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IANI SOARES LUZ XIII – MED APG 33 – SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR Ombro Ossos - Clavícula: Une o membro superior ao tronco e possui um formato como um “S”. • Extremidade esternal: Local onde a clavícula se articula com o manúbrio do esterno na articulação esternoclavicular (EC). É alargada e triangular. Articula-se também, em menor extensão, com a primeira cartilagem costal; • Corpo da clavícula: Faz uma curva dupla no plano horizontal. Os 2/3 mediais são convexos anteriormente, enquanto o 1/3 lateral é achatado e côncavo; • Extremidade acromial: É plana no local de articulação com o acrômio da escápula na articulação acromioclavicular (AC). • Funções da clavícula são: ◦ Atuar como suporte rígido e móvel para a escápula e os ossos livres do membro; ◦ Formar um dos limites do canal cervicoaxilar (entre pescoço e braço), a fim de proteger o feixe neurovascular que supre o membro superior; ◦ Transmitir choques do membro para o esqueleto axial. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Escápula: Osso de formato triangular, fino e translúcido em algumas regiões que se situa na face posterolateral do tórax. • Face posterior ◦ Espinha da escápula: Divide a face posterior em 2 partes. É contínua com o acrômio; ◦ Fossa supraespinal: Região acima da espinha, na face posterior. Menor das 2 partes. Serve como local de fixação do músculo supraespinal; ◦ Fossa infraespinal: Região abaixo da espinha, na face posterior. Maior das 2 partes. Serve como local de fixação do músculo infraespinal; ◦ Acrômio: Parte mais alta do ombro. Continuação da espinha da escápula. Articula-se com a extremidade acromial da clavícula. • Face costal: Fossa subescapular: Corresponde a toda a parte costal; região côncava que fica encostada nas costelas. Serve como local de origem do músculo subescapular; ◦ Processo coracóide: Local onde nasce o músculo coracobraquial. É semelhante a um bico e se situa acima da cavidade glenoidal, projetando-se em direção anterolateral. • Face lateral: ◦ Cavidade glenoidal: Fossa oval, côncava e rasa que se articula com a cabeça do úmero na articulação do ombro. • A escápula serve como base a partir da qual se movimenta o membro superior. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Úmero: É o maior osso do membro superior e se articula com a escápula na articulação do ombro e com o rádio e a ulna na articulação do cotovelo. Epífise proximal: ◦ Cabeça: Esférica e se articula com a cavidade glenoidal da escápula; ◦ Colo anatômico: É curto e formado por um sulco estreito que circunscreve a cabeça e a separa dos 2 tubérculos principais do úmero. É o local de fixação da cápsula articular do ombro; ◦ Colo cirúrgico: É a parte estreita distal à cabeça e aos tubérculos. É a parte mais fraca da epífise proximal, por isso é local comum de fratura; ◦ Tubérculos: Servem como pontos de fixação para os 3 músculos do manguito rotador. ▪ Tubérculo maior: Mais lateral; sua face superior é o local de inserção do músculo supraespinal, a face intermédia, do músculo infraespinal; e a face inferior, do músculo redondo menor; ▪ Tubérculo menor: É anterior e serve de local de inserção do músculo subescapular (músculo rotador interno). Diáfise: ◦ Tuberosidade para o músculo deltoide: Serve como ponto de inserção para o músculo deltoide; ◦ Sulco do nervo radial: Local onde passa o nervo radial e a artéria braquial profunda. Epífise distal: ◦ Epicôndilo medial: Bastante proeminente. Está na mesma direção da cabeça do úmero. E o ponto de origem dos músculos flexores do antebraço; ◦ Epicôndilo lateral: Está na mesma direção do tubérculo maior. É o ponto de origem dos músculos extensores do antebraço; ◦ Côndilo do úmero: Localizado na extremidade distal. ▪ Capítulo lateral: Ponto de articulação com