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APG 5

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1 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2 
APG 5 – Aposentado do ombro 
OBJ 1 – MORFOFISIOLOGIA DA ARTICULAÇÃO DO 
OMBRO 
ARTICULAÇÃO DO OMBRO (GLENOUMERAL) 
A articulação glenoumeral é uma das articulações associadas à 
cintura escapular que permite uma ampla gama de movimentos 
do membro superior. Para completar, as outras articulações são 
as articulações esternoclaviculares, acromioclaviculares e 
escapulotorácicas. 
Comparada à articulação do quadril (anca), a articulação 
glenoumeral é construída para mobilidade e, portanto, 
inerentemente menos estável que a articulação do quadril 
(anca). Este compromisso entre mobilidade e estabilidade 
significa que a articulação do ombro está propensa a lesões, 
uma vez que grande parte da estabilidade da articulação do 
ombro depende dos ligamentos e músculos que envolvem a 
articulação. 
 
ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO 
A articulação do ombro (articulação glenoumeral) é a 
articulação mais flexível do corpo humano. Graças aos seus 
numerosos ligamentos e músculos ela é também uma 
articulação em bola-e-soquete bastante forte e fisicamente 
poderosa (articulação esferoidal). 
A articulação do ombro consiste na cabeça umeral e 
no soquete (cavidade glenóide). O soquete é parte da lâmina do 
ombro (escápula/omoplata) e é alargado pelo labrum glenoidal, 
um “lábio” de fibrocartilagem. A cápsula articular que envolve 
completamente a cavidade é reforçada por diversos ligamentos 
(coracoumeral, glenoumerais). 
O sistema muscular é significativamente importante para a 
estabilidade e movimentos na articulação do ombro, 
especialmente o manguito rotador (coifa dos rotadores). 
O manguito rotador consiste dos seguintes quatro músculos: 
 músculo subescapular 
 músculo redondo menor 
 músculo infraespinhal 
 músculo supraespinhal 
FUNÇÕES 
As funções desse grupo muscular são variadas. Por um lado eles 
fixam a cabeça umeral ao soquete; por outro lado eles executam 
diferentes movimentos. Eles permitem tanto a rotação 
interna quanto a externa da cabeça umeral e além disso 
a abdução, adução e retroversão. 
O tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial se origina 
no tubérculo supraglenoidal e atravessa o manguito rotador. A 
origem do tendão da cabeça curta do bíceps braquial é no 
processo coracóide (extensão em “bico de corvo”). A inserção 
do bíceps braquial é na tuberosidade radial e na fáscia 
antebraquial do antebraço. A contração do bíceps braquial leva 
a uma abdução, adução ou anteversão, dependendo da porção 
específica contraída. 
 
O acrômio (acrómio), ponto mais alto do ombro, é uma parte 
óssea da escápula. Junto com o processo coracóide ele forma a 
cavidade na qual a cabeça umeral e o tendão do músculo 
supraespinhal se movem. Essa cavidade abriga uma importante 
bursa sinovial (bursa subacromial), que fornece um 
amortecimento, reduzindo as forças de compressão e fricção. 
Entretanto a bursa pode também causar problemas, ex.: pode 
apresentar inflamação por excesso de utilização ou lesão (veja 
também: patologias do ombro). 
 
Bursa subacromial (Bursa subacromialis) 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-membro-superior
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/fibrocartilagem
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/coifa-dos-rotadores-manguito-rotador
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-subescapular
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-redondo-menor
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-bicipite-braquial
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cotovelo-e-antebraco
 
2 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 1 – Morfofisiologia da articulação do ombro 
 
