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DIREITO ADMINISTRATIVO Lei n. 8.112/1990 – Regime Jurídico dos Servidores Civis da União – Arts. 118 a 126 Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br DIREITO ADMINISTRATIVO Lei n. 8.112/1990 – Regime Jurídico dos Servidores Civis da União – Arts. 118 a 126 Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br BLOCO 4- INCIDENCIA 5 CAPÍTULO III – DA ACUMULAÇÃO Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, É VEDADA A ACUMULAÇÃO REMUNERADA de cargos públicos. Quem permite acumular é a CF § 1º A proibição de acumular ESTENDE-SE a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários. § 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. Obs.: o aposentado pode acumular seus proventos com cargos que seriam · Acumuláveis na atividade · Cargos em comissão · Cargos eletivos. Art. 119. O servidor NÃO PODERÁ EXERCER mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica. Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES Obs.: o servidor tem responsabilidades civil, penal e administrativa. Isso é chamado de tríplice responsabilidade. Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Art. 122. A RESPONSABILIDADE CIVIL decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. Obs.: o pagamento do prejuízo intencionalmente causado aos cofres públicos somente será cobrado de forma parcelada na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. A regra é pagar de uma só vez. § 2º Tratando-se de DANO CAUSADO A TERCEIROS, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. Obs.: a vítima cobra do Estado e este cobra do servidor (ação regressiva). § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. 1. (QUADRIX/2021/CRBM/RECEPCIONISTA) Acerca de atos administrativos e de controle e responsabilização da Administração, julgue o item. A responsabilidade civil dos servidores públicos é subjetiva, ou seja, deve-se demonstrar se a sua conduta decorreu de dolo ou culpa. V COMENTÁRIO A responsabilidade civil dos servidores públicos é subjetiva, ou seja, deve-se demonstrar se a sua conduta decorreu de dolo ou culpa. Ao contrário da responsabilidade do Estado, que é objetiva. Art. 123. A RESPONSABILIDADE PENAL abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Obs.: em regra, a condenação criminal não gera a perda do cargo automaticamente. Código Penal Art. 92. São também efeitos da condenação: I – a PERDA de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) Quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) Quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Art. 124. A RESPONSABILIDADE CIVIL-ADMINISTRATIVA resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor SERÁ AFASTADA no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Juízo de certeza Obs.: a jurisprudência acrescenta mais um caso, que é a excludente de ilicitude, também chamada de antijuridicidade. Art. 126-A. NENHUM SERVIDOR PODERÁ SER RESPONSABILIZADO civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. DIRETO DO CONCURSO 3. (VUNESP/2020/PREFEITURA DE MORRO AGUDO – SP/FISCAL DE TRIBUTOS) O servidor público Sicrano, subordinado ao servidor Fulano, tomou ciência de que este estava se apropriando de dinheiro de que tinha posse em razão de seu cargo. Diante disso, levou tais fatos ao conhecimento do Chefe do Departamento, que informou que não seria possível instaurar processo administrativo disciplinar contra Fulano, pois este já fora absolvido por falta de provas na seara criminal. A respeito do caso descrito, é correto afirmar, com base na legislação nacional, que a. caso Fulano tivesse sido condenado na seara criminal, ele também não poderia ser processado administrativamente pelos mesmos fatos, em atenção ao princípio do non bis in idem. F b. a informação dada pelo Chefe do Departamento está correta, e Fulano também não poderia ter sido processado administrativamente caso tivesse sido reconhecida a extinção da punibilidade pela prescrição. c. a informação dada pelo Chefe do Departamento está incorreta, pois a responsabilidade administrativa do servidor somente é afastada em caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. d. Sicrano poderia ser responsabilizado por ter dado ciência ao Chefe do Departamento a respeito dos fatos praticados por Fulano, pois tal atitude representa violação ao poder hierárquico. e. Fulano não poderia ser processado administrativamente caso tivesse cometido crime de peculato culposo, pois a responsabilidade civil do servidor público somente decorre de atos comissivos. COMENTÁRIO A informação dada pelo chefe do departamento está incorreta, pois a responsabilidade administrativa do servidor somente é afastada em caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. CAPÍTULO V DAS PENALIDADES Art. 127. São penalidades disciplinares: 1. – Advertência; 1. – Suspensão; 1. – Demissão; 1. – Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; A pena de cassação de aposentadoria é similar à demissão 1. – Destituição de cargo em comissão; 1. – Destituição de função comissionada. Exclui: exoneração, remoção e dispensa. Caso a exoneração ou remoção sejam usadas como punição, tal medida configura abuso de poderpor desvio de finalidade. Exoneração e punição não são a mesma coisa. As penalidades listadas estão em ordem de gravidade, das mais brandas até as mais graves. Demissão, cassação e destituição estão no mesmo bloco, pois todas elas configuram a perda do emprego. CARACTERÍSTICAS DAS PENALIDADES ADMINISTRATIVAS: ADVERTENCIA SUSPENSÃO DEMISSÃO (DESTITUIÇÃO/CASSAÇÃO) Mais leve Penalidade mediana Penalidade mais grave Por sindicância ou PAD Por sindicância (30 dias) ou PAD (90 dias) · Só por PAD Por escrito Se o seu chefe lhe dá uma bronca, isso não é uma advertência, pois a advertência precisa de instauração de PAD ou sindicância Limitada até 90 dias Sem remuneração A suspensão pode durar até 90 dias. Porém, se a pena de suspensão for aplicada em sindicância, o prazo máximo é de 30 dias A pena de suspensão pode ser convertida em multa de 50% Dica: para memorizar que a suspensão pode durar até 90 dias lembre-se de que a palavra suspensão é composta por 9 letras · Em CASOS ESPECIAIS, gera incompatibilidade para retornar ao serviço público; prazo de 5 anos Prescrição: 180 dias Prescrição: 2 anos · Prescrição: 5 anos Cancelada após 3 anos Cancelada após 5 anos. Exemplo: o servidor levou uma suspensão mas após seu término não cometeu nenhum outro erro; passados 5 anos a suspensão será cancelada do registro funcional Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos. Para definir se a penalidade aplicada será de advertência, suspensão ou demissão, a lei traz algumas situações que definem a penalidade. O art. 128 determina que deve ser feita uma análise de repercussão e antecedentes, ou seja, de dosimetria conforme o caso praticado 1. (IBFC/2021/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/GESTÃO) A Lei n. 8.112/1990 trata em seu artigo 127 das denominadas “penalidades disciplinares”. Acerca das disposições da supracitada lei, assinale a alternativa que apresente uma penalidade disciplinar. a. Acordo de leniência 0. Suspensão 0. Exoneração 0. Pena restritiva de direitos 0. Pena privativa de liberdade COMENTÁRIO Acordo de leniência, exoneração e pena restritiva de direitos não são penalidades disciplinares. A última delas é uma condenação criminal. 