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Analise de Cenarios Econ 5

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ANÁLISE DE CENÁRIOS 
ECONÔMICOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rossandra Maciel de Bitencourt 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Prezado estudante, nesta aula você adentrará na estrutura que forma o 
Sistema Financeiro Nacional. Analisaremos as principais instituições que o 
compõem, bem como a relevância de cada uma em âmbito regulatório e 
operacional. Na sequência, veremos alguns aspectos relacionados à renda 
fixa, uma forma de investimento segura e habitual no Brasil e no mundo. 
Vamos conhecer as principais formas de aplicação nessa modalidade, bem 
como os órgãos emissores com maior relevância no Brasil. 
Após compreender os elementos centrais da renda fixa, partiremos 
então para o conteúdo sobre renda variável com ênfase no mercado de ações 
e no mercado secundário de ações. Aqui você entenderá como funcionam as 
negociações em bolsa de valores, quais são os principais tipos de ações e os 
direitos atribuídos aos acionistas. 
Por fim, veremos como o sistema monetário tem se adaptado às 
mudanças globais em relação ao avanço da tecnologia. Observaremos aqui 
alguns benefícios proporcionados pelo sistema financeiro digital pela 
apropriação de novas tecnologias por meio das fintechs. Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Em uma matéria publicada no mês de dezembro de 2020 pelo G1, foi 
notificado que o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou o 
mês anterior (novembro) com alta de 15,9% – a maior valorização para um mês 
de novembro desde 1999. Esse foi também o melhor mês da bolsa desde 
março de 2016, quando subiu 16,97%. 
 
Crédito: WhiteMocca/Shutterstock. 
 
 
3 
Você deve estar se perguntando em que essa afirmação implica. Pois 
bem, conhecer os elementos que estão diretamente relacionados ao sistema 
financeiro é condição essencial para compreender determinado cenário 
econômico. A afirmação supracitada faz menção a um índice, à bolsa de 
valores, e consequentemente à valorização das ações. 
Ao longo desta aula você terá acesso às ferramentas necessárias para 
compreender o conteúdo dessa afirmação, ou seja, o que o índice da B3 indica, 
como funciona o mercado de renda fixa e ações, e quais são os aspectos mais 
relevantes do moderno sistema monetário vivenciado no século XXI. 
TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO 
Você certamente já ouviu noticiários informarem sobre mercado de 
ações, mercado de títulos ou taxa de juros, certo? Esses, dentre outros 
elementos, são regulamentados pelas instituições que compõem o Sistema 
Financeiro Nacional (SFN). No Brasil, o SFN tem o importante papel de 
intermediar recursos entre agentes econômicos superavitários e deficitários, 
visando essencialmente ao crescimento da atividade produtiva (Bacen, 2020). 
No dia a dia, num ato de compra e venda, por mais simples que seja a 
relação de mercado, há nela uma natureza monetária que se concretiza por 
meio de pagamento em papel-moeda, depósito, cheque ou cartão de crédito. 
Há momentos também em que pessoas físicas recorrem às instituições 
bancárias para solicitar empréstimos, realizar investimentos, dentre outras 
tantas operações financeiras. E cada uma dessas operações responde à 
regulação que provém do SFN. 
Dada essa relevância, a estabilidade do SFN faz-se fundamental para a 
própria segurança das relações entre os agentes econômicos. E para melhor 
regular as diversas instâncias financeiras presentes em nosso país, o Banco 
Central (Bacen) explica que o SFN é composto por agentes 
• normativos, que determinam regras gerais para funcionamento do 
sistema; 
• supervisores, ou seja, aqueles que trabalham para que os integrantes do 
SFN sigam as regras definidas pelos órgãos normativos; 
• operadores, isto é, instituições intermediárias que ofertam serviços 
financeiros. 
 
