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www.simbionutri.com.br contato@simbionutri.com @simbionutri 2 Material complementar - Nutrição Esportiva VIAS ENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO • Sistema Fosfato de Creatina (ATP-CP) Via anaeróbica, reações ocorrem sem a necessidade de oxigênio. As moléculas ATP e CP são denominadas fosfatos de alta energia, pois com o rompimento de suas ligações de fosfato, grandes quantidades de energia são liberadas. A fosfocreatina é armazenada no citosol e funciona como um reservatório de energia, permitindo a ressíntese do ATP utilizado de maneira extremamente rápida, garantindo substrato energético por mais tempo ao organismo. A duração da via ATP-CP é limitada pelas reservas de creatina fosfato do indivíduo. Vale ressaltar que mesmo que as reservas estejam cheias, os estoques são suficientes para sustentar apenas poucos segundos de atividade intensa. A principal vantagem desse sistema é a sua simplicidade e o fato de não depender de reações químicas complexas ou aparato enzimático altamente especializado. A reação de ressíntese do ATP através da creatina fosfato envolve apenas uma etapa mediada pela enzima Creatina Quinase, tornando esta via altamente veloz na geração de energia, mas em contrapartida, devido às quantidades limitadas de CP no organismo, uma via de baixo rendimento. Exemplos no esporte: Lançamentos, levantamento de peso, um soco, chute ou arremesso. • Sistema glicogênio ácido lático (glicolítica) Nessa via metabólica, ocorre liberação de energia para o trabalho muscular a partir da utilização do glicogênio estocado como substrato energético. Comparado ao sistema ATP – CP, o processo glicolítico é de menor potência e de maior capacidade. A glicólise ocorre no citosol, sem a presença de oxigênio. A importância dos carboidratos para esse sistema está no fato de ser o único substrato capaz de gerar ATP anaerobicamente. O piruvato gerado pela glicólise é o ponto crucial na sequência de eventos do sistema anaeróbico lático. Na falta de oxigênio, o piruvato deixa de ser convertido a acetil-coA e se converte em ácido lático. A via glicolítica começa a ser fortemente solicitada quando a intensidade do exercício permanece aumentada após o período de trabalho da via ATP- CP. Esta via permite sustentar a atividade sob alta intensidade por mais tempo que a via ATP-CP, mas com queda de potência. É limitada pelos NUTRIÇÃO ESPORTIVA 3 Material complementar - Nutrição Esportiva estoques de glicogênio do organismo e pela capacidade do indivíduo de resistir à acidificação do meio ocasionada pelo acúmulo de metabólitos (íons de hidrogênio e ácido lático) produzidos pela glicólise anaeróbica quando demandada por períodos mais longos. Exemplos no esporte: Natação (100m), Corridas de Atletismo (400m), Musculação. • Sistema Oxidativo O sistema oxidativo oferece energia através da oxidação dos macronutrientes dietéticos (proteínas, carboidratos e lipídios) durante a prática esportiva. Esse processo gera uma pequena quantidade de ATP e uma grande quantidade de íons de hidrogênio, que são carreados para as mitocôndrias por moléculas transportadoras de FAD e NAD, para um processo chamado de cadeia respiratória ou respiração celular. Os citocromos, localizados nas membranas internas das mitocôndrias, são os responsáveis pelas trocas de energia entre os elétrons que resultarão na geração de grande quantidade de ATP para a célula. As principais características desta via são a capacidade de produção energética por longos períodos, a dependência do oxigênio para a sua ocorrência e a utilização de todos os macronutrientes como substrato energético. PARA FIXAÇÃO ATP-CP Glicolítica Oxidativa TIPO DE ATIVIDADE Potência Velocidade Resistência DURAÇÃO 0-15s Até 2min >2min LOCAL DO SUBSTRATO Citosol Citosol Citosol, Sangue, Fígado e Adipócitos LOCAL DA REAÇÃO Citosol Citosol Mitocôndrias VELOCIDADE Imediata Rápida Lenta e prolongada SUBSTRATO ATP-CP Glicose, Glicogênio Glicose, Glicogênio, Ami- noácidos, Ácidos graxos OXIGÊNIO Não Não Sim (Essencial) EXEMPLOS Lançamentos e arremessos Sprints e musculação Maratonas, vôlei, basquete 4 Material complementar - Nutrição Esportiva IMPORTANTE: A separação da atuação das vias energéticas em momentos especí- ficos é uma convenção didática, para facilitar a compreensão. Na prática, todas elas atuam em conjunto, variando apenas o percentual de contribuição de cada uma, a depender da intensidade, momento e atividade realizada. NUTRIENTES NO ESPORTE • Carboidratos Macronutrientes envolvidos no fornecimento de energia (4kcal/g). Participa também de processos biossintéticos como a síntese de ácidos nucleicos (RNA e DNA) e aminoácidos. IMPORTANTE: Fonte energética preferencial do organismo. Essencial quando se fala em desempenho esportivo. Classificação em unidades de monossacarídeos unidos Monossacarídeo Dissacarídeo Polissacarídeo POLISSACARÍDEO 1 molécula 2 moléculas 3 a 10 moléculas > 10 moléculas Podem também ser classificados em simples (mono e dissacarídeos) e complexos (oligo e polissacarídeos). O índice glicêmico consiste em uma medida da capacidade do alimento de elevar a glicemia, podendo sofrer modificação a depender do método de cocção, associação com outros alimentos e teor de fibra dietética. A carga glicêmica se refere à quantidade de carboidrato presente em uma determinada porção alimentar, podendo ser calculado pelo índice glicêmico do carboidrato dividido por 100 e multiplicado pela quantidade de carboidrato disponível em gramas na porção de alimento consumido. A carga glicêmica é uma medida mais efetiva para controle da glicemia do paciente, pois associa além do índice glicêmico do alimento, a quantidade consumida. Monossacarídeo Dissacarídeo Polissacarídeo Glicose Maltose (Glicose + Glicose) Amido Frutose Sacarose (Glicose + Frutose) Celulose Galactose Lactose (Glicose + Galactose) Glicogênio 5 Material complementar - Nutrição Esportiva Digestão dos carboidratos Local Ação Boca Ação enzimática sobre o amido (amilase salivar ou ptialina) Estômago Apenas mistura e dissolução (Inativação da amilase salivar) Intestino Delgado Digestão (enzimas intestinais e pancreáticas) Resultante deste processo: Dextrinas, Amido intacto(amido resistente), maltoses e glicoses Carboidrato no esporte Os carboidratos consistem em um importante nutriente para a prática e melhora do desempenho durante atividades de longa duração. Além disso, a reserva e disponibilidade do glicogênio nos