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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E TESOURARIA - AULA 1 A função da administração financeira

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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Iniciaremos nossos estudos da disciplina de Gestão de Fluxo de Caixa e 
Tesouraria. O interesse pelos estudos referentes ao fluxo de caixa é recente, um 
dos principais estudiosos da área em nosso país – Carlos Alexandre Sá – estuda 
esse tema há 25 anos, e, para o autor, a gestão de tesouraria é o instrumento 
mais importante para uma boa elaboração de projetos financeiros (Sá, 2012). 
Ao longo de nossas aulas, trataremos diversos aspectos importantes, que 
cercam as decisões financeiras baseadas no fluxo de caixa e tesouraria. 
A princípio, é importante que você compreenda conceitos básicos da 
administração financeira, suas funções e responsabilidades, pois, a partir disso, 
conseguirá ter uma visão mais clara do espaço que a tesouraria ocupa dentro da 
administração financeira. 
Objetivo desse tema é torná-lo um conhecedor da estrutura da 
administração financeira e de todos os aspectos essenciais de sua gestão. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Atualmente, a área de finanças não vislumbra seus estudos apenas em 
técnicas clássicas de gestão financeira, o mundo evoluiu e o comportamento 
financeiro também. 
No cenário atual, existe uma procura por profissionais financeiros 
“tomadores de decisão”, ou seja, aqueles que têm a competência e a habilidade 
em mensurar resultados e deles extrair indicadores capazes de informar a saúde 
financeira de uma organização e, a partir dessas exposições, direcionar suas 
decisões muito bem planejadas e embasadas por suas análises. 
Infelizmente, nem sempre o gestor financeiro dispõe de recursos 
suficientes para tais análises, e os motivos para isso são variados, indo desde 
falta de capacitação do próprio gestor e da equipe, que desconhecem os 
instrumentos necessários para uma correta análise financeira da organização, 
até os conflitos que muitas vezes envolvem o conselho administrativo da 
organização, com o gestor financeiro, desse modo, prejudicando a simetria de 
informações financeiras que podem garantir a solvência da organização. 
Enfim, todos sabem da importância da gestão financeira em transformar 
os resultados em números, porém, poucos reconhecem que ela é capaz de 
eliminar incertezas e gerar riqueza. 
 
 
3 
Pesquise 
O que é administração financeira? Quais são os problemas mais comuns 
da administração financeira? Qual é a importância do gestor financeiro? Quais 
são as principais áreas de decisões em administração financeira? 
 
TEMA 1 - A FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
A função financeira de uma empresa está intimamente ligada à tomada 
de decisão de investimento e/ou financiamento. Segundo Sanvicente (1987, p. 
15), “uma das possíveis maneiras de se caracterizar a função financeira de uma 
empresa é categorizar as áreas que exigem tomadas de decisões pelos 
executivos responsáveis”. 
Essa classificação pode ocorrer de acordo com as áreas de decisões de 
investimentos, financiamento e aquelas relacionadas às tarefas de obtenção de 
recursos financeiros e suas devidas análises. Quando falamos de investimento, 
focamos nas melhores alternativas de aplicação dos ativos obtidos pela 
empresa, já em relação ao financiamento, as decisões são voltadas para o 
menor custo de endividamento analisando os prazos e as taxas de juros, ou seja, 
o olhar atento deverá ser para o passivo da empresa. 
Com isso, é importante saber que no investimento a busca é pela melhor 
rentabilidade e, no financiamento, o propósito é o menor endividamento. 
Investimentos são atividades executadas em decorrência das aplicações 
de recursos. As atividades de investimento costumam ser classificadas no 
Balanço Patrimonial, na conta de investimentos, por exemplo: compras de 
máquinas e equipamento, aplicações financeiras de curto e longo prazo. 
Sanvicente (1987, p. 15) complementa ao afirmar que investimento 
“consiste num conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em 
termos de ativos (fixos e correntes) para que os objetivos da empresa, como um 
todo, sejam atingidos”. É importante esclarecer que o objetivo, como já citado, é 
a obtenção do maior resultado, ou seja, de um maior retorno, sem deixar de lado 
o risco que os proprietários da empresa estão dispostos a correr. 
Segundo Sanvicente (1987), para se ter essa rentabilidade, alguns 
projetos são postos como alternativas de investimentos. Por exemplo: 
 Compra de uma nova máquina 
 Substituição de um equipamento por outro 
 
