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1 ENFERMAGEM EM RADIOIMAGEM 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 3 2. PROTEÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO 5 3. SERVIÇOS DE SAÚDE E IMAGEM COMO UNIDADES DEENSINO E PESQUISA E SEUS RISCOS 6 4. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 11 5. FUNDAMENTOS FÍSICOS 13 6. EMISSÕES RADIOATIVAS 14 7. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA 15 8. MOLÉCULAS MARCADAS E RADIOFÁRMACOS 16 9. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E DOSIMETRIA 17 10. DOSIMETRIA 20 11. QUALIDADE DA RADIAÇÃO 22 12. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO NOS TECIDOS E A PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES 23 13. RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO NO USO DE MATERIAS RADIOATIVOS 24 14. CONTROLE RADIOLÓGICO DE TRABALHADORES 25 15. QUALIDADE TOTAL 27 16. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE 28 17. GESTÃO PELA QUALIDADE TOTAL 29 18. SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES 32 19. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DO PROFISSIONAL 34 20. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM O TECIDO BIOLÓGICO 36 CONCLUSÃO 42 REFERÊNCIAS 43 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO Do Século XIX, com a descoberta da radioatividade. Assim, o Século XXpresenciou desde os horrores da bomba atômica até a multiplicação da utilizaçãode radioisótopos, tanto em diagnósticos in vitro como nos Ensaios de LigaçãoCompetitiva e/ou chamados de Imunoensaios (são baseados nos princípios deque antígenos específicos estimularão reações imunológicas muito específicas ede que proteínas serão produzidas pela reação e ação imunológica), in vitro emmedicina nuclear e em tratamentos (especialmente na área de cancerologia). Em consequência disso, os efeitos biológicos das radiações foramidentificados, e medidas de proteção radiológica foram adotadas nas váriassituações no uso de radioisótopos. Uma postura profissional que envolvao conhecimento das normas e as razões pelas quais foram estabelecidas, éfundamental para que possamos usufruir dos benefícios desse uso e reduzir, aomáximo, seu risco (SILVEIRA; GUILAM; OLIVEIRA, 2013). A medicina nuclear é uma especialidade médica que abrange e empregamateriais radioativos, tendo como finalidade a realização de diagnósticos e finsterapêuticos. A quantidade de materiais radioativos empregados (radiofármacos),são consideradas mínimas e seu uso é bastante seguro desde que respeitadosalguns preceitos que regulam tais serviços. No caso da medicina nucleardiagnóstica, os radiofármacos são introduzidos no corpo do paciente/cliente poringestão (oral), inalação (inspiração) ou injeção (administração parenteral). 4 Estesradiofármacos (emissores de raios gama ou pósitrons), produzem raios gama comenergias suficientes para atravessar o corpo do paciente/cliente e chegara um conjunto de detectores externos ao paciente, por exemplo, a câmara gamaou câmera de cintilação. O radiofármaco é processado por algum órgãoou tecido específico e, portanto, fornece informação sobre a função do órgão enão especificamente sobre sua anatomia. Além disso, os radiofármacos possuemmeias-vidas física e biológica curtas, de forma a serem rapidamente eliminadosdo corpo do paciente (SAPIENZA; MARONE; CHIATTONE, 2001). 5 2. PROTEÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO Quando a prevenção ao acidente se torna prioridade dentro do ambientede trabalho, o ambiente fica mais leve, harmonioso, produtivo, engajado e aspessoas se sentem valorizadas, aumentando as estatísticas de participação dosucesso da empresa a qual fazem parte. Isso proporciona, também, melhora narelação do elo entre os empregados, empregadores e seus afazeres. Quando umcolaborador percebe que há melhorias no ambiente de trabalho que atua, este,passa a sentir mais integrado a empresa, passa a confiar mais nos propósitos,objetivos e missão da empresa e, ainda, a ter mais carinho e respeito com relaçãoaos seus líderes. Tais fatores possivelmente contribuíram para a aquisição deresultados mais favoráveis, distanciando a existência do insucesso. Antes de abordarmos especificamente as questões acerca da biossegurança,faz-se necessário enfatizarmos a existência de uma reflexão sobre a relevância daatual inovação. A capacidade de se inovar diariamente, diante das necessidadesde mercado, independente do segmento que venhamos a atuar, assume o papelcentral na definição do sucesso ou insucesso das empresas e instituições. Inovaré gerar, produzir, transmitir uma mensagem, propiciar a facilitação para algoe explorar de modo sustentável e seguro, novas ideias e/ou ideologias e novosconceitos. A inovação é demandada em todas as áreas do conhecimento esegmentos e/ou ramos de atividade. Para garantir um ou vários diferenciais estratégicos, todas as empresas,independente do seu segmento, devem seguir as tendências de mercado einvestir maciçamente em treinamentos, equipamentos e na segurança de seuscolaboradores. A produção de novas tecnologias é mais rápida a cada dia e aavaliação de sua utilidade e segurança se torna mais complexa, onerosa e extensano tempo. Para decidir sobre a utilidade e a segurança de novas tecnologias, asinformações não podem mais serem tratadas individualmente, sendo necessárioconstruir redes de informações multidisciplinares, abrangentes, redundantes,interligadas e, sobretudo, confiáveis do ponto de alta qualidade. Nascem assim,as redes de laboratórios, que precisam ter procedimentos padronizados e seguros,para que não haja riscos à saúde e ao ambiente. 6 3. SERVIÇOS DE SAÚDE E IMAGEM COMO UNIDADES DEENSINO E PESQUISA E SEUS RISCOS As unidades de ensino de nível técnico, faculdades ou universidades,sempre mantêm seus códigos de conduta e de ética como uma de suas basesprincipais. A ética tem como base, entre vários princípios, o não prejuízo aopróximo. Considerando o local de trabalho, isso se traduz em garantir a segurançae a saúde aos trabalhadores. Segundo a Organização Internacional do Trabalho(OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), são entendidas como lesõese doenças em ambiente de trabalho, aquelas que são formalmente registradas. Considerando o número de pessoas que trabalham de maneira informal, devehaverbem mais ocorrências de que se tem conhecimento por meio das estatísticasmundiais (MONTENEGRO et al., 2016). Enquanto promovedores da assistência, seja da área preventiva e dacurativa, devemos evidenciar e/ou instigar a existência de alguns objetivosconsolidados dentro de todas as instituições, ou seja, primar a elaboração deplanos de ações globais, aos quais devem estar norteadas em objetivos básicos,porém, essenciais, são eles: 1. elaborar e implementar instrumentos de políticas e normas para a saúde dostrabalhadores; 2. proteger e promover a saúde no ambiente de trabalho; 3.promover o desempenho e o acesso aos serviços de saúde ocupacionais; 4. fornecer e divulgar evidências, objetivando a ação e a prática; 7 5. incorporar a saúde dos trabalhadores em outras políticas; 6. despertar o sentimento de proteção e motivação entre os membros da equipe; 7. potencializar a existência de um ambiente propício e/ou adequado parapromover adequada assistência; 8. propiciar