1. (QUADRIX/2020/PREFEITURA DE CANAÃ DOS CARAJÁS/PA/FISCAL MUNICIPAL DE OBRAS /FISCALIZAÇÃO) A prática de atos ilícitos por agentes públicos poderá ensejar sua responsabilização nas esferas penal, civil e administrativa. Acerca da responsabilidade dos servidores públicos no exercício da função, julgue o item. A cassação de aposentadoria é modalidade de sanção aplicada aos servidores públicos que estejam aposentados e que tenham cometido, na atividade, alguma das sanções, previstas em lei, puníveis com demissão. v COMENTÁRIO A pena de cassação de aposentadoria é similar à demissão. Obs.: é preciso saber associar a aplicação de penalidades e as condutas em que tais penalidades são correspondentes, pois é comum situações assim serem abordadas nas provas. ADVERTENCIA Art. 129. A ADVERTÊNCIA será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. O dever funcional é tratado no art. 116. A penalidade mais leve só é aplicada quando as mais graves não se adequarem à situação. Em casos graves, as penalidades serão de suspensão ou demissão. Art. 117. Ao servidor é proibido: 1. – Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; Advertência. 1. – Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; Advertência. 1. – Recusar fé a documentos públicos; Advertência. Obs.: recusar fé significa recusar presunção de legitimidade. Exemplo: alegar que uma certidão autenticada é falsa, sem que isso seja verdade. IV – Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; Advertência. V – Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; Advertência. Desapreço significa falar mal de alguém, independentemente se a pessoa alvo seja servidora ou não. A situação de apreço também é proibida 1. – Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; Advertência. Obs.: cometer significa atribuir. Cometer a pessoa estranha à repartição gera advertência Cometer a outro servidor gera suspensão. 1. – Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; Advertência. Obs.: coagir significa pressionar; aliciar significa chantagear. VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; Advertência. Obs.: o inciso VIII se refere ao nepotismo. Na Lei n. 8.112/1990, ao se referir a parentesco, se o regime for disciplinar trata-se de parentes até o segundo grau; quando for dentro do PAD, trata-se de parentes até o terceiro grau. A Súmula Vinculante n. 13 proíbe até o terceiro grau. XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. Advertência. Art. 116. São deveres do servidor: Obs.: o Art. 116 também traz situações em que o descumprimento pode gerar advertência. 1. – Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 1. – Ser leal às instituições a que servir; 1. – Observar as normas legais e regulamentares; 1. – Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; Obs.: atente-se à exceção presente no inciso IV. No caso de um superior que orientou o servidor a cumprir uma ordem ilegal, os dois serão punidos. 1. – Atender com PRESTEZA: 1. Ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 1. À expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; 1. Às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 1. – Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; 1. – Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio 1. – Guardar sigilo sobre assunto da repartição; Obs.: fofoca é caso de advertência. Isso é diferente de revelar segredo funcional, caso passível de demissão. IX – Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; Obs.: a vida privada do servidor pode repercutir na administração, por isso cuidado com condutas em redes sociais, por exemplo. A incontinência pública também gerará demissão. 1. – Ser assíduo e pontual ao serviço; Obs.: inassiduidade habitual gera demissão, quando comprovado que num intervalo de 12 meses o servidor teve 60 faltas. Não é a mesma coisa que abandono de cargo. 1. – Tratar com urbanidade as pessoas; Obs.: tratar com urbanidade significa ser educado. 1. – Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. DIRETO DO CONCURSO 1. (CESPE/CEBRASPE/2021/PC/DF/AGENTE DE POLÍCIA DA CARREIRA DE POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL) João, servidor público, aliciou um dos seus subordinados a se filiar ao sindicato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão desse fato, instaurou-se processo administrativo contra João para apurar sua conduta funcional. Concluído o procedimento, o chefe da repartição, Antônio, aplicou a pena de advertência por escritopelo ato praticado. Considerando a situação hipotética precedente, o disposto na Lei n. 8.112/1990, os requisitos do ato administrativo e os poderes da administração pública, julgue o item a seguir. A penalidade aplicada a João é incabível, uma vez que não há previsão legal expressa para a punição funcional pelo ato praticado. F A penalidade de advertência é cabível. 2. (CESPE/CEBRASPE/2021/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO) Arnaldo, supervisor de coleta e qualidade, ordenou a Fabrícia, agente de pesquisas e mapeamento, que ela adulterasse os dados da coleta de pesquisa de natureza estatística, a fim de beneficiar Pedro, primo de Arnaldo e prefeito da cidade, com dados estatísticos mais favoráveis à sua gestão. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz do disposto no Código de Ética do IBGE e na Lei n.º 8.112/1990. 1. Fabrícia deverá recusar-se a cumprir tal ordem, já que o dever do servidor público de cumprir as ordens superiores não se aplica quando tais ordens são manifestamente ilegais. 1. Fabrícia deverá cumprir a ordem de Arnaldo, pois o servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. 1. Sendo Arnaldo chefe de Fabrícia, resta inoportuna a sua denunciação, pois o encaminhamento da denúncia só pode ser feito ao superior hierárquico, ou seja, ao próprio acusado. 1. Fabrícia deverá cumprir a ordem de Arnaldo, pois é dever fundamental do servidor do IBGE ter respeito à hierarquia. 1. Fabrícia deverá recusar– se a cumprir tal ordem, sob o fundamento de que fere a dig- nidade humana. 3. (CESPE/CEBRASPE/2021/IBGE/SUPERVISOR DE COLETA E QUALIDADE) Beatriz, servidora pública do IBGE, fez um discurso exaltando as qualidades de Fernanda, presidente do IBGE, no recinto da repartição. Considerando essa situação hipotética e o disposto no Código de Ética do IBGE e na Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção correta. 1. A atitude de Beatriz está conforme o Código de Ética do IBGE, que garante aos seus servidores o direito à livre manifestação. 1. Nada obsta que Beatriz faça tal discurso, pois ela goza da prerrogativa da liberdade de expressão. 1. Como a manifestação de apreço a Fernanda, Beatriz não descumpriu nenhum preceito ético do Código de Ética do IBGE, tampouco a Lei n.º 8.112/1990. 