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ENFERMAGEM-EM-RADIOIMAGEM

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1 
 
 
ENFERMAGEM EM RADIOIMAGEM 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 3 
2. PROTEÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO 5 
3. SERVIÇOS DE SAÚDE E IMAGEM COMO UNIDADES DEENSINO E 
PESQUISA E SEUS RISCOS 6 
4. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 11 
5. FUNDAMENTOS FÍSICOS 13 
6. EMISSÕES RADIOATIVAS 14 
7. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA 15 
8. MOLÉCULAS MARCADAS E RADIOFÁRMACOS 16 
9. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E DOSIMETRIA 17 
10. DOSIMETRIA 20 
11. QUALIDADE DA RADIAÇÃO 22 
12. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO NOS TECIDOS E A PRODUÇÃO DE RADICAIS 
LIVRES 23 
13. RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO NO USO DE MATERIAS RADIOATIVOS 24 
14. CONTROLE RADIOLÓGICO DE TRABALHADORES 25 
15. QUALIDADE TOTAL 27 
16. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 28 
17. GESTÃO PELA QUALIDADE TOTAL 29 
18. SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES 32 
19. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DO PROFISSIONAL 34 
20. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM O TECIDO BIOLÓGICO 36 
CONCLUSÃO 42 
REFERÊNCIAS 43 
 
 
 
2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
 A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Do Século XIX, com a descoberta da radioatividade. Assim, o Século 
XXpresenciou desde os horrores da bomba atômica até a multiplicação da 
utilizaçãode radioisótopos, tanto em diagnósticos in vitro como nos Ensaios de 
LigaçãoCompetitiva e/ou chamados de Imunoensaios (são baseados nos princípios 
deque antígenos específicos estimularão reações imunológicas muito específicas ede 
que proteínas serão produzidas pela reação e ação imunológica), in vitro emmedicina 
nuclear e em tratamentos (especialmente na área de cancerologia). 
Em consequência disso, os efeitos biológicos das radiações foramidentificados, 
e medidas de proteção radiológica foram adotadas nas váriassituações no uso de 
radioisótopos. Uma postura profissional que envolvao conhecimento das normas e as 
razões pelas quais foram estabelecidas, éfundamental para que possamos usufruir 
dos benefícios desse uso e reduzir, aomáximo, seu risco (SILVEIRA; GUILAM; 
OLIVEIRA, 2013). 
A medicina nuclear é uma especialidade médica que abrange e 
empregamateriais radioativos, tendo como finalidade a realização de diagnósticos e 
finsterapêuticos. A quantidade de materiais radioativos empregados 
(radiofármacos),são consideradas mínimas e seu uso é bastante seguro desde que 
respeitadosalguns preceitos que regulam tais serviços. No caso da medicina 
nucleardiagnóstica, os radiofármacos são introduzidos no corpo do paciente/cliente 
poringestão (oral), inalação (inspiração) ou injeção (administração parenteral). 
4 
 
 
Estesradiofármacos (emissores de raios gama ou pósitrons), produzem raios gama 
comenergias suficientes para atravessar o corpo do paciente/cliente e chegara um 
conjunto de detectores externos ao paciente, por exemplo, a câmara gamaou câmera 
de cintilação. O radiofármaco é processado por algum órgãoou tecido específico e, 
portanto, fornece informação sobre a função do órgão enão especificamente sobre 
sua anatomia. Além disso, os radiofármacos possuemmeias-vidas física e biológica 
curtas, de forma a serem rapidamente eliminadosdo corpo do paciente (SAPIENZA; 
MARONE; CHIATTONE, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
2. PROTEÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO 
 
Quando a prevenção ao acidente se torna prioridade dentro do ambientede 
trabalho, o ambiente fica mais leve, harmonioso, produtivo, engajado e aspessoas se 
sentem valorizadas, aumentando as estatísticas de participação dosucesso da 
empresa a qual fazem parte. Isso proporciona, também, melhora narelação do elo 
entre os empregados, empregadores e seus afazeres. Quando umcolaborador 
percebe que há melhorias no ambiente de trabalho que atua, este,passa a sentir mais 
integrado a empresa, passa a confiar mais nos propósitos,objetivos e missão da 
empresa e, ainda, a ter mais carinho e respeito com relaçãoaos seus líderes. Tais 
fatores possivelmente contribuíram para a aquisição deresultados mais favoráveis, 
distanciando a existência do insucesso. 
Antes de abordarmos especificamente as questões acerca da 
biossegurança,faz-se necessário enfatizarmos a existência de uma reflexão sobre a 
relevância daatual inovação. A capacidade de se inovar diariamente, diante das 
necessidadesde mercado, independente do segmento que venhamos a atuar, assume 
o papelcentral na definição do sucesso ou insucesso das empresas e instituições. 
Inovaré gerar, produzir, transmitir uma mensagem, propiciar a facilitação para algoe 
explorar de modo sustentável e seguro, novas ideias e/ou ideologias e 
novosconceitos. A inovação é demandada em todas as áreas do conhecimento 
esegmentos e/ou ramos de atividade. 
Para garantir um ou vários diferenciais estratégicos, todas as 
empresas,independente do seu segmento, devem seguir as tendências de mercado 
einvestir maciçamente em treinamentos, equipamentos e na segurança de 
seuscolaboradores. A produção de novas tecnologias é mais rápida a cada dia e 
aavaliação de sua utilidade e segurança se torna mais complexa, onerosa e extensano 
tempo. Para decidir sobre a utilidade e a segurança de novas tecnologias, 
asinformações não podem mais serem tratadas individualmente, sendo 
necessárioconstruir redes de informações multidisciplinares, abrangentes, 
redundantes,interligadas e, sobretudo, confiáveis do ponto de alta qualidade. Nascem 
assim,as redes de laboratórios, que precisam ter procedimentos padronizados e 
seguros,para que não haja riscos à saúde e ao ambiente. 
6 
 
 
 
 
 
3. SERVIÇOS DE SAÚDE E IMAGEM COMO UNIDADES DEENSINO E 
PESQUISA E SEUS RISCOS 
 
As unidades de ensino de nível técnico, faculdades ou universidades,sempre 
mantêm seus códigos de conduta e de ética como uma de suas basesprincipais. A 
ética tem como base, entre vários princípios, o não prejuízo aopróximo. Considerando 
o local de trabalho, isso se traduz em garantir a segurançae a saúde aos 
trabalhadores. Segundo a Organização Internacional do Trabalho(OIT) e a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), são entendidas como lesõese doenças em 
ambiente de trabalho, aquelas que são formalmente registradas. 
Considerando o número de pessoas que trabalham de maneira informal, 
devehaverbem mais ocorrências de que se tem conhecimento por meio das 
estatísticasmundiais (MONTENEGRO et al., 2016). 
Enquanto promovedores da assistência, seja da área preventiva e dacurativa, 
devemos evidenciar e/ou instigar a existência de alguns objetivosconsolidados dentro 
de todas as instituições, ou seja, primar a elaboração deplanos de ações globais, aos 
quais devem estar norteadas em objetivos básicos,porém, essenciais, são eles: 
1. elaborar e implementar instrumentos de políticas e normas para a saúde 
dostrabalhadores; 
2. proteger e promover a saúde no ambiente de trabalho; 
3.promover o desempenho e o acesso aos serviços de saúde ocupacionais; 
4. fornecer e divulgar evidências, objetivando a ação e a prática; 
7 
 
