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PSICOMOTRICIDADE

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FUNDAMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE 
 
A psicomotricidade é a ciência que estuda o movimento do ser humano, sempre envolvendo aspectos físicos, emocionais e cognitivos. Dentro das aulas de educação física, geralmente abordamos uma área mais específica dela, chamada por muitos de psicocinética, onde os movimentos do corpo são mais visados. Isso porque além de movimentos numa aula de educação física a psicomotricidade também aborda por exemplo a grafia (escrever), aspectos emocionais presentes num desenho, etc, que muitas vezes são mais usados em classes ou por terapeutas em consultório. 
Sendo assim, vamos pensar em partes da psicomotricidade, como esquema corporal, lateralidade, orientação espacial, etc, deixando a coordenação motora fina especificamente para a grafia e desenho de fora. Vejamos algumas definições: 
 
Associação Brasileira de Psicomotricidade 
 
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. 
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 
 
 
Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação – Grupo de Atividades Especiais (ISPE-GAE) 
A psicomotricidade é a ação do sistema nervoso central que cria uma consciência no ser humano sobre os movimentos que realiza através dos padrões motores, como a velocidade, o espaço e o tempo. 
Encontramos várias definições para a Psicomotricidade. Cada autor coloca o seu olhar para defini-la. A ISPE-GAE e a SBP definem respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como: 
 “Psicomotricidade é uma neurociência que transforma o pensamento em ato motor harmônico. É a sintonia fina que coordena e organiza as ações gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado. 
 Psicomotricidade é a manifestação corporal do invisível de maneira visível. 
 É uma ciência terapêutica adotada na Europa há mais de 60 anos, principalmente na França, que instituiu o primeiro curso universitário de Psicomotricidade em 1963 (ISPE-GAE, 2007). 
 Nas palavras de Defontaine: “La Psychomotricité est le désir de faire, du vouloir faire; lê savoir faire et le pouvoir faire” (DEFONTAINE apud OLIVEIRA, 2001, p. 28). “A psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer, de querer fazer; o saber fazer e o poder fazer” (ibidem, 2001, p. 34). Defontaine declara que só poderemos entender a psicomotricidade através de uma triangulação corpo, espaço e tempo. Defontaine define os dois componentes da palavra; psico significando os elementos do espírito sensitivo, e motricidade traduzindo-se pelo movimento, pela mudança no espaço em função do tempo e em relação a um sistema de referência (ibidem, 2001, p. 35). 
O Prof. Dr. Júlio de Ajuriaguerra, a Profª. Drª. Dalila M. M. de Costallat e a Profª. Drª. Maria Beatriz da Silva Loureiro, fundadora do GAE e do ISPE, conceituam e definem respectivamente a Psicomotricidade de seguinte modo: 
 “A Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007). 
 
 No geral, os psicomotricistas não costumam gostar do termo motricidade, pois enxergam a motricidade indissociável da psique humana. O termo motricidade é mais utilizado pela área da educação física no âmbito da perspectiva do treinamento esportivo, ligado à coordenação motora como qualidade física, sendo interpretado de forma diferente da perspectiva da Psicomotricidade. Também há uma área do conhecimento que trata a motricidade como um dos seus objetos teóricos e práticos de estudo: é a da Ciência da Motricidade Humana - CMH, ou Cineantropologia, articulada com um corpo epistemológico próprio e que enfoca a motricidade sob um paradigma diferente do da Psicomotricidade. Mas visto que, quando se aborda a motricidade humana, a psique humana não é deixada de fora, certos embates semânticos não merecem tantas linhas de discussão. È necessário observar os objetos de estudos sob a perspectiva de cada área do conhecimento para uma compreensão isenta de poluição epistemológica ou preconceito científico. 
 O objetivo deste estudo é o de apresentar alguns fundamentos para um trabalho de educação física pré-escolar, baseados na psicocinética (educação pelo movimento ), uma parte da psicomotricidade, para crianças na faixa etária até os 6 anos, procurando definir conceitos, estabelecer objetivos, conteúdos, estratégias e materiais para um plano de trabalho da educação física. O trabalho da educação física na pré-escola deve gerar um desenvolvimento harmonioso dos componentes corporais, afetivos, intelectuais da personalidade da criança, objetivando a conquista de uma relativa autonomia e da apreensão refletida do mundo que a cerca. 
 