Escápula 
 
No corpo humano, a coifa dos rotadores/manguito rotador é 
uma unidade funcional anatômica localizada na extremidade 
superior. 
As suas funções relacionam-se com a articulação gleno-umeral, 
na qual os músculos do manguito funcionam como agonistas de 
movimentos e estabilização da articulação. 
As lesões no manguito rotador interferem com a função da 
articulação glenoumeral, e levam à incapacidade de realizar os 
movimentos associados a esta articulação. 
Músculo 
subescapular 
Origem: Fossa subescapular 
Inserção: Tubérculo menor do 
úmero 
Função: Rotação medial (interna) 
do ombro 
Músculo 
redondo menor 
Origem: Bordo lateral da escápula 
(omoplata) 
Inserção: Tubérculo maior do 
úmero 
Função: Rotação lateral (externa) 
do ombro 
Músculo 
supraespinhoso 
(supraespinhal) 
Origem: Fossa supraespinhosa 
(supraespinhal) 
Inserção: Tubérculo maior do 
úmero 
Função: Abdução do ombro 
superior a 60º 
Músculo 
infraespinhoso 
(infraespinhal) 
Origem: Fossa infraespinhosa 
(infraespinhal) 
Inserção: Tubérculo maior do 
úmero 
Função: Rotação lateral (externa) 
do ombro 
Função geral do 
manguito 
Estabilização e centralização da 
cabeça do úmero na articulação 
glenoumeral durante os 
movimentos do ombro. 
 
ORIGENS E INSERÇÕES 
Todos esses músculos se originam da escápula e se inserem no 
úmero. 
 
MÚSCULO SUBESCAPULAR 
O músculo subescapular é muito importante para a rotação 
medial (interna) do úmero. Ele surge da fossa subescapular e se 
insere no tubérculo menor do úmero. 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-subescapular
 
3 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 1 – Morfofisiologia da articulação do ombro 
 
Músculo subscapular - vista anterior 
 
MÚSCULO REDONDO MENOR 
O músculo redondo menor se origina da borda lateral da 
escápula (omoplata) e se insere no tubérculo maior do úmero. 
 
Músculo redondo menor - vista posterior 
MÚSCULO SUPRAESPINHOSO (SUPRAESPINHAL) 
O músculo supraespinhoso (supraespinhal) possui sua origem 
na fossa supraespinhosa (supraespinhal) e se insere 
no tubérculo maior do úmero – similar ao músculo redondo 
menor. 
Músculo supraespinhoso - vista posterior 
MÚSCULO INFRAESPINHOSO (INFRAESPINHAL) 
O quarto músculo do manguito rotador é o músculo infra-
espinhal. Ele se origina da fossa infraespinhosa 
(infraespinhal) da escápula (omoplata) e também se insere 
no tubérculo maior.
 
Músculo infraespinhoso - vista posterior 
Aprofunde os seus conhecimentos sobre o manguito 
rotador com os materiais de estudo abaixo sobre os músculos 
do braço e do ombro. 
FUNÇÕES DO MANGUITO ROTADOR 
A principal função do manguito rotador é estabilizar e 
centralizar a cabeça umeral no soquete articular, a cavidade 
glenóide. Além disso, os músculos seguram a cápsula articular, 
prevenindo um pinçamento durante movimentos do ombro. 
Certamente o manguito rotador – como o nome sugere – 
possui um grande papel na rotação medial (interna) e lateral 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-redondo-menor
 
4 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 1 – Morfofisiologia da articulação do ombro 
(externa) do braço na articulação do ombro. Todos os 
músculos mencionados acima apresentam diferentes funções. 
O músculo subescapular é um poderoso rotador medial 
(interno) que também suporta o braço durante a abdução e 
adução. Ao contrário, a função do músculo redondo 
menor consiste primariamente na rotação lateral (externa), e 
ainda parcialmente na retroversão e adução. O músculo 
supraespinhoso (supraespinhal) realiza abdução do ombro, 
especialmente abdução acima de 60 graus. Finalmente, 
o músculo infraespinhoso (infraespinhal) é um forte rotador 
lateral (externo) e adicionalmente colabora tanto com a 
abdução quanto com a adução. 
FONTE: KENHUB 
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR 
Na anatomia do ombro o único ponto de fixação esquelética 
do membro superior ao tronco ocorre na articulação 
esternoclavicular. 
Nessa articulação a clavícula está unida ao manúbrio do 
esterno. A clavícula tem quatro funções: serve como local de 
inserção muscular, proporciona uma barreira para a proteção 
das estruturas subjacentes, atua como suporte para estabilizar 
o ombro e prevenir o deslocamento medial quando os 
músculos contraem e previne a migração inferior do cíngulo 
do membro superior. 
Essa articulação é do tipo sinovialdeslizante e possui um disco 
fibrocartilaginoso. Ela é reforçada por três ligamentos: 
interclavicular, costoclavicular e esternoclavicular, sendo que 
o ligamento costoclavicular é a principal sustentação para a 
articulação. 
 