 
5. incorporar a saúde dos trabalhadores em outras políticas; 
6. despertar o sentimento de proteção e motivação entre os membros da equipe; 
7. potencializar a existência de um ambiente propício e/ou adequado parapromover 
adequada assistência; 
8. propiciar assistência segura e otimizadora; 
9. aplicar assistência humanizada em todos os aspectos durante o assistir. 
Para cumprir tais objetivos, Costa e Costa (2010) discorrem que asinstituições 
devem contar com atividades, como as que se encontram descritas,contando com 
ações intermediadas pela Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA) e das Comissões de Biossegurança (CB). Essas duas 
comissõespossuem como papel principal e fundamental, atuar na guarda da conduta 
éticarelacionada à definição da política e de efetiva prática para a melhoria da saúdeno 
ambiente de trabalho, viabilizando e potencializando a proteção de todos osseus 
colaboradores. 
Relacionado ao investimento em treinamentos, formações e emequipamentos, 
por parte de muitas empresas que seguem os preceitos debiossegurança de forma 
adequada, é perceptível que estas têm alcançadoresultados bem-sucedidos, 
apresentando maiores taxas de manutenção dosfuncionários e menores 
distanciamentos das suas jornadas laborais, o que permitea produtividade. Há que se 
considerar que os custos investidos maciçamentena prevenção, são menores quando 
comparados aos custos em decorrência deacidentes. Visto que, relacionado a 
acidentes, estes não se tornam negativosapenas pelo distanciamento do colaborador, 
mas nos efeitos psicológicos queestes também podem acarretar a estes sujeitos. 
Ribeiro, Pires e Scherer (2016)descrevem que essas consequências, relacionadas à 
presença de acidentes noambiente de trabalho, tornam-se onerosas por gerarem as 
chamadas violaçõeslegais, refletindo na falta de investimentos na saúde do 
trabalhador. 
Com o advento da nova era da comunicação, possibilitando que 
noscomuniquemos de Norte a Sul em tempo real, a biossegurança deve ser 
adaptadaàs necessidades de prevenção perante os novos riscos em termos práticos, 
ou seja,o meio digital pode ser usado como uma ferramenta integradora e 
multiplicadorade saberes diante das novidades relacionadas a proteção dos 
integrantes deuma empresa. Em consequência, a exposição a riscos ergométricos e 
o impactode fatores psicológicos têm aumentado, como a angústia pelo trabalho 
8 
 
 
nãoterminado, pela menor demanda de tempo para finalizar determinada atividadee o 
uso de horário de trabalho irregular para o cumprimento de tarefas, o quetorna o 
controle complexo, propicia a elevação de índices de acidentes, gerando 
adesmotivação de colaboradores, desertando a presença do estresse e o 
surgimentode doenças mentais como a depressão, dificultando o gerenciamento. 
No campo da exposição há produtos e materiais biológicos, também 
éperceptível a mudança no perfil de agentes infecciosos, os quais, cada vez 
mais,tornam-se resistentes ao tratamento medicamentoso que, até então, não 
eracomplexo, exigindo de tratamentos coadjuvantes para eliminar determinadogerme 
e viabilizar a recuperação daqueles que se encontravam enfermos oucolonizados, 
exigindo, assim, a necessidade de reclassificação de risco, instigando,nos dias atuais, 
que estes sejam realizados de forma dinâmica e proporcional àevolução das diversas 
espécies com relação a presença de risco. 
Portanto, o ensino e a pesquisa possuem, como responsabilidade, estarà 
frentedessas demandas e, sem dúvida, colaborar com o estabelecimento denovas 
diretrizes da biossegurança. Por essa razão, os profissionais dessas áreasou aqueles 
que atuam junto a arte do cuidar, são sempre as equipes que exercemfunções 
fronteiriças, seja como professor, seja como cientista ou técnico, dentreoutros 
profissionais e agentes de apoio, os quais necessitam ter criatividade,flexibilidade, 
mente aberta e alto poder de improvisação, visão para aplicar ocuidado e a 
sensibilidade. Na prática, estes atores criam, estabelecem metas,gerenciam, 
executam, concluem e, finalmente, modificam através das suasexperiências as 
condutas para melhores condições de saúde da equipe quelevam adiante, também, a 
evolução na qualificação profissional. Têm, em suasatividades, a verdadeira arte de 
induzir novos raciocínios e propor despertares,estabelecer mudanças em paradigmas 
e abrir a mente para algo novo e melhorpara a saúde da humanidade. 
Considerando um profissional que cuida, independente do seu segmento,é 
bem mais fácil deduzir que a organização deve ser muito bem estabelecida,planejada 
e descrita de forma clara, com detalhes. Os materiais a serem utilizadospor estes, 
devem ser muito bem identificados e ter organização cronológica bemestabelecida. 
Assim, o termo biossegurança deve ser adotado como a ciênciavoltada para o controle 
e a minimização de riscos advindos da prática de diferentestecnologias, seja em 
laboratórios de análises clínicas, unidades de saúde, sejaem biotérios, no meio 
9 
 
 
ambiente, ou ainda, em laboratórios de investigação porimagens (MONTENEGRO et 
al., 2016). 
O fundamento básico da biossegurança é assegurar o avanço dos 
processostecnológicos e proteger a saúde humana, animal e o meio ambiente 
(Ministério doMeio Ambiente). Em função desta atividade dinâmica, alguns fatores 
importantesocasionam certa preocupação, tais como: pouco investimento em 
pesquisadoresna educação e formação continuada, poucas pesquisas e publicações 
embiossegurança, assim como a ausência de discussões acerca do referido tema 
emfóruns nas universidades, como a contaminação ambiental e o estresse do 
trabalhona sociedade contemporânea. Cabe aos gestores das empresas, a execução 
deadequado planejamento, por meio da concepção de projetos preventivos até 
oestabelecimento de todas as etapas (prevenção, notificação, avaliação e 
suporte),propondo a educação continuada e preocupando-se com a saúde como um 
único 
universo. 
Acredita-se que a integração do setor administrativo com as áreasespecíficas, 
possam trazer benefícios a todos os envolvidos, pois o alvo de todoo trabalho 
preventivo está dirigido tanto para a segurança de núcleos menoresquanto maiores, 
como laboratórios, departamentos, unidades, universidades,municípios, estados e 
federações. Com relação a infraestrutura física, quandobem planejada e 
construída,condiciona trabalho mais organizado e de formaadequada, prevenindo a 
existência de exposição indevida a agentes consideradosde risco à saúde, certamente 
reduzindo intercorrências e a acidentes ocupacionais. 
Esses procedimentos, no campo da pesquisa experimental, são 
denominadosBoas Práticas (BP) (BRASIL, 2004; NEIVA, 2018; KUNSCH, 2011). 
As práticas de biossegurança baseiam-se na necessidade de proteçãodo 
operador, de seus auxiliares e da comunidade local, contando com o localde trabalho 
seguro, dos instrumentos e equipamentos e do meio ambiente,contra riscos que 
possam prejudicar a saúde. O manuseio com biossegurançade produtos químicos que 
prejudicam a saúde e dos organismos consideradoscontaminantes, é regido por leis 
federais, estaduais e municipais. Como exemplo, 
cita-se a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que regula o 
manuseiode radioisótopos, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) 
e aAgência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que normatiza o manuseiode 
10 
 