 Procuraremos agora dar algumas definições dos aspectos a serem trabalhados pela psicocinética, que seriam o esquema corporal, lateralidade, estruturação e/ou orientação espacial, estruturação e/ou orientação temporal e coordenação dinâmica geral. Vários são os teóricos e estudiosos, e procuraremos citar alguns, fazendo uma revisão bibliográfica desses assuntos e de suas definições. 
 
ESQUEMA CORPORAL: 
 
 O esquema corporal é a consciência do próprio corpo, de suas partes, dos movimentos corporais, das suas posturas e atitudes. O esquema corporal envolve controle corporal, mobilizações voluntárias, imobilizações voluntárias, relaxamento voluntário e conhecimento corporal. 
 Segundo HEAD, a noção de esquema corporal é a imagem tridimensional do nosso corpo, e HEAD distingue 3 tipos de esquema: 
· os esquemas corporais, que asseguram a apreciação do tono postural e da posição( das partes) do corpo no espaço; 
· os esquemas de superfície do corpo, que asseguram a localização das estimulações periféricas; 
· os esquemas corporais, que garantem o afastamento temporal das diferentes estimulações percebidas. 
 Segundo SCHILDER, a “imagem corporal do corpo humano é a imagem do nosso próprio corpo que formamos em nosso espírito; por outras palavras, o modo como nosso corpo se apresenta a nós mesmos. 
Diz também que “é a força de integração dos dados sensíveis, ultrapassando-os em uma síntese sempre destruída e sempre renovada, contendo gestos e percepções, representações e sensações, lembranças e emoções. É por este processo de construção ativa que se elabora o sentimento de nosso Ego corporal; síntese construtiva que se realiza no sentido das necessidades biológicas do indivíduo a partir do processo de tentativa e erro da experiência, onde os desejos individuais gozam o papel essencial”. 
 Segundo BORGES, o esquema corporal “é a consciência do próprio corpo, de suas partes, das posturas e atitudes, tanto em repouso como em movimento”. 
 Segundo FONSECA, A noção de corpo é “o alfabeto e o atlas do corpo, mapa semântico com equivalentes visuais, táteis, quinestésicos e auditivos (linguísticos), verdadeira composição de memórias de todas as partes do corpo e de todas as suas experiências”. 
 Segundo LE BOULCH, o esquema corporal “é uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos de nosso corpo em posição estática ou em movimento, na relação das suas diferentes partes entre si e, sobretudo nas relações com o espaço e os objetos que nos circundam”. A criança deve ter uma “imagem do corpo operatório”, que passa por vários estágios de equilíbrio, que correspondem aos estágios da evolução psicomotora. A criança tem uma etapa do “corpo vivido”, que termina na primeira imagemdo corpo identificado pela criança como seu próprio Eu. 
Até então, sua atividade mental, que tinha se desenvolvido a partir do estágio objetal, estava feita só por imagens alucinatórias, traduzindo os episódios de sua vivência afetiva. 
 A etapa do “corpo percebido” corresponde à organização do “esquema corporal”. A partir desse período, à imagem visual do corpo estarão associadas as sensações táteis e as sensações cinestésicas correspondentes. 
A estruturação do esquema corporal organiza-se a partir de uma estreita interligação entre essas duas imagens. Como resultado, a criança dispõe de uma imagem do corpo “operatório” no sentido piagetiano, um suporte que permite programar mentalmente ações em torno do objeto e também em torno do seu “próprio corpo”. 
 Segundo DE MEUR / STAES, o esquema corporal é “ um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança”. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo”. A criança percebe-se e as coisas que a cercam; sua personalidade se dará a partir da tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo à sua volta. 
 Segundo LÓPEZ e NÚÑEZ, o esquema corporal consiste “na representação mental do próprio corpo, de seus segmentos, de suas possibilidades de movimento e de suas limitações espaciais”. 
 