1. Beatriz não poderia ter feito tal discurso, pois é vedado ao servidor público promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição. 1. A atitude de Beatriz está sujeita à pena de suspensão, a ser aplicada pela Comissão de Ética do IBGE. 4. (FGV/2020/IBGE/COORDENADOR CENSITÁRIO SUBÁREA/REAPLICAÇÃO) Mariana, ocupante do cargo de Coordenador Censitário Subárea do IBGE, que nunca sofreu qualquer sanção disciplinar, no exercício das funções, opôs resistência injustificada ao andamento de documento e processo. De acordo com a Lei n. 8.112/90, observadas as formalidades legais, Mariana será sancionada com a penalidade disciplinar da: 1. Repreensão, que será aplicada verbalmente; 1. Advertência, que será aplicada por escrito; 1. Censura, que será aplicada verbalmente; 1. Demissão, que será aplicada mediante publicação no diário oficial; 1. Suspensão, que será aplicada mediante publicação no diário oficial. 1. (QUADRIX/2021/CRBIO 6ª REGIÃO/AGENTE FISCAL) Cometerá falta administrativa, punível com pena de advertência por escrito, o servidor público civil da União, das autarquias e das fundações públicas que 0. retirar, sem prévia autorização, por escrito, da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição. 0. opuser resistência ao andamento de documento ou processo ou à execução de serviço. 0. atuar como procurador ou intermediário junto a repartições públicas. 0. aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro, sem licença do presidente da República. 0. se ausentar do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do superior imediato. COMENTÁRIO a. A autorização não precisa ser por escrito. SUSPENSÃO Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. § 1º Será punido com SUSPENSÃO DE ATÉ 15 (QUINZE) DIAS o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão PODERÁ SER CONVERTIDA EM MULTA, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Segundo o art. 117, ao servidor é proibido: XVII – cometer (repassar/atribuir) a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; Suspensão Obs.: cometer significa atribuir. Cometer a pessoa estranha à repartição gera advertência Cometer a outro servidor gera suspensão. XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; Suspensão Por exemplo, um advogado contratado por um escritório de advocacia presta consultoria aos advogados que ali atuam a fim de que saibam como entrar com Recurso Especial no STJ, órgão no qual esse mesmo advogado trabalha. Há incompatibilidade a partir do momento em que existe um conflito de interesse. Não há proibição de modo geral, mas é preciso atenção à existência de incompatibilidade. Outra situação é o próprio fato de que há leis especiais que proíbem. Por exemplo, se a pessoa passar (em concurso) para policial rodoviário federal, ela não pode ter outro emprego porque na PRF exige-se dedicação não apenas integral, mas exclusiva. Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos. Os casos de advertência no art. 117 vêm expressamente no inciso I até o VIII e no inciso XIX. DEMISSÃO Art. 132. A DEMISSÃO será aplicada nos seguintes casos: 1. – Crime contra a administração pública; 1. – Abandono de cargo; Abandono de cargo ausência, falta intencional, ausência intencional por mais de 30 dias consecutivos Inassiduidade habitual 60 dias de faltas interpoladamente, ou seja, de maneira alternada em 12 meses. 1. – Inassiduidade habitual; 1. – Improbidade administrativa; Só poderá ser condenado por improbidade em uma ação judicial, apenas, em PAD não. No PAD é plenamente possível a autoridade concluir que o que foi praticado está previsto na Lei de Improbidade, portanto justificada a demissão. Pergunta-se: houve condenação por improbidade? Não. A demissão ocorreu pela prática de conduta prevista na Lei de Improbidade. 1. – Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; É quando a pessoa não se contém perante o público, que faz escândalos, o popular “barraqueiro”. 1. – Insubordinação grave em serviço; 1. – Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; 1. – Aplicação irregular de dinheiros públicos; 1. – Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; Incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos 1. – Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; Associada diretamente à aplicação irregular e à corrupção, como também à acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas. Essa demissão dá-se por meio de um pad sumário. 1. – Corrupção; Incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos 1. – Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 1. – Transgressão dos incisos IX a XVI doart. 117. Os itens destacados são situações em que o servidor será demitido e vão existir outras consequências, consequências essas que a lei traz no art. 137, que trata sobre a indisponibilidade dos bens, como está no art. 136: Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Obs.: é o que se chama de incompatibilização temporária. Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. Ocorre que esse parágrafo único foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o qual entendeu que “não poderá retornar ao serviço público federal” significa pena de caráter perpétuo, e pena perpétua é proibida pelo art. 5º da Constituição. Obs.: cuidado, porque hoje não existe essa incompatibilidade permanente, ou seja, ser demitido e não poder voltar. O que existe é uma incompatibilidade temporária de cinco anos. Art. 117. Ao servidor é proibido: IX – Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; Demissão Essa é a popularmente conhecida “carteirada”, o famoso “Você sabe com quem está falando?”. XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; Demissão Espécie de advocacia administrativa e situação em que se é mandado embora sem poder voltar nos próximos cinco anos. X – Participar de gerência ou administração de SOCIEDADE PRIVADA, personificada ou não personificada, exercer o comércio, EXCETO na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; Demissão Ou seja, é proibido que ele participe de gerência ou administração e exerça o comércio, mas pode ser funcionário. Exceções: pode ser acionista, cotista ou comanditário. Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo NÃO SE APLICA nos seguintes casos: 0. – Participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e 0. – Gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. Art. 117. Ao servidor é proibido: 1. – Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Demissão 1. – Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; Demissão 1. – Praticar usura sob qualquer de suas formas; Demissão Usura é a chamada agiotagem, não pode ser praticada por servidor público. 0. – Proceder de forma desidiosa; Demissão 0. – Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; Demissão Tudo isso é proibido e gera demissão. DIRETO DO CONCURSO 1. (IDECAN/2020/IF-RR/INFORMÁTICA) De acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990 sobre o regime disciplinar dos servidores públicos, analise as afirmativas a seguir: 1. – Ao servidor é proibido proceder de forma desidiosa ou prolixa. 1. – A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. v 1. – Ao servidor é proibido atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro. v Assinale 1. se somente as afirmativas I e III estiver em corretas 1. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 1. se somente a afirmativa I estiver correta. 1. se somente a afirmativa II estiver correta. 1. se todas as afirmativas estiverem corretas. 