 
4 
A Figura 1, a seguir, demonstra a composição e os principais segmentos 
do SFN. 
Figura 1 – Principais segmentos do SFN 
Fonte: elaborada com base em Banco Central do Brasil; Shams Suleymanova/Shutterstock. 
A estrutura do SFN mostrada na Figura 1 deriva das reformas realizadas 
em 1964/66, com destaque para Lei n. 4.595 da Reforma Bancária, que criou o 
Bacen e o Conselho Monetário Nacional (CMN), dentre outras medidas. O 
Bacen é o principal órgão executor da política monetária e o responsável por 
garantir a execução das normas criadas pelo CMN. Suas atribuições envolvem 
controle da política monetária, garantia da solvabilidade do sistema financeiro, 
e administração das reservas internacionais do país dentre outras funções. 
Já o CMN é o principal órgão superior normativo do SFN, cuja 
responsabilidade é formular a política de moeda e crédito. Seu objetivo é a 
estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Na esfera da 
supervisão, temos a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com o papel de 
fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de capitais no Brasil. 
No âmbito dos seguros e previdência privada, os órgãos normativos são 
compostos: pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), responsável 
por fixar diretrizes de normas da política de seguros privados; e pelo Conselho 
Nacional de Previdência Complementar (CNPC), responsável por regular o 
 
 
5 
regime de previdência complementar. Os agentes supervisores dessa esfera 
privada são representados pela Superintendência de Seguros Privados 
(Susep), que controla e fiscaliza o mercado de seguro, previdência privada 
aberta e capitalização; e pela Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (Previc), responsável pela fiscalização e supervisão das 
entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas 
para o regime de previdência complementar. 
Já no âmbito operacional o SFN é composto pelas seguintes instituições: 
bancos; administradoras de consórcios; bolsa de valores e bolsa de 
mercadorias e futuros; cooperativas de crédito; corretoras e distribuidoras; 
instituições de pagamento; instituições não bancárias; seguradoras; entidades 
fechadas de previdência complementar; entidades abertas de previdência; e 
sociedades de capitalização. Todos esses agentes operadores estão sujeitos à 
regulação e fiscalização dos órgãos normativos e supervisores. 
Saiba mais 
Acessando o site no Bacen é possível conhecer em detalhes cada 
instituição que compõe o SFN. Navegue pelos agentes normativos, 
supervisores e operadores desvelando a função de cada um. Disponível em: 
<https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp?frame=1>. Acesso 
em: 28 jan. 2021. 
TEMA 2 – MERCADO DE RENDA FIXA 
O mercado de renda fixa é formado por ativos em que a remuneração pode 
ser prevista no ato da aplicação. Isso significa que o investidor sabe no momento da 
aplicação qual será seu rendimento, seja em valor nominal ou pela variação de um 
indexador. Os investimentos de renda fixa podem ser diferenciados por alguns 
critérios, como tipo de emissor, forma de rentabilidade do título, seu prazo e valor 
mínimo de investimento inicial (Almeida; Cunha, 2017). 
É importante mencionar que existem títulos de renda fixa privados e 
públicos. Os privados podem ser emitidos por bancos, tais como os 
Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI), negociados exclusivamente em 
instituições financeiras; e os Certificados de Depósito Bancário (CDB), que são 
vendidos ao público geral. Vale ressaltar que as empresas também podem 
emitir comercial papers (notas promissórias) e debêntures (Kerr, 2011). 
 
 
6 
Segundo o autor supracitado, as debêntures são títulos de médio e 
longo prazos, com privilégio geral sobre os bens sociais ou garantia real sobre 
determinados bens emitidos por sociedades anônimas. Já as notas 
promissórias comerciais (comercial papers) são utilizadas para captação de 
recursos no curto prazo e podem ter remuneração prefixado ou pós-fixada. No 
âmbito privado, as instituições captam recursos no mercado de capitais como 
formade se financiarem, assegurando assim o retorno do investimento. 
Já os emissores públicos são formados tanto pelo governo federal 
quanto pelos governos estaduais e municipais. Em geral, esses órgãos lançam 
o título no mercado como forma de captar recursos e definem uma taxa e um 
prazo de vencimento para retornar esse valor ao investidor. No Brasil, os títulos 
públicos de emissão do governo federal são considerados os mais seguros do 
mercado por terem como fiador o próprio governo (Almeida; Cunha, 2017). 
Na prática, os títulos públicos são emitidos e garantidos pelo governo 
federal, que têm por finalidade financiar a dívida pública, antecipar receitas e 
controlar a liquidez da economia atuando como instrumentos de política 
monetária. Essas operações podem ser realizadas de três modos: oferta 
pública com realização de leilões; venda direta pelo programa conhecido como 
Tesouro Direto; e emissões destinadas a atender necessidades específicas 
determinadas em lei (Kerr, 2011). 
Vale destacar que um investimento em renda fixa não significa dizer que 
os preços e taxas dos títulos públicos não apresentam variações ao longo do 
tempo. Renda fixa é um tipo de investimento em que você já conhece as 
condições sob as quais seu investimento vai render. Os títulos públicos do 
governo federal, são classificados pela natureza de suas emissões, conforme 
demonstra a Tabela 1, a seguir. 
Tabela 1 – Títulos públicos do governo federal 
Títulos do Tesouro Nacional Títulos do Banco Central 
BTN: Bônus do Tesouro Nacional BBC: Bônus do Banco Central 
LTN: Letras do Tesouro Nacional LBC: Letras do Banco Central 
LFT: Letras Financeiras do Tesouro NBC: Notas do Banco Central 
NTN: Notas do Tesouro Nacional 
CTN: Certificado do Tesouro Nacional 
CFT: Certificado Financeiro do Tesouro 
Fonte: elaborada com base em Neto, 2014. 
Um elemento que influencia diretamente o mercado de renda fixa é o 
indexador. Títulos públicos podem oferecer rendimentos prefixados ou pós-
 
 
7 
fixados, atrelados a algum indexador, como inflação, taxa de juros ou variação 
cambial. A Tabela 2 demonstra a forma de rendimento dos principais títulos 
públicos. 
Tabela 2 – Forma de rendimento dos principais títulos públicos 
Títulos prefixados Títulos pós-fixados 
LTN LFT: atualizado pela Selic 
NTN - F NTN-B: atualizado pelo IPCA-A 
 NTN-C: atualizado pelo IGP-M 
 NTN-D: atualizado pela variação 
cambial 
 NTN-H: atualizado pela TR (taxa 
referencial) 
Fonte: elaborada com base em Neto, 2014. 
Saiba mais 
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em 
parceria com a BMF&F Bovespa para venda de títulos públicos federais a 
pessoas físicas, pela internet. Concebido em 2002, surgiu com o objetivo de 
democratizar o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações com apenas 
R$ 30,00. Antes do Tesouro Direto, o investimento em títulos públicos por 
pessoas físicas era possível somente de forma indireta, pelos fundos de renda 
fixa que, por cobrarem elevadas taxas de administração, especialmente em 
aplicações de baixo valor, reduziam a atratividade desse tipo de investimento. 
O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das 
alternativas de investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos com 
diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à 
variação da taxa de juros básica da economia – Selic), de prazos de 
vencimento e de fluxos de remuneração. Para saber mais acesse: 
<https://www.gov.br/pt-br/servicos/comprar-titulos-publicos-federais>. Acesso 
em: 28 jan. 2021. 
Agora que vimos as principais características e os elementos que 
compõem o mercado de renda fixa no Brasil, vamos adentrar em outro campo 
no mercado financeiro: os investimentos variáveis, mais especificamente o 
mercado de ações. 
 
 
8 
TEMA 3 – O MERCADO DE AÇÕES 
O mercado de ações é um mecanismo essencial de captar recursos 
para empresas e, no caso de investidores, se traduz numa excelente 
oportunidade de investimento. O próprio mercado de capitais possui essa 
finalidade, pois é um conjunto de instituições que negociam títulos e valores 
mobiliários visando à canalização de recursos dos agentes compradores para 
os agentes vendedores. Em geral, é onde ocorrem negociações de valores 
mobiliários com o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de 
empresas e viabilizar seu processo de capitalização (Pinheiro, 2008). 
Diferente do mercado de renda fixa, as ações são títulos de renda 
variável emitidos por empresas S.A. (sociedades anônimas). O rendimento 
nesses casos é considerado variável porque depende do desempenho da 
empresa e de sua capacidade de gerar lucro (Pereira, 2013). As ações 
constituem-se, portanto, em títulos de propriedade de uma parte do capital 
social da empresa que as emitiu. Logo, quem tem ações, pode considerar-se 
sócio da empresa emissora. 
O funcionamento das sociedades anônimas no Brasil está sujeito à 
regulação da Lei n. 6.404/76 que confere ao acionista um contingente de 
direitos: participação nos lucros, fiscalização, informação, preferência na 
subscrição de ações em aumento de capital, retirada (recesso), voto, indicação 
de membros do conselho de administração, requerimento de convocação e 
adiantamento de assembleias gerais, participação de oferta pública por 
alienação de controle de companhia aberta, transmissão e proposição de 
ações indenizatórias. Todos esses direitos variam de acordo com a 
participação do acionista no capital da empresa, que segundo Pereira (2013) 
pode se dar pelas ações 
• ordinárias, que conferem aos seus detentores o direito ao voto em 
assembleia; 
• preferenciais, que conferem aos seus detentores o direito de propriedade no 
recebimento de dividendos ou juros sobre o capital próprio. Ou seja, o 
acionista aqui possui direito de preferência sobre lucros e sobre reembolso de 
capital em caso de dissolução da sociedade. 
No caso das ações preferenciais, convém destacar as principais 
diferenças entre dividendos e juros sobre o capital próprio (Pereira, 2013): 
 
 
9 
• Os dividendos constituem-se no direito do acionista de receber 
participação nos resultados auferidos durante o ano de exercício, 
conforme acordado em Assembleia Geral Ordinária de Acionistas. A 
lei exige que as empresas distribuam, no mínimo, 25% do lucro 
líquido do exercício. 
• Os juros sobre capital próprio (JSCP) incidem quando o acionista tem 
benefício fiscal sobre dividendos recebidos pela empresa emissora, 
porque é uma despesa abatida do lucro tributável da companhia. 
Esse atributo fiscal está diretamente associado à Taxa de Juros de 
Longo Prazo (TJLP) sobre o patrimônio líquido da empresa. 
Bem, agora você deve estar se perguntando como ocorrem as 
negociações no mercado de ações. Fortuna (2013) destaca que o mercado de 
ações pode ser divido em dois segmentos. 
• Mercado primário: quando as ações de uma empresa são emitidas 
diretamente. Ou seja, quando o valor mobiliário é lançado pela 
primeira vez ao mercado e o emissor capta recursos pela venda de 
uma ação. As emissões de novas ações de uma empresa, são, 
portanto, negociadas no mercado primário. 
• Mercado secundário: as ações já emitidas são comercializadas pela 
bolsa de valores. Ou seja, o mercado secundário caracteriza-se pela 
comercialização de ações entre investidores após sua colocação em 
bolsas de valores pelo mercado primário. Depois dessa etapa, esses 
títulos passam a ser negociados diariamente. 
Conhecemos as principais características sobre o mercado de ações e 
a seguir vamos adentrar em um assunto de grande importância para os 
investidores: o mercado secundário de ações. 
TEMA 4 – MERCADO SECUNDÁRIO DE AÇÕES 
Conforme acabamos ver, é no mercado secundário que as ações já 
emitidas são comercializadas. Essa comercialização se dá pela bolsa de 
valores, local em que as negociações de valores mobiliários ocorrem– um 
mercado livre e aberto organizado pelas corretoras e autoridades. As bolsas de 
valores têm por objetivo manter um sistema adequado ao encontro de seus 
membros e à realização de transações de compra e venda entre eles. As 
 
 
10 
bolsas possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, e de acordo 
com o Bacen, a fiscalização desse mercado é de responsabilidade da 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Segundo Pereira (2013), as bolsas de valores mais importantes do 
mundo estão nos Estados Unidos (Nova Iorque e Nasdaq), no Japão (Tóquio), 
no Reino Unido (Londres) e no Brasil (São Paulo). A B3 é bolsa de valores 
oficial de nosso país, uma empresa do mercado financeiro de classe mundial. 
Saiba mais 
A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado 
financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão. 
Sociedade de capital aberto, cujas ações (B3SA3) são negociadas no novo 
mercado, a companhia integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre 
outros. Reúne ainda tradição de inovação em produtos e tecnologia e é uma 
das maiores em valor de mercado, com posição global de destaque no setor de 
bolsas. Leia mais em: <http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-
somos/>. Acesso em: 28 jan. 2020. 
E quais são as principais formas de comercializar ações em uma bolsa 
de valores? Em linhas gerais, Pereira (2013) destaca três. 
• Viva voz: ocorre quando os corretores apregoam suas ofertas de viva 
voz especificando o nome das empresas, o tipo de ação e a quantidade 
e preço de compra ou de venda; 
• Pregão eletrônico: o investidor pode negociar de qualquer lugar, desde 
que tenha acesso à internet; 
• After market: permite montar ordens de negócio no mercado de ações 
após o fechamento do pregão eletrônico. 
Quando falamos sobre comercialização, um elemento muito importante 
que vem à mente é o preço, não é mesmo? Pois bem, o preço de uma ação na 
bolsa é formado pelas expectativas com base nas condições do mercado 
(oferta e demanda). Essas condições refletem o estado da economia do país, 
da empresa e do seu setor econômico. Além das expectativas de mercado, 
Kerr (2011) elenca eventos que podem influenciar o preço de uma ação, sem 
alterar a riqueza do acionista: 
 
 
11 
• Desdobramentos: quando a empresa distribui novas ações para cada 
ação que o acionista possui, aumentando a quantidade de ações da 
companhia no mercado. 
• Agrupamentos: ao contrário dos desdobramentos, ocorre quando a ação 
está cotada a preços muito baixos. 
• Distribuição de dividendos: constitui-se na principal forma de 
remuneração dos acionistas pela empresa. 
• Direitos de subscrição: quando a empresa decide aumentar o capital por 
meio da emissão de novas ações. 
• Bonificação: 1) em ações, quando a empresa, ao incorporas lucros, 
distribui ações gratuitamente aos seus acionistas; 2) em dinheiro, 
quando a empresa opta por redistribuir uma parcela maior do lucro. 
• Recompra de ações: quando a empresa recompra suas próprias ações, 
devido ao baixo valor destas e ao capital disponível em caixa. 
Em suma, adentrar ao mercado financeiro requer sempre análise 
cautelosa do cenário econômico. Além das expectativas do mercado e dos 
elementos citados, há também importantes indicadores, a exemplo do Ibovespa 
B3, que demonstram diariamente o desempenho das ações negociadas. 
Saiba mais 
O Ibovespa B3 é o principal indicador de desempenho das ações 
negociadas na B3 e reúne as empresas mais importantes do mercado de 
capitais brasileiro. Foi criado em 1968 e, ao longo desses 50 anos, consolidou-
se como referência para investidores ao redor do mundo. Leia mais em: 
<http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-
amplos/ibovespa.htm>. Acesso em: 28 jan. 2021. 
No site da B3 também é possível obter as cotações não só das ações, 
mas também de derivativos, índices importantes e outros ativos negociados na 
bolsa. Acompanhe essas informações em: <http://www.b3.com.br/pt_br/market-
data-e-indices/servicos-de-dados/market-data/cotacoes/indices.htm>. Acesso 
em: 28 jan. 2021. 
TEMA 5 – MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO 
Com o avanço da globalização, os fluxos financeiros internacionais 
expandiram-se extraordinariamente nas mais diferentes formas, sobretudo em 
 
 
12 
empréstimos, financiamentos e investimentos de portfólios. Nesse cenário, a 
inovação assumiu papel crucial em meio ao desenvolvimento econômico mundial. 
A inovação de que estamos falando refere-se essencialmente à 
tecnologia digital, que gerou grande impacto em todos as esferas da economia, 
especialmente no setor financeiro. Essa tecnologia disponível junto às 
facilidades advindas da disseminação da internet, levou ao surgimento de 
inovações como aplicativos e startups, além do desenvolvimento da 
Inteligência Artificial (AI) (Katori, 2017). 
Saiba mais 
Você sabe o que é uma startup? De acordo com o Sebrae (2020), uma 
startup é formada por um grupo de pessoas que estão iniciando uma empresa, 
com uma ideia diferente, escalável e em condições de extrema incerteza. Leia 
mais em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-
startup,6979b2a178c83410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 28 
jan. 2021. 
O avanço das ferramentas digitais se propagou intensamente, com 
efeitos consideráveis sobre a modernização do sistema monetário 
internacional, sobretudo porque ultrapassou os limites do mundo corporativo e 
dos negócios. Vicente (2017) observa que serviços financeiros digitais 
trouxeram inúmeras vantagens em relação às oportunidades e facilidades de 
comunicação, como também da operacionalização de transações. Em meio a 
essas mudanças, agentes econômicos podem trocar recursos entre si 
independentemente de onde estiverem – tudo de forma instantânea e eficaz. 
Uma novidade que merece destaque em relação às finanças é a 
inovação representada pelo surgimento das fintechs, ou finantial technology, as 
novas startups do ramo financeiro. “O surgimento da fintech está 
revolucionando o mercado, mudando o cenário financeiro global. De acordo 
com diversos relatórios, ela possui a capacidade de criar uma ruptura no 
desenvolvimento no setor” (Katori, 2017, p.11). 
Essa ruptura advém da necessidades em suprir demandas de clientes 
que se sentem insatisfeitos com instituições financeiras tradicionais. Desde 
2008, as fintechs ganham uma fatia promissora do mercado financeiro que 
antes era restrita às grandes corporações, como bancos e corretoras: 
 
 
13 
De forma mais eficiente do que os sistemas convencionais essas 
novas empresas despertam a atenção de uma camada de 
investidores novos [...] Com a promessa de acesso fácil e rápido por 
meio do celular, pagamentos instantâneos, liberação de empréstimos 
com menos burocracia, maior acesso a informação, taxas mais 
acessíveis e maior segurança, as fintechs estão moldando um novo 
mercado financeiro. É uma nova geração de tecnologia e 
empreendedorismo que se instalou nas brechas não preenchidas pelas 
antigas e conservadoras instituições financeiras. (Vidal, 2018, p. 6) 
Num relatório publicado em 2020, a FintechLab demonstrou que o volume 
total de fintechs e iniciativas de eficiência financeira em atuação no Brasil saltou de 
604 em junho de 2019 para 771 em agosto de 2020. Os dados revelam que o 
sistema financeiro continua encontrando oportunidades para melhorar serviços e 
criar soluções por meio das novas empresas nas mais diversas instâncias: 
pagamentos, bancos digitais, negociação de dívidas, seguros, empréstimos, gestão 
financeira, investimentos, câmbio e remessas, entre outras. 
Saiba mais 
Para conhecer as fintechs que atuam no Brasil, e saber em qual ramo 
elas prestam serviço, acesse o site da FintechLab: 
<http://fintechlab.com.br/index.php/2020/08/25/edicao-2020-do-radar-
fintechlab-detecta-270-novas-fintechs-em-um-ano/>. Acesso em: 28 jan. 2021. 
Nessa mesma perspectiva,podemos destacar a criação das 
criptomoedas, a exemplo do Bitcoin que surgiu em 2009 – a primeira 
criptomoeda digital descentralizada vista no mercado. As criptomoedas se 
constituem em ativos financeiros utilizados como moedas virtuais que operam 
sob completa descentralização do sistema. A proteção se dá mediante 
criptografias, isto é, complexos códigos computacionais virtualmente 
impossíveis de serem abertos sem a senha pertencente ao dono da moeda. 
O avanço das criptomoedas está diretamente associado à tecnologia da 
blockchain. Araújo e Silva (2017) demonstram que esse mecanismo funciona 
de forma parecida com um livro que não permite ser editado, e um registro está 
diretamente relacionado ao anterior e ao posterior como uma corrente. Os 
registros on-line são carimbados com data e hora, não podem ser alterados 
pois são criptografados. 
O avanço do sistema financeiro digital, sem dúvida, é um importante 
marco na modernização do sistema monetário, sobretudo porque a maior parte 
das transações ocorre de forma descentralizada, ou seja, cada vez menos o 
 
 
14 
indivíduo precisa se dirigir até uma agência bancária física para realizar 
transações financeiras. Investimentos, empréstimos, transferências, 
pagamentos e compras on-line são práticas corriqueiras e habituais que 
caracterizam a modernização do sistema financeiro como um todo. 
TROCANDO IDEIAS 
Estamos finalizando nossa aula e conforme vimos até aqui, o sistema 
monetário passou por diversas mudanças entre o fim do século XX e início do 
século XXI. Para conhecer melhor as instituições que emergiram ao longo 
desse processo dinâmico, convido você a entrar no site da Fintechlab 
(https://fintechlab.com.br/) e pesquisar empresas emergentes que estão 
inovando o mercado financeiro do nosso país. Com base nessa pesquisa, 
responda: Você já realizou alguma transação financeira – pagamento, 
transferência, ou mesmo investimento – por meio de alguma fintech? 
NA PRÁTICA 
Conforme vimos no início da aula, uma matéria publicada no G1 
reportou que o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou o 
mês anterior (novembro) com alta de 15,9% – a maior valorização para um mês 
de novembro desde 1999. Esse foi também o melhor mês da bolsa desde 
março de 2016, quando subiu 16,97%. A reportagem na íntegra está disponível 
em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/12/01/azul-liderou-alta-entre-
acoes-do-ibovespa-em-novembro-veja-as-que-mais-subiram.ghtml>. Acesso 
em: 28 jan. 2021. 
Agora, com base no conteúdo visto ao longo desta aula e no 
conhecimento que você adquiriu até aqui sobre análise de cenários 
econômicos, responda: 
a) Quais elementos podem justificar a valorização das ações no final do 
ano de 2020, tendo em vista que esse foi um cenário marcado pela crise 
econômica em decorrência do covid-19? 
Gabarito 
Quando estudamos renda fixa e variável é importante monitorar o 
cenário econômico. Na situação reportada na questão, as ações estavam em 
alta, ainda que em um cenário de crise, especialmente em função da baixa na 
 
 
15 
taxa de juros – isso porque grande parte dos títulos em renda fixa remuneram a 
partir da Selic. Logo, com a queda na taxa de juros, os agentes econômicos 
buscaram investir em ações para auferir maiores ganhos em detrimento da 
estabilidade ofertada pela renda fixa. 
FINALIZANDO 
No decorrer desta aula foi possível aprofundar vários conceitos 
relacionados ao sistema financeiro, ao mercado de renda fixa e de ações, bem 
como aos avanços que perpassam à modernização do sistema monetário. 
Em relação ao sistema financeiro, foi possível conhecer com mais 
propriedade as instituições que o compõem, a exemplo do Banco Central e do 
Conselho Monetário Nacional. No que se refere à renda fixa, vimos quais são 
os principais títulos comercializados no Brasil, bem como os órgãos emissores 
com maior relevância. Aprofundamos também nossos conhecimentos sobre 
renda variável, com foco no mercado de ações e no mercado secundário de 
ações. Foi possível compreender como funcionam as negociações na bolsa de 
valores, quais são os principais tipos de ações e as formas de comercialização. 
Por fim, vimos o quanto o sistema monetário está em constante 
evolução frente às mudanças globais e ao avanço da tecnologia. Essas 
mudanças certamente se refletem em benefícios proporcionados, sobretudo 
pelo sistema financeiro digital, pela apropriação de novas tecnologias, pelas 
fintechs, criptomoedas e demais inovações. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
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renda fixa e o perfil do investidor brasileiro. Monografia: Curso de 
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Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/12/01/azul-liderou-
alta-entre-acoes-do-ibovespa-em-novembro-veja-as-que-mais-subiram.ghtml>. 
Acesso em: 28 jan. 2021. 
KERR, R. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Pearson Prentice, 
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Financeiro: uma Análise Crítico-Reflexiva. Universidade de Brasília, 2017. 
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VIDAL, V. R. Fintechs – Tese de Impacto de Serviços Financeiros Digitais. 
Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. Faculdade de Economia e 
Administração. São Paulo, 2018. 
	Conversa inicial
	Contextualizando
	TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO
	TEMA 2 – MERCADO DE RENDA FIXA
	TEMA 3 – O MERCADO DE AÇÕES
	TEMA 4 – MERCADO SECUNDÁRIO DE AÇÕES
	TEMA 5 – MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO
	Trocando ideias
	Na prática
	FINALIZANDO

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