LATERALIDADE: 
 
 Segundo MEUR e STAES, “não devemos confundir lateralidade ( dominância de um lado em relação ao outro, em nível da força e precisão) e conhecimento “esquerda-direita” (domínio dos termos “esquerda” e “direita”)”. Durante o crescimento, naturalmente se define uma dominância lateral na criança: será mais forte, mais ágil do lado direito ou esquerdo. A lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada por certos hábitos sociais. O conhecimento “esquerda-direita” decorre da noção de dominância lateral. É a generalização, da percepção do eixo corporal, a tudo que cerca a criança; esse conhecimento será mais facilmente apreendido quanto mais acentuada e homogênea for a lateralidade da criança.O conhecimento estável da esquerda e direita só é possível aos 5 - 6 anos e a “reversibilidade”, isto é, reconhecer esq. e dir. em outra pessoa, só pode ser abordada após os 6 anos, 6 anos e meio. 
 Segundo NEGRINE, a lateralidade corporal “se refere ao espaço interno do indivíduo, capacitando-o a utilizar um lado do corpo com maior desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional”. 
 COSTE fala de dois pontos de referência fundamentais da lateralização na criança. A Dominância lateral que “só a partir do momento em que os movimentos se combinam e organizam numa intenção motora é que se impõe e justifica a presença de um lado predominante que irá ajustar a motricidade”. A lateralidade irá impor-se com as experiências de complexidade crescente com que se defronta. Outro ponto é o Reconhecimento direitaesquerda, que se dá por volta dos 6 anos. A partir dos 7 anos, será capaz de projetar em outrem essa discriminação espacial de partes do seu próprio corpo. A partir dos 10 anos, ela manipula noções de direita-esquerda sobre outrem, sobre o mundo exterior, independente de sua própria situação. 
 Segundo FONSECA, “a lateralização como o resultado da integração bilateral postural do corpo é particular no ser humano e está implicitamente relacionada com a evolução e utilização dos instrumentos (motricidade instrumental-psicomotricidade), isto é, com integrações sensoriais complexas e com aquisições motoras unilaterais muito especializadas, dinâmicas e de origem social”. 
 Para LE BOULCH, a lateralização é a “ tradução de uma assimetria funcional. Os espaços motores do lado direito e do esquerdo não são homogêneos. Esta desigualdade vai se tornar mais precisa durante o desenvolvimento e vai manifestar-se durante os reajustamentos práxicos de natureza intencional”. 
 