 
agentes infecciosos de alta periculosidade, tais como: os vírus da Hepatite B(HBV), 
Hepatite C (HCV), da Imunodeficiência Humana (HIV) e Ebola, assimcomo as 
bactérias resistentes e/ou multirresistentes ao tratamento por falta de usoracional de 
antibióticos, dentre outros (MOLENTO, 2017). 
Os órgãos internacionais também se preocupam com o risco de exposiçõesa 
tais agentes, por isso se empenhamem estabelecer normativas e diretrizes sobreo 
manuseio de agentes de risco e instituem os mecanismos de proteção à 
saúdehumana, animal e ambiental, além de oferecer treinamentos de forma contínua. 
Aidentificação correta é uma forma importante de prevenir o manuseio inadequadode 
agentes infecciosos e substâncias químicas perigosas. Existem normas 
bemestabelecidas de rótulo, transporte e armazenamento para todas as 
substânciasquímicas, medicamentos, agentes infecciosos e materiais biológicos, 
assim comopara as fontes potenciais de contaminação (MOLENTO, 2017). 
A necessidade e o hábito de ler o rótulo de todo material de trabalho,assim 
como a constante utilização de equipamento de proteção individuale coletiva 
adequados para cada procedimento, são as principais formas deprevenir acidentes e 
se proteger e, sem dúvida, o treinamento sistemático éprimordial e muito importante. 
Por exemplo, segundo Molento (2017), o corretoarmazenamento de solventes, 
reagentes e vidrarias, utilizando locais previamentedefinidos e adequadamente 
identificados com simbologia preconizada, minimizaos riscos inerentes aos acidentes 
de trabalho. Sem dúvida, o controle de descarte deprodutos considerados agressores 
ao meio ambiente, devem ser cuidadosamentemonitorados para preservar o meio 
ambiente em que se vive, evitando o descarteinadequado de materiais passíveis de 
reciclagem, adotando a coleta seletivaconsciente, possibilitando economia e proteção 
ambiental para o bem-estar dapopulação e humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
4. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
 
Através da NBR n° 12.808 de 1993, a Associação Brasileira de 
NormasTécnicas (ABNT, 2015), dispõe instrução sobre como deve ser realizada 
aclassificação e dispensação dos resíduos utilizados nos ambientes de saúde osquais 
são popularmente conhecidos como resíduos hospitalares. Após o seuuso, estes 
devem ser descartados em recipientes que estejam devidamenteidentificados 
conforme sua origem (Exemplo: resíduo químico, resíduo comum,perfurocortantes, 
dentre outros), pois, para cada produto a um tipo específico desímbolo para facilitar a 
destinação correta, conforme representado pela Figura,tais como: 
 
• Tipo A – resíduo biológico. 
• Tipo B – resíduo químico. 
• Tipo C – resíduo radioativo. 
• Tipo D – lixo comum. 
• Tipo E – Perfurocortantes. 
Figura 1 
 
 
12 
 
 
Tais especificações, se aplicadas de forma correta, sinalizam positivamenteum 
dos principais processos acerca da reciclagem e destinação correta destesmateriais 
e do gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). 
 Acaracterização e classificação dos RSS são o ponto de partida para a 
realizaçãode uma coleta, transporte, tratamento e disposição final mais seguros para 
ohomem e o meio ambiente. Os estabelecimentos geradores devem averiguarse o 
gerenciamento dos RSS está́ ou não está atendendo a essas 
legislações,principalmente quanto à segregação correta na fonte de geração e 
destinaçãofinal, conforme sua classificação (ABNT, 2004a). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
5. FUNDAMENTOS FÍSICOS 
 
Para desenvolver os aspectos de biossegurança relacionados ao uso 
deradioisótopos, devemos considerar o átomo com dimensão de 10-8 cm, 
construídode um núcleo positivo (de 10-13 cm) e uma camada eletrônica. O núcleo 
do átomoé formado de prótons e nêutrons, sendo uma espécie nuclear identificada 
peloseu número atômico (Z) ou, número de prótons pelo número de nêutrons N e 
suamassa pela soma de nêutrons e prótons ou, o número de massa (A). A 
princípio,existem cerca de 104 elementos químicos conhecidos, 300 isótopos estáveis 
e,aproximadamente, mil isótopos radiativos. Assim, a maioria dos 
elementosencontrados na natureza possuem mais de um isótopo. Os isótopos de 
umelemento têm as mesmas propriedades químicas, pois possuem o mesmo 
númerode elétrons na coroa eletrônica. Contudo, têm propriedades físicas e 
nuclearesdiferentes (BRAND; FONTANA; SANTOS, 2011). 
As forças que mantêm prótons e nêutrons ligados são de naturezadiferente das 
gravitacionais e eletromagnéticas. Muito intensas e independentesda carga elétrica 
(são capazes de unir partículas da mesma carga, comoos prótons), essas forças 
atuam apenas dentro do núcleo. Nesse sentido, aradioatividade é considerada como 
sendo um fenômeno nuclear, originadoda desintegração espontânea de núcleos 
atômicos. A probabilidade porunidade de tempo de que um nuclídio (é uma espécie 
atômica caracterizadapelo número de protões, neutrões e estado energético do 
núcleo) se desintegre(emita partículas), depende somente do nuclídio e é 
independente de tempo. 
Esta probabilidade é representada pela constante de decaimento (λ) 
(BRAND;FONTANA; SANTOS, 2011). 
No organismo humano ou animal, a probabilidade total de decaimentode um 
radioisótopo é a soma das probabilidades de decaimento biológico(pelo metabolismo) 
e físico (por desintegração radioativa) (NEVES; COSTA;DREXLER, 2010). 
 
 
 
 
 
14 
 
 
6. EMISSÕES RADIOATIVAS 
 
As emissões dos núcleos radioativos podem ser de três tipos: partícula 
α,partícula β e radiação gama. A partícula α, constituída por 2 prótons e 2 
nêutrons,tem carga 2+e massa igual ao núcleo do átomo de hélio, é representada 
como 42αou 42He. A partícula beta é um elétron criado no núcleo, no momento da 
emissão. 
Pode ter carga negativa (0-1 β) ou positiva (0+1 β). Quando o pósitron é emitido 
eencontra um elétron do meio, ocorre a reação de aniquilação. Há transformaçãode 
massa em energia e o aparecimento de duas radiações gama de mesma direçãoe 
sentidos opostos e de energia igual a 0,51 Mev, resultante da transformação 
damassado elétron em repouso, na equação E = mc2. Normalmente, uma emissão 
deradiação gama. A radiação gama é de natureza eletromagnética e comprimentode 
onda,geralmente menor do que os raios X. Sua emissão acompanha as daspartículas 
alfa e beta (XAVIER et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
7. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA 
 
As radiações emitidas por um elemento radioativo em determinado 
meio,interagem tanto com as camadas eletrônicas quanto aos núcleos dos átomos 
quecompõem esse meio, em um processo probabilístico que depende do tipo 
departícula, de sua energia e das características do meio. Dessa interação, resultaa 
chamada absorção de radiação, ou seja, o resultado da transferência de energiada 
radiação para o meio. Esse mecanismo serve de base de proteção 
radiológica(XAVIER et al., 2007). 
Os mesmos autores supracitados mencionam que a partícula alfa podeproduzir 
ionizações (retirada de elétrons da camada eletrônica) e excitação (levaro elétron a 
uma camada mais energética). Define-se como alcance da partículaalfa, o espaço 
percorrido pela partícula até que pare, ou seja, que perca toda suaenergia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
8. MOLÉCULAS MARCADAS E RADIOFÁRMACOS 
 
