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Apostila_HCS_Seguros de Cascos Marítimos_2022

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REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO 
ASSESSORIA TÉCNICA
RICARDO DE LIMA ARMOND – 2022/2021/2020
DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
5ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2022
E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. 
 Seguros de cascos marítimos / Supervisão e coordenação metodológica da 
 Diretoria de Ensino Técnico; Assessoria técnica de Ricardo de Lima Armond. 
 -- 5.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2022.
 3,58 Mb ; PDF
 1. Seguros de Cascos Marítimos. I. Armond, Ricardo de Lima. II. Título. 
 
0022-2629 CDU 368(072) 
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
INTERATIVO
 1. INTRODUÇÃO E BREVE HISTÓRICO 7 
INTRODUÇÃO 8
HISTÓRICO 11
O TRANSPORTE MARÍTIMO 11
EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO 12
MERCADO NÁUTICO 12
CLUBES DE P&I 14
 2. ASPECTOS GERAIS DOS SEGUROS 
 DE CASCOS MARÍTIMOS 16
FINALIDADE DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 17
Informações Básicas para a Contratação do Seguro de Cascos Marítimos 17
OBJETO DO SEGURO 18
Classificação das Embarcações 18
Causas de Acidentes Aquaviários 19
Efeitos de Acidentes Aquaviários 19
VISTORIAS PRÉVIAS 20
BENS SEGURÁVEIS 20
Alguns Tipos de Navios e Embarcações 21
SEGURADOS 21
Beneficiários 23
SUMÁRIO
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
VALOR SEGURADO DA EMBARCAÇÃO 23
INDENIZAÇÃO 23
PRÊMIO 24
FRANQUIA DEDUTÍVEL / PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO 24
REINTEGRAÇÃO DO VALOR SEGURADO 24
SOCIEDADES CLASSIFICADORAS 25
PERDA TOTAL 26
AVARIAS 26
SINISTROS 29
 3. CONDIÇÕES GERAIS E COBERTURAS BÁSICAS 
 DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 30
RISCOS COBERTOS 31
Exemplos de Acidentes Envolvendo os Riscos Cobertos pelas Condições Gerais 32
RISCOS EXCLUÍDOS 34
PRAZO DO SEGURO 35
Início e Término de Cobertura 35
PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DO SEGURADO 36
MUDANÇA DE PROPRIEDADE 36
COBERTURAS BÁSICAS DO SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS 37
Cobertura Básica nº 1 37
Cobertura Básica nº 2 38
Cobertura Básica nº 3 38
 4. COBERTURAS COMPLEMENTARES 
 ESPECIAIS E ADICIONAIS 40
COBERTURAS COMPLEMENTARES 41
Cobertura Complementar nº 4 – Desembolso 41
Cobertura Complementar nº 5 – Responsabilidades Excedentes 41
Cobertura Complementar nº 6 – Valor Aumentado (VA) 42
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
COBERTURAS ESPECIAIS 42
Cobertura Especial nº 7 – Seguro de Construtores Navais (Builder’s Risks) 42
Cobertura Especial nº 8 – Responsabilidade Civil Complementar (P&I) 44
Cobertura Especial nº 9 – Guerra e Greves 45
COBERTURAS ADICIONAIS 46
 ESTUDOS DE CASO 47
 GABARITO 48
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49
7
UNIDADE 1
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
01
 ■ Entender os reflexos da 
expansão dos segmentos 
de navegação e de 
construção naval no Brasil, 
considerando a sua 
influência nos Seguros de 
Cascos Marítimos.
 ■ Situar-se sobre a 
exploração de petróleo no 
Brasil, correlacionando-a 
com o seguro de cascos 
marítimos.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Reconhecer as pessoas 
físicas e jurídicas que 
atuam no setor naval, 
considerando o tipo de 
atuação de cada uma 
delas.
 ■ Conhecer os Clubes de 
P & I, considerando a sua 
finalidade.
⊲ INTRODUÇÃO
⊲ HISTÓRICO
⊲ O TRANSPORTE MARÍTIMO
⊲ EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
⊲ MERCADO NÁUTICO
⊲ CLUBES DE P&I
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
INTRODUÇÃO 
e BREVE
HISTÓRICO
8
UNIDADE 1
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 INTRODUÇÃO 
O seguro de cascos marítimos cobre prejuízos por perdas e danos que 
atinjam qualquer tipo de embarcação ou equipamento que opere na 
água, em decorrência de acidentes. A empresa segurada e/ou seus 
beneficiários podem receber indenizações em dinheiro, reparações ou 
reposição de bens. O mesmo vale para os segurados/pessoas físicas.
As perdas e os danos indenizáveis referem-se não apenas à opera-
ção das embarcações ou equipamentos. O seguro também pode ser 
feito nos períodos de construção, paralisação, reparo ou desmonte da 
embarcação.
Nesse contexto, o corretor precisa conhecer, antes de tudo as termino-
logias técnicas, assim como saber identificar as partes que compõem 
a embarcação. Isso contribuirá para a melhor atuação do corretor na 
comercialização e atendimento desse seguro.
Vamos conhecer, a seguir, essas terminologias, com suas respectivas 
ilustrações:
UNIDADE 1
9SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
UNIDADE 1
10SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
UNIDADE 1
11SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 HISTÓRICO 
O Seguro Marítimo é a modalidade mais antiga de seguro. Surgiu por 
volta de 1350, e o que veio em seguida, o Seguro de Vida Individual, só 
surgiu 200 anos depois, em 1550. A maioria dos outros ramos surgiu em 
torno de 1900, como consequência da Revolução Industrial.
Em 1687, o Café Lloyd’s, de Londres, era a principal fonte de informa- 
ções sobre partidas e chegadas de navios, bem como sobre as condi- 
ções do mar, acidentes e perdas. O Café Lloyd’s, então, iria tornar-se 
o primeiro local de atuação dos operadores de seguros individuais, os 
chamados underwriters.
Em 1771, quase 100 anos após a inauguração do Café Lloyd’s, um grupo de 
empresários individuais que lá negociavam uniu-se na Society of Lloyd’s, 
passando a operar sob o código de conduta autorregula- mentado.
Esses membros originais do Lloyd’s – conhecidos como names – empe-
nhavam todo o seu patrimônio para cumprir a promessa de cobrir os 
prejuízos dos clientes e adotaram, no final do século XVIII, um contra-
to uniforme para o Seguro Marítimo, muito semelhante ao modelo atual. 
Desse modo, surgiu a mais famosa seguradora da história, a Lloyd’s, que 
continua sendo o benchmarking (aferição) para a atividade seguradora.
 O TRANSPORTE MARÍTIMO 
As transações comerciais entre os países envolvendo importações e 
exportações de mercadorias são predominantemente realizadas por 
navios mercantes.
O Transporte Marítimo tem uma participação superior a 90% sobre todo o 
comércio internacional de commodities, implicando em aumento exponen-
cial da demanda por embarcações com tecnologias avançadas, velozes, 
econômicas e com capacidades crescentes para o transporte de diversos 
tipos de mercadorias.
O Brasil destaca-se no comércio exterior como um país com volumes 
expressivos de exportações de commodities (ex.: minérios e grãos), o que 
causa vulnerabilidade em relação às variações nos custos de fretes na con-
dição de dependência de navios de bandeira estrangeira.
