. A Figura 34.2 representa o esquema de todas as etapas dependentes para adesão ao SNGPC. Processo de validação do arquivo XML de movimentação Durante a transmissão do arquivo para a An- visa, o sistema executa uma verifi cação dos 00-LIVRO_Vieira.indb 64500-LIVRO_Vieira.indb 645 26/03/2013 13:50:4526/03/2013 13:50:45 646 A regulação de medicamentos no Brasil dados informados na mensagem, ou seja, ava- lia a consistência dos dados do cadastro do estabelecimento e o conteúdo referente à mo- vimentação informada no arquivo, verifi can- do, por exemplo, se a quantidade dispensada informada no sistema não é maior do que a presente no estoque ou se a data de validade da notifi cação não é superior a 30 dias a partir de sua emissão. Caso todos os dados informados estejam corretos, o arquivo é validado e acei- to. Caso contrário, é rejeitado e retorna para o usuário com a mensagem do erro identifi cado para que seja corrigido e reenviado. Um novo arquivo somente pode ser en- viado se o anterior for validado e aceito. Por- tanto, é imprescindível a atenção do respon- sável técnico no momento da escrituração eletrônica. Ressalta-se que um dos principais motivos de erro no arquivo XML é a digita- ção equivocada do número do lote. Utilização dos dados do SNGPC pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) O SNGPC representa para o SNVS, incluin- do as vigilâncias sanitárias locais e do Distrito Federal, dos Estados e dos municípios, uma ferramenta de trabalho que disponibiliza da- dos e informações capazes de contribuir para a execução das ações de vigilância sanitária desses entes da federação, visando ao fortale- cimento da descentralização e à promoção do uso racional de medicamentos no País. O sistema permite a geração de informa- ção fi dedigna e atualizada que subsidie o tra- balho de fi scalização direcionada por meio de relatórios, tais como: • Dados da empresa; • Estabelecimentos cadastrados, credenciados e com transmissão regular para a Anvisa; Figura 34.1 Recepção pelo responsável técnico de receitas, notificações e notas fiscais com a escrituração dos dados no programa do estabelecimento que gera o arquivo XML e envia para o banco de dados da Anvisa para a geração da informação. Fonte: Adaptada de Agência Nacional de Vigilância Sanitária.32,33 Transcreve para dados Programa no estabelecimento Recepção de receita e nota fiscal Gera Transmite Servidores Anvisa Informações 00-LIVRO_Vieira.indb 64600-LIVRO_Vieira.indb 646 26/03/2013 13:50:4626/03/2013 13:50:46 Vieira, Rediguieri e Rediguieri (Orgs.) 647 • Posição do inventário do estabelecimento re- ferente a cada produto; • Histórico de finalização de inventários; • Histórico de movimentação de cada produto ou substância; • Status de transmissão de arquivos XML demo- vimentação do estabelecimento, entre outros; • Certificado de transmissão regular. Anteriormente ao SNGPC, as fi scaliza- ções eram executadas de forma aleatória e por conferência de estoque físico, livros de regis- tro manual e documentos físicos arquivados no estabelecimento. Hoje, é possível elaborar uma estratégia de inspeção baseada no risco sanitário e exigir do farmacêutico responsável que acesse o sistema e exiba os relatórios vir- tuais para comparação com o estoque físico no momento da inspeção. A escrituração eletrônica no SNGPC, conforme a legislação que dispõe sobre o sis- tema, substituiu a escrituração manual, e, em uma questão de tempo, os relatórios gerados em tempo real pelo sistema substituirão os balanços ainda exigidos em formato de papel. O acesso dos entes do SNVS ao SNGPC não exige a aquisição de um software. Apenas são necessários o equipamento de computa- dor e o acesso à internet. Esse acesso ocor- re por níveis de permissão: federal, estadual, regional e municipal, isto é, cada gestor do SNGPC ou inspetor com perfi l no sistema visualiza as informações de seu âmbito de atuação. Cabe ao SNVS continuar exercendo sua competência legal de fi scalização in loco, bem como adotar as medidas a serem