A articulação possui um reforço e apoio muscular, como o 
curto e o potente subclávio. Além disso existe uma forte 
cápsula articular que contribui para dar à articulação poder de 
recuperação para casos de luxação ou ruptura. 
 
Os movimentos da clavícula na articulação esternoclavicular 
ocorrem em três direções, resultando uma articulação de 
movimento em 3 graus de liberdade. A clavícula pode se 
movimentar nos sentidos superior e inferior em movimentos 
conhecidos como elevação e depressão, respectivamente. 
 
A clavícula também pode se movimentar nos sentidos anterior 
e posterior, chamas de protração e retração, respectivamente. 
A clavícula pode ainda realizar rotação anterior e posterior ao 
longo do seu eixo longitudinal. 
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR 
A clavícula está conectada à escápula em sua extremidade 
distal por meio da articulação acromioclavicular. 
Essa articulação é do tipo sinovial deslizante e frequentemente 
possui um disco fibrocartilaginoso, da mesma forma que na 
articulação esternoclavicular. Nessa articulação ocorre a 
maioria dos movimentos da escápula com relação à clavícula, 
que convive com grandes tensões de contato como resultado 
de elevadas cargas axiais que são transmitidas através da 
articulação. 
 
A articulação acromioclavicular se localiza no alto da cabeça 
do úmero, podendo funcionar como restrição óssea aos 
movimentos do braço acima da cabeça. Ela é reforçada com 
uma cápsula densa e um grupo de ligamentos 
acromioclaviculares situados acima e abaixo da articulação. 
Os ligamentos acromioclaviculares dão sustentação à 
articulação em situações de baixa carga e de pequenos 
movimentos. 
 
Junto à essa articulação existe o ligamento coracoclavicular, 
que ajuda nos movimentos da escápula por funcionar como 
um eixo de rotação e por proporcionar apoio substancial em 
movimentos que necessitam de maior amplitude e 
deslocamento. O cíngulo do membro superior está suspenso 
da clavícula por esse ligamento, que funciona como principal 
limitação ao deslocamento vertical. 
 
O ligamento coracoacromial está na região da articulação 
acromioclavicular, porém não atravessa a articulação. Ele 
protege estruturas subjacentes no ombro, podendo limitar o 
excessivo movimento superior da cabeça do úmero. 
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA 
A escápula está ligada ao tórax por meio da articulação 
escapulotorácica. Essa não é uma articulação típica que liga 
osso com osso. 
 
A articulação escapulotorácica é fisiológica, com estruturas 
neurovasculares, musculares e bursais que permitem um 
movimento harmonioso da escápula no tórax. 
São 17 os músculos que se fixam ou têm origem na escápula. 
Esse osso tem duas funções principais relacionadas ao 
movimento do ombro. 
 
Na primeira, a articulação escapulotorácica fornece outra 
articulação, de modo a aumentar a rotação total do úmero 
com relação ao tórax, fazendo com que a amplitude de 
movimento ultrapasse os 120º gerados exclusivamente na 
articulação no ombro. Durante a elevação do braço na 
articulação do ombro há um grau de elevação 
escapulotorácica para cada dois graus de elevação do ombro. 
A segunda função da escápula e facilitar uma alavanca maior 
para os músculos que se inserem nesse osso. Considerando o 
seu tamanho e forma, a escápula proporciona grandes 
movimentos em torno das articulações acromioclavicular e 
esternoclavicular. Pequenos músculos dessa região podem 
proporcionar uma quantidade suficiente de torque para ser 
efetivo na articulação do ombro. 
 
O movimento da escápula na articulação acromioclavicular 
pode ocorrer em três direções. A escápula pode se mover nos 
sentidos anterior e posterior com relação a um eixo vertical, 
chamados de protação ou abdução ou retração ou adução, 
respectivamente. A protração e a retração ocorrem quando o 
acrômio se movimenta sobre o menisco na articulação e 
quando a escápula realizar rotação em torno do ligamento 
coracoclavicular medial. 
 
