Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 Lombalgias • Principal causa de incapacidade no mundo – ausência do trabalho • Acomete 60-85% das pessoas ao longo da vida – um dos sintomas mais relatados • Prevalência maior em mulheres, aumentando com a idade ate os 60 anos • Patologias discais são prevalentes em indivíduos assintomáticos • Influencia genética na degeneração discal é tao importante quanto idade ou sobrecarga o FR tabagismo, obesidade, sedentarismo, ansiedade e depressão • 85% das lombalgias não têm causa específica – sem forma única de classificar Classificação De Duração: o Aguda até 4 semanas o Subaguda entre 1-3 meses o Crônica – dor por, pelo menos, 3 meses e dor em pelo menos metade dos dias nos últimos 6 meses o Recorrente – novo episódio 30 dias após o anterior ter terminado (87% em 1 ano) Quanto A Semiologia E Etiologia Não irradiadas o Não especifica – 70-90% - pode ser de origem mecânica, distensões musculares e entorses, ou não o Degenerativa – 10% o Espondilolisistese – 3% - deslocamento anterior de uma vertebra ou da coluna vertebral em relação a vertebra inferior o Espondilólise – 1-4% - fratura por estresse ou trauma das facetas articulares Irradiadas com radiculopatia – ciatalgia • Dor irradiada desde a lombar ate abaixo da região do joelho, sendo a dor lombar de menor intensidade que a irradiada (não confundir com dor poplítea por obesidade e pouca flexibilidade) o Hernia discal que necessita cx – 2% o Estenose espinal – 3% o Cauda equina Visceral (referida) ou outras causas especificas o Sistêmica → Fratura por osteoporose – 4%, Malignidade – 0,7% o Infecção (osteomielite, abcesso paraespinhal, tuberculose) – 0,01% o Espondilite anquilosante – 0,3% o Doenças do tecido conjuntivo Referida o Aneurisma aórtico, pancreatite e pielonefrite aguda o Cólica renal, úlcera péptica Fisiopatologia • Disco intervertebral é uma das principais fontes de lombalgia devido sua degeneração • Sobrecarga + genética + envelhecimento = alterações do volume, forme e conteúdo discal • Núcleo pulposo fica menos hidratado, diminuindo células e proteoglicanos, e a nutrição é prejudicada o Desidratação facilita danos por pressão desigual de cargas sobre ele – fissuras, rachaduras, herniação Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 • Local mais comum de ruptura do anulo fibroso (por onde ocorre a hernia) é a inserção com o corpo vertebral • Uma alteração discal altera o alinhamento da coluna e a resistência à carga, influenciando ligamentos, articulações, mm lombar e gerar dor • Quando ocorre contato entre o material do disco herniado com as estruturas nervosas, há dor irradiada Anamnese • Deve tentar eliminar patologias especificas e classificar a lombalgia em um dos 3 grupos • Avaliando se existe doença sistêmica causando a dor, comprometimento neurológico que exija avaliação cirúrgica ou sofrimento social/psicológico que possa amplificar ou prolongar a dor • Abordar cronologia, natureza da dor e desencadeantes, impacto na função, sinais de alerta o Duração, frequência, severidade, constância, irradiação, fraqueza, alteração de sensibilidade, relação com trabalho, tratamentos anteriores Exame Físico • Localizar com mais precisão a dor e possível irradiação – as vezes a dor é no glúteo e não lombar • Inspeção para abaulamentos e sinais de trauma – e sinais de escoliose e cifose • Flexão do dorso para avaliar limitação e funcionalidade • Palpação de apófises e da região dolorida para avaliar extensão da dor • Sinais de Waddell → pctes com sofrimento psicológico com sinais físicos inadequados, como reação exagerada no exame físico, sensibilidade superficial, dor ao elevar a perna que melhora ao distrair SINAIS DE ALERTA VERMELHO • Geralmente indicam que se deve referenciar a outro serviço (urgência ou não) e/ou exame de imagem • Sinais sistêmicos – febre, calafrios, sudorese noturna, perda ponderal o Deficit neurológico focal progressivo ou profundo o Trauma/lesão em alta velocidade o Dor refrataria a medicamentos e injeções e persiste por > 4-6semanas o Idade > 70 anos o Uso prolongado de corticoides o Contusões ou abrasoes na coluna vertebral o Imunodepressão, história de malignidade o Incontinência ou retenção urinaria ❖ Etiologias Graves < 1% • Quando suspeitar de câncer → história pessoal, ausência de melhora em 4-6 semanas, pcte > 50 o Osso é um dos locais mais comuns de metástase – mama, próstata, pulmão, tireoide e rim o Dor súbita e intensa, podendo ter instabilidade da coluna • Síndrome cauda equina – lombalgia severa, fraqueza nas pernas, retenção urinaria ou incontinência fecal, anestesia em sela Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 o Compressão aguda das raízes sacrais que formam a cauda equina, geralmente por hernia de disco intervertebral, câncer ou estenose • Abcesso epidural espinhal – causa rara com sintomas inespecíficos – dor lombal localizada que pode progredir para dor radicular e deficits neurológicos o FR – injeção espinhal recente ou colocação de cateter peridural, uso de drogas injetáveis • Osteomielite vertebral – lombalgia que aumenta gradualmente em semanas a meses, com ou sem febre o Incidência aumenta com a idade, mais comum em homens, geralmente por bacteremia ❖ Etiologias Menos Graves < 10% • Fratura por compressão vertebral – 4% dos casos, podendo ser assintomática ou ter inicio agudo de lombalgia localizada e intensa, com ou sem historia de trauma (idade, corticoides) • Radiculopatia – sintomas ou deficiências relacionadas a uma raiz nervosa espinhal, devido alterações degenerativas nas vertebral, protusão do disco e outras causas o > 90% são radiculopatias L5 e S1 – dor, perda sensorial, fraqueza, alterações reflexas o Muitos melhoram gradualmente com cuidados de suporte o Ciática - dor aguda ou ardente que irradia para baixo da nádega ao longo do curso do nervo ciático (posterior ou lateral da perna, geralmente p pé ou tornozelo) • Estenose espinhal lombar, mais comum em > 60 anos o Causada por espondilose, espondilolistese e espessamento do ligamento flavo o Dor induzida por deambulação localizada na panturrilha e mmii distais que se resolve com a resolução sentada ou inclinada para a frente o Pode haver dor nas costas e perda sensorial e fraqueza nas pernas, ou exame neurológico normal. ❖ Outras Etiologias • Suspeitar de espondilite anquilosante – 4 a 5 respostas + • Inicio sintomas < 40 anos, insidioso, melhora com atv física, dor > 3 meses, rigidez matinal o Doença inflamatória do esqueleto axial com sintomas que começam no inicio da vida adulta, com o marcador principal sendo a sacroileíte – mais comum em homens o Pode haver manifestações como uveíte • Osteoartrite – lombalgia, podendo haver dor no quadril por osteorartrite de quadril ou dor referida o Geralmente pctes > 40 anos, dor exacerbada pela atv física e aliviada no repouso • Escoliose e hipercifose Sinais de alerta amarelo que podem indicar mau prognostico, predizendo recorrência ou cronicidade e uma conduta menos expectante o Pensamento catastrófico, sintomas sem correlação com a lombalgia, elevado comprometimento funcional basal, baixo estado geral de saúde, depressão, ansiedade ou pessimismo ❖ Todos os pctes com dor > 4 semanas ou suspeita de lombalgia específica ou dor referida necessitam de avaliação completa que envolve todos os testes + exames complementares de acordo com a suspeita Feito por Kamila MaragnoPeruch Medicina UNESC – 192 Exame de Imagem • Não se realiza na maior parte das lombalgias, nem se existir exame prévio normal sem mudança na clínica • RX normal não descarta causa específica, e muitas alterações não tem relação com a dor (achados casuais) o 81% de assintomáticos tem abaulamento, ate 56% estreitamento