2. (QUADRIX/2021/CRBIO/6ª REGIÃO/AGENTE FISCAL) Cometerá falta administrativa, punível com pena de demissão, o servidor público civil da União, das autarquias e das fundações públicas que 1. Atribuir a outro servidor público funções ou atividades estranhas às do cargo, do emprego ou da função que ocupa, exceto em situação de emergência e transitoriedade. Suspensão 1. Mantiver sob a sua chefia imediata cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil. Nepotismo, advertencia 1. Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares. 1. Praticar comércio de compra e venda de bens ou serviços no recinto da repartição, ainda que fora do horário normal de expediente. 1. Delegar à pessoa estranha à repartição, exceto nos casos previstos em lei, atribuição que seja de sua competência e responsabilidade ou da de seus subordinados. Advertência 1. (IBFC/2021/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/GERAL) A Lei n. 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e traz em seu artigo 132 as hipóteses em que a pena de demissão será aplicada. Sobre as hipóteses de aplicação da demissão, assinale a alternativa incorreta. 0. Prática de crime contra a administração pública 0. Inassiduidade habitual 0. Improbidade administrativa 0. Acumulação legal de cargos, empregos ou funções públicas 0. Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição. 6. (IDECAN/2019/IF-PB/JORNALISTA) Com base nas disposições da Lei n. 8.112/1990, assinale abaixo o que se entende por inassiduidade habitual: 0. É a falta ao serviço, sem causa justificada, por trinta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. 0. É a falta ao serviço, com ou sem causa justificada, por noventa dias durante o período de doze meses. 0. É a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de vinte e quatro meses. 0. É a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. 0. É a falta ao serviço, com ou sem causa justificada, por sessenta dias durante o período de doze meses. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO ARTS. 133 A 135 E 140 A 142 O 133 é um dispositivo um tanto quanto “estranho”, meio “perdido”. Estudamos, no bloco anterior, até o art. 132, e o artigo da sequência é o art. 133. No entanto, este artigo foi colocado no lugar errado: ele deveria estar no próximo bloco, na seção do processo administrativo disciplinar. O art. 133, conforme você verá, trata do PAD SUMÁRIO (mais rápido, mais célere, e com prazos menores). O PAD sumário acontece em três situações: · Acumulação ilegal de cargos/empregos/funções; · Abandono de cargo; e · Inassiduidade habitual. É possível dizer que a Lei n. 8.112/90 incentivou a ilegalidade. Você sabe que a regra é a proibição de acumulação de cargos, empregos e funções (existem exceções, mas essa é a regra). A pergunta que se faz é: se houver o acúmulo, ilicitamente, de dois cargos, a pena será de demissão. Ocorre que a pena de demissão é muito difícil de ser aplicada. RESUMO DO PAD SUMÁRIO: · O servidor acumula dois cargos de maneira ilícita; · A Administração, então, notifica o servidor; · O servidor, por sua vez, terá 10 dias para escolher um dos cargos. Caso o servidor faça a escolha por um dos cargos, nada acontece (o servidor escolhe o cargo A e pede exoneração do cargo B – a lei não dispõe sobre punição nesse caso, não há nem mesmo dever de devolução dos valores recebidos, pois isso importaria em enriquecimento ilícito pela Administração); · CASO O SERVIDOR NÃO FAÇA A OPÇÃO, nesse momento é instaurado o PAD SUMÁRIO – com prazos menores (30 dias de duração, podendo prorrogar por mais 15 dias). O PAD será formado por uma comissãode dois servidores estáveis; · Depois que o servidor é citado, ele terá um prazo para responder. Nesse prazo de resposta, Se houver a opção pelo cargo encerra-se o PAD e não acontece nada com o servidor; Se o servidor não realizar a opção e ficar comprovada a sua má-fé, aí o servidor será demitido dos dois cargos. Veja o texto do art. 133: Art. 133. Detectada a qualquer tempo a ACUMULAÇÃO ILEGAL de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará PROCEDIMENTO SUMÁRIO para a sua apuração e regularização imediata, cujo PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR se desenvolverá nas seguintes fases: I – Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; II – Instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; III – julgamento. § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. § 2 º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. § 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art. 167. § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. § 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. Já o art. 140 da mesma lei dispõe que: Art. 140. Na apuração de ABANDONO DE CARGO ou INASSIDUIDADE HABITUAL, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que: I – a indicação da materialidade dar-se-á: 1. na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; 1. no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses; II – Após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento. Art. 134. Será CASSADA a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. Perceba que a Lei n. 8.112/90 equipara a cassação de aposentadoria ou da disponibilidade à pena de demissão. O mesmo ocorre com a destituição de cargo em comissão, prevista no art. 135: Art. 135. A DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Perceba que a lei equipara a destituição de cargo em comissão à demissão e à suspensão. A destituição, para aquele que ocupa cargo em comissão + cargo efetivo, ocorre só nos casos de demissão. Já na situação em que houver apenas o cargo em comissão, a destituição ocorrerá tanto na hipótese de demissão como de suspensão. Art. 136 e o art. 137 tratam de situações de indisponibilidade de bens e ressarcimento e da incompatibilidade temporária. Art. 138 trata de abandono de cargo Art. 139 de inassiduidade habitual. Art. 140 que acabamos de analisar, trata sobre o PAD sumário para abandono de cargo e inassiduidade. Por isso, faremos a análise do art. 141: Art. 141. As PENALIDADES DISCIPLINARES serão aplicadas: I – Pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou entidade; II – Pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; 1. – Pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; 1. – Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão. Não há proibição para delegação da competência para punir. Estamos diante de competências privativas, e não exclusivas. O disposto no art. 142, que veremos a seguir, tem muito mais chance de ser exigido em provas. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I – Em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com DEMISSÃO, CASSAÇÃO de aposentadoria ou disponibilidade e DESTITUIÇÃO de cargo em comissão; II – Em 2 (dois) anos, quanto à SUSPENSÃO; III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à ADVERTÊNCIA. Quando a lei dispõe que a ação disciplinar prescreverá significa dizer que a Administração Pública não poderá mais punir. Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. (INCONSTITUCIONAL – STF) A determinação do art. 170 foi considerada inconstitucional pelo STF – segundo o Supremo, o registro nos assentamentos funcionais, quando houver a prescrição, fere o princípio da presunção de não culpabilidade (ou presunção de inocência). Art. 142. § 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. Conhecido não por qualquer autoridade, e sim pela autoridade competente § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal APLICAM-SE às infrações disciplinares capituladas também como crime. Quando o fato também configurar crime, o prazo prescricional a ser considerado será o da lei penal. § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. A interrupção da prescrição “zera” o prazo. Correndo o prazo, a partir da instauração do PAD ou aberturada sindicância, ele “zera” e recomeça a correr integralmente. A interrupção cessa após o prazo final de julgamento. INSTITUTO PRAZOS Penalidade de Suspensão (art. 130) Até 90 dias, salvo no caso de recusa de submissão de inspeção médica, que será de 15 dias (§ 1º) Cancelamento dos Registros das Punições (art. 131) Advertência: 3 anos Suspensão: 5 anos PAD Sumário (art. 133) Duração: 30 + 15 dias Opção de cargo acumulado ilicitamente: 10 dias Defesa: 5 dias Julgamento: 5 dias Incompatibilidade temporária para o serviço público (art. 137) 5 anos (casos: art. 117, IX e XI) Abandono de cargo (art. 138) Mais de 30 dias consecutivos Inassiduidade habitual (art. 139) 60 dias, interpoladamente, em 12 meses Prescrição da Ação disciplinar (art. 142) Demissão, Cassação e Destituição: 05 anos Suspensão: 02 anos Advertência: 180 dias BLOCO 5 – INCIDÊNCIA 2 TÍTULO V – DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR O Processo Administrativo não exclui e nem obriga as demais esferas punitivas, adotando a tríplice responsabilidade nas esferas cível, penal e administrativa, conforme visto nas aulas anteriores CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante SINDICÂNCIA ou PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, assegurada ao acusado ampla defesa. (...) Os meios para apurar eventuais irregularidades são: sindicância e o PAD. SINDICÂNCIA Um procedimento mais simplificado 30 dias + 30 dias PAD PRELIMINAR PUNITIVA COMUM 60 dias + 60 dias SUMÁRIO 30 dias + 15 dias Meramente investigativa, preparatória. Caráter repressivo, punitivo. Regra Geral · Abandono de cargo · Inassiduidade habitual · Acumulação ilegal de cargos empregos e funções · Não há indiciado · Não há aplicação de pena · Não tem garantia do contraditório e da ampla defesa · Há indiciado · Pode aplicar penalidade de ADVERTÊNCIA e SUSPENSÃO até 30 dias. · Deve-se respeitar o contraditório/ ampla defesa · Sempre com caráter punitivo Obrigatório para os casos de: SUSPENSÃO acima de 30 dias DEMISSÃO, CASSAÇÃO da aposentadoria ou DISPONIBILIDADE e destituição de FC/CC · Deve-se respeitar contraditório e ampla defesa CONSEQUÊNCIAS DA SINDICÂNCIA: · Arquivamento · Aplicação de penalidade · Determinação de instauração de PAD CONSEQUÊNCIAS DO PAD: · Arquivamento (absolvição; prescrição) · Aplicação de qualquer penalidade A sindicância e o PAD decorrem do poder disciplinar, pois são mecanismos de aplicação de penalidade. AFASTAMENTO PREVENTIVO 60 dias + 60 dias (sem prejuízo da remuneração, pois não é punição). Decorre de situações que há a possibilidade de influências no procedimento. Esse prazo não é prorrogável quando já decorridos os 60 dias + 60 dias. Os prazos acima não são prazos fatais. O excesso de prazo não gera nulidade automaticamente, devendo ser comprovado prejuízo efetivo. COMISSÃO DE CONDUÇÃO DO PAD Procedimento comum: formada por 03 servidores estáveis. Procedimento sumário: formada por 02 servidores estáveis. Não pode ter parentesco até o 3º grau (Mnemônico PAD, três letras). Lembrando que no regime disciplinar é até o 2º grau. Não há previsão legal acerca da comissão da sindicância, mas por uma questão de analogia poderíamos dizer que seria formada por 3 servidores estáveis. PAD POSSUI TRÊS FASES: · Instauração, · Instrução (ou inquérito) · Julgamento. A comissão realiza a instrução e faz a tipificação da infração, sendo que, após esta, proceder-se-á na indicação do servidor (art. 161) para que ele possa apresentar sua defesa. DEFESA ESCRITA · 10 dias + 10 dias quando 01 indiciado · 20 dias quando 02 ou mais indiciados · 15 dias quando em lugar incerto e não sabido • Procedimento sumário 05 dias. Depois de apresentada a defesa, a Comissão providenciará a elaboração de relatório minucioso, concluindo quanto à inocência ou à responsabilização do servidor e encaminhará para a autoridade competente (de acordo com o art. 141) para julgamento. Este relatório NÃO possui caráter vinculativo. Isso significa que, se a comissão entende que é caso de demissão e encaminha relatório para autoridade competente, a autoridade competente (presidente) pode entender pela não aplicação da demissão. JULGAMENTO A autoridade competente (art. 141) terá prazo de 20 dias para proferir sua decisão (Procedimento sumário: 05 dias). Do recurso poderá resultar agravamento. Ademais, segundo entendimento do STJ, e que já foi aplicado diversas vezes pelo CESPE, esse prazo de julgamento é somado ao de duração total do PAD, sendo 60+60+20. Vale ressaltar que, 60+60 dias para instauração e instrução. Finalizado os 140 dias, ainda não julgado, a prescrição volta a correr. REVISÃO DO PROCESSO: Poderá ser requerido, a qualquer tempo, pelo servidor, ou em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento deste, por qualquer pessoa da família, a revisão do processo em decorrência de fatos novos. Funciona, assim, como uma espécie de recurso administrativo. Contudo, da revisão não poderá resultar agravamento (não cabe reformatio in pejus). Exemplo: Um servidor punido com suspensão descobre uma prova nova que pode inocentá-lo, após qualquer tempo da punição aplicada. Duração total do processo de revisão: 60 dias improrrogáveis. Julgamento: prazo de 20 dias. BLOCO 6 – INCIDÊNCIA 1 Vamos passar a ver, a partir de agora, o último bloco da Lei n. 8.112, isto é, o sexto bloco, o qual trata do art. 183 ao 250 (final da lei). Já vimos o primeiro bloco, que vai do art. 1º ao 39 (cai demais!), o segundo bloco, que vai do art. 40. ao 80 (cai mais ou menos), o terceiro bloco, que vai do art. 81 ao 115 (cai mais ou menos), o quarto bloco, que vai do art. 116 ao 142 (cai demais!), o quinto bloco, que trata do PAD, do art. 143 ao 182 (cai quase nada). Agora, vamos entrar em um bloco que nunca cai (a incidência é muito baixa). Inclusive, muita coisa do que veremos aqui está desatualizado na 8.112. Veremos uma explicação inicial sobre o tema. Mas, para efeito de prova, você verá que a incidência é muito baixa. TÍTULO VI — DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR A seguridade também é tratada na Constituição Federal, a partir do art. 194, e é dividida em previdência, assistência e saúde. É aqui que trataremos sobre a aposentadoria, sobre a pensão, sobre o auxílio-reclusão, sobre o auxílio-natalidade e sobre o auxílio-funeral. Embora a seguridade seja dividida em previdência, assistência e saúde, trataremos sobre o principal ponto, que é a previdência. Ocorre que a previdência do servidor é diferente. A previdência geral é, basicamente, dos chamados celetistas. Quem faz os pagamentos de benefícios previdenciários é o INSS. Trata-se, portanto, do Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Já o servidor público, o estatutário, possui uma previdência diferente, chamada previdência própria. Essa providência é gerida e paga pelo próprio órgão/entidade. É por isso que surge o chamado Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Vejamos alguns dados sobre esse regime próprio que