O segundo movimento da escápula ocorre quando a sua base 
oscila nos sentidos lateral e medial no plano frontal, 
movimentos chamados de rotação para cima e rotação para 
baixo. Esse movimento acontece quando a clavícula se 
movimenta sobre o menisco na articulação e quando a 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-braco-e-do-ombro
https://blogfisioterapia.com.br/anatomia-do-joelho/
https://blogfisioterapia.com.br/reconstrucao-de-lca/
https://blogfisioterapia.com.br/textos-fisiologia/
https://blogeducacaofisica.com.br/7-mitos-que-atrapalham-os-profissionais-do-movimento/
 
5 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 2 – Fisiopatologia e Manifestações clínicas da síndrome do manguito rotador 
escápula realiza rotação em torno da parte trapezóide do 
ligamento coracoclavicular lateral. 
 
O terceiro movimento é o movimento da escápula para cima e 
para baixo, chamado elevação e depressão. A elevação e 
depressão ocorrem na articulação acromioclavicular e não é 
auxiliado por rotações em torno do ligamento 
coracoclavicular. 
O QUE SÃO OS ESTABILIZADORES PASSIVOS NA 
ANATOMIA DO OMBRO? 
Os movimentos na articulação do ombro estão representados 
pelos movimentos do braço. Essa articulação é do tipo 
esferoidal sinovial, que oferece a maior amplitude de 
movimento e potencial de mobilidade entre todas as 
articulações do corpo. 
Na anatomia do ombro a articulação contém uma pequena 
cavidade rasa chamada cavidade glenoidal, que tem apenas 
um quarto do tamanho da cabeça do úmero, que nela deve se 
encaixar. 
 
O motivo pelo qual o ombro consegue uma mobilidade 
extrema é essa diferença de tamanho entre a cabeça do úmero 
e a pequena cavidade glenoidal. Em qualquer movimento, 
apenas 25% a 30% da cabeça do úmero estará em contato com 
a cavidade glenoidal. 
 
Levando em consideração que existe um mínimo contato 
entre cavidade glenoidal e cabeça do úmero, a articulação do 
ombro depende totalmente das estruturas ligamentares e 
musculares para manter sua estabilidade. Essa estabilidade é 
proporcionada por componentes estáticos e dinâmicos, que 
oferecem contenção e orientação, e mantém a cabeça do 
úmero na cavidade glenoidal. 
Os estabilizadores estáticos passivos são a superfície articular, 
o lábio glenoidal, a cápsula articular e os ligamentos. 
 
Superfície articular: tem uma forma ligeiramente achatada e 
uma cartilagem articular mais espessa na periferia, criando 
uma superfície de interface com a cabeça do úmero. Essa 
articulação é completamente vedada, proporcionando sucção 
e resistência a forças de luxação em baixas cargas. 
 
Lábio glenoidal: essa estrutura é uma borda de 
fibrocartilagem que aprofunda a cavidade articular, que 
recebe reforço suplementar dos ligamentos e dos tendões 
circunjacentes. O lábio glenoidal aumenta a área de contato 
para 75% e aprofunda a concavidade da articulação em 5 a 
9mm. 
 
Cápsula articular: a cápsula articular tem aproximadamente o 
dobro do volume da cabeça do úmero, permitindo que o braço 
seja elevado ao longo de um considerável arco de movimento. 
Ela fica retesada em algumas posições extremas e frouxa na 
faixa média de movimento. 
 
Ligamentos: o último grupo de estabilizadores passivos são os 
ligamentos. O ligamento coracoumeral restringe a cabeça do 
úmero no lábio glenoidal ao limitar a translação inferior, 
impedindo também a translação posterior do úmero durante 
os movimentos do braço, sustentando o peso. 
 
Os três ligamentos glenoumerais reforçam a cápsula, 
impedem o deslocamento anterior da cabeça do úmero e 
ficam retesados quando o ombro faz rotação lateral. 
A sustentação dinâmica da articulação do ombro é 
proporcionada pelos músculos, ao se contraírem em um 
padrão coordenado para compressão da cabeça do úmero na 
cavidade glenoidal. 
 
Os músculos posteriores do manguito rotador proporcionamestabilidade posterior, o subescapular proporciona 
estabilidade anterior, a cabeça longa do bíceps braquial 
impede a translação anterior e superior da cabeça do úmero e 
o deltóide e demais músculos escapulotorácicos posicionam a 
escápula para proporcionar a máxima estabilidade 
glenoumeral. 
 