discal • RX coluna lombossacra AP e Perfil > alterações que não condizem com a dor do pcte > TC (melhor p osso) RM melhor partes moles e discos e mais sensível para dx das lombalgias • Teste de imagem imediato com RX e VHS se alto risco de câncer o RM quando risco de infeção, sd cauda equina, deficit neurológico severo • Imagem após teste terapêutico com RX com/sem VHS se risco mediano de câncer (perda ponderal, > 50 o Sinais e sintomas de espondilite anquilosante o Risco de compressão por fratura vertebral (evidencia osteoporose, trauma, corticoides, idade) o RM se sinais e sintomas de radiculopatia ou suspeita de estenose espinhal Exames Laboratoriais • Para idosos, com sintomas constitucionais ou falha terapêutica: o Hemograma completo, VHS, PCR - processo inflamatório ou neoplasia. o Cálcio sérico e fosfatase alcalina (FA) - doença óssea difusa. o Eletroforese de proteínas séricas e urinárias - mieloma múltiplo. o PSA - metástase por câncer de próstata. o Análise qualitativa da urina - doença renal. o Sangue oculto nas fezes - úlceras e tumores gastrintestinais. Hérnia de Disco • Degeneração do disco intervertebral leva formação de fissuras no anel fibroso, deslocando o material discal • Pode provocar lombalgia ou cervicalgia – faz radiculopatia sintomática, com dor que irradia para mmii • Fatores predisponentes – estilo de vida sedentário e ocupação, predisposição genética e fatores psicológicos o Sobrepeso altera eixo de gravidade e aumenta recrutamento da musculatura, causando dor • Vertebras separadas pelos DIV, formados pelo núcleo pulposo (massa fibrogelatinosa) e circundado por um anel fibroso (anulo) – os quais podem inflamar e se romper, levando à herniação o Causa compressão de raízes nervosas, tambem com liberação de fatores inflamatórios locais • Núcleos mais herniados – entre L4-L5 e L5-S1 → comum irradiação para mmii pela inervação o Raiz de S1 é a maior do plexo lombossacral e passa pelo forame mais estreito FASES DA HÉRNIA • 1ª fase – abaulamento discal, sinais de envelhecimento e fissura do anel • 2ª fase – protusão discal com abaulamento, podendo atingir nervos, medula e saco dural • 3ª fase – hernia formada + extrusão discal, estruturas nervosas comprometidas por estreitamento dos canais • 4ª fase – sequestro da porção extrusa – mais rara, com ruptura da parte herniada CLÍNICA Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 • Lombalgia com irradiação em choque para a porção posterolateral do MI (geralmente unilateral) o Lombalgia piora com a flexão do tronco para a frente e ciatalgia piora com a flexão do quadril o Assimetria de membros, perda de lordose lombar, redução de amplitude lombar RADICULOPATIA (fraqueza, ciatalgia) suspeita: o Teste de Lasegue – dor na elevação do membro reto a 30-60º o Lasegue Cruzado – dor no membro não elevado a 30-60º o Manobra de Valsalva – aumento da p. intra-abdominal exacerba dor radicular DISCOPATIA: • Levantar da cadeira em uma perna ou subir banqueta de 18 cm com uma perna → avalia quadríceps, diferencia lesão de L3-L4 (teste +) e L5-S1 • Reflexo de Aquileu diminuído sugere lesão em S1 – só 60% das pessoas assintomáticas e hígidas com > 60 anos tem esse reflexo bilateral • Dermatomos – focar na simetria da dor provocada por objeto pontiagudo nos dermatomos L4 (face medial da perna, L5 (dorso do pé) e S1 (maléolo lateral) • Avaliação motora e sensitiva – fraqueza na dorsiflexão do tornozelo no teste contra a resistência do examinador e do hálux sugere lesão de L5 ❖ HÉRNIAS TORÁCICAS → coluna mais rígida e a protusão discal é mais difícil • Mais comum ser afetada por alterações vertebrais crônicas como doença de Scheuermann e osteocondrite juvenil, traumas posteriores (alterações calcificadas em disco e alt típicas) ❖ HÉRNIAS CERVICAIS → pode acometer a raiz e medula, dependendo do tamanho da lesão • Principalmente