o rádio; ▪ Tróclea medial: Possui forma de polia e é o ponto de articulação com a ulna; ▪ Fossa coronóidea: Localizada na parte anterior, recebe o processo coronoide da ulna durante a flexão completa do cotovelo; • Fossa do olecrano: Localizada na parte posterior, recebe o olécrano da ulna durante a extensão total do cotovelo; • Fossa radial: Localizada acima do capítulo, é mais rasa e recebe a margem da cabeça do rádio durante a flexão total do antebraço. IANI SOARES LUZ XIII – MED Epífise proximal e diáfise Epífise distal IANI SOARES LUZ XIII – MED Articulações e ligamentos - Articulação esternoclavicular: Entre o esterno e a clavícula. • Regiões envolvidas: Epífise esternal da clavícula e incisura clavicular do manúbrio do esterno. • Tipo: Sinovial em forma de sela. ◦ Cavidade articular: É completamente separada, em 2 compartimentos, por um disco articular. • Movimentos: Movimentos da clavícula nos planos anteroposterior (transversal) e craniocaudal (vertical) e alguma rotação. • Ligamentos: É envolvida por uma cápsula articular e reforçada por 4 ligamentos: ◦ Ligamentos esternoclaviculares: São 2, um anterior e um posterior à articulação; ◦ Ligamento interclavicular: Conecta as 2 clavículas e a face superior do manúbrio do esterno; ◦ Ligamento costoclavicular: Lateral à articulação e liga a clavícula à primeira costela. - Articulação acromioclavicular: Entre a escápula e a clavícula. • Regiões envolvidas: Face lateral do acrômio da escápula e extremidade acromial da clavícula; • Tipo: Sinovial; • Movimentos: Movimentos planos anteroposterior (transversal) e craniocaudal (vertical) e alguma rotação; IANI SOARES LUZ XIII – MED • Ligamentos: São 2 ligamentos envolvidos: ◦ Ligamentos acromioclavicular: Ligamento pequeno entre as regiões adjacentes da clavícula e do acrômio; ◦ Ligamento coracoclavicular: Ligamento maior que NÃO está envolvido diretamente com a articulação, porém é importante pois fornece suporte para a carga do membro superior sobre a clavícula e mantém a posição da clavícula no acrômio. Se divide em 2 partes: ▪ Ligamento trapezoide: Se insere na linha trapezoide da clavícula; ▪ Ligamento conoide: Se insere no tubérculo conoide. - Articulação do ombro (glenoumeral ou escapuloumeral): Entre o úmero e a escápula. A estabilidade dessa articulação é conseguida através dos músculos do manguito rotador, à cabeça longa do músculo bíceps braquial, aos processos ósseos relacionados e aos ligamentos extracapsulares. Isso é necessário pois não há estabilidade esquelética promovida pelos ossos. • Regiões envolvidas: Cabeça do úmero e cavidade glenoidal da escápula; • Tipo: Sinovial esferoide; ◦ Cavidade glenoidal: Como é rasa, ela é aprofundada e expandida perifericamente por um anel fibrocartilagíneo (lábio glenoidal), que se insere na margem da fossa. • Movimentos: Multiaxial (triaxial), ou seja, permite uma variedade de movimentos que é conseguida às custas da estabilidade esquelética. Os movimentos são: flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral e circundução; IANI SOARES LUZ XIII – MED • Ligamentos: É envolvida por uma cápsula articular delimitada por uma membrana sinovial, e reforçada pelos ligamentos intrínsecos (parte da membrana fibrosa): ◦ Ligamentos glenoumerais: 3 faixas fibrosas que passam da margem superomedial da cavidade glenoidal para o tubérculo menor e inferiormente ao colo anatômico relacionado. Eles reforçam a parte anterior da cápsula articular; ◦ Ligamento coracoumeral: Faixa larga e forte que vai da base do processo coracóide até a face anterior do tubérculo maior do úmero; ◦ Ligamento transverso do úmero: Faixa larga entre os tubérculos maior e menor do úmero e converte o sulco intertubercular em um canal que mantém o tendão do bíceps braquial no lugar durante os movimentos do braço. • Os ligamentos NÃO são suficientes para promover a estabilidadenecessária, po r isso os músculos do manguito rotador também estão envolvidos nessa articulação. IANI SOARES LUZ XIII – MED Músculos e nervos - O movimento do ombro é realizado por 6 músculos intrínsecos (escapuloumerais) e 4 músculos extrínsecos (toracoapendiculares posteriores). Músculos intrínsecos - São curtos, vão da escápula ao úmero e atuamsobre a articulação do ombro.