assistência segura e otimizadora; 9. aplicar assistência humanizada em todos os aspectos durante o assistir. Para cumprir tais objetivos, Costa e Costa (2010) discorrem que asinstituições devem contar com atividades, como as que se encontram descritas,contando com ações intermediadas pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e das Comissões de Biossegurança (CB). Essas duas comissõespossuem como papel principal e fundamental, atuar na guarda da conduta éticarelacionada à definição da política e de efetiva prática para a melhoria da saúdeno ambiente de trabalho, viabilizando e potencializando a proteção de todos osseus colaboradores. Relacionado ao investimento em treinamentos, formações e emequipamentos, por parte de muitas empresas que seguem os preceitos debiossegurança de forma adequada, é perceptível que estas têm alcançadoresultados bem-sucedidos, apresentando maiores taxas de manutenção dosfuncionários e menores distanciamentos das suas jornadas laborais, o que permitea produtividade. Há que se considerar que os custos investidos maciçamentena prevenção, são menores quando comparados aos custos em decorrência deacidentes. Visto que, relacionado a acidentes, estes não se tornam negativosapenas pelo distanciamento do colaborador, mas nos efeitos psicológicos queestes também podem acarretar a estes sujeitos. Ribeiro, Pires e Scherer (2016)descrevem que essas consequências, relacionadas à presença de acidentes noambiente de trabalho, tornam-se onerosas por gerarem as chamadas violaçõeslegais, refletindo na falta de investimentos na saúde do trabalhador. Com o advento da nova era da comunicação, possibilitando que noscomuniquemos de Norte a Sul em tempo real, a biossegurança deve ser adaptadaàs necessidades de prevenção perante os novos riscos em termos práticos, ou seja,o meio digital pode ser usado como uma ferramenta integradora e multiplicadorade saberes diante das novidades relacionadas a proteção dos integrantes deuma empresa. Em consequência, a exposição a riscos ergométricos e o impactode fatores psicológicos têm aumentado, como a angústia pelo trabalho 8 nãoterminado, pela menor demanda de tempo para finalizar determinada atividadee o uso de horário de trabalho irregular para o cumprimento de tarefas, o quetorna o controle complexo, propicia a elevação de índices de acidentes, gerando adesmotivação de colaboradores, desertando a presença do estresse e o surgimentode doenças mentais como a depressão, dificultando o gerenciamento. No campo da exposição há produtos e materiais biológicos, também éperceptível a mudança no perfil de agentes infecciosos, os quais, cada vez mais,tornam-se resistentes ao tratamento medicamentoso que, até então, não eracomplexo, exigindo de tratamentos coadjuvantes para eliminar determinadogerme e viabilizar a recuperação daqueles que se encontravam enfermos oucolonizados, exigindo, assim, a necessidade de reclassificação de risco, instigando,nos dias atuais, que estes sejam realizados de forma dinâmica e proporcional àevolução das diversas espécies com relação a presença de risco. Portanto, o ensino e a pesquisa possuem, como responsabilidade, estarà frentedessas demandas e, sem dúvida, colaborar com o estabelecimento denovas diretrizes da biossegurança. Por essa razão, os profissionais dessas áreasou aqueles que atuam junto a arte do cuidar, são sempre as equipes que exercemfunções fronteiriças, seja como professor, seja como cientista ou técnico, dentreoutros profissionais e agentes de apoio, os quais necessitam ter criatividade,flexibilidade, mente aberta e alto poder de improvisação, visão para aplicar ocuidado e a sensibilidade. Na prática, estes atores criam, estabelecem metas,gerenciam, executam, concluem e, finalmente, modificam através das suasexperiências as condutas para melhores condições de saúde da equipe quelevam adiante, também, a evolução na qualificação profissional. Têm, em suasatividades, a verdadeira arte de induzir novos raciocínios e propor despertares,estabelecer mudanças em paradigmas e abrir a mente para algo novo e melhorpara a saúde da humanidade. Considerando um profissional que cuida, independente do seu segmento,é bem mais fácil deduzir que a organização deve ser muito bem estabelecida,planejada e descrita de forma clara, com detalhes. Os materiais a serem utilizadospor estes, devem ser muito bem identificados e ter organização cronológica bemestabelecida. Assim, o termo biossegurança deve ser adotado como a ciênciavoltada para o controle e a minimização de riscos advindos da prática de diferentestecnologias, seja em laboratórios de análises clínicas, unidades de saúde, sejaem biotérios, no meio 9 ambiente, ou ainda, em laboratórios de investigação porimagens (MONTENEGRO et al., 2016). O fundamento básico da biossegurança é assegurar o avanço dos processostecnológicos e proteger a saúde humana, animal e o meio ambiente (Ministério doMeio Ambiente). Em função desta atividade dinâmica, alguns fatores importantesocasionam certa preocupação, tais como: pouco investimento em pesquisadoresna educação e formação continuada, poucas pesquisas e publicações embiossegurança, assim como a ausência de discussões acerca do referido tema emfóruns nas universidades, como a contaminação ambiental e o estresse do trabalhona sociedade contemporânea. Cabe aos gestores das empresas, a execução deadequado planejamento, por meio da concepção de projetos preventivos até oestabelecimento de todas as etapas (prevenção, notificação, avaliação e suporte),propondo a educação continuada e preocupando-se com a saúde como um único universo. Acredita-se que a integração do setor administrativo com as áreasespecíficas, possam trazer benefícios a todos os envolvidos, pois o alvo de todoo trabalho preventivo está dirigido tanto para a segurança de núcleos menoresquanto maiores, como laboratórios, departamentos, unidades, universidades,municípios, estados e federações. Com relação a infraestrutura física, quandobem planejada e construída,condiciona trabalho mais organizado e de formaadequada, prevenindo a existência de exposição indevida a agentes consideradosde risco à saúde, certamente reduzindo intercorrências e a acidentes ocupacionais. Esses procedimentos, no campo da pesquisa experimental, são denominadosBoas Práticas (BP) (BRASIL, 2004; NEIVA, 2018; KUNSCH, 2011). As práticas de biossegurança baseiam-se na necessidade de proteçãodo operador, de seus auxiliares e da comunidade local, contando com o localde trabalho seguro, dos instrumentos e equipamentos e do meio ambiente,contra riscos que possam prejudicar a saúde. O manuseio com biossegurançade produtos químicos que prejudicam a saúde e dos organismos consideradoscontaminantes, é regido por leis federais, estaduais e municipais. Como exemplo, cita-se a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que regula o manuseiode radioisótopos, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e aAgência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que normatiza o manuseiode 10 agentes infecciosos de alta periculosidade, tais como: os vírus da Hepatite B(HBV), Hepatite C (HCV), da Imunodeficiência Humana (HIV) e Ebola, assimcomo as bactérias resistentes e/ou multirresistentes ao tratamento por falta de usoracional de antibióticos, dentre outros (MOLENTO, 2017). Os