Observação
Este material didático está 
pautado nas Condições 
Padronizadas da Apólice 
Brasileira de Cascos – 
Marítimos e na legislação 
prevista em normativos da 
SUSEP – Superintendência de 
Seguros Privados.
As seguradoras podem 
comercializar produtos 
específicos mediante 
aprovaçãoprévia, sob número 
exclusivo de processo, do 
órgão fiscalizador de 
seguros – SUSEP.
UNIDADE 1
12SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO 
Entre os setores em crescimento na economia nacional destaca-se o seg-
mento de prospecção e exploração de petróleo, com ênfase no pré-sal.
Além das plataformas, há aumento significativo na demanda por novas uni-
dades de apoio, incluindo navios especializados, rebocadores e supply boats 
(embarcações de apoio, suporte), acarretando o incremento da frota de offsho-
re e encomendas crescentes aos estaleiros nacionais de construção naval.
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natu-
ral e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo no Brasil cresceu 5,5% 
em 2020. Desde 2016, a alta acumulada chega a 17,1%.
(https://agenciabrasil.ebc.com.br/).
 MERCADO NÁUTICO 
A prospecção acelerada de novos estaleiros no Brasil voltados para cons-
trução de lanchas, iates e veleiros é uma consequência da expansão 
relevante desse setor que demonstra grande apetite pelo consumo por 
embarcações de esporte e recreio cada vez mais sofisticadas.
Reflexos no Mercado Segurador Brasileiro 
Consequentes da Expansão dos Segmentos 
de Navegação e Construção Naval
Os valores agregados das embarcações, riscos de responsabilidades envolvi-
dos e cláusulas contratuais com credores não permitem que bens e empreen-
dimentos do setor naval dispensem a contratação de seguros no Ramo de 
Cascos Marítimos.
Os dados estatísticos acerca das atividades do mercado segurador nacio-
nal, por sua vez, comprovam o crescimento efetivo nas diversas modalida-
https://agenciabrasil.ebc.com.br/
UNIDADE 1
13SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
des de Seguros Marítimos.
Podemos verificar, no quadro abaixo, a evolução no volume de prêmios 
diretos da carteira de seguros Marítimos, nos últimos 5 anos.
ANO VOLUME DE PRÊMIOS DIRETOS
2016 R$ 255.522.862,00
2017 R$ 227.581.303,00
2018 R$ 224.139.820,00
2019 R$ 228.299.905,00
2020 R$ 301.752.630,00 (até 11/2020)
Exemplos de Pessoas Físicas ou 
Jurídicas Atuantes no Setor Naval
 ■ agências marítimas;
 ■ armadores;
 ■ árbitros reguladores de avarias marítimas;
 ■ associações de práticos;
 ■ autoridades marítimas;
 ■ bancos de fomento;
 ■ bancos privados;
 ■ clubes náuticos;
 ■ clubes de P&I (Proteção e Indenização);
 ■ comissários de avarias;
 ■ corretores de seguros;
 ■ estaleiros de construção e/ou reparos navais;
 ■ empresas de navegação;
 ■ feiras náuticas;
 ■ marinas;
 ■ peritos navais;
 ■ portos;
 ■ sociedades classificadoras;
 ■ seguradoras; 
 ■ tribunais marítimos.
UNIDADE 1
14SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 CLUBES DE P&I 
Muitas vezes confundidos com seguradoras, os Clubes de P&I são, na verda-
de, associações de proteção e indenização de armadores – proprietários e/
ou operadores de embarcações comerciais. Tais associações são fundamen-
tadas no princípio do mutualismo, com o objetivo de proteger os armadores 
dos riscos não cobertos pelos seguros de casco, que originalmente ratea-
vam, entre os integrantes, os prejuízos provenientes de incidentes ocorri-
dos com algum deles. Atualmente, possuem fundo de reserva formado com 
base no pagamento de prêmios por associados para liquidação de sinistros.
Organização:
 ■ Diretores: como em qualquer clube, a diretoria, que decide sobre as 
políticas do clube, é formada por integrantes do corpo de associados;
 ■ Administradores: são profissionais de notório conhecimento nas 
áreas jurídica, de seguros, estatística, aos quais são delegadas as 
tarefas burocráticas pela Diretoria; 
 ■ Correspondentes: compõem-se da rede internacional credenciada 
e mantida pelo clube com o objetivo de prestar assistência local 
aos seus associados.
Serviços Oferecidos:
 ■ Manutenção de base de dados com informações sobre alterações 
jurídicas e governamentais em todo o mundo, obtidas por meio de 
seus correspondentes, com o objetivo de proteger seus associados;
 ■ Defesa e/ou indenização de seus filiados em todo o mundo com 
relação a sinistros em que se estejam envolvidos, assim como 
complementação de eventuais indenizações a terceiros; 
 ■ Fornecimento de garantias necessárias à continuidade da opera-
ção de navios pertencentes a seus aliados, incluindo fiança para 
liberação de navios arrestados (se cobertos) e emissão de “certifi-
cados de responsabilidade financeira” para riscos de poluição por 
óleo ou transporte de cargas nocivas.
Riscos Cobertos:
 ■ Reclamações por acidentes pessoais;
 ■ Reclamações de tripulantes;
 ■ Reclamações por abalroamento;
 ■ Reclamações por poluição;
 ■ Reclamações por danos a objetos fixos ou flutuantes;
UNIDADE 1
15SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ Reclamações por avarias ou perdas à carga transportada;
 ■ Diversos, inclusive remoção de derrelito ou casco submerso;
 ■ Cobertura de responsabilidade do afretador;
 ■ Responsabilidade debaixo dos conhecimentos de transporte;
 ■ Responsabilidades assumidas no contrato de afretamento;
 ■ Responsabilidade por acidentes pessoais;
 ■ Responsabilidade resultante de garantia de porto seguro;
 ■ Cobertura de Freight, Demurrage and Defense; 
 ■ Cobertura de greve – Strike Cover.
Riscos Não Cobertos
 ■ Riscos decorrentes de desvio – Deviation Cover;
 ■ Transporte de carga em convés com conhecimento de porão;
 ■ Riscos decorrentes de prestação de reboque; 
 ■ Riscos por danos a contêineres.
Saiba mais
Atualmente, existem cerca de 
30 Clubes de P&I no mundo, 
a maioria constituída na 
Inglaterra e na Escandinávia. 
Nos Estados Unidos, há 
apenas 1, e nenhum fundado 
no Brasil.
16
UNIDADE 2
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
02
 ■ Compreender a finalidade 
e o objeto do seguro 
de cascos marítimos, 
considerando situações 
práticas do setor.
 ■ Entender como é definido 
o valor segurado de uma 
embarcação, considerando 
as variáveis interferentes 
que caracterizam o setor 
náutico.
 ■ Conhecer a classificação 
das embarcações, 
considerando a 
importância das 
sociedades classificadoras.
 ■ Compreender o significado 
dos principais conceitos 
envolvendo os seguros de 
cascos marítimos.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Entender como é definido 
o valor segurado de uma 
embarcação, considerando 
as regras de mercado 
vigentes.
 ■ Compreender como ocorre 
a aplicação de franquia 
e de participação do 
segurado nos sinistros, 
considerando as práticas 
mercadológicas e a 
legislação vigente do setor.