Molécula marcada é aquela em que um ou mais átomos radioativos, demaneira 
que podem ser distinguidas das demais, não marcadas. Radiofármaco é amolécula 
marcada, utilizada in vivo, para diagnósticos e tratamentos em medicinanuclear, 
sendo, portanto, sujeita aos controles necessários a um fármaco. 
 Em geral,o símbolo de isótopo é colocado entre chaves antes do nome químico 
e, quandonecessário, é indicada sua posição na molécula. Exemplo: [2 – 14C] 
timidina. Aatividade radioativa de um composto marcado ou de um radiofármaco é 
expressaem unidades de atividade (Bq) por unidade de massa (g), denominada 
atividadeespecífica, ou por unidade de volume (L), denominada concentração 
radioativa(OLIVEIRA et al., 2006). 
O tipo de molécula e seu uso, definem o radionuclídeo utilizado parasua 
marcação. É levada em conta a diferença de massa que ocorre na moléculaao se 
introduzir um átomo radioativo nela.O tipo e a energia de emissão sãotambém 
importantes. Quando se pensa na utilização de um radioisótopo parauso in vitro, 
procura-se um com T1/2 longa e que não tenha energia muito altapara não levar a 
exposições desnecessárias. Exemplos de isótopos com essascaracterísticas são o 
14C (beta menos, T1/2 5700 a) e 3H (beta menos, T1/2 12 a). 
Para o mapeamento de um órgão, procuram-se elementos T1/2 curta e 
emissoresde radiação gama com energia suficiente para que sejam detectados fora 
doorganismo (OLIVEIRA et al., 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
9. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E DOSIMETRIA 
 
Figura 2 
 
 
O termo proteção radiológico, refere-se à proteção contra radiações, ahigiene, 
a segurança e o controle no manuseio de materiais radioativos. Visanão somente a 
proteção adequada às pessoas que trabalham com radiação comotambém à 
população em geral que, de alguma forma, pode estar exposta. Suafinalidade é 
proteger contra os perigos potenciais dessa exposição e possibilitar ousufruto de seus 
benefícios. 
Até a descoberta dos raios X e da radioatividade, a exposição do serhumano à 
radiação ionizante limitou-se, quase que exclusivamente, às fontesnaturais e à 
radiação cósmica, que constituem a chamada radiação natural defundo, em nível 
considerado muito baixo. Os primeiros profissionais que sepreocuparam com as 
normas de proteção radiológica foram os radiologistas. Aprimeira unidade de dose de 
radiação foi denominada Roentgen (R) e definidacomo a quantidade de raios X que 
pode provocar certa ionização num volumebem definido de ar nas condições normais 
de temperatura e pressão (CNTP). 
Paralelamente, veio a recomendação de que a exposição de um profissional 
semantivesse em um nível de 1R/d (MOURA; BACCHIM NETO, 2015).Moura e 
Bacchim Neto (2015) apontam que a evolução dos estudos dosefeitos biológicos de 
radiação (EBR), mostrou que os níveis máximos de 1 R/deram muito altos e que 
existiam outros fatores que alteravam a relação dose xefeito: tipo de radiação, volume 
irradiado e outros. A unidade Roentgen (R),sendo definida apenas para o ar, não 
18 
 
 
servia de parâmetro para inferir os efeitosbiológicos advindos de determinada dose 
de exposição. 
Em 1953, foi introduzida a unidade rad (radiationabsorbed dose) equivalenteà 
absorção de 100 erg de energia por grama de material irradiado, medindo,portanto, a 
dose absorvida pelo tecido e abrangendo todos os tipos de radiações. 
As unidades Roentgen e rad consideram, respectivamente, a energia absorvida 
noar e no tecido, mas não dão a dimensão dos danos biológicos produzidos. 
Emborahoje já existem estudos que descrevem acerca de procedimentos realizados 
pormecanismos robóticos em cirurgia endovascular, por exemplo, o que sinaliza 
apresença de uma importante evolução. Entretanto, tal método ainda necessita 
sermais bem explorado (desenvolvido), bem como carece de ajustes acerca do 
seucusto, o que provavelmente será muito mais elevado, logo, no futuro. Sem 
contarque levará anos para que seja implantado como rotina em todos os ambientes 
quepromovem ações de cuidado assistencial. Da mesma forma, cabe destacar 
quepoucos artigos em nosso meio científico, são publicados discutindo sobre os 
riscosda radiação provocados pelos equipamentos radiológicos, tanto os de 
angiografiacomo os da angiotomografia (LEYTON et al., 2014; MOURA; BACCHIM 
NETO,2015). Os mesmos autores, ainda indagam o seguinte questionamento: Até 
queponto devemos nos preocupar com isso? 
Foi necessária a introdução da unidade rem (Roentgen equivalent in man)que, 
além de considerar a dose absorvida, leva em conta fatores como o tipo e aenergia 
da radiação e sua distribuição em diferentes tecidos, para que os possíveisdanos 
biológicos possam ser inferidos. O conceito de fator de qualidade “Q” foiintroduzido e, 
assim, o rem é igual à dose em rad multiplicada pelo Q. Para aradiação 
eletromagnética esse fator é igual a 1 e, para a partícula alfa, é igual a10. Se tivermos 
a mesma dose em rad de um emissor alfa e de um emissor gama,teremos doses, em 
rem, 10 vezes maiores no caso de exposição à partícula alfa(LIMA; AFONSO; 
PIMENTEL, 2009). 
Segundo Brasil (2019), há três parâmetros fundamentais quando se pensaem 
proteção radiológica (CNEN NE- 3.01), a saber: 
• distância da fonte radioativa ao operador; 
• tempo de exposição do operador à radiação; 
• blindagem interposta entre a fonte e o operador. 
19 
 
 
Da mesma forma, Brasil (2014c) descreve que a proteção radiológicaabrange 
um campo muito vasto que inclui desde, por exemplo, o estudo dolocal adequado de 
construir uma usina nuclear até a disposição final de resíduosradioativos, devendo 
existir adequada distribuição dos espaços que prestamcuidados em saúde, por meio 
da instituição de exames e intervenções radiológicas(CNEN NE 6.02). 
Trabalhos que envolvam níveis altos de atividade radioativa (da ordemde 10 4 
Bq), como a produção de radiofármacos para uso em Medicina Nuclear oua marcação 
de moléculas para radioimunoensaios, devem ser desenvolvidos emcabines de 
segurança especialmente destinadas para esse fim, com as seguintescaracterísticas 
conforme orienta Brasil (2019): 
• Blindagem – adequada para o radioisótopo que está sendo manuseado. Devemanter 
a exposição do operador abaixo de 1 mSv/semana. 
• Exaustão – a cabine deve ter compressão menor do que a do ambiente dolaboratório. 
O ar exaurido, deve passar por filtros adequados e ser monitoradoantes de ser 
liberado no meio ambiente. 
• Manuseio – com ferramentas adequadas que permitam o trabalho a distânciae não 
prejudiquem a sua precisão. 
• Resíduos – precisam ser retirados sem que entrem em contato com o meioambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
10. DOSIMETRIA 
 
