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Colposcopia
Células escamosas
Exames Citopatológicos
Hipótese: A não profilaxia contra HPV, após a exposição, somado a outros fatores, gerou
células escamosas atípicas no fundo do útero.
Problemas:
Não profilaxia
Por medo
Falta de informação
Relação sexual sem preservativo
Células escamosas
Área acetobranca no fundo do útero
A saúde da mulher no SUS.
Questões de aprendizagem:
1. Qual a anatomia do Sistema Reprodutor Feminino?
Órgãos genitais INTERNOS femininos compreendem: OVÁRIOS, TUBAS UTERINAS, ÚTERO e
VAGINA.
OVÁRIOS
● São gônadas femininas com formato e tamanho semelhante a de uma amêndoa (3 X 4 X 2 X
1 cm)
● Estrutura dupla
● Costumam ser encontrados lateralmente entre o útero e a parede lateral da cavidade
pélvica.
● Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal ou mesentério, o mesovário.
○ O mesovário é uma subdivisão do ligamento largo.
● Os vasos sanguíneos e linfáticos e os nervos ovarianos cruzam a margem da pelve, entrando
e saindo da face superolateral dentro de uma prega peritoneal, o Ligamento suspensor do
ovário.
●
TUBAS UTERINAS (Trompas de Falópio)
● Conduzem o oócito da cavidade peritoneal até a cavidade uterina.
● Locais onde ocorre a fertilização
● Estendem-se desde o corno uterino e se abrem na cavidade peritoneal
perto dos ovários.
● Possuem cerca de 10 cm de comprimento
● As tubas uterinas estão em ummesentério estreito, aMesossalpinge,
que formam as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos.
● Na disposição ideal: As tubas estendem-se em direção posterolateral
até as paredes laterais da pelve, onde se curvam anterior e
superiormente aos ovários no ligamento largo em posição horizontal.
● Podem ser divididas em quatro partes (da região lateral para a medial)
○ Infundíbulo
■ extremidade distal que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal.
■ presença de fímbrias que abrem-se
sobre a face medial do ovário.
○ Ampola
■ parte mais larga e mais longa da tuba
■ a fertilização ocorre, geralmente, na
região da ampola
○ Istmo
■ parte da tuba que tem parede
espessa e entra no corno do útero.
○ Parte Uterina
■ segmento intramural
■ atravessa a parede uterina e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do
útero no corno do útero.
■
ÚTERO
● O útero é um órgão muscular e oco
● Piriforme
● Dimensões: 7,5 cm de comprimento X 5 cm de largura X 2 cm de espessura
● Pesa aproximadamente 90g.
● Possui paredes espessas
● O embrião e posteriormente o feto se desenvolvem no órgão.
● O útero não grávido, geralmente, fica localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga
urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto.
● Na mulher adulta:
○ O útero geralmente encontra-se anterovertido
(inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da
vagina)
○ Também encontra-se antefletido (curvado
anteriormente em relação ao colo, criando ângulo de
flexão)
■ de modo que sua massa fique sobre a bexiga
urinária.
● Possui estrutura muito dinâmica
○ passa por diversas alterações ao longo da vida.
● Divisão do útero
○ Corpo
■ compreende os dois terços superiores
do órgão
■ inclui o Fundo do Útero
● parte arredondada situada superiormente aos óstios uterinos.
■ Face anterior → Relaciona-se com a bexiga
■ Face posterior → Relaciona-se com o reto.
○ Istmo do Útero
■ segmento de aproximadamente 1 cm que separa o corpo do colo do útero.
○ Colo do Útero
■ é o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero;
■ Tem aproximadamente 2,5 cm de comprimento na mulher não grávida.
■ DIVIDIDO EM:
● Porção SUPRAVAGINAL (ENDOCÉRVICE): entre o istmo e a vagina
○ A porção é separada da bexiga urinária através de um tecido
conjuntivo frouxo e do reto posteriormente pela escavação
retouterina.
● Porção VAGINAL (ECTOCÉRVICE): que se projeta para a parte
superior da parede da vagina.
○ A porção vaginal arredondada circunda o óstio de útero, e
por sua vez, é circundada por um recesso estreito, o fórnice
da vagina.
Resumo das relações do útero:
- Anteriormente (anteroinferiormente em sua posição antevertida normal):
- A fossa supravesical e a escavação vesicouterina da cavidade peritoneal e a face
superior da bexiga urinária.
- A porção supravaginal do colo tem relação com a bexiga urinária e é separada dela
apenas por tecido conjuntivo fibroso
- Posteriormente:
- A escavação retouterina contendo alças de intestino delgado e a face anterior do
reto. Apenas a fáscia visceral da pelve que une o reto e o útero nesse local resiste ao
aumento da pressão intra-abdominal
- Lateralmente:
- O ligamento largo peritoneal ladeando o corpo do útero e os ligamentos transversos
do colo, fasciais, de cada lado do colo do útero e da vagina.
- Na transição entre os dois ligamentos, os ureteres seguem anteriormente, um
pouco superiores à parte lateral do fórnice da vagina e inferiores às artérias uterinas,
em geral cerca de 2 cm laterais à porção supravaginal do colo
VAGINA
● Tubo musculomembranáceo distensível.
● 7 a 9 cm de comprimento
● Se estende desde a região do colo até o óstio da vagina
● A parte vaginal do colo do útero está localizada anteriormente na parte superior da vagina
● A vagina:
○ É o canal para o líquido menstrual
○ Forma a parte inferior do canal de parto
○ Recebe o pênis e o ejaculado durante a relação sexual
○ Comunica-se
■ SUPERIORMENTE: com o colo do útero
■ INFERIORMENTE: com o vestíbulo da vagina.
● O óstio da vagina + óstio externo da uretra + ductos
das glândulas maiores e menores, se abrem no
vestíbulo da vagina.
● A vagina geralmente encontra-se colapsada.
● Situa-se:
○ POSTERIORMENTE: à bexiga urinária e à
uretra
○ ANTERIORMENTE: reto, passando
medialmente ao músculo levantador do
ânus.
● O Fórnice da vagina (Fórnix), é a região de encontro do canal vaginal com o colo do útero.
○ Dividido em: parte posterior, anterior e lateral.
■ A parte posterior é a mais profunda e tem íntima relação com a escavação
retouterina.
● Quatro músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres:
○ Pubovaginal
○ Esfíncter externo da uretra
○ Esfíncter uretrovaginal
○ Bulbo esponjoso.
● Órgãos genitais externos compreendem: Monte do púbis, Lábios Maiores do Pudendo,
Lábios Menores do Pudendo, o Clitóris, os Bulbos do Vestíbulo e as glândulas vestibulares
maiores e menores.
MONTE DO PÚBIS
● Eminência adiposa, arredondada, anterior à sínfise púbica, tubérculos púbicos e ramo superior do
púbis
● Formada por massa de tecido adiposo subcutâneo.