 ■ Compreender como 
funciona a reintegração 
da importância segurada 
em caso de sinistro, 
reconhecendo as 
práticas de mercado e 
considerando a legislação 
vigente do setor.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
ASPECTOS 
GERAIS dos 
SEGUROS de
CASCOS MARÍTIMOS
⊲ FINALIDADE DO SEGURO 
DE CASCOS MARÍTIMOS
⊲ OBJETO DO SEGURO
⊲ VISTORIAS PRÉVIAS
⊲ BENS SEGURÁVEIS
⊲ SEGURADOS
⊲ VALOR SEGURADO 
DA EMBARCAÇÃO
⊲ INDENIZAÇÃO
⊲ PRÊMIO
⊲ FRANQUIA DEDUTÍVEL/ 
PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO
⊲ REINTEGRAÇÃO DO 
VALOR SEGURADO
⊲ SOCIEDADES 
CLASSIFICADORAS
⊲ PERDA TOTAL
⊲ AVARIAS
⊲ SINISTROS
17
UNIDADE 2
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 FINALIDADE DO SEGURO 
 DE CASCOS MARÍTIMOS 
O Seguro de Cascos Marítimos objetiva garantir ao segurado e/ou 
beneficiário(s) indenizações pecuniárias, reparações ou reposições de 
bens, em conformidade com os riscos cobertos e os termos previstos 
nas Condições Gerais, Particulares e Especiais da apólice, previamente 
acordados entre as partes envolvidas (proponentes, corretores, credores 
hipotecários e seguradores) por meio de um instrumento denominado 
proposta de seguro.
 — Informações Básicas para 
a Contratação do Seguro 
de Cascos Marítimos
Para a contratação de qualquer das coberturas do Seguro de Cascos Marí-
timos, são indispensáveis as seguintes informações:
 ■ nome da embarcação (indicar o nome anterior caso tenha sido 
modificado);
 ■ nome/histórico do segurado(proprietário atual e anteriores, se 
houver);
 ■ ano de construção;
 ■ tonelagem de porte bruto – TPB;
 ■ âmbito da navegação;
 ■ tipo de navio;
UNIDADE 2
18SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ tipo de propulsão;
 ■ tipo de potência dos motores;
 ■ material em que a embarcação é construída;
 ■ atividade a que a embarcação se destina;
 ■ número de inscrição da embarcação na Capitania dos Portos (para 
embarcação de esporte e recreio);
 ■ sinistralidade dos últimos quatro anos; 
 ■ registro no Tribunal Marítimo.
 OBJETO DO SEGURO 
O Seguro de Cascos Marítimos é uma proteção pela qual a seguradora 
aceita assumir, mediante cobrança de prêmio, a incerteza da ocorrência 
do acidente marítimo e indenizar, de acordo com a garantia contratada na 
apólice, os prejuízos sofridos pelo segurado e/ou beneficiário por per-
das ou danos decorrentes de acidente com a embarcação durante sua 
construção, operação, paralisação, reparo ou, até mesmo, seu desmonte. 
É o seguro para quaisquer tipos de embarcações ou equipamentos desti-
nados a operar na água.
 — Classificação das Embarcações
A classificação das embarcações é prevista pelo Decreto 2.596/98, que 
regulamenta a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário.
Quanto à Navegação
 ■ Mar Aberto – realizada em águas marítimas consideradas desa-
brigadas, podendo ser:
 » de longo curso ou alto mar: realizada entre portos brasileiros 
e estrangeiros;
 » de pequena ou grande cabotagem: realizada entre portos 
do litoral brasileiro;
 » de apoio marítimo: realizada para o apoio logístico a embar-
cações e/ou instalações em águas territoriais nacionais, como 
as plataformas de petróleo; 
 ■ Interior – realizada em hidrovias, como rios, lagos, canais, lagoas, 
baías e enseadas.
UNIDADE 2
19SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Quanto à Propulsão
A motor, a vela, a remo ou mesmo sem propulsão própria.
Quanto ao Serviço ou Atividade
Transporte de passageiros, transporte de carga, esporte ou recreio, pesca, 
pesquisa científica.
 — Causas de Acidentes Aquaviários
O seguro de Cascos Marítimos cobre, principalmente, as perdas e danos 
decorrentes de acidentes aquaviários.
As causas de acidentes aquaviários podem ser classificadas em três gru-
pos de fatores de risco: fatores de risco inerentes à natureza, fatores 
provocados pelo homem e fatores que independem de um ou de outro.
Analisaremos, a seguir, cada um desses fatores:
 ■ Fatores de risco inerentes à natureza: fortuna do mar: tempes-
tades, naufrágios, encalhes, raios, terremotos, maremotos, cerra-
ções, vendavais e correntezas;
 ■ Fatores provocados pelo homem: algumas causas de aciden-
tes aquaviários podem ser atribuídas a fatores provocados pelo 
homem, quais sejam: abalroação, arribada, varação, negligência, 
barataria, colisão, alijamento, dentre outros; 
 ■ Fatores que independem da ação da natureza ou do homem: 
incêndio ou explosão.
 — Efeitos de Acidentes Aquaviários
Os efeitos de riscos de acidentes e fatos na navegação podem ser de três tipos:
 ■ Danos físicos – perda total real ou construtiva e avarias particulares;
 ■ Danos financeiros – despesas de assistência e salvamento (inclu-
sive recompensa), perda de frete e contribuição na avaria grossa, 
honorários e despesas com docagem, rancho, soldadas, combus-
tíveis, taxas portuárias e análises de orçamento; 
 ■ Responsabilidades – reparação de danos físicos a outras embar-
cações, carga e objetos fixos e flutuantes, indenização por perda 
de vidas e danos pessoais (doenças e invalidez), poluição, obri-
gação de remover o casco afundado/destroços, indenização de 
lucros cessantes.
UNIDADE 2
20SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 VISTORIAS PRÉVIAS 
Os laudos de vistorias prévias são instrumentos que servem de base para 
aceitação de riscos e precificação por subscritores das seguradoras.
As inspeções prévias são realizadas nas embarcações por peritos espe-
cializados (autônomos) indicados por seguradores. São válidas por 2 anos, 
desde que não haja interrupção do seguro.
Nos relatórios de inspeções são discriminadas as condições físicas de 
embarcações, status de certidões e documentos expedidos por autori-
dades marítimas, bem como as respectivas avaliações para definição de 
valores segurados.
Os documentos utilizados por seguradores para analisarem e subscreve-
rem riscos inerentes à construção naval são o cronograma físico/financeiro 
da obra e o contrato de construção celebrado pelo estaleiro construtor, 
contratante (armador e/ou proprietário da embarcação) e órgão financia-
dor da construção.
 BENS SEGURÁVEIS 
Podem ser objeto do seguro em apólices de Seguros de Cascos Marítimos:
 ■ balsas;
 ■ cábreas;
 ■ chatas;
 ■ diques flutuantes;
 ■ dragas;
 ■ embarcações de turismo;
 ■ embarcações em construção;
 ■ embarcações para transporte de passageiros;
 ■ escunas;
 ■ iates;
 ■ jet-boat;
 ■ jet-ski;
 ■ lanchas;
 ■ navios (petroleiros, tanques, carga geral, graneleiro, gaseiros, 
ore-oil, químico, porta-contêiner, roll-on roll-off);
 ■ rebocadores;
UNIDADE 2
21SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ saveiros;
 ■ supply boats;
 ■ unidades de apoio a plataformas de petróleo; 
 ■ veleiros.