Quando todos os músculos do manguito rotador se contraem, 
a cabeça do úmero é comprimida na articulação, e com uma 
contração assimétrica do manguito a cabeça do úmero é 
levada até a posição correta. O manguito rotador também faz 
rotação e deprime a cabeça do úmero durante a elevação do 
braço, para que a cabeça do úmero seja mantida em posição. 
 
A parte anterior da articulação a sustentação é proporcionada 
pela cápsula, lábio glenoidal, ligamentos glenoumerais, três 
reforços na cápsula, ligamento coracoumeral, fibras do 
subescapular e peitoral maior. 
O ligamento coracoumeral e o glenoumeral médio oferecem 
suporte e sustentação ao braço relaxado, oferecendo também 
suporte funcional ao longo da abdução, rotação lateral e 
extensão. 
 
Na anatomia do ombro, a parte posterior da articulação é 
reforçada pela cápsula, lábio glenoidal e fibras do redondo 
menor e infraespinhal, que também se unem à cápsula. 
Já a parte superior da articulação do ombro é reforçada pelo 
lábio glenoidal, ligamento coracoumeral e músculos que são 
sustentação à essa parte superior do ombro. O supraespinhal 
e a cabeça longa do bíceps braquial reforçam a cápsula. 
Acima do músculo supraespinhal encontram-se as bolsas 
subacromiais e o ligamento coracoacromial. Essas estruturas 
formam uma espécie de arco por baixo da articulação 
acromioclavicular. 
 
A bolsa é um saco repleto de líquido, localizado em pontos 
estratégicos em torno das articulações sinoviais com a função 
de reduzir a fricção na articulação. 
 
OBJ 2 – FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS DA SÍNDROME DO MANGUITO 
ROTADOR 
O manguito rotador é composto pelos músculos 
subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor, 
que se fundem em forma de coifa e abraçam cerca de 
dois terços da cabeça do úmero, firmemente aderidos à 
cápsula articular glenoumeral. A forma mais frequente, mas 
não única, de lesão do manguito rotador é o seu impacto, 
geralmente do tendão supraespinal, com a porção 
anteroinferior do acrômio, o ligamento coracoacromial e a 
articulação acromioclavicular na elevação do ombro. Entre 
o manguito rotador e o acrômio encontra-se a bolsa sinovial 
https://blogpilates.com.br/12-exercicios-de-ombro-na-fita-de-suspensao/
 
6 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 2 – Fisiopatologia e Manifestações clínicas da síndrome do manguito rotador 
subacromial, que também é envolvida no choque. Tanto a 
síndrome do manguito rotador como a síndrome do impacto 
fazem com que o paciente refira dor na região nterossuperior 
do ombro, a qual pode se estender até a metade proximal do 
braço. A dor pode piorar à noite e com os movimentos do 
ombro, queixando-se o paciente de crepitação à 
movimentação. 
 
SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR OUSÍNDROME 
DO IMPACTO 
O manguito rotador é formado pelas terminações tendíneas 
de quatro músculos, dos quais três se inserem na grande 
tuberosidade do úmero (supraespinal, infraespinal e 
redondo menor); o outro, o subescapular, não é palpável. 
A síndrome do impacto é a causa mais comum de dor em 
ombros, com acometimento inicial de tendões, embora 
tardiamente possa ocorrer comprometimento de bursas e 
calcificações. Clinicamente, a dor surge durante o movimento 
ativo de abdução do braço, em especial entre 60 e 120°. 
Em pacientes jovens, a dor pode ser mais intensa, 
observando-se depósitos calcários à radiografia, que podem 
romper para o interior da bursa subacromial. Na 
apresentação crônica da síndrome do impacto, a dor é 
menos localizada, referida na região deltoideana, 
exacerbada aos movimentos de abdução e rotação interna. A 
abdução passiva do braço é relativamente bem tolerada, mas 
a dor é agravada à movimentação ativa contra resistência. 
As causas da síndrome do manguito rotador são múltiplas; 
entre elas, destacam-se o trauma pelo excesso de uso, 
especialmente nos movimentos repetitivos de erguer os 
braços acima da cabeça, determinando impacto do manguito 
contra o acrômio, e as inflamatórias, como a artrite 
reumatoide. Outros fatores etiológicos são presença de 
osteófitos na articulação acromioclavicular, insuficiência 
vascular e atrofia muscular. Exame ultrassonográfico do 
ombro pode auxiliar no diagnóstico das lesões tendíneas, 
junto com a radiografia, exame útil para identificar 
calcificações e osteófitos. O tratamento pode ser feito com 
medicamentos anti-inflamatórios, aplicação de gelo local, uso 
de ultrassom e injeção de corticoide na 
bursa subdeltoide. 
 