 
4 
 Campanha publicitária 
 Instalação de sistema de controle de produção e estoque por 
computador 
 Compra de patente sobre processo de produção ou direito ao uso 
de marcas comerciais 
 Construção de uma nova fábrica 
 Abertura de uma linha de produtos e serviços 
 Lançamento de um novo produto 
 Decisões entre alugar e comprar 
Dentre outros, esses são alguns exemplos caracterizados como 
investimento que podem proporcionar à empresa retorno a curto e longo prazo. 
Porém, para se conseguir investir, muitas empresas optam por financiar os 
ativos. 
Nesse sentido, o financiamento reflete as decisões tomadas diante das 
atividades operacionais e de investimentos. “As contas de financiamento 
costumam ser classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP-Exigível a 
Longo Prazo) e no Patrimônio Líquido. Exemplos: captação de empréstimos 
bancários, integralização de capital da empresa, etc.”, ou seja, o que se deseja 
fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, 
dada a composição dos investimentos. (Sanvicente, 1987, p. 16) 
Porém, investimentos e financiamentos não devem ser realizados de 
qualquer maneira, é necessário um bom planejamento e controle financeiro para 
que, ao longo do tempo, a empresa não encontre dificuldades financeiras. 
Para Gitman (2010), o ponto central da administração financeira é o 
planejamento, pois é quando se avaliam as necessidades presentes e futuras de 
numerário, os diferentes departamentos em função das possibilidades de gerar 
entradas de recursos, as fontes disponíveis de capital e seus custos, as 
alternativas de levantamento de fundos externos, dentre outros problemas. 
No entanto, é fundamental que o planejamento seja complementado pelo 
controle. 
Os resultados obtidos devem ser confrontados com as projeções 
efetuadas durante a fase do planejamento. Por exemplo, o volume real 
de vendas está de acordo com o nível previsto para o período? Caso 
não esteja, como a empresa poderá saldar suas dívidas com os 
fornecedores? Caso o volume de vendas corresponda ao previsto, o 
pagamento de contas pelos clientes estará correndo na proporção 
prevista? Os custos de produção estão sendo mantidos dento dos 
limites estabelecidos? A empresa está acumulando estoque, superior 
ao volume de vendas? Esses são exemplos de questionamentos que 
 
 
5 
surgem. Em cada um dos casos o efeito poderá ser o desequilíbrio dos 
planos financeiros formulados no início do período. A única maneira de 
restaurar o equilíbrio entre a entrada e saída de fundos consiste na 
implantação de um controle de despesas e receitas mais adequado 
com a realidade organizacional. (Lopes, 2010, p. 22) 
No tema seguinte, retomaremos essas questões ao compreender o papel 
do gerente financeiro na empresa. 
TEMA 2 – O PAPEL DE GERENTE FINANCEIRO 
As atividades desenvolvidas pelo gestor financeiro possuem em sua 
essência as atividades básicas da administração que estão relacionadas ao 
planejamento, à organização, à direção e ao controle. O que difere nesse caso 
é que o gestor financeiro irá voltar seus esforços para a análise, o planejamento 
e o controle financeiro, que consiste em medir e tomar decisões estratégicas com 
base em relatórios financeiros com o intuito de melhorar os indicadores de uma 
organização. 
Cabe ao gestorfinanceiro também as decisões de investimento que 
consistem em analisar a melhor relação entre risco e retorno com o intuito de 
alavancar suas operações; já as decisões de financiamento mobilizam o gestor 
no que se refere à melhor e menos custosa captação de recursos financeiros. 
Gitman (2010) afirma que o gerente financeiro é aquele que “gerencia 
ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo de organização financeira e 
não financeira, privada ou pública, grande ou pequena, com ou sem fins 
lucrativos”. 
Para isso, o gerente financeiro deve: 
 realizar o planejamento financeiro; 
 organizar o conjunto de informações necessárias; 
 analisar os relatórios elaborados; 
 direcionar os recursos financeiros de acordo com a necessidade da 
empresa; 
 tomar decisões; 
 reduzir os custos; 
 maximizar os lucros. 
Além disso, o gerente financeiro concede créditos a clientes; avalia 
propostas que envolvam grandes gastos e captação de fundos para financiar as 
operações da empresa (Gitman, 2010). 
 
