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IANI SOARES LUZ XIII – MED - As vértebras lombares (L I a L V) são os maiores e mais resistentes ossos não fundidos da coluna vertebral, porque a quantidade de peso corporal sustentada pelas vértebras aumenta em direção à extremidade inferior da coluna vertebral. - Suas várias projeções são curtas e espessas. - Os processos articulares superiores se dirigem medial e não superiormente e os processos articulares inferiores se direcionam lateral e não inferiormente. Coluna vertebral e envelhecimento - Alterações da coluna vertebral com o avançar da idade: • Redução de massa e densidade óssea, juntamente com a diminuição do conteúdo de colágeno e mineral dentro do osso, modificações que tornam os ossos mais frágeis e suscetíveis a dano; IANI SOARES LUZ XIII – MED • As faces articulares, superfícies onde ossos vizinhos realizam movimentos entre si, perdem cartilagem com o envelhecimento; em seu lugar, são formadas espículas ósseas produzindo condições artríticas. ◦ Essas espículas ósseas (osteófitos), podem levar ao estreitamento (estenose) do canal vertebral, ocasionando compressão de nervos espinais e da medula espinal. Lombalgia - Classificação da lombalgia: • Aguda: Dor com duração de até 4 semanas; • Subaguda: Dor com duração entre 4 e 12 semanas; • Crônica: Dor com duração ≥ 12 semanas. Epidemiologia - A dor lombar é uma das queixas mais comuns da prática clínica. - Afeta igualmente homens e mulheres, sejam eles trabalhadores braçais ou intelectuais. - Estima-se que até 84% dos adultos tenham dor lombar em algum momento de suas vidas. - Os episódios de dor lombar costumam ser agudos e autolimitados. Entretanto, podem tornar-se um problema crônico em uma parcela considerável de pacientes, resultando em grande sofrimento pessoal e sérias repercussões socioeconômicas. - Os distúrbios da coluna vertebral são a maior causa de limitação funcional em pessoas com menos de 45 anos, e a doença mais onerosa em termos de faltas ao trabalho, aposentadoria por invalidez e despesas médicas nos países ocidentais industrializados. Etiologia - Fatores de risco associados à lombalgia: • Trabalho física ou psicologicamente estressante • Trabalho sedentário • Obesidade • Fatores psicossociais (transtorno de somatização, ansiedade e depressão) • Idade avançada • Tabagismo • Idade • Sexo feminino • Baixo nível educacional • Seguro de acidentes de trabalho • Insatisfação no trabalho - Dor nas costas inespecífica: Maioria dos casos (> 85%). Significa que o paciente tem dor nas costas na ausência de uma condição subjacente específica que pode ser identificada com segurança. IANI SOARES LUZ XIII – MED Etiologias graves: < 1% dos casos Compressão da medula espinhal ou da cauda equina - Existem muitas causas de síndrome da cauda equina, sendo a mais comum a hérnia do disco intervertebral. - A dor geralmente é o primeiro sintoma da compressão da medula, mas os achados motores (geralmente fraqueza) e sensoriais estão presentes na maioria dos pacientes no momento do diagnóstico. - Disfunção intestinal e/ou vesical geralmente são achados tardios. Câncer metastático: - O osso é um dos locais mais comuns de metástase. - Uma história de câncer (excluindo câncer de pele não melanoma) é o fator de risco mais forte para dor nas costas por metástase óssea. - Entre os cânceres sólidos, a doença metastática de câncer de mama, próstata, pulmão, tireoide e rim é responsável por 80% das metástases esqueléticas. Abscesso epidural espinhal: - Causa rara, mas séria, de dor nas costas. - Com o tempo, a dor localizada nas costas pode ser seguida por dor radicular e, se não tratada, déficits neurológicos. - Os fatores de risco incluem injeção espinhal recente ou colocação de cateter peridural, uso de drogas injetáveis e outras infecções (por exemplo, infecção óssea ou de tecidos moles contíguas ou