A facilidade em medir a radioatividade com precisão e a sensibilidadeque 
permite a avaliação de sua distribuição nos vários compartimentos orgânicos,fazem 
dos traçadores radioativos, um potente instrumento de investigaçãocientífica. Os 
radioisótopos são amplamente utilizados em medicina nuclear, emestudos de 
bioquímica, nutrição, fisiologia e de biologia em geral. Entretanto, ouso dos 
radioisótopos exige algumas precauções, que têm de ser consideradasquanto a sua 
manipulação e a seu armazenamento. As partículase radiações dissipam sua energia 
ao interagirem com moléculas da estruturacelular e provocam danos que podem 
comprometer a saúde de quem se expõea elas, porém o conhecimento desses riscos 
permite o seu uso seguro (LEYTONet al., 2014). Moura e Bacchim Neto (2015, p. 167), 
ainda fortalecem dizendo que: 
A limitação da dose é uma prática bem definida na proteção radiológicados 
indivíduos ocupacionalmente expostos (IOEs). Cada IOE deve sermonitorado 
mensalmente para assegurar que não irá receber dosesocupacionais acima dos 
limites. A monitoração frequente das dosesrecebidas pelos profissionais pode indicar 
praticas relacionadas a altasexposições ocupacionais e, assim, determinar estratégias 
de proteçãoradiológica mais eficientes e objetivas. Para aumentar a acurácia 
dadosimetria pessoal, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica(ICRP) 
recomenda que sejam usados dois dosímetros na altura dotórax, sendo um sobre as 
proteções e outro por baixo destas. Destamaneira, será proporcionada uma estimativa 
mais segura das dosesrecebidas por esses profissionais. Dosímetros adicionais 
podem serutilizados para medir as doses recebidas pelos cristalinos e 
pelasextremidades dos profissionais. 
Dados provenientes da radioterapia, dos acidentes nucleares ou 
dacontaminação, devido à ocupação profissional, mostram que as 
radiaçõesproduzem alterações gênicas e cromossômicas que aumentam a taxa de 
mutaçõesde células dos indivíduos das gerações subsequentes. Por outro lado, as 
mutaçõesinduzidas pelasradiações ionizantes podem, também, ocorrer em células 
somáticae essas não são transmitidas à descendênciados indivíduos irradiados 
(LEYTONet al., 2014). 
 
 
21 
 
 
Figura 3 
 
 
A radiação ionizante pode provocar malformações congênitas,esterilidade, 
reduzir a fertilidade, provocar câncer, leucemia, catarata; aceleraro envelhecimento e 
causar a morte. No entanto, como qualquer outro agentea que o ser humano está 
exposto, os riscos da exposição à radiação devem serdimensionados. Riscos 
genéticos e somáticos associados às radiações ionizantes,mostram que os efeitos 
produzidos dependem de fatores que serão discutidos aseguir (VALVERDE et al., 
2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
11. QUALIDADE DA RADIAÇÃO 
 
A intensidade dos efeitos biológicos das radiações ionizantes dependedo tipo 
de radiação (se particulada ou eletromagnética), de sua energia, desua massa ou de 
sua carga e, principalmente, do rendimento de transferêncialinear da energia por 
milímetro de percurso (LET) no tecido orgânico. Radiaçõeseletromagnéticas, como os 
raios X e os raios gama, são pouco eficientes paratransferir sua energia para o tecido, 
sendo, por isso, menos mutagênicas quea partícula alfa. Esta, mostra alta eficiência 
na transferência de energia para oscompostos orgânicos (VALVERDE et al., 2000; 
LEYTON et al., 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
12. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO NOS TECIDOS E A PRODUÇÃO DE 
RADICAIS LIVRES 
 
A ação deletéria da radiação sobre as células ocorre, predominantemente,por 
processos indiretos, ou seja, não é o impacto direto da radiação que danifica acélula, 
mas os produtos tóxicos gerados secundariamente no seu interior. Sendoa água o 
principal constituinte do corpo humano e da célula, correspondendoa cerca de ¾ da 
massa corpórea, é nesse compartimento que ocorre a maiorquantidade das 
interações primárias da radiação. Quando a radiação interage commoléculas da água, 
desencadeia-se uma série de fenômenos físico-químicos quegeram os radicais livres 
ionizados e, energeticamente excitados (spins elevadosa níveis singletos e tripletos), 
os quais produzem os danos celulares irreparáveis 
(TEIXEIRA; GUARIENTO, 2010).A radiação, interage, inicialmente, por 
processos físicos com os átomos dostecidos orgânicos e, na sequência, ocorre a 
transferência da energia da radiaçãopara os constituintes do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
13. RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO NO USO DE MATERIAS RADIOATIVOS 
 
Os organismos internacionais como a ICRP, padronizam o limite 
máximopermitido de radiação ionizante para trabalhadores por um ano em 50 
mSv,para ingestão ou inalação do material radioativo. Essa estimativa de dose baseia-
se no homem – padrão, com características fisiológicas e anatômicas definidasna 
publicação da ICRP n° 2324 que leva em conta a possibilidade de a radiaçãoproduzir 
câncer e doenças hereditárias. Doses superiores a 4 Sv, conhecidas comodoses letais 
50% (DL50), são fatais para 50% de uma população exposta. Dosesacima de 7 Sv 
são praticamente fatais (NAVARRO et al., 2008; NAVARRO, 2009). 
Para a regularização de seu funcionamento, o laboratório ou unidade 
demedicina nuclear deve cumprir certas regras básicas em função da sua 
classificação. 
A norma CNEN n° 3.01 (CNEN NE – 3.01), que descreve as Diretrizes Básicas 
de 
Proteção Radiológica, define: 
Acidente – é o desvio inesperado e significativo das condiçõesnormais de 
operação de uma instalação que possa resultar em danosà propriedade e ao meio 
ambiente ou em exposições de trabalhadorese de indivíduos do público, acima dos 
limites primários de doseequivalente estabelecidos pela CNEN (BRASIL, 2014c). 
Áreas restritas têm de ser claramente identificadas, monitoradas, 
conformenorma específica da CNEN. Devem ser sinalizadas com o símbolo 
internacionalde radiação (Figura 11), bem como todas as blindagens ou embalagens 
das fontesradioativas, e providas, para orientação em caso de acidente, de 
instrumentaçãoe procedimentos apropriados sempre afixados em paredes, quadros e 
outroslugares bem visíveis (BRASIL, 2014c). 
 
25 
 
 
 
14. CONTROLE RADIOLÓGICO DE TRABALHADORES 
 
A empresa, isto é, os responsáveis pela instalação onde se utiliza 
materialradioativo, devem manter registro de cada colaborador/trabalhador. 
Nesseregistro deve ser anotada toda e qualquer ocorrência que acarrete ao 
profissionalexposição à dose de 1/10 (um décimo) do limite anual (que é de 50 
mSv/ano, porexemplo, para o corpo inteiro). Os trabalhadores envolvidos com 
atividades emáreas controladas devem ser, individualmente, monitorados de acordo 
com asnormas específicas CNEN (BRASIL, 2014c). 
Relacionado à atividade laboral dos profissionais que atuam na 
radiologia,Brand, Fontana e Santos (2011), descrevem que os referidos trabalhadores 
devemser submetidos a controle periódico do ponto de vista médico, a incluir 
osseguintes exames, acerca da manutenção da sua segurança: 
1. Exame pré-ocupacional: a fim de verificar se está em condições normais desaúde 
para iniciar a sua ocupação, incluindo uma análise do seu históricomédico e 
radiológico sobre exposições anteriores. 
2. Exame periódico: de acordo com a natureza da função e com a dose recebidapelo 
trabalhador. 
3. Exame especial: para trabalhadores que tenham recebido doses superiores 
aoslimites primários estabelecidos na norma CNEN n° 3.01, ou quando o médicojulgar 
necessário 
26 
 
 
4. Exame pós – ocupacional: logo após o término da ocupação e, dependendo doseu 
resultado, cuidados ou exames médicos posteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
15. QUALIDADE TOTAL 
 
Para tanto, recomenda-se que as unidades de radiologia evoluam deprogramas 
de controle da qualidade para programas de gestão da qualidadetotal. A qualidade no 
setor saúde é entendida como a sistematização de todos osprocessos, em todas as 
áreas e esferas da gestão, na busca da perfeição ao nívelético e técnico. A qualidade 
deixa de ser um aspecto de um produto ou serviço,tornando-se a base para um 
sistema de gestão abrangente e dinâmico, o qualconta com alguns setores, tornando-
se os pilares para o sucesso de uma empresa. 
São estes: sistema de gestão da qualidade e inserção da biossegurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
16. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 
 