 
6 
Corroborando, Sanvicente (1987) afirma que “o gerente financeiro deve 
se preocupar com a obtenção dos recursos monetários para que a empresa 
desenvolva suas atividades e expanda a sua escala de operações, além da 
análise da maneira em que os recursos obtidos são utilizados pelos diversos 
setores e nas várias áreas de atuação da empresa.” 
Diante dos diversos cenários econômicos que as empresas enfrentam, os 
gerentes financeiros estão cada vez mais envolvidos com o desenvolvimento e 
a implementação de estratégias empresariais que têm como objetivo o 
crescimento da empresa e sua melhoria frente ao mercado (Gitman, 2010). 
Para encarar esse cenário diversificado e manter vantagem competitiva, 
o gerente financeiro conta com uma equipe técnica de profissionais 
especializados em tesouraria e controladoria. Essas funções serão tratadas nas 
próximas sessões com mais profundidade. 
Porém, quando há algum problema entre dois atores envolvidos no 
processo de gestão financeira, o que ocorre? Como resolver esse caso? Essas 
questões serão abordadas na sessão seguinte, em que trataremos o problema 
de agência. 
TEMA 3 – O PROBLEMA DE AGÊNCIA 
Imagine a seguinte situação: O gestor financeiro decide que para reduzir 
as despesas da empresa é necessário enxugar a folha de pagamento 
extinguindo alguns cargos, porém, ao fazer isso, ele terá de demitir alguns 
familiares do proprietário da empresa que ocupam esses cargos, ou seja, uma 
situação complicada e que gera um problema de agência. Mas, afinal, o que é 
um problema de agência? É o conflito de interesses que envolve dois atores, o 
principal e o agente. 
O principal geralmente é o acionista ou proprietário da empresa, é ele 
quem delega as decisões ao agente. Já o agente pode ser o gestor ou 
administrador da empresa e cabe a ele buscar a maximização dos lucros da 
organização, porém, nem sempre os objetivos do agente vão ao encontro do 
caminho traçado pelo principal, gerando uma situação desagradável para essa 
relação, o que pode comprometer a simetria de informações da empresa. 
O problema de agência faz com que os administradores das empresas 
coloquem seus objetivos pessoais à frente dos corporativos. Além 
disso, para atingir seus objetivos, as empresas precisam tomar 
decisões, mas os proprietários nem sempre têm conhecimento das 
várias atividades das organizações, principalmente, em virtude da 
concorrência acirrada nos diversos mercados. Para isso, os 
 
 
7 
administradores acabam gerindo a empresa através do conselho de 
administração e optam por contratar profissionais de mercado, 
experientes nas áreas específicas para gerir os negócios das 
atividades. (Gitman, 2010) 
 
Para evitar esse tipo de problema, Gitman (2010) destaca alguns pontos 
importantes, como as forças de mercado e os custos de agência. 
Uma força de mercado encontra-se nos grandes acionistas, que exercem 
uma grande pressão sobre a administração para que apresente um desempenho 
adequado, comunicando suas preocupações ao conselho administrativo 
(Gitman, 2010). 
Outra força de mercado se encontra na ameaça de tomada de controle 
por outra empresa que acredite poder aumentar o valor do negócio por meio da 
reestruturação de sua administração, de suas operações e da sua estrutura de 
capital. A ameaça constante de tomada do controle tende a motivar os 
administradores para que ajam segundo os interesses dos proprietários da 
empresa (Gitman, 2010). 
Já os custos de agência “mantêm uma estrutura de governança 
corporativa capaz de monitorar o comportamento dos administradores, evitar 
práticas administrativas desonestas e oferecer-lhes incentivos financeiros para 
maximizar o preço da ação.” (Gitman, 2010). 
Uma maneira mais comum de reestruturar a remuneração dos 
administradores de acordo com a maximização do preço da ação, ou seja, 
proporcionar incentivos para que ajam segundo os interesses dos proprietários 
é o plano de remuneração, que, segundo Gitman (2010), podem ser de dois 
tipos: de incentivo e de desempenho. 
Os planos de incentivo têm como função atrelar a remuneração dos 
administradores ao preço da ação, ou seja, por meio das opções da compra de 
ações. Essas opções fazem com que eles comprem ações da empresa ao preço 
de mercado estabelecido no momento da outorga (ato de consentir, dar, atribuir, 
transmitir, conceder, autorizar outra pessoa a praticar atos em seu nome). Se os 
preços do mercado subirem, serão recompensados com a possibilidade de 
revender suas ações a um preço de mercado mais elevado (Gitman, 2010). 
Já os planos de desempenho atrelam a remuneração dos administradores 
a medidas como o “lucro por ação” (LPA). Esses planos usam ações por 
desempenho, ou seja, recebem em troca da consecução de metas de 
desempenho estabelecidas. Outro plano de desempenho se dá por conta da 
 