FISIOPATOLOGIA 
Na patogênese das lesões do MR a literatura define duas 
diferentes causas: 1) intrínseca e 2) extrínseca ou traumática. 
A primeira considera que a causa primária seria um processo 
degenerativo relacionado ao envelhecimento natural dos 
tendões (entesopatia), devido a mudanças na vascularização 
do manguito ou outras alterações metabólicas associadas com 
a idade. Segundo Neer, Codman, em 1934, foi o primeiro a 
descrever a "zona crítica", uma porção do tendão do 
supraespinhoso localizada a 1cm medial à sua inserção no 
tubérculo maior, na sua parte articular, como o local de maior 
mudança degenerativa. Ele pensava que processos 
degenerativos em associação com trauma eram responsáveis 
pela ruptura do manguito(5). Sua teoria continua recebendo o 
suporte daqueles que consideram a lesão degenerativa como 
começando pelo lado articular dos tendões(1,3,9,10,11,16). 
Foi observado um suprimento vascular esparso na inserção do 
supra-espinhoso, correspondente a sua parte articular e uma 
rica vascularização no lado bursal(9). 
 
Autópsias em cadáveres demonstraram que a maioria das 
lesões ocorria no lado articular, sugerindo que as mudanças 
degenerativas e o suprimento vascular insuficiente eram 
fatores patogênicos importantes, havendo evidências claras 
de preexistirem mudanças degenerativas relacionadas à idade 
como conseqüência de microtrauma. Portanto, todos esses 
indicativos nos levam a crer que a doença do manguito seja 
uma tendinopatia intrínseca causada por avascularidade, ida-
de ou sobrecarga de uso(9,10,16). 
 
Para Nirschl et al, 90 a 95% das anormalidades do manguito 
são secundárias a trauma, sobrecarga em tensão ou excesso 
de uso(16). Em 1972, Neer descreveu que o atrito anormal 
entre o arco coracoacromial e os tendões seria a causa da 
lesão que ele denominou de síndrome do impacto 
subacromial. Em adição, fricção e atrito na superfície do 
acrômio poderiam agravar as mudanças degenerativas do 
manguito, conduzindo a uma lesão completa(18). 
 
Bigliani et al descreveram tipos morfológicos de acrômio 
(planos, curvos e ganchosos) e que as lesões eram iniciadas 
pelo impacto subacromial; na presença de acrômios curvos e 
ganchosos, a predisposição seria maior(19). 
 
A literatura atual vem mostrando que os fatores extrínsecos, 
como o esporão acromial, têm papel secundário na lesão do 
manguito rotador e que sua etiologia, na verdade, é 
multifatorial. As alterações do manguito são devidas a fatores 
intrínsecos, como lesão degenerativa intra-substancial ou 
tendinose, causada por avascularidade, idade ou sobrecarga 
excêntrica. Isso levaria à falência de suas fibras e, 
conseqüentemente, a diminuição funcional. Esta facilitaria a 
ascensão da cabeça umeral, levando-a ao impacto secundário 
na região subacromial. Como a cabeça umeral fica contida no 
arco coracoacromial, resultaria também, em decorrência, 
modificação estrutural secundária no formato do 
acrômio(10,11,16). 
 
Recentemente, descreveram-se lesões intra-articulares 
secundárias ao impacto interno principalmente em jovens 
atletasarremessadores. A interação repetitiva entre a 
superfície interna do manguito e a glenóide póstero-superior 
seria o fator responsável por tal lesão(20,21). 
 