LÁBIOS MAIORES
● São pregas cutâneas proeminentes
● Proporcionam proteção indireta para o clitóris e para os óstios da uretra e da vagina.
● Cada lábio é preenchido por um '’prolongamento digital" de tecido subcutâneo frouxo contendo
músculo liso e a extremidade do ligamento redondo do útero.
● Seguem direção inferoposterior do monte do púbis em direção ao anus.
● Os lábios situam-se nas laterais de uma depressão central, a Rima do Pudendo, no interior da qual
estão os lábios menores do pudendo e o vestíbulo da vagina
LÁBIOS MENORES DO PUDENDO
● São pregas arredondadas de pele sem pelos e sem tecido adiposo
● Estão situados na rima do pudendo
● Circundam imediatamente e fecham o vestíbulo da vagina
● Possuem um núcleo de tecido conjuntivo esponjoso contendo tecido erétil
● As lâminas mediais de cada lado se unem e formam o Frênulo do clitóris
● As lâminas laterais unem-se anteriormente à glande do clitóris, e formam o Prepúcio do clitóris.
CLITÓRIS
● Órgão erétil localizado no ponto de encontro dos lábios menores do pudendo anteriormente
● Consiste em:
○ Raiz
○ Corpo cilíndrico, formado por dois corpos cavernosos
○ Glande.
● O corpo e a glande juntos possuem emmédia 2 cm e < 1 cm diâmetro.
● Atua apenas como órgão de excitação sexual.
BULBOS DO VESTÍBULO
● São duas massas de tecido erétil alongado, com cerca de 3cm de comprimento
● Situam-se lateralmente ao longo do óstio da vagina, superior ou profundamente aos lábios menores
do pudendo
● São cobertos por músculos bulboesponjosos que se estendem ao longo de seu comprimento.
GLÂNDULAS VESTIBULARES MAIORES(Bartholin)
● Cerca de 0,5 cm de diâmetro
● Situadas no espaço superficial do períneo
● São parcialmente superpostas posteriormente pelos bulbos do vestíbulo.
● Os ductos das glândulas seguem profundamente o bulbo e se abrem no vestíbulo de cada lado do
óstio vaginal.
● Elas secretammuco para o vestíbulo durante a excitação sexual.
GLÂNDULAS VESTIBULARES MENORES
● Pequenas glândulas de cada lado do vestíbulo da vagina que se abrem nele entre os óstios da uretra
e da vagina
● Secretammuco para o vestíbulo da vagina, o que umedece os lábios do pudendo e o vestíbulo da
vagina.
ÚTERO
IRRIGAÇÃO
● Vascularizado pelas A. Uterinas (se originam da ilíaca interna) e acessoriamente pelas A. Ováricas e
do ligamento redondo
○ Após sua origem, a A. Uterina caminha pela parede lateral da pelve menor e depois
inflecte-se para dentro no bordo inferior do ligamento redondo
○ As Aa. Ováricas se originam da Aorta abdominal e emitem ramos ováricos e tubárias.
● As A. Uterinas geram os ramos tubários e os ramos ováricos
● Cada A.a Uterina enviam ramos que são chamadas de Aa. Arqueadas
○ as Aa. Arqueadas direita e esquerda se anastomosam
● As A.a Arqueadas emitem vários ramos de A.a Radiadas que irrigam o miométrio
● As A.a Radiadas emitem as A.a Basais ou Retas que irrigam a porção BASAL do endométrio
● As Aa. Radiadas também emitem as Aa. Espiraladas que irrigam a porção FUNCIONAL do
endométrio.
DRENAGEM
● As veias uterinas penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam o Plexo Venoso Uterino
de cada lado do colo.
○ As veias do plexo uterino drenam para as veias ilíacas internas.
INERVAÇÃO
● Simpática
○ Nervos intermessentéricos e os esplâncnicos lombares (que passam no plexo hipogástrico
superior e nos nervos hipogástricos)
○ Nervos esplâncnicos sagrados (vindos da cadeia simpática látero-vertebral).
○ Também recebe ramos do plexo ovárico que caminha no ligamento suspensor do ovário.
● Parassimpática
○ Proveniente dos nervos esplâncnicos pélvicos que nascem das raízes dos 2º, 3º e 4º nervos
sagrados.
DRENAGEM
● Plexo periuterino subperitoneal, localizados principalmente nos bordos laterais e parede posterior do
útero. A partir daí:
○ PORÇÃO SUPERIOR DO CORPO: G látero-aórticos homolaterais através de linfáticos que
acompanham os vasos ováricos e também para os G inguinais através dos L. Redondos
○ PORÇÃO INFERIOR DO CORPO: G ilíacos externos; o colo drena para G ilíacos externos e
internos
Fontes:
Moore - Anatomia orientada para clínica
Netter - Anatomia
2. Qual a histologia do Útero?
ÚTERO
Parede do corpo do útero é formada por três camadas:
● Perimétrio –
○ a túnica serosa ou revestimento seroso externo – consiste em peritônio sustentado por
uma fina lâmina de tecido conjuntivo
○ Mesotélio + Tecido conjuntivo
● Miométrio –
○ a camada média de músculo liso – é muito distendido (mais extenso, porém muito mais
fino) durante a gravidez.
○ É composto de pacotes ou grandes feixes de fibras musculares lisas separadas por
tecido conjuntivo.
■ Os pacotes de músculo liso se distribuem em quatro camadas não muito bem
definidas.
■ A primeira e a quarta camadas são compostas principalmente de fibras dispostas
longitudinalmente, isto é, paralelas ao eixo longo do útero.
■ Pelas camadas intermediárias passam os grandes vasos sanguíneos que irrigam o
órgão.
○ Os principais ramos dos vasos sanguíneos e nervos do útero estão localizados nessa
camada.
○ É muito distendido (mais extenso, porémmuito mais fino) durante a gravidez.
○ Durante o parto, a contração do miométrio é estimulada hormonalmente a intervalos cada
vez menores para dilatar o óstio do colo do útero e expelir o feto e a placenta.
○ Durante a menstruação, as contrações do miométrio podem causar cólica.
● Endométrio –
○ A túnica mucosa interna – está firmemente aderida ao miométrio subjacente.
○ Consiste em um epitélio simples colunar e uma lâmina própria que contém glândulas
tubulares simples, as quais, às vezes, se ramificam nas porções mais profundas (próximo do
miométrio).
○ As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio simples colunar
formado por células ciliadas e células secretoras.
○ O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém abundante matriz
extracelular.
■ As fibras de tecido conjuntivo são constituídas principalmente de colágeno de tipo
III.
○ O endométrio pode ser subdividido em duas camadas, que não podem ser bem delimitadas
morfologicamente:
■ Camada basal,
● mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo
e pela porção inicial das glândulas uterinas;
■ Camada funcional,
● Formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção
final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial.