 
8 
bonificação em dinheiro, que nada mais é do que “um pagamento em dinheiro 
atrelado à consecução de determinadas metas de desempenho.” (Gitman, 
2010). 
Após apresentados os problemas de agência, estudaremos como são 
estabelecidos os papais das funções financeiras, como o tesoureiro e o 
controller. 
TEMA 4 – ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO FINANCEIRA 
Sabemos que a administração financeira são os esforços dispendidos no 
planejamento, na organização, no controle e na direção das finanças de uma 
organização; sabemos também que o gestor financeiro é quem exerce todas 
essas ações tomando as decisões necessárias para obter a maximização de 
riqueza da organização, e ele conta com o apoio de outros profissionais para 
isso, mas quem são esses profissionais? Geralmente importantes, temos esses 
dois atores como fornecedores de informações financeiras necessárias para a 
tomada de decisão do gestor, sendo eles o tesoureiro e o controller. 
A seguir, na Figura 1, é apresentada a estrutura organizacional financeira. 
 
Figura 1 – Estrutura típica da função financeira de uma empresa 
 
Fonte: Sanvicente, 1987. 
 
Como visto na figura anterior, o tesoureiro é o “homem do caixa”, ou seja, 
é responsável pela liquidez da empresa e administra todo o fluxo de recursos 
Diretor 
Financeiro
Tesoureiro
Caixa e bancos
Contas a receber 
Contas a pagar
Relações bancárias
Preparação do orçamento 
de caixa
Controller
Contabilidade geral e de 
custos
Elaboração de orçamentos e 
controle orçamentário
Auditoria interna
Preparação de relatórios 
financeiros internos
 
 
9 
financeiros dela; já o controller possui um viés para a contabilidade e se 
preocupa com a auditoria e o acompanhamento dos lançamentos financeiros. 
“A área do tesoureiro está mais voltada para atividades que compreendem 
o uso de dinheiro, a sua manipulação e a posse real de fundos, enquanto o 
controller preocupa-se com os controles e osfluxos de informações dentro da 
empresa. A primeira área tem contato com o público e a segunda possui tarefas 
quase exclusivamente voltadas para dentro da empresa”. (Sanvicente, 1987). 
Sanvicente (1987) ainda afirma que o tesoureiro está mais preocupado 
com os aspectos de obtenção de fundos, ao passo que o controller dedica-se à 
análise da eficiência relativa com que os recursos obtidos são aplicados pela 
empresa. 
Como visto, a administração financeira é repleta de elementos essenciais, 
os quais, quando não bem geridos, podem acarretar inúmeros problemas 
organizacionais que, muitas vezes, não podem ser revertidos. Para compreender 
melhor essa questão, na sessão seguinte, abordaremos os principais problemas 
de administração financeira que as empresas podem encontrar. 
TEMA 5 – OS PROBLEMAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
Observamos que a administração financeira se pauta em dados confiáveis 
e no acompanhamento constante por seus agentes. Porém, quando não é dada 
a devida atenção ao planejamento ou há falhas, omissões nas informações 
prestadas, isso pode causar um prejuízo enorme para a organização. 
Nenhuma empresa pode desconhecer suas movimentações financeiras, 
ou seja, não saber se está tendo lucro ou prejuízo, não conhecer as informações 
adequadas de saldo de caixa, estoques, contas a pagar e receber, despesas, 
preço de venda, pró-labores, valor patrimonial da empresa, capital de giro, ciclo 
financeiro e ciclo operacional. 
Grande parte dessas informações é trabalhada por meio de uma 
ferramenta financeira essencial para o acompanhamento das entradas e saídas 
de caixa, a qual se chama fluxo de caixa. Com o fluxo de caixa, é possível evitar 
prever o comportamento do caixa e evitar surpresas. 
Como vimos, a função financeira compreende os esforços dispensados, 
objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização 
dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas da empresa, 
 