ESTRUTURAÇÃO E/OU ORIENTAÇÃO ESPACIAL: 
 A organização espacial é a capacidade de orientar-se, movimentar-se e adaptar-se no espaço tendo como ponto de referência o próprio corpo, estabelecendo relações de posição, direções, distância; e como ponto de referência a outro ou outros entre si. 
 Segundo J.M.TASSET, estruturação espacial “é a orientação, a estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao eu referencial, depois a outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento” 
 Segundo MEUR e STAES, a estruturação espacial é “ a tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas; a tomada de consciência da situação das coisas entre si; a possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las.” A estruturação espacial possui algumas etapas, que seriam: conhecimento das noções (a criança se desloca em seu “espaço” habitual, se situe ou situe objetos, perceba diversas grandezas, formas, quantidades), orientação espacial ( a criança pode virar-se, ir para frente, trás, direita, ficar em fila, perceber discriminações visuais, orientar objetos, adquirir direção gráfica, etc), organização espacial ( combinação de várias situações, ocuparem um espaço determinado, delimitado, escolherá pontos de referência, etc) e compreensão das relações espaciais ( baseia-se unicamente no raciocínio a partir de situações especiais bem precisas ). 
 “Segundo BORGES, estruturação espacial “é “ perceber as posições, direções, distâncias, tamanhos, o movimento, a forma dos corpos, enfim, todos os caracteres geométricos dos corpos”. 
 COSTE une espaço-tempo, chamando de estruturação espaço-temporal, dizendo que é um 
“ todo indissolúvel. Diz que ela permite não só movimentar-se e reconhecer-se no espaço, mas também concatenar e dar sequência aos seus gestos, localizar as partes de seu corpo e situálas no espaço, coordenar sua atividade e organizar sua vida cotidiana”. Didaticamente ele separa a estruturação espaço-temporal, em tempo, espaço, distância relacional e ritmo. Falaremos da questão do Espaço: ”Toda a nossa percepção do mundo é uma percepção espacial, na qual o corpo ( que não se reduz, nem para o interior, nem para o exterior, à superfície da pele) é o termo de referência”.Essa fase teria 4 etapas : percepção fragmentada ( até 4 meses), coordenação óculo-manual ( 18 meses),rumo à percepção projetiva do espaço( é atestado pelo vocabulário da criança : alto, baixo,perto, longe, etc.) e recapitulação ( antes de 3 anos: espaço topológico vivido, cujos pontos de referência são os do próprio corpo. Entre 3 e 7 anos : espaço representativo euclidiano, reconhecimento das formas geométricas. Entre 7 e 12 anos, o espaço projetivo, intelectualizado, os pontos de referência são exteriores ao sujeito.). O autor fala da Distância relacional, que deve ser entendida em dois aspectos: sentido físico 
( calculado em centímetros ou metros) e o sentido afetivo (“longe dos olhos”, “longe do coração”, “eliminar a distância”, etc). 
 “Segundo MELLO, organização espacial é a capacidade de orientar-se diante de um espaço físico e de perceber a relação de proximidade de coisas entre si”. 
 Segundo FONSECA, a organização espacial “ compreende a capacidade espacial concreta de calcular as distâncias e os ajustamentos dos planos motores necessários para percorrê-los pondo em jogo as funções de análise espacial, processamento e julgamento da distância e da direção, planificação motora e verbalização simbólica da experiência”. 
 
