Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
apg 27 – neoplasia de mama e menopausa 1. Revisar a morfofisiologia da mama (lactação); 2. Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico (exame físico das mamas), diferenciando de patologias benignas e malignas; 3. Compreender a definição, fisiologia, influencias, quadro clínico, diagnóstico e tratamento do climatério e menopausa. mama anatomia - Estão localizadas entre a terceira e sétima costelas e são sustentadas pelos músculos peitorais e pelas fáscias superficiais; - Cauda de Spence: prolongamento axilar das mamas; - O estrogênio é responsável pelo desenvolvimento dos ductos mamários; já a progesterona é responsável pelo desenvolvimento dos epitélios ductal e secretor alveolar; - O formato e textura das mamas são influenciados por fatores hormonais, genéticos, nutricionais, endócrinos, tônus muscular, idade e gestação; histologia - Composta por: gordura, tecido conjuntivo fibroso e tecidos glandulares; · Tecido conjuntivo fibroso superficial está ligado a pele; · A fáscia muscular (peitoral maior e menor) e os tecidos conjuntivos fibrosos possuem a função de sustentação mamária; · Ligamento de Cooper: tecido fibroso que se entende do limite externo da mama até o mamilo em uma distribuição radial; possuem função de suporte e divisão das mamas em 4 a 20 lobos; · Lobo: conjunto de cachos (alvéolos ou glândulas) que se interconectam em ductos; · Alvéolos: são revestidos por células secretórias que que produzem leite ou secreções; - Trajeto do leite e/ou secreções: alvéolos – ductos terminais- ductos intralobares – ducto lactífero- reservatório lactífero e mamilos. - Mamilo: formado por tecido epitelial, glandular, eréteis e nervoso; · Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas que conferem proteção e hidratação dos mamilos; · Tecidos eréteis: tecido sensível a estímulos externos e fisiológicos que contribuição para a função sexual das mamas; fisiologia lactação - O estrogênio e a progesterona influenciam o epitélio alveolar a um estudo secretório propicio; - Prolactina (adeno-hipófise): estimula produção de leite pelas células alveolares; - Ocitocina (neuro-hipófise): estimula a ejeção do leite por contração das células mioepiteliais, devido ao processo de feedback positivo em resposta a sucção do RN; - Uma mulher pode ficar em lactação de 3 meses a 1 ano após a interrupção dos estímulos; patologias benignas mamarias - Não são progressivas, mas podem representar um risco para malignidade; epidemiologia - Ocorre mais comumente nas mulheres entre 30 e 50 anos. Os níveis hormonais parecem ter influência na mastalgia cíclica, com altos níveis de prolactina e de estradiol no período pré-menstrual. A anticoncepção hormonal parece diminuir a queixa da dor mamária; etiologia - Alteração tecidual in situ fisiopatologia cistos - Formado devido a um processo metaplásico dos ácinos; - Mais comum em mulheres entre quarta e quinta década de vida; - Cisto simples, complicado ou complexo; - Não necessitam de tratamento especial, mas podem ser aspiradas caso causem dor; - Os cistos complexos devem ser excididos. fibroadenoma - Anormalidade local no desenvolvimento de um lóbulo mamário; - Histologicamente: estruturas glandulares e epiteliais císticas envolvidas por estroma celular; - Surgem na adolescência e tendem a sofrer involução espontânea no período pós menopausa, sendo seu diagnóstico no período pré-menopausa; - Caso ele cresça de tamanho, deve ser excisado. galactorreia - Etiologia: estimulação vigorosa dos mamilos, hormônios exógenos, desequilíbrio dos hormônios endógenos ou infecção ou traumatismo torácico localizado, tumores hipofisários (prolactinoma); - Caracterizado pela produção de leite em mulheres que não estão em período de amamentação; - Pode ocorrer em homens e mulheres. - Descarga espontânea leitosa, uniductal, serosa ou hemorrágica em mulheres não lactantes; - Na maior parte dos casos tem origem devido a papilomas intradictais benignos (hemorrágica), sendo pólipos simples localizados dentro dos ductos lactíferos; - Diagnóstico: com exame físcio cuidadoso é possivel localizar a extremidade areolar gatilho e de forma adicional pode-se solicitar o teste de sangue oculto e o microsópico de descarga; - há indicação de mamografia diagnóstica e de avaliação dos ductos subareolares por ductografia, ductoscopia ou ultrassonografia mamária; mastite - Inflamação da mama; - Infecção e inflamação