´ - Deltoide: Músculo forte e espesso que cobre o ombro e forma seu contorno arredondado. Tem formato de delta invertido, por isso o nome. Possui 3 porções: anterior, posterior e média. • Origem: 1/3 lateral da borda anterior da clavícula, acrômio e espinha da escápula; • Inserção: Tuberosidade deltoidea do úmero; • Inervação: Nervo axilar (C5-C6). ◦ Atravessa o ombro no espaço quadrangular. - Redondo maior: Músculo espesso e arredondado e segue lateralmente a partir do terço inferolateral da escápula. • Origem: 1/3 inferior da borda lateral da escápula e ângulo inferior da escápula; • Inserção: Crista do tubérculo menor do úmero. Não é no tubérculo; • Inervação: Nervo subescapular inferior (C4, C5, C6). - Supraespinal: Músculo do manguito rotador. Ocupa a fossa supraespinal da escápula. • Origem: Fossa supraespinal; • Inserção: Tubérculo maior do úmero (face superior); • Inervação: Nervo supraescapular (C5, C6); • Ação: Inicia e auxilia o músculo deltoide nos primeiros 15° de abdução do braço. - Infraespinal: Músculo do manguito rotador. Ocupa ¾ mediais da fossa infraespinal da escápula. • Origem: Fossa infraespinal; • Inserção: Tubérculo maior do úmero (face média); • Inervação: Nervo supraescapular (C5, C6); • Ação: Ajudar a estabilizar a articulação do ombro e é um poderoso rotador lateral do úmero. - Redondo menor: Músculo do manguito rotador. É estreito, alongado e oculto pelo deltoide. • Origem: Margem lateral da escápula; • Inserção: Tubérculo maior do úmero (face inferior); • Inervação: Nervo axilar (C5, C6); • Ação: Atua com o músculo infraespinal para efetuar a rotação lateral do braço e ajudar em sua adução. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Subescapular: Músculo do manguito rotador. Ocupa a fossa subescapular. • Origem: Fossa subescapular; • Inserção: Tubérculo menor do úmero. É o único do manguito que se insere nesse ponto; • Inervação: Nervos subescapulares superior e inferior (C5, C6, C7); • Ação: É o principal rotador medial do braço e também o aduz. - Os tendões dos músculos do manguito rotador auxiliam na articulação do ombro. • Os tendões desses músculos fundem-se e reforçam a lâmina fibrosa da cápsula articular da articulação do ombro, assim formando o manguito rotador que protege e estabiliza a articulação. • A contração tônica dos músculos colaboradores mantém a cabeça do úmero, que é relativamente grande, na pequena e rasa cavidade glenoidal da escápula durante os movimentos do braço. IANI SOARES LUZ XIII – MED Manguito rotador Músculos extrínsecos - Superficiais: • Trapézio: Grande músculo triangular cobre a face posterior do pescoço e a metade superior do tronco. Local de fixação direta do cíngulo do membro superior ao tronco. É um poderoso levantador do ombro. ◦ Origem: Terço medial da linha da nuca superior; protuberância occipital externa; ligamento nucal; processos espinhosos das vértebras C VII a T XII; ◦ Inserção: Terço lateral da clavícula; acrômio e espinha da escápula; ◦ Inervação: Nervo acessório fornece as fibras motoras e nervos espinais C3, C4 (fibras de dor e proprioceptivas). • Latíssimo do dorso: Cobre grande área do dorso. Junto com o músculo peitoral maior, é um poderoso adutor do úmero e tem um papel importante na rotação da escápula para baixo em associação com esse movimento. ◦ Origem: Processos espinhosos das 6 vértebras torácicas inferiores, fáscia toracolombar, crista ilíaca e 3 ou 4 