músculos e no fígado podem ser influenciadas pela ingestão diária de fontes alimentares contendo carboidrato, melhorando assim o desempenho e a recuperação para a próxima sessão de treinamento. Suplementos mais utilizados: dextrose, maltodextrina e waxy maize. Efeito rebote O efeito rebote consiste em uma situação caracterizada pela diminuição dos níveis glicêmicos após a ingestão de fontes de carboidratos com alto índice glicêmico, podendo, em alguns casos, comprometer o desempenho durante o treinamento físico. Resumo carboidratos Carboidratos Melhora na função cognitiva; Aumento de desempenho esportivo; Aumento das reservas do glico- gênio hepático e muscular Proteção da massa muscular. Cereais; Leguminosas; Raízes; Tubérculos; Frutas. • Lipídeos Macromoléculas com maior capacidade de fornecer energia ao organismo (9kcal/g). Desempenha funções importantes como, fornecimento de energia, síntese de hormônios esteroides, transporte de vitaminas lipossolúveis, composição das membranas celulares dentre outras. Podem ser classificados em ácidos graxos saturados e insaturados. Estes últimos podem ainda ser classificados em ácidos graxos monoinsaturados (apresentando apenas uma ligação dupla na molécula) e poliinsaturados 6 Material complementar - Nutrição Esportiva (mais de uma ligação dupla), apresentando distinção em relação a sua estrutura, consistência em temperatura ambiente e funções específicas no corpo. Fontes alimentares: Sardinha, Salmão, azeite de oliva, castanha do Pará.Digestão Lipídica Local Ação Boca Não há Estômago Ação discreta de algumas enzimas (não significativo) Intestino Delgado Emulsão dos lipídios pela bile,permitindo ação das enzimas digestivas Lipídeos no esporte 1. Fornecimento de energia (modalidades de longa duração) 2. Em dietas restritivas, há um aumento da utilização de lipídios como substrato 3. Principais suplementos: Triglicerídeos de cadeia média (TCM), ômega 3, EFAS. Resumo lipídios Lipídeos Síntese hormonal; Formação das estruturas celulares; Fontes consideráveis de energia; Relacionados à saúde cardiovascular. Azeites; Óleos; Oleaginosas; Frutas oleaginosas; • Proteína Macromolécula de maior funcionalidade orgânica, fornecendo aproximadamente (4kcal/g). Composta por aminoácidos, mantidos ligados através de ligações peptídicas e com capacidade de desempenhar diversas funções no organismo, tais como: a síntese e renovação de novas proteínas e estruturas celulares (hormônios, enzimas, proteínas contráteis, transportadores de membrana). Diferentemente dos carboidratos e lipídeos, as proteínas contém a presença de nitrogênio na sua molécula, podendo ser divididas em: Proteínas animais (maior teor dos aminoácidos essenciais) e proteínas vegetais (menor teor dos aminoácidos essenciais). 7 Material complementar - Nutrição Esportiva No esporte A principal contribuição das proteínas no treinamento esportivo consiste em sua função no processo de sinalização, construção e reparação celular. Contribuindo assim para prevenção e diminuição da incidência de lesões, melhora do sistema imunológico, respostas adaptativas crônicas (hipertrofia muscular) e manutenção da massa muscular durante estratégias hipocalóricas. Em determinados momentos do exercício, a contribuição energética proveniente das proteínas pode aumentar, principalmente durante atividades prolongadas de longa duração. Digestão das proteínas Local Ação Boca Não há Estômago Ação do ácido clorídrico e pepsina sobre as proteí-nas, rompendo boa parte das ligações peptídicas Intestino Delgado Digestão enzimática dos peptídeos restantes Resultante deste processo: aminoácidos, di e tri peptídeos. Suplementação A suplementação de proteínas pode ser necessária a depender das características do treinamento esportivo e da rotina do atleta/desportista. Suplemento Origem Características Aminoácidos Whey Protein Soro do leite Solúvel em água e rápidadigestibilidade/absorção essenciais e não-essenciais Caseína Leite Insolúvel em água e lentadigestibilidade/absorção essenciais e não-essenciais BCAA Fontes proteicas Solúvel em água erápida absorção Leucina,isoleucina e valina Beef Protein Carne bovina Média digestibilidade/absorção essenciais e não-essenciais Hiperproteicos Fontes proteicas Média digestibilidade/absorção essenciais e não-essenciais Resumo proteínas Lipídeos Renovação tecidual;Síntese hormonal; Carnes; Pescados; continua ㆘ 8 Material complementar - Nutrição Esportiva • Micronutrientes Desempenham diversas funções no metabolismo: 1. Regulação de importantes vias metabólicas anabólicas e catabólicas 2. Cofatores de reações e enzimas Dentro da classe dos micronutrientes estão as vitaminas e os minerais • Deficiências → podem deprecia o rendimento esportivo • Excesso → (acima dos limites máximos de ingesta) existirá risco de complicações patológicas (ex: hipersensibilidade, dano ao Sistema Nervoso Central e outras situações). Na nutrição esportiva, em situações onde há necessidade da rápida recuperação fisiológica (geralmente após campeonato/torneio) podem se beneficiar do maior suporte vitamínico (especialmente as vitaminas antioxidantes), não sendo prioritários durante as diversas fases do treinamento ou preparação esportiva. • Vitaminas As vitaminas são compostos reguladores e protetores do organismo, sendo classificadas: em lipossolúveis e hidrossolúveis. Lipídeos Imunidade; Síntese proteica muscular; Promove saciedade; Ovos; Leite e derivados; Crustáceos; Mariscos. Lipossolúveis Hidrossolúveis Necessitam de lipídios para seu apro- veitamento / Solúveis em gordura Não necessitam de lipídios para aproveitamento / Solúveis em água Transportadas pelos vasos linfáticos - Armazenada no fígado e tecido adiposo Não armazenadas • Vitaminas lipossolúveis Vitamina Função Fontes Vitamina A Defesa aos radicais livresdentro do núcleo celular. Cenoura Abóbora Vitamina E Defesa aos radicais livres namembrana plasmática celular Azeite de Oliva Nozes Amendoim 9 Material complementar - Nutrição Esportiva Vitamina Função Fontes Vitamina K Efeito antiplaquetário durante cas-catas de coagulação sanguínea. Vegetais folhosos escuros Vitamina D Aumento na absorção do cálcio, imuni-dade e outras associações metabólicas. Exposição ao Sol Leites e deriva- dos enriquecidos • Vitaminas hidrossolúveis Vitamina Função Fontes Vitamina C Defesa aos radicais livres no citoplas-ma e membrana plasmática celular. Laranja Acerola Limão Vitamina H / B7(biotina) - - Vitaminas Complexo B Síntese e reparo de estruturas