 — Alguns Tipos de Navios e 
Embarcações
 SEGURADOS 
Podem ser segurados, nos Seguros de Cascos Marítimos, pessoas físicas 
ou jurídicas que exerçam atividades ligadas à navegação e/ou construção 
naval e que possuam interesse no objeto do seguro, por exemplo:
Navio tanque Navio porta-contêiner
Navio graneleiro Navio de carga geral
http://cybervida.com.br 
UNIDADE 2
22SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Navio gaseiro Navio roll-on/roll-off
Balsa
Chata
Cábrea
Supply boat
UNIDADE 2
23SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ afretadores de embarcações;
 ■ armadores e/ou proprietários de navios;
 ■ construtores navais;
 ■ empresas de navegação;
 ■ empresas de offshore;
 ■ proprietários de embarcações de esporte e/ou recreio;
 ■ reparadores navais; 
 ■ velejadores.
 — Beneficiários
Além dos próprios segurados, podem constar da apólice como beneficiá-
rios instituições que tenham financiado a aquisição ou a construção de 
embarcações.
 VALOR SEGURADO 
 DA EMBARCAÇÃO 
O valor segurado é ajustado entre o segurado e a seguradora, com base 
em laudo de inspeção de vistoria prévia.
A contratação de seguro por importância inferior ao valor ajustado implica-
rá a aplicação de rateio, mediante participação proporcional do segurado 
sobre os prejuízos indenizáveis.
 INDENIZAÇÃO 
Em algumas circunstâncias, a indenização é feita por reembolso, o que 
significa que o segurado deve pagar as despesas e depois solicitar o reem-
bolso. Na prática, a seguradora, dependendo dos valores envolvidos, libe-
ra adiantamentos à medida que forem aprovados por perito vistoriador do 
sinistro e recomendados pelo regulador.
Os sinistros são à base de ocorrência. São indenizados, portanto, pela apó-
lice em vigor na data da ocorrência do acidente.
UNIDADE 2
24SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 PRÊMIO 
O prêmio é calculado em função do local de navegação e das caracte-
rísticas da embarcação, da quantidade de embarcações seguradas e da 
experiência do segurado.
O local de navegação e a área geográfica da cobertura, bem como o tipo 
de serviço, têm que estar de acordo com o registro da embarcação na 
Capitania dos Portos.
Com as informações sobre o tipo de propulsão, o tipo de serviço, o tipo 
de material de construção e a idade da embarcação, é possível enquadrar 
essa embarcação na maioria das tarifas e, assim, obter a taxa referencial a 
ser utilizada no cálculo do prêmio.
 FRANQUIA DEDUTÍVEL / 
 PARTICIPAÇÃO DO SEGURADO 
Nos Seguros de Cascos Marítimos, a franquia é obrigatória e aplicável 
sobre os prejuízos indenizáveis, exceto em casos de perda total real ou 
construtiva, e sinistros decorrentes de Avaria Grossa.
Além da franquia, poderá constar na apólice, uma cláusula de participaçãoproporcional do segurado sobre os prejuízos indenizáveis.
 REINTEGRAÇÃO DO 
 VALOR SEGURADO 
Em caso de sinistro, a reintegração da importância segurada deverá ser 
negociada caso a caso entre segurado e seguradora.
A reintegração poderá ser automática, ou seja, sem a necessidade de soli-
citação do segurado, ou mediante pagamento de prêmio adicional.
UNIDADE 2
25SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 SOCIEDADES 
 CLASSIFICADORAS 
São entidades reconhecidas internacionalmente para classificação de 
embarcações e plataformas marítimas.
Por meio de avaliações de projetos navais e inspeções periódicas, essas 
entidades emitem, mediante fundamentos e padrões técnicos, certifica-
ções inerentes à segurança, navegabilidade, capacidade para transporte 
de passageiros e cargas, condição de máquinas/motores, equipamentos 
de salvatagem e extinção de incêndios.
As certidões emitidas pelas sociedades classificadoras constituem instru-
mentos essenciais para avaliação de riscos marítimos pelos seguradores.
Conceito básico atual de Classificação de Navios:
■ determinar padrões, desenvolvendo Regras de Classificação para
a construção e manutenção de navios;
■ acompanhamento e verificação de obediência às Regras de Clas-
sificação;
■ aprovação de projetos e especificações, inspeção de materiais e
componentes e acompanhamento de construção de navios;
■ testes ao término da obra;
■ vistorias e inspeções periódicas ao longo da vida do navio para
verificar e garantir que a obediência aos padrões requeridos seja
mantida;
■ documentação comprovante de cumprimento de exigências e
padrões aplicáveis (Certificados de Classe, Relatórios de Vistoria
e Testes).
Existem cerca de 16 Sociedades classificadoras conhecidas, entre as quais 
podemos citar: American Bureau of Shipping; Bureau Veritas Ltda; Bureau 
Colombo Ltda; Lloyd´s Register do Brasil; Nippon Kaiji Kiokai do Brasil.
UNIDADE 2
26SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
PERDA TOTAL 
A perda total pode ser real ou construtiva.
Ocorre a perda total real quando o:
a) objeto segurado é destruído ou tão extensamente danificado
que deixa de ter as características da coisa segurada;
b) segurado fica irremediavelmente privado do objeto ou interesse
segurado ou
c) objeto segurado é dado como desaparecido.
Ocorre a perda total construtiva quando o:
a) objeto segurado pode ser abandonado à seguradora em razão
de ser inevitável a perda total real ou
b) custo de preservação, recuperação, reparação e/ou reconstru-
ção do objeto segurado for igual ou superior a 75% do valor em
risco da embarcação.
 AVARIAS 
Todos os danos extraordinários que acontecem ao navio e/ou à carga em 
viagem são considerados avarias.
As avarias são classificadas em avaria grossa (ou avaria comum) ou ava-
ria particular:
■ Avaria particular – toda despesa extraordinária ou dano causado
ao navio ou à carga, que recai somente sobre o objeto que a sofre
e só afeta o dono do objeto avariado, com ausência da vontade
dos interessados no ato que determinou a despesa ou provocou
o dano.
■ Avaria grossa – sacrifício e /ou despesas extraordinárias, inten-
cionalmente e razoavelmente realizadas para a segurança comum,
com intuito de preservar de um perigo os bens envolvidos na mes-
ma aventura marítima.
Os prejuízos decorrentes da avaria grossa devem ser rateados por todos 
os interessados na aventura marítima: navio, carga e frete.
UNIDADE 2
27SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
A avaria grossa tem dois objetivos básicos:
1. o salvamento do navio e/ou da carga; 
2. a continuação da viagem programada até o porto de destino, no 
próprio navio ou por outros meios, com o carregamento total ou 
parcial em perfeito estado ou avariado.
Os prejuízos classificados como avaria grossa podem ser divididos em 
duas origens: sacrifícios e despesas.