costelas inferiores; ◦ Inserção: Assoalho do sulco intertubercular do úmero; ◦ Inervação: Nervo toracodorsal (C6, C7 e C8). - Profundos: • Levantador da escápula: Eleva a escápula. ◦ Origem: Processos transversos das vértebras de CI a CIV; ◦ Inserção: Margem medial da escápula superiormente à raiz da espinha da escápula; ◦ Inervação: Nervo dorsal da escápula e nervos espinais CIII e CIV. • Romboides: São 2, um menor e um maior, que retraem e giram a escápula, deprimindo sua cavidade glenoidal. ◦ Origem: O menor se origina no ligamento nucal, processos espinhosos das vértebras C VII e TI e o maior nos processos espinhosos das vértebras T II a T V; ◦ Inserção: O menor se insere na área triangular uniforme na extremidade medial da espinha da escápula e o maior na margem medial da escápula; ◦ Inervação: Nervo dorsal da escápula. IANI SOARES LUZ XIII – MED Artérias e veias - A principal artéria no ombro é a artéria axilar. • Esta artéria se inicia na borda lateral da primeira costela, como uma continuação da artéria subclávia, e termina na borda inferior do músculos redondo maior. • Ela cursa posteriormente ao peitoral menor, até o braço, e se torna artéria braquial quando passa a borda inferior do músculo redondo maior. • A artéria axilar dá origem a todos os ramos arteriais que vascularizam o ombro e o braço. - A drenagem venosa do braço é uma continuaçãodo sistema venoso do antebraço. Especificamente as principais veias desta área, as veias braquiais profundas (veias profundas que acompanham a artéria braquial), e as veias basílica e cefálica. • Todas estas veias drenam para as veias subclávias, em última análise. IANI SOARES LUZ XIII – MED IANI SOARES LUZ XIII – MED Síndrome do manguito rotador - Espectro de afecções que envolvem a articulaçãodo ombro, como tendinites, bursites, rupturas de tendão e síndrome do impacto. Epidemiologia - A prevalência de doença do manguito rotador, sintomática ou assintomática, que é identificada por cirurgia ou imagem aumenta com a idade de 9,7% abaixo dos 20 anos para 62% acima dos 80 anos. - Os distúrbios do manguito rotador são uma fonte significativa de morbidade entre trabalhadores braçais e aqueles cujo trabalho envolve muitos movimentos repetitivos. - Também na população geral, a doença do manguito rotador é a causa mais comum de dor no ombro. - Qualquer um dos tendões do manguito rotador pode estar envolvido, mas o tendão supraespinal é mais frequentemente lesado. - A doença do manguito rotador é frequentemente descrita no atletismo aéreo. • Esportes associados à lesão do tendão do manguito rotador incluem beisebol, tênis, natação, golfe e ginástica masculina. Etiologia - Fatores de risco: • Atividade repetitiva acima da cabeça, seja no esporte ou no trabalho, é um importante fator de risco para tendinopatia do manguito rotador; • Variantes anatômicas que predispõem ao impacto do manguito rotador, instabilidade escapular ou discinesia e idade avançada; • Predisposição genética ou familiar para doença do manguito rotador; • Dentro das atividades aéreas específicas do esporte, vários fatores biomecânicos têm sido associados à doença do manguito rotador, incluindo déficits de rotação interna, instabilidade glenoumeral, discinesia escapular, posicionamento inadequado da escápula, postura defeituosa, torso instável (ou seja, musculatura central fraca) e manguito rotador deficiente resistência muscular; ◦ Atletas que realizam atividades aéreas, como natação, tênis, arremesso, golfe, levantamento de peso, vôlei e ginástica, estão em risco. IANI SOARES LUZ XIII – MED • Fraqueza dos músculos do manguito rotador ou músculos de suporte secundários (por exemplo, estabilizadores escapulares), ou fadiga desses músculosdurante o esporte, é comum e pode levar a má mecânica e disfunção do ombro; ◦ A instabilidade ou hipermobilidade da