Walch et al e Paley et al, independentemente, descreveram a 
ocorrência de contato entre a superfície interna do manguito 
e a borda póstero-superior da glenóide quando o braço se en-
contra em abdução/rotação externa e extensão. Eles 
concluíram que as mudanças observadas no manguito e 
labrum eram resultado de um impacto interno(20,21). O 
estudo original de Walch et al incluiu jogadores de vôlei e tênis 
e mostrou que 76% dos pacientes tinham lesões articulares e 
71%, esgarçamento do labrum póstero-superior(20). 
Estudos em cadáver e clínicos - durante artroscopia em vivo - 
demonstraram que o contato entre o manguito e a glenóide 
póstero-superior poderia ser fisiológico(22,23). 
 
 
7 Ially Mariana SOI V Fasai Med 2020.2Obj 2 – Fisiopatologia e Manifestações clínicas da síndrome do manguito rotador 
No entanto, com as atividades atléticas esse contato 
fisiológico poderia ser mais intenso e freqüente, levando com 
o tempo ao desenvolvimento de impacto e dor(24). 
Desde a descrição original, três modelos de impacto inter-no 
têm sido discutidos: 
Andrews e Dugas demonstraram que arremessadores de 
beisebol apresentavam, com freqüência, frouxidão da cápsula 
anterior da glenoumeral, representada clinicamente por 
excessiva rotação externa e restrição da rotação interna, 
concluindo que o impacto interno seria atribuído a 
instabilidade glenoumeral nos mais variados graus(25). 
Segundo Paley et al, os atletas têm estiramento da cápsula 
anterior e isso levaria ao impacto interno, mas não 
reconheceram a contratura da cápsula posterior(21). 
 
Burkhart e Morgan demonstraram que a cápsula posterior, 
quando contraturada, determina uma translação imprópria da 
cabeça umeral, causando lesão da âncora do bíceps, e que o 
contato repetitivo com a superfície articular do manguito pode 
causar desgarro do labrum póstero-superior (peel back 
mechanism), levando a delaminação junto a glenóide póstero-
superior(26). 
 
Mais recentemente, tem-se tentado demonstrar que o 
impacto interno não é condição exclusiva de atletas 
arremessadores, mas que ocorre também na população em 
geral, durante o movimento de flexão provocada pelas 
atividades forçadas de vida diária e não apenas em 
abdução/rotação externa/ex-tensão. Essa seria mais uma 
contribuição para a patogênese da doença do manguito 
rotador(27). 
 
QUADRO CLÍNICO 
A dor é o principal sintoma. Habitualmente, ela se localiza na 
região ântero-lateral do ombro e face lateral do braço e sua 
intensidade é variável. A maioria dos pacientes se queixa de 
dor noturna e dificuldade ou incapacidade de deitar-se sobre 
o lado afetado, sendo este um aspecto muito característico e 
constante da doença do manguito rotador(2,3,4,5,6,7,8,10). 
Uma anamnese minuciosa é fundamental. O tempo de 
evolução dos sintomas e suas características, o tipo de 
ocupação profissional ou de prática esportiva, a história de um 
ou mais eventos traumáticos e tratamentos prévios 
(fisioterapia, infiltrações, etc.), a dominância, a idade e o sexo 
são informações valiosas. 
 
No exame físico são pesquisadas assimetrias das cinturas 
escapulares, atrofias das fossas supra e infra-espinhais, 
cicatrizes e deformidades da coluna cervicotorácica. A 
mensuração das amplitudes ativas e passivas dos ombros é 
imprescindível para a diferenciação com outras lesões 
(capsulite adesiva, artrose glenoumeral, etc.). 
 
A presença de crepitações à rotação passiva do ombro, muitas 
vezes dolorosa, é também bastante sugestiva e característica. 
Os sinais de irritação do manguito rotador podem ser 
demonstrados por diversas manobras: as de Neer, Hawkins e 
Yochum para o impacto ântero-supe-rior e as de Speed (palm-
up test), Yergason e O'Brien para o bíceps e a âncora do bíceps. 
Um arco doloroso de 60o a 120o de abdução no plano da 
escápula é também um sinal irritativo. Algumas manobras 
permitem avaliar componentes específicos do manguito 
rotador: o teste de Jobe para o supraespinhoso, os testes de 
Gerber (lift-off e o belly-press) e o aumento da rotação externa 
em abdução para o subescapular e o teste de Patte para o 
infra-espinhoso e o redondo menor. 
 