 ■ Sacrifício – é todo dano material sofrido por um bem, seja devido 
a um ato direto ou em consequência de ato de avaria grossa, pro-
vocada intencionalmente, visando ao salvamento do restante dos 
interesses envolvidos na aventura marítima comum.
Exemplo: alijamento (lançamento de parte da carga ao mar, para 
aliviar o peso do navio, permitindo, assim, que a viagem prossiga).
 ■ Despesa – entende-se por despesa, os gastos extraordinários 
realizados para salvar o navio, a carga, o frete ou todo o conjunto 
que compõe aquela aventura marítima.
Exemplo: contratação extraordinária de um rebocador para salvar 
a expedição em caso de perigo iminente de colisão, encalhe ou 
outro dano, em virtude de perda dos propulsores do navio.
O levantamento de danos e despesas de uma avaria grossa é feito por pro-
fissional especializado em avarias marítimas, chamado árbitro regulador. 
Cabe a ele calcular as partes devidas a cada um dos interessados.
O sacrifício ou a despesa que resulta em avaria grossa deve ser feito para 
a segurança comum, contra risco imediato e grave, presente, atual e certo, 
que afete a expedição marítima e não apenas o navio.
O sacrifício imposto deve ser deliberado, ou seja, provocado por decisão 
expressa do capitão e dos principais tripulantes. É necessário, também, 
que o sacrifício apresente resultado útil, ou seja, pelo sacrifício imposto 
devem ser salvos, no todo ou em parte, navio e mercadoria.
UNIDADE 2
28SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Avaria grossa. Perigo iminente: navio 
encalha e corre risco de naufragar.
Começa o vazamento de combustível.
O armador declara avaria grossa, em função dos custos despendidos na tentativa de 
salvar o navio e a carga (contratação de rebocadores).
Avaria grossa. Manobras não surtem 
efeito desejado.
A carga se perde.
Avaria particular
UNIDADE 2
29SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 SINISTROS 
Por ocasião do acidente, o segurado deve ser orientado a agir, diligenciar 
e providenciar o que for necessário para defesa, salvaguarda e recupera-
ção do objeto segurado ou qualquer parte deste, bem como para prevenir 
perdas e danos e minimizar as suas consequências, se possível, com a 
concordância da seguradora, sendo que todas as despesas adequadas e 
razoáveis em que o segurado incorrer serão reembolsadas.
O aviso de sinistro deve ser prontamente preenchido e encaminhado à 
seguradora, antes da realização da vistoria, para que a seguradora, se o 
desejar, designe seu próprio vistoriador. A falta de notícias da embarcação 
por um período extraordinário de tempo também deve ser avisada.
O pedido de indenização deve ser instruído, em especial, se o segurado 
optar por abandono, hipótese em que a caracterização de perda total cons-
trutiva deve ser fundamentada.
O segurado tem direito de fazer o abandono da embarcação e/ou de outro 
interesse segurado e pleitear o pagamento da importância segurada quan-
do ocorrer perda total. Pode também optar por reparo e pleitear o paga-
mento de indenização sob a cobertura de avaria particular (se contratada 
naturalmente).
Se não houver dúvidas, o laudo de vistoria e de regulação é suficiente para 
regular ou liquidar o sinistro. Se houver dúvidas, aguarda-se o pronuncia-
mento do Tribunal Marítimo. O laudo deve informar a causa, extensão e 
natureza dos danos, bem como a responsabilidade por esses danos.
30
UNIDADE 3
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
03
 ■ Conhecer as principais 
cláusulas das Condições 
Gerais do Seguro de 
Cascos Marítimos, bem 
como os principais 
riscos cobertos e 
excluídos da Apólice 
Brasileira, considerando a 
regulamentação vigente no 
setor de Seguro de Cascos 
Marítimos.
 ■ Compreender o 
funcionamento e a 
aplicabilidade das 
Coberturas Básicas 
do Seguro de Cascos 
Marítimos, considerando 
situações práticas.
 ■ Identificar a melhor 
cobertura a ser oferecida 
ao segurado de acordo 
com o risco.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CONDIÇÕES GERAIS e
COBERTURAS BÁSICAS 
do SEGURO de
CASCOS MARÍTIMOS
⊲ RISCOS COBERTOS
⊲ RISCOS EXCLUÍDOS
⊲ PRAZO DO SEGURO
⊲ PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES 
DOSEGURADO
⊲ MUDANÇA 
DE PROPRIEDADE
⊲ COBERTURAS BÁSICAS 
DO SEGURO DE 
CASCOS MARÍTIMOS
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
31
UNIDADE 3
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
N
as atividades marítimas, existem riscos que podem causar 
prejuízos materiais ou financeiros aos segurados e/ou bene-
ficiários.
O conjunto de coberturas previstas nos Seguros de Cascos 
Marítimos objetiva a preservação de interesses de segurados e/ou bene-
ficiários em riscos inerentes às atividades marítimas de diversos tipos de 
embarcações, incluindo viagens, operações portuárias, pesca, docagens, 
reparos, práticas náuticas e construção naval.
 RISCOS COBERTOS 
As Condições Gerais da Apólice Brasileira de Seguro de Cascos Marítimos 
preveem cobertura para os seguintes riscos:
 ■ abalroação – choque entre duas ou mais embarcações;
 ■ fortuna do mar – todos os eventos oriundos de casos fortuitos ou 
força maior acontecidos no mar (tempestades, naufrágios, enca-
lhes, raios, terremotos, maremotos);
 ■ alijamento – lançamento ao mar de parte da carga ou de qualquer 
item a bordo de um navio ou o corte de mastros, velas ou outros 
equipamentos com o objetivo de torná-lo mais leve em caso de 
necessidade ou emergência;
 ■ barataria – todo e qualquer ato por natureza criminosa praticado 
pelo capitão no exercício da função, ou pela tripulação, que pro-
voque dano grave ao navio ou à carga, em oposição à presumida 
vontade do dono do navio. É a rebeldia;
UNIDADE 3
32SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ varação – encalhe provocado deliberadamente para conserto ou 
abrigo de embarcação;
 ■ naufrágio – afundamento de embarcação;
 ■ explosões, pane de motores e geradores e estouro de caldeiras;
 ■ quebras de eixos;
 ■ acidentes durante movimentação de carga, abastecimento de 
embarcação, entrada e saída de diques, carreiras ou rampas;
 ■ negligência do capitão, oficiais, tripulantes ou práticos;
 ■ negligência de afretadores e/ou reparadores; 
 ■ contato com aeronaves.
 — Exemplos de Acidentes 
Envolvendo os Riscos Cobertos 
pelas Condições Gerais
Abalroação
Fortuna do mar
UNIDADE 3
33SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Varação (encalhe deliberado)
Naufrágio
Explosões, pane de motores e geradores e estouro de caldeiras
UNIDADE 3
34SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 RISCOS EXCLUÍDOS 
Estão excluídos da cobertura dos Seguros de Cascos Marítimos, os prejuí-
zos causados ou atribuíveis a situações, fatos ou riscos definidos a seguir:
 ■ Falta de condições de navegabilidade – diz respeito à conserva-
ção e ao funcionamento da embarcação. Dependendo da situação 
e do estado, a embarcação poderá ser considerada sem condi-
ções de navegabilidade.
 ■ Vício próprio – dano causado em função de características intrín-
secas do objeto segurado, sem que tenha havido causa externa.