articulação glenoumeral não relacionada à fraqueza muscular também predispõe à lesão do manguito rotador. • O alinhamento postural incorreto e a mecânica escapular são importantes contribuintes para a doença do manguito rotador; ◦ Uma medida objetiva do alinhamento postural no que se refere a essa doença é o ângulo crítico do ombro (CSA). A AST é o ângulo entre o plano da fossa glenoumeral e a borda ínfero-lateral do acrômio. Um ângulo maior está associado ao aumento das cargas colocadas no manguito rotador. • Doença degenerativa coexistente da coluna cervical; • Doenças crônicas, incluindo obesidade, diabetes e hiperlipidemia. Fisiopatologia - Mecanismo intrínseco (enfatiza fatores vasculares): - Enfatiza a lesão dentro do tendão por sobrecarga do tendão, degeneração ou outro insulto. Um sistema microvascular comprometido agrava o problema criando uma “zona crítica” de avascularidade no local da lesão. • A sobrecarga de tração durante a contração excêntrica (ou seja, o músculo se contrai durante o alongamento) com atividade aérea está implicada nesse mecanismo. ◦ Isto é particularmente verdadeiro para o atleta de sobrecarga. ◦ Ex: Quando o braço arremessador de um arremessador desacelera após o lançamento da bola, os músculos do manguito rotador posterior se contraem para desacelerar o braço. Essa contração excêntrica coloca uma grande carga de tração no manguito rotador posterior. • A idade e a comorbidade podem desempenhar um papel nesse mecanismo. ◦ Os tendões envelhecidos desenvolvem microrasgos, calcificação e proliferação fibrovascular. ◦ Comorbidades (por exemplo, diabetes mellitus, artrite reumatoide, síndromes de Marfan ou Ehlers-Danlos) podem contribuir para a patologia do tendão. IANI SOARES LUZ XIII – MED - Mecanismo extrínseco (enfatiza fatores biomecânicos): Este mecanismo enfatiza o papel das forças compressivas exercidas pelas estruturas circundantes na lesão do manguito rotador. Várias estruturas podem impactar o manguito rotador, incluindo o acrômio, os ligamentos coracoacromiais, o processo coracóide e a articulação acromioclavicular com alterações osteoartríticas em sua superfície inferior. - A instabilidade glenoumeral também pode levar a forças compressivas secundárias. - “Modelo contínuo de patologia do tendão”: • Envolve 3 estágios: tendinopatia reativa (uma resposta proliferativa devido à sobrecarga de tração), desreparo do tendão (resposta celular desorganizada) e tendinopatia degenerativa (alteração patológica irreversível). • Outro modelo propõe 3 insultos primários à célula do tendão que podem contribuir para a patologia: superestimulação de tenócitos; disrupção do colágeno; e inflamação. • Independentemente de qual insulto esteja envolvido, principalmente, ocorre uma resposta celular significativa. Manifestações clínicas - Dor no ombro com atividade acima da cabeça. • Atividades diárias dolorosas podem incluir vestir uma camisa ou escovar o cabelo; • Os pacientes podem localizar a dor no deltoide lateral e muitas vezes descrevem dor à noite, especialmente, quando deitados sobre o ombro afetado; • Atletas de sobrecarga, muitas vezes, queixam-se de dor durante a prática de seu esporte (por exemplo, arremesso, natação estilo livre), fraqueza ou declínio no desempenho. ◦ O desempenho reduzido geralmente se manifesta como diminuição da velocidade, precisão (por exemplo, ao arremessar ou servir) ou resistência. Achados de exame físico • Inspeção: ◦ Atrofia muscular: Com tendinopatia do manguito rotador de longa data, a atrofia dos músculos supraespinal e infraespinal pode estar presente. Uma aparência afundada é apreciável na fossa escapular correspondente; ◦ Aparência e movimento da escápula: A escápula do ombro afetado pode apresentar aparência e movimento anormais em comparação com o lado não afetado. ▪ O desvio da posição de