bacteremia). Osteomielite vertebral: - Sua incidência, geralmente, aumenta com a idade, e os homens são mais comumente afetados do que as mulheres. - Acredita-se que muitos casos estejam relacionados aos cuidados de saúde ou pós-procedimento devido à disseminação hematogênica da bacteremia. Etiologias menos graves: < 10% dos casos Fratura por compressão vertebral - Os fatores de risco para fratura osteoporótica incluem idade avançada e uso crônico de glicocorticoides - Uma história de fratura osteoporótica ou traumática é um fator de risco para fraturas subsequentes. IANI SOARES LUZ XIII – MED Radiculopatia - Refere-se a sintomas ou deficiências relacionadas a uma raiz nervosa espinhal. - Danos a uma raiz nervosa espinhal podem resultar de alterações degenerativas nas vértebras, protrusão do disco e outras causas. - Ciática é um termo não específico usado para descrever uma variedade de sintomas nas pernas ou nas costas. - Geralmente, a ciática refere-se a uma dor aguda ou em queimação que se irradia da nádega ao longo do curso do nervo ciático (o aspecto posterior ou lateral da perna, geralmente para o pé ou tornozelo). - A maior parte da ciática é atribuível à radiculopatia no nível L5 ou S1 de um distúrbio do disco. Estenose espinhal - É mais frequentemente multifatorial. - Espondilose (artrite degenerativa que afeta a coluna), espondilolisteses e espessamento do ligamento amarelo são as causas mais comuns, geralmente, afetando pacientes > 60 anos. Outras etiologias IANI SOARES LUZ XIII – MED Avaliação diagnóstica - Devido ao curso em geral benigno da lombalgia e ao fato de ser raramente atribuível a qualquer lesão anatômica específica, efetuar uma busca exaustiva em todos os pacientes seria frustrante e dispendioso. - Assim, o aspecto crítico na avaliação dessa condição é estar atento e valorizar os sinais de alerta (bandeiras vermelhas) que aumentam a probabilidade de causas graves e raras. Anamnese - As características usuais na investigação de qualquer tipo de dor (localização, intensidade, duração, frequência, irradiação, fatores agravantes e de alívio, repercussão funcional) orientam o diagnóstico e devem ser pesquisadas. - Também perguntamos sobre sintomas constitucionais (p. ou sintomas do intestino/bexiga), estabilidade ou progressão dos sintomas, história de infecções bacterianas recentes (particularmente bacteremia), história recente ou uso atual de drogas injetáveis, história ou uso atual de medicamentos corticosteroides e história recente de procedimentos epidural ou espinhal. - Os pacientes também devem ser avaliados quanto ao sofrimento social ou psicológico que pode estar contribuindo. Exame físico Inspeção das costas e postura - Busca-se alterações no alinhamento das vértebras e das curvaturas fisiológicas da coluna, déficit motor, atrofia muscular (em casos de radiculopatia prolongada) ou escoliose antálgica para aliviar tensão na raiz nervosa. - Em alguns casos, pode haver completo bloqueio funcional, ficando o doente em uma posição rígida, sem condições de exercer qualquer atividade. - Pode revelar anormalidades anatômicas como escoliose ou hipercifose. IANI SOARES LUZ XIII – MED Palpação/percussão da coluna vertebral - Para avaliar a sensibilidade vertebral ou dos tecidos moles. Exame neurológico - Avaliação de sensibilidade, propriocepção, tônus, força, trofismo muscular, reflexos tendinosos profundos dos membros inferiores e marcha. - Para pacientes com suspeita de radiculopatia, o teste neurológico deve se concentrar nas raízes nervosas L5 e S1, uma vez que a maioria das radiculopatias clinicamente significativas ocorre nesses níveis. Elevação da perna reta Identificar se os sintomas são denatureza radicular. Manobra de Lasègue - Deve-se considerá-la positiva apenas quando a elevação inferior a 60º reproduz ou exacerba os sintomas de ciatalgia, com dor intensa e superficial irradiada