causam obstrução do sistema de ductos mamários de origem na nasofaringe do lactente ou das mãos da mãe; lactante - Etologia: comumente ocasionado por infecção ascendente de estafilococos; - MC: endurecimento, inflamação e dor local; pode evoluir parra abcessos que devem ser drenados; - Mesmo com o inicio da antibiótico terapia a mãe deve continuar a amamentar; Não lactante - Etiologia: flutuações hormonais, tumores, traumatismo ou infecção da pele; - A inflamação é normalmente desencadeada por bloqueio dos ductos por sangue, por restos celulares retidos ou inflamação extensa; distúrbios do sistema ductal - Normalmente acomete pessoas idosas durante ou depois da menopausa e é caraterizado por uma secreção cinza-esverdeada, intermitente e unilateral; - Causa inflamação e espessamento subsequente dos ductos; - Palpação da mama estimula a secreção; - MC: ardência, prurido, dor e sensação de tração do mamilo e da aréola; papiloma intraductal - Tumores benignos do tecido epitelial, com dimensões entre 2-5 cm; - Pode progredir para câncer; - MC: secreção mamilar sanguinolenta e pode ser palpado na região areolar; - Diagnóstico: feito por meio de galactografia, sendo a injeção de contraste no ducto afetado ou por RM; manifestações clínicas mastalgia - Dor nas mamas, podendo ser cíclica (bilateral, difusa, intensa e relacionada ao ciclo menstrual) ou acíclica (dor focal que não se relaciona com o ciclo menstrual – cisto simples ou câncer); patologias malignas mamarias epidemiologia - O câncer de mama representa a principal neoplasia nas mulheres no Brasil e no Mundo, pela sua prevalência e por sua representatividade nas causas de óbito nesta população; - Uma em oito mulheres americanas desenvolverá câncer de mama em alguma fase de sua vida; - O declínio da taxa de mortalidade por câncer de mama em mulheres menores de 50 anos desde 1989 é atribuído ao diagnóstico mais precoce por meio dos programas de triagem e à conscientização do público, assim como ao aperfeiçoamento dos tratamentos do câncer; - Cerca de 5 a 10% de todos os cânceres de mama são hereditários e mutações genéticas causam até 80% desses carcinomas que se desenvolvem nas mulheres com menos de 50 anos. etiologia - Genética: BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no cromossomo 13; · BRCA1: está envolvido na supressão tumoral, sendo o risco de 60-85% do desenvolvimento de câncer de mama e mais sujeitas a câncer de ovário; · Deve ser feita avaliação por RM. fatores de risco - Sexo feminino, envelhecimento, história pessoal ou familiar de câncer mamário, história de doença mamaria benigna e fatores hormonais que estimulam a maturação das mamas; - Fatores de risco modificáveis: obesidade, inatividade física e etilismo; - Geralmente não há nenhum fator de risco associado; fisiopatologia - manifestações clínicas - Massa, retração mamilar deprimida, ou secreção mamária anormal; - O carcinoma de mama evidencia-se por uma única lesão indolor, firme e fixa com bordas mal demarcadas; - A American Cancer Society retirou sua recomendação de que todas as mulheres façam autoexame sistemático periódico. diagnóstico exame físico - Inspecção: busca por ondulações, retrações de mamilo e alterações na pele; - Presença de descarga mamilar; - Caso haja o aparecimento de alguma massa, ela deve ser referida quanto ao quadrante e a distância do mamilo; · Características benignas: macia, arredondada e móvel; imagem - Mamografia: em incidências mediolaterais oblíquas e craniocaudais (rastreamento); · Exame diagnóstico para diferenciar entre lesões císticas e sólidas nas mulheres com espessamento inespecífico. - Ultrassonografia:diferenciação entre massa cística ou sólida; · Contornos regulares, massa sólida, ecos internos ou proporção entre largura e altura, 1,7, sugerem malignidade; - Sistema de Banco de Dados e de Relatórios das Imagens das Mamas (BI-RADS, de Breast Imaging Reporting and Data System): · As lesões classificadas como BI-RADS 5 são altamente sugestivas de malignidade, e $ 95% delas serão cancerosas; biópsia - Avaliação de uma massa sólida; - Deve ser feito após um exame de imagem e caso seja necessário realização anterior deve-se esperar no mínimo 2 semanas; - Biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF): menor custo e menor tempo de realização, consistindo na extração de células epiteliais e diferenciação entre células benignas ou malognas; - Biópsia por agulha grossa (maior tendencia): contribui