muita gente não conhece e que já foram objeto de prova discursiva. I – Até dezembro de 2003 (mais precisamente 31/12/2003), por meio da emenda constitucional n. 41, tivemos uma mudança drástica (primeira grande reforma previdenciária do servidor público). Nesse regime próprio, para as pessoas que ingressaram até 31 de dezembro de 2003, havia a conhecida regra da integralidade e paridade. Mas, isso acabou. A integralidade nada mais era do que pagar aquilo que você recebia enquanto estava na atividade. No entanto, isso quebra qualquer sistema previdenciário. Já a paridade era uma garantia dada aos aposentados. Quando quem estava na ativa recebia um aumento, quem estava aposentado também recebia. Mas, isso acabou. II – De 01/01/2004 até 2013 (variação conforme o Poder), havia um regramento que era mais justo, pois era pautado na média de contribuições. Ou seja, você se aposentava não com o que estava recebendo, mas simcom uma média que resultava em um valor, que era o valor da aposentadoria. Esse valor podia ser integral ou proporcional. Mas, não confunda integralidade com aposentadoria integral. A aposentadoria integral se dá quando eu tenho todo o tempo exigido de contribuição. Neste caso, recebe-se o valor cheio apurado na média. Vale salientar que a média de contribuição era apurada a partir das melhores 80% das contribuições. III – A partir de 2013, surgiu a implementação de algo que muita gente tem, até hoje, dúvidas: a terceira fase do regime próprio de previdência. Então, a partir de 2013, criaram o regime de previdência complementar. Neste contexto, foi criada, no Brasil, uma fundação pública de direito privado que é um fundo de previdência complementar. Porém, esse fundo de previdência complementar possui algumas regras. Todos que entraram após esse regime de previdência complementar (os novatos) pegaram um regime de previdência complementar. Ele também se dá por meio de média de contribuições. Entretanto, ele é limitado ao teto do RGPS. Os novatos (2013 para cá), quando entraram, não mais contribuem em cima de tudo o que ganham. Ex.: se eu ganhasse 10 mil, a previdência descontava em relação aos 10 mil. Se eu ganhasse 15 mil, a previdência descontava em relação aos 15 mil. Se eu ganhasse 20 mil, a previdência descontava em relação aos 20 mil. Todavia, se o trabalhador da iniciativa privada ganhasse 15 mil, o desconto era em cima do teto que o INSS paga de aposentadoria (ex.: 7 mil). Então, hoje, o servidor que ganha 10, 15, 20, 25 ou 30 não tem descontado em cima de tudo o que ele ganha. Se ele ganha 20, desconta só até o limite do RGPS. Mas, em cima do restante, não desconta nada? Ocorre que adotar a previdência complementar é uma opção. Foi dado ao servidor o direito de gerir a sua “grana”. Lei n. 8.112: CAPÍTULO I — DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família. § 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde. 25m Se eu sou só cargo em comissão, eu sou do RGPS; se eu sou cargo em comissão acumulando com cargo efetivo, eu sou do RPPS. De acordo com a Constituição Federal: Art. 40. [...] § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. Na sequência, vários dispositivos estão contrários à Constituição. Então, o professor não se preocuparia com eles, exceto o seguinte artigo: Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem: I – quanto ao servidor: a) aposentadoria; 1. auxílio-natalidade; 1. salário-família; 1. licença para tratamento de saúde; 1. licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; 1. licença por acidente em serviço; 1. assistência à saúde; 1. garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;II – quanto ao dependente: 1. pensão vitalícia e temporária; 1. auxílio-funeral; 1. auxílio-reclusão; 1. assistência à saúde. CAPÍTULO II — DOS BENEFÍCIOS Seção I — Da Aposentadoria Leia apenas o que está de roxo (art. 40 da Constituição), pois o que está de preto é da Lei n. 8.112: Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição) I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos; 1. – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; 1. – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; 1. – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; Obs.: se cair o que está na 8.112, você pode pedir anulação. Hoje, existem regras de aposentadoria próprias para a União e para os Estados, DF e Municípios. Essa primeira aposentadoria é a que sempre conhecemos por aposentadoria por invalidez, chamada agora pela Constituição de incapacidade permanente. 1. – voluntariamente: 1. aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; 1. aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais; 1. aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; 1. aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro ventos proporcionais ao tempo de serviço. III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. EC n. 103/2019: Art. 10 [...] § 1º [...] III [...] b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria; § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. LEI 8.112/90 – REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO – ARTS. 196 A 250 Estamos no último bloco da 8.112. Agora, vamos trabalhar a sequência dos benefícios previdenciários. Cabe mencionar que a 8.112, na parte de aposentadoria, está muito desatualizada. Então, nem leia, pois você pode se prejudicar. Fique com as regras da Constituição (art. 40). Seção II — Do Auxílio-Natalidade Não confunda esse auxílio com a gratificação natalina. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. § 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinquenta por cento), por nascituro. § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora. No caso de os dois serem servidores, apenas um receberá. Seção III — Do Salário-Família Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico. Trata-se de um valor calculado e pago apenas para quem é de baixa renda. É um valor calculado de acordo com o Fundo de Amparo ao Trabalhador. 5m Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família: 1. – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; 1. – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo; III - a mãe e o pai sem economia própria. Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento daaposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes. Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social. Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. Agora, entraremos nas licenças previdenciárias. Observe o seguinte quadrinho: Licença (arts. 202 a 214) Duração Remunerado Em estágio probatório (art. 20, § 4º) Suspensão do estágio probatório (art. 40, § 5º) Conta como efetivo exercício (art. 102) Conta apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103) Licença para tratamento da própria saúde (art. 202 a 206) Indeterminada Remuneração Pode Não Até o limite de 24 meses (art. 102, VIII, b) Quando exceder o tempo de 24 meses (art. 103, VII) DIRETO DO CONCURSO 1. (CESPE/2018/PC-MA/MÉDICO LEGISTA) De acordo com a Lei n. 8.112/1990, a perícia médica com finalidade administrativa demandará junta médica oficial quando a licença para tratamento de saúde 1. exceder o prazo de cento e vinte dias no período de doze meses. 1. exceder noventa dias consecutivos. 1. decorrer de causa que possa levar à interdição. 