abaixo do joelho (não meramente dor nas costas ou na coxa). Manobra de Bragard Fazendo retornar a perna de maneira gradual até a posição em que a dor cessa, pode-se confirmar a origem radicular pela dorsiflexão do pé e retorno do sintoma. IANI SOARES LUZ XIII – MED Manobras de Valsalva A dor radicular também é desencadeada em situações que aumentam a pressão do canal vertebral (ato tossir ou evacuar). Sinais não orgânicos (sinais de Waddell) - Pacientes com sofrimento psicológico que está contribuindo para sintomas de dor nas costas podem ter sinais físicos inadequados associados. - O achado de 3 ou mais desses sinais é clinicamente significativo: • Reação exagerada durante o exame físico; • Sensibilidade superficial ou generalizada; • Teste de elevação da perna estendida em decúbito dorsal e sentado (distraído) inconsistente; • Déficits neurológicos inexplicáveis; • Dor na carga axial simulada (pressão no topo da cabeça). Outros - Medida de resíduo pós-miccional, exame de linfonodo, exame de mama, avaliação da próstata, exame do quadril ou exame para doença vascular periférica, etc. São modificados a partir da suspeita clínica. - Sinais de envolvimento medular, como disfunção esfincteriana ou sexual, fasciculações, fraqueza e hipotrofia musculares, hipertonia espástica, hipo ou hiper-reflexia profundas, sinal de Babinski e disestesias com distribuição dermatométrica são situações associadas a quadros mais graves e exigem avaliação especializada com um neurocirurgião. IANI SOARES LUZ XIII – MED Estudos laboratoriais - A maioria dos pacientes com dor lombar aguda não necessita de nenhum exame laboratorial. - Velocidade de sedimentação globular (VSG), proteína C-reativa (PCR) e leucograma devem ser solicitados para pacientes com dor lombar não explicada, sem melhora após um período de 4 semanas. Exames de imagem Os exames de imagem em geral não são necessários em pacientes com lombalgia inespecífica aguda (de evolução inferior a 6 semanas). Radiografia simples: O baixo custo e a alta disponibilidade fazem da radiografia o exame mais solicitado na investigação de lombalgia. Tomografia computadorizada: Possui uma imagem de melhor qualidade do osso cortical; sendo este o método preferível na avaliação de traumas agudos. Ressonância magnética: O contraste de tecidos moles é melhor, o que permite distinguir as partes componentes do disco, visualizar os ligamentos e o conteúdo do canal vertebral. - É, portanto, o método mais indicado para investigar radiculopatia, infecções ou neoplasias da coluna. - O contraste paramagnético gadolínio é contraindicado em pacientes com insuficiência renal moderada a grave, os quais estão sob risco de desenvolver fibrose sistêmica nefrogênica. Cintilografia óssea: Costuma ser utilizada para o estadiamento de neoplasias com potencial metastático. Também permite diferenciar alterações degenerativas de outros processos metabolicamente ativos, como fraturas recentes, infecção e sacroileíte. Eletroneuromiografia: Pode, objetivamente, confirmar ou descartar a suspeita clínica de radiculopatia, definir a extensão do envolvimento nervoso ou muscular e excluir outras causas de neuropatia periférica. - As alterações encontradas na condução nervosa são precoces, tornando este exame útil na avaliação e na indicação cirúrgica em pacientes com lombociatalgia grave sem achados correspondentes nos exames de imagem. Tratamento Não farmacológico Calor: Usado para reduzir o espasmo muscular. IANI SOARES LUZ XIII – MED Massagem: Não há evidências de que a massagem ofereça benefícios clínicos para dor lombar aguda. No entanto, um estudo randomizado descobriu que, em comparação com os cuidados usuais, quando a massagem foi escolhida pelo paciente, ela foi associada ao aumento da satisfação do paciente. Acupuntura: A evidência de benefício na dor lombar aguda é limitada. A acupuntura é segura com poucos