○ Das artérias arqueadas, que se orientam circunferencialmente nas camadas médias do
miométrio, partem dois grupos de artérias que proveem sangue para o endométrio:
■ as artérias retas, que irrigam a camada basal
■ as artérias espirais, que irrigam a camada funcional.
○ Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos menstruais, a
basal permanece quase inalterada.
○ Se houver concepção, o blastocisto implanta-se nessa camada; se não houver concepção, a
face interna dessa camada é eliminada durante a menstruação.
-
● Colo do útero
○ Em comparação com o corpo do útero, o colo apresenta mais tecido conjuntivo e menos
músculo liso.
■ Nele, as fibras elásticas são abundantes, mas são encontradas em quantidades
apreciáveis apenas na camada externa do miométrio do corpo do útero.
○ A mucosa cervical tem aproximadamente 2 a 3 mm de espessura e difere do restante das
outras mucosas do útero pois contém grandes glândulas ramificada
○ a mucosa cervical sofre pouca alteração durante o ciclo
○ A mucosa cervical não é descamada durante o ciclo.
○ Durante cada ciclo menstrual, as glândulas cervicais sofrem alterações funcionais
importantes, que estão relacionadas com o transporte dos espermatozóides no canal
cervical;
■ As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização.
● Na época da ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e facilitam a
penetração do esperma no útero.
● Na fase luteal ou na gravidez, os níveis de progesterona alteram as
secreções mucosas, de modo que elas se tornammais viscosas e
previnem a passagem de esperma e de microrganismos para o interior do
útero.
■ Na metade do ciclo, a quantidade de muco produzida aumenta em 10 vezes;
■ Esse muco é menos viscoso e parece proporcionar um ambiente mais favorável à
migração dos espermatozóides;
■ Cistos de Naboth: O bloqueio das aberturas das glândulas mucosas resulta em
retenção de suas secreções, levando à formação de cistos dilatados no colo do
útero
○ ENDOCÉRVICE
■ Mesmo revestimento do endométrio uterino;
■ Revestido por epitélio cilíndrico simples mucoso, com o mesmo aspecto das
glândulas endocervicais;
■ Uma transição abrupta entre esse epitélio estratificado pavimentoso e o epitélio
simples colunar secretor de muco do canal cervical, a endocérvice, ocorre na
zona de transformação que, durante a idade fértil da mulher, está localizada fora
do óstio externo;
● Amostras das células cervicais podem ser coradas e examinadas à procura
de alterações morfológicas (esfregaço de Papanicolaou), ou de estirpes de
alto risco de papilomavírus humano (HPV), a principal causa de câncer de
colo do útero
● Zona de Transição (JEC - Junção Escamo-colunar) ou Zona de transformação
○ A zona de transformação constitui o local de transição entre o epitélio estratificado
pavimentoso da vagina e o epitélio simples colunar do colo do útero.
○ Zona de inflamação crônica e maior facilidade de infecção por patógenos devido ao
fato de que após a menarca a JEC irá para a porção externa do óstio do útero, e
essa região possui menor quantidade de camadas até chegar na basal devido ao
fato de ser o local que está ocorrendo a transição.
○ ECTOCÉRVICE (porção vaginal)
■ A porção do colo do útero que se projeta dentroda vagina, a porção vaginal do
colo ou ectocérvice, é revestida por um EPITÉLIO ESTRATIFICADO
PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO;
● resistente
■ A estratificação é regular
● CAMADA BASAL: única camada de células escuras (pouco citoplasma)
● Quanto mais superficial
○ as células se achatam
○ maior quantidade de citoplasma com glicogênio
○ núcleos ficam pequenos
■ Possuem poucas glândulas
Fontes:
Pawlina, W. (2021). Ross Histologia - Texto e Atlas (8th ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527737241
Junqueira, L.C. U., & Carneiro, J. (2017). Histologia Básica - Texto e Atlas (13th ed.).
Grupo GEN. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732178
3. Como ocorre o ciclo celular fisiológico? (Regulação).
a. Lógica para a formação de uma neoplasia
O ciclo celular está dividido em quatro etapas, identificadas como G1, S, G2 e M.
As três primeiras constituem a interfase, distinguindo-se da mitose, quando
ocorre a divisão celular.
O ciclo celular depende da atividade de complexos de proteínas regulatórias
denominadas ciclinas, quinases dependentes de ciclinas (CDKs) e quinases inibitórias de
CDKs (CKIs).
FASE M
- A prófase
- caracteriza-se pela condensação gradual da cromatina (o DNA foi
duplicado na interfase), que constituirá os cromossomos mitóticos.
- Na metáfase,
- os cromossomos migram graças à participação dos microtúbulos e se
dispõem no plano equatorial da célula
- Cada cromossomo divide-se longitudinalmente em duas cromátides, que se
prendem aos microtúbulos do fuso mitótico por meio de uma região especial,
o cinetocoro, localizado próximo ao centrômero.
- Na anáfase,
- por um processo complexo, os cromossomos-filhos separam-se e migram
para os polos da célula, seguindo a direção dos microtúbulos do fuso.
Nesse deslocamento, os centrômeros seguem na frente e são
acompanhados pelo restante do cromossomo.
- O centrômero é uma região mais estreita (constrição) do cromossomo, que
mantém as cromátides juntas até o início da anáfase.
- A telófase
- caracteriza-se pela reconstrução dos envoltórios nucleares das células-filhas,
em consequência da desfosforilação (remoção dos radicais PO43–) dos
filamentos da lâmina nuclear e da fusão das vesículas originadas do
envoltório nuclear no final da prófase.
- Os cromossomos tornam-se gradualmente menos condensados e são
puxados para os polos extremos da célula, o que leva ao reaparecimento da
cromatina.
FASE G1
- As fases do ciclo que precedem as etapas de síntese (S) e de divisão (M) são
intervalos importantes para a célula avaliar se as condições internas e externas são
apropriadas para seguir com o ciclo celular.
- As fases G (ou Gap) contêm pontos de checagem que permitem ou
restringem a progressão do ciclo celular para a fase seguinte
- Se todas condições forem favoráveis para a progressão do ciclo, mas ainda forem
detectados danos no DNA, a progressão no ciclo será interrompida no ponto de
checagem G1/S, prevenindo a duplicação de um DNA com danos.
- Se as condições nutricionais forem insuficientes ou se existirem sinais
antiproliferativos no ambiente, as células retardam a progressão do ciclo celular ou
até mesmo saem do ciclo, entrando na fase G0.
-
FASE S
- A replicação do DNA acontece na fase S e é um processo altamente controlado,
para garantir que o genoma da célula seja duplicado corretamente e apenas uma
vez por ciclo.
FASE G2
- A cromatina e o citoesqueleto começam a se preparar para as alterações estruturais
da fase M. Contudo, se algum DNA danificado for detectado na fase G2, os pontos
de checagem retardarão a passagem para essa fase até que aconteça o reparo.