celu- lares, metabolismo energético, hor- monal, proteção do sistema nervo- so e regulação do sono-vigília. • Minerais Os minerais são micronutrientes de origem teórica na química. Entretanto, alguns possuem propriedade orgânica, com isso, desempenhando diversas funções mantenedoras da homeostasia celular. Sendo divididos em: • Macroelementos: cálcio, magnésio, sódio, potássio e fósforo. • Microelementos: ferro, cobre, iodo, manganês, zinco, molibidênio, cromo, selênio e flúor. Função Minerais Fortalecimento ósseo Cálcio, Fosforo e Cobre(matriz inorgânica) Hidratação Sódio, Potássio, Magnésio Antioxidante Selênio e Manganês Imunidade Zinco Hematopoese Ferro Sensibilidade à insulina/ Cofator energético Cromo Cofator do metabolismo energéti- co, creatina, glutamina e outras. Magnésio 10 Material complementar - Nutrição Esportiva SUPLEMENTAÇÃO ESPORTIVA SUPLEMENTAÇÃO DE MACRONUTRIENTES • Whey Protein O que é? Whey Protein é um produto extraído do leite no processo de fabricação do queijo, onde é separado o soro do leite da caseína. Posteriormente, o soro do leite é filtrado e desta forma, categorizam-se os tipos de whey protein. O soro do leite é fonte de diversos compostos bioativos, assim como proteínas de alta qualidade, lipídeos, carboidratos, lactose, vitaminas e minerais, enzimas, hormônios, imunoglobulinas, fatores de crescimento, entre outros. Tipo Composição Concentrada 70 a 80% de proteínas e a fração restante dividida entre car-boidratos e gorduras Isolada 90% a 95% de proteínas, podendo ser encontrada isenta de lactose em sua dose recomendada. Hidrolisada Sua concentração proteica pode variar, mas devido ao pro-cesso de obtenção, apresenta melhor biodisponibilidade. Aplicabilidade Fácil digestão e rápida absorção ↑ Anabolismo muscular ↓ Gordura corporal Devido a sua estrutura molecular, o organis- mo demonstra maior facilidade na absor- ção da proteína. Por auxiliar na pro- moção do balanço ni- trogenado positivo. Por auxiliar na manutenção da massa muscular em estra- tégias hipocalóricas e respos- tas positivas à saciedade. • Caseína O que é? Assim como a whey protein, a caseína é obtida do processo de fabricação do queijo, onde é encontrada em maior proporção que o soro do leite. As principais diferenças estão na estrutura molecular e perfil de aminoácidos. DICA: As Whey Protein são classificadas de acordo com o proceso de filtração e, por consequência, na biodisponibilidade. Desta forma influenciando discretamente na velocidade de absorção, o que não impacta no resultado proposto. 11 Material complementar - Nutrição Esportiva A caseína tem um comportamento particular, o que é capaz de formar um gel no estômago, retardando o processo de digestão e aumentando a saciedade. Lenta Digestão ↓ Taxa de esva-ziamento gástrico Fornecimento Gradual de AA (Longos Períodos) Pré Intra Pós Fornecimento de energia para ativi- dade quese segue Fornecimento de energia du- rante a prática de exercícios de longa duração, onde as reser- vas de energias não são suficien- tes para finalizar a atividade. Otimizar a reposição dos estoques de glico- gênio depletados du- rante a atividade física. Composição Ambas são derivadas do amido, porém a dextrose possui parte das suas ligações previamente hidrolisadas, por isso apresenta índice glicêmico e velocidade de absorção levemente superiores aos da maltodextrina. • Hipercalóricos Definição Composição Função Utilizados para aumento da oferta de energia (ca- lorias) da dieta. Compostos em sua maior parte por CHO, possuindo também quantidades consideráveis de LIP e PTN. Podem ser acrescidos de vitaminas e minerais. São utilizados prin- cipalmente para ganho de peso. Principais componentes: Maltodextrina, albumina, whey protein, vitaminas e minerais 3 Funções Aumento da Oferta calórica Melhora da Perfomance Complemento Dietético • Maltodextrina e Dextrose São carboidratos de alto índice glicêmico e por isso, fácil digestão e rápida absorção. São bastante utilizados nos momentos pré, intra e pós treinamento: DICAS: • Evite consumir muito próximos aos treinamentos. • Ideal para complemento de refeições. 12 Material complementar - Nutrição Esportiva • Hiperproteicos O principal nutriente desta categoria de suplementos é a proteína, apresentada nos produtos como mix de diversas fontes e com baixo teor de carboidratos. Principais componentes: Whey protein, albumina, ca- seína e proteína da soja Funções Complemento Proteico Auxilia na perda de peso SUPLEMENTAÇÃO ERGOGÊNICA • Creatina A creatina é o principal recurso ergogênico utilizado em exercícios de força, a qual é sintetizada no fígado e rins e estocada no tecido muscular. As principais fontes alimentícias são carnes vermelhas e peixes. Esportes de Explosão Qual a função? Otimização de Estoques calórica ↑ Potência de contração ↑ Anabolismo Muscular INTERESSANTE: A creatina atrai água para dentro do sarcoplasma, e acaba atrain- do conjuntamente nutrientes importantes, favorecendo o anabolismo. DICA: A creatina é considerada com o suplemento alimentar ergogênico de maior comprovação científica. • Cafeína A cafeína é um recurso com enorme popularidade, a qual é encontrada na grande maioria dos suplementos emagrecedores. Sua principal ação ocorre no Sistema Nervoso Central. 13 Material complementar - Nutrição Esportiva ↑ Estado de Alerta ↓Percepção de Fadiga ↑Lipólise Melhora da performance Principais Funções ↑ Insônia Irritação Gástrica↑ Ansiedade↑PA DICAS: 1. O uso de cafeína é contraindicado para indivíduos com problemas cardíacos, psi- cológicos (ansiedade, estresse...) e/ou digestivos (gastrite, refluxo, úlceras...). 2. No geral, os efeitos adversos costumam surgir quando a dosagem utilizada é muito alta ou quando o indivíduo possui sensibilidade à substância. • BCAA São aminoácidos essenciais de cadeia ramificada, naturalmente presentes em proteínas de alto valor biológico, os quais são metabolizados diretamente no músculo. Leucina*, Isoleucina e Valina. Funções ↓Catabolismo Muscular** ↑Ressíntese do Glicogênio Muscular Combate à Fadiga Central *Principal aminoácido estímulante da mTor. **Na ausência de outros substratos (principalmente CHO). Indicações 1. Esportes extenuantes. 