órgãos internacionais também se preocupam com o risco de exposiçõesa tais agentes, por isso se empenhamem estabelecer normativas e diretrizes sobreo manuseio de agentes de risco e instituem os mecanismos de proteção à saúdehumana, animal e ambiental, além de oferecer treinamentos de forma contínua. Aidentificação correta é uma forma importante de prevenir o manuseio inadequadode agentes infecciosos e substâncias químicas perigosas. Existem normas bemestabelecidas de rótulo, transporte e armazenamento para todas as substânciasquímicas, medicamentos, agentes infecciosos e materiais biológicos, assim comopara as fontes potenciais de contaminação (MOLENTO, 2017). A necessidade e o hábito de ler o rótulo de todo material de trabalho,assim como a constante utilização de equipamento de proteção individuale coletiva adequados para cada procedimento, são as principais formas deprevenir acidentes e se proteger e, sem dúvida, o treinamento sistemático éprimordial e muito importante. Por exemplo, segundo Molento (2017), o corretoarmazenamento de solventes, reagentes e vidrarias, utilizando locais previamentedefinidos e adequadamente identificados com simbologia preconizada, minimizaos riscos inerentes aos acidentes de trabalho. Sem dúvida, o controle de descarte deprodutos considerados agressores ao meio ambiente, devem ser cuidadosamentemonitorados para preservar o meio ambiente em que se vive, evitando o descarteinadequado de materiais passíveis de reciclagem, adotando a coleta seletivaconsciente, possibilitando economia e proteção ambiental para o bem-estar dapopulação e humanidade. 11 4. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Através da NBR n° 12.808 de 1993, a Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT, 2015), dispõe instrução sobre como deve ser realizada aclassificação e dispensação dos resíduos utilizados nos ambientes de saúde osquais são popularmente conhecidos como resíduos hospitalares. Após o seuuso, estes devem ser descartados em recipientes que estejam devidamenteidentificados conforme sua origem (Exemplo: resíduo químico, resíduo comum,perfurocortantes, dentre outros), pois, para cada produto a um tipo específico desímbolo para facilitar a destinação correta, conforme representado pela Figura,tais como: • Tipo A – resíduo biológico. • Tipo B – resíduo químico. • Tipo C – resíduo radioativo. • Tipo D – lixo comum. • Tipo E – Perfurocortantes. Figura 1 12 Tais especificações, se aplicadas de forma correta, sinalizam positivamenteum dos principais processos acerca da reciclagem e destinação correta destesmateriais e do gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Acaracterização e classificação dos RSS são o ponto de partida para a realizaçãode uma coleta, transporte, tratamento e disposição final mais seguros para ohomem e o meio ambiente. Os estabelecimentos geradores devem averiguarse o gerenciamento dos RSS está́ ou não está atendendo a essas legislações,principalmente quanto à segregação correta na fonte de geração e destinaçãofinal, conforme sua classificação (ABNT, 2004a). 13 5. FUNDAMENTOS FÍSICOS Para desenvolver os aspectos de biossegurança relacionados ao uso deradioisótopos, devemos considerar o átomo com dimensão de 10-8 cm, construídode um núcleo positivo (de 10-13 cm) e uma camada eletrônica. O núcleo do átomoé formado de prótons e nêutrons, sendo uma espécie nuclear identificada peloseu número atômico (Z) ou, número de prótons pelo número de nêutrons N e suamassa pela soma de nêutrons e prótons ou, o número de massa (A). A princípio,existem cerca de 104 elementos químicos conhecidos, 300 isótopos estáveis e,aproximadamente, mil isótopos radiativos. Assim, a maioria dos elementosencontrados na natureza possuem mais de um isótopo. Os isótopos de umelemento têm as mesmas propriedades químicas, pois possuem o mesmo númerode elétrons na coroa eletrônica. Contudo, têm propriedades físicas e nuclearesdiferentes (BRAND; FONTANA; SANTOS, 2011). As forças que mantêm prótons e nêutrons ligados são de naturezadiferente das gravitacionais e eletromagnéticas. Muito intensas e independentesda carga elétrica (são capazes de unir partículas da mesma carga, comoos prótons), essas forças atuam apenas dentro do núcleo. Nesse sentido, aradioatividade é considerada como sendo um fenômeno nuclear, originadoda desintegração espontânea de núcleos atômicos. A probabilidade porunidade de tempo de que um nuclídio (é uma espécie atômica caracterizadapelo número de protões, neutrões e estado energético do núcleo) se desintegre(emita partículas), depende somente do nuclídio e é independente de tempo. Esta probabilidade é representada pela constante de decaimento (λ) (BRAND;FONTANA; SANTOS, 2011). No organismo humano ou animal, a probabilidade total de decaimentode um radioisótopo é a soma das probabilidades de decaimento biológico(pelo metabolismo) e físico (por desintegração radioativa) (NEVES; COSTA;DREXLER, 2010). 14 6. EMISSÕES RADIOATIVAS As emissões dos núcleos radioativos podem ser de três tipos: partícula α,partícula β e radiação gama. A partícula α, constituída por 2 prótons e 2 nêutrons,tem carga 2+e massa igual ao núcleo do átomo de hélio, é representada como 42αou 42He. A partícula beta é um elétron criado no núcleo, no momento da emissão. Pode ter carga negativa (0-1 β) ou positiva (0+1 β). Quando o pósitron é emitido eencontra um elétron do meio, ocorre a reação de aniquilação. Há transformaçãode massa em energia e o aparecimento de duas radiações gama de mesma direçãoe sentidos opostos e de energia igual a 0,51 Mev, resultante da transformação damassado elétron em repouso, na equação E = mc2. Normalmente, uma emissão deradiação gama. A radiação gama é de natureza eletromagnética e comprimentode onda,geralmente menor do que os raios X. Sua emissão acompanha as daspartículas alfa e beta (XAVIER et al., 2007). 15 7. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA As radiações emitidas por um elemento radioativo em determinado meio,interagem tanto com as camadas eletrônicas quanto aos núcleos dos átomos quecompõem esse meio, em um processo probabilístico que depende do tipo departícula, de sua energia e das características do meio. Dessa interação, resultaa chamada absorção de radiação, ou seja, o resultado da transferência de energiada radiação para o meio. Esse mecanismo serve de base de proteção radiológica(XAVIER et al., 2007). Os mesmos autores supracitados mencionam que a partícula alfa podeproduzir ionizações (retirada de elétrons da camada eletrônica) e excitação (levaro elétron a uma camada mais energética). Define-se como alcance da partículaalfa, o espaço percorrido pela partícula até que pare, ou seja, que perca toda suaenergia. 