- As principais famílias de agentes reguladores da progressão do ciclo celular
são:
- As ciclinas,
- CDK: as quinases dependentes de ciclinas (do inglês cyclin dependent
kinases
- Inibidores de CDKs (CKI ou CDI),
- As CKIs associam-se às CDKs ou aos complexos formados
pelas ciclinas e CDKs para inibir sua ação. Elas são divididas
em duas classes: as que pertencem à família INK4 e aquelas
que são da família Cip/K
- p21, p27 e p57, induzem o bloqueio do complexo CDK-Ciclinas
- Interferon beta, TNF (fator de necrose tumoral), TGF-beta,
também podem suprimir a resposta celular
- As proteínas E2F e Rb, e
- SCF e o APC: dois complexos proteicos que promovem a proteólise.
COMPLEXO CICLINA-CDK
- Quando associadas e ativadas, o complexo ciclina-CDK ativa proteínas-alvo
específicas que desempenham um conjunto de ações sobre aquela fase do
ciclo.
INIBIDORES DE CDKS (CKI OU CDI),
- As CKIs associam-se às CDKs ou aos complexos formados pelas ciclinas e
CDKs para inibir sua ação
- Elas são divididas em duas classes: as que pertencem à família INK4
e aquelas que são da família Cip/K
Rb e E2F
- A ciclina de G1 interage com as CDKs de G1. Os complexos G1-CDKs e
G1/S-CDKs promovem a progressão do ciclo celular pela fase G1.
- Um dos principais alvos das G1-CDK é a proteína retinoblastoma (Rb), que
reprime a transição da fase G1 para S.
- Essa proteína exerce atividade inibitória constante no fator de
transcrição E2F.
- E2F ativa a transcrição dos genes necessários para a síntese
de DNA e de outras ciclinas que atuam nas fases G1/S e S,
como as ciclinas E e A.
PONTOS DE CHECAGEM
Há três pontos de checagem em momentos estratégicos do ciclo celular que
garantem o bom andamento do processo:
● G1/S,
● G2/M
● Ponto de checagem do fuso.
Essas checagens impedem a divisão da célula se esta estiver com o DNA
danificado, se:
● As cromátides não estiverem conectadas aos microtúbulos do fuso ou
se o ambiente não for favorável.
○ Como a progressão depende basicamente dos complexos
ciclina-CDKs, essa sinalização inibe ou previne a ativação
desses complexos.
- PONTO DE CHECAGEM DO FUSO
- O ponto de checagem do fuso mitótico acontece na fase M do ciclo
celular, durante a metáfase.
- Esse ponto é ativado se forem detectados problemas na
formação dos microtúbulos do fuso ou se as cromátides não
estiverem corretamente conectadas
- PONTOS DE CHECAGEM G1/S E G2/S
- são acionados em resposta a danos/quebras no DNA e têm o objetivo
de repará-lo, prevenindo a transmissão de material genético defeituoso
para as células-filhas.
- G1/S
- G1/S impede a célula de replicar o DNA danificado (com
quebras na dupla-hélice do DNA)
- G2/M
- G2/M evita que a célula se divida com o DNA incorreto
(nucleotídios incorretamente pareados)
CARCINOGÊNESE
Os processos biológicos geradores dos tumores dependerão de um processo de iniciação e
de promoção que, a partir daí, gerarão a proliferação celular.
1º Estágio/ Fase: PROCESSO DE INICIAÇÃO
● Condiciona mudanças irreversíveis no DNA celular.
● Estes agentes poderão ser químicos, físicos ou mesmo virais.
○ Químicos
■ as aminas aromáticas, nitrosaminas, clorocarbonados, agentes
alquilantes, hidrazinas e diversos metais pesados como o cobalto,
cromo e o níquel.
○ Físicos
■ referimos as radiações ionizantes, como os raios ultravioletas e o raio
X, que produzem mutações do DNA.
○ Virais
■ Estes retrovirus entram nas células hospedeiras por absorção ou por
endocitose via receptores específicos situados na superfície celular
dos receptores.
■ Na espécie humana,é bastante controverso,mas muito importante na
atualidade, os diversos tipos de HPV que são relacionados à
carcinogênese ginecológica.
■ O HPV pertence à família papovavirus e o seu DNA é epiteliotrófico,
sendo que mais de 80 tipos já foram identificados através de métodos
de hibridização
2º Estágio/Fase: PROMOÇÃO
● Série de mudanças celulares que resultam na proliferação e expansão das células.
● Estes mecanismos celulares proliferativos dependerão de fatores hormonais e de
crescimento tumoral, com estímulo da atividade de fatores de transcrição e da ação
gênica.
ONCOGENES E GENES SUPRESSORES DOS TUMORES
● São essencialmente condicionados por mutações gênicas.
● As alterações das expressões gênicas é que contribuem para o desenvolvimento
destas neoplasias, mas estas mudanças são tempo-dependentes.
A configuração da progressãoem vários estádios,tem mostrado que estes tumores
originam-se na sequência de uma:
HIPERPLASIA → DISPLASIA → CARCINOMA IN SITU → CARCINOMA INVASOR.
● Os tumores humanos sólidos são geralmente de origem monoclonal, isto é, todas as
células provem de uma única célula progenitora, e implicando deste modo que essas
células sejam geneticamente idênticas.
● As alterações genéticas nas células cancerosas vão depender basicamente da
ação dos oncogenes e da não ação dos que são genes supressores dos
tumores.
○ Genes supressores dos tumores são genes encontrados nos genomas das
células normais e que são os responsáveis pela produção de proteínas
relacionadas ao controle negativo do crescimento celular.
■ O desequilíbrio entre esses dois tipos de genes poderá levar ao
desencadeamento do crescimento anormal de linhagens celulares e
ao surgimento de neoplasias.
Fontes:
Pawlina, W. (2021). Ross Histologia - Texto e Atlas (8th ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527737241
Junqueira, L.C. U., & Carneiro, J. (2017). Histologia Básica - Texto e Atlas (13th ed.).
Grupo GEN. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732178
Junqueira, L. C., & Carneiro, J. (2023). Biologia Celular e Molecular (10th ed.). Grupo
GEN. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527739344
4. Qual a fisiopatologia do Câncer de Colo do útero?
O carcinoma de células escamosas do colo uterino surge caracteristicamente na
junção escamocolunar (JEC) a partir de lesão displásica preexistente, que, na maioria das
vezes, segue-se à infecção por HPV.
CARCINOGÊNESE
Os processos biológicos geradores dos tumores dependerão de um processo de iniciação e
de promoção que, a partir daí, gerarão a proliferação celular.
1º Estágio/ Fase: PROCESSO DE INICIAÇÃO
● Condiciona mudanças irreversíveis no DNA celular.
● Estes agentes poderão ser químicos, físicos ou mesmo virais.
○ Químicos
■ as aminas aromáticas, nitrosaminas, clorocarbonados, agentes
alquilantes, hidrazinas e diversos metais pesados como o cobalto,
cromo e o níquel.