repouso da escápula ou o movimento escapular anormal é referido como discinesia escapular e muitas vezes pode ser apreciado pela observação e comparação com o ombro contralateral, supondo-se que seja saudável. IANI SOARES LUZ XIII – MED • Exame do pescoço: A dor no ombro pode ser referida do pescoço. ◦ Alguns achados do pescoço associados a patologia grave: • Palpação • A tendinopatia do manguito rotador geralmente cria sensibilidade sobre a musculatura afetada (supraespinhoso, infraespinal) ou sensibilidade subacromial focal na borda lateral ou póstero-lateral do acrômio. ◦ No entanto, a localização do manguito rotador profundamente ao deltoide torna a palpação difícil e pouco confiável, principalmente, em atletas bem musculosos. ◦ Pode haver sensibilidade na inserção do tendão supraespinal, mas a sensibilidade e a especificidade dessa manobra são desconhecidas. • Amplitude de movimento: Dor com mais de 90° de abdução do ombro ou com rotação interna sugere tendinopatia do manguito rotador. ◦ Com a patologia do manguito rotador, a amplitude de movimento passiva geralmente é maior que a amplitude de movimento ativa. IANI SOARES LUZ XIII – MED Testes ortopédicos Os testes ortopédicos são utilizados para identificar e avaliar a presença das mais diversas síndromes e disfunções. E por isso, trouxemos essa matéria simples prática e rápida para ajudá- los a ARRASAR naquela prova dos sonhos! Teste de Hawkins-Kennedy Posição do paciente: Em pé de costas para o avaliador Descrição do teste: O terapeuta deverá apoiar a sua mão no ombro do paciente e com a outra mão conduzir o cotovelo em flexão de 90º de rotação externa para interna. Esse teste avalia se há atrito ou impacto do tendão supra-espinhoso sob a abóboda acromial, podendo reproduzir a sintomatologia dolorosa. Sinais e sintomas: Se positivo, o paciente referirá dor ao movimento que abrange o ombro e a face ântero-lateral do braço. Avalia o impacto do ombro. Teste do impacto de Yokum Posição do paciente: De pé com o braço acometido em flexão e adução, cotovelo a 90º e mão apoiada no ombro oposto. Descrição do teste: O terapeuta, em frente ao paciente, instrui para que o mesmo realize uma flexão do braço até o cotovelo tocar a testa. O terapeuta poderá auxiliar o paciente a elevar ainda mais o cotovelo, isso irá exacerbar os sintomas de uma tendinite do supra-espinhoso ou alguma lesão na articulação acromioclavicular. IANI SOARES LUZ XIII – MED Sinais e sintomas: Tanto para o quadro de tendinite do supra-espinhoso (devido ao impacto subacromial) como no caso de uma artrite acromioclavicular o paciente manifestará dor no ápice do ombro. Teste de Jobe (Lata Vazia) Posição do paciente: De pé, de frente para o examinador. Descrição do teste: O terapeuta instrui o paciente para realizar uma flexão e abdução de 30º de membros superiores e uma rotação interna, apontando os polegares para o chão (lata vazia). O terapeuta impõe uma resistência com ambas às mãos na altura do cotovelo do paciente e pede que o mesmo realize uma flexão contra a resistência. Sinais e sintomas: No momento do teste o paciente poderá referir dor na face ântero-lateral do ombro, caso apresente alguma inflamação ou até mesmo ruptura do tendão do músculo supra- espinhoso (devido ao impacto subacromial), ou poderá referir fraqueza se o músculo estiver comprometido. Importante lembrar: Fraqueza do músculo supra-espinhoso pode ser resultado de comprometimento nervoso. A dor relatada pode ser indicativo de tendinite e/ou impacto. IANI SOARES LUZ XIII – MED Teste do infra-espinhal de Patte ou Teste de Patte Posição do paciente: De pé e de costas para o examinador. Descrição do teste: O paciente é instruídoa realizar uma abdução de braço a 90º, flexão do cotovelo à 90º e, rotação externa do braço contra a resistência do terapeuta imposta na altura do punho