2. Antes e/ou após treinamento (100mg/kg ou 1g/10kg. Ex.: Indivíduo de 70kg = 7g de BCAA). • Pré-Treinos São compostos por um mix de substâncias ergogênicas capazes de gerar estímulos específicos, permitindo aumento do desempenho esportivo. Efeitos Adversos 14 Material complementar - Nutrição Esportiva Principais Substâncias Aumento de força e vasodilatação Hipertrofia e anticatabolismo Foco e disposição Creatina BCAA Cafeína Citrulina Glutamina Taurina Arginina Aminoácidos Essencial - • Termogênicos É uma classe de suplementos caracterizada por sua composição em substâncias estimulantes que, devido algumas de suas funções no catabolismo de gorduras e estímulo ao aumento da temperatura corporal, podem auxiliar na perda de peso. Principais Substâncias e suas funções DICA: Pré-treinos, por possuírem um grande potencial de estímulo e melhora do de- sempenho esportivo, são ótimos em estratégias de hipertrofia, pois permitem um melhor aproveitamento do treinamento. Cafeína, Catequinas, Sinefrina, Yohimbina, Taurina, entre outros Funções Auxílio na perda de peso Melhora da Perfomance ↑Estado de Alerta DICA: Em sua maioria, as contraindicações das substâncias dos termogênicos são as mesmas da cafeína. SUPLEMENTAÇÃO TERAPÊUTICA • Ômega 3 Ácido graxo insaturado (Ácido alfa-linolênico) encontrado principalmente em peixes de águas profundas como salmão, sardinha, atum e alguns crustáceos. Por estas fontes alimentares não fazerem parte do dia a dia de 15 Material complementar - Nutrição Esportiva DICA: Alguns produtos de ômega 3 podem conter alérgenos, principalmente os ex- traídos de crustáceos, por isso sua indicação deve ser feita com cautela. Características e funções: Ação anticoagulante, melhorando o fluxo sanguíneo e consequentemente pressão arterial; melhora do perfil lipídico (triglicérides, colesterol e suas frações), melhora permeabilidade das membranas celulares e sua sinalização celular, favorecendo maior sensibilidade à insulina. Posologia: 3 a 4g de ômega 3, que correspondem a aproximadamente 500mg de EPA + DHA. • Glutamina Aminoácido altamente abundante no organismo, condicionalmente essencial, que pode estar com concentrações reduzidas em determinadas situações, como: praticantes de atividade física de alto rendimento, atividades extenuantes, situações de trauma (cirurgias e/ou acidentes) e estresse excessivo. Características e funções: 1. Suporte ao sistema imune: fornecimento de energia para algumas células de defesa (linfócitos, neutrófilos e macrófagos). 2. Síntese de glicogênio hepático e muscular 3. ↑ Anabolismo: por ser um aminoácido, pode participar dos processos de síntese do organismo. 4. Substrato energético: principal substrato utilizado pelas células intestinais (enterócitos), o que contribui diretamente para uma melhor saúde intestinal. Posologia: 5g/dia • Controprotetores As principais substâncias ativas dessa classe de suplementos são a condroitina e a glucosamina, constituintes diretos da matriz cartilaginosa, grande parte da população ocidental, existe um déficit na ingestão diária de ômega 3. As frações ativas do ômega 3 são o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA). 16 Material complementar - Nutrição Esportiva evidenciando assim a sua principal função → Tratamento e prevenção de doenças articulares. DICA: Muito utilizados por praticantes de esportes de força e alto impacto. Posologia: (1500mg Glucosamina + 1200mg Condroitina) antes de dormir. • Multivitamínicos A utilização de suplementos multivitamínicos tem basicamente 3 funções principais: 1. Complementação dietética 2. Suporte para dietas restritivas (restrição calórica agressiva, dietas que excluem grupos alimentares, etc.) 3. Melhora do rendimento esportivo, quando há deficiência. Dosagem: Segundo as regulamentações da ANVISA os suplementos multivitamínicos devem conter um mínimo de 25% da RDA e um máximo de 100% da RDA. A tecnologia alavancou pesquisas e popularizou os suplementos nutricionais, sendo um elemento importante, capaz de auxiliar o planejamento dietético, assim como, quando necessário maior suporte de nutrientes. Deste modo, foi necessário estabelecimento da Portaria n. 222/98 e resoluções do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas), para garantir aparato legal para a suplementação nutricional envolvendo: classificação, regulamentação e prescrição. 1. CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÕES A Portaria n. 222/98 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), aplicada aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, sendo inclusos:alimento para atletas, Suplementos vitamínicos e/ou minerais, Alimentos com agregação de propriedade funcional e Novos alimentos. SUPLAMENTAÇÃO NUTRICIONAL: LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES 17 Material complementar - Nutrição Esportiva Categoria Definição Particularidades Repositores hidroeletrolíticos Formulados a partir de concen- tração variada de eletrólitos, associada a concentrações variadas de carboidratos, com o objetivo de reposi- ção hídrica e eletrolítica Podem conter potássio, vitaminas e ou minerais. Repositores Energéticos Formulados com nutrien- tes que permitam o alcance e ou manutenção do nível apropriado de energia Fórmulações variadas con- tendo macromoléculas ener- géticas (LIP, CHO e/ou PTN). Alimentos Proteicos Predominância de prote- ína(s) no mínimo 65% de proteínas de qualidade nutri- cional equivalente às prote- ínas de alto valor biológico Adição de aminoácidos específicos é permitida. Podem conter vitami- nas e/ou minerais. Podem conter CHO e LIP desde que a soma do VET não ultrapas- se o total de PTN. Produtos admitidos Produtos excluídos Novos alimentos; Alimentos funcionais; Alimentos para Atletas; Suplementos vitamínicos e/ ou minerais. Bebidas alcoólicas; Bebidas gaseificadas; Contenham substâncias farmacológicas (ex: estimu- lantes, hormônios e outras consideradas como “doping” pelo (Comitê Olímpico Internacional)); Substâncias medicamentosas e indicação terapêutica; Medicamentos fitoterápicos; Formulações a base de aminoácidos isolados (exceto os BCCA’S ou aminoácidos essenciais). A Resolução n. 380/2005 do CFN explicita que os suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar com calorias, e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação. 1.1. Alimentos para atletas Considerados alimentos para fins especiais, destinados a atender as necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho de atletas, isto é, praticantes de exercício físico com especialização e desempenho máximos com o objetivo de participação em esporte com esforço muscular intenso. Esses produtos não podem apresentar substâncias estimulantes, hormônios ou outras consideradas como "doping" pela Agência Mundial Antidoping (WADA). 