○ Físicos
■ referimos as radiações ionizantes, como os raios ultravioletas e o raio
X, que produzem mutações do DNA.
○ Virais
■ Estes retrovirus entram nas células hospedeiras por absorção ou por
endocitose via receptores específicos situados na superfície celular
dos receptores.
■ Na espécie humana,é bastante controverso,mas muito importante na
atualidade, os diversos tipos de HPV que são relacionados à
carcinogênese ginecológica.
■ O HPV pertence à família papovavirus e o seu DNA é epiteliotrófico,
sendo que mais de 80 tipos já foram identificados através de métodos
de hibridização
2º Estágio/Fase: PROMOÇÃO
● Série de mudanças celulares que resultam na proliferação e expansão das células.
● Estes mecanismos celulares proliferativos dependerão de fatores hormonais e de
crescimento tumoral, com estímulo da atividade de fatores de transcrição e da ação
gênica.
ONCOGENES E GENES SUPRESSORES DOS TUMORES
● São essencialmente condicionados por mutações gênicas.
● As alterações das expressões gênicas é que contribuem para o desenvolvimento
destas neoplasias, mas estas mudanças são tempo-dependentes.
A configuração da progressão em vários estádios,tem mostrado que estes tumores
originam-se na sequência de uma:
HIPERPLASIA → DISPLASIA → CARCINOMA IN SITU → CARCINOMA INVASOR.
● Os tumores humanos sólidos são geralmente de origem monoclonal, isto é, todas as
células provem de uma única célula progenitora, e implicando deste modo que essas
células sejam geneticamente idênticas.
● As alterações genéticas nas células cancerosas vão depender basicamente da
ação dos oncogenes e da não ação dos que são genes supressores dos
tumores.
○ Genes supressores dos tumores são genes encontrados nos genomas das
células normais e que são os responsáveis pela produção de proteínas
relacionadas ao controle negativo do crescimento celular.
■ O desequilíbrio entre esses dois tipos de genes poderá levar ao
desencadeamento do crescimento anormal de linhagens celulares e
ao surgimento de neoplasias.
As células atípicas diferem das células do epitélio escamoso normal do colo do
útero.
- Essas células têm alterações do núcleo e do citoplasma celulares e mais
variações de tamanho e conformação (i. e., displasia).
- Essas alterações pré-neoplásicas formam um continuum de anormalidades
morfológicas com limites bem demarcados, que aos poucos podem evoluir
para carcinoma in situ e depois câncer invasivo, ou podem regredir
espontaneamente.
Um sistema de graduação elaborado para descrever as anormalidades
histopatológicas das alterações displásicas dos precursores do câncer inclui o termo
neoplasia intraepitelial cervical (NIC).
Esse termo descreve as alterações pré-malignas dos tecidos epiteliais. A NIC é
classificada da seguinte maneira:
• NIC I (displasia ou alterações atípicas do epitélio cervical)
• NIC II (displasia moderada)
• NIC III (displasia grave)
Na Infecção por HPV:
- No colo uterino, apenas as células basais e parabasais do epitélio escamoso
são capazes de se dividir.
- As células suprabasais sofrem diferenciação e maturação ao longo do
epitélio, mas não se dividem.
- O vírus penetra em células epiteliais da camada basal
- A amplificação da replicação viral e a subsequente transformação das células
normais em células tumorais podem ocorrer em seguida
- Especificamente, as oncoproteínas E6 e E7 dos produtos do gene viral estão
envolvidas nessa transformação
- A proteína E7 liga-se à proteína supressora tumoral do
retinoblastoma (Rb),
- Um dos principais alvos das G1-CDK é a proteína
retinoblastoma (Rb), que reprime a transição da fase G1 para S.
- Essa proteína exerce atividade inibitória constante no
fator de transcrição E2F.
- E2F ativa a transcrição dos genes necessários
para a síntese de DNA e de outras ciclinas que
atuam nas fases G1/S e S, como as ciclinas E e A.
- A E6 se liga à proteína supressora tumoral p53.
- O efeito da E6 sobre a degradação da proteína p53 foi
amplamente estudado e está relacionado à proliferação e à
imortalização das células do colo uterino
- Em ambos os casos, a ligação leva à degradação dessas proteínas
supressoras.
Disseminação linfática
Grupos de linfonodos.
- O colo uterino possui uma rede abundante de vasos linfáticos, que
acompanham o curso da artéria uterina.
- Esses canais drenam principalmente para os linfonodos
paracervicais e parametriais.
- Por isso, esses linfonodos são clinicamente importantes, e são
retirados como parte da ressecção parametrial durante
histerectomia radical.
- Os linfáticos que drenam o colo uterino são denominados
linfonodos paracervicais e estão localizados no ponto onde o
ureter cruza a artéria uterina.
Extensão local e a distância do tumor
Com a extensão passando pelos paramétrios até a parede lateral da pelve,
com frequência ocorre bloqueio ureteral que resulta em hidronefrose.
A bexiga pode ser invadida por extensão direta do tumor pelos ligamentos
uterovesicais (pilares da bexiga)
O reto é invadido com menor frequência porque está anatomicamente
separado do colo uterino pelo fundo de saco posterior.
As metástases a distância resultam de disseminação hematogênica, e
pulmões, ovários, fígado e ossos são os órgãos mais comumente afetados.
TIPOS HISTOLÓGICOS
- Os dois subtipos histológicos mais comuns de câncer de colo uterino são o
carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma.
- O CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
- corresponde a 75% de todos os canceres de colo uterino e com
origem na ectocérvice.
- Carcinomas queratinizados
- Os carcinomas queratinizados apresentam pérolas de
queratina e ninhos de epitélio escamoso neoplásico.
- Carcinomas não queratinizados.
- Os carcinomas não queratinizados apresentam ninhos
arredondados de células escamosas neoplásicas com
queratinização de células individuais, mas sem pérolas
de queratina.
- ADENOCARCINOMAS
- os adenocarcinomas representam 20 a 25% dos cânceres de
colo uterino e surgem das células colunares produtoras demuco da endocérvice
Fontes:
Hoffman, B. L., Schorge, J. O., & Halvorson, L. M. et al. (2014). Ginecologia de
Williams (2nd ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580553116
Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia (10th ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527738378
5. Como é feito o diagnóstico do Câncer de Colo do útero?
a. História clínica
A maior parte dos cânceres iniciais é assintomática.
Os sintomas do câncer avançado de colo uterino podem incluir:
- Sangramento,
- intermitente após relação sexual com penetração ou após ducha vaginal.
- Corrimento líquido
- Sinais relacionados com compressão venosa, linfática, neural ou ureteral.
- Referir dor pélvica ou lombar, que pode irradiar aos membros inferiores;
- Hematúria,
- Fístulas (retovaginais ou vesicovaginais)
- Sinais de disseminação metastática às cadeias linfáticas supraclaviculares ou
inguinais.
b. Exame físico
A maioria das mulheres com câncer de colo uterino apresenta resultados normais no
exame físico geral.