O controle da qualidade era exercido, antigamente, somente comrelação ao 
produto acabado. Havia apenas inspeção ou fiscalização final que,na concepção 
atual, é de resultado insatisfatório. Após, houve a evolução para o 
Controle Estatístico de Processo – cuja ênfase era a segurança e o “zero 
defeito”,em seguida, para a Garantia da Qualidade ou Controle de Qualidade – 
baseada emnormas e procedimentos formais – e, finalmente, para a Qualidade Total 
– a qualcontempla a satisfação dos clientes e a competitividade (PINTO; 
CARVALHO;HO, 2006; MACEDO; RODRIGUES, 2009). Qualidade Total é o conceito 
expressoem princípios pelos quais uma organização pode sobreviver e desenvolver-
se emum ambiente competitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
17. GESTÃO PELA QUALIDADE TOTAL 
 
A Qualidade Total tem complexidade de implantação muito maior que ade 
outros programas da qualidade, como o 5S, mas isso não impede que possa 
serimplantada em qualquer situação, independentemente do tamanho da 
organização– micro, pequena, média ou grande (Figura 14). Para atender ao 
consumidor demaneira adequada e eficaz, as empresas vêm buscando desenvolver 
programase estratégias que primam pela qualidade. Esses programas passaram a ser 
umadas estratégias capazes de gerar competitividade por meio da diferenciação 
eagregação de valor aos produtos e serviços, fornecendo vantagem competitiva 
aquem tem sucesso em sua implementação (PERTENCE; MELLEIRO, 2010). 
Os 5S são derivadosde palavras japonesas, iniciadas pela letra “S” eque 
expressam princípios fundamentais de uma determinada organização quea utiliza. 
Inicialmente, integravam o método 9 “esses”: SEIRI, SEITON, SEISO,SEIKETSU e 
SHITSUKE, SETSUYAKO, SEKININ, SHITSUKOKU e SHUKAN. 
Entretanto, Lapa (1998), descreve que os cinco primeiros “S” já expressam 
osprincípios de um determinado segmento, os quais são definidos a seguir: 
1. SEIRI – Senso de utilização, arrumação, organização, seleção. 
2. SEITON – Senso de ordenação, sistematização, classificação. 
3. SEISO – Senso de limpeza, zelo. 
4. SEIKETSU – Senso de asseio, higiene, saúde, integridade. 
5. SHITSUKE – Senso de autodisciplina, educação, compromisso. 
O sucesso na implementação dos programas de qualidade depende de 
se fazer adequada Gestão Eficiente de Qualidade. Para tanto, deve-se 
preparara organização para a implantação de um Sistema de Gestão da 
Qualidade,tendo o Programa 5S como uma boa opção e um forte aliado para 
preparaçãodas organizações que pretendem iniciar tal processo. A Qualidade Total é 
umsistema gerencial para atender, principalmente, à sobrevivência e à 
prosperidadeda organização, mediante a satisfação das necessidades das pessoas. 
Comopessoas, devem ser estendidos os clientes, os acionistas, o governo e a 
sociedadecomo um todo. 
 
 
 
30 
 
 
Figura 4 
 
 
Essa gestão da qualidade se faz em todos os processos, por meio deações 
científicas sistemáticas desenvolvidas por toda a organização. A tendênciaatual é que 
as organizações – micros, pequenas, médias ou grandes – adotema Qualidade Total 
como filosofia de trabalho, para garantir a qualidade dosprodutos e /ou serviços que 
produzem. As que vierem a ficar à margem dessemovimento, correm o risco de deixar 
o mercado por falta de competitividade. AGestão pela Qualidade Total implica que 
todos os processos estejam monitoradose sob controle. Essa é a base para que tudo 
o que é produzido, não apresentedefeito (ARENA et al., 2011). 
A implantação da Qualidade Total é iniciada pela vontade explícita demudanças 
daadministração da organização, visando melhorias. Os fundamentosdo programa 
devem ser introduzidos de forma orientada, tendo as pessoas –administradores e 
funcionários – como alvo, vindo depois da fase de treinamento(REGO; PORTO, 2005). 
Arena et al. (2011) descrevem que é possível avaliar oestágio em que determinada 
organização se encontra com relação à qualidade e,com isso, indicar o caminho da 
obtenção da Qualidade Total. Desse modo, faz-senecessárias mudanças e busca de 
melhoria na qualidade do produto ou serviçoquando: 
• os clientes não são ouvidos, por não serem considerados importantes; 
• não há estímulo ao trabalho em equipe, a solução de problemas e a tomada 
dedecisões são de competência exclusiva de chefias; 
31 
 
 
• os recursos humanos não são valorizados e as necessidades das pessoas, 
emtermos de manifestação de suas opiniões, não são satisfeitas; 
• faltam objetivos claros e isso resulta em esforços dispersos e ações descontínuas; 
• em virtude de estar dando certo, não há aperfeiçoamento contínuo; 
• cada setor atua isolado dos demais, não fazendo parte do processo que compõeo 
todo; 
• a decisão é centralizada e falta autonomia para as pessoas; 
• os objetivos da organização não são informados e disseminados internamente 
e, por isso, cada pessoa conhece só aquilo com que trabalha; 
• não há padronização e documentação dos processos; 
• os erros gerados nos processos e transferidos para os produtos e /ou serviçossão 
apontados, principalmente, pelo consumidor final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
18. SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES 
 
No âmbito da Qualidade Total, os clientes (internos, intermediários eexternos) 
são os mais importantes para a organização, por isso, suas necessidadesdevem ser 
satisfeitas como prioridade. Os clientes internos são os funcionários,a quem é 
passado o trabalho concluído para que possam realizar a próximaoperação, servindo 
a outros clientes internos, até chegar aos clientes externos. 
Estabelece-se uma cadeia, fornecedor – cliente: quem passa o trabalho 
concluídopara a próxima operação é o fornecedor, sendo o cliente, o que recebe o 
referidotrabalho. Os clientes intermediários (distribuidores, assistência técnica etc.), 
sãoterceiros que viabilizam a utilização de produtos e serviços produzidos 
pelosclientes internos no atendimento aos clientes externos. Os clientes externos, 
sãoos consumidores finais – usam os produtos e os serviços produzidos 
(REGO;PORTO, 2005). 
A organização deve estabelecer processo sistemático e permanente detroca 
de informações e mútuo aprendizado com seus clientes, transformandoessa relação 
em indicadores do grau de satisfação. É preciso mais do que preveras necessidades, 
superar plenamente as expectativas dos clientes, porque são eles,na verdade, a razão 
da existência da organização. A total satisfação dos clientesé a mola mestre da gestão 
pela Qualidade Total. Há, na realidade, uma relaçãode parceria entre organização, 
clientes internos e clientes externos, em razão dadependência mútua estabelecida, 
na qual um depende do outro 
Existem dezenas de fatores que podem contribuir para o sucesso ou 
oinsucesso de um negócio ou de uma empresa e a satisfação do cliente é uma delas. 
A satisfação do cliente pode estar intimamente associada como o serviço 
estáorganizado, como o produto gerado pela empresa está sendo entregue e 
comoeste é acolhido pelos membros que compõem o time de colaboradores de 
umdeterminado segmento. Acompanhar esse indicador “satisfação da clientela”,torna-
se de fundamental significância para tornar a clientela ainda mais leal 
e,eventualmente, torná-los disseminadores e/ou embaixadores da marca a 
qualrepresentamos. Cliente gera cliente. 
O fato é que a satisfação do cliente é um conceito muito amplo e, 
saberrealmente o que é, e para que serve, pode confundir um pouco no início. 
Aimportância da satisfação do cliente é parte fundamental e crucial para um negócioou 
33 
 
 
um serviço que presta atendimento, pois ela é complementar com indicadoresde 
lealdade, esforço e satisfação que, em conjunto, formam a experiência docliente, que 
será o principal diferencial competitivo das empresas daqui parafrente. O cliente é a 
melhor propaganda de um negócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
19. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DO PROFISSIONAL 
 