18 Material complementar - Nutrição Esportiva PORTARIA N.222/98 Alimentos para Atleta Aminoácidos de Cadeia Ramificada Alimentos Proteicos Repositores Energéticos Alimentos Compensadores Repositores Hidroeletrolíticos Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física Categoria Definição Particularidades Alimentos Compensadores Formulações variadas para serem utilizadas na adequa- ção de nutrientes da dieta de praticantes de atividade física CHO < 90%; PTN: mínimo 65% deve corresponder à proteína de alto valor biológico; LIP: 1/3 SAT, 1/3 monoinsa- turada e 1/3 poli-insaturada; Opcionalmente, estes pro- dutos podem conter vi- taminas e ou minerais. Aminoácidos de cadeia ramificada Produtos formulados a partir de concentrações variadas de aminoácidos de cadeia ramifi- cada (leucina, valina e isoleuci- na), com o objetivo de forneci- mento de energia para atletas. Constituir no mínimo 70% dos nutrientes energéti- cos da formulação, forne- cendo na ingestão diária recomendada até 100% das necessidades diárias de cada aminoácido. Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física Produtos formulados de forma variada com finalidades meta- bólicas específicas, decorrentes da prática de atividade física NDA 19 Material complementar - Nutrição Esportiva 1.2. Suplementos vitamínicos e/ou minerais Alimentos que servem para complementar, com outros nutrientes, a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação; devem conter um mínimo de 25% e no máximo 100% da ingestão diária recomendada (IDR) de vitaminas e/ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva. 1.3. Alimentos com agregação de propriedade funcional São aqueles que afirmem ou sugiram a existência de uma relação entre o consumo de determinado alimento ou seu constituinte e a saúde. Além da segurança do alimento, o alimento deve ser comprovado cientificamente e não induzam o consumidor ao engano. As alegações podem descrever o papel fisiológico do nutriente, desenvolvimento e nas funções normais do organismo. Sendo apresentados em seus dizeres de rotulagem e ou material publicitário as alegações aprovadas pela ANVISA devem ser registrados nas categorias de “Alimentos com Alegações de Propriedade Funcional e ou de Saúde” ou de “Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde”. Assim, devem ter registro prévio à comercialização, conforme anexo II da Resolução RDC nº 278/2005. 1.4. Novos alimentos Devem atender aos requisitos previstos na Resolução nº 16/1999, pois se enquadram em uma dessas situações: alimentos sem tradição de consumo no País, alimentos que contenham novos ingredientes, alimentos contendo substâncias já consumidas, adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados nos alimentos que compõem uma dieta regular, alimentos em forma de apresentação não convencional na área de alimentos, tais como: cápsulas, comprimidos, tabletes e similares. 2. REGULAMENTAÇÃO 2.1. Rotulagem geral Além dos dizeres exigidos para os alimentos em geral os Alimentos para Fins Especiais, devem constar: 2.1.2 Painel principal: a designação conforme sua classificação (ex: alimento proteico para atletas). 2.1.3 Demais painéis: os Repositores Energéticos e para os Alimentos Compensadores, a orientação em destaque e negrito: "Crianças, gestantes e idosos, consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista e ou médico"; os Alimentos Proteicos e para os Aminoácidos de Cadeia Ramificada, a recomendação em destaque e negrito: "Crianças, gestantes, 20 Material complementar - Nutrição Esportiva idosos e portadores de qualquer enfermidade devem consultar o médico e ou nutricionista"; os Repositores Hidroeletrolíticos, a recomendação em destaque e negrito: "Recomenda-se que os portadores de enfermidades consultem um médico e ou nutricionista, antes de consumir este produto". Havendo obrigatoriedade constar a informação nutricional, de acordo com o Regulamento de Rotulagem Nutricional. 2.1.4 Proibição: conter expressões, tais como: "anabolizantes", "bodybuilding", "hipertrofia muscular", "queima de gorduras", "fat burners", "aumento da capacidade sexual”, ou equivalente. PORTARIA N.222/98 ROTULAGEM DOS SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS Rotulagem Geral Deve conter os dizeres para alimentos em geral e especiais Painel Principal Designação conforme sua classificação Demais Painéis Frase de orientação ao consu- midor + Informação Nutricional “anabolizantes”, “body building”, “hipertrofia muscular”, “queima de gorduras”, “aumento da capacidade sexual”. 3. PRESCRIÇÃO O profissional deve se atentar em alguns aspectos fundamentais na escolha que, quando ignorados podem causar: não obtensão do resultado esperado ou até mesmo depressão da condição de saúde do indivíduo. Sendo assim, a Resolução n. 390/2006 do CFN regulamenta os aspectos relacionados à prescrição nutricional: • A prescrição dietética deverá ser pautada diante diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional; • Não ultrapassar o Limite Máximo de Ingestão Tolerada, associando aos estados fisiológicos específicos, estados patológicos e alterações metabólicas; 21 Material complementar - Nutrição Esportiva • A prescrição dietética deverá ser posterior à avaliação nutricional objetiva e sistematizada; • Ao realizar a prescrição, atentar-se a condição clinica social e cultural.Devendo esta alinhada aos princípios da bioética. • O nutricionista deverá sempre considerar a prescrição dietética de suplementos nutricionais não poderá ser realizada de forma de forma isolada, devendo fazer parte da correção do padrão alimentar. • A prescrição será adequada nas seguintes premissas: adequar o consumo alimentar, definição do período de utilização do produto e reavaliação do estado nutricional e planejamento alimentar. SÍNDROME DE OVERTRAINING ASPECTOS GERAIS Overtraining • Atletas de elite • Excesso de treinamento • Estresse físico e psicológico • Queda de rendimento • Crescente entre atletas de elite, mas pode existir também entre desportistas amadores. • Os atletas de alto rendimento são pressionados diariamente a superar limites, muitas vezes indo além dos seus limites físicos. • Esse conjunto de fatores acabarão prejudicando o seu rendimento. Fatores Responsáveis • O esporte competitivo exige dedicação extrema dos atletas, sendo comum aumentos desmedidos no volume de treinos, intensidade e frequência, a fim de conseguir melhora nos resultados. • O aumento de competições também é um dos fatores que podem levar a aparição do quadro de overtraning. • Os fatores psicológicos estão diretamente associados ao quadro. A excessiva cobrança por bons resultados pode ser usada como exemplo. 