entre C5-C6 e C6-C7 – rigidez de nuca, imobilização reativa dos músculos eretores da cabeça e desconforto na borda medial da escápula o Comprometimento da raiz pode fazer parestesias radiculares e dor principalmente aos movimentos de cabeça e pescoço, além da extensão do braço DIAGNÓSTICO • TC pode diagnosticar mas RM preferível (sensível) – eletroneuromiografia pode complementar e identificar a cronicidade e ddx (específico) • DISCOGRAFIA – avalia qual segmento está causando a dor – anestesia + contraste para provocar dor, e pode identificar o tipo de hernia de acordo com o padrão de cor TRATAMENTO • TTO conservador de 3-6 meses com medicações para dor neuropática – pregabalina, gabapentina, duloxetina e amitriptilina para dor crônica + analgésicos (codeína e morfina se persistente) • Perda ponderal se obesidade, cessar tabagismo, tratar condições psicológicas • Atividade física bem instruída e fisioterapia para fortalecer musculatura paraespinhal o Acupuntura, crioterapia TTO CIRÚRGICO Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 • Hemilaminectomia parcial + excisão do disco herniado – alivia e melhora manejo mas não restaura/reverte o Fraqueza motora progressiva por lesão da raiz nervosa o Distúrbio intestinal, vesical ou outro sinal de compressão de medula o Dor recorrente e incapacitante apesar do tto conservador (6-8 sem) o Síndrome da cauda equina Espondilite Anquilosante • Doença inflamatória crônica que acomete articulações do esqueleto axial, marcada pela lesão da art sacroilíaca → com inflamação + fusão vertebral em estados avançados • Predomina em homens < 40 anos – gene HLA-B27+ em 90% (e outros genes) • Inicia com entesite (lesão de inserções ósseas de ligamentos, tendões, aponeuroses e capsulas articulares) o Há reação inflamatória crônica com erosão do osso adjacente + reparação crônica com neoformação óssea que evolui para anquilose (ossificação das enteses) • Articulações do quadril e coluna vertebral (sacroilíaca), sínfise púbica, cancâneo, patela e manúbio-esternal • Na coluna acomete os DIV inicialmente na inserção do anulo fibroso (anterior) > com o tempo há formação de sindesmófitos (pontes entre os corpos vertebrais pela neoformação óssea) o Após anos de doença – coluna em bambu no RX – postura com cifose exagerada e perda de lordose o Envolvimento da coluna de forma ascendente o Pode haver osteoporose difusa, vertebras “quadradas” e redução de espaço interdiscal • Artrite periférica principalmente em MMII e assimétrica, com erosões cartilaginosas centrais • Histopatologia da sinovial mostra predomínio de neutrófilos, macrófagos e hipervascularização CLÍNICA • Lombalgia persistente + rigidez matinal – aliviado pela atividade física, precipitado pelo frio e repouso • Dor iniciada na região interglútea e pode irradiar para ambos os lados • Cronificação → coluna frágil por pouca mobilidade = fratura vertebral facilitada, principalmente C7 EXAME FÍSICO: • Postura do esquiador, hipersensibilidade óssea à palpação de articulações • Teste de patrick ou Faber – posicionar maléolo lateral de um pé encostado na patela contralateral e pressiona-se para baixo o joelho da perna fletida estabilizando a pelve contralateral com a outra mao o Dor pode indicar origem na articulação sacrilíaca • Testede Schober – com o pcte em pé, marca-se um ponto na linha da coluna na altura de L5-S1 (projeção da espinha ilíaca posterior) e outro ponto 10 cm acima o Quando a pessoa se agacha (flexão ventral), a distância aumenta 5 cm, ficando 15 cm no mínimo entre os pontos → teste positivo (aumento < 5 cm) pode indicar limitação funcional ▪ Com a ressalva que idosos e obesos a possuem naturalmente Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 • Teste de Flesche – pcte de costas para parede, solicita-se que ele encoste os calcanhares e nádegas na parede, tentando fazer o mesmo