Esta proteção se refere a todos os indivíduos ocupacionalmente expostosa 
radiação ionizante, trabalhando com exames de imagens para diagnóstico. 
Osprincipais riscos são as possibilidades de ocorrerem doses altas e o acúmulo 
deexposições durante a vida do trabalhador que podem ser grandes. Portanto, 
éimportante manter as doses mais baixas possíveis e também manter o histórico 
dedoses recebidas, através dos laudos emitidos mensalmente pelo laboratório 
quefornece o serviço de dosimetria. Para Okuno (2013), reduzir a possível 
exposiçãodos profissionais é possível, para tanto, são necessários alguns parâmetros, 
osquais devem ser considerados e respeitados: 
 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS 
• Tempo de exposição: a redução do tempo de exposição ao mínimo é a 
maneira 
mais prática de reduzir a radiação ionizante. A exposição é 
diretamenteproporcional ao tempo. 
• Posição em relação ao feixe de raios X: ao profissional nunca deve ficar na 
direção do feixe. Este deverá contar sempre com uma barreira protetiva, 
sejaesta uma blindagem (biombo de chumbo, por exemplo). 
• Distância da fonte: o aumento da distância entre o profissional e a fonte é uma 
forma eficiente de proteção. Quanto mais distante da fonte de radiação, menora 
intensidade dos raios X. 
• Blindagem: para equipamentos de radiografias intra-orais, os biombos fixosou 
móvel, geralmente com 0,5 mm de espessura de chumbo ou 2 mm de açoéa proteção 
ideal para o profissional. 
• Monitoramento do pessoal por meio de dosímetros individuais: o uso 
dessesaparelhos, possibilita mensurar as doses de radiação recebidas pelo 
profissional,constituindo o meio mais seguro para não atingir os valores das doses 
detolerância. Dessa forma, não irá expor o colaborador a doses exageradas edeixar 
a instituição em risco, frente aos possíveis processos trabalhistas. 
 
 
Figura 5: Biombo de chumbo móvel 
35 
 
 
 
FONTE:<https://www.solucoesindustriais.com.br/images/produtos/imagens_10940/thumbnails/350/bio
mbo-para-protecao-radiologica_10940_533081529959027775_cover.jpg>.Acesso em: 10 nov. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
20. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM O TECIDO BIOLÓGICO 
 
 Formas e tipos de irradiação 
A correlação entre a exposição à radiação ionizante e os efeitos 
biológicosinduzidos em pessoas nas primeiras exposições com raios X, e em 
exposições com radionuclídeossofridas pelos pioneiros das descobertas sobre 
radioatividade. 
Entretanto, para o seu detalhamento, foi necessária a adoção de modelos 
deexposição e hipóteses baseadas em extrapolações, uma vez que dependia 
claramente, daquantidade, forma e período de exposição, bem como de expectativas 
de concretizaçãodos efeitos, em termos de sua observação, no tempo. Isto porque os 
dados experimentaisdisponíveis eram relacionados a exposições com doses 
elevadas, a acidentesradiológicos, às observações nas vítimas de Hiroshima e 
Nagasaki ou a experiênciascom cobaias. 
As conclusões dos estudos iniciais poderiam ter comparações e 
confirmaçõesdiretas em pacientes submetidos a tratamento de radioterapia ou em 
experiências emcobaias, onde propositadamente as doses são elevadas. Entretanto, 
para oestabelecimento de recomendações de segurança para o trabalho rotineiro com 
aradiação ionização em suas diversas aplicações, aonde as doses são mantidas duas 
aquatro ordens de grandeza menores que as anteriormente citadas, a observação 
dosefeitos biológicos fica ofuscada pela ocorrência de muitos outros efeitos, 
provocadospor outros agentes físicos ou químicos, inclusive ambientais. 
Um modelo conservativo em termos de proteção radiológica seria a 
correlaçãolinear entre dose e efeito, mesmo para baixos valores de dose. Este 
modelo, utilizado atéhoje, se baseia numa extrapolação para doses muito baixas, do 
ajuste da curva obtidaentre dose e efeitos biológicos observados em valores elevados. 
Questiona-se, como éóbvio, da sua validade científica, pois poderia estar ignorando 
possíveis valores limiarespara certos efeitos, ou minimizando a ocorrência de alguns 
outros efeitos, devido ainfluência e comportamento de outros fatores nesta região de 
baixas doses. 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Figura 6 
 
 
FIGURA ACIMA- Modelo de extrapolação linear (curva a) para a correlação 
entredose-efeito biológico, onde não são contabilizados possíveis efeitos deaumento 
da probabilidade de ocorrência na região de doses baixas (curva b)ou da existência 
de limiares ou de fatores de redução da incidência dosefeitos até então desconhecidos 
(curva c). 
Exposição única, fracionada ou periódica 
A exposição do homem ou parte de seus tecidos à radiação, pode ter 
resultadosbastante diferenciados, se ela ocorreu de uma única vez, de maneira 
fracionada ou seperiodicamente. As exposições únicas podem ocorrer em exames 
radiológicos, comopor exemplo, uma tomografia; de maneira fracionada, como no 
tratamentoradioterápico; ou periodicamente, como em certas rotinas de trabalho com 
materialradioativo em instalações nucleares. 
Para uma mesma quantidade de radiação, os efeitos biológicos 
resultantespodem ser muito diferentes. Assim, se ao invés de fracionada, a dose 
aplicada numpaciente em tratamento de câncer, fosse dada numa única vez, a 
probabilidade de morteseria muito grande. A exposição contínua ou periódica que o 
homem sofre da radiaçãocósmica, produz efeitos de difícil identificação. O mesmo não 
aconteceria, se a doseacumulada em 50 anos fosse concentrada numa única vez. 
Exposição de corpo inteiro, parcial ou colimadaum trabalhador que opera com 
material ou gerador de radiação ionizante podeexpor o corpo todo ou parte dele, 
durante sua rotina ou num acidente. Um operador degamagrafia sofre irradiação de 
corpo inteiro, na sua rotina de expor, irradiar a peça,recolher e transportar a fonte. Em 
38 
 
 
alguns acidentes, como a perda e posterior resgate dafonte de irradiadores, pode 
expor mais as extremidades que outras partes do corpo. Umapessoa que manipula 
radionuclídeos, expõe bastante suas mãos. 
No tratamento radioterápico, a exposição do tumor a feixes colimados 
deradiação é feita com muita precisão e exatidão 
 
Exposição a feixes intensos, médios e fracos 
Na esterilização e conservação de frutas, especiarias, peixes e carnes, 
comradiação gama, as doses aplicadas atingem a10 kilograys (kGy; em radioterapia, 
a 2 Gypor aplicação. São feixes intensos e capazes de induzir à morte uma pessoa, 
seaplicados de uma única vez e no corpo todo. Os feixes utilizados em radiologia são 
deintensidade média, comparativamente, pois atingem a alguns miligrays (mGy), e 
nãodevem ser recebidos por uma pessoa com muita frequência, sob pena de sofrer 
algumdano biológico. A radioatividade natural induz ao homem doses de radiação da 
ordemde 1 mGy por ano. Poucos são os efeitos identificáveis e atribuídos 
exclusivamente àeste tipo de radiação. 
 