22 Material complementar - Nutrição Esportiva Excesso de treinamento Recuperação insuficiente OvertraningDieta não equilibrada Incidência • Atletas mais treinados • Esportes individuais: Aqui o fator psicológico é dominante, devido à cobrança direcionada. • Esportes de endurance: Por ser uma modalidade com provas extremamente longas e desgastantes, é um dos esportes que naturalmente induz ao quadro. ASPECTOS CLÍNCOS Diagnostico de exclusão Podem confundir com overtraining Doenças infecciosas Alergias Restrição calórica severa Deficiências de micronutrientes Dieta inadequada Fatores Predisponentes • O excesso de treinamento somado a períodos insuficientes de recuperação são os fatores que poderíamos classificar como os mais preocupantes. • Muitas competições em sequência. • cobrança imposta por familiares, equipe, torcida, patrocinadores e por outros meios são fatores que podem acabar influenciando na saúde mental do atleta colaborando para a instalação do quadro. ↑ 23 Material complementar - Nutrição Esportiva Sintomatologia FISIOLOGICOS ↓peforman- ce ↓força ↓peso e mas- sa muscular ↓apetite fadiga crô- nica, sono BIOQUIMICOS ↓glicogênio ↓glicemia, ↓testosterona ↓estradiol ↑lactato, ↑catecolaminas ↑cortisol Sintomas PSICOLÓGICOS Apatia Irritabilidade Depressão IMUNOLOGICOS ↓infecções ↓citocinas in- flamatórias ↓igA ↓Glutamina Principais Sintomas Fadiga física e mental Depressão e apatia Infecções do trato respiratório superior Redução do apetite Dores Principais hipóteses etiologias • Citocinas, Fatores Hormonais e Psicológicos: O processo inflamatório causado pelo exercício também aumenta a produção de citocinas pro- inflamatórias como IL-1 e IL-6, aumentando assim a liberação de cortisol e diminuindo a produção de testosterona, além de ativar substancias responsáveis por alterações de comportamento, aumentando o estresse e dificultando a recuperação do organismo. 24 Material complementar - Nutrição Esportiva • Glicogênio Muscular: Níveis reduzidos de glicogênio muscular podem induzir a oxidação de proteínas musculares. • Glutamina: A redução das concentrações plasmáticas de glutamina observada em exercícios seria responsável pela supressão da reposta imune e aumento na taxa e infecções observados no overtraning. Em condições de exercícios extenuantes, sua concentração pode ser reduzida. Durante este processo a glutamina pode sofrer desvios no seu metabolismo podendo alterar a produção de energia pelo fígado através da gliconeogênese e regulação na acidose instalada, devido a essa alteração a glutamina disponível para o sistema imunológico é reduzida o que pode contribuir para o aumento da susceptibilidade a infecções no trato respiratório superior. DICA: Vale ressaltar que não há um consenso sobre as hipóteses citadas acima, como a síndrome é multifatorial é papel do nutricionista junto a equipe do atleta avalia-lo em todos os âmbitos para que esse diagnósticos seja feito! Prevenção e Tratamento Prevenção Avaliação do treinamento Identificar sintomas precocemente Dieta adequada Acompanhamento bioquímico Planejamento 25 Material complementar - Nutrição Esportiva Repouso Tratamento SuplementaçãoCorreções nutricionais Treinamento específico Ômega 3 Glutamina Joints A avaliação física tem como objetivo principal estabelecer um parâmetro comparativo e auxiliar o nutricionista no acompanhamento nutricional do paciente, visando a manutenção ou melhora da composição corporal. TIPOS DE AVALIAÇÃO FÍSICA AVALIAÇÃO FÍSICA Diretos Indiretos Duplamente indiretos MÉTODOS Dissecação de cadáveres Pesagem Hidrostática Antropometria - Tomografia Computadorizada Bioimpedância - Ressonância Magnética - - Pletismografia - 26 Material complementar - Nutrição Esportiva Biomecânica Medicina Avaliação Física Antropologia Nutrição Ergonomia Ed. Física Principais usos ANTROPOMETRIA Conjunto de técnicas e medidas padronizadas que visam o estudo da forma, proporção e composição do corpo humano. COMPOSIÇÃO CORPORAL O corpo humano é composto por diferentes tecidos e componentes estruturais, na avaliação física, os principais componentes avaliados são: Massa muscular Massa ósseaMassa adiposa Pele Massa residual Observação Dentro da avaliação física existem métodos de avaliação que são capazes de segmentar o corpo em apenas 2 componentes: Massa Gorda Massa Magra Tecido adiposo Massa Muscular - Ossos - Água - Pele - Órgãos 27 Material complementar - Nutrição Esportiva FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPOSIÇÃO CORPORAL Duplamente indiretos EXERCÍCIO Influencia diretamente a nossa composição corporal. Através dele podemos exercer adaptações fisiológicas que proporcionaram mudanças na estrutura dos diferences componentes corporais. GENÉTICA O código genético de cada indivíduo definirá seu bióti- po corporal, e a distribuição dos diversos componentes cor- porais, definindo o seu perfil de composição corporal. IDADE Está diretamente associada com a composição corporal. Con- forme envelhecemos existe uma diminuição gradativa do te- cido muscular esquelético e uma redução do metabolismo corporal, o que favorece o aumento do tecido adiposo. ALIMENTAÇÃO Com a alimentação conseguimos direcionar o cor- po para um tipo específico de composição corporal, prin- cipalmente quando associada com o exercício físico. SEXO Os hormônios sexuais masculinos e femininos atuam na ex- pressão do fenótipo, definindo a quantidade de gordura, mas- sa muscular e massa óssea característica de cada sexo. QUANDO DEVO REALIZAR A AVALIAÇÃO FÍSICA? TIPOS DE AVALIAÇÃO FÍSICA • Diretos Indicações 1. Ao iniciar um programa de treinamento físico ou planejamento alimentar 2. Avaliar de forma periódica para realizar o acompanhamento da evolução do treinamento ou planejamento alimentar 3. Ao final de um período de treinamento ou estratégia nutricional, para avaliar os resultados Dissecação de cadáveres Consiste na separação manual dos componentes estruturais do corpo humano e pos- terior pesagem de cada componente. A dissecação de cadáveres é o método mais confiável de se avaliar a estrutura corporal humana e foi amplamente utilizada em pesquisas para elaboração de equações de predição de percentual de gordura. 