 ■ Uso, desgaste e deterioração – causados normalmente por 
atrito que acontece aos poucos durante os anos de operação 
do objeto segurado. Danos evidenciados ao longo da vida útil 
de determinada embarcação.
 ■ Fato de segurado – procedimento incorreto (por ação ou omis-
são) de segurado, que tenha causado prejuízo. Exemplo: permitir 
tripulação não habilitada.
 ■ Operações ilícitas – Exemplos: contrabando, tráfico ou comércio 
ilícito.
 ■ Desvio de rota – ocorre quando a embarcação segue rota dife-
rente da pretendida, do porto de origem ao de destino, àquela pre-
vista em um contrato de seguro.
 ■ Roedura por vermes – danos causados à embarcação ou a seus 
pertences por roeduras ou perfurações feitas por vermes, insetos 
ou outros bichos.
Acidentes durante movimentação de carga
UNIDADE 3
35SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ Lucros cessantes, poluição, roubo e furto.
 ■ Riscos de guerra, greve e correlatos – captura, sequestro, arres-
to, retenção, detenção, hostilidades e operações bélicas, contato 
com minas, torpedos ou engenhos de guerra semelhantes, deto-
nação de explosivos ou uso de qualquer arma de guerra em atos 
maliciosos ou políticos.
 PRAZO DO SEGURO 
Os Seguros de Cascos Marítimos são contratados, geralmente, pelo prazo 
máximo de 12 meses.
Nos Seguros para Construtores Navais, a vigência é o período de constru-
ção previsto no contrato da obra, celebrado entre o estaleiro e o adquiren-
te da embarcação.
 — Início e Término de Cobertura
Os Seguros de Cascos Marítimos podem ser contratados nas seguintes 
situações: 
 ■ durante a construção, reparo ou desmonte em quaisquer diques, 
estaleiros ou rampas;
 ■ durante as paralisações em quaisquer portos ou ancoradouros; 
 ■ durante as operações em quaisquer mares e oceanos, rios, lagoas, 
canais ou outra via navegável.
Nos seguros contratados por viagem, a cobertura entra em vigor quando 
no porto ou lugar de origem, a embarcação desamarra ou suspende ferro 
e expira às 24 horas locais do dia seguinte àquele em que, em boas condi-
ções de segurança, a embarcação amarra ou fundeia.
No caso de embarcação com carga, a cobertura entra em vigor quando 
tem início seu carregamento e expira às 24 horas locais do dia seguinte 
àquele em que termina sua descarga no porto de destino final da viagem.
Nos seguros com prazo determinado, a cobertura tem início às 24 horas 
dos dias indicados na apólice.
UNIDADE 3
36SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES 
 DO SEGURADO 
 ■ Deve estar ciente das medidas conservatórias e preventivas que 
consistem na obrigação de agir como se não tivesse seguro e, 
sempre que possível, agir em concordância com a seguradora, o 
que não implica prévio reconhecimento de cobertura para risco.
 ■ Deve saber que a tripulação tem que ser habilitada de acordo com a 
lei e com as exigências de autoridades portuárias. Segurado, arma-
dor ou administrador devem diligenciar no sentido de evitar infra-
ções de leis e regulamentos, especialmente em relação à navega-
ção e ao serviço para o qual a embarcação está autorizada.
 ■ Deve saber que é responsável pela manutenção de condições 
de conservação e funcionamento da embarcação, verificadas 
por meio de vistorias da Capitania dos Portos, das sociedades clas-
sificadoras e de peritos indicados pela seguradora. A negligência 
caracterizada ou a omissão culposa do segurado, no cumprimento 
dessa obrigação, é considerada fato de segurado (risco excluído).
 MUDANÇA 
 DE PROPRIEDADE 
O principal fator de risco é a experiência do operador. Por essa razão, 
caso haja mudança (voluntária ou não) de propriedade, posse, controle 
ou bandeira da embarcação, a não ser que a seguradora concorde por 
escrito com que assim ocorra, a apólice estará automaticamente cance-
lada. A concordância ou não da seguradora vai depender de análise das 
experiências do atual e do novo operador, bem como da mudança ou não 
de tripulação.
UNIDADE 3
37SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 COBERTURAS BÁSICAS 
 DO SEGURO DE 
 CASCOS MARÍTIMOS 
Uma apólice de seguro precisa conter pelo menos uma cobertura. Sem 
essa cobertura considerada básica, a apólice não pode ser emitida. Con-
forme veremos a seguir, uma apólice de Seguro de Cascos Marítimos pos-
sui três coberturas básicas.
 — Cobertura Básica nº 1
É a cobertura mínima do Seguro de Cascos Marítimos que abrange:
 ■ Perda Total (PT) (real ou construtiva);
 ■ Assistência e Salvamento (AS); 
 ■ Avaria Grossa (AG).
Vimos, na Unidade 2, as definições de perda total e de avaria grossa.
Cobertura de Assistência e Salvamento
Toda embarcação é obrigada a prestar esse auxilio, desde que tal atitu-
de não acarrete sério risco para a embarcação assistente ou para sua 
tripulação.
O princípio doutrinário básico relativo ao salvamento de embarcação em 
perigo e suas cargas é aquele que estabelece que qualquer um que par-
ticipe de salvamento de uma embarcação e/ou sua carga perfaz direito 
a recompensa (remuneração), e aqueles que têm a propriedade assim 
salva devem contribuir para o pagamentode recompensa proporcional-
mente ao valor da propriedade.
Quanto à remuneração nos casos de salvamento, cabe destacar os seguin-
tes princípios:
 ■ nenhuma remuneração é devida se o socorro não produzir resul-
tado útil;
 ■ em nenhum caso, a soma paga pode ultrapassar o valor das coisas 
salvas; 
 ■ a remuneração é devida mesmo quando o salvamento tiver lugar 
entre navios pertencentes ao mesmo proprietário.
UNIDADE 3
38SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 — Cobertura Básica nº 2
Abrange os riscos previstos na Cobertura Básica nº 1 – Perda Total (PT), 
Assistência e Salvamento (AS), Avaria Grossa (AG) e a cobertura de Res-
ponsabilidade Civil por Abalroação (RCA).
Cobertura de Responsabilidade 
Civil por Abalroação
Nessa cobertura, acrescenta-se, além das previstas na Cobertura Bási-
ca nº 1, a responsabilidade civil por abalroação, que diz respeito ao 
reembolso de ¾ da indenização que, em consequência da abalroação 
entre a embarcação segurada e outra ou outras embarcações, o segu-
rado venha a ser obrigado a pagar por força de lei e de regulamentos, 
e efetivamente pague a terceiros, por perdas ou danos materiais, lucros 
cessantes e/ou outros prejuízos e despesas, por arbitramento ou deci-
são de autoridade competente.