toma- das no caso de infração sanitária. É responsa- bilidade do ente federal auxiliá-lo sempre que solicitado tanto na fi scalização local quanto na elaboração de relatórios mais detalhados que auxiliem no trabalho de rotina ou de in- vestigação mais aprofundada. Análise e utilização dos dados do SNGPC: perspectivas e resultados Em sua fase inicial, o sistema possibilita um controle efetivo da movimentação da dispensação (entradas e saídas) dos medi- camentos sujeitos ao controle especial, con- forme o regime da Portaria no 344/199819 e da Portaria SVS/MS no 6, de 29 de janeiro de 199935 e suas atualizações, nas farmácias e nas drogarias do País. Contudo, é impor- tante esclarecer que a concepção original do sistema foca o controle completo da cadeia do medicamento e dos outros entes, como indústrias, farmoquímicas, distribuidoras, farmácias hospitalares, públicas e similares, cujos módulos deverão ser desenvolvidos a médio e a longo prazo. Figura 34.2 Resumo de todas as etapas que devem ser executadas para a adesão ao sistema SNGPC. Fonte: Adaptada de Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.31 Cadastro – Credencimento – Transmissão (Módulo farmácias e drogarias) 1 e 2 Cadastro eletrônico da Anvisa Atribuição de perfil RT 3 A empresa adquire ou adapta um sistema que gere arquivos XML 4 O RT realiza o inventário inicial no site da Anvisa (credenciamento) 5 O RT envia periodicamente à Anvisa as movimentações por meio de arquivos XML Sem esta etapa não é possível realizar o inventário inicial 00-LIVRO_Vieira.indb 64700-LIVRO_Vieira.indb 647 26/03/2013 13:50:4626/03/2013 13:50:46 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor No vídeo a seguir, estão disponíveis mais informações sobre medicamentos sob regime especial de controle. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/19b19f5451448ec22f6dc34c0d1d0d56 Exercícios 1) A Portaria SVS/MS no 344/1998 regulamenta vários parâmetros para a prescrição e para a venda de medicamentos sob regime especial de controle, determinando que a receita médica dos medicamentos com substâncias das listas A1, A2, A3, B1, B2, C2 e C3 seja acompanhada de notificação de receita (NR), que deve ser preenchida pelo profissional prescritor. Essa notificação, padronizada pela portaria, apresenta cores distintas, as quais variam conforme a lista de que faz parte a substância prescrita, sendo CORRETO afirmar que: A) a) a NR de cor amarela corresponde aos entorpecentes (listas A1 e A2) e aos psicotrópicos (lista A3). B) b) a NR de cor azul corresponde às substâncias retinoides de uso sistêmico. C) c) a cor branca pertence aos retinoides de uso tópico (lista C). D) d) a cor branca pertence aos retinoides de uso sistêmico (lista C2) e aos imunossupressores (lista A). E) e) a cor amarela corresponde aos entorpecentes (lista B2). 2) Com relação às notificações de receita e às prescrições médicas que autorizam as dispensações de medicamentos controlados da portaria 344/98 e antimicrobianos, é correto afirmar que: A) a) a NR "A" será válida por 30 dias a contar da data de sua emissão, podendo ser adquirida em outra Unidade Federativa sem qualquer restrição. B) b) A NR "A" poderá conter a quantidade correspondente, no máximo, a 60 dias de tratamento. C) c) a NR "B" terá validade por um período de 30 dias contados a partir de sua emissão em todo o território nacional. D) d) a NR "B" poderá conter a quantidade para o tratamento correspondente no máximo a 30 dias. E) e) a receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10 dias a contar da data de sua emissão. 