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História e Região Historiografia da religião 1. O período moderno durou de 1453 a 1789. Nesse período, diversas transformações ocorreram no tecido social: avanços científicos em diversas áreas do conhecimento, ascensão do racionalismo cientificista, bem como de distintos movimentos teóricos de cunho político, econômico, social e cultural. Entretanto, desde seu início, a modernidade foi marcada por dois movimentos que foram culturais, mas com fundamentos filosóficos e estruturais que se combinavam. Quais foram esses movimentos? Você acertou! D. A Reforma Protestante e o Iluminismo. As mudanças no tecido social e cultural da modernidade se devem a diversos fatores. Com o fim da Idade Média, ocorreu a ascensão do humanismo renascentista, que promovia a valorização do humano e o desenvolvimento do conhecimento em suas amplas áreas. Foi nesse período que a Instituição Católica passou a ser questionada devido a suas práticas de venda de indulgências, entre outras consideradas incorretas pelos teólogos reformistas. Nesse contexto, se deu a Reforma Protestante, protagonizada por Matinho Lutero. Com a Reforma e a quebra da hegemonia discursiva do catolicismo, os avanços científicos tiveram abertura para implementar uma modernização social. Isso também se tornou possível graças ao movimento iluminista, que, culturalmente, impulsionou a sociedade a aceitar tais avanços. Dentro desse contexto, ou paralelamente a esses movimentos, outros aconteceram em consonância com o "espírito do homem moderno": o evolucionismo, o positivismo, entre outros. Com todas essas transformações e perda de fiéis, a Igreja passou a adotar uma série de mudanças que, no século XX, culminaram no Concílio do Vaticano II. 2. Em a Historie et dogme, Maurice Blondel apresenta uma teoria em que une a vontade e a ação. Nesse sentido, Blondel busca pensar uma teoria para resolver os impasses apresentados pelas correntes historiscistas e extrinsecista. Nesse sentido, o que defende a abordagem blondeliana? Assinale a alternativa correta Você acertou! C. Blondel problematiza essa questão a partir da relação entre a vontade e a ação concreta a partir do ato de fé. Para Blondel, a saída para o impasse entre o discurso extrinsecista (aquele que significa o sobrenatural como algo não comum, não corriqueiro, extraordinário) e o histórico (que defende uma história pura por meio dos fatos) seria uma terceira via possível da relação existente entre a vontade e a ação. Assim, antes de se fiar ao discurso do Jesus histórico ou do Cristo da fé, deve-se pensar a partir da vontade que motiva a ação e a busca por transgressão que reside na ação. É desse modo que Blondel argumenta que é possível conectar-se com Deus e vice-versa. Ou seja, Deus o dotou de vontade, que é depositada na ação. Esse motor, a vontade, é inesgotável e é por meio dele que Deus se comunica. Blondel se posiciona em defesa de uma teoria da tradição, que concIliaria a História, as crenças e as doutrinas, estabelecendo relações entre Jesus e Cristo e entre a História e a história sagrada, por meio de uma correlação entre o divino e o não-divino. 3. No século XX, ocorreram diferentes movimentos que propagaram diferentes abordagens filosóficas no campo da teologia. Nesse contexto, a filosofia de cunho racionalista, positivista, iluminista ainda era predominante. Porém, a partir da filosofia de Hegel, o discurso religioso passa a ser pensado em sua estrutura dialética. Com base nisso, assinale a alternativa correta. Resposta correta. D. "Tese, antítese e síntese" era pensada similarmente à estrutura "Deus, Jesus e Espírito Santo". A teoria hegeliana foi aplicada a diversas teorias. Marx, por exemplo, fez uso da estrutura dialética hegeliana para refletir a estrutura social e econômica. De outro lado, a teologia alemã foi influenciada também por essa teoria. Assim, a estrutura dialética hegeliana defende que o movimento da História se dá pela proposição de uma tese, que, por sua vez, é refutada com uma antítese, e conclui com a reflexão acerca das duas premissas pela síntese. A partir dessa estrutura, a teologia passou a pensar a dialética dessa forma: "Deus (tese), Jesus (antítese) e Espírito Santo (síntese)". Isso chegou a ser transposto às áreas do conhecimento como forma de uma solução ao impasse: "Religião, História e Filosofia" ou, ainda, as distintas estruturas interpretativas da dialética de acordo com os seus objetos de estudo. Mas, no que compete à teologia alemã, a dialética foi pensada dessa forma. 4. O teólogo Harnack foi muito influenciado pela teoria hedeggeriana, principalmente em seu aspecto existencial. Nesse contexto, o "ser-ai" de Heidegger se transfigura na posição existencial do individuo perante a fé. Sendo assim, assinale a alternativa correta: Resposta correta. E. Harnack defende que a existência deve se relacionar com a fé e a mensagem cristã. A partir da teoria heideggeriana sobre o Dasein, o "ser-aí" que consegue se questionar sobre o sentido do ser, Harnack defendia que a existência deveria ser pensada a partir da relação entre o humano e o mundo. Para sair da oposição binária Religião x História, Harnack propõe um protestantismo cultural. Ou seja, um retorno ao elemento substancial, ao cristianismo puro, longe dos dogmas; isto é, a fé e a mensagem de Cristo que prega o amor ao próximo. Dessa forma, a existência conciliaria as duas esferas: a religiosa e a científica. 5. A historiografia da religião brasileira enfrenta um grande obstáculo desde o seu surgimento: compreender a história da religião no Brasil significa lidar com diferentes matrizes culturais e entender cada contexto em seu sincretismo religioso. Em meio às distintas vertentes que permeiam os estudos historiográficos nacionais, o mais presente até a década de 1980 era o positivismo. Nesse contexto, assinale a alternativa que justifica tal relação: Você acertou! A. o positivismo era similar hierarquicamente ao Estado na época. Durante o período de ditadura, o positivismo se instaurou como um meio de pesquisa historiográfica. Isso porque, tal como o Estado, o positivismo defendia um método organizacional e hierárquico: a realidade e a natureza devem ser entendidas como base do trabalho científico. Assim como o Estado, que censurava a promoção de vertentes de cunho crítico, o positivismo não dava abertura para outras matrizes reflexivas e teóricas. Nesse sentido, o positivismo na História e, portanto, na História aplicada ao estudo da religião não considerava a alteridade cultural religiosa. Outro ponto é que o positivisto foi implementado no Brasil por jovens da elite nacional: Miguel Lemos (1854-1917) e Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927). Assim, os ideais de vertente mais ligada à população mais pobre e valores como humildade e generosidade deixaram de ser amplamente pregados tal como eram pela Igreja Católica ligada a correntes marxistas.
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