com a cabeça o Quanto maior a distância occipital-parede, mais avançada a doença na coluna. • Teste de volkmann • MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES → uveíte anterior aguda geralmente unilateral, fibrose poblose de lobos pulmonares superiores, insuficiência aórtica, amiloidose, nefropatia por IgA, sd cauda equina, DII DIAGNÓSTICO • RX de início não mostra alterações > borramento das articulações, com esclerose e erosões subcondrais o Progressão > pseudoalargamento do espaço articular > fibrose e obliteração o Incidência de Ferguson no RX da pelve (inclinação cefálica de 30º) o Sidesmófitos bilaterais e uniformes • RM – edema de medula óssea justarticular TRATAMENTO • Manter postura ereta, dormir em decúbito dorsal em colchão firme e praticar exercícios físicos regulares de baixo impacto, como natação – exericicios respiratórios para conservar expansibilidae torácica • AINEs para controle da dor e rigidez, podendo retardar a progressão radiográfica (pode associar analg) • Corticoides intra-articulares para artrite periférica e sacroileíte refratária • Sulfalazina 2-3g/dia discreto benefício – indometacina • Biológicos neutralizadores TNF alfa → indicados p pacientes com doença ativa sem melhora ao uso de pelo menos 2 AINES Estenose de Canal Medular • Estreitamento do diâmetro do canal vertebral podendo comprimir a medula ou raízes nervosas – local, segmentar ou generalizado, por estruturas osseas ou partes moles • Congênita → acondroplasia (anão); espondiliolistese congênita; escoliose; cifose. • Adquirida → degenerativa (osteoartrose, escoliose, cifose, espondilolistese degenerativa), inflamatória (artropatias inflamatórias), síndrome da hipertrose esquelética idiopática, metabólica (doença de Paget) • A principal causa é adquirida por degeneração, pelo desgaste de estruturas de sustentação e movimentação o Forma do canal lombar em trevo é mais vulnerável a degeneração (melhor triangular e ovoide) o Alterações de protusão discal, hipertrofia do ligamento amarelo, osteófitos o Espondilolistese faz efeito fuilhotina no canal vertebral CLÍNICA insidiosa exacerbada por trauma ou atv física, principalmente pctes > 50 anos • Lombalgia crônica – rigidez matinal pode estar presente o Claudicação neurogênica intermitente → principal – dor imprecisa irradiada p perna + adormecimento e fraqueza, exacerbada pela marcha e posição em pé, aliviada pela flexão da lombar. o Dor radicular (ciatalgia) Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 o Dor atípica de MI o Síndrome da cauda equina crônica • Pode haver estenose cervical + lombar → tríade claudicação neurogênica, distúrbios da marcha e quadro misto de mielopatia e radiculopatia em extremidades superiores e inferiores o Geralmente Sinal de Lasègue negativo e reflexo patelar acometido. • RX mostra alterações degenerativas, difícil avaliar diâmetro do canal • Mielografia é o método dx mais utilizado – mostra bloqueio que pode ser completo, sinal da ampulheta o Complementar com TC axial – detecta canal em trevo, hipertrofia de articulações, compressão neural e fragmentos de fratura dentro do canal TTO conservador é 1ª escolha na ausência de alterações neurológicas • Repouso de 1 semana na fase aguda, seguido de atv física conforme possibilidade o AINES fase aguda + analgésicos o Corticoide epidural na radiculopatia grave o Coletes ortopeditcos uteis na fase aguda, indicado em obesos e se alt degenerativas • Cirurgia → laminectomia parcial ou toal quando dor radicular intolerável nas AVD, redução da marcha e alterações esfincterianas (não melhora lombalgia, apenas a compressão) Síndrome da Cauda Equina • Perda parcial ou total da função urinaria, intestinal e sexual por compressão da cauda equina na lombar o Compressão lombossacral – anestesia perineal e paralisia de assoalho pervico o Compressão em níveis altos – paralisia dos MMII • A cauda equina é formada pelas raízes nervosas ao termino da medula espinal (L1-L2) e liga o SNC e SNP • Localizada no LCE, não circundada por meninges → mudanças de pressão venosas e arteriais reduzem sua nutrição e impulsos neurogênicos • Principalmente causad por hernia discal extrusa em canal estenótico outras estenoses de canal lombar • Aguda → paralisia por horas/dias geralmente por hernia discal, tumores, infecções e fraturas o Anestesia em sela, constipação, ciatalgia continua, anestesia plantar, de n. sacrais, pernas e pés • Crônica → geralmente por estenose de canal, com sintomas graduais de incontinência urinaria, claudicação, lombociatalgia crônica EXAME FÍSICO → ausência de reflexo anal e bulbocavernoso, com graus de hiporreflexia e paresia de mmii • Sinal de lasegue bilateral geralmente positivo • Casos crônicos o exame em repouso é normal, sinais ao caminhar ou manobras de extensão • Mielografia com contraste hidrossolúvel → fazer exame neurológico completo e avaliação urológica – estudo urodinamico e testes de função renal TRATAMENTO com descompressão • Laminectomia unilateral se hernia de disco (bilateral se estenose) • Geralmente pcte não se recupera totalmente Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 Conduta Geral nas Lombalgias: • Com base na estratificação de risco físico e psicossocial, as intervenções devem ser simples, para evitar o sobretratamento em pctes com lombalgia sem disfunção motora (fraqueza) – principalmente qd crônico • Principais fatores de risco de cronicidade → psicossociais, dor recorrente e dor irradiada até abaixo do joelho. o Pctes com maior risco de pior prognóstico devem ter intervenção como TCC e fisioterapia. • Explicar o tempo esperado para alívio da dor (em geral até 4 semanas). • Se a dor persiste > 3 meses e principalmente > 1 ano, várias alternativas farmacológicas e não farmacológicas devem ser testadas, estando sempre alerta para os riscos • Tratamentos não farmacológicos que envolvem desde mudança de hábitos de vida até calor local e massagem devem ser sempre abordados e oferecidos conforme disponibilidade e aceitação da pessoa. • É importante o suporte de equipes multiprofissionais com o enfoque na reabilitação da pessoa. DOR LOMBAR AGUDA SEM RADICULOPATIA • Manter-se ativo, calor local, massagem, acupuntura, manipulação da coluna vertebral • A maioria dos pacientes melhora independentemente • Encaminhar para fisio pctes com FR para cronicidade o AINE por 2-4 semanas – ibuprofeno 400-600mg 4x/dia ou naproxeno 250-500mg 2x/dia o Relaxante muscular (ciclobenzaprina) quando dor refrataria – ou AINE + paracetamol o Opiáceos por 3-7 dias apenas na ausência de alivio ou contraindicações o Agentes tópicos (baixa evidência) de que capsicum tópico pode proporcionar alívio imediato o Reavaliação do pcte após 4 semanas DOR LOMBAR CRÔNICA SEM RADICULOPATIA – fisioterapia, exercício de controle motor • Aconselhar autocuidado e incentivar a fazer exercícios regulares (supervisionado ou independente) – importância de mantera atividade conforme tolerado – alivia a dor e melhora a função • Pctes com sintomas persistentes e incapacitantes e comprometimento funcional significativo - intervenções psicológicas e/ou mente-corpo, em vez de apenas exercício → tai chi, yoga, TCC o AINE > AINE + relaxante na dor subaguda o Dor crônica AINE > duloxetina 30 mg VO 1x/dia/1sem – 60 mg e/ou tramadol 25-50mg 8/8h o Tricíclicos tem eficácia limitada – amitriptilina 25-75mg, nortriptilina o Miorrelaxantes adjuvante a duloxetina se sintomas persistentes e incapacidates ▪ Opioides → restringir a pctes não vulneráveis a dependência, usar a dose mais baixa • Dor lombar com radiculopatia – exercício, manipulação espinal e aconselhamento, AINE Resumo feito com base no UpToDate e Tratado de Medicina da Família e Comunidade
Compartilhar