28 Material complementar - Nutrição Esportiva • Indiretos Pesagem Hidrostática A Pesagem Hidrostática se baseia no princípio de Arquimedes para estimar o percen- tual de gordura corporal. Princípio de Arquimedes: Corpo submerso em água é elevado a superfície por uma força equivalente a massa do volume da água deslocada. A Pesagem Hidrostáticaconsiste em pesar o indivíduo em terra firme e submerso em água, com o objetivo de encontrar o volume e densidade corporal. Posteriormente es- tes dados são inseridos nas equações de Siri (1961) ou Brozek (1963) para que seja calculado o percentual de gordura corporal. pesquisas para elaboração de equações de predição de percentual de gordura. Diagnóstico por imagem Os métodos de diagnóstico por imagem são considerados os mais confiáveis na ca- tegoria de métodos indiretos de avaliação física, dentre eles podemos citar a Resso- nância Magnética, Tomografia Computadorizada e a Densitometria Óssea (Dexa). As desvantagens desses métodos estão relacionadas ao alto custo dos equipamentos, profissionais altamente especializados para operar e interpretar os resultados e a ex- posição dos pacientes a radiação emitida pelos equipamentos. Pletismografia O indivíduo é colocado dentro de uma câmara de ar pressurizada, onde será calculado o volume e densidade corporal. Antes da avaliação iniciar, o volume de ar dentro da câmara vazia é calculado, poste- riormente o volume de ar é calculado com o indivíduo dentro da câmara. Desta forma pode-se obter os valores do volume e densidade corporal, que posteriormente são inseridos nas equações de Siri (1961) ou Brozek (1963) para que seja calculado o percentual de gordura corporal. • Duplamente indiretos Bioimpedância A Impedância Bioelétrica utiliza uma corrente elétrica imperceptível para mensurar os componentes corporais através da resistência elétrica que os diferentes tecidos oferecem. Os tecidos magros são os componentes corporais com menor resistência, graças a sua quantidade de água e eletrólitos. Além da corrente elétrica, também são inseridos dados do paciente no equipamento, como altura, idade e nível de atividade física, para que dessa forma o equipamento possa estimar o percentual de gordura corporal. Para garantir maior confiabilidade nos dados, é importante que os avaliados sigam todos os protocolos necessários para realização do exame de Bioimpedância. 29 Material complementar - Nutrição Esportiva Antropometria A antropometria é o estudo da forma e proporções do corpo humano, é um método de baixo custo e não invasivo para o paciente. A antropometria por dobras cutâ- neas é considerada um dos métodos mais confiáveis de avaliação da composi- ção corporal, as principais fontes de erro deste método estão associadas a perícia técnica do avaliador, calibragem dos equipamentos e a correta interpretação dos dados e uso das fórmulas. MATERIAIS NECESSÁRIOS • Fita métrica É importante que seja utilizada uma fita inelástica, os seus materiais podem variar de acordo com a marca e modelo da fita. • Balança A balança utilizada deve estar calibrada, também é importante mensurar a massa corporal na mesma balança, sempre que possível, pois a medida pode variar de uma balança para outro, caso não estejam com a mesma calibragem. • Estadiômetro O Estadiômetro pode ser fixo ou portátil, no caso do fixo, é importante que a altura de instalação seja calculada corretamente antes da fixação. • Adipômetro Na escolha do Adipômetro deve-se tomar alguns cuidados, existem duas principais categorias de adipômetros: • Adipômetros Clínicos • Adipômetros Científicos A principal diferença entre eles está relacionada à exatidão da médica, na maioria dos casos, os adipômetros clínicos tem uma escala de leitura de 0,5 mm, enquanto os Adipômetros Científicos têm uma escala de leitura de 0,1 mm. Perímetros Dobras cutâneas Avaliação Antropométrica Braço Tricipital 30 Material complementar - Nutrição Esportiva População validada Dobras para homens Dobras para mulheres Protocolo de Guedes Estudantes universi- tários de 17-27 anos Tricipital Supra Ilíaca Abdômen • Subescapular • Supra Ilíaca • Coxa Protocolo de Pollo- ck (1985) Homens de 18- 61 anos. Subescapular Axilar Média Tríceps Coxa Supra Ilíaca Abdômen Peitoral - Protocolo de Siri & Broze- ck (1961) Homens de 20- 50 anos. Subescapular Tríceps Coxa Abdômen - PERCENTUAL DE GORDURA O percentual de gordura corporal é um método simples e rápido para interpretar os dados coletados na antropometria. Percentuais de gordura muito baixos ou muito elevados podem exercer riscos à saúde tanto para homens quanto para mulheres, podendo desencadear distúrbios hormonais, amenorreia, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e outros quadros. RECOMENDAÇÕES ENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO • Prática esportiva Quando se trata de prática esportiva, o primeiro ponto que se deve avaliar é qual o nível que o cliente quer alcançar. Pode ser dividido em dois diferentes ritmos: Perímetros Dobras cutâneas Avaliação Antropométrica Antebraço Bicipital Ombro Subescapular Tórax Axilar Média Cintura Peitoral Abdômen Abdominal Quadril Supra Ilíaca Coxa Coxa Panturrilha Panturrilha 31 Material complementar - Nutrição Esportiva • Desportismo: Procura de estética, qualidade de vida, saúde, redução de fatores de risco (obesidade, triglicerídeos e colesterol, dentre outros). • Competição: O alto rendimento tende a promover alterações de stress psicológico e metabólico, catabolismo muscular, desequilíbrio hormonal e aumento de probabilidade de lesões. Ao traçar qual será o objetivo adotado, desporte ou competição, o foco é em buscar o máximo equilíbrio entre a performance (mesmo que baixa no caso de desporte) e saúde, em ambos os casos, a condição física do cliente, padrão alimentar e pontos de individualidade devem uma atenção para melhor conduta de aplicação de fornecimento energético. • Pontos importantes Necessidade energética diáriaNecessidadesbasais Avaliar necessidade da ingestão calórica adicional.Energia adicional Composição corporal A avaliação da composição corporal é realizada para quan- tificar os principais componentes do organismo humano Carga de treinamento Nivel, intensidade, duração e metodologia do exercicio aplicado • Componentes energeticos TAXA METABÓLICA BASAL Quantidade mínima de energia necessária para manter funções fisiológicas básicas e essenciais (respiração, circulação, etc). EFEITO TÉRMICO DA COMIDA Elevação do gasto energetico decorrente da ingestão alimentar EFEITO TÉRMICO DA ATIVIDADE Aumento do gasto energetico devido a atividade muscular 32 Material complementar - Nutrição