Entretanto, com a progressão da doença:
- Linfadenopatia supraclavicular ou inguinal,
- Edema de membros inferiores,
- Ascite ou redução do murmúrio vesicular à ausculta pulmonar podem indicar
metástases
Em pacientes sob suspeita de câncer de colo uterino, deve-se realizar inspeção da
genitália externa e exame vaginal completo à procura de lesões concomitantes.
- No exame com espéculo, o colo uterino pode parecer macroscopicamente
normal se o câncer for microinvasivo.
- Quando visível, a doença tem aparência variada.
- As lesões podem se apresentar como:
- Tumores de crescimento exofítico ou endofítico;
- Massa polipóide,
- Tecido papilar ou colo uterino em forma de barril;
- Ulceração cervical
- Massa granular;
- Tecido necrótico.
- Também é possível haver corrimento líquido, purulento ou
sanguinolento.
- Durante o toque bimanual, o ginecologista pode palpar útero dilatado em
decorrência da invasão e do crescimento do tumor.
c. Exames complementares (critérios)
O objetivo principal dos exames preventivos é fazer o diagnóstico dos antecessores
morfológicos do câncer do colo do útero.
O diagnóstico dessas lesões deve obedecer à tríade clássica: COLPOCITOLOGIA,
COLPOSCOPIA E HISTOPATOLOGIA.
Colpocitologia (Papanicolau / Pap test / exame citológico / citologia oncótica)
- A primeira classificação dos exames citológicos foi feita por Papanicolaou em 1942;
- O esfregaço pode ser feito pela citologia convencional ou em meio líquido.
- A coleta em meio líquido proporciona a realização de outros testes além da
citologia, como para HPV, blenorragia e clamídia
- O exame citológico do colo do útero (exame Papanicolau) mantém-se como
recomendação para o rastreamento do câncer do colo uterino no Brasil, para
mulheres de 25 a 64 anos, a cada 3 anos, após dois exames anuais consecutivos
negativos.
- Classificações do exame
- ASC-US: atipias de células escamosas de significado indeterminado
- indicam células anormais que não podem ser classificadas como
neoplásicas, pré-neoplásicas ou inflamatórias reativas
- AGUS: As atipias de células glandulares de significado indeterminado
- têm regressão espontânea, na maioria dos casos, mas é sempre
recomendável a pesquisa do ácido desoxirribonucleico (DNA) do
HPV.
O teste de COBAS® deve ser realizado a cada 3 anos. Quando positivo, a paciente
deve ser submetida à colposcopia. Este teste determina o tipo do HPV (16 e 18; e os de alto
risco – 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66 e 68). O HPV-16 é o responsável por 55 a
60% dos casos do carcinoma cervical e o HPV-18 de 10 a 15%.
Colposcopia
- A colposcopia inicia-se após a colocação do espéculo e boa exposição do colo do
útero.
- Lava-se este com solução fisiológica de cloreto de sódio para facilitar a visão
de algumas alterações
- A solução de ácido acético provoca vasoconstrição e edemas do epitélio cilíndrico e
do epitélio anormal, proporcionando maior contraste entre o epitélio normal e o
atípico
-
- No final do exame, realiza-se o teste de Schiller com uma solução de iodo metalóide
- O objetivo principal do teste de Schiller é identificar áreas do colo do
útero que não estão corretamente revestidas por células cervicais
saudáveis.
- Normalmente, o colo do útero deve apresentar uma coloração
uniforme após a aplicação de uma solução de iodo ou Lugol. Se
alguma área não se corar, isso pode indicar a presença de células
anormais, como aquelas associadas ao pré-câncer ou ao câncer
cervical.
- Áreas que absorvem o iodo adequadamente devem ficar com uma
coloração escura (marrom), enquanto áreas que não absorvem o iodo
podem permanecer com uma cor amarelada ou incolor.
- Como as células escamosas da ectocérvice são ricas em glicogênio,
um teste simples – teste do iodo ou teste de Schiller – é muito útil no
exame ginecológico de rotina. Como o iodo cora o glicogênio no
citoplasma das células bem diferenciadas, no epitélio normal o teste é
iodo-positivo ou Schiller-negativo. Se o epitélio é atípico, as células
escamosas têm menos glicogênio, e o teste é iodo-negativo ou
Schiller-positivo, indicando área suspeita que deve ser mais bem
avaliada
Histopatologia
- O diagnóstico definitivo deve ser confirmado pelo exame histopatológico e, quando
necessário, complementado por técnicas especiais de imuno-histoquímica.
Outros exames complementares:
● Urografia excretora
● USG
● TC
● RM
● PET-Scan (para casos selecionados, suspeitos de metástases a distância).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Cervicite
• Condiloma acuminado
• Pólipo cervical
• Extensão de carcinoma endometrial
• Carcinoma metastático.
CLASSIFICAÇÃO NIC
- NIC1 ou lesão intraepitelial escamosa de baixo grau,
- as alterações celulares estão presentes no terço basal do epitélio;
encontram-se hiperplasia da camada basal, atipias celulares discretas e
coilocitose nas camadas superficiais do epitélio
- NIC2 ou lesão intraepitelial escamosa de alto grau
- displasia moderada,
- as atipias celulares são mais intensas e o desarranjo arquitetural é maior,
alcançando até dois terços do epitélio
- Mitoses aparecem nas camadas mais altas, o que é um marcador de
proliferação celular anormal.
- Coilocitose é menos frequente.
- NIC3,
- Na displasia acentuada, carcinoma in situ ou lesão intraepitelial escamosa de
alto grau
- As atipias estão em toda a espessura do epitélio; mitoses, típicas e
atípicas, são frequentes em qualquer camada; coilocitose é escassa ou
ausente.
Fontes:
Hoffman, B. L., Schorge, J. O., & Halvorson, L. M. et al. (2014). Ginecologia de Williams
(2nd ed.). Grupo A. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580553116
Porto, C. C., & Porto, A. L. (2022). Clínica Médica na Prática Diária (2nd ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527738903
Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia (10th ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527738378
6. Como é feito o tratamento e prevenção do Câncer de Colo do útero?
Tratamento
O tratamento inicial do câncer de colo do útero consiste em retirar a lesão por uma
dentre várias técnicas disponíveis.
A biópsia ou a cauterização local pode ser um procedimento diagnóstico e
terapêutico.
Eletrocauterização, criocirurgia ou vaporização a laser de dióxido de carbono pode
ser usada para tratar displasia moderada a grave, limitada à exocérvice (i. e., junção
escamocolunar claramente visível).
A conização terapêutica torna-se necessária quando a lesão se estende até o canal
endocervical e pode ser realizada cirurgicamente (com ou sem LEEP) no consultório
médico.
Dependendo do estágio de acometimento do colo uterino, o câncer invasivo é
tratado com radioterapia, ressecção cirúrgica ou ambas.