A cobertura pretendida sob essa cláusula, entretanto, em nenhuma hipó-
tese, abrangerá a prestação de qualquer fiança ou garantia, nem qualquer 
garantia que o segurado pague ou seja obrigado a despender ou pagar, 
em consequência de, ou com respeito a: 
 ■ remoção de obstáculos à navegação, destroços, cargas ou qual-
quer outra coisa por imposição de lei ou de regulamento;
 ■ perda ou dano real ou potencial causados a qualquer objeto, bem 
ou propriedade que não seja outra embarcação ou bem a bordo 
dela;
 ■ poluição ou contaminação de qualquer objeto, bem, propriedade, 
área ou local, seja qual for, excetuadas, unicamente, a poluição ou 
contaminação de outra embarcação (e de bens a bordo desta) com 
a qual a embarcação segurada tenha abalroado;
 ■ carga ou outro bem a bordo de embarcação segurada; 
 ■ perda de vidas ou danos a pessoas a bordo de embarcação segu-
rada ou em qualquer outra embarcação ou local.
 — Cobertura Básica nº 3
É a mais ampla das coberturas básicas, que abrange os riscos previstos 
nas Coberturas Básicas nºs 1 e 2, acrescentando-se a avaria particular.
UNIDADE 3
39SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Avaria Particular
A cobertura de avaria particular diz respeito a perdas e danos ou avarias 
sofridas pela embarcação que não se caracterizem como avaria grossa 
ou perda total construtiva.
Na avaria particular, são admitidos os custos e despesas decorrentes 
de reparos e de substituições, os honorários e despesas de regulação 
de avaria e outros custos e despesas admitidos pelo regulador e pela 
seguradora.
Assistência e salvamento
40
UNIDADE 4
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
04
 ■ Compreender o funcionamento e a 
aplicabilidade das principais coberturas 
complementares, especiais e adicionais do 
Seguro de Cascos Marítimos.
⊲ COBERTURAS COMPLEMENTARES
⊲ COBERTURAS ESPECIAIS
⊲ COBERTURAS ADICIONAIS
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
COBERTURAS 
COMPLEMENTARES
ESPECIAIS e ADICIONAIS
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
41
UNIDADE 4
SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 COBERTURAS COMPLEMENTARES 
Mediante pagamento de prêmio adicional, uma cobertura básica pode ser 
complementada por outras garantias. No Seguro de Cascos Marítimos, as 
chamadas coberturas complementares não podem existir por conta pró-
pria, sem que haja contratação e manutenção de uma das coberturas bási-
cas (1, 2 e 3).
As coberturas complementares são numeradas de 4 a 6.
 — Cobertura Complementar 
nº 4 – Desembolso
Mediante pagamento de prêmio adicional correspondente, a segura-
dora garantirá ao segurado indenização complementar para atender 
às despesas extraordinárias de armação, conservação, adaptação e 
outras, exclusivamente em caso de perda total (real ou construtiva) da 
embarcação.
O limite máximo de garantia contratado para a cobertura não poderá 
exceder a 10% do limite máximo de garantia contratado para a cober-
tura básica.
 — Cobertura Complementar nº 5 – 
Responsabilidades Excedentes
Indenização complementar (de até 15% do valor ajustado da embarcação), 
em caso de assistência e salvamento, avaria grossa, medidas conservató-
rias e preventivas, e responsabilidade civil por abalroação para diminuir o 
Atenção
Nenhuma indenização será 
devida sob essa cobertura 
quando o segurado optar 
pelo reparo da embarcação e 
recebimento da indenização 
sob a cobertura de Avaria 
Particular da Cobertura Básica 3.
UNIDADE 4
42SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
rateio em virtude da diferença entre o valor ajustado e a avaliação promo-
vida por terceiros.
É acionada quando a cobertura concedida pela cobertura básica contrata-
da não proporcionar reembolso integral nos casos acima citados.
O limite máximo de garantia contratado para essa cobertura não poderá 
exceder a 15% do limite máximo de garantia contratado para a cobertura 
básica.
 — Cobertura Complementar 
nº 6 – Valor Aumentado (VA)
Indenização complementar (de até 25% do valor ajustado da embarcação) 
para os casos previstos nas Coberturas Complementares nºs 4 e 5.
O limite máximo de garantia contratado para essa cobertura não pode-
rá exceder a 25% do limite máximo de garantia contratado para a 
cobertura básica.
 COBERTURAS ESPECIAIS 
É possível acrescentar outras coberturas nas Condições Gerais do Seguro 
de Cascos Marítimos. Essas coberturas são especiais porque atendem às 
peculiaridades dos bens segurados bem como apresentam taxas e graus 
de agravação caso a caso.
No Seguro de Cascos Marítimos, as coberturas 7, 8 e 9 são especiais. 
 — Cobertura Especial nº 7 – Seguro de 
Construtores Navais (Builder’s Risks)
Objeto Segurado
Essa cobertura tem como objeto segurado, o casco, maquinaria e todos os 
materiais, aparelhos, motores, equipamentos incorporados ou destinados 
ao navio ou embarcação em construção pelo segurado.
Prazo do Seguro
O prazo do Seguro de Construtores Navais é de acordo com as datas defi-
nidas no contrato de construção.
UNIDADE 4
43SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
Valor Segurado
O valor segurado para fins dessa cobertura é fundamentado no preço de 
construção estipulado no respectivo contrato.
Segurados
Essa cobertura destina-se aos estaleiros de construção naval.
Riscos Cobertos
Estão cobertos os riscos relacionados a seguir:
 ■ perda ou dano à embarcação em construção;
 ■ despesas decorrentes de insucesso no lançamento de embarca-
ção n’água;
 ■ perda ou dano à embarcação em construção causados por traba-
lhadores grevistas ou por pessoas que participem de tumultos ou 
comoções civis;
 ■ reembolso de indenizações que o segurado venha a ser obrigado 
a pagar por:
 » perda ou dano à embarcação de terceiro causado por objeto 
do seguro em construção;
 » perda ou dano às instalações e a objetos de terceiros causa-
dos por embarcação em construção;
 » operações de reflutuamento de embarcação em construção;
 » remoção ou eliminação de destroços de embarcação em 
construção;
 » morte, dano pessoal, doença ou salvamento de vida humana.
Locais Abrangidos pelo Seguro
Estão abrangidos pelo seguro os locais relacionados a seguir:
 ■ área ocupada por estaleiro para construção de objeto segurado;
 ■ outros locais utilizados como depósitos para materiais destinados 
à construção de objeto segurado; 
 ■ trânsito entre o armazém portuário de descarga ou depósito do 
fornecedor de materiais para construção e o local de construção.
Riscos Excluídos
Além dos riscos previstos nas Condições Gerais e Particulares, estão 
excluídos da cobertura de construtores navais, sinistros decorrentes de 
terremoto e erupção vulcânica, ou maremoto, daí resultante.
UNIDADE 4
44SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 — CoberturaEspecial nº 8 
– Responsabilidade Civil 
Complementar (P&I)
Objeto do Seguro
Garante o reembolso de indenizações ou despesas que o segurado, por 
força de sentença passada em julgado ou por acordo, tenha sido obriga-
do a pagar a terceiros em consequência direta de acidentes nos quais a 
embarcação segurada estivesse envolvida, desde que esta opere exclusi-
vamente em águas do litoral brasileiro.
Riscos Cobertos
Essa cobertura especial cobre a responsabilidade civil do segurado decorrente de:
 ■ Perda de vida e danos pessoais – incluindo tripulantes e estiva-
dores, no que exceder a indenização prevista na legislação traba-
lhista; excluindo passageiros, desde que tenham pago para viajar, 
seja ou não embarcação licenciada para transportes coletivos.