Esportiva • Fatores que afetam o requerimento de energia • Equações de predição da necessidade energética Estresse Composição corporal Clima Idade Hormônios Sexo Atleta Harris & Benedict (1919) – Pacientes enfermo (P:kg E:cm I:anos) • Homens: TMB (kcal/dia) = 66 + (13,7 x P) + (5 x E ) – (6,8 x I) • Mulheres: TMB (k cal/dia) = 655 + (9,6 x P) + (1,7 x E) – (4,7 x I ) (FAO/OMS) (1989) • HOMENS • Idade: 0-3 | Equação: 60,9 x peso (kg) – 54 • Idade: 3-10 | Equação: 22,7 x peso (kg) + 495 • Idade: 10-18 | Equação: 17,5 x peso (kg) + 651 • Idade: 18-30 | Equação: 15,3 x peso (kg) + 679 • Idade: 30-60 | Equação: 11,6 x peso (kg) + 879 • Idade: >60 | Equação: 13,5 x peso (kg) + 487 • MULHERES • Idade: 0-3 | Equação: 61,0 x peso (kg) –51 • Idade: 3-10 | Equação: 22,5 x peso (kg) + 499 • Idade: 10-18 | Equação: 12,2 x peso (kg) + 746 • Idade: 18-30 | Equação: 14,7 x peso (kg) + 496 • Idade: 30-60 | Equação: 8,7 x peso (kg) + 829 • Idade: >60 | Equação: 10,5 x peso (kg) + 596 33 Material complementar - Nutrição Esportiva TERMORREGULAÇÃO E HIDRATAÇÃO LÍQUIDOS CORPORAIS 1. Representam de 20 a 40% do peso corporal. 2. Um indivíduo médio possui aproximadamente 42 LITROS DE ÁGUA CORPORAL, sendo 62% de água intracelular e 38% de fontes extracelulares. 3. Líquido INTRACELULAR = líquido DENTRO da célula. 4. Líquido EXTRACELULAR ou INTERSTICIAL = LÍQUIDO ENTRE AS CÉLULAS, linfa, líquido dos olhos, SALIVA, trato digestivo e líquido secretado pelas glândulas (sudoríparas, salivares, etc.) 5. Os volumes NÃO SÃO ESTÁTICOS, porém seus valores médios resultam de "trocas" constantes entre os compartimentos intra e extracelular. 6. Embora ocorraPERDA DE ÁGUA corporal a INGESTÃO ADEQUADA dela MANTÉM OS VOLUMES RELATIVAMENTE ESTÁVEIS. 7. O corpo perde água basicamente a partir da URINA, PELE e FEZES. Evaporação → principal defesa contra o superaquecimento. A água vaporizada pelas vias respiratórias e pele (a partir das glândulas sudoríparas) transfere o calor para o ambiente. O SUOR NÃO RESFRIA A PELE E SIM A SUA EVAPORAÇÃO. Umidade relativa do ar muito alta dificulta a evaporação do suor e esfriamento. • O suor excretado ALÉM DE ÁGUA contém: sódio, potássio cálcio e magnésio. MET • GET = (GEB x FA cotidiana) + treinamento Valores/Conceito Causas Sintomas Hiponatremia Sódio sérico < 135mmol/L ↑suor e/ou ↑in- gestão de líqui- dos com baixos teores de sódio Inchaço, náuseas, vô- mitos, dor de cabeça, confusão, delírio, difi- culdade em respirar. Hipernatremia Hiperosmolarida- de ou aumento da concentração de sódio plasmático Perda de líquido sem solutos ou desidratação Letargia, astenia, ir- ritabilidade, convul- sões, coma e morte IMPORTANTE: A perda de potássio através do suor é ínfima. 34 Material complementar - Nutrição Esportiva Recomendações para atividades com mais de 3 horas Momento Água Carboidrato Sódio Temperaturada água Até 2h antes 250 - 500ml - - - Durante 400 - 800ml/h 30 - 60g/h 500 - 700mg/h 5 - 15ºC Após 1,25l - 1,5L para cada 1kg perdido 1,0 – 1,2g/kg de peso/hora - - • Obesidade Doença multifatorial, considerada uma das prioridades para as organizações de saúde na atualidade, devido aos elevados e crescentes números de obesos na população. 1. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 1.1. IMC O Índice de Massa Corporal ainda é o principal e mais acessível indicador antropométrico para diagnóstico da obesidade. Pode ser calculado dividindo a massa corporal do indivíduo (em quilogramas) pela altura elevada ao quadrado (em metros): IMC = massa (kg) / altura2 (m2) Dentre as muitas classificações do IMC, a obesidade é dividida da seguinte forma: 1. Obesidade leve ou grau I → IMC 30 a 34,9 2. Obesidade moderada ou grau II → IMC 35 a 39,9 3. Obesidade mórbida ou grau III → IMC > 40 4. Para indivíduos idosos, é considerado Obesidade o IMC ≥ 30 1.2. Risco Cardiovascular Determinado pela medida da circunferência de cintura: Homem Mulher Classificação CC < 94cm CC < 80cm Normal CC 94 ~102cm CC 80 ~88cm Risco alto CC > 102cm CC > 88cm Risco muito alto Existe ainda a classificação utilizando a relação cintura quadril, obtida dividindo o perímetro da cintura pelo perímetro do quadril: Os valores de normalidade para mulheres e homens, respectivamente são: menor que 0,85 e menor que 0,9. 35 Material complementar - Nutrição Esportiva Sedentarismo, estresse e má alimentação = Hábitos de vida 1.2. Perfil metabólico Avaliação do perfil lipídico (Colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicerídeos) bem como perfil glicêmico. Malefícios associados à obesidade 1. Dislipidemias: alterações no perfil lipídico. 2. Diabetes mellitus tipo 2 3. Cardiopatias como por exemplo a insuficiência cardíaca 4. Câncer (diversos tipos) 5. Hipertensão arterial 6. Osteoartrites (doenças articulares em consequência da sobrecarga sobre o esqueleto) Determinantes da Obesidade Os três principais fatores para a ocorrência da obesidade são a influência genética, cultural ou hábitos de vida. Sabe-se que apesar do impacto dos dois primeiros, os hábitos de vida possuem uma colaboração substancialmente superior no surgimento do quadro de obesidade, destacando a inatividade física (sedentarismo) e a alimentação irregular. Obesidade MALEFICIOS: Dislipidemias, Diabetes Mellitus II, Cardiopatias, HAS, problemas articulares DIAGNÓSTICO: IMC, CC, RCQ, Perfil metabólico (lipídico e glicídico) Cultura Genética 36 Material complementar - Nutrição Esportiva • Emagrecimento Fatores que impactam diretamente sobre o ganho ou perda de peso: Ganho Perda ↑ Consumo Energético ↓ Consumo Energético ↓ Gasto Energético ↑ Gasto Energético ↑ Alimentos de alta densidade calórica e baixo valor nutricional ↑ Alimentos de baixa densidade calórica e alto valor nutricional Contribuições da Nutrição e da Atividade Física para o processo de emagrecimento: Nutrição Atividade física Garante nutrientes essenciais Aumenta gasto calórico Favorece a utilização da massa gorda Promove adaptações celulares favoráveis ao emagrecimento Aspectos fundamentais do planejamento alimentar 1. Oferta de valor calórico compatível (a utilização de dietas com valor energético muito baixo pode levar a agravos nutricionais) 2. Dieta individualizada e ajustada aos hábitos do paciente 3. Restrições de 500 a 1000kcal/dia HIPOLIPÍDICAS ↓VET Favorece ativi- dades intensas (maior utilização de carboidrato HIPERPROTEICAS Preservação de Massa Muscular ↑Saciedade HIPOGLICÍDICAS ↑Cetose Condutas Nutricionais
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