16 8. MOLÉCULAS MARCADAS E RADIOFÁRMACOS Molécula marcada é aquela em que um ou mais átomos radioativos, demaneira que podem ser distinguidas das demais, não marcadas. Radiofármaco é amolécula marcada, utilizada in vivo, para diagnósticos e tratamentos em medicinanuclear, sendo, portanto, sujeita aos controles necessários a um fármaco. Em geral,o símbolo de isótopo é colocado entre chaves antes do nome químico e, quandonecessário, é indicada sua posição na molécula. Exemplo: [2 – 14C] timidina. Aatividade radioativa de um composto marcado ou de um radiofármaco é expressaem unidades de atividade (Bq) por unidade de massa (g), denominada atividadeespecífica, ou por unidade de volume (L), denominada concentração radioativa(OLIVEIRA et al., 2006). O tipo de molécula e seu uso, definem o radionuclídeo utilizado parasua marcação. É levada em conta a diferença de massa que ocorre na moléculaao se introduzir um átomo radioativo nela.O tipo e a energia de emissão sãotambém importantes. Quando se pensa na utilização de um radioisótopo parauso in vitro, procura-se um com T1/2 longa e que não tenha energia muito altapara não levar a exposições desnecessárias. Exemplos de isótopos com essascaracterísticas são o 14C (beta menos, T1/2 5700 a) e 3H (beta menos, T1/2 12 a). Para o mapeamento de um órgão, procuram-se elementos T1/2 curta e emissoresde radiação gama com energia suficiente para que sejam detectados fora doorganismo (OLIVEIRA et al., 2006). 17 9. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E DOSIMETRIA Figura 2 O termo proteção radiológico, refere-se à proteção contra radiações, ahigiene, a segurança e o controle no manuseio de materiais radioativos. Visanão somente a proteção adequada às pessoas que trabalham com radiação comotambém à população em geral que, de alguma forma, pode estar exposta. Suafinalidade é proteger contra os perigos potenciais dessa exposição e possibilitar ousufruto de seus benefícios. Até a descoberta dos raios X e da radioatividade, a exposição do serhumano à radiação ionizante limitou-se, quase que exclusivamente, às fontesnaturais e à radiação cósmica, que constituem a chamada radiação natural defundo, em nível considerado muito baixo. Os primeiros profissionais que sepreocuparam com as normas de proteção radiológica foram os radiologistas. Aprimeira unidade de dose de radiação foi denominada Roentgen (R) e definidacomo a quantidade de raios X que pode provocar certa ionização num volumebem definido de ar nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP). Paralelamente, veio a recomendação de que a exposição de um profissional semantivesse em um nível de 1R/d (MOURA; BACCHIM NETO, 2015).Moura e Bacchim Neto (2015) apontam que a evolução dos estudos dosefeitos biológicos de radiação (EBR), mostrou que os níveis máximos de 1 R/deram muito altos e que existiam outros fatores que alteravam a relação dose xefeito: tipo de radiação, volume irradiado e outros. A unidade Roentgen (R),sendo definida apenas para o ar, não 18 servia de parâmetro para inferir os efeitosbiológicos advindos de determinada dose de exposição. Em 1953, foi introduzida a unidade rad (radiationabsorbed dose) equivalenteà absorção de 100 erg de energia por grama de material irradiado, medindo,portanto, a dose absorvida pelo tecido e abrangendo todos os tipos de radiações. As unidades Roentgen e rad consideram, respectivamente, a energia absorvida noar e no tecido, mas não dão a dimensão dos danos biológicos produzidos. Emborahoje já existem estudos que descrevem acerca de procedimentos realizados pormecanismos robóticos em cirurgia endovascular, por exemplo, o que sinaliza apresença de uma importante evolução. Entretanto, tal método ainda necessita sermais bem explorado (desenvolvido), bem como carece de ajustes acerca do seucusto, o que provavelmente será muito mais elevado, logo, no futuro. Sem contarque levará anos para que seja implantado como rotina em todos os ambientes quepromovem ações de cuidado assistencial. Da mesma forma, cabe destacar quepoucos artigos em nosso meio científico, são publicados discutindo sobre os riscosda radiação provocados pelos equipamentos radiológicos, tanto os de angiografiacomo os da angiotomografia (LEYTON et al., 2014; MOURA; BACCHIM NETO,2015). Os mesmos autores, ainda indagam o seguinte questionamento: Até queponto devemos nos preocupar com isso? Foi necessária a introdução da unidade rem (Roentgen equivalent in man)que, além de considerar a dose absorvida, leva em conta fatores como o tipo e aenergia da radiação e sua distribuição em diferentes tecidos, para que os possíveisdanos biológicos possam ser inferidos. O conceito de fator de qualidade “Q” foiintroduzido e, assim, o rem é igual à dose em rad multiplicada pelo Q. Para aradiação eletromagnética esse fator é igual a 1 e, para a partícula alfa, é igual a10. Se tivermos a mesma dose em rad de um emissor alfa e de um emissor gama,teremos doses, em rem, 10 vezes maiores no caso de exposição à partícula alfa(LIMA; AFONSO; PIMENTEL, 2009). Segundo Brasil (2019), há três parâmetros fundamentais quando se pensaem proteção radiológica (CNEN NE- 3.01), a saber: • distância da fonte radioativa ao operador; • tempo de exposição do operador à radiação; • blindagem interposta entre a fonte e o operador. 19 Da mesma forma, Brasil (2014c) descreve que a proteção radiológicaabrange um campo muito vasto que inclui desde, por exemplo, o estudo dolocal adequado de construir uma usina nuclear até a disposição final de resíduosradioativos, devendo existir adequada distribuição dos espaços que prestamcuidados em saúde, por meio da instituição de exames e intervenções radiológicas(CNEN NE 6.02). Trabalhos que envolvam níveis altos de atividade radioativa (da ordemde 10 4 Bq), como a produção de radiofármacos para uso em Medicina Nuclear oua marcação de moléculas para radioimunoensaios, devem ser desenvolvidos emcabines de segurança especialmente destinadas para esse fim, com as seguintescaracterísticas conforme orienta Brasil (2019): • Blindagem – adequada para o radioisótopo que está sendo manuseado. Devemanter a exposição do operador abaixo de 1 mSv/semana. • Exaustão – a cabine deve ter compressão menor do que a do ambiente dolaboratório. O ar exaurido, deve passar por filtros adequados e ser monitoradoantes de ser liberado no meio ambiente. • Manuseio – com ferramentas adequadas que permitam o trabalho a distânciae não prejudiquem a sua precisão. • Resíduos – precisam ser retirados sem que entrem em contato com o meioambiente. 20 10. DOSIMETRIA A facilidade em medir a radioatividade com precisão e a sensibilidadeque permite a avaliação de sua distribuição nos vários compartimentos orgânicos,fazem dos traçadores radioativos, um potente instrumento de investigaçãocientífica. Os radioisótopos são amplamente utilizados em medicina nuclear, emestudos de bioquímica, nutrição, fisiologia e de biologia em geral. Entretanto, ouso dos radioisótopos exige algumas precauções, que têm de ser consideradasquanto a sua manipulação e a seu armazenamento. As partículase radiações dissipam sua energia ao interagirem com moléculas da estruturacelular e provocam danos que podem comprometer a saúde de quem se expõea elas, porém o conhecimento desses riscos permite o seu uso seguro (LEYTONet al., 2014). Moura e Bacchim Neto (2015, p. 167), ainda fortalecem dizendo que: A limitação da dose é uma prática bem definida na proteção radiológicados indivíduos ocupacionalmente expostos (IOEs). Cada IOE deve sermonitorado mensalmente para assegurar que não irá receber dosesocupacionais acima dos limites. A monitoração frequente das dosesrecebidas pelos profissionais pode indicar praticas relacionadas a altasexposições ocupacionais e, assim, determinar estratégias de proteçãoradiológica mais eficientes e objetivas. Para aumentar a acurácia dadosimetria pessoal, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica(ICRP) recomenda que sejam usados dois dosímetros na altura dotórax, sendo um sobre as proteções e outro por baixo destas. Destamaneira, será proporcionada uma estimativa mais segura das dosesrecebidas por esses profissionais. Dosímetros adicionais podem serutilizados para medir as doses recebidas pelos cristalinos e pelasextremidades dos profissionais. Dados provenientes da radioterapia, dos acidentes nucleares ou dacontaminação, devido à ocupação profissional, mostram que as radiaçõesproduzem alterações gênicas e cromossômicas que aumentam a taxa de mutaçõesde células dos indivíduos das gerações subsequentes. Por outro lado, as mutaçõesinduzidas pelasradiações ionizantes podem, também, ocorrer em células somáticae essas não são transmitidas à descendênciados indivíduos irradiados (LEYTONet al., 2014). 