Exposição a fótons, partículas carregadas ou a nêutrons 
A grande maioria das práticas com radiação ionizante envolve 
fótonsprovenientes de fontes de radiação gama ou geradores de raios X como as 
deradiodiagnóstico, radioterapia, radiografia industrial e medição de nível e 
densidade. 
Nas instalações nucleares, nos reatores, além dos fótons, existem fluxos de 
nêutronsgerados na fissão dentro dos elementos combustíveis e que atingem as áreas 
demanutenção e operação da máquina. Alguns medidores de nível, de densidade 
einstrumentos para prospecção de petróleo, utilizam fontes e geradores de nêutrons. 
Osfeixes de partículas carregadas têm nos aceleradores lineares de elétrons, 
noscíclotrons com feixes de prótons e nos radionuclídeos emissores beta e alfa, 
osprincipais representantes. 
Os fótons e nêutrons constituem as radiações mais penetrantes e causam 
danosbiológicos diferentes conforme a taxa de dose, energia e tipo de irradiação. Os 
feixesdeelétrons têm um poder de penetração regulável, conforme a energia 
estabelecida namáquina aceleradora. A radiação beta proveniente de radionuclídeos 
39 
 
 
em aplicadoresoftalmológicos e dermatológicos tem alcance de fração de milímetro 
no tecido humano. 
As radiações alfa são muito pouco penetrantes, mas doses absorvidas devido 
aradionuclídeos de meia-vida curta incorporados nos sistemas respiratório ou 
digestivode uma pessoa podem causar danos 20 vezes mais que iguais valores de 
doses deradiação X, gama ou beta. 
 
Danos celulares 
O processo de ionização ao alterar os átomos, pode alterar a estrutura 
dasmoléculas que os contêm. Se a energia de excitação ultrapassar a energia de 
ligaçãoentre os átomos, pode ocorrer quebra das ligações químicas e consequentes 
mudançasmoleculares. Da energia transferida pela radiação ao tecido, metade dela 
induzexcitações, cujas consequências, são menores que as de ionização. 
Se as moléculas alteradas compõem uma célula, esta pode sofrer 
asconsequências de suas alterações, direta ou indiretamente, com a produção de 
radicaislivres, íons e elétrons. Os efeitos da radiação dependem da dose, taxa de 
dose, dofracionamento, do tipo de radiação, do tipo de célula ou tecido e do indicador 
(endpoint)considerado. Tais alterações nem sempre são nocivas ao organismo 
humano. Se asubstância alterada possui um papel crítico para o funcionamento da 
célula, poderesultar na alteração ou na morte da célula. Em muitosórgãos e tecidos 
o processo deperda e reposição celular, faz parte de sua operação normal. Quando a 
mudança temcaráter deletério, ela significa um dano. 
Na Figura 7 tem-se um quadro representativo dos diversos processos 
induzidospelas interações da radiação ionizante no tecido humano e a estimativa de 
duração decada processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 7: Quadro representativo dos diversos processos envolvidos na interação da radiação 
ionizante com as células do tecido humano, e o tempo estimado para sua ocorrência 
 
 
Dos danos celulares, os mais importantes são os relacionados à molécula 
doDNA. As lesões podem ser quebras simples e duplas da molécula, ligações 
cruzadas(entre DNA-DNA, entre DNA-proteínas), alterações nos açúcares ou em 
bases(substituições ou deleções). Alguns tipos de alterações que podem ser 
induzidas porradiação ionizante são ilustrados na Figura 8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 8: Alguns tipos de alterações no cromossoma que podem ser induzidos por radiação 
ionizante. 
 
 
Modificação celular pela radiação 
Observando-se o ciclo celular e as fases do ciclo mitótico, é compreensível que 
acélula não apresente a mesma resposta à radiação, devido à interferência dos 
diversostipos de interação da radiação nos diferentes cenários de vida da célula. As 
situações demaior complexidade ou que exigem acoplamentos finos de parâmetros 
físico-químicosou biológicos, devem ser mais vulneráveis às modificações induzidas 
pela radiação. Istosignifica que, num tecido onde as células componentes vivem 
aleatoriamente diferentesfases, as consequências das interações de uma mesma 
radiação, podem ser diferentes emlocais diferentes do mesmo tecido. Assim, quando 
se fala num determinado efeitobiológico induzido por radiações, está embutida uma 
avaliação estatística da situação. transformação neoplásica. A célula modificada, 
mantendo sua capacidadereprodutiva, potencialmente, pode dar origem a um câncer. 
O aparecimento de célulasmodificadas, pode induzir o sistema imunológico a eliminá-
las ou bloqueá-las. 
Entretanto, as células sobreviventes, acabam por se adaptar, devido a 
modificaçõesestimuladas por substância promotora. A multiplicação deste tipo de 
célula dá origem aum tumor, num estágio denominado de progressão. 
Após período de latência, se as células persistirem na reprodução, superando 
asdificuldades de divisão celular, os possíveis desvios de percurso devido a 
diferenciaçõese mecanismos de defesa do organismo, surge o tumor cancerígeno. 
 
 
 
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 CONCLUSÃO 
 
A evolução da imagem do sistema analógico (aquisição baseado em filme) para 
o formato digital tem sido impulsionado pelas necessidades de redução de custos, 
com rendimento eficiente e fluxo de trabalho na gestão e visualização de uma 
proliferação crescente no número de imagens produzidas. Assim como as imagens 
em formato digital tornam passíveis de metodologias de processamento de imagem 
para o realce, análise de exibição, o armazenamento e interpretação mesmo 
aumentada. Por causa da onipresença de imagens em biomedicina, a disponibilidade 
crescente de imagens em formato digital, a ascensão do hardware de alta potência 
computador e redes e, a comunhão de soluções de processamento de imagem, 
imagens digitais tornaram-se um tipo de dados central que deve ser considerada em 
muitas aplicações informática biomédica.A criação de um padrão internacional para 
imagens médicas e informações relacionadas, o DICOM (Digital Imagingand 
Communications in Medicine) que define os formatos das imagens médicas 
padronizaram a forma de armazenamento de informações de uso clínico. 
Na medicina moderna, imagiologia médica tem sofrido grandes avanços. Hoje, 
essa capacidade de obter informações sobre o corpo humano tem muitas aplicações 
clínicas úteis. Ao longo dos anos, diferentes tipos de imagens médicas foram 
desenvolvidos, com suas próprias vantagens e desvantagens. Há métodos baseados 
em raios-X convencionais, tomografia computadorizada (TC) e mamografia. Para 
melhorar a imagem de raios X, os agentes de contraste podem ser utilizados, por 
exemplo, para exames de angiografia. A imagiologia molecular é utilizada na medicina 
nuclear e utiliza uma variedade de métodos para visualizar os processos biológicos 
que ocorrem nas células dos organismos. Pequenas quantidades de marcadores 
radioativos, chamados produtos radiofarmacêuticos, são utilizados para imagiologia 
molecular. Outros tipos de imagens médicas são a ressonância magnética (MRI) e 
imagens por ultrassom. Ao contrário dos raios-X convencionais, CT e Molecular 
Imaging, a ressonância magnética e o ultrassom operam sem radiação ionizante. A 
RM utiliza campos magnéticos fortes, que não produzem efeitos biológicos 
irreversíveis conhecidos nos seres humanos 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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Norma NN-3.01, Rio de Janeiro, 2011. 
 
Comissão Nacional de Energia Nuclear, Requisitos de Segurança e Proteção 
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D.O.U. 04 de junho de 2012. 
 
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