 ■ Danos a objetos fixos e flutuantes – exceto quando de pro-
priedade ou posse do segurado, desde que tais danos não sejam 
decorrentes de abalroação.
 ■ Poluição – limitada a responsabilidade da sociedade seguradora 
a 20% do valor segurado por acidente.
 ■ Remoção de destroços – mediante pagamento de prêmio adicional.
Navios em construção
UNIDADE 4
45SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 — Cobertura Especial nº 9 – 
Guerra e Greves
Riscos Cobertos
Essa cobertura cobre perdas ou danos à embarcação causados por:
 ■ guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição ou agitação 
civil originada destes, ou qualquer ação hostil por ou contra uma 
potência beligerante;
 ■ captura, apreensão, aprisionamento, restrição ou detenção, as 
consequências destes, ou qualquer ameaça de realizá-los;
 ■ torpedos, minas e bombas abandonadas, ou outros dispositivos 
bélicos descartados;
 ■ grevistas, trabalhadores impedidos de trabalhar ou pessoas toman-
do parte em distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis;
 ■ qualquer terrorista ou pessoas atuando dolosamente ou com moti-
vo político; 
 ■ confisco ou expropriação.
Cancelamento de Cobertura
A cobertura de Guerra e Greves será cancelada se houver eclosão de 
guerra (tendo havido ou não declaração de guerra) entre qualquer dos 
seguintes países:
 ■ Conselho de Segurança da ONU e países permanentes com poder 
de veto (Reino Unido, Estados Unidos da América, França, Federa-
ção Russa e República Popular da China).
Áreas Excluídas de Cobertura 
Especial de Guerra e Greves
A Cobertura Especial de Guerra e Greves não é concedida no caso de 
riscos que envolvam as seguintes áreas e/ou países:
 ■ Nigéria;
 ■ Somália;
 ■ Costa do Marfim;
 ■ Iraque;
 ■ Bahrein;
 ■ Qatar;
 ■ Arábia Saudita;
Atenção
A concessão de cobertura 
de guerra e greves está 
condicionada ao aviso 
prévio aos seguradores/
resseguradores e ao eventual 
pagamento de prêmio adicional.
UNIDADE 4
46SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ■ Israel;
 ■ Líbano;
 ■ Paquistão;
 ■ República do Iêmen; 
 ■ Sri Lanka.
 COBERTURAS ADICIONAIS 
Estão listadas, a seguir, as coberturas que podem ser adicionais para 
ampliar as garantias de coberturas básicas do Seguro de Cascos Maríti-
mos. É importante destacar que cada uma delas requer cobrança de prê-
mio adicional:
 ■ retirada e colocação de embarcação na água;
 ■ participação em regatas à vela;
 ■ participação em competições de pesca;
 ■ extensão de âmbito de cobertura;
 ■ redes e/ou equipamentos de pesca (perda total); 
 ■ perda de frete.
FIXANDO CONCEITOS
47SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 ESTUDOS DE CASO 
Caso 1
O Construtor Naval
Você é o corretor de seguros de um estaleiro que constrói navios, mas 
que, no entanto, o único seguro que a empresa não contrata é o de Cascos 
Marítimos para construtores navais, pois alega que não há risco na cons-
trução de navios, visto que adotam todas as medidas de segurança, que 
possuem os melhores profissionais nessa atividade, e que não possuem 
histórico de acidentes.
Consciente dos riscos envolvidos em construção de navios, quais os argu-
mentos você utilizaria para convencer o segurado de que ele corre riscos 
e que deveria contratar o seguro para construtores navais?
Caso 2
Avaria Grossa
A empresa de navegação Mar & Maré, sua segurada, possui um navio car-
gueiro que transporta mercadorias entre a Europa e o Brasil.
Durante uma viagem, o navio encalha perto da costa brasileira e ameaça 
naufragar. O comandante imediatamente reúne os oficiais de bordo para 
decidirem o que fazer, e a primeira decisão foi a de alijar parte da carga 
na tentativa de aliviar o peso do navio para que, assim, ele pudesse flutuar 
para saírem do encalhe. Essa opção, entretanto, não deu certo.
O comandante, então, a seguir, tenta manobras com o navio, aciona os moto-
res em força máxima na tentativa de que a embarcação se movesse, porém, 
mais uma vez, não foi bem-sucedido. A essa altura, avisos de SOS já haviam 
sido enviados e rebocadores começam a chegar ao local para tentar realizar 
o salvamento. Com muito esforço, algumas cargas são salvas e transbor-
dadas para outro navio que atendeu ao pedido de socorro, no entanto era 
tarde demais, o navio adernou com o restante da carga e naufragou.
Os oficiais de bordo declaram avaria grossa e informam a você para que 
comunique à seguradora o sinistro ocorrido. Depois de solicitar vários 
documentos, a seguradora, após vários dias, informa que o sinistro será 
negado, sob a alegação de que a avaria grossa não se caracterizou, uma 
vez que não houve resultado útil, ou seja, mesmo com as tentativas dos 
oficiais, tanto navio como a maior parte da carga forma perdidos.
Quais argumentos você usaria para mudar a decisão da seguradora, 
fazendo com que esta aceite o sinistro como coberto?
GABARITO
48SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 GABARITO 
Estudos de Caso
Caso 1
Além de cobrir os danos físicos à embarcação que está sendo construída, 
a Cobertura Para Construtores Navais garante o reembolso de indeniza-
ções que o segurado venha a ser obrigado a pagar por danos a terceiros 
entre outras situações. Além disso, praticamente em todas as construções 
navais existem agentes financeiros envolvidos, e o investimento feito por 
eles deve ser preservado. Outro risco a ser considerado é o de não rece-
ber o valor do contrato caso aconteça algum sinistro durante a prova de 
mar da embarcação.
Caso 2
Não obstante o naufrágio do navio, além das manobras realizadas pelo 
comandante, houve despesas na contratação dos rebocadores e parte da 
carga foi salva. A seguradora deveria levar isso em conta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
49SEGUROS AERONÁUTICOS E DE CASCOS MARÍTIMOS
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de 
cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 14. ed. 
1a reimpressão. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 64 p.
Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de 
cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 14. ed. 
Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 64 p.
Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de 
cascos marítimos. Assessoria técnica de Jorge Antonio Lopes. 13. ed. 
Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 64 p.
Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de 
 cascos marítimos. Assessoria técnica de Jonas Stipp de Andrade. 12. ed. 
Rio de Janeiro: Funenseg, 2013. 64 p.
MARQUES, Fernando José. Direito do seguro marítimo (doutrina e 
Jurisprudência) – FEMAR – Fundação de Estudos do Mar. Rio de Janeiro: 
 Editora Catau, 1998. 432 p.
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros 
aeronáuticos e seguros de cascos marítimos. Assessoria técnica de 
Ricardo de Lima Armond. 4. ed. Rio de Janeiro: ENS, 2021. 134 p.
Sites
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http://www.macarnautica.com.br/tekapotourism.co.nzhttp://www.flickr.com/photos/
http://www.fina-sintonia2.blogspot.com/alernavios.blogspot.com
http://coizaradas.blogspot.com/2009/04/os-dez-maiores-prejuizos.html
http://www.cienciahoje.pt/21399
http://www.energiamocambique.co.mz/em/
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://avozdaabita.blogspot.com/
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