do paciente. Esse teste será mais direcionado para o tendão do músculo infra- espinhoso. Sugere-se que o movimento inicie com o braço ainda em rotação interna e após realize o movimento de rotação externa contra resistência gradual do terapeuta. Sinais e sintomas: Se o teste for positivo, (lesão no tendão do músculo infra-espinhoso) o paciente sentirá uma dor na altura do ombro, que poderá descer pela face ântero-lateral do braço, ou ainda uma impotência funcional do membro superior em casos de ruptura do manguito rotador. Teste de Gerber ou Lift Off Test Posição do paciente: De pé de costas para o examinador. Descrição do teste: O terapeuta instrui ao paciente que realize uma adução e rotação interna do membro superior a ser avaliado e pede ao paciente que coloque o dorso da mão na altura da região lombar. Após o terapeuta pede para que o paciente afaste o dorso da mão da lombar. Caso o paciente não consiga levar o braço até a posição ou não consiga afastá-lo da região lombar indica inflamação ou até mesmo ruptura do tendão do músculo subescapular. Sinais e sintomas: O paciente apresentará dificuldade para rodar internamente o braço e não conseguirá afastar o dorso da mão da região lombar caso esteja com inflamação ou ruptura do músculo subescapular. IANI SOARES LUZ XIII – MED Teste de injeção de lidocaína Uma injeção subacromial de lidocaína pode ser usada para aliviar a dor e distinguir entre tendinopatia do manguito rotador e ruptura. ◦ Pacientes com tendinopatia exibem força normal quando a dor é aliviada; aqueles com uma grande lágrima manifestam fraqueza persistente. Teste de rotação externa Avalia a força de rotação externa (infraespinhoso) do ombro. Com os braços do paciente ao lado do corpo e os cotovelos em 90° de flexão, faz-se a rotação externa contra a resistência do examinador. • Sinal de Hornblower: Testa a rotação externa contra resistência com o ombro abduzido a 90° e o cotovelo fletido a 90°. IANI SOARES LUZ XIII – MED Teste de Neer Avalia o impacto do ombro. Consiste na flexão passiva da articulação glenoumeral, evitando simultaneamente o encolher de ombros Outros testes ao ombro • Teste de Rent • Teste de Neers • Teste de Kim • Teste de Jerk • Sinal de Hornblower • Teste do músculo infraespinhoso • Teste de Codman • Sinal de arco doloroso do ombro • Teste de Hawkins/Kennedy • Teste "empty can" • Teste em carga do bicípite • Teste de Crank • Teste de Jobe • Teste de apreensão do ombro • Teste de O'Brien • Teste de Speed • Teste de Yegarson http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-rent.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-neers.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-kim.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-jerk.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/sinal-de-hornblower.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-do-musculo-infraespinhoso.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-codman.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/sinal-do-arco-doloroso-do-ombro.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-hawkinskennedy.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-empty-can.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-em-carga-do-bicipite.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-crank.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-jobe-para-instabilidade-do.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-apreensao-do-ombro.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-obrien-para-o-ombro.