efeitos colaterais. Manipulação da coluna vertebral: Uma forma de terapia manual que envolve o movimento de uma articulação perto do final da amplitude de movimento clínica. Parece conferir melhorias modestas na dor e na função. Exercício e fisioterapia: A fisioterapia inclui exercícios de autocuidado feitos pelo paciente e exercícios supervisionados no contexto da fisioterapia. - Encaminhamos seletivamente pacientes com fatores de risco para desenvolver dor lombar crônica (por exemplo, mau estado funcional ou de saúde, comorbidades psiquiátricas) que podem se beneficiar de educação imediata por um fisioterapeuta sobre como evitar recorrências, níveis adequados de atividade e exercícios para iniciar após a fase aguda. Outros: Muitas outras intervenções foram sugeridas para dor lombar aguda com pouca ou nenhuma evidência para apoiar seu uso. • Frio (pode ajudar a reduzir o edema); técnica de energia muscular (períodos alternados de contrações musculares resistidas e alongamentos assistidos); • Tração; • Suportes lombares (espartilhos ou suspensórios); • Recomendações de colchão; • Yoga (dor lombar crônica); • Injeções paraespinhais. Farmacológico de dor lombar aguda Terapia inicial Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) - Iniciamos com terapia AINEs sistêmica em pacientes com lombalgia aguda sem contraindicações a essa terapia. - Geralmente, começamos com ibuprofeno (400 a 600 mg, 4x/dia) ou naproxeno (250 a 500 mg, 2x/dia). ◦ - As doses devem ser diminuídas conforme tolerado. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Os AINEs podem ter efeitos adversos renais, gastrointestinais e cardiovasculares significativos e podem ser contraindicados em alguns pacientes. - Todas as toxicidades de AINEs são mais comuns em pacientes idosos. Terapia de segunda linha Combinação com relaxantes musculares - Os relaxantes musculares são um grupo diversificado de drogas com efeitos fisiológicos semelhantes, incluindo analgesia e um grau de relaxamento do músculo esquelético ou alívio do espasmo muscular. - Eles incluem benzodiazepínicos, ciclobenzaprina, metocarbamol, carisoprodol, baclofeno, clorzoxazona, metaxalona, orfenadrina e tizanidina. - A ciclobenzaprina é uma droga razoável de primeira escolha. - Os benzodiazepínicos não devem ser usados porque não são eficazes na melhora da dor ou do resultado funcional, e há potencial para abuso. - Geralmente, não iniciamos esses medicamentos como terapia inicial, pois eles tendem a ter efeitos colaterais sedativos que limitam a capacidade dos pacientes de trabalhar ou dirigir. Os riscos desses agentes aumentam com a idade, e esses agentes devem ser usados com cautela em adultos mais velhos. OBS: Em pacientes que não toleram ou têm contraindicações aos relaxantes musculares, a combinação de AINEs sistêmicos e acetaminofeno (paracetamol) é outra opção, embora existam poucos dados para apoiar o uso dessa combinação. - Dor refratária ou intensa: Uso de opioides e tramadol na dor lombar aguda são limitadas; devem ser reservados para pacientes que não apresentam alívio adequado ou têm contraindicações a outros agentes. Opioides - Têm poucos benefícios quando adicionados à terapia com AINEs. - Se os opioides são usados para dor lombar aguda, a duração da terapia deve ser curta. - CDC dos EUA limita a duração da terapia com opioides para dor aguda a menos de 3 dias para a maioria dos pacientes. - Os efeitos adversos dos opioides incluem sedação, confusão,náusea e constipação. - A depressão respiratória é um problema em doses mais altas, mas raramente nas doses usadas para dor lombar aguda. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Tal como acontece com todos os medicamentos, os pacientes mais velhos são mais suscetíveis a efeitos colaterais. Tramadol - É um agonista opioide que também bloqueia a recaptação de serotonina e norepinefrina. - Prescrevemos tramadol de forma semelhante aos opioides, limitando o uso regular a alguns dias e o uso total a 2 semanas. - Tem um risco menor de constipação e dependência do que os opioides convencionais, mas carrega o risco de síndrome serotoninérgica, especialmente, quando combinado com outros agentes serotoninérgicos. Farmacológico de dor lombar crônica Terapia farmacológica de primeira linha - A maioria dos pacientes com dor lombar crônica já tentou terapia com AINEs. - Se os AINEs forem eficazes no controle dos sintomas, continuamos sem adicionar terapia farmacológica adicional; - Se os AINEs forem apenas parcialmente eficazes no controle dos sintomas e for necessário controle adicional da dor, continuamos com os AINEs, mas adicionamos terapia farmacológica de segunda linha; - Não usamos AINEs para terapia crônica se eles forem ineficazes no tratamento de sintomas subagudos de dor lombar. Terapia farmacológica de segunda linha Duloxetina: Iniciada com 30 mg, VO, 1x/dia e, após 1 semana, é aumentada para 60 mg, VO, 1x/dia, se tolerada. ◦ Precisa ser tomada todos os dias, não “conforme a necessidade”, como muitos dos outros medicamentos discutidos aqui. - A duloxetina é preferível ao tramadol em pacientes para os quais há uma preocupação com a possibilidade de abuso ou uso indevido de drogas. - A depressão é comum em pacientes com dor lombar crônica e, como antidepressivo, a duloxetina pode ter uma indicação adicional para uso em um paciente com dor lombar crônica e depressão coexistente. Tramadol: Pode ser tomado como uma dose permanente ou “conforme necessário”. - Deve ser prescrito com cautela em pacientes com histórico de transtorno por uso de substâncias. Antidepressivos tricíclicos: Usados para tratar várias outras síndromes de dor crônica e já haviam sido recomendados para o tratamento da dor lombar, mas seus benefícios pequenos e IANI SOARES LUZ XIII – MED inconsistentes em estudos de dor nas costas podem não superar seus efeitos colaterais conhecidos (mais comumente sonolência, boca seca e tontura). - Amitriptilina (25 a 75 mg, VO, 1x/dia ao deitar), nortriptilina (25 a 75 mg, VO, 1x/dia ao deitar) ou desipramina (50 a 150 mg, VO, 1x/dia ao deitar). Tipos de dor lombar Radiculopatia lombossacral - Condição na qual um processo patológico afeta a função de uma ou mais raízes nervosas lombossacrais. Etiopatogenia A etiologia mais comum da radiculopatia lombossacral é a compressão da raiz nervosa causada por uma hérnia de disco ou espondilose, que é o estreitamento do canal intraespinal (central), do recesso lateral ou do forame neural devido à artrite degenerativa que afeta a coluna. - O recesso lateral é o espaço mais lateral na configuração triangular do canal lombar, imediatamente proximal ao forame intervertebral. - É limitado lateralmente pelo pedículo, posteriormente pela faceta articular superior e ligamento amarelo e anteriormente pelo corpo vertebral, borda da placa terminal ou borda do disco. - Etiologias adicionais incluem causas não esqueléticas de compressão da raiz nervosa e mecanismos não compressivos, como infecção, inflamação, neoplasia e doença vascular. Apresentações clínicas - As mais frequentes são as radiculopatias L5 e S1. - Todas as raízes nervosas lombossacrais saem do canal espinhal nos forames neurais abaixo de suas respectivas vértebras e são mais comumente comprimidas à medida que descem no recesso lateral acima do nível de saída. Radiculopatia L1: A hérnia de disco lombar no nível L1 é rara e, portanto, a radiculopatia L1 é incomum. - Os sintomas na apresentação geralmente envolvem dor, parestesia e perda sensorial na região inguinal. - Raramente, fraqueza menor na flexão do quadril está presente. Radiculopatia L2/L3/L4: Há sobreposição acentuada da inervação L2, L3 e L4 dos músculos anteriores da coxa, dificultando a diferenciação desses níveis de raiz nervosa espinhal com base nos