A irradiação externa e a irradiação intracavitária ou braquiterapia (i. e., colocação de
materiais radioativos no corpo) podem ser usadas para tratar câncer desse tipo.
A irradiação intracavitária possibilita acesso direto à lesão central e aumenta a
tolerância do colo do útero e dos tecidos circundantes,viabilizando a utilização de níveis de
radiação que assegurem a cura.
A irradiação externa elimina doença metastática dos linfonodos pélvicos e de outras
estruturas, bem como reduz a lesão de colo do útero para acentuar os efeitos da
radioterapia intracavitária.
As abordagens cirúrgicas incluem traquelectomia (ressecção do colo uterino) para
mulheres com câncer em estágio inicial que desejem conservar a fertilidade; histerectomia
radical (inclui a remoção do útero, do colo do útero, dos paramétricos e da parte superior da
vagina) com dissecção dos linfonodos pélvicos; ou exenteração pélvica (i. e., ressecção de
todos os órgãos pélvicos, inclusive bexiga, reto, vulva e vagina).
Prevenção
- Dividida em 3 níveis
- Primária
- A prevenção primária é feita pela vacinação anti-HPV entre os 9 e 26
anos para ambos os sexos.
- Vacina quadrivalente, que contêm os tipos 6, 11, 16 e 18.
- Vacina 9 valente, que contêm os mesmos tipos da
quadrivalente (6,11,16 e 18) mais os tipos 31, 33, 45, 52 e 58.
- Vacina bivalente, que contêm os tipos 16 e 18.
- No Brasil está disponível a vacina quadrivalente.
- Atualmente, o MS tem recomendado a vacinação para
o sexo feminino de 9 a 14 anos de idade e para o sexo
masculino na faixa etária de 12 a 13 anos. A vacina é
recomendada também para pessoas de 9 a 26 anos
que estejam imunocomprometidas.
-
- Orientações
- Secundária
- Rastreamento da doença
- Terciária
- Tratamento das lesões intraepiteliais:
- Crioterapia:
- a destruição das lesões intraepiteliais pela crioterapia
pode ser feita por CO2 ou nitrogênio líquido
- Tratamento a laser:
- o laser de CO2 pode ser usado tanto como função
ablativa como excisional
- Cirurgia:
- a excisão a bisturi foi o primeiro método terapêutico
para o tratamento das lesões intraepiteliais
- Leep:
- procedimento eletrocirúrgico de alta eficácia e baixo
índice de complicações
- A 5-fluoruracila tópica também é opção terapêutica nas lesões
intraepiteliais.
- Infecção pelo papilomavírus humano
- O HPV é o principal agente etiológico infeccioso associado ao câncer do colo
uterino
- A vacinação contra os HPVs 16 e 18 reduz as infecções incidentes e
persistentes com eficácia de 95 e 100%, respectivamente (The GlaxoSmi-
thKline HPV-007 Study Group, 2009)
- Fatores preditivos relacionados com baixas condições socioeconômicas
- Baixa escolaridade, idade avançada, obesidade, tabagismo e residência em
bairros pobres estão relacionados independentemente com taxas menores
de rastreamento para câncer de colo uterino.
- Especificamente, as mulheres que residem em bairros pobres possuem
acesso limitado ao rastreamento, podendo beneficiar-se de programas que
aumentem a disponibilidade do exame de Papanicolaou
- Tabagismo
- O tabagismo tanto ativo como passivo aumenta o risco de câncer de colo
uterino.
- Embora o mecanismo subjacente à associação entre tabagismo e câncer de
colo uterino não esteja bem elucidado, é possível que o fumo altere a
infecção por HPV.
- Entre as mulheres infectadas por HPV, a incidência de lesão intraepitelial
escamosa de alto risco (LIEAG) ou de câncer invasivo é duas a três vezes
maior em fumantes e ex-fumantes.
- O tabagismo passivo também está associado a aumento do risco, mas em
proporções menores.
- Dos tipos de câncer de colo uterino, o tabagismo foi associado a uma taxa
significativamente maior de carcinoma de células escamosas, mas não de
adenocarcinoma.
- Atividade Sexual
- O número elevado de parceiros sexuais e a primeira relação sexual em idade
precoce aumentam o risco de câncer de colo uterino.
- O uso de barreira durante o ato sexual reduz a incidência de câncer de colo
uterino.
- Complexo socioeconômico-cultural:
- o fator cultural ultrapassa o econômico, uma vez que o conhecimento pode
minimizar diversas situações que aumentariam seu risco
- Fatores sexuais:
- início das relações sexuais aos 14 anos ou menos, e mulheres com vários
parceiros sexuais
- Fatores reprodutivos:
- a multiparidade é um fator de risco importante, pois aquelas com sete ou
mais partos a termo têm quatro vezes mais câncer da cérvice quando
comparadas às nulíparas.
- Fatores hormonais:
- os estrogênios atuam como inibidor de apoptose, propiciando a proliferação
das células infectadas pelo vírus do papiloma humano (HPV) oncogênico
- Tabagismo:
- tanto a tabagista ativa quanto a passiva têm risco aumentado para câncer
- Fatores raciais:
- o câncer do colo do útero é 2 vezes mais frequente na raça negra do que na
branca
- Infecção pelo HPV:
- a associação do HPV com o câncer do colo do útero está comprovada,
sendo responsável por 99% dos casos de transformação maligna, sendo os
tipos 16 e 18 responsáveis por 70% dos cânceres cervicais
- Fatores alimentares:
- a deficiência das vitaminas A, C, E, ácido fólico e betacaroteno pode diminuir
a resistência celular à infecção viral
- Imunodepressão e imunossupressão
- Radiações ionizantes
- Fatores infecciosos
- a infecção por clamídia facilita a infecção pelo HPV.
-
Fontes:
Hoffman, B. L., Schorge, J. O., & Halvorson, L. M. et al. (2014). Ginecologia de Williams
(2nd ed.). Grupo A. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580553116
Norris, T. L. (2021). Porth - Fisiopatologia (10th ed.). Grupo GEN.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527737876
Duncan, B. B., Schmidt, M. I., & Giugliani, E.R. J. et al. (2022). Medicina ambulatorial:
condutas de atenção primária baseadas em evidências (5th ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786558820437
Gusso, G., Lopes, J.M. C., & Dias, L. C. (2019). Tratado de medicina de família e
comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática (2nd ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582715369
7. Tipos de HPV e formas de transmissão.
a. Tipos
- O papilomavírus é um vírus com DNA de fita dupla e sem envelope. São
reconhecidos mais de 125 tipos de HPV, e tipos individuais estão associados a
manifestações clínicas específicas. Por exemplo, o HPV dos tipos 16 e 18 têm sido
mais fortemente associados a cânceres cervicais e anais, causando 70 a 85% e
cerca de 90% dos casos, respectivamente; o HPV dos tipos 6 e 11 causa verrugas
anogenitais (condiloma acuminado).