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-speed-do-ombro.html http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2013/03/teste-de-yergason.html IANI SOARES LUZ XIII – MED Diagnóstico - Geralmente, é feito clinicamente com base em uma história de dor no ombro gradual e atraumática em repouso que é agravada por atividades acima da cabeça, como arremesso. - Radiografias simples: Não revelam sinais de tendinopatia do manguito rotador e geralmente não são indicadas em pacientes com suspeita de tais lesões. Filmes simples podem ser úteis para identificar condições coexistentes ou fatores predisponentes e podem ser úteis nas seguintes situações clínicas: • Avaliação quando não há resposta à terapia conservadora e há suspeita de outra patologia; • Tendinopatia recorrente do manguito rotador; • Avaliação anatômica antes da injeção na articulação subacromial ou glenoumeral. - Ultrassonografia musculoesquelética: Considerada padrão-ouro para a avaliação inicial de distúrbios do tendão, incluindo doença do manguito rotador. Permite ao clínico treinado avaliar os tendões enquanto eles estão em movimento e compará-los com o ombro contralateral à beira do leito. • Achados patológicos utilizados no diagnóstico de ultrassom para patologia do manguito rotador: - Hipoecogenicidade ou espessamento do tendão com ou sem focos hipo ou - hiperecogênicos internos; - Retração do tendão; - Calcificações; - Rupturas fibrilares; - Infiltração de gordura; - Impacto durante o exame dinâmico. - Ressonância magnética: Usada para descartar ruptura do manguito rotador quando a terapia conservadora falha, para avaliar a suspeita de ruptura por motivos clínicos e para auxiliar no diagnóstico quando a patologia do ombro não é clara. Lesões no labrum, articulação glenoumeral e outras estruturas adjacentes podem ser identificadas pela ressonância magnética. Tratamento - Cuidados iniciais básicos: • Crioterapia (gelo): Acredita-se que a crioterapia diminua o inchaço agudo e a inflamação do manguito rotador e bursas adjacentes e forneça alguma analgesia. Também pode melhorar a força isométrica na fase aguda da lesão; IANI SOARES LUZ XIII – MED • Repouso relativo (modificação da atividade): Descanso significa evitar atividades que agravam os sintomas, incluindo todas as atividades acima da cabeça; • AINEs: Para lesões agudas, damos um curso curto (7 a 10 dias) de terapia programada com AINEs. Depois disso, os pacientes podem usar um AINE para analgesia ocasional se acharem a medicação eficaz. ◦ O uso de AINEs para tendinopatia permanece controverso. Durante o período de lesão aguda, o debate continua sobre se o bloqueio da resposta inflamatória inibe a cicatrização. No tratamento da tendinopatia crônica, não está claro qual o benefício dos AINEs sem evidência de processo inflamatório. – Fisioterapia: Uma vez feito o diagnóstico clínico da tendinopatia do manguito rotador, a fisioterapia é o principal tratamento. - Tratamentos adjuntos: Se a dor for intensa quando o paciente se apresentar pela 1ª vez ou nenhuma melhora for alcançada dentro de 2 a 3 meses com terapia conservadora, outras opções de tratamento adjunto podem ser adicionadas. • Injeção de glicocorticoide subacromial: Parece proporcionar alívio da dor a curto prazo da tendinopatia do manguito rotador e melhora funcional temporária sem evidência de benefício a longo prazo. Como quase todas essas injeções incluem um anestésico local e são realizadas em conjunto com a fisioterapia, é difícil atribuir benefício apenas ao glicocorticoide. ◦ Uma preparação comum usada para injeção subacromial é a triancinolona 40 mg com 1 ou 2% de lidocaína. • Nitroglicerina (trinitrato de glicerila): A nitroglicerina tópica pode aumentar a síntese de colágeno em tendões danificados. - Terapias experimentais e não comprovadas: Fita Kinesio, AINEs tópicos, plasma rico em plaquetas (PRP), proloterapia com dextrose, acupuntura, estimulaçãoelétrica, fonoforese e iontoforese, ultrassom terapêutico, laser, hipertermia, terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT).
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