21 Figura 3 A radiação ionizante pode provocar malformações congênitas,esterilidade, reduzir a fertilidade, provocar câncer, leucemia, catarata; aceleraro envelhecimento e causar a morte. No entanto, como qualquer outro agentea que o ser humano está exposto, os riscos da exposição à radiação devem serdimensionados. Riscos genéticos e somáticos associados às radiações ionizantes,mostram que os efeitos produzidos dependem de fatores que serão discutidos aseguir (VALVERDE et al., 2000). 22 11. QUALIDADE DA RADIAÇÃO A intensidade dos efeitos biológicos das radiações ionizantes dependedo tipo de radiação (se particulada ou eletromagnética), de sua energia, desua massa ou de sua carga e, principalmente, do rendimento de transferêncialinear da energia por milímetro de percurso (LET) no tecido orgânico. Radiaçõeseletromagnéticas, como os raios X e os raios gama, são pouco eficientes paratransferir sua energia para o tecido, sendo, por isso, menos mutagênicas quea partícula alfa. Esta, mostra alta eficiência na transferência de energia para oscompostos orgânicos (VALVERDE et al., 2000; LEYTON et al., 2014). 23 12. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO NOS TECIDOS E A PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES A ação deletéria da radiação sobre as células ocorre, predominantemente,por processos indiretos, ou seja, não é o impacto direto da radiação que danifica acélula, mas os produtos tóxicos gerados secundariamente no seu interior. Sendoa água o principal constituinte do corpo humano e da célula, correspondendoa cerca de ¾ da massa corpórea, é nesse compartimento que ocorre a maiorquantidade das interações primárias da radiação. Quando a radiação interage commoléculas da água, desencadeia-se uma série de fenômenos físico-químicos quegeram os radicais livres ionizados e, energeticamente excitados (spins elevadosa níveis singletos e tripletos), os quais produzem os danos celulares irreparáveis (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2010).A radiação, interage, inicialmente, por processos físicos com os átomos dostecidos orgânicos e, na sequência, ocorre a transferência da energia da radiaçãopara os constituintes do corpo. 24 13. RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO NO USO DE MATERIAS RADIOATIVOS Os organismos internacionais como a ICRP, padronizam o limite máximopermitido de radiação ionizante para trabalhadores por um ano em 50 mSv,para ingestão ou inalação do material radioativo. Essa estimativa de dose baseia- se no homem – padrão, com características fisiológicas e anatômicas definidasna publicação da ICRP n° 2324 que leva em conta a possibilidade de a radiaçãoproduzir câncer e doenças hereditárias. Doses superiores a 4 Sv, conhecidas comodoses letais 50% (DL50), são fatais para 50% de uma população exposta. Dosesacima de 7 Sv são praticamente fatais (NAVARRO et al., 2008; NAVARRO, 2009). Para a regularização de seu funcionamento, o laboratório ou unidade demedicina nuclear deve cumprir certas regras básicas em função da sua classificação. A norma CNEN n° 3.01 (CNEN NE – 3.01), que descreve as Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, define: Acidente – é o desvio inesperado e significativo das condiçõesnormais de operação de uma instalação que possa resultar em danosà propriedade e ao meio ambiente ou em exposições de trabalhadorese de indivíduos do público, acima dos limites primários de doseequivalente estabelecidos pela CNEN (BRASIL, 2014c). Áreas restritas têm de ser claramente identificadas, monitoradas, conformenorma específica da CNEN. Devem ser sinalizadas com o símbolo internacionalde radiação (Figura 11), bem como todas as blindagens ou embalagens das fontesradioativas, e providas, para orientação em caso de acidente, de instrumentaçãoe procedimentos apropriados sempre afixados em paredes, quadros e outroslugares bem visíveis (BRASIL, 2014c). 25 14. CONTROLE RADIOLÓGICO DE TRABALHADORES A empresa, isto é, os responsáveis pela instalação onde se utiliza materialradioativo, devem manter registro de cada colaborador/trabalhador. Nesseregistro deve ser anotada toda e qualquer ocorrência que acarrete ao profissionalexposição à dose de 1/10 (um décimo) do limite anual (que é de 50 mSv/ano, porexemplo, para o corpo inteiro). Os trabalhadores envolvidos com atividades emáreas controladas devem ser, individualmente, monitorados de acordo com asnormas específicas CNEN (BRASIL, 2014c). Relacionado à atividade laboral dos profissionais que atuam na radiologia,Brand, Fontana e Santos (2011), descrevem que os referidos trabalhadores devemser submetidos a controle periódico do ponto de vista médico, a incluir osseguintes exames, acerca da manutenção da sua segurança: 1. Exame pré-ocupacional: a fim de verificar se está em condições normais desaúde para iniciar a sua ocupação, incluindo uma análise do seu históricomédico e radiológico sobre exposições anteriores. 2. Exame periódico: de acordo com a natureza da função e com a dose recebidapelo trabalhador. 3. Exame especial: para trabalhadores que tenham recebido doses superiores aoslimites primários estabelecidos na norma CNEN n° 3.01, ou quando o médicojulgar necessário 26 4. Exame pós – ocupacional: logo após o término da ocupação e, dependendo doseu resultado, cuidados ou exames médicos posteriores. 27 15. QUALIDADE TOTAL Para tanto, recomenda-se que as unidades de radiologia evoluam deprogramas de controle da qualidade para programas de gestão da qualidadetotal. A qualidade no setor saúde é entendida como a sistematização de todos osprocessos, em todas as áreas e esferas da gestão, na busca da perfeição ao nívelético e técnico. A qualidade deixa de ser um aspecto de um produto ou serviço,tornando-se a base para um sistema de gestão abrangente e dinâmico, o qualconta com alguns setores, tornando- se os pilares para o sucesso de uma empresa. São estes: sistema de gestão da qualidade e inserção da biossegurança. 28 16. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE O controle da qualidade era exercido, antigamente, somente comrelação ao produto acabado. Havia apenas inspeção ou fiscalização final que,na concepção atual, é de resultado insatisfatório. Após, houve a evolução para o Controle Estatístico de Processo – cuja ênfase era a segurança e o “zero defeito”,em seguida, para a Garantia da Qualidade ou Controle de Qualidade – baseada emnormas e procedimentos formais – e, finalmente, para a Qualidade Total – a qualcontempla a satisfação dos clientes e a competitividade (PINTO; CARVALHO;HO, 2006; MACEDO; RODRIGUES, 2009). Qualidade Total é o conceito expressoem princípios pelos quais uma organização pode sobreviver e desenvolver- se emum ambiente competitivo. 