para o planejamento cirúrgico, sendo realizada por meio de um dispositivo automatizado a vácuo que coleta fragmentos do tecido. teste triplo - Exame clínico, imagem e biópsia por agulha; - Concordante benigno: todas as 3 etapas sugerem benignidade, nesse caso se acompanha o nódulo a cada 6 meses sem necessidade de retirada; - Caso qualquer um dos 3 testes indiquem malignidade o nódulo deve ser retirado; doença de paget - Lesão eczematoide do mamilo e da aréola; - Representa 1% de todos os canceres de mama; menopausa/climatério definição - Cessação dos ciclos menstruais por 1 ano inteiro ou apresentam níveis persistentemente altos de FSH (> 20 mUI/μℓ); - Ocorre em média entre os 48-55 anos; - Perimenopausa: período de 4 anos anterior a menopausa que é caraterizado pela irregularidade dos ciclos; - Climatério: toda a transição gradual que leva a menopausa; - Insuficiência ovariana prematura: caracterizado pela menopausa que ocorre antes dos 40 anos de idade. influencia - Idade: entre 48 e 55 anos; quadro clínico local - Diminuição dos pelos corporais, elasticidade da pele e da gordura subcutânea; - Mamas tornam-se pendulares e compostas de ductos, gordura e tecido conjuntivo; - Ovários e útero: diminuem de tamanho e passam a ser pálidos e friáveis; - Aumento do pH vaginal; - Problemas ocasionados pela atrofia urogenital: ressecamento da vagina, incontinência urinária de esforço, urgência urinária, noctúria, vaginite e ITU; - Desconforto durante relações sexuais; sistêmico - Instabilidade vasomotora significativa secundária à redução dos níveis dos estrogênios e aos aumentos relativos dos outros hormônios, inclusive FSH, LH, GnRH, di-hidroepiandrosterona, androstenediona, epinefrina, corticotrofina, β-endorfina, hormônio do crescimento e peptídio relacionado com o gene da calcitonina; - “fogachos” (ou ondas de calor), palpitações, tontura e cefaleias à medida que os vasos sanguíneos dilatem; - Sudorese noturna: ondas de calor que acompanham transpiração no período noturno; - Insônia e despertares noturnos; - Irritabilidade, ansiedade e depressão em consequência dos episódios incontroláveis e imprevisíveis; - Privação crônica de estrogênio: osteoporose secundária a um desequilíbrio da remodelação óssea (i. e., a reabsorção óssea ocorre a uma taxa mais acelerada que a formação) e aumento do risco de doença cardiovascular (a aterosclerose é acelerada), principal causa da morte de mulheres após a menopausa; - Déficit visual secundário à degeneração macular e disfunção cognitiva. diagnóstico - Cessação dos ciclos menstruais por 1 ano inteiro ou apresentam níveis persistentemente altos de FSH (> 20 mUI/μℓ); - Dosagem no hormônio antimuleriano (AMH); tratamento (farmacológico e recomendações) - Creme vaginal de estrogênio: melhora do ressecamento e atrofia vaginal; reposição hormonal - Redução de 50% nos índices de mortalidade por cardiopatia coronariana (CC) entre as mulheres que se submetiam ao TRH; - Redução dos riscos de disfunção neurocognitiva, perda de densidade óssea e doença periodôntica; - Pacientes que possuem o útero, recebem uma combinação de estrogênio e progesterona (TCCEP), já aquelas que fizeram retirada do órgão usam apenas estrogênios (ET); - Risco elevado de desenvolver câncer de mama, acidente vascular encefálico (AVE) e episódios tromboembólicos venosos. tratamento não farmacológico - Exercício físico: o treinamento aeróbico, resistido e combinado são eficazes em reduzir gordura corporal total e na região central e melhorar o perfil metabólico de mulheres na pós-menopausa; - A eficácia do treinamento aeróbico é dependente da intensidade, sendo baixa a moderada as mais indicadas; referencias NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737876/. Acesso em: 15 mai. 2023. BEREK, Jonathan S. Tratado de Ginecologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN 978-85-277-2398-5. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2398-5/. Acesso em: 15 mai. 2023. HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553116/. Acesso em: 15 mai. 2023. CARREIRO, Karina Belickas. Câncer de mama em mulheres no período reprodutivo: perfil epidemiológico de 10 anos de um serviço. 2022. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. DINIZ, Tiego Aparecido et al. Exercício físico como tratamento não farmacológico para a melhora da saúde pós-menopausa. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 23, p. 322-327, 2017.
Compartilhar