1. ocorrer a pedido da chefia imediata, contra a vontade do servidor. 1. ocorrer na vigência de processo administrativo disciplinar COMENTÁRIO a. Art. 203, § 4º. Licença à gestante (art. 207) 120 dias consecutivos (no caso de aborto — 30 dias) Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Seção V — Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. 120 dias é a previsão legal e constitucional. Todavia, foi autorizada a extensão por mais 60 dias em situação especial de participação na chamada Empresa Cidadã. Entretanto, na prova, marque 120 dias. Art. 207. [...] § 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo ante cipação por prescrição médica. 10m O STF tem entendimento no sentido de que, se o recém-nascido vai para UTI, a licença só começa quando ele sair do hospital. A mesma coisa acontece quando a mãe também fica internada. Art. 207. [...] § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. Licença (art. 208) paternidade 5 dias consecutivos Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Hoje, quando se fala em licença paternidade, a grande maioria dos pais leva a sério. Na lei, é de cinco, mas permite-se aumentar por mais 15. Todavia, não é pela Lei n. 8.112. Então, na prova, responda que são 5 dias consecutivos o prazo da licença paternidade. O Decreto n. 8.737/2016, que “Institui o Programa de Prorrogação da Licença-Paternidade para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990”, permitiu a prorrogação por mais 15 dias, totalizando 20 dias. Licença à adotante ou decorrente de guarda judicial (art. 210) Criança com até 1 ano — 90 dias Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Criança com mais de 1 ano — 30 dias O STF decidiu que a legislação não pode prever prazos diferenciados para concessão de licença-maternidade para servidoras públicas gestantes e adotantes (RE 778889, de 2016) 15m Licença por acidente de serviço Indeterminada Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, c) Seção VII — Da Pensão A pensão é o nome do benefício previdenciário pago aos dependentes do servidor que morrer. Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no Art. 2º da Lei n. 10.887/2004. (Redação dada pela Lei n. 13.135/2015) Vejamos algumas regras que mudaram na pensão. Antigamente, a pensão paga em razão de morte do servidor era dividida em dois grupos: dependentes vitalícios e dependentes temporários. Se fossem dois vitalícios e um temporário, ficaria assim: 25% (vitalício), 25% (vitalício) e 50% (temporário). Se fossem um vitalício e quatro temporários, ficaria assim: 50% (vitalício) e 12,5% (para cada temporário). Isso não existe mais. Desde 2015, é assim: · 1 dependente: 100%; · 2 dependentes: divide no meio; · 3 dependentes: divide em três. Não há mais divisão entre vitalício e temporário. A divisão é feita pelos dependentes. 20m Art. 217. São beneficiários das pensões: 1. – o cônjuge; 1. – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimen-tícia estabelecida judicialmente; 1. – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; 1. seja inválido; 1. tenha deficiência grave; ou 1. tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento; 1. – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e 1. – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. § 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V e VI. [...] Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos. [...] Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: 1. – após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor; 1. – o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos seguintes casos: I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente; II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; 1. – desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança. Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: 1. – o seu falecimento; 1. – a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;III – a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, o afastamento da deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, ou o levantamento da interdição, em se tratando de beneficiário com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso VII; 1. – o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão; 1. – a acumulação de pensão na forma do art. 225; 1. – a renúncia expressa; e [...] Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. É possível receber duas pensões no caso de filho em que pai e mãe morrem. Mas, no caso da viúva negra, não. Art. 222. [...] VII — [...] b) o decurso dos seguintes períodos,estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável: 2. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 2. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 2. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 2. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. 25m Seção VIII — Do Auxílio-Funeral Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento. [...] § 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o disposto no artigo anterior. Seção IX — Do Auxílio-Reclusão O auxílio-reclusão serve para aquele que contribui. Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: 1. – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; 1. – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. 30m Existia uma discussão, na jurisprudência e na doutrina, se o auxílio-reclusão era pago para qualquer servidor. Havia o entendimento que era só para servidor de baixa renda. Com a emenda constitucional n. 103/2019, a reforma previdenciária de 2019, o auxílio-reclusão é pago ainda que o servidor não seja de baixa renda. CAPÍTULO III — DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde — SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. TÍTULO VIII — CAPÍTULO ÚNICO — DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro. O primeiro estatuto do servidor é de 28 de outubro, no início do século passado. Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente. [...] Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual. Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. GABARITO 1. a Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Vandre Borges de Amorim. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. LEI 8.112/90 – REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO – ARTS. 196 A 250 Estamos no último bloco da 8.112. Agora, vamos trabalhar a sequência dos benefícios previdenciários. Cabe mencionar que a 8.112, na parte de aposentadoria, está muito desatualizada. Então, nem leia, pois você pode se prejudicar. Fique com as regras da Constituição (art. 40). Seção II — Do Auxílio-Natalidade Não confunda esse auxílio com a gratificação natalina. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. § 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinquenta por cento), por nascituro. § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora. No caso de os dois serem servidores, apenas um receberá. Seção III — Do Salário-Família Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico. Trata-se de um valor calculado e pago apenas para quem é de baixa renda. É um valor calculado de acordo com o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família: 1. – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; 1. – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo; 1. - a mãe e o pai sem economia própria. Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes. Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social. Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. Agora, entraremos nas licenças previdenciárias. Observe o seguinte quadrinho: Licença (arts. 202 a 214) Duração Remunerado Em estágio probatório (art. 20, § 4º) Suspensão do estágio probatório (art. 40, § 5º) Conta como efetivo exercício (art. 102) Conta apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103) Licença para tratamento da própria saúde (art. 202 a 206) Indeterminada Remuneração Pode Não Até o limite de 24 meses (art. 102, VIII, b) Quando exceder o tempo de 24 meses (art. 103, VII) DIRETO DO CONCURSO 1. (CESPE/2018/PC-MA/MÉDICO LEGISTA) De acordo com a Lei n. 8.112/1990, a perícia médica com finalidade administrativa demandará junta médica oficial quando a licença para tratamento de saúde 1. exceder o prazo de cento e vinte dias no período de doze meses. 1. exceder noventa dias consecutivos. 1. decorrer de causa que possa levar à interdição. 1. ocorrer a pedido da chefia imediata, contra a vontade do servidor. 1. ocorrer na vigência de processo administrativo disciplinar COMENTÁRIO a. Art. 203, § 4º. Licença à gestante (art. 207) 120 dias consecutivos (no caso de aborto — 30 dias) Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Seção V — Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. 120 dias é a previsão legal e constitucional. Todavia, foi autorizada a extensão por mais 60 dias em situação especial de participação na chamada Empresa Cidadã. Entretanto, na prova, marque 120 dias. Art. 207. [...] § 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. O STF tem entendimento no sentido de que, se o recém-nascido vai para UTI, a licença só começa quando ele sairdo hospital. A mesma coisa acontece quando a mãe também fica internada. Art. 207. [...] § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. Licença (art. 208) paternidade 5 dias consecutivos Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Hoje, quando se fala em licença paternidade, a grande maioria dos pais leva a sério. Na lei, é de cinco, mas permite-se aumentar por mais 15. Todavia, não é pela Lei n. 8.112. Então, na prova, responda que são 5 dias consecutivos o prazo da licença paternidade. O Decreto n. 8.737/2016, que “Institui o Programa de Prorrogação da Licença-Paternidade para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990”, permitiu a prorrogação por mais 15 dias, totalizando 20 dias. Licença à adotante ou decorrente de guarda judicial (art. 210) Criança com até 1 ano — 90 dias Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, a) Criança com mais de 1 ano — 30 dias O STF decidiu que a legislação não pode prever prazos diferenciados para concessão de licença-maternidade para servidoras públicas gestantes e adotantes (RE 778889, de 2016) Licença por acidente de serviço Indeterminada Remunerado Pode Não Sim (art. 102, VIII, c) Seção VII — Da Pensão A pensão é o nome do benefício previdenciário pago aos dependentes do servidor que morrer. Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no Art. 2º da Lei n. 10.887/2004. (Redação dada pela Lei n. 13.135/2015) Vejamos algumas regras que mudaram na pensão. Antigamente, a pensão paga em razão de morte do servidor era dividida em dois grupos: dependentes vitalícios e dependentes temporários. Se fossem dois vitalícios e um temporário, ficaria assim: 25% (vitalício), 25% (vitalício) e 50% (temporário). Se fossem um vitalício e quatro temporários, ficaria assim: 50% (vitalício) e 12,5% (para cada temporário). Isso não existe mais. Desde 2015, é assim: · 1 dependente: 100%; · 2 dependentes: divide no meio; · 3 dependentes: divide em três. Não há mais divisão entre vitalício e temporário. A divisão é feita pelos dependentes. Art. 217. São beneficiários das pensões: 1. – o cônjuge; 1. – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; 1. – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar; 1. – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; 1. seja inválido; 1. tenha deficiência grave; ou 1. tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento; 1. – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e 1. – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. § 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V e VI. [...] Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos. [...] Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: 1. – após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor; 1. – o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos seguintes casos: I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente; II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; 1. – desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança. Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: 1. – o seu falecimento; 1. – a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;III – a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, o afastamento da deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, ou o levantamento da interdição, em se tratando de beneficiário com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso VII; 1. – o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão; 1. – a acumulação de pensão na forma do art. 225; 1. – a renúncia expressa; e [...] Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. É possível receber duas pensões no caso de filho em que pai e mãe morrem. Mas, no caso da viúva negra, não. Art. 222. [...] VII — [...] b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável: 2. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 2. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 2. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 2. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. 25m Seção VIII — Do Auxílio-Funeral Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento. [...] § 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o disposto no artigo anterior. Seção IX — Do Auxílio-Reclusão O auxílio-reclusão serve para aquele que contribui. Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: 1. – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; 1. – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. 30m Existia uma discussão, na jurisprudência e na doutrina, se o auxílio-reclusão era pago para qualquer servidor. Havia o entendimento que era só para servidor de baixa renda. Com a emenda constitucional n. 103/2019, a reforma previdenciária de 2019, o auxílio-reclusão é pago ainda que o servidor não seja de baixa renda. CAPÍTULO III — DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde — SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentesou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. TÍTULO VIII — CAPÍTULO ÚNICO — DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro. O primeiro estatuto do servidor é de 28 de outubro, no início do século passado. Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente. [...] Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual. Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. GABARITO 1. a www.grancursosonline.com.br 1ANOTAÇÕES www.grancursosonline.com.br 1ANOTAÇÕES 1ANOTAÇÕES