29 17. GESTÃO PELA QUALIDADE TOTAL A Qualidade Total tem complexidade de implantação muito maior que ade outros programas da qualidade, como o 5S, mas isso não impede que possa serimplantada em qualquer situação, independentemente do tamanho da organização– micro, pequena, média ou grande (Figura 14). Para atender ao consumidor demaneira adequada e eficaz, as empresas vêm buscando desenvolver programase estratégias que primam pela qualidade. Esses programas passaram a ser umadas estratégias capazes de gerar competitividade por meio da diferenciação eagregação de valor aos produtos e serviços, fornecendo vantagem competitiva aquem tem sucesso em sua implementação (PERTENCE; MELLEIRO, 2010). Os 5S são derivadosde palavras japonesas, iniciadas pela letra “S” eque expressam princípios fundamentais de uma determinada organização quea utiliza. Inicialmente, integravam o método 9 “esses”: SEIRI, SEITON, SEISO,SEIKETSU e SHITSUKE, SETSUYAKO, SEKININ, SHITSUKOKU e SHUKAN. Entretanto, Lapa (1998), descreve que os cinco primeiros “S” já expressam osprincípios de um determinado segmento, os quais são definidos a seguir: 1. SEIRI – Senso de utilização, arrumação, organização, seleção. 2. SEITON – Senso de ordenação, sistematização, classificação. 3. SEISO – Senso de limpeza, zelo. 4. SEIKETSU – Senso de asseio, higiene, saúde, integridade. 5. SHITSUKE – Senso de autodisciplina, educação, compromisso. O sucesso na implementação dos programas de qualidade depende de se fazer adequada Gestão Eficiente de Qualidade. Para tanto, deve-se preparara organização para a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade,tendo o Programa 5S como uma boa opção e um forte aliado para preparaçãodas organizações que pretendem iniciar tal processo. A Qualidade Total é umsistema gerencial para atender, principalmente, à sobrevivência e à prosperidadeda organização, mediante a satisfação das necessidades das pessoas. Comopessoas, devem ser estendidos os clientes, os acionistas, o governo e a sociedadecomo um todo. 30 Figura 4 Essa gestão da qualidade se faz em todos os processos, por meio deações científicas sistemáticas desenvolvidas por toda a organização. A tendênciaatual é que as organizações – micros, pequenas, médias ou grandes – adotema Qualidade Total como filosofia de trabalho, para garantir a qualidade dosprodutos e /ou serviços que produzem. As que vierem a ficar à margem dessemovimento, correm o risco de deixar o mercado por falta de competitividade. AGestão pela Qualidade Total implica que todos os processos estejam monitoradose sob controle. Essa é a base para que tudo o que é produzido, não apresentedefeito (ARENA et al., 2011). A implantação da Qualidade Total é iniciada pela vontade explícita demudanças daadministração da organização, visando melhorias. Os fundamentosdo programa devem ser introduzidos de forma orientada, tendo as pessoas –administradores e funcionários – como alvo, vindo depois da fase de treinamento(REGO; PORTO, 2005). Arena et al. (2011) descrevem que é possível avaliar oestágio em que determinada organização se encontra com relação à qualidade e,com isso, indicar o caminho da obtenção da Qualidade Total. Desse modo, faz-senecessárias mudanças e busca de melhoria na qualidade do produto ou serviçoquando: • os clientes não são ouvidos, por não serem considerados importantes; • não há estímulo ao trabalho em equipe, a solução de problemas e a tomada dedecisões são de competência exclusiva de chefias; 31 • os recursos humanos não são valorizados e as necessidades das pessoas, emtermos de manifestação de suas opiniões, não são satisfeitas; • faltam objetivos claros e isso resulta em esforços dispersos e ações descontínuas; • em virtude de estar dando certo, não há aperfeiçoamento contínuo; • cada setor atua isolado dos demais, não fazendo parte do processo que compõeo todo; • a decisão é centralizada e falta autonomia para as pessoas; • os objetivos da organização não são informados e disseminados internamente e, por isso, cada pessoa conhece só aquilo com que trabalha; • não há padronização e documentação dos processos; • os erros gerados nos processos e transferidos para os produtos e /ou serviçossão apontados, principalmente, pelo consumidor final. 32 18. SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES No âmbito da Qualidade Total, os clientes (internos, intermediários eexternos) são os mais importantes para a organização, por isso, suas necessidadesdevem ser satisfeitas como prioridade. Os clientes internos são os funcionários,a quem é passado o trabalho concluído para que possam realizar a próximaoperação, servindo a outros clientes internos, até chegar aos clientes externos. Estabelece-se uma cadeia, fornecedor – cliente: quem passa o trabalho concluídopara a próxima operação é o fornecedor, sendo o cliente, o que recebe o referidotrabalho. Os clientes intermediários (distribuidores, assistência técnica etc.), sãoterceiros que viabilizam a utilização de produtos e serviços produzidos pelosclientes internos no atendimento aos clientes externos. Os clientes externos, sãoos consumidores finais – usam os produtos e os serviços produzidos (REGO;PORTO, 2005). A organização deve estabelecer processo sistemático e permanente detroca de informações e mútuo aprendizado com seus clientes, transformandoessa relação em indicadores do grau de satisfação. É preciso mais do que preveras necessidades, superar plenamente as expectativas dos clientes, porque são eles,na verdade, a razão da existência da organização. A total satisfação dos clientesé a mola mestre da gestão pela Qualidade Total. Há, na realidade, uma relaçãode parceria entre organização, clientes internos e clientes externos, em razão dadependência mútua estabelecida, na qual um depende do outro Existem dezenas de fatores que podem contribuir para o sucesso ou oinsucesso de um negócio ou de uma empresa e a satisfação do cliente é uma delas. A satisfação do cliente pode estar intimamente associada como o serviço estáorganizado, como o produto gerado pela empresa está sendo entregue e comoeste é acolhido pelos membros que compõem o time de colaboradores de umdeterminado segmento. Acompanhar esse indicador “satisfação da clientela”,torna- se de fundamental significância para tornar a clientela ainda mais leal e,eventualmente, torná-los disseminadores e/ou embaixadores da marca a qualrepresentamos. Cliente gera cliente. O fato é que a satisfação do cliente é um conceito muito amplo e, saberrealmente o que é, e para que serve, pode confundir um pouco no início. Aimportância da satisfação do cliente é parte fundamental e crucial para um negócioou 33 um serviço que presta atendimento, pois ela é complementar com indicadoresde lealdade, esforço e satisfação que, em conjunto, formam a experiência docliente, que será o principal diferencial competitivo das empresas daqui parafrente. O cliente é a melhor propaganda de um negócio. 34 19. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DO PROFISSIONAL Esta proteção se refere a todos os indivíduos ocupacionalmente expostosa radiação ionizante, trabalhando com exames de imagens para diagnóstico. Osprincipais riscos são as possibilidades de ocorrerem doses altas e o acúmulo deexposições durante a vida do trabalhador que podem ser grandes. Portanto, éimportante manter as doses mais baixas possíveis e também manter o histórico dedoses recebidas, através dos laudos emitidos mensalmente pelo laboratório quefornece o serviço de dosimetria. Para Okuno (2013), reduzir a possível exposiçãodos profissionais é possível, para tanto, são necessários alguns parâmetros, osquais devem ser considerados e respeitados: AVALIAÇÃO DOS RISCOS • Tempo de exposição: a redução do tempo de exposição ao mínimo é a maneira mais prática de reduzir a radiação ionizante. A exposição é diretamenteproporcional ao tempo. • Posição em relação ao feixe de raios X: ao profissional nunca deve ficar na direção do feixe. Este deverá contar sempre com uma barreira protetiva, sejaesta uma blindagem (biombo de chumbo, por exemplo). • Distância da fonte: o aumento da distância entre o profissional e a fonte é uma forma eficiente de proteção. Quanto mais distante da fonte de radiação, menora intensidade dos raios X. • Blindagem: para equipamentos de radiografias intra-orais, os biombos fixosou móvel, geralmente com 0,5 mm de espessura de chumbo ou 2 mm de açoéa proteção ideal para o profissional. • Monitoramento do pessoal por meio de dosímetros individuais: o uso dessesaparelhos, possibilita mensurar as doses de radiação recebidas pelo profissional,constituindo o meio mais seguro para não atingir os valores das doses detolerância. Dessa forma, não irá expor o colaborador a doses exageradas edeixar a instituição em risco, frente aos possíveis processos trabalhistas. Figura 5: Biombo de chumbo móvel 35 FONTE:<https://www.solucoesindustriais.com.br/images/produtos/imagens_10940/thumbnails/350/bio mbo-para-protecao-radiologica_10940_533081529959027775_cover.jpg>.Acesso em: 10 nov. 2019. 36 20. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM O TECIDO BIOLÓGICO Formas e tipos de irradiação A correlação entre a exposição à radiação ionizante e os efeitos biológicosinduzidos em pessoas nas primeiras exposições com raios X, e em exposições com radionuclídeossofridas pelos pioneiros das descobertas sobre radioatividade. Entretanto, para o seu detalhamento, foi necessária a adoção de modelos deexposição e hipóteses baseadas em extrapolações, uma vez que dependia claramente, daquantidade, forma e período de exposição, bem como de expectativas de concretizaçãodos efeitos, em termos de sua observação, no tempo. Isto porque os dados experimentaisdisponíveis eram relacionados a exposições com doses elevadas, a acidentesradiológicos, às observações nas vítimas de Hiroshima e Nagasaki ou a experiênciascom cobaias. As conclusões dos estudos iniciais poderiam ter comparações e confirmaçõesdiretas em pacientes submetidos a tratamento de radioterapia ou em experiências emcobaias, onde propositadamente as doses são elevadas. Entretanto, para oestabelecimento de recomendações de segurança para o trabalho rotineiro com aradiação ionização em suas diversas aplicações, aonde as doses são mantidas duas aquatro ordens de grandeza menores que as anteriormente citadas, a observação dosefeitos biológicos fica ofuscada pela ocorrência de muitos outros efeitos, provocadospor outros agentes físicos ou químicos, inclusive ambientais. Um modelo conservativo em termos de proteção radiológica seria a correlaçãolinear entre dose e efeito, mesmo para baixos valores de dose. Este modelo, utilizado atéhoje, se baseia numa extrapolação para doses muito baixas, do ajuste da curva obtidaentre dose e efeitos biológicos observados em valores elevados. Questiona-se, como éóbvio, da sua validade científica, pois poderia estar ignorando possíveis valores limiarespara certos efeitos, ou minimizando a ocorrência de alguns outros efeitos, devido ainfluência e comportamento de outros fatores nesta região de baixas doses. 37 Figura 6 FIGURA ACIMA- Modelo de extrapolação linear (curva a) para a correlação entredose-efeito biológico, onde não são contabilizados possíveis efeitos deaumento da probabilidade de ocorrência na região de doses baixas (curva b)ou da existência de limiares ou de fatores de redução da incidência dosefeitos até então desconhecidos (curva c). Exposição única, fracionada ou periódica A exposição do homem ou parte de seus tecidos à radiação, pode ter resultadosbastante diferenciados, se ela ocorreu de uma única vez, de maneira fracionada ou seperiodicamente. As exposições únicas podem ocorrer em exames radiológicos, comopor exemplo, uma tomografia; de maneira fracionada, como no tratamentoradioterápico; ou periodicamente, como em certas rotinas de trabalho com materialradioativo em instalações nucleares. Para uma mesma quantidade de radiação, os efeitos biológicos resultantespodem ser muito diferentes. Assim, se ao invés de fracionada, a dose aplicada numpaciente em tratamento de câncer, fosse dada numa única vez, a probabilidade de morteseria muito grande. A exposição contínua ou periódica que o homem sofre da radiaçãocósmica, produz efeitos de difícil identificação. O mesmo não aconteceria, se a doseacumulada em 50 anos fosse concentrada numa única vez. Exposição de corpo inteiro, parcial ou colimadaum trabalhador que opera com material ou gerador de radiação ionizante podeexpor o corpo todo ou parte dele, durante sua rotina ou num acidente. Um operador degamagrafia sofre irradiação de corpo inteiro, na sua rotina de expor, irradiar a peça,recolher e transportar a fonte. Em 38 alguns acidentes, como a perda e posterior resgate dafonte de irradiadores, pode expor mais as extremidades que outras partes do corpo. Umapessoa que manipula radionuclídeos, expõe bastante suas mãos. No tratamento radioterápico, a exposição do tumor a feixes colimados deradiação é feita com muita precisão e exatidão Exposição a feixes intensos, médios e fracos Na esterilização e conservação de frutas, especiarias, peixes e carnes, comradiação gama, as doses aplicadas atingem a10 kilograys (kGy; em radioterapia, a 2 Gypor aplicação. São feixes intensos e capazes de induzir à morte uma pessoa, seaplicados de uma única vez e no corpo todo. Os feixes utilizados em radiologia são deintensidade média, comparativamente, pois atingem a alguns miligrays (mGy), e nãodevem ser recebidos por uma pessoa com muita frequência, sob pena de sofrer algumdano biológico. A radioatividade natural induz ao homem doses de radiação da ordemde 1 mGy por ano. Poucos são os efeitos identificáveis e atribuídos exclusivamente àeste tipo de radiação. Exposição a fótons, partículas carregadas ou a nêutrons A grande maioria das práticas com radiação ionizante envolve fótonsprovenientes de fontes de radiação gama ou geradores de raios X como as deradiodiagnóstico, radioterapia, radiografia industrial e medição de nível e densidade. Nas instalações nucleares, nos reatores, além dos fótons, existem fluxos de nêutronsgerados na fissão dentro dos elementos combustíveis e que atingem as áreas demanutenção e operação da máquina. Alguns medidores de nível, de densidade einstrumentos para prospecção de petróleo, utilizam fontes e geradores de nêutrons. Osfeixes de partículas carregadas têm nos aceleradores lineares de