 
ESTRUTURAÇÃO E/OU ORIENTAÇÃO TEMPORAL: 
 Orientação temporal é a capacidade de se situar no tempo; implica na percepção do intervalo temporal ( duração de um fenômeno) de uma ordem; e na sucessão de fenômenos; implica ainda na divisão conceitual do tempo. 
 Segundo MEUR e STAES, a estruturação temporalé “ a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos ( antes, após, durante), da duração dos intervalos ( noções de tempo longo, curto, ritmo regular, irregular, cadência rápida, lenta), da renovação cíclica ( períodos, dias, meses, estações) e do caráter irreversível do tempo ( noção de envelhecimento, idade, passado, etc). O RITMO abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância, e deve ser trabalhado inicialmente, com a criança se expressando livremente, num ritmo espontâneo e gradualmente a levaremos a acompanhar com mais precisão o ritmo fornecido, como por exemplo, numa marcha, estruturas rítmicas batendo palmas, etc. 
 Segundo BORGES, estruturação temporal é; “Orientar-se no tempo é situar o presente em relação a um antes, e a um depois, é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido e o lento; esta é uma noção que se forma juntamente com as noções espaciais”. 
 Como já vimos no tópico de orientação espacial, COSTE une espaço-tempo, mas didaticamente ele fala que Tempo é “simultaneamente, duração, ordem e sucessão; a integração desses 3 níveis é necessária à estruturação temporal do indivíduo”. Ele divide o aspecto tempo em: compreensão da ordem , avaliação das durações , desenvolvimento da noção de tempo e desenvolvimento da estruturação temporal. O Ritmo seria “o fator de estruturação temporal que sustenta a adaptação ao tempo“. Para Coste, existem diferentes tipos de ritmo: externos (ritmos das estações, horas do dia, calo-frio, migração de animais, etc) e internos ( ritmos do coração, respiração, etc.). 
 Segundo MEINEL e SCHABEL, o ritmo é “a ordenação específica, característica e temporal de um ato motor”. 
 Segundo FONSECA, o “ ritmo ocorre em várias áreas do comportamento: na motricidade 
(coordenação de movimentos), na audição (reconhecimento de estímulos auditivos), na visão (exploração sistemática do envolvimento), nas aprendizagens escolares (leitura, escrita, cálculo). A função do ritmo ultrapassa a dimensão temporal, visto que se insere em todas as manifestações de comportamento, desde as biológicas e as nervosas às psicológicas, daí a sua importância na observação psicomotora”. 
 Segundo MELLO, organização temporal “corresponde à capacidade de relacionar ações a uma determinada dimensão de tempo, onde sucessões de acontecimento e de intervalo de tempo são fundamentais”. 
 Para LE BOULCH, “é através do ritmo dos movimentos registrados no seu corpo que a criança tem acesso à organização temporal”. O que se chama normalmente de um “gesto coordenado”, é na realidade um gesto rítmico. O primeiro trabalho de ritmo consiste em deixar o próprio tempo da criança nos seus movimentos globais durante os jogos espontâneo e as atividades de expressão livre. 
 
COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL: 
 
 Segundo BORGES, a coordenação dinâmica é “a colocação em ação harmônica e simultânea de grupos musculares diferentes, visando à execução de movimentos voluntários( marcha, corrida, saltos, etc). 
 Segundo NEGRINE, o termo coordenação pode ser abordado num sentido lato ou estrito.” No sentido lato, refere-se a todo o sincronismo de movimentos realizados pelo corpo, com o objetivo de manter o indivíduo num estado de ajustamento funcional. No sentido estrito, a coordenação é vista como uma valência física e, neste caso, representa uma multiplicidade das mais variadas habilidades corporais.” 
 Para alguns autores, como LE BOULCH, LOUDES, o equilíbrio corporal é uma atividade de coordenação, mas NEGRINE faz uma separação entre as atividades de coordenação e de equilíbrio. Para ele, por exemplo, a falta de equilíbrio no desenvolvimento de determinadas habilidades psicomotoras (coordenação), e não o contrário. Muitos autores dividem o equilíbrio em 2 aspectos: estático e dinâmico, mas para Negrine, a divisão deve ser: equilíbrio do corpo ( estático e dinâmico), equilíbrio de objetos sobre determinadas partes do corpo, e equilíbrio do corpo sobre objetos. 
A definição de equilíbrio, segundo Tubino e de Mainel e Schabel, “é a capacidade de manterse sobre um base reduzida de sustentação do corpo, através de uma combinação adequada de ações musculares e sob influência de forças externas”. 
 Segundo COSTALLAT, coordenações globais são definida como “ a colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários mais ou menos complexos, envolvendo principalmente o trabalho de membros superiores, inferiores e do tronco”. 
 Para LE BOULCH, os exercícios de motricidade global devem ter atividades de: jogo e expressão livre, aperfeiçoamento e enriquecimento da atividade práxica mediante o trabalho de coordenação dinâmica geral e de atividades de coordenação viso-manual e o aperfeiçoamento da motricidade fina da mão e dedos. 
O objetivo é de propiciar à criança situações nas quais ela tenha confiança em seu corpo e em seu desempenho motor e não fazê-la viver situações desvalorizantes. Tudo deve ter um clima de segurança para a criança, sem situações nem muito fáceis, nem muito difíceis. 
 
 
 
 
 
 
MARCOS FERNANDO LARIZZATTI

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