3) O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados - SNGPC para farmácias e drogarias é um sistema de informação de vigilância sanitária para a escrituração de dados de produção, manipulação, distribuição, prescrição, dispensação e consumo de medicamentos e insumos farmacêuticos. Com relação ao SNGPC escolha a afirmativa correta: A) a) O SNGPC abrange somente os medicamentos sujeitos ao controle especial a que se refere a Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. B) b) O uso indevido da senha de acesso ao SNGPC e os prejuízos decorrentes da eventual quebra de seu sigilo serão de responsabilidade do responsável legal do estabelecimento. C) c) Efetivado o credenciamento no SNGPC, o Certificado de Escrituração Digital deve ser impresso e permanecer à disposição para fins de fiscalização. D) d) Os dados da escrituração sanitária devem ser transmitidos eletronicamente em arquivos no intervalo de, no máximo, 10 dias consecutivos. E) e) A escrituração é de responsabilidade do responsável legal pelo estabelecimento, devidamente cadastrado e associado no SNGPC. 4) Segundo a Resolução-RDC No 20, de 5 de maio de 2011, que dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação, assinale a alternativa correta. A) a) A prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá ser realizada em modelo de receita específico. B) b) A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em uma via. C) c) A receita de antimicrobianos não poderá conter a prescrição de outras categorias de medicamentos. D) d) Não há limitação do número de itens contendo medicamentos antimicrobianos prescritos por receita. E) e) Os estabelecimentos deverão manter à disposição das autoridades sanitárias, por um período de seis meses, a documentação referente à compra, à venda, à transferência, à perda e à devolução das substâncias antimicrobianas, bem como dos medicamentos que as contenham. Segundo a Portaria No 6, de 29 de janeiro de 1999, que aprova a Instrução Normativa da Portaria SVS/MS no 344/1998, que instituiu o Regulamento Técnico das substâncias e medicamentos sujeitos ao controle especial, a autorização especial (AE) será concedida aos 5) estabelecimentos que exercerão atividades relacionadas às substâncias constantes das listas da Portaria SVS/MS no 344/98 e de suas atualizações, bem como os medicamentos que as contenham. Qual alternativa a seguir contém somente estabelecimentos considerados isentos de AE e que possam trabalhar com os medicamentos das listas da Portaria 344 e suas atualizações? A) a) Estabelecimentos de ensino e pesquisa e para trabalhos médicos científicos. B) b) Empresa com atividades de plantio, cultivo e colheita de plantas das quais possam ser extraídas substânciasdo regulamento técnico. C) c) Farmácia, drogaria e unidade de saúde que dispensem medicamentos em suas embalagens originais adquiridos no comércio nacional. D) d) Importadoras/distribuidoras. E) e) Indústrias veterinárias. Na prática Um farmacêutico recebe duas receitas na farmácia, sendo: A primeira receita: Branca em duas vias, com solicitação de fluoxetina 20 mg, quantidade 90 cápsulas e a posologia de 1 cápsula ao dia. Porém o farmacêutico pode dispensar apenas 60 cápsulas, pois, segundo a RESOLUÇÃO – RDC No 13, de 24 de março de 2015, a fluoxetina pertence à lista C1 e, segundo o Art. 87, da PORTARIA No 6, de 29 de janeiro de 1999, a receita contendo substâncias da lista "C1" (outras substâncias sujeitas ao controle especial) conterá a quantidade para tratamento de no máximo de 60 dias, sendo prescrita em receita de controle especial em duas vias ou receita comum em duas vias, sendo a primeira via retida pela farmácia ou drogaria e a segunda via devolvida ao paciente com carimbo comprovando o atendimento. A segunda receita: Amoxicilina, um antimicrobiano. Essa receita, apesar de estar em duas vias, de forma legível, sem rasuras e com todos os dados obrigatórios, não pode ser aceita pelo farmacêutico, pois tinha sido prescrita há 20 dias e, segundo a RDC 20 de 2011, Art. 6o, a receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional por 10 dias a contar da data de sua emissão. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Medicamentos sujeitos a controle especial Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Portaria no 344, de 12 de maio de 1998 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/controlados https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html