elétrons, noscíclotrons com feixes de prótons e nos radionuclídeos emissores beta e alfa, osprincipais representantes. Os fótons e nêutrons constituem as radiações mais penetrantes e causam danosbiológicos diferentes conforme a taxa de dose, energia e tipo de irradiação. Os feixesdeelétrons têm um poder de penetração regulável, conforme a energia estabelecida namáquina aceleradora. A radiação beta proveniente de radionuclídeos 39 em aplicadoresoftalmológicos e dermatológicos tem alcance de fração de milímetro no tecido humano. As radiações alfa são muito pouco penetrantes, mas doses absorvidas devido aradionuclídeos de meia-vida curta incorporados nos sistemas respiratório ou digestivode uma pessoa podem causar danos 20 vezes mais que iguais valores de doses deradiação X, gama ou beta. Danos celulares O processo de ionização ao alterar os átomos, pode alterar a estrutura dasmoléculas que os contêm. Se a energia de excitação ultrapassar a energia de ligaçãoentre os átomos, pode ocorrer quebra das ligações químicas e consequentes mudançasmoleculares. Da energia transferida pela radiação ao tecido, metade dela induzexcitações, cujas consequências, são menores que as de ionização. Se as moléculas alteradas compõem uma célula, esta pode sofrer asconsequências de suas alterações, direta ou indiretamente, com a produção de radicaislivres, íons e elétrons. Os efeitos da radiação dependem da dose, taxa de dose, dofracionamento, do tipo de radiação, do tipo de célula ou tecido e do indicador (endpoint)considerado. Tais alterações nem sempre são nocivas ao organismo humano. Se asubstância alterada possui um papel crítico para o funcionamento da célula, poderesultar na alteração ou na morte da célula. Em muitosórgãos e tecidos o processo deperda e reposição celular, faz parte de sua operação normal. Quando a mudança temcaráter deletério, ela significa um dano. Na Figura 7 tem-se um quadro representativo dos diversos processos induzidospelas interações da radiação ionizante no tecido humano e a estimativa de duração decada processo. 40 Figura 7: Quadro representativo dos diversos processos envolvidos na interação da radiação ionizante com as células do tecido humano, e o tempo estimado para sua ocorrência Dos danos celulares, os mais importantes são os relacionados à molécula doDNA. As lesões podem ser quebras simples e duplas da molécula, ligações cruzadas(entre DNA-DNA, entre DNA-proteínas), alterações nos açúcares ou em bases(substituições ou deleções). Alguns tipos de alterações que podem ser induzidas porradiação ionizante são ilustrados na Figura 8. 41 Figura 8: Alguns tipos de alterações no cromossoma que podem ser induzidos por radiação ionizante. Modificação celular pela radiação Observando-se o ciclo celular e as fases do ciclo mitótico, é compreensível que acélula não apresente a mesma resposta à radiação, devido à interferência dos diversostipos de interação da radiação nos diferentes cenários de vida da célula. As situações demaior complexidade ou que exigem acoplamentos finos de parâmetros físico-químicosou biológicos, devem ser mais vulneráveis às modificações induzidas pela radiação. Istosignifica que, num tecido onde as células componentes vivem aleatoriamente diferentesfases, as consequências das interações de uma mesma radiação, podem ser diferentes emlocais diferentes do mesmo tecido. Assim, quando se fala num determinado efeitobiológico induzido por radiações, está embutida uma avaliação estatística da situação. transformação neoplásica. A célula modificada, mantendo sua capacidadereprodutiva, potencialmente, pode dar origem a um câncer. O aparecimento de célulasmodificadas, pode induzir o sistema imunológico a eliminá- las ou bloqueá-las. Entretanto, as células sobreviventes, acabam por se adaptar, devido a modificaçõesestimuladas por substância promotora. A multiplicação deste tipo de célula dá origem aum tumor, num estágio denominado de progressão. Após período de latência, se as células persistirem na reprodução, superando asdificuldades de divisão celular, os possíveis desvios de percurso devido a diferenciaçõese mecanismos de defesa do organismo, surge o tumor cancerígeno. 42 CONCLUSÃO A evolução da imagem do sistema analógico (aquisição baseado em filme) para o formato digital tem sido impulsionado pelas necessidades de redução de custos, com rendimento eficiente e fluxo de trabalho na gestão e visualização de uma proliferação crescente no número de imagens produzidas. Assim como as imagens em formato digital tornam passíveis de metodologias de processamento de imagem para o realce, análise de exibição, o armazenamento e interpretação mesmo aumentada. Por causa da onipresença de imagens em biomedicina, a disponibilidade crescente de imagens em formato digital, a ascensão do hardware de alta potência computador e redes e, a comunhão de soluções de processamento de imagem, imagens digitais tornaram-se um tipo de dados central que deve ser considerada em muitas aplicações informática biomédica.A criação de um padrão internacional para imagens médicas e informações relacionadas, o DICOM (Digital Imagingand Communications in Medicine) que define os formatos das imagens médicas padronizaram a forma de armazenamento de informações de uso clínico. Na medicina moderna, imagiologia médica tem sofrido grandes avanços. Hoje, essa capacidade de obter informações sobre o corpo humano tem muitas aplicações clínicas úteis. Ao longo dos anos, diferentes tipos de imagens médicas foram desenvolvidos, com suas próprias vantagens e desvantagens. Há métodos baseados em raios-X convencionais, tomografia computadorizada (TC) e mamografia. Para melhorar a imagem de raios X, os agentes de contraste podem ser utilizados, por exemplo, para exames de angiografia. A imagiologia molecular é utilizada na medicina nuclear e utiliza uma variedade de métodos para visualizar os processos biológicos que ocorrem nas células dos organismos. Pequenas quantidades de marcadores radioativos, chamados produtos radiofarmacêuticos, são utilizados para imagiologia molecular. Outros tipos de imagens médicas são a ressonância magnética (MRI) e imagens por ultrassom. Ao contrário dos raios-X convencionais, CT e Molecular Imaging, a ressonância magnética e o ultrassom operam sem radiação ionizante. A RM utiliza campos magnéticos fortes, que não produzem efeitos biológicos irreversíveis conhecidos nos seres humanos 43 REFERÊNCIAS Comissão Nacional de Energia Nuclear, Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, Norma NN-3.01, Rio de Janeiro, 2011. Comissão Nacional de Energia Nuclear, Requisitos de Segurança e Proteção Radiológica de Serviços de Radioterapia - Resolução 130/2012, Rio de Janeiro, D.O.U. 04 de junho de 2012. Facure, A., Silva, A, X. The use of high-density concretes in radiotherapytreatment room design, App. Radiat. andIstotop., 65, 1023-1028, 2007. Guidelines for RadiotherapyTreatmentRooms Design, IEC 61859, 1997. InstituteofPhysicsandEngineering in Medicine, The Design ofRadiotherapy TreatmentRoomFacilities (STEDEFORD, B., MORGAN, H.M., MAYLESS, W.P.M., Eds), IPEM, York, United Kingdom, 1997. InternationalCouncilonRadiationProtection, Protectionagainstradiationfrom externalsourcesused in medicine. ICRP Publication n 33, 1982. 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