 
10 
proporcionando a liquidez dela perante seus credores. A premissa está 
assentada no equilíbrio entre rentabilidade (lucro) e liquidez. (Gitman 2010) 
Alguns elementos são primordiais para detectar problemas de 
administração financeira, e, segundo Sanvicente (1987), são eles: 
 Mercado 
o Mercado Comprador 
 Preço, prazo, e outras condições de venda 
 Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado 
 Efeitos da concorrência 
 Vendas cíclicas ou de época 
o Mercado Fornecedor 
 Preços, prazos e outras condições de compra 
 Compras cíclicas ou de época 
 Necessidade de importação 
 Aplicação do Capital 
o Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e instalações 
o Manutenção de estoques e produção em andamento 
o Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo 
o Adiantamento a fornecedores 
 Capital de terceiros 
o Limites para compra a prazo 
o Limites para operações bancárias 
o Custo do capital de terceiros 
o Financiamentos especiais 
 Capital Próprio 
o Capitalização de lucros 
o Distribuição de lucros 
o Destinação das reservas e provisões 
o Entrada de capital novo 
 Expansão 
o Expansão em pequena escala 
o Expansão em grande escala 
 
A percepção desses e de outros problemas só será possível às empresas 
que mantêm adequado sistema de processamento e análise de dados, 
 
 
11 
determinando as diversas situações de solvência, liquidez e rentabilidade. A 
maioria das empresas concentra suas atenções apenas no propósito de obter 
recursos, para cobrir a falta de numerário, não se preocupando com os meios 
que ocasionaram essa deficiência. 
Causas mais comuns da falta de numerário: 
 Expansão descontrolada das vendas, implicando maior volume de 
compras e de gastos. 
 Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mercados. 
 Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamentos e 
de recebimentos, em função dos prazos de compra e de vendas. 
 Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio em 
proporções excessivas. 
 Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos de 
produção. 
 Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para 
reserva, exigindo maiores disponibilidades. 
 Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa. 
 Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou 
utilizando capital de terceiros. 
As empresas financeiramente equilibradas apresentam as seguintes 
características: 
 Há permanente equilíbrio entre os recursos e os encargos 
financeiros. 
 O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital alheio. 
 A rentabilidade do capital é satisfatória, não prejudicando as 
vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas parcelas de juros. 
 Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques, cujo valor 
não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor das vendas, e maior 
frequência de vendas para um número cada vez maior de produtos. 
 Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebimento das 
vendas. 
 Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insuficiente 
para o volume necessário de produção. 
 Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas. 
 