- O aspecto físico das verrugas varia conforme a localização anatômica, variando
desde pápulas esbranquiçadas e moles na vulva até placas pigmentadas elevadas e
ceratóticas no pênis.
- O HPV é epiteliotrópico e causa, entre outras, verrugas genitais, denominadas
condiloma acuminado, lesão conhecida desde a Antiguidade como doença
sexualmente transmissível
b. prevenção
- Estão disponíveis uma vacina quadrivalente que contém os tipos 6, 11, 16 e 18 do
HPV; uma vacina 9-valente contendo os tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 do
HPV; e uma vacina bivalente contendo HPV dos tipos 16 e 18. O CDC recomenda a
administração da vacina a todos os meninos e meninas de 11 a 12 anos de idade,
bem como para homens e mulheres entre 13 e 26 anos que não completaram a
série completa de imunização.
c. Transmissão:
- O HPV é transmitido por relação sexual, por sexo oral e, possivelmente, pelo toque
na genitália do parceiro
- O intervalo entre a infecção inicial e o diagnóstico de câncer associado ao HPV pode
ser > 20 anos, sendo que a infecção pelo HIV acelera este processo.
- A transmissão do vírus se dá sobretudo por contato direto, em geral por atividade
sexual,
- Há ainda transmissão por material contaminado e exposição a roupas
contaminadas.
- O risco de contágio aumenta em pessoas com vários parceiros sexuais. O
uso de preservativo nem sempre evita o contágio, já que a transmissão pode
se dar por contato com os lábios, o escroto, a mucosa anal e outras
superfícies contaminadas.
- A contaminação ocorrer também pela passagem do feto pelo canal de parto
A infecção pelo HPV é muito prevalente, mas apenas pequena parcela de casos
progride para o câncer. Na maioria das vezes, a infecção viral é transitória e regride
espontaneamente entre 6 meses a 2 anos. Nos poucos casos de infecção persistente,sobretudo naquelas causadas por vírus de alto risco onco
Fatores exógenos e endógenos atuam em conjunto com o vírus na progressão das
lesões.
- Entre os fatores relacionados ao vírus, têm-se:
- (a) tipo viral (tipos com alto e baixo risco);
- (b) infecção múltipla (mais de um tipo de vírus);
- (c) carga viral na lesão (maior no HPV 16);
- (d) taxa de integração do vírus ao genoma celular;
- (e) variantes geográficas do HPV.
- Os fatores relacionados ao hospedeiro são:
- (a) resposta imunitária;
- (b) tabagismo;
- (c) início precoce de atividade sexual;
- (d) uso prolongado de contraceptivos orais;
- (e) multiparidade;
- (f) múltiplos parceiros sexuais;
- (g) associação com outras infecções sexualmente transmissíveis, como o
HIV.
Fontes:
Jameson, J. L., Fauci, A. S., & Kasper, D. L. et al. (2021). Manual de medicina de Harrison
(20th ed.). Grupo A. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786558040040
Duncan, B. B., Schmidt, M. I., & Giugliani, E.R. J. et al. (2022). Medicina ambulatorial:
condutas de atenção primária baseadas em evidências (5th ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786558820437
Gusso, G., Lopes, J.M. C., & Dias, L. C. (2019). Tratado de medicina de família e
comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática (2nd ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582715369
8. Políticas públicas para o Câncer de Colo do útero e epidemiologia no Brasil e
no Mundo.
O câncer invasor do colo do útero é considerado um câncer evitável, porque o
estágio pré-invasor é longo, existem programas de rastreamento por exame colpocitológico
e o tratamento das lesões pré-invasoras é eficaz
O câncer do colo do útero é de fácil diagnóstico e os exames preventivos são de
baixo custo, não havendo, portanto, justificativa para a sua alta incidência.
- Cerca de 500 mil casos por ano e de 250 mil mortes em todo o mundo, sendo 90%
desses casos nas regiões socioeconomicamente pouco desenvolvidas.
- Nos países desenvolvidos,
- A incidência do câncer do colo do útero diminui consistentemente, enquanto
nos países em desenvolvimento, esse percentual corresponde a 80% das
mortalidades por câncer do colo do útero no mundo.
O câncer de colo uterino é passível de prevenção primária (redução de alguns
fatores de risco) e secundária (detecção precoce de lesões precursoras).
- Esse tumor apresenta alto potencial de prevenção e cura quando ocorrem a
detecção e o tratamento adequado das lesões precursoras ou carcinoma em
seus estágios iniciais.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma,
- o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte.
Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste,
- ocupa a segunda posição; e nas regiões Sul e Sudeste ocupa a quarta
posição dos mais frequentes.
O câncer do colo do útero é um problema socioeconômico importante, porque além
do tratamento ser dispendioso, afeta as mulheres na plenitude laboral.
 Programa Nacional de Controle do Câncer de Colo do Útero (PNCC):
Lançado em 1994, esse programa tem como objetivo principal reduzir a
mortalidade e a incidência do câncer de colo do útero. Ele promove ações de
prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, incluindo a realização de
exames de Papanicolau (citologia cervical) para rastreamento e a oferta de
tratamento adequado.
 Vacinação contra o HPV: A vacinação contra o vírus do papiloma humano
(HPV) foi introduzida no Brasil em 2014 como parte do Programa Nacional de
Imunização. A vacina tem como objetivo prevenir as infecções pelo HPV, que
é um dos principais fatores de risco para o câncer de colo do útero.
 Exame de Papanicolau (Citologia Cervical): O exame de Papanicolau é
fundamental para a detecção precoce de células anormais no colo do útero.
O PNCC e outras políticas públicas visam promover o acesso facilitado a
esse exame, principalmente para as mulheres de faixas etárias mais
vulneráveis.
 Sistema Único de Saúde (SUS): O SUS oferece serviços de prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer de colo do útero de forma gratuita para a
população brasileira. Isso inclui a realização de exames, biópsias,
tratamentos cirúrgicos e tratamentos complementares, quando necessários.
 Campanhas de Conscientização: O governo brasileiro promove campanhas
de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico
precoce do câncer de colo do útero. Essas campanhas visam informar as
mulheres sobre os métodos de prevenção disponíveis e incentivá-las a
buscar cuidados de saúde regularmente.
 Programas de Educação em Saúde: Além das campanhas de
conscientização, o Brasil também implementa programas de educação em
saúde nas escolas e comunidades, visando informar as mulheres sobre os
fatores de risco, os sintomas e a importância dos exames regulares.
Fontes:
Jameson, J. L., Fauci, A. S., & Kasper, D. L. et al. (2021). Manual de medicina de Harrison
(20th ed.). Grupo A. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786558040040
Duncan, B. B., Schmidt, M. I., & Giugliani, E.R. J. et al. (2022). Medicina ambulatorial:
condutas de atenção primária baseadas em evidências (5th ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786558820437
Gusso, G., Lopes, J.M. C., & Dias, L. C. (2019). Tratado de medicina de família e
comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática (2nd ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582715369

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