sintomas, exame neurológico ou teste eletrodiagnóstico. - Essas raízes nervosas são mais comumente envolvidas em pacientes idosos com sintomas de estenose espinhal. IANI SOARES LUZ XIII – MED Radiculopatia L5: A radiculopatia L5 é a radiculopatia mais comum que afeta a coluna lombossacral. - Em casos graves, pode haver “cumeeira tibial”, uma condição na qual a convexidade normal do compartimento anterior da perna é perdida devido à atrofia, deixando um contorno nítido proeminente do aspecto medial do osso tibial. Radiculopatia S1: A dor irradia para baixo no aspecto posterior da perna para o pé das costas. - Ao exame, a fraqueza da flexão plantar (músculo gastrocnêmio) é específica. Radiculopatia S2/S3/S4: São menos comuns do que outras radiculopatias lombossacrais, mas podem ser causadas por um grande disco central comprimindo as raízes nervosas intratecalmente em um nível mais alto (por exemplo, L5). - Os pacientes podem apresentar dor sacral ou na nádega que irradia para a face posterior da perna ou para o períneo. - A fraqueza pode ser mínima, com incontinência urinária e fecal, bem como disfunção sexual. - OBS: Dor lombar radicular e não radicular IANI SOARES LUZ XIII – MED Dor lombar radicular: Geralmente, está associada à dor que irradia para uma ou ambas as pernas. - Pode haver disfunção da raiz nervosa associada, resultando em perda sensorial e/ou fraqueza que pode ou não ser manifestamente sintomática. - Se as raízes apropriadas estiverem envolvidas, também pode haver perda ou diminuição dos reflexos. Dor lombar não radicular: Não está associada a outros sintomas ou sinais neurológicos. - Os sintomas geralmente estão localizados na coluna e nas regiões paravertebrais e podem ou não irradiar para a perna. - A dor pode ser causada por lesão de estruturas não neurológicas, como osso, músculo, tendão, ligamento ou fáscia, sem afetar as raízes. - Alguns pacientes têm dor que irradia da parte inferior das costas para as nádegas e parte superior da perna de uma maneira que imita a radiculopatia, embora não seja devido ao impacto da raiz nervosa. Manobra de elevação da perna estendida (EPE) - Teste simples à beira do leito para a doença de raízes nervosas. - Com o paciente em posição supina, a flexão passiva da perna estendida sobre o quadril estira as raízes nervosas de L5 e S1 e o nervo ciático; a dorsiflexão do pé durante a manobra aumenta o estiramento. - Em pessoas saudáveis, a flexão de pelo menos 80° é normalmente possível sem causar dor, embora uma sensação de aperto ou estiramento nos músculos isquiotibiais seja comum. - O teste de EPE será positivo se a manobra reproduzir a dor habitual do paciente nas costas ou no membro. IANI SOARES LUZ XIII – MED CIÁTICA OU CIATALGIA - Dor ao longo do trajeto do nervo ciático, geralmente, resultado do comprometimento da raiz nervosa na coluna, mas também pode ser por compressão ou inflamação do próprio nervo. - Nervo ciático: Formado pelas raízes nervosas dos segmentos L4, L5, S1, S2 e S3 da coluna lombossacra. - Após seu trajeto na pelve, o nervo sai da bacia, passa pela musculatura glútea próximo ao quadril e percorre a parte posterior da coxa, dividindo-se na parte inferior da coxa em nervo tibial e fibular comum. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Quandoalém da dor no trajeto do nervo o paciente apresentar dor lombar, usa-se o termo “lombociatalgia”. - A dor aguda geralmente ocorre após a prática de atividades físicas e é de início súbito com duração inferior a 6 semanas, e dor crônica é quando perdura por mais de 12 semanas. - A ciatalgia se irradia para os membros inferiores e pode estar associada a parestesias, perda sensitiva, fraqueza motora ou diminuição dos reflexos; portanto a distribuição da dor e os sintomas associados podem ajudar na identificação da raiz nervosa acometida.
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