Os sinais da cancela (incapacidade de se manter a rotação 
externa máxima ativa em adução) e o "hornblow sign" - sinal 
do chifre caído - que é a incapacidade de se manter a rotação 
externa máxima ativa em abdução de 90o - demonstram 
lesões dos rotadores externos e estão geralmente presentes 
em lesões maciças crônicas irreparáveis. O teste de Neer 
(injeção de 10ml de lidocaína a 1% na bursa subacromial) é 
uma ferramenta valiosa na diferenciação entre bursites e 
lesões do supra-espinhoso(4,5,8). 
 
MÉTODOS DE IMAGEM 
As lesões do manguito rotador são avaliadas por meio de 
radiografias, artrografia, ultra-sonografia, ressonância 
magnética e artrorressonância magnética. As radiografias 
simples do ombro, embora não permitam a visualização das 
lesões, podem mostrar sinais indiretos importantes, tais como 
esclerose e cistos do acrômio e do tubérculo maior (indicativos 
de impacto crônico), além da morfologia do acrômio e a 
medida do espaço acromioumeral (distância entre o acrômio 
anterior e a parte mais alta da cabeça umeral na incidência 
ânteroposterior, que varia de 7 a 12mm e pode estar 
diminuída nas lesões do manguito rotador)(8,28,29,30). 
 
A artrografia, outrora muito utilizada, permite o diagnóstico 
de lesões parciais articulares e lesões completas. 
A ultra-sonografia é um método barato, não invasivo e eficaz. 
Tem a desvantagem de não permitir a avaliação quantitativa 
fidedigna do manguito rotador remanescente e de ser 
operador-dependente. 
 
A ressonância magnética é considerada como método mais 
acurado para a detecção das lesões e para a avaliação da sua 
extensão, da qualidade do tecido remanescente e da 
quantificação da degeneração gordurosa dos ventres 
musculares do manguito rotador. O grau de degeneração 
gordurosa é um fator prognóstico importante, devido à 
correlação positiva existente entre a sua quantidade e o 
tamanho da ruptura do supraespinhal (em relação ao infra-
espinhal, pode haver degeneração na ausência de uma ruptura 
do mesmo). A degeneração gordurosa é quantificada pela 
classificação de Goutalier (proposta inicialmente para estudo 
por meio de tomografia computadorizada e depois adaptada 
para a ressonância magnética). Ela descreve cinco estágios: 0 
= músculo normal, ausência de gordura; 1 = mínima infiltração 
gordurosa; 2 = menos gordura do que músculo; 3 = tanta 
gordura quanto músculo; e 4 = mais gordura do que 
músculo(8). 
 
A artrorressonância magnética, com injeção de gadolíneo 
diluído na articulação, é especialmente útil na detecção de 
lesões parciais do supra-espinhoso, do infra-espinhoso e do 
subescapular, de lesões labrais, da âncora do bíceps e dos 
ligamentos glenoumerais(3,4,8,29). 
CLASSIFICAÇÃO 
 
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As lesões do manguito rotador podem ser classificadas de 
várias maneiras: em relação à espessura (parciais ou não 
transfixantes e completas ou transfixantes), ao tamanho da 
lesão quando completa (pequena, < 1cm; média, de 1 a 3cm; 
grande, de 3 a 5cm; e maciça, de mais de 5cm), ao grau de 
retração do coto tendinoso em relação à cabeça umeral 
(distais ou periinsercionais, intermediárias e proximais), à 
cronologia (agudas, crônicas e crônicas agudizadas) e à 
etiologia (traumáticas, microtraumáticas, degenerativas, 
associadas às instabilidades, etc)(29,30). 
 
As lesões parciais podem ser classificadas de acordo com a sua 
localização (bursal, articular e intratendinosa) e de acordo com 
a sua espessura e o seu tamanho (grau I = 25% ou até 3mm; 
grau II = 50% ou de 3 a 6mm; e grau III = 50% ou > 6mm). 
Neer classificou as lesões do manguito rotador em três 
estágios: I = edema e hemorragia,idade típica < 25 anos; II = 
fibrose e tendinite, idade típica entre 25 e 40 anos; e III = 
osteófitos e ruptura tendinosa, idade típica > 40 anos(5). 
Fukuda modificou a classificação de Neer, colocando as lesões 
parciais em um estágio II modificado(10). 
FONTE: LESÕES DO MANGUITO ROTADOR- RONALDO 
PERCOPI DE ANDRADE

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