12 
Como visto, uma organização sem planejamento e controle pode 
enfrentar diversos problemas financeiros no decorrer do tempo. São fatores 
como esses que devem fazer parte do dia a dia do administrador financeiro para 
que, em conjunto com a equipe financeira, gestores e demais atores 
organizacionais possam estabelecer metas e objetivos que não interfiram na vida 
financeira da empresa. 
Saiba Mais 
Para ser um bom gestor financeiro, primeiramente é preciso praticar com 
as finanças domésticas. Assim, assista ao vídeo e reflita se o planejamento 
pessoal está sendo realizado: 
https://www.youtube.com/watch?v=eonwa39mnL4 
TROCANDO IDEIAS 
Após apresentados os principais pontos a respeito da Administração 
Financeira, chegou a hora de cada aluno contribuir com seu entendimento a 
partir de tudo que foi abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas 
e questionamentos que surgiram durante os estudos. Dessa forma, assista ao 
vídeo seguinte e compartilhe com os colegas os questionamentos sugeridos: 
https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s 
 Analisando o vídeo e o que foi abordado durante o curso, qual a
importância da gestão financeira? 
 O que é um planejamento financeiro?
 O que deve ser levado em consideração para efetuar um bom
planejamento financeiro? Quais as informações mais importantes? 
 Como enfrentar uma crise caso a empresa esteja endividada?
 Quais são os meios que podem ser utilizados para realizar um bom
controle financeiro? 
 Qual a importância da análise do planejamento financeiro ao longo
do tempo? 
 Posso levar aspectos do planejamento financeiro para a vida
financeira pessoal? Caso seja possível, como posso fazer? 
https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/
https://www.youtube.com/watch?v=eonwa39mnL4
https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s
https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/
13 
NA PRÁTICA 
Assista ao vídeo e responda aos seguintes questionamentos: 
https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s 
1) Qual é a importância do planejamento financeiro?
2) Como é elaborado o planejamento financeiro? E o que deve ser
feito após a elaboração do planejamento? 
3) O que é reserva e qual sua importância, tanto na vida pessoal como
na empresa? 
SÍNTESE 
Para Gitman (2010), “A administração financeira compreende a função 
dupla de planejamento e controle”. Constitui importante instrumento do processo 
de formulação das políticas operacionais da empresa. Na execução de suas 
tarefas, o administrador financeiro utiliza como ponto de partida os 
demonstrativos elaborados pelo contador ou contadores da empresa. O 
diagnóstico resultante da análise desses demonstrativos deveráprocurar revelar 
as razões, favoráveis ou não, do desempenho passado da empresa. Enquanto 
o balanço fornece uma visão dos recursos (ativos) e compromissos (passivos)
da empresa, os demonstrativos de lucros e perdas indicam a rentabilidade das 
operações de exercícios passados. 
À análise do desempenho passado da empresa segue-se a interpretação 
de sua situação atual. A principal questão, neste caso, é a seguinte: qual a 
situação atual da companhia e como se compara com as demais empresas de 
tamanho equivalente, na mesma indústria e operando no mesmo mercado? Essa 
interpretação é, simultaneamente, absoluta e relativa. É absoluta no sentido de 
procurar determinar a solidez, ou não, da atual posição financeira da empresa. 
A interpretação destina-se também a mostrar sob que aspectos a 
empresa pode ser comparada, em termos favoráveis ou desfavoráveis, a suas 
concorrentes, bem como em que medida isso ocorre. O principal aspecto da 
administração financeira é a formulação da estratégia da empresa, 
determinando-se o uso mais adequado dos fundos à disposição da empresa no 
momento e procedendo-se à escolha da fonte mais apropriada de recursos 
adicionais de que o empreendimento necessitará no futuro. A análise e a 
https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/
https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s
https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/
 
 
14 
interpretação dos demonstrativos financeiros constituem as bases da formulação 
dos planos futuros da empresa. 
Ocasionalmente, uma empresa poderá considerar a necessidade de 
aumentar suas instalações físicas de operação, ou seja, edifícios, máquinas e 
equipamentos. No caso de máquinas e equipamentos, o administrador financeiro 
trabalhará com projetos de investimento cuja vida útil estimada é de três a dez 
ou mais anos. São investimentos que envolvem financiamento a médio prazo. 
(Sanvicente, 1987). 
A análise efetuada pelo administrador financeiro serve ainda como 
valiosíssimo meio de comunicação entre os vários departamentos. Proporciona 
um denominador comum (moeda) e um padrão uniforme de medida (custo dos 
fundos e rendimento). Além disso, a análise financeira fornece à alta 
administração um instrumento de avaliação de desempenhos passados e dos 
planos futuros. 
Depreende-se que a administração financeira é uma área de suma 
importância para a sobrevivência de uma organização, pois, sem se atentar para 
as finanças, torna-se impossível tomar decisões assertivas e que não 
prejudiquem as condições financeiras da organização. 
Denota-se que algumas figuras dão apoio necessário ao gestor, 
fornecendo informações pertinentes para uma melhor análise dos relatórios e 
indicadores financeiros, no entanto, muitas vezes essas relações nem sempre 
são harmoniosas, podendo desencadear conflitos de interesses, o que é capaz 
de influenciar negativamente na rentabilidade da empresa. Então, cabe à gestão 
financeira acompanhar e avaliar a movimentação financeira da empresa, 
objetivando sempre maximizar a riqueza da organização. 
 
REFERÊNCIAS 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Prentice Hall, 2010. 
 
LOPES, A. S. A contribuição da controladoria na tomada de decisão do 
administrador financeiro. Rio de Janeiro: IAVM, 2010. 
 
SÁ, C. A. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2006. 
 
 
15 
 
SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
SELEME, L. D. B. Finanças sem complicações. Curitiba: Intersaberes, 2012.

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