Buscar

Aula 2 -Direito Civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil – Parte Geral
Nome do professor: Rafael Alves Nunes
Aula que se refere: Aula 2 – U1S2
Validade, vigência e eficácia da 
norma
 Validade: Diz-se que uma norma jurídica é válida quando é elaborada por
quem tem competência legislativa para tanto. Será válida, portanto, uma
norma que não contradiga norma superior e que tenha ingressado no
ordenamento jurídico atendendo ao processo legislativo pré-estabelecido.
 Vigência: Período em que a lei vigora no ordenamento jurídico.
 Eficácia: Eficaz é o direito efetivamente observado e que atinge a sua
finalidade, ou seja, dizemos que uma norma é eficaz quando produz os
efeitos a que se propôs. A validade ou não da norma jurídica repercutirá
diretamente na esfera da sua eficácia.
Obs.: invalidade da norma NÃO gera a sua revogação, mas tão somente a
suspensão de sua eficácia, em decorrência do fato de que somente a
autoridade competente para a elaboração da norma poderá retirá-la da
ordem jurídica, cabendo ao Judiciário apenas torná-la ineficaz.
Criação da Lei
 Três fases:
1. Elaboração: elaboração do texto, discussão e votação.
 Pergunta: a qual poder compete, primariamente, a
elaboração de leis? Os outros poderes podem legislar
também?
2. Promulgação: declara a existência da lei e ordena sua
execução.
3. Publicação: momento em que os cidadãos têm a
informação sobre a existência da norma.
Vigência
Refere-se ao período de validade da norma jurídica, que
se estende do momento da publicação oficial até o
momento em que é retirada do ordenamento jurídico. Em
regra, uma norma entra em vigor 45 dias após a sua
publicação no Diário Oficial (art. 1º LINDB).
LINDB: “Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.”
 E no caso de haver previsão em sentido contrário?
Ex.: CPC: “Art. 1.045. Este Código entra em vigor após
decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.”
Vigência
Esse período entre a publicação e a vigência da norma é
chamado de vacatio legis (vacância da lei).
É o período entendido como necessário para que as pessoas
tomem conhecimento daquela lei.
Vigência
LINDB:
Art. 1° Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 2° (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova
publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.
§ 4° As correções a texto de lei já em vigor consideram-
se lei nova.
Revogação 
A revogação é a perda de vigência de uma lei.
Representa a retirada de uma lei do ordenamento
jurídico de determinado Estado.
A revogação de uma lei somente se dará por meio de
outra lei.
Pode ser expressa ou tácita, parcial ou total.
Ex.: EPD (Estatuto da Pessoa com Deficiência), art. 123;
CF (Constituição Federal), art. 226, §6º.
Revogação 
OBS.: O artigo 9º da Lei Complementar 95/1998
estabelece que “A cláusula de revogação deverá
enumerar, expressamente, as leis ou disposições
legais revogadas.”.
Isso significa que, em caso de silêncio, continuará
vigorando a lei anterior, independentemente de seu
caráter mais genérico ou mais específico em relação à
norma posterior.
Revogação 
Revogação 
Princípio da Continuidade 
A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, exceto em casos de
leis temporárias.
LINDB:
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Repristinação
É o nome técnico dado para o fenômeno de retorno à vigência de uma
lei já revogada.
Ocorre quando a lei que revogou a lei anterior é revogada por uma
terceira lei, perdendo, assim, sua vigência.
No Brasil, por força do art. 2º, §3º da LINDB, a lei revogada não se
restaura por ter a revogadora perdido vigência, salvo determinação em
sentido contrário.
Repristinação
Princípio da Obrigatoriedade da 
Norma
LINDB:
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
 O que você entende por “força coercitiva da lei”?
 Presunção de que todos conhecem a lei → Essa presunção é uma abstração.
Unidade, completude e coerência
O ordenamento jurídico é composto por diversas
normas e esta em constante evolução.
Desafio: pense em quantas normas você, estudante de
Direito, conhece? Poderia descrever o conteúdo de
todas elas? Consegue perceber alguma incongruência
entre elas?
Unidade, completude e coerência
Unidade:
- Dentro de um sistema dinâmico, é preciso
sempre recorrer à uma norma hierarquicamente
superior a todas, que pode ser chamada de
norma fundamental. Essa norma é a base com a
qual todas as outras normas jurídicas se
relacionam.
Unidade, completude e coerência
Coerência:
- A ordem jurídica é fragmentada e complexa. Fragmentada
porque, por um critério de categorização, fixam-se várias
normas em códigos, estatutos e leis esparsas. Complexa pela
profundidade dos textos e pelas fontes que se deve recorrer
para poder entender uma norma por completo.
- Para que o sistema não entre em colapso, é necessário que
haja uma coerência entre as normas, para o bom
funcionamento do próprio sistema.
Unidade, completude e coerência
Coerência:
- O ordenamento jurídico é como se fosse um grande
quebra-cabeça no qual as peças devem se encaixar
para formar o desenho. Pode-se adicionar novas peças,
mas o seu encaixe dentro do conjunto deve ser perfeito,
em que todos os elementos da ordem jurídica devem
possuir entre si uma ligação necessária e harmônica.
Unidade, completude e coerência
Coerência:
Apesar de se objetivar a coerência, o ordenamento
jurídico não é perfeito, podendo existir normas que sejam
incompatíveis entre si. A essa incompatibilidade chama-se
de antinomia.
Antinomia
- Não há nada que impeça que o legislador emita duas
ordens que sejam contrárias entre si. Quando isso acontece,
ambas as normas continuam sendo válidas. Como resolver,
então, esse problema?
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
Antinomia, então, é a existência de normas jurídicas
contraditórias. Para que exista a antinomia, é preciso que as
normas jurídicas apresentem três características:
 Fazerem parte do mesmo ordenamento jurídico;
 Serem válidas e aplicáveis ao mesmo tempo e no mesmo
caso;
 Revelarem-se incompatíveis entre si. Ex.: uma proíbe um
comportamento e a outra permite esse mesmo
comportamento.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
- A contradição acontece principalmente em duas situações:
1ª) Quando o legislador cria norma posterior contrária a outra já
existente (norma anterior), sem explicitamente prever sua revogação,
muitas vezes por falta de conhecimento da norma anterior.
2ª) Quando uma autoridade estatal toma uma decisão que contraria
normas jurídicas de hierarquia superior. Exemplos: uma lei tributária
desrespeita normas constitucionais; um decreto do Presidente da
República entra em contradição com uma lei. