Prévia do material em texto
Matéria: Didática do Ensino de Ciências Assunto: Temas 1 ao 12 Curso de Pedagogia Licenciatura – 7º Período Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 2 de 51 PCN – Breve Histórico. De acordo com Silva e Trivelato (2011), existem certas indagações sobre o ensino de ciências para que o professor possa refletir sobre sua prática. Observe: o que é Ciências? Trata-se de um produto ou de um processo? Como o conhecimento científico chega ao ensino fundamental? Como o ensino de Ciências evoluiu? Para os autores, é necessário que haja discussão sobre o significado de Ciências buscando aproximar o ensino e aprendizagem de Ciências do fazer científico. Nesse sentido, entende-se que a Ciência: • Procura explicações sistemáticas para os fatos provenientes das observações e experimentos; • Necessita que a interpretação dos fatos seja confirmada, aceita por outros cientistas; • É um processo social. De acordo com Silva e Trivelato (2011), é importante que o aluno consiga explicar os fatos e, para isso, é necessário que se realizem observações diretas dos experimentos, para que a aprendizagem tenha significado para sua vida. Mas não há como ensinar alguém que não esteja disposto a aprender, “uma vez que a aprendizagem é um processo interno que ocorre como resultado da ação de um sujeito” (p. 122). Sabe-se que as pessoas aprendem o tempo todo, de forma intencional ou não, decorrente da necessidade, tentativa de erro, repetição. Os fatores que contribuem para a aprendizagem ao longo da vida não se restringem à simples curiosidade ou à necessidade em entender determinado assunto. (DELIZOICOV et al., 2007). Retomando a discussão sobre o ensino de Ciências Naturais, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), ele deve possibilitar ao educando desenvolver uma postura crítica e questionadora dos fatos, colaborando para a construção de sua autonomia. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 3 de 51 Para que essa nova postura seja efetivada, cabe à escola e aos profissionais da educação (re)significarem a maneira de ensinar Ciências para seus alunos. Para isso, é preciso voltar no tempo e conhecer um pouco da história dessa disciplina. No antigo Grupo Escolar, em uma breve retrospectiva histórica acerca do ensino de Ciências para as séries iniciais, Hamburger (2007) relata que a maioria dos docentes eram mulheres que, geralmente, não tinham formação adequada para ensinar Ciências Naturais. Esse fato contribuiu para que pouco se ensinasse essa matéria em sala de aula. O ensino de Ciências Naturais passou a ter uma maior participação no currículo escolar com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases n. 4.024/1961, quando passou a integrar o currículo desde o 1º ano do curso ginasial. Houve aumento na carga horária das disciplinas de Física, Química e Biologia (KRASILCHIK, 2000). Durante essa época, ou seja, nos anos 1960, o ensino era tradicional, os professores transmitiam conhecimentos através de aulas expositivas e os alunos absorviam as informações, sem questioná-las. Mas esse quadro começa a adquirir um novo formato após 1970, devido à crise energética, aos problemas relativos ao meio ambiente e à saúde, que fizeram com que o ensino das Ciências Naturais passasse a ser obrigatório em todos os currículos (promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 5.692/1971), mesmo que abordados de diferentes formas e níveis (BRASIL, 1997). Apesar de passar novamente por modificações educacionais, o ensino de Ciências, segundo Krasilchik (2000), passa a ter caráter profissionalizante, descaracterizando sua função no currículo. A partir dos anos 1980, muitas pesquisas foram realizadas procurando investigar as preconcepções das crianças e adolescentes sobre “os fenômenos naturais e sua relação com os conceitos científicos”, ou seja, quais os conhecimentos prévios que os indivíduos já possuem sobre a temática. Tais pesquisas concluíram que as concepções espontâneas das crianças e adolescentes se assemelham a concepções científicas de outros tempos, isto é, as preconcepções são construídas gradativamente, de forma contínua, até serem transformadas em conhecimentos. Nessa perspectiva, fundamenta-se a ideia de construção de conhecimento reportando-se às teorias de aprendizagem com foco nos aspectos do desenvolvimento humano. Dentre as teorias ressalta-se o enfoque interacionista de Jean Piaget. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 4 de 51 Na perspectiva Piagetiana, o conhecimento vem a partir do desequilíbrio mental, ou seja, primeiro você desequilibra, assimila, desequilibra, acomoda e utiliza o novo conceito em outras situações. Esse processo requer uma modificação de um esquema anterior de conhecimento. A aprendizagem é vista, portanto, como algo que envolve um processo de mudança conceitual. Nesse contexto, o aluno busca por respostas às suas indagações através de sua participação no grupo e por meio de pesquisas em diversas fontes. Com isso, vai ampliando sua percepção de mundo, desenvolvendo um olhar crítico e a sua autonomia. Já no ensino tradicional, o professor é o dono do saber e tem como missão transmitir os conteúdos (já prontos) para os alunos. Nesse tipo de ensino não há preocupação em desenvolver atividades colaborativas, que permitam ao aluno construir, junto aos colegas e professores, sua aprendizagem. As avaliações nesse tipo de ensino são realizadas por meio de provas que servem apenas para “medir” o conhecimento do aluno, a fim de aprová-lo ou reprová-lo na disciplina. Na realidade, as avaliações deveriam servir de apoio ao professor, ajudando-o a diagnosticar as dificuldades dos alunos e podendo, ao longo do ano letivo, saná-las, dando prosseguimento aos estudos. No interacionismo o aluno é o protagonista de seu próprio conhecimento e o professor não mais detém o saber. Ele deve assumir o papel de mediador entre o conhecimento e o aluno. Nessa óptica, o interacionismo rompeu com o ensino tradicional “assumindo uma concepção reformista e uma atitude transformadora na educação (SILVA; TRIVELATO, 2011, p. 6)”. Nessa abordagem educacional, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997 p. 7) propõem em seus objetivos que o aluno deve ser capaz de: posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; [...] saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 5 de 51 A aprendizagem só acontecerá quando os professores criarem oportunidades para que seus alunos possam pensar e se manifestar a respeito. Para isso, uma das tarefas do professor, segundo Silva e Trivelato (2011), é proporcionar atividades que sejam prazerosas e que possam contribuir para uma aprendizagem significativa. Quando a aprendizagem ocorre de forma significativa, o educando internaliza as informações, transformando-as em conhecimentos. Para que a aprendizagem significativa possaocorrer, Ausubel (in MOREIRA; MANSINI, 1982) afirma que a escola necessita considerar o que a criança já sabe sobre o assunto para poder se ancorar no novo conhecimento, ou seja, aquele que será apresentado pelo professor complementando os conhecimentos do aluno. Além disso, a aula tem que ser motivadora e possibilitar a reflexão em sala de aula para que o conhecimento se torne significativo. Desse modo, caminhando na mesma direção dos Parâmetros Curriculares Nacionais, trabalha-se para que a escola ofereça condições de preparar seus alunos para tornarem-se cidadãos capazes de criticar e atuar na sociedade. Segundo Silva e Trivelato (2011), com o crescimento da Ciência e da tecnologia, “associados a situações que agravam a miséria e a degradação ambiental”, as questões que envolvem tal posicionamento são muitas vezes conflituosas, pois exigem que seus cidadãos estejam preparados para posicionar-se diante do problema. A escola precisa cumprir com seu papel, isto é, proporcionar uma educação voltada para a cidadania, que seja capaz de transformar crianças em cidadãos, críticos, responsáveis e com capacidade de solucionar os problemas enfrentados pela sociedade atual. Construtivismo: reconhece a influência do meio como elemento para a compreensão dos processos cognitivos. Esse método acredita que o aluno não precisa decorar ou repetir mecanicamente para se alfabetizar, pois parte da ideia do conhecimento prévio do aluno sobre como funciona o processo de alfabetização. Sustentabilidade: está relacionada com o desenvolvimento a partir de práticas socialmente responsáveis. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 6 de 51 Cognição: é a maneira como o ser humano adquire conhecimento, ou seja, é a forma como o cérebro capta as informações, transformando-as em aprendizado. Métodos de ensino: segundo Libâneo (1994, p.2) os métodos de ensino são as ações do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Mediador: pessoa que medeia uma relação sem envolvimento, um transmissor de informações, um intermediário entre uma coisa e outra. O professor e o mundo das ciências. A sociedade vem passando por muitas mudanças, decorrentes das inovações tecnológicas, da rapidez das informações e do avanço do conhecimento. Essa nova sociedade, também conhecida como sociedade do conhecimento, requer pessoas capazes de pensar e agir com autonomia e, para isso, a escola precisa mudar a forma de trabalhar os conteúdos, dando ao aluno condições de se desenvolver plenamente. Não se pode exigir que o aluno de uma nova sociedade entre na sala de aula, copie e decore os conteúdos acadêmicos, passados pelo professor. Se a sociedade atual espera que esse novo profissional seja capaz de transformar, de atuar no meio em que está inserido, é preciso mudar a prática de ensino. De que maneira? A educação continuada após sua graduação é fundamental na transformação da sociedade e do país. O professor deve, nesse novo cenário, ser mediador entre o conhecimento e o aluno. Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em que cada um, a seu modo e com determinado papel, está envolvido na construção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de atitudes e valores humanos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 7 de 51 Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações norteadas pelo conhecimento científico (BRASIL, 1997 p. 28). Cabe ao professor orientar o aluno, de modo que este se comprometa a construir sua aprendizagem, sendo autor nessa jornada. O aluno deve ter acesso a uma diversidade de textos informativos, pois cada um apresenta informações de diversos assuntos “além de requererem domínio de diferentes habilidades e conceitos para sua leitura” (BRASIL, 1997 p. 81). No ensino de Ciências, os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam que no primeiro ciclo é importante que o professor possa aproximar a noção de Meio Ambiente como resultado das interações entre os seres vivos, ar, água, luz e calor. A observação direta e indireta de diferentes ambientes possibilita ao aluno estabelecer relações entre o ambiente e seus componentes. Segundo Silva e Trivelato (2011), a Educação Ambiental, “vem se consolidando como uma prática educativa integrada” (p. 13) e a escola, nesse contexto, pode contribuir para a formação de cidadãos conscientes quanto à preservação do meio, favorecendo as gerações futuras. De acordo com os autores acima, a educação ambiental, tanto em âmbito nacional como mundial, vem ganhando espaço desde 1972. Nesse ano, os fatos que marcaram seu início foram a publicação do relatório Os limites do crescimento (Clube de Roma) e Recomendação 96: Educação e Meio Ambiente (Conferência de Estocolmo). Desde então, vários acontecimentos vêm contribuindo para conscientização sobre o meio ambiente. Partindo das diversas definições sobre o meio ambiente, Reigota (1995 apud SILVA; TRIVELATO, 2011), indica que este não seria um conceito científico, mas uma representação social, e aponta que: o primeiro passo para a realização da educação ambiental deve ser a identificação das representações das pessoas envolvidas no processo educativo (p. 17). A hipótese central dos textos de Reigota (1995) envolve as representações sociais dos professores sobre o meio ambiente e o desenvolvimento de suas práticas pedagógicas cotidianas relacionadas com este tema. Mas, afinal, o que seria a representação social? Segundo Amaral et al. (2009, p. 5), As representações sociais são expressões dos pensamentos dos indivíduos por meio de opiniões, atitudes, sentimentos e condutas, produzidas no cotidiano e têm como função promover a interação social Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 8 de 51 (CINTRÃO; CORREIA, 2004, p. 203), ressaltam que o caráter social das representações contribui para os processos de formação de comportamentos. As representações sociais mais comuns, segundo Reigota (1995), relacionadas ao meio ambiente, envolvem naturalistas, globalizantes e antropocêntricos. • Os naturalistas englobam os aspectos físico-químicos como o ar, a água, o solo e os seres vivos. • Os globalizantes mostram evidências entre as interações sociais e naturais. • Os antropocêntricos mostram a utilidade dos recursos naturais para a sobrevivência dos seres humanos. Para Krasilchik (1994 apud SILVA; TRIVELATO, 2011), a expressão educação ambiental surgiu a partir da grave crise ambiental pela qual passava os países do mundo industrializado visando melhorar as relações do ser humano com o meio ambiente. Essa relação do homem com o meio ambiente deve ser trabalhada de forma que desperte o interesse dos alunos, levando-os a compreender sua interação com o meio de forma que essa interação aconteça adequadamente. Uma pesquisa desenvolvida por Piassi e Silva (2012) sobre o ensino de ciências utilizou livros infantis com conteúdos envolvendo conceitos ecológicos e teve como objetivo observar as condições necessárias, em sua estrutura narrativa, e as adaptações de forma adequada para conteúdos da disciplina. De acordo com os autores, O mundo infantilé rodeado por uma série de relações criadas pelas crianças no sentido de sustentar situações imaginárias, dando vida aos brinquedos e relacionando-se e comunicando-se igualmente com o mundo inanimado. Para Amaral (1991), o teatro de fantoches é capaz de estabelecer relação direta com esse pensamento animista infantil, logo, tem condições para satisfazer os anseios de transformação que a criança tem de tornar real os seus sonhos de poder (PIASSI; SILVA, 2012, p. 2) Por meio das histórias infantis o professor, utilizando-se de estratégias que estimulem a imaginação e a criatividade da criança, poderá satisfazer seus anseios auxiliando-a em seu desenvolvimento e em sua construção como ser humano, de maneira prazerosa. O trabalho do professor deve ser eficaz e estar voltado exclusivamente para a aprendizagem dos alunos, proporcionando significado para a vida destes (SILVA; TRIVELATO, 2011). Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 9 de 51 Ecológico: relativo à ecologia. Ecologia: parte da biologia que tem por objeto o estudo das relações dos seres vivos com seu meio natural e da sua adaptação ao ambiente físico ou moral. Interações: influência recíproca: a interação da teoria e da prática. Agrupamento das relações ou ações entre os indivíduos pertencentes a um determinado grupo ou entre os grupos de uma mesma sociedade. Lúdico: que faz referência a jogos ou brinquedos. Meio Ambiente: “Conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles” (Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais, LIMA; SILVA, 2000). Sociedade do conhecimento: a “Sociedade do Conhecimento” é compreendida como aquela na qual o conhecimento é o principal recurso para que o país consiga alcançar a prosperidade e o bem-estar da população. A tecnologia e o capital humano são fatores determinantes para a geração de riquezas. O problema da questão ambiental está relacionado diretamente à industrialização e à tecnologia, e questiona o modelo econômico vigente, ou seja, o sistema capitalista adotado pela sociedade. Neste sistema as empresas esperam adquirir cada vez mais lucros e, para isso, alteram e interferem nos recursos e espécies encontrados na natureza (TRIVELATO; SILVA, 2011). Voltando um pouco no tempo, a situação do planeta e dos seres vivos no início do século XX era bem diferente do observado em seu final. Tomando como exemplo a colonização do Brasil, tanto portugueses quanto espanhóis não mediram esforços para explorar o solo, tirando dele tudo o que pudesse resultar em lucros, como por Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 10 de 51 exemplo, pedras preciosas e madeira. Segundo Reigota (2001, p. 48), no capitalismo “um estado rico é aquele que explora com mais intensidade os recursos naturais”. Nessa perspectiva, os recursos naturais foram vistos como infinitos, portanto, não havia sentimentos de preservação e de limites na exploração desses recursos (EVARISTO, 2010). Devido à ação do homem sobre a natureza, torna-se necessário desde cedo introduzir orientações aos alunos da educação infantil para que se conscientizem sobre os problemas ambientais que afetam o planeta, evitando que no futuro procedam do mesmo modo destrutivo (EVARISTO, 2010). É importante que a criança respeite a natureza e, para isso, o professor tem um papel muito importante a desempenhar, pois através de diversas atividades desenvolvidas na sala de aula ele poderá redefinir o comportamento do indivíduo com relação à natureza. Como já relatado anteriormente por Trivelato e Silva (2011), a educação ambiental “vem se consolidando como uma prática educativa integrada (p. 13)”, pois a questão ambiental foi por inúmeras vezes discutida em debates, pesquisas, como também está sempre na mídia. A escola deve trabalhar a questão ambiental de forma que promova a conscientização das ações do homem sobre o meio, ajudando esse aluno a se desenvolver como alguém capaz de contribuir, no futuro, para uma melhor qualidade de vida de todos os seres vivos do planeta. Por conta do desrespeito do homem com o planeta, em 1992, entre os dias 3 e 14 de junho, o Rio de Janeiro sediou a mais importante conferência sobre o Meio Ambiente. Vários foram os temas propostos que pautavam a conferência na época, como: combate ao desmatamento, proteção aos solos, à atmosfera, entre outros. De acordo com Trivelato e Silva (2011, p. 18) a Rio 92 definiu a Educação Ambiental como: [...] um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relações de interdependência e diversidade. A Educação é o caminho para promover mudanças e transformações na sociedade. Nesse sentido, para que os professores entendam as análises e proposições da Educação Ambiental, algumas pesquisas propõem dividir o tema em três categorias: conservadora, pragmática e crítica (TRIVELATO; SILVA, 2011). Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 11 de 51 Na categoria conservadora, as concepções abrangem as práticas de proteção ao mundo natural, da qual não há relação com o ser humano. A concepção conservadora parte de um ideal romântico do final do século XIX. Já na Educação Ambiental pragmática, o foco está nas ações do homem, ações essas que buscam soluções para os problemas ambientais. Pretende-se que o ser humano promova o equilíbrio entre o “desenvolvimento econômico e manejo sustentável de recursos naturais [...]” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p.20). Nota-se que, nos dias atuais, o termo sustentabilidade tem sido muito utilizado na Educação Ambiental, já que é preciso garantir a vida no planeta para as gerações futuras. De acordo com Evaristo (2010), Desenvolvimento Sustentável visa “evoluir, progredir sem afetar tanto o meio ambiente, sem que este sofra as consequências irreversíveis ou pague o preço do desenvolvimento (p. 27)”. Daí a importância de o professor trabalhar a disciplina de Ciências com os alunos tendo em mente a responsabilidade de sua tarefa em relação à preservação do planeta para as gerações futuras. A última categoria da Educação Ambiental é a crítica. Ela questiona o modelo econômico vigente, isto é, deve-se considerar que a interferência do homem na natureza proporcionou os problemas ambientais do planeta. A Educação Ambiental crítica valoriza o diálogo e não pode ser compreendida sem que haja “integração de campos diversos do saber” (p. 21). A integração de campos diversos do saber com a temática da Educação Ambiental já foi destacada em vários documentos anteriores aos PCNs e da Política Nacional de Educação Ambiental, tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Médio. Independente da especialidade de cada professor e do documento legal existente, é necessário que ele seja um agente da interdisciplinaridade. Para Carvalho (1998 apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 21), interdisciplinaridade é: [...] uma maneira de organizar e produzir conhecimento, buscando integrar as diferentes dimensões dos fenômenos estudados. Com isso, pretende-se superar uma visão especializada e fragmentada do conhecimento em direção à compreensão da complexidade e da interdependência dos fenômenos da natureza e da vida. Por isso, é que podemos tambémnos referir à interdisciplinaridade como postura, como uma nova atitude diante do ato de conhecer. Nessa perspectiva, o conhecimento é construído gradativamente e, a partir do momento que se passa a conhecer aquilo que interessa, muda-se o modo de pensar e agir. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 12 de 51 Para desenvolver um trabalho interdisciplinar na sala de aula, o professor deve, antes de mais nada, ser competente na sua própria disciplina (TRIVELATO; SILVA, 2011). Ele deve ser capaz de recriar o “velho” integrando as várias disciplinas que compõem o currículo escolar, mostrando ao aluno, que cada disciplina está interligada entre si, ou seja, elas se completam. Para os autores, existe: • semelhanças entre o pensar interdisciplinar e o ato científico. Ambos requerem fundamentalmente uma postura pesquisadora, a permanência do desejo de vasculhar o desconhecido e de ousar. • É um permanente redescobrir daquele que ensina, daquele que aprende e da relação que se refaz constantemente (p. 22). • Desse modo, cabe ao professor construir e criar o conhecimento de forma que este seja significativo ao aluno, possibilitando a ele construir-se como cidadão atuante no meio em que se encontra inserido. Trabalhar a interdisciplinaridade no espaço escolar é uma tarefa difícil, mas, desde que haja compromisso e perseverança por parte do professor, é possível interligar todas as disciplinas. Nos PCNs, os conteúdos do Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural, Ética, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo foram apresentados como Temas Transversais. Nele, a proposta de transversalidade se define em torno de quatro pontos, observe: 1. Os temas não constituem novas disciplinas, pressupondo um tratamento integrado nas diferentes áreas. 2. A proposta de transversalidade traz a necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas, garantindo que a perspectiva político-social se expresse no direcionamento do trabalho pedagógico. 3. A perspectiva transversal aponta para uma transformação da prática pedagógica, pois rompe o confinamento da atuação dos professores às atividades pedagogicamente formalizadas e amplia a responsabilidade com a formação dos alunos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 13 de 51 4. A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que possibilitará um tratamento cada vez mais aprofundado das questões eleitas. Esse documento expressa a diferença entre a interdisciplinaridade e a transversalidade, em que a primeira se refere a “uma abordagem epistemológica dos objetos do conhecimento”, enquanto a segunda “diz respeito principalmente à dimensão didática”. Nessa perspectiva, cabe à escola e aos profissionais da educação assegurar a integração entre os conteúdos das disciplinas necessários a aprendizagem de seus alunos. Currículo Escolar: o currículo é uma parte importante da organização escolar e faz parte do projeto político pedagógico de cada escola. O currículo não é estático, pois ele continua sendo construído. A organização do currículo escolar se dá de forma fragmentada pelo fato dos conteúdos disciplinares serem ensinados separadamente Gradativamente: algo que vai sendo acrescido aos poucos. Interdisciplinaridade: interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências – ou melhor, de áreas do conhecimento. Sistema Capitalista: o capitalismo é um sistema socioeconômico, político e social adotado pela grande maioria dos países. De um lado encontram-se as propriedades privadas dos meios de produção, dirigidas por seus donos e, de outro, o operário, que vende sua força de trabalho em troca de um salário. O capitalismo busca a produção e a comercialização de produtos, tendo como objetivo o lucro, ou seja, nesse sistema seu foco está voltado para o acúmulo de riquezas, e não para as necessidades da população. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 14 de 51 A Educação Ambiental pode ser planejada em diversos contextos, como na escola, em uma empresa, nas associações de bairro, entre outros, mas em qualquer uma não se pode esquecer de planejar os objetivos que se quer alcançar, a metodologia utilizada, os conteúdos a serem trabalhados e as formas de avaliação que contemplem sua especificidade (TRIVELATO; SILVA, 2011). Segundo as autoras, os objetivos da Educação Ambiental foram definidos na Carta de Belgrado, de 1975, e continuam prevalecendo nos dias atuais. Nos objetivos relacionados à Educação Ambiental quanto à tomada de consciência, procuram levar os indivíduos ou o grupo de pessoas a refletir sobre as questões que envolvem os problemas relacionados a ele. Quanto aos objetivos relacionados ao conhecimento, eles buscam levar o ser humano a adquirir valores e profundo interesse, que contribuem para uma nova postura em relação ao meio ambiente, isto é, passa a ter uma “compreensão fundamental do meio ambiente global, dos problemas que estão a eles interligados e papel e o lugar da responsabilidade crítica do ser humano” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 24). Já os objetivos relacionados à competência levam o ser humano a adquirir habilidades, ou seja, ele precisa aprender a desenvolver ações que o levem a solucionar os problemas ambientais do planeta. Nos objetivos relacionados à capacidade de avaliação, possibilita levar os indivíduos e os grupos sociais a avaliar as medidas e os programas relacionados à educação ambiental em função dos fatores ecológicos, políticos, sociais, estéticos e educativos. Quanto aos objetivos que envolvem a participação, ele busca desenvolver nos indivíduos e nos grupos sociais urgência no sentido de despertar a responsabilidade, que medidas adequadas sejam tomadas à resolução dos problemas envolvendo o meio ambiente. Outro objetivo da Carta de Belgrado diz respeito à atitude, em que é proposto aos indivíduos e aos grupos sociais despertar o interesse pelo meio, a fim de que eles possam participar ativamente na proteção do meio ambiente. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 15 de 51 Desse modo, tendo em vista a formação de cidadãos conscientes com atitudes que visam respeitar e preservar o meio ambiente, os professores deverão estabelecer a forma de atingir esses objetivos dentro de um trabalho interdisciplinar. De acordo com Trivelato e Silva (2011), são várias as alternativas metodológicas para trabalhar o meio ambiente e proporcionar um trabalho significativo no espaço escolar, como por exemplo, “utilizar a análise do discurso escrito, interpretação de imagens, análise de textos de jornais e revistas, discussões coletivas, etc.” (p. 26). As diversas práticas contribuem para que o aluno se aproprie de informações necessárias à construção de um cidadão consciente, crítico e atuante em seu meio, com desejo de participar na construção de um mundo melhor. Outras metodologias utilizadas e que auxiliam o professor a atingir seus objetivos são o trabalho em grupo, palestras com especialistas, estudos de casos, visitas programadas a usinas de reciclagem, indústrias, parques públicos, instituições de pesquisa, reservas ambientais, entre outras. Uma metodologia que garanteuma aprendizagem significativa envolve a resolução de problemas com questões pertinentes à Educação Ambiental. O problema ambiental do local na concepção pedagógica deve ser trabalhado de forma que envolva a compreensão e a transformação da realidade. A Educação Ambiental dentro de um processo dinâmico pode ser elaborada por projetos teórico-práticos ou projetos de ação, no qual tanto os professores quanto os alunos constroem juntos o conhecimento sobre determinado conteúdo. Em 1932, vários educadores do Manifesto dos Pioneiros e da Nova Escola, como Lourenço Filho (1897 a 1970) e Anísio Teixeira (1900 a 1971), divulgaram as ideias do educador americano John Dewey, indicando que a escola deveria proporcionar um clima de colaboração e participação do aluno no processo de aprendizagem, sendo, portanto, contrário ao ensino tradicional. Fernando Hernández, seguindo as ideias de John Dewey, começou a questionar a forma de ensinar em 1982, quando uma colega apresentou o espanhol a um grupo de docentes. Segundo Hernandez, esse grupo de professores não sabia se os alunos estavam de fato aprendendo; Hernandez trabalhou durante cinco anos junto a esses professores para responder essa indagação. Atualmente, apesar das várias denominações que recebe, como projetos de trabalho, metodologia de projetos, metodologia de aprendizagem por projetos e pedagogia de projetos, retrata-se a importância de considerar a participação ativa do educando no processo ensino aprendizagem, ou seja, ele é também autor na construção de sua aprendizagem. Nesse cenário, o aluno deixa de ser passivo e o professor, mero transmissor de conteúdo. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 16 de 51 Retomando a questão da metodologia utilizada na Educação Ambiental, em relação aos conteúdos a serem trabalhados, além de estarem relacionado a várias disciplinas devem também ser abordados os conteúdos socioambientais, que, segundo Trivelato e Silva (2011), representam a: abordagem histórica, cultural, ecológica, política e econômica, não esquecendo de refletir também sobre as políticas públicas e legislação ambiental regional e nacional, que são elementos essenciais para a construção da cidadania (p. 27). A escola precisa utilizar estratégias de ensino que sejam adequadas ao desenvolvimento e a construção da criança, preparando-os em indivíduos capazes de compreender a realidade que os cerca. Para que a escola seja capaz de formar cidadãos capazes de compreender o mundo e atuar no seu meio, Carvalho (2001 apud TRIVELATO; SILVA, 2011) considera três dimensões necessárias à formação dos professores para tratar a temática ambiental. • A primeira dimensão se refere à natureza dos conhecimentos contida nos diversos programas de formação; • na segunda estão relacionados os valores éticos e estéticos conduzidos por esses programas e, • na última dimensão, é levado em consideração o tratamento quanto à participação do indivíduo na política. Nesses conteúdos, o indivíduo deve ser apresentado nas dimensões biológicas, históricas, sociais, políticas e psicológicas. Portanto, o homem não é mais visto como um agente de destruição do meio, mas como “um agente que pertence a teia de relações da vida social, natural e cultural e interage com ela” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 27). Como já relatado anteriormente, a formação dos professores é fundamental para que consigam promover as mudanças necessárias no indivíduo, na forma como vem tratando a questão ambiental, mas para isso o Meio Ambiente, segundo Souza (2007), não deve ser apresentado apenas como Tema Transversal, mas constar como disciplina, fazendo parte do currículo escolar. Chega-se assim ao último momento do planejamento em Educação Ambiental e, segundo Carvalho (2001 apud TRIVELATO; SILVA, 2011), um dos momentos mais difíceis da prática pedagógica. Ela está relacionada aos objetivos que se quer alcançar, mas, antes de iniciar a avaliação, é necessário que o professor responda às seguintes perguntas: - O que se quer avaliar? Quem? Por quê? Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 17 de 51 É importante avaliar o todo, desde as atividades até as mudanças de comportamento, participação do aluno. A avaliação não deve envolver apenas os alunos, mas todos que fazem parte do processo, assegurando que os objetivos foram alcançados. Ativa(mente): a parte principal de uma situação. Avaliação: Segundo Dicionário Online Michaelis – 1. Ato de avaliar. 2. Apreciação, cômputo, estimação. 3. Determinação do justo preço de qualquer coisa alienável. 4. Valor de bens, determinado por avaliadores. Planejamento: Diz respeito a determinadas medidas ou ação que têm a finalidade de construir caminhos adequados para alcançar o que se pretende, em um respectivo tempo. Processo dinâmico: Série de ações sistemáticas e ativas que visam atingir certo resultado. Tema Transversal: Os temas transversais são constituídos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e nele encontram-se as seguintes áreas: Ética e Cidadania, Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Trabalho e Emprego. Há um verdadeiro acordo entre os professores de Ciências quanto às atividades extraclasses, estas atividades auxiliam na aquisição de conhecimentos por parte dos alunos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais indicam que as atividades experimentais são de grande importância para a vida do aluno e devem Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 18 de 51 ser aplicadas pelos professores, “que associadas à coleta de dados em diferentes fontes podem permitir um ensino contextualizado e mais coerente com as realidades dos alunos” (p. 8). Essas atividades são realizadas quando o aluno “sai da escola” junto ao seu professor para realizar pesquisas de campo sobre o meio, visita a museus, indústrias, teatro, entre outros (TRIVELATO; SILVA, 2011). Em geral, quando o aluno é levado a participar desse tipo de atividade, sente-se motivado e, com isso, pode aprender a discutir, a buscar por respostas, o que contribuirá para sua real aprendizagem. No ano de 2005, Trivelato e Silva (2011) coletaram informações por meio de questionários e discussões com professores de Ciências da Prefeitura Municipal de Itatiba (SP) sobre as contribuições das atividades extraclasse. De acordo com esses professores, houve: maior aquisição de conhecimentos, integração entre teoria e prática, conhecimento de novos materiais e recursos pedagógicos, motivação dos alunos, despertar a vontade de aprender, vivência prática [...] (p. 29). O ensino de Ciências quando, atende às expectativas dos alunos, proporciona uma aprendizagem significativa para o desenvolvimento e construção desse aluno. Apesar da importância dessas atividades na aquisição de conhecimentos, Trivelato e Silva (2011) apontam as dificuldades dos professores para realizar as atividades fora da escola, como: “a burocracia para conseguir sair da escola, ausência de alguns alunos, dificuldades financeiras, maior risco de acidentes, dificuldades de transporte” (p. 29). Para realizar uma atividade extraclasse, Krasilchik (2004 apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 29-30), aponta algumas etapas a serem organizadas, como: • Preparação: reconhecimento do local escolhido, pesquisas sobre o local, discussões e identificação do que deve ser investigado; • Elaboração de um roteiro de trabalho, contendo instruções para os procedimentos dos alunos; • Trabalho de campopropriamente dito; • Trabalho de classe para organização dos dados e exame do material coletado; • Descrição dos dados para elaboração de uma síntese final. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 19 de 51 A relação do homem com o meio ambiente deve ser trabalhada para despertar o interesse dos alunos, levando-os a compreender sua interação com o meio de forma que essa interação aconteça de maneira adequada. As atividades extraclasses, segundo Krasilchik (2004) favorecem a relação entre aluno e professor. Fora da sala de aula essa relação acaba por criar um “companheirismo” originado dessa experiência, que perdura após professor e aluno retornarem para a escola. Em uma atividade de campo, o estudo do meio envolve a interdisciplinaridade tanto na observação quanto na coleta de dados. O objetivo visa “articular a escola com aspectos físicos, culturais, biológicos, geográficos, históricos, entre outros” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 32). Todos os aspectos destacados na atividade de campo proporcionam desenvolvimento e a construção de significados para a vida do aluno. Sobre o estudo do meio, Pontuschka (2004 apud TRIVELATO; SILVA, 2011) o define como: um método, um caminho, uma construção em educação formadora, que se distancia da chamada racionalidade técnica, do mecânico e da alienação e que tem a possibilidade de caminhar em direção ao interdisciplinar (p. 32). Como é possível perceber, o aprendizado deixa de ser transmitido de forma mecânica, em que tudo já se encontra pronto. É preciso que vá sendo construído aos poucos, isto é, por etapas, para que possa fazer diferença na vida do aluno. A seguir, Trivelato e Silva (2011) apresentam de forma resumida, algumas etapas necessárias para o Estudo do Meio. Observe: • A mobilização na escola acontece quando um grupo de professores pretende realizar o Estudo do Meio. Nesse momento há o envolvimento de professores e alunos definindo o local a ser trabalhado, cabendo a cada professor, de diferentes áreas, contribuir com seus conhecimentos. • Após a mobilização, os professores deverão buscar informações sobre o local e realizar uma visita prévia, a fim de identificar o que poderá ser trabalhado no local de acordo com o currículo escolar. • Chega-se então ao momento do planejamento do Estudo do Meio, em que será necessária a escolha do método de ensino interdisciplinar, em conjunto com as contribuições de cada disciplina. No planejamento deverá constar a definição dos grupos de trabalho e do papel a ser desempenhado, ou seja, “quem vai entrevistar, registrar, fotografar, anotar, etc.” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 33). Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 20 de 51 No planejamento é necessário preparar os roteiros de estudo a serem realizados, a entrevista, bem como o transporte e alimentação do grupo. Durante a fase da pesquisa de campo devem ser utilizadas todas as formas de registro, como: “fotografias, desenhos, croquis, escrita, etc.” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 33), e, na entrevista, os relatos devem ser registrados com a maior fidelidade possível. Enfim, o retorno para a escola. Nesse momento é necessária uma análise criteriosa de todo o material coletado por meio das fotografias, desenhos, entrevistas, em que cada disciplina faz suas contribuições e define quais conteúdos serão trabalhados nela. Definidos os procedimentos de cada disciplina, é chegado o momento da criação coletiva. Nela se decidirá qual será o trabalho produzido, por exemplo, poderá ser um “um jornal, uma exposição, um site, um painel, um vídeo, uma peça de teatro para a comunidade, entre outros” (TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 34). Para que você possa vivenciar a interdisciplinaridade, Trivelato e Silva (2011, p. 38- 39) apresentam a elaboração de um projeto na área de educação ambiental. Observe: • Objetivos: Orientar a construção de um projeto interdisciplinar de Educação Ambiental a partir de um diagnóstico proposto. Subsidiar a construção de projetos interdisciplinares por grupos de professores de Ensino Fundamental, a partir da realidade do bairro onde se situa a escola. • Diagnóstico: Através de entrevista realizada diretamente com as crianças, diagnosticamos que elas convivem com o lixo que as cerca como se fosse algo comum, que faz parte de suas vidas. É como se o córrego a céu aberto que existe em frente à escola fosse sujo porque sempre foi sujo, e o odor que dele exala não os incomoda porque já estão acostumados a ele. O fato de morarem sempre no mesmo lugar, um lugar com muito lixo e muita pobreza e falta de informação, faz com que essas crianças imaginem que o local sempre foi e sempre será assim, e que crianças pobres como elas sempre moram e sempre moraram em lugares assim... (Fonte: Diagnóstico elaborado por alunas de um curso de Pedagogia da Grande São Paulo). A partir desse diagnóstico, um grupo de professores de diferentes disciplinas deve se reunir para criar um projeto para essa escola. Segue uma orientação possível para a organização: Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 21 de 51 • Tema (adequado ao diagnóstico). • Atores sociais envolvidos e forma de participação. • Definição do(s) problema(s) que o projeto pretende minimizar, partindo do diagnóstico da realidade. • Objetivos. • Planejamento: cronograma de ação, conteúdos a ser trabalhados, estratégias a ser utilizas (como) e condições de permanência do projeto. • Como se pretende fazer a avaliação da trajetória percorrida. • Que referências teóricas darão suporte ao projeto. • O grupo não deve se esquecer de alguns aspectos na construção do seu planejamento: • Adequação à realidade para a qual está sendo proposto. • Grau de interdisciplinaridade (como agrega diferentes áreas). • Envolvimento de diferentes atores sociais no projeto e interatividade entre as partes. • Objetivos da Educação Ambiental: conscientização, conhecimento, competência, capacidade de avaliação, participação, mudança de atitude (valores). • Criatividade. • Aplicabilidade, exequibilidade e possibilidade de permanência como prática duradoura e não pontual. Tendo como base o modelo construído pelos autores, cabe ao professor, a partir dos dados levantados em sua escola, construir coletivamente um projeto interdisciplinar de Educação Ambiental. Além do projeto interdisciplinar colaborando na construção do conhecimento dos alunos, o cinema contribui em grande parte da aprendizagem conquistada por esse público, em que os temas dos filmes que os atraem envolvem a Ciência e o imaginário de uma época. Segundo Oliveira (2006 apud TRIVELATO; SILVA, 2011), o conhecimento científico é visto como algo misterioso e que expressa a sua opinião de forma dominadora. Dessa forma, se a escola não explorar a Ciência em como ela funciona realmente, a Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 22 de 51 imagem que o aluno passa a ter dela é de algo que é inimaginável, ou seja, extraordinário e incomum à sua vida. É importante que a escola traga as aulas de Ciências para o cotidiano escolar. Atividade Extraclasse: São atividades que propiciam ao aluno vivenciar na prática conteúdos estudados e servem como complemento das aulas. As atividades extraclasse referem-se a visitas a museus, indústrias, teatro, parques, entre outros. Coletivamente: em conjunto.Competências: são as características que o profissional deve apresentar para desempenhar determinado trabalho. Ensino contextualizado: Visa proporcionar maior contato entre o educando e a região em que vive, de forma que valorize as especificidades e potencialidades locais. Essa prática pedagógica faz com que o educando passe a gostar mais das aulas, demonstrando maior interesse pelos conteúdos condizentes à sua realidade. Subsidiar: ajudar, contribuir, assessorar. Será que a mídia auxilia o ensino de Ciências? Para Trivelato e Silva (2011), o uso da mídia auxilia na construção do ser humano desde que exista mediação entre educação, cultura científica e indústria cultural. A televisão pode ser um meio de contribuir com informações de caráter educativo para a criança, principalmente porque elas aprendem tanto com a televisão quanto com a internet, pois passam muito tempo em contato com a tecnologia. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 23 de 51 Sabe-se que a televisão desenvolve uma educação paralela à escola, por meio de informações que são atrativas para o aluno, pois são constituídas de sons e imagens, que os atraem. Por ela, as crianças e jovens têm acesso a inúmeras informações que tratam dos mais variados assuntos, sendo muitas vezes transmitidas de forma descontextualizada, mas, em outras situações, isso pode ser útil na assimilação de um determinado assunto, por causa da resistência da escola em discutir ou aprofundar alguns temas. Nesse sentido, é necessário que a escola não desconsidere a interferência da mídia no processo de construção do aluno, entendendo que a aprendizagem dos conteúdos de Ciência em sala de aula é “reelaborada individualmente” envolvendo a vivência pessoal de cada aluno (TRIVELATO; SILVA, 2011). Segundo as autoras, a escola deve proporcionar um espaço em que os alunos possam falar e escrever sobre o que estão vendo na televisão e no cinema, visando incentivar a busca por determinado assunto, utilizando outras fontes de pesquisa. A proposta requer que as temáticas apresentadas na televisão sejam levadas para dentro do espaço escolar, para que sejam discutidas pelos envolvidos no processo, tornando esse espaço mais atrativo e significativo para os alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), um dos objetivos do ensino fundamental é que os alunos sejam capazes de “saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos”. Mas para isso é necessário: [...] considerar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, relacionado a suas experiências, sua idade, sua identidade cultural e social, e os diferentes significados e valores que as Ciências Naturais podem ter para eles, para que a aprendizagem seja significativa. (p.27) A escola atual precisa mudar e inserir a tecnologia no seu cotidiano para que cumpra sua verdadeira função, ou seja, formar cidadãos críticos e participativos na sociedade. Nessa perspectiva, a formação continuada dos professores é importante e necessária para ampliar os conhecimentos da área em que estes atuam; deve-se buscar informações sobre o uso dessas tecnologias na construção o conhecimento. Segundo Coutinho (2005), a aprendizagem por meio da tecnologia envolve ações que desafiam não só os professores, mas também os alunos e os sistemas de ensino, exigindo da sociedade uma nova postura. Para a autora: Educar para a televisão envolve ações que procuram, principalmente, formar um telespectador criterioso, que saiba ver com clareza o que lhe é apresentado, que possa Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 24 de 51 escolher com competência o que deseja, ou não, ver. Educar com a televisão abrange atividades que lançam mão da linguagem televisiva para a apresentação e o desenvolvimento de determinados assuntos ou conteúdos (p.20). Partindo desse entendimento, a televisão é um ótimo recurso didático, aliada às intervenções de debate e reflexão proporcionadas pelo professor, tendo o poder de contribuir para uma educação de qualidade a todos os alunos. Para autores como Araújo e Aquino (2001 apud TRIVELATO; SILVA, 2011), as diferentes linguagens presentes no vídeo, cinema e televisão podem contribuir no espaço escolar, como materiais que permitem o estudo crítico da realidade do aluno, “bem como o exercício do raciocínio simbólico e artístico” (p.43). Dessa forma, a escola deve estar aberta para incorporar as novas tendências tecnológicas na educação atual para que integre seu currículo e contribua para a formação de seus alunos. As escolas precisam estar abertas a essa modernidade propiciando aos nossos jovens, habilidades relacionadas às informações recebidas, ou seja, aprender a selecionar e julgar a pertinência, procedência e utilidade, e só então se apropriar da informação com mais profundidade. Para que a construção do conhecimento tenha a possibilidade de acontecer, é preciso que os conteúdos e o uso das tecnologias na escola estejam adequados às necessidades da criança, assegurando melhoria no seu processo ensino aprendizagem. Segundo Trivelato e Silva (2011, p.45): O professor deve buscar ferramentas para ampliar seu repertório sobre cinema, DVDs, televisão, usando até mesmo ferramentas da internet [...] para propor atividades diferenciadas, mas com foco no conhecimento científico a ser abordado [...]. Assim, esses recursos tecnológicos devem ser encarados como parte do processo educativo de mediação entre o saber científico e as diferentes formas pelas quais é representado socialmente. Em relação à Ciência veiculada na televisão, Siqueira (1999 apud TRIVELATO; SILVA, 2011) aponta que as emissoras, algumas vezes, acabam por alterar as informações científicas e tecnológicas com a intenção de torná-las mais atraentes para o espectador. Algumas considerações foram apresentadas a partir da análise de reportagens de Ciência transmitidas pela emissora de TV aberta e, nela foram constatadas que (p.46): Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 25 de 51 • A veiculação da Ciência na TV recorre a mitos e ritos que são da ordem do fantasioso, do metafórico, do ilógico. • Aparece o mito de encantamento do mundo, no qual a Ciência apresenta todas as soluções buscadas pelo homem, quase magicamente. • Os cientistas e/ou especialistas costumam aparecer em locais representativos das suas funções como laboratórios e escritórios, com grande quantidade de livros e equipamentos. • O repertório social do pesquisador não entra em pauta. • A ênfase está nos resultados e não na trajetória percorrida. • Os programas tentam estabelecer um “gancho” entre Ciência e cotidiano, buscando mostrar ao público que o que vai ser veiculado tem alguma relação com a sua vida. Enfim, como você pôde observar nas considerações acima, as reportagens de Ciência procuram encantar o espectador, mostrando a ele, de forma atraente e mágica, que ela está presente no dia a dia do ser humano, e que todas as soluções que ele necessita são dadas por meio dela. Na TV educativa do México, Gálvez, Dias e Waldegg (2004) identificaram as seguintes representações da Ciência sobre a realidade: a Ciência investiga as leis da natureza, é cumulativa e linear, a observação é a base do conhecimento, o conhecimento científico tem caráter indutivo, entre outros. Mas há aspectos importantes da Ciência que não foram abordados, como: • não existe uma única maneira de fazer Ciência; • tem como propósitoa explicação dos fenômenos naturais; • todas as culturas contribuem para a Ciência; • a observação é guiada por uma teoria; e que • as ideias científicas são afetadas por fatores tanto históricos quanto socioculturais. Quanto às representações da Ciência sobre a realidade, deverá o professor identificar as características acima quanto ao uso da TV no ambiente escolar, como forma de possibilitar o trabalho com a Educação Ambiental, proporcionando uma aprendizagem significativa para todos os alunos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 26 de 51 Assimilação: assimilar, apropriar-se de ideias. Debate: discussão; briga por meio de argumentos. Pesquisa: buscar, investigar. Reflexão: refletir, meditar. Tecnologia: tecnologia é um produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam à resolução de problemas. Como já mencionado no texto anterior, de nada adianta o aluno assistir a um programa de televisão se o conteúdo deste não foi discutido e trabalhado pelo professor para atingir seu objetivo. Um professor bem preparado, com recepção crítica, consegue transformar um material conservador em um material de consistência, ou seja, que tenha significado para o aluno (TRIVELATO; SILVA, 2011). Para a utilização de um programa de vídeo é necessário que o professor faça um planejamento detalhado antes de sua apresentação, isto é, o que será trabalhado antes, durante e depois de terminado o programa. Como possibilidade de planejamento de um programa a ser apresentado na sala de aula, as autoras acima apresentam a seguinte sugestão: Quadro 7.1 Planilha para o trabalho pedagógico com filmes. Programa Público-alvo Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 27 de 51 Objetivos do trabalho com o vídeo Conteúdos que o vídeo aborda Antes de exibir o filme Encaminhamento Durante a exibição Com os alunos Após a exibição Trechos que destacaria com os alunos Atividades desencadeadas pelo vídeo Por meio do planejamento, o professor pode mediar os conteúdos com os alunos contribuindo para sua reflexão, discussão e análise crítica dos programas apresentados e, assim, proporcionar uma educação de qualidade na escola. Uma proposta bastante significativa para o trabalho com televisão, cinema e vídeo é apresentada por Férres (1996 apud TRIVELATO; SILVA, 2011), sendo denominada método compreensivo. De acordo com o autor, o método parte da sensibilidade gerada para se chegar ao racional, isto é, as reações emocionais geradas pelo programa mais a sua posterior análise e reflexão devem ser os pontos principais dessa metodologia, destacando, segundo Férres (1996, p. 99 apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p.49): se a experiência da televisão é frequentemente, negativa porque deixa a reflexão de lado, a sua interação à escola costuma sê-lo porque deixa a emoção de lado. Nesse sentido, as emoções também foram verificadas na pesquisa de Rodriguéz e Montagner (2009) como elementos marcantes no esporte, em que promovem uma interação, tanto de quem pratica o esporte quanto de quem o assiste. Para os autores, “uma relação a partir dos sentimentos e emoções no imaginário dos indivíduos, que parte das situações cotidianas para um quadro mimético” (p.02). A televisão deve cumprir sua função, isto é, proporcionar ao aluno uma visão crítica sobre determinados programas, vídeos e filmes no momento em que a interação é considerada como prática pedagógica, em que estes são colocados lado a lado com sua ideologia, seus valores, seus sentimentos. Nessa prática, o professor valoriza as Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 28 de 51 experiências e os significados que os alunos trazem consigo sobre o assunto (RODRIGUÉZ; MONTAGNER, 2009). Cabe ao professor interpretar e discutir com os alunos sobre os sentimentos e as emoções gerados pelo filme e, diante disso, propor metodologias adequadas que venham garantir uma aprendizagem significativa em relação ao conteúdo apresentado pelo professor, garantindo que os objetivos sejam atingidos. Visando auxiliar o professor no desenvolvimento de trabalhos com vídeos, Trivelato e Silva (2011) apresentam uma série se sugestões práticas a partir de uma seleção de trabalhos desenvolvidos por Férres (1996 apud TRIVELATO; SILVA, 2011) e Silva (2007). A primeira sugestão é a “chuva de palavras”. No momento em que o professor fizer a escolha do vídeo a ser trabalhado, deverá separar uma palavra que tenha relação com o tema, ou seja, uma palavra-chave. A partir daí os alunos deverão falar palavras que estejam associadas ao tema. É importante que todas as palavras faladas pelos alunos sejam colocadas na lousa ou em um quadro e que o professor não faça correções nesse momento. Após a apresentação do vídeo, o professor refaz o exercício das palavras para que sejam comparadas com as palavras faladas pelos alunos na primeira etapa. Essa atividade permite ao professor conhecer as representações que os alunos têm sobre o tema apresentado e se, após assistirem ao filme, houve algum tipo de mudança ou transformação. A segunda sugestão envolve “escrever uma carta”. Nessa prática os alunos devem escolher um colega e escrever uma carta contando o que aprenderam com o filme e como os aspectos apresentados nele interferem na sua vida cotidiana. Dependendo do filme, o professor também pode optar que a carta seja direcionada a um personagem. Na terceira sugestão prática é apresentada uma “comparação com os meios de comunicação de massa”. Nela, o professor deve pedir aos alunos que realizem uma pesquisa em jornais do dia ou da semana, revistas ou programas de televisão, que seja possível gravar, de notícias que sirvam para complementar as informações do programa apresentado. Após assistirem ao vídeo, os alunos poderão fazer uma comparação entre as informações que coletaram e o conteúdo apresentado. A quarta sugestão envolve a “primeira exibição muda”, em que o professor deverá bloquear o som do vídeo. Quando terminarem de assistir as imagens, o professor deverá separar os alunos em grupos e sugerir que cada um elabore um texto de acordo com o que compreenderam do vídeo. Essa prática estimula a imaginação, criatividade e participação do aluno. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 29 de 51 Na quinta sugestão, os autores apresentam a “interrupção da exibição”. O professor deve exibir o programa escolhido e antes que as soluções sejam apresentadas, ele deverá parar a exibição. Desse modo, os alunos deverão elaborar suas próprias conclusões e conferir com as oferecidas pelo programa. A outra prática diz respeito ao “tribunal e julgamento”. Nessa prática, quando se tratar de um tema polêmico, o professor pode distribuir “papéis” a cada um dos grupos. Cada grupo deverá apresentar argumentos para aquele fato. Diante das apresentações, o professor deverá observar o envolvimento deles e abrir uma discussão sofre o assunto. A prática de “roteiro orientador” é importante para trabalhar filmes grandes, que contêm muitas informações. Inicialmente, o professor deve elaborar um roteiro de perguntas ou indicações do que deseja e pedir para que os alunos prestem muita atenção nos aspectos elaborados para posterior discussão na classe. Na prática de “justaposição de cenas”, o professordeverá gravar cenas de novelas, noticiário, desenho animado, entre outros, que tratem de uma mesma questão. As cenas gravadas deverão ser apresentadas e, assim que finalizadas, o aluno deverá, individualmente ou em grupo, apresentar uma reflexão crítica sobre o assunto. Uma outra prática apresentada pelos autores, envolve o “desenho individual ou em grupo”. Nessa prática o professor diz apenas o tema a ser trabalhado em vídeo e pede aos alunos que façam um desenho imaginando o que há nesse vídeo. Os desenhos são recolhidos, o vídeo é apresentado e um novo desenho é solicitado, sobre o que ficou de mais significativo ao aluno. Os desenhos serão comparados e discutidos junto ao professor. A “mímica”. Para realizar essa prática, o professor deverá apresentar o vídeo, dividir os alunos em grupo e fazer um levantamento das sensações que foram propiciadas pelo vídeo, seguidas de mímicas das partes que mais gostaram. A partir dessas mímicas, o professor dirige as discussões para trabalhar a mensagem deixada pelo tema. A última prática apresentada é a “poesia”. O professor apresenta o vídeo e, após sua exibição, os alunos deverão fazer um poema da parte que acharam mais significativa. As poesias são lidas em sala, reunidas em uma coleção e distribuídas aos alunos. De acordo com as práticas apresentadas, observa-se que todas necessitam ser exploradas e discutidas no ambiente escolar para que tenham significado ao aluno. Esse, por sua vez, tem grande conhecimento e familiaridade com a linguagem Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 30 de 51 audiovisual, portanto, a escola precisa aproveitar esse aspecto para potencializar o processo de aprendizagem desse aluno. Análise: consiste na investigação de uma informação. Cotidiano: que é habitual ao ser humano, ou seja, que faz parte do seu dia a dia. Planejamento: por meio do planejamento é possível conhecer a realidade, avaliar e construir caminhos que se deseja alcançar. Polêmico: que provoca discussão sobre determinado assunto. Potencializar: diz respeito a aprimorar, reforçar. A questão ambiental tem sido apresentada na mídia em grande escala, já que o recurso audiovisual contribui para que a grande parte da população seja sensibilizada sobre o assunto, principalmente quando se refere ao aquecimento global (TRIVELATO; SILVA, 2011). Para as autoras, a sensibilização provocada pelo recurso audiovisual na escola pode contribuir para que o professor reflita, inicialmente com outros professores e, em seguida, direcionando a reflexão com seus alunos. Desse modo, “o vídeo e a TV são usados não como um fim em si mesmo, mas como um dos meios de possibilitar a construção do conhecimento” (p.53). A participação do professor como mediador do processo de construção de programas de TV, vídeo e cinema é de grande relevância na construção do conhecimento do aluno, pois seu trabalho envolve a reflexão, a discussão e a análise crítica dos programas apresentados. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 31 de 51 Em se tratando da educação ambiental nesse contexto, em fevereiro de 2007, o problema do aquecimento global ganha destaque na mídia e, consequentemente, na escola. O que ocorreu foi que após a publicação do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), os dados e previsões a respeito do aquecimento global foram apresentados à população. Esse Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) pertence às Nações Unidas (ONU) e desde 1988 emite três relatórios periodicamente sobre o aquecimento global, que são baseados na revisão de pesquisas de 2500 cientistas de todo o mundo. Em 2007, houve a divulgação de um novo documento afirmando que as ações dos homens são as responsáveis pelo aquecimento do planeta. Após a divulgação dos dados contidos nesse documento, o WWF-Brasil tem acompanhado atentamente as consequências do aquecimento no planeta, que pode produzir desde secas na Amazônia como furacões na Região Sul do Brasil. Observe os dados contidos nesse primeiro relatório, emitido no dia 2 de fevereiro de 2007, no qual se afirma que 90% das pesquisas dos cientistas do mundo todo confirmam que o homem é o responsável pelo aumento da temperatura do planeta: Para garantir a qualidade de vida atual, é preciso que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse 2º C em relação aos níveis pré-industriais, na metade do século XIX. Por isso, é fundamental que todos tomem consciência do problema e façam sua parte! (IPCC). De acordo com o documento, observa-se que a qualidade de vida está associada ao aumento da temperatura e que se faz necessária a conscientização da população na tentativa de amenizar o problema. Trivelato e Silva (2011) afirmam que o termo “mudança climática global” é usado de forma genérica para denominar outros aspectos do efeito estufa e que esta área vem se tornando tanto trans como interdisciplinar. Apenas relembrando, a atividade interdisciplinar envolve o mesmo tema em que há a participação de uma mesma equipe, com diversas disciplinas, das diferentes áreas. Já no transdisciplinar, segue o mesmo modelo que o anterior, mas envolve a participação de outros profissionais que não fazem parte da equipe escolar, ou seja, são profissionais que não atuam dentro da escola. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 32 de 51 O que seria o efeito estufa? Ele é um fenômeno natural e pode ser compreendido da seguinte maneira: os raios do Sol atingem o planeta, que absorve essa energia e a transforma em calor. Parte dessa energia deveria voltar ao espaço, mas o acúmulo de gases, como o dióxido de carbono, metano, óxidos de nitrogênio e o vapor d’água na atmosfera, impedem que esse calor retorne ao espaço, provocando aumento da temperatura. Segundo Sampaio, Marengo e Nobre (2008 apud TRIVELATO; SILVA, 2011), o efeito estufa é um processo natural do planeta e independente da ação do homem, “sem a existência desse fenômeno, as temperaturas médias do planeta seriam em torno de 18ºC negativos” (p. 53), ou seja, a configuração que há hoje do planeta seria muito diferente sem seu aquecimento. Retomando a questão do relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), seu quarto relatório destaca a importância de reduzir os atuais níveis de CO2, que se encontram em 385 ppm (partes por milhão) para, no máximo, 350 ppm. De acordo com a elevação da temperatura superior a 3ºC, já é suficiente para provocar aumento do nível dos oceanos, secas e mudanças nos padrões climáticos. De acordo com especialistas, muitos dos impactos provocados pelo homem na natureza podem ser reduzidos, desde que haja alteração no modo de vida atual das populações. Porém, de acordo com o princípio de precaução sobre mudanças no clima, enquanto o homem não se manifestar a favor da natureza, o potencial de catástrofe proveniente da falta de ação tenderá a aumentar. O trabalho desenvolvido com o tema Aquecimento Global no Ensino Fundamental II, de acordo com Trivelato e Silva (2011), permite que sejam feitas relações envolvendo conhecimentos físicos, químicos, biológicos e geológicos. A questão ambiental tem sido introduzida em diversos espaços audiovisuais, como televisão aberta, propagandas, produções didáticas, mas durante a apresentação nota-se que estas privilegiam as questões naturais e técnicas e, por outro lado, outros aspectos ficam em prejuízo, como os aspectos sociais, éticos e políticos, quedeixam de ser contemplados. Desse modo, a temática fica limitada, pois isso dificulta entendê-la em todo o seu contexto. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 33 de 51 De acordo com pesquisa realizada sob a responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia sobre Percepção Pública da Ciência (BRASIL, 2007), o tema Educação Ambiental foi amplamente divulgado em assuntos que envolvem política, arte e cultura, ciência, tecnologia, entre outros, perdendo apenas para a Medicina e Saúde. Os problemas ambientais atuais devem ser trabalhados considerando a vivência do aluno e acreditando na possibilidade de a escola proporcionar a inter-relação, ou seja, em que o professor deverá orientar reflexões críticas que sejam direcionadas ao desenvolvimento de atividades em que o aluno consiga transformar-se e transformar o mundo. Nessa perspectiva, Trivelato e Silva (2011) apresentam propostas de atividades que contribuem para uma reflexão crítica do aluno. Primeiramente deve-se escolher o tema. Na proposta as autoras trabalharam o seguinte tema: “As mudanças climáticas globais em audiovisual”. Nesta atividade, elas propuseram como primeira etapa verificar o exercício de percepção de mensagem e apelos, tendo como objetivo comparar o discurso e os apelos utilizados pelas diferentes mídias, como cinema, didática, jornalística. Após essa primeira etapa, foram selecionados os filmes a serem assistidos em sala de aula, como: Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas (que pode ser obtido gratuitamente através do site <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Multimidia/Videos/Mudancas-doclima- mudancas-de-vidas/>. Acesso em: 2 jan. 2014), o filme Uma Verdade Inconveniente, poderá ser obtido nas locadoras, e reportagens e notícias apresentadas pela televisão, que poderão ser obtidas nos sites de suas emissoras, em que você encontrará assuntos relacionados ao aquecimento global ou mudanças climáticas. No desenvolvimento da atividade, os autores sugerem que seja elaborado um questionário para que os alunos possam respondê-lo: o que você já sabe sobre o assunto Mudanças Climáticas? O que não sabe e gostaria de saber sobre esse assunto? Quais os principais interesses ou perguntas relacionadas ao assunto? Os vídeos deverão ser assistidos após todos responderem às questões acima. Após a exibição dos filmes, o professor deverá discutir as semelhanças e diferenças entre eles, no que se refere aos conteúdos e apelos. Em relação ao principal apelo da mensagem, são destacados por Ramos (2002) e Silva (2007): catastrófico, afetivo, contraposição entre o belo e o chocante, informativo, lúdico e propositivo. A segunda etapa da atividade consiste em preparar o material para a aula do ensino fundamental. O professor, após perceber o principal apelo da mensagem dos vídeos, Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 34 de 51 poderá escolher qual deles está mais próximo aos objetivos educacionais, separando imagens e trechos, que serão necessários à construção do conhecimento científico. Na terceira etapa, o professor poderá desenvolver a “Chuva de palavras”, que consiste em colocar o tema na lousa, e os alunos vão falando palavras relacionadas a ele. A próxima etapa será a comparação dos meios de comunicação de massa. Para isso, o aluno poderá pesquisar em jornais, revistas, programas televisivos ou mesmo no Youtube. As pesquisas devem ser apresentadas em um mural e depois comparadas aos conteúdos do vídeo, a partir das diferentes linguagens, imagens, apelo. As autoras finalizam a atividade e propõem que os alunos criem um roteiro televisivo sobre o tema que foi abordado, de acordo com os aspectos que foram mais significativos a cada grupo. Aquecimento global: ocorre devido ao acúmulo de gases como o dióxido de carbono, metano, óxidos de nitrogênio e o vapor d’água na atmosfera, que impede que parte do calor retorne ao espaço. Catástrofe: evento físico muito perigoso, como furacão, desabamento, inundação, entre outros. Relatório: descrição minuciosa de um acontecimento, isto é, daquilo que está sendo pesquisado. Sensibilizada: que exprime sentimentos e emoções. WWF-Brasil: é uma organização não governamental brasileira, criada em 1996, que tem como objetivo colocar em harmonia a conservação da natureza em conjunto à atividade humana, visando promover o uso racional dos recursos naturais em benefício da população atual e das futuras gerações. Atua em mais de 100 países e tem apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 35 de 51 Nesta leitura, serão apresentadas algumas teorias e práticas por Trivelato e Silva (2011) visando à construção de aulas práticas no Ensino Fundamental, possibilitando aos alunos “pensar, debater, justificar suas ideias e aplicar seus conhecimentos em atividades que tenham a característica de uma investigação científica” (p. 71). Inicialmente, os autores colocam alguns questionamentos para que o professor reflita sobre suas práticas de ensino. Como você deve trabalhar as aulas práticas no Ensino Fundamental? De que maneira elas podem ser? Como você deve desenvolver as aulas de modo que se aproximem da cultura científica? Existem experiências que funcionam ou que não dão certo? É importante que o professor reflita sobre suas práticas, podendo reorganizá-las de acordo com as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), ou seja, levar o aluno a tornar-se crítico por meio das práticas científicas. Segundo Krasilchik (2004, apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 71), as aulas práticas do ensino de Ciências são de grande importância para o desenvolvimento e construção da criança. De acordo com a autora, as principais funções do ensino de Ciências são: • Despertar e manter o interesse dos alunos; • Envolver os estudantes em investigações científicas; • Desenvolver a capacidade de resolver problemas; • Compreender conceitos básicos e desenvolver habilidades. Apesar de diversos fatores que limitam as práticas do ensino de Ciências, como a falta de laboratórios, equipamentos, tempo de preparação para essas aulas, entre outros, se o professor conseguir trabalhar com um mínimo de práticas com eles, já será suficiente para que tenham contato direto com os fenômenos, podendo investigar, organizar e aprender a interpretar dados. As atividades práticas, segundo Campos e Nigro (1999, apud TRIVELATO; SILVA, 2011), apresentam a seguinte classificação: Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 36 de 51 • Demonstrações práticas; • Experimentos ilustrativos; • Experimentos descritivos e • Experimentos investigativos. As demonstrações práticas são realizadas pelo professor e possibilitam ao aluno um maior contato com os fenômenos já conhecidos por ele, como também com equipamentos, instrumentos e seres vivos. Os PCNs apontam que a experimentação no Ensino Fundamental e Médio contribui para a construção do conhecimento, mas, de acordo com Trivelato e Silva (2011), os experimentos são apresentados geralmente no final dos capítulos apenas como uma atividade de fixação. Já os experimentos ilustrativos condizem com atividades que o aluno pode estar realizando e que cumpram as mesmas finalidades das demonstrações práticas, ou seja, ele irá focar no objeto da ação.Os experimentos descritivos são aqueles que são desenvolvidos pelo aluno e que não necessitam de total apoio do professor. Eles podem ser comuns ao aluno, ou seja, fazem parte do seu dia a dia, ou não. Esse tipo de atividade não implica a realização de testes de hipóteses. Os experimentos investigativos são aqueles que exigem total dedicação do aluno durante a sua execução. Esse experimento requer obrigatoriamente a discussão de ideias, elaboração de hipóteses investigativas e experimentos para testá-las. Todos os tipos de experimentos são importantes para o aluno, pois possibilitam o trabalho com uma investigação científica e, ao mesmo tempo, garantem uma aprendizagem que permite ao aluno construir sua visão de mundo. Já com um grupo de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Ensino de Física da Faculdade de Educação da USP, as atividades experimentais foram utilizadas logo no início do trabalho, não ficando o aluno envolvido apenas no trabalho de observação e manipulação, mas com um trabalho de caráter científico, permitindo que construa sua visão de mundo. Nesse sentido, a escola deve procurar desenvolver atividades que envolvam a investigação científica para que eles realmente aprendam, tornando-se pessoas capazes de atuar na sociedade em que vivem. De acordo com o Boletim 11 de 2005, fornecido pelo Ministério da Educação (MEC), A ciência escolar é rotineira, chata, pouco útil e muito difícil [...] as aulas de Ciências não conseguem transmitir o caráter Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 37 de 51 de empresa vital, humana, fascinante, indagadora, aberta, tolerante, útil e criativa que tem a atividade científica [...] (p. 08). Na forma como a Ciência é trabalhada no contexto escolar, o conhecimento científico deixa de ser contemplado como conhecimento científico, pois conta com agentes, objetos e objetivos que lhe são próprios, em sentido oposto às regras e linguagens próprias da Ciência. Dessa forma, a Ciência entendida como forma da cultura, ou seja, construída socialmente, limita o aprendizado do aluno, uma vez que não terá acesso direto à natureza para poder compreendê-la em sua linguagem. A partir do momento em que o estudante entra em contato com seus fenômenos e as linguagens que são próprias da Ciência, ela passa a ser entendida como uma forma de enculturação. A enculturação pode ser entendida como: A imersão dos estudantes em uma nova cultura, promovendo o acesso às formas que a Ciência possui para a construção dos conhecimentos, seja sua linguagem, seja o conjunto de suas práticas (p. 76). As regras e linguagens próprias dessa cultura contribuem para que o aluno tenha um maior envolvimento com a atividade investigativa. Nesse cenário, o professor deve propor problemas e acompanhar as discussões surgidas na sala, além de estimular e argumentar sempre que necessário, levando-os a construir o saber científico. Para construir o saber científico, além do contato com microscópio, telescópio ou espectrômetro, é importante também que o aluno possa falar, observar e escrever para desenvolver a linguagem científica. Segundo Trivelato e Silva (2011), a linguagem científica “aparece como instrumento fundamental nas atividades da Ciência” (p. 77). Desse modo, a discussão e a escrita do trabalho prático nas aulas de Ciências são itens fundamentais para a vida do aluno. Se forem observados os registros dos pesquisadores e cientistas, eles escrevem relatórios, que futuramente serão os resultados de seus experimentos. Os resultados destes registros apresentados de sua experimentação sustentarão a afirmação científica justificada pelo conhecimento teórico específico. Tendo como base esse conhecimento comprovado cientificamente por diversos pesquisadores e cientistas, cabe ao professor de Ciências envolver o aluno nas práticas e linguagens da comunidade científica. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 38 de 51 Assim, o conhecimento teórico e prático proporcionado no espaço escolar pelo professor possibilita ao aluno o desenvolvimento do pensamento crítico e sua participação na sociedade. É importante que você compreenda a importância da argumentação na educação científica, uma vez que a mesma tem como objetivo a “geração e justificação de novas afirmações de conhecimento da Ciência” (p. 77). Os elementos que compõem a estrutura de um argumento, segundo o modelo de Toulmin (2006, apud TRIVELATO; SILVA, 2011) são: os dados, a conclusão, a garantia, os qualificadores modais, a refutação e o conhecimento básico. A seguir, você encontra as características de cada um: • Dados são os fatos envolvidos no argumento que dão suporte à conclusão. • Conclusão é a afirmação cujo mérito está sendo estabelecido. • Garantia é formada pelas regras, princípios e razões, sendo proposta para justificar a conexão entre os dados e a conclusão. • Apoio, ou conhecimento básico, é o conhecimento teórico básico que dá apoio à garantia dada. Leis, conceitos, teorias são utilizados para elaborar esse componente. • Qualificadores são formados por condições específicas que tornam a conclusão verdadeira, representando as suas limitações. • Refutações são as condições específicas que tornam as conclusões inválidas, as exceções. Todas essas categorias definem a estrutura de um argumento apresentado por Toulmin e dão suporte aos registros de aulas práticas para o ensino de Ciências. Outra ferramenta importante para os registros de aulas práticas, segundo Trivelato e Silva (2011), são os desenhos de observação. Os desenhos são utilizados também por pesquisadores, pois por meio dele, o professor poderá avaliar se o aluno está assimilando ou não os conteúdos que estão sendo trabalhados em sala de aula. Cabe ao professor, proporcionar contextos que contribuam para a real aprendizagem de seus alunos. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 39 de 51 Argumentar: apresentar argumentos de algum assunto. Experiência: conhecimento adquirido por meio de atividades que envolvem a observação e a prática. Hipóteses: suposição que se tem de alguma coisa, que poderá ser possível ou não. Imersão: no texto, entrar em outra cultura. Manipulação: que necessita de preparação manual. As discussões propostas neste tema por Trivelato e Silva (2011) tentam investigar não apenas conhecimento, mas principalmente atitudes e valores, articulando o ensino de Ciência da sala de aula com o desenvolvimento e aplicação de tecnologias, como também com questões sociais do cotidiano. Segundo os autores, o conhecimento científico se constrói quando este tem uma relação intrínseca com a sociedade. Nesse sentido, o professor de Ciências deve incorporar a prática pedagógica não apenas visando desenvolver as habilidades cognitivas do aluno, mas trabalhar no desenvolvimento de valores e atitudes, contribuindo para o exercício da cidadania. Os meios de comunicação, em especial a televisão, tratam os avanços da Ciência moderna de maneira fragmentada, como por exemplo, os transgênicos, clonagem, a inseminação artificial, entre outros, em que são transmitidos sem a provocação de uma situação problema para que o aluno reflita e discuta sobre o assunto. Nessa perspectiva, Bueno e Kovaliczn (2012), afirmam que para garantir uma aprendizagem significativa: Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................Página 40 de 51 O ensino de Ciências, em sua fundamentação, requer uma relação constante entre a teoria e a prática, entre conhecimento científico e senso comum (p. 02). Assim, a teoria deve estar aliada a uma prática transformadora, adaptada à realidade do aluno para que consiga atingir seus objetivos. Segundo os autores, a realização de experimentos em Ciências é uma excelente ferramenta para que o aluno entenda a teoria. Assim, o professor deverá partir de questões investigativas que tenham relação com aspectos da vida do aluno, sendo problemas reais e desafiadores, contribuindo para que o aluno adquira uma visão crítica do mundo. A atividade experimental deve oferecer condições para que os alunos possam levantar e testar suas ideias e suposições sobre os fenômenos científicos que ocorrem no seu entorno. Nesse cenário, o professor assume a posição de mediador do processo de aprendizagem, tornando-a significativa para a vida do aluno. Trivelato e Silva (2011), sobre o ensino de Ciências e o movimento CTS (Ciência/Tecnologia/Sociedade), afirmam que muitas escolas ainda utilizam as regras e valores para ensinar Ciências enquanto deveriam questionar e criar novas regras e valores, já que a sociedade atual é impulsionada pelo rápido desenvolvimento tecnológico e científico, demandando uma nova postura e valores do ser humano. Desse modo, é necessário que esse cenário seja alterado, já que o tecnológico e o científico regem a sociedade. Para os autores, a disciplina de Ciências no Ensino Fundamental deve estabelecer vínculos com o científico, em consonância com as questões de valores éticos e culturais com o cotidiano do aluno, para alcançar tal propósito. Para Bueno e Kovaliczn (2012), as atividades experimentais devem promover situações em que o aluno aprenda a fazer sugestões/hipóteses, expor aos colegas e professores seus pontos de vista, suas suposições sobre o assunto que está sendo apresentado. Assim, na escola, a experimentação em laboratório auxilia os alunos a atingirem níveis mais elevados de cognição, facilitando a aprendizagem que envolve os conhecimentos científicos. Na medida em que a análise das aplicações da Ciência e seus desdobramentos tecnológicos e sociais contribuem para diminuir a divisão entre a escola e o mundo que faz parte da realidade do aluno, é possível compreender as relações entre a Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 41 de 51 pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. Portanto, cabe ao docente a tarefa de preparar os jovens para uma época em que os problemas relacionados à Medicina, à Biologia e à Ciência exigem posicionamentos diante de situações novas e complexas (KRASILCHIK, 2004). Os autores ressaltam que não se trata de aprofundar questões técnicas nessas áreas, mas que se procure aprofundar as questões relacionadas a esses assuntos e que, pela sua amplitude, não podem ser tratadas apenas com uma aula expositiva. Esses temas requerem a participação dos alunos, integrando pontos de vista observados nas diversas disciplinas escolares, envolvendo não apenas conhecimentos conceituais, mas de outras dimensões. Em uma pesquisa realizada com jovens em sala de aula, Trivelato e Silva (2011) afirmam que os temas que envolvem saúde/doenças foram os de maior interesse dos alunos, seguidos por genética e depois por meio ambiente. Pesquisas de maior amplitude sobre a percepção pública de assuntos ligados à Ciência e Tecnologia têm sido realizadas no Brasil e em diversos lugares do mundo. No Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2007) realizou uma entrevista envolvendo diversas pessoas do Brasil, com idade superior a 16 anos, que indicou que essas pessoas têm maior interesse por assuntos relacionados à saúde e às questões ambientais. Nos assuntos relacionados à biotecnologia, em destaque às células-tronco, foi comprovado que a principal fonte de informações utilizada pelos jovens, segundo pesquisa realizada por Medeiros (2007), é a televisão. A escola ocupa o segundo lugar. A pesquisa também demonstrou que existe uma fronteira entre os adolescentes pesquisados que já haviam concluído o Ensino Fundamental em relação aos alunos que estavam cursando o Ensino Médio. Medeiros constatou a importância de se trabalhar esses temas já no Ensino Fundamental II, pois o entendimento verificado quanto ao posicionamento entre eles constatou-se um tanto equivocado. Daí, a importância de trabalhar o quanto antes esses temas. Para trabalhar de maneira a garantir uma aprendizagem significativa ao aluno, Martins et al. (2004, p. 99) aponta a divulgação científica. Para os autores, a análise de uma situação envolvendo o tema clonagem em sala de aula com alunos da antiga 6º Série do Ensino Fundamental demonstrou que os textos de divulgação podem funcionar como: • Elementos motivadores ou estruturadores da aula; Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 42 de 51 • Organizadores de Explicações: Desencadeadores de debates; • Contextos para a aquisição de novas práticas, estabelecendo relações com o cotidiano dos alunos, ampliando seu universo discursivo; • Destaques para aspectos da natureza da prática científica. Seja qual for a escolha do professor quanto à utilização desses textos em sala de aula, o importante é que o professor dê total atenção para a mediação entre o conteúdo, o sentido do texto e o aluno. O professor nesse contexto participa da escolha do texto, faz o planejamento necessário para que os alunos alcancem a aprendizagem, determina o tempo da aula, organiza atividades, compara o material lido com outros textos, enfim, conduz o aluno no desenvolvimento de atividades necessárias a compreensão do mundo. Amplitude: tamanho, extensão do problema. Articular: unir, juntar. Demandar: caminhar para. Dimensão: tamanho, extensão. Intrínseco: que é próprio, interno. Como já relatado no Tema 10 sobre os assuntos relacionados à biotecnologia, em destaque as células-tronco, Medeiros comprovou que a televisão exerce grande poder sobre os jovens, uma vez que ela ocupa o primeiro lugar na busca de conhecimentos sobre o tema acima, seguida pela escola. As pesquisas dos autores apontaram que os temas de divulgação científica devem ser trabalhados assim que o aluno ingressar no Ensino Fundamental II, para que não Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 43 de 51 tenha divergências na fase posterior. Também apontaram a importância do professor como mediador na utilização de textos em sala de aula, necessários às discussões que permitirão ao aluno compreender o mundo. Seguindo o enfoque da biotecnologia, Trivelato e Silva (2011, p. 99-100) apontam que essa temática permeia os mais diversos espaços, incluindo a sala de aula. A biotecnologia, segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica, qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para uso específicos. Os autores relatam que embora não seja tão perceptível, as pessoas estão rodeadas de informações e produtos referentes à biotecnologia. Por exemplo, na agricultura há as mudas de plantas, plantas transgênicas, adubos, pesticidas. Na alimentação, os pães, queijos, cervejas, vinho. Na indústria, encontram-se produtos da biotecnologia nas enzimas, biogás e na saúde, medicamentos, hormônios de crescimento, antibióticos, vacinas. Segundo a EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a biotecnologia é uma oportunidade para conseguir competitividade em vários setores produtivos, como na biotecnologia agrícola. Entre as áreas de aplicações da Biotecnologia destacam-se o Meio Ambiente, a Saúde e a Agricultura. Podem-se citar exemplos das contribuições da Biotecnologia visando à melhoria do Meio Ambiente, como o desenvolvimento de energia reciclável, o desenvolvimento de novos meios para detectar e tratar contaminações ambientais, a obtenção de novos produtos menos danosos ao ambiente do que os anteriormente utilizados. Na Saúde, formas de diagnosticar, tratar e prevenir doenças, e na Agricultura, o desenvolvimento de técnicas que envolvem desde o plantio e produção de alimentos para consumo ao controle de pragas (ALVES, 2007). De acordo com as informações disponibilizadas no site da Embrapa, a biotecnologia provavelmente não acabará com a fome ou com as doenças de plantas, mas poderá abrir caminhos que resolvam essas questões, geradas por uma população global crescente. O aumento da produtividade, menor impacto ambiental e a preservação da saúde dos agricultores e seus familiares são alguns dos benefícios citados com o plantio de plantas resistentes a insetos. Embora a palavra biotecnologia tenha sido utilizada pela primeira vez por em engenheiro agrícola da Hungria, no ano de 1919, as primeiras aplicações biotecnológicas realizadas pelo homem datam de 1.800 a.C. Foram utilizados Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 44 de 51 organismos vivos para fermentar vinhos e pães, como observado no Quadro 11.1 de Trivelato e Silva (2011, p. 100-101): DATA EVENTO 1750 a. C. Bebida fermentada (vinho). 1797 Uso de vacina viral contra varíola. 1830 Descobrimento de proteínas. 1833 A primeira vacina antirrábica é desenvolvida. 1914 Bactéria é usada pela primeira vez para tratar esgoto em Manchester, Inglaterra. 1928 Fleming descobre a penicilina, o primeiro antibiótico. 1969 Uma enzima é sintetizada in vitro pela primeira vez. 1982 Insulina humana produzida por engenharia genética em bactéria para tratamentos de diabete torna-se o primeiro produto da biotecnologia moderna a ser aprovado pelos órgãos competentes dos Estados Unidos. 1984 A primeira vacina é desenvolvida por engenharia genética. 1986 Os primeiros testes de campo de plantas transgênicas são conduzidos nos Estados Unidos. 1990 O primeiro tratamento de terapia gênica é realizado em uma criança de quatro anos que sofria de uma desordem no sistema imunológico, nos Estados Unidos. 1994 O tomate Flavr Savr da Calgene, geneticamente modificado para resistir ao apodrecimento, é aprovado para plantio e comercialização nos Estados Unidos. 1997 Cientistas escoceses relatam a clonagem de carneiros, usando DNA de um carneiro adulto (ovelha Dolly). 2000 Cientistas do Estado de São Paulo revelam o código genético completo da bactéria Xylella fastidiosa. Isso corresponde à primeira bactéria fitopatogênica a ter o seu genoma decifrado, o que auxilia na busca de mecanismos para resolução de problemas relacionados à praga do amarelinho na agricultura. 2000 Obtenção de arroz geneticamente modificado que produz betacaroteno, precursor de Vitamina A. 2001 Embrapa produz a primeira vaca clonada. 2001 Anunciou-se nos Estados Unidos o primeiro esboço contendo a sequência de 3 bilhões de pares de bases, cerca de 90% quase completos do código genético humano, que oferece possibilidades futuras de melhorar o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças. 2003 Estudo publicado de tratamento de células-tronco para cardiopatias. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 45 de 51 A história das descobertas biotecnológicas não para por aqui, pois o processo científico nunca se encerra e novas descobertas ainda estão por vir. Já o papel dos professores nesse contexto é o de atuar como mediadores no processo de aprendizagem, sendo de fundamental importância. O tema Meio Ambiente ainda é relativamente novo no espaço escolar, exigindo dos professores uma contínua atualização profissional. Conforme aponta o Parâmetro Curricular Nacional (BRASIL, 1998, p.188), é importante para o professor pesquisar sozinho ou junto aos alunos, aprofundando seus conhecimentos com relação à temática ambiental, por pelo menos três motivos: 1. manter o tema meio ambiente interdisciplinar e contextualizado; 2. ter clareza na observação dos fatos e situações do ponto de vista ambiental, de modo crítico, atuar de modo propositivo, para garantir um meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida; 3. obter novas informações sobre a dimensão local do ambiente, já que há transformações constantes, seja qual for a dimensão ou amplitude. Isso pode ser de extrema valia, se, associado a informações de outras localidades, puderem compor informações mais globais sobre a região. O professor deve dominar competências e habilidades que possibilitem a ele ser um mediador do conhecimento, no espaço escolar. Sendo mediador, ajuda o aluno a construir seu conhecimento, ou seja, a ser sujeito de sua própria aprendizagem. Detectar: encontrar algo. Divergência: diferença, desarmonia. Dominar: controlar uma situação. Reciclável: reutilizável. Temática: é o tema central em que o assunto foi tratado. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 46 de 51 De acordo com Trivelato e Silva (2011), quem convive ou já conviveu com crianças na idade pré-escolar deve ter verificado que nessa faixa etária elas se interessam muito por temas que envolvem os seres vivos. Gostam de observar animais e plantas, fazer descobertas, explorar, enfim, tentar explicar o mundo à sua volta. Elas observam e contam histórias de animais que habitam no jardim, desenham o que estão observando. Desse modo, falando, desenhando e representando, as crianças vão construindo significados sobre a natureza. Na Educação Infantil, os conteúdos são recheados de ludismo, contribuindo para que as crianças fiquem atentas e interessadas no assunto apresentado pelo professor. O brincar faz parte do mundo infantil. Ele estabelece diferentes contextos que possibilitam preparar a criança para viver em sociedade. Fora da sala de aula, é fácil observar o quanto os jogos e outras atividades lúdicas motivam crianças e jovens, como videogames, RPGs, simuladores. A criança exposta às diferentes brincadeiras aprende a trabalhar em equipe e passa a entender regras, favorecendo seu desenvolvimento pessoal e social. Muitas vezes, quando está envolvida no mundo imaginário, ela expressa os seus sentimentos no brincar, ou seja, a criança representa no imaginário o modo como está se sentindo sobre os acontecimentos de sua vida real. É como se, nesse momento, ela conseguisse se livrar de algo que esteja incomodando. O lúdico passa a ser educativo quando aplicado de forma a despertar a curiosidade a respeito do mundo e da vida. Assim, as atividades lúdicas vêm sendo incorporadas junto ao ensino de ciências não só no jogo, mas no teatro, nas artes plásticas, dança. A proposta lúdica deve contribuir como suporte para que a aprendizagem ocorra de forma mais descontraída, efetiva, eficiente e eficaz. Quando o aluno participa de um jogo ou brincadeiras, pressupõe-se que é estabelecido um conjunto de regras e normas entre os alunos participantes e as situações a serem exploradas. O lúdico, quando utilizado na aprendizagem, contribui para que o aluno atinja níveis maiscomplexos, pois, desperta o interesse, a criatividade e o gosto pela ciência. Como o lúdico possibilita uma aprendizagem prazerosa, seria uma das formas de Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 47 de 51 ligação entre a população e o conhecimento científico, tornando-se parte da vida da comunidade, colaborando na solução de questões rotineiras dos cidadãos (CORRÊA; JÚNIOR, 2012). De acordo com Miranda (2001, apud TRIVELATO; SILVA, 2011), relata-se que o aluno, quando envolvido numa situação proposta pelo jogo, a socialização decorrente das interações promovidas pela situação simulada, o desenvolvimento da sensibilidade, da estima e da cooperação, assim como o desenvolvimento da personalidade e a busca por soluções criativas são aspectos considerados relevantes para o emprego pedagógico dos jogos (p.117). A atividade lúdica, quando bem elaborada pelo professor e aplicada de forma criteriosa, torna-se eficiente e eficaz no seu compromisso de interação do estudante com o mundo, além de levá-lo a vencer a grande barreira que existe entre a população e o conhecimento científico. O professor deve envolver o aluno em práticas lúdicas que possibilitem utilizar diversas linguagens, visando auxiliá-lo em seu desenvolvimento. Outra linguagem a ser trabalhada no ensino de Ciências com práticas lúdicas, é a Biodiversidade. O que seria a Biodiversidade? De acordo com Trivelato e Silva (2011, p.8 118), a palavra surgiu durante o National Forum on BioDiversity, realizado em Washington no ano de 1986. O conceito pode ser dividido em: 1. Diversidade genética: variação dos genes dentro das espécies ou de uma população; 2. Diversidade de espécies: variedade de espécies em uma determinada região; 3. Diversidade de ecossistemas: diferentes ecossistemas que compõem um bioma. O conceito de Biodiversidade, segundo a Convenção da Diversidade Biológica, realizada em São Paulo no ano de 1997, é definido como: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. A ecologia como Ciência busca compreender os fatores que regulam a diversidade, os processos que afetam seu acréscimo ou diminuição de espécies e descobrir as causas provocadas por eles, se existe diferenças entre um lugar e outro. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 48 de 51 Segundo Helene e Marcondes (1996 apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 120), a biodiversidade tem sido atingida em todo o planeta, afetando todos os níveis de riqueza biológica: É uma perda da diversidade de espécies, como resultado da extinção acelerada. Em nível mais macroscópico, é também um empobrecimento da diversidade dos ecossistemas com perda de habitats únicos. Em nível microscópio, é uma redução da diversidade genética, que é o conteúdo informativo codificado dos genes da população total de uma espécie. Considerando a diversidade de espécies brasileiras, o Brasil é um país de megadiversidade, pois se estima que 20% do total mundial esteja nesse território. Nessa megadiversidade estende-se com a Colômbia, Venezuela, Peru, México, Indonésia, Austrália, Madagascar, Filipinas, entre outros. Existe uma preocupação com a preservação da diversidade biológica, presente em documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Fundamental – terceiro e quarto ciclos, na área de Ciências. Um dos eixos presentes nesse documento envolve “Vida e Ambiente”, com o objetivo de promover o conhecimento sobre a diversidade nos ambientes naturais, a dinâmica da natureza, o modo de vida e a presença do homem transformando esses ambientes. Para Weelie e Wals (2002 apud TRIVELATO; SILVA, 2011, p. 124), apresenta três perspectivas sobre a educação para a biodiversidade. São elas: 1. Educativa: auxilia na compreensão da natureza e de si mesmo. Procura promover situações que procurem fazer com que as pessoas percebam o significado da biodiversidade para suas vidas. 2. Alfabetização ecológica: discutir relações entre espécies nos seus ecossistemas, enfatizando a participação do ser humano. 3. Políticas da natureza: abordar o desenvolvimento sustentável, respeito ao pluralismo, exploração, responsabilidade e decisões democráticas. Apesar da ampla diversidade de significados dados ao termo, aliada às polêmicas causadas pela política de preservação, a biodiversidade é importante no ensino de Ciências, pois estudar os seres vivos e como se relacionam permite ao aluno construir valores e atitudes de respeito, conscientização, responsabilidade e criticidade em relação aos museus, zoológicos. O tema biodiversidade encontra na escola uma aliada para formar cidadãos capazes de aprender a conviver de forma racional com seu meio, em conjunto com a realidade do aluno, em que se encontra inserido, proporcionando uma aprendizagem significativa para a sua formação. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 49 de 51 Eficiente: competente. Criteriosa: que avalia com critério, com equilíbrio. Incorporado: incluso. Lúdico: refere-se a jogos e brincadeiras. Regras: modelo, norma. Se interessou pelo tema? Então veja estes meus outros materiais: Didática do ensino de ciências - 20 Exercícios dos temas 1 ao 4 Didática do ensino de ciências - Questões de prova Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 50 de 51 CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: A relevância do ensino de Ciências Naturais para crianças do Ensino Fundamental. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: O professor e o uso de estratégias para um ensino de qualidade em Ciências. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: Propostas Pedagógicas para uma Educação Ambiental. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: Planejando a Educação Ambiental no Espaço Escolar. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: A Interdisciplinaridade e o Ensino de Ciências Naturais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: O Ensino de Ciências Naturais e as Novas Tecnologias. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: O Ensino das Ciências Naturais a partir das Vivências e Práticas. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: O Ensino de Ciências Naturais e as Questões Climáticas. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática do Ensino de Ciências – Temas 1 ao 12 ............................ Página 51 de 51 CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: Atividades Práticas no Ensino de Ciências Naturais. Caderno de Atividades.Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: A Sociedade como Objeto de Estudo das Ciências Naturais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: A Biotecnologia Vinculada ao Espaço Escolar. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CAMAROTTI, Adriana Tonato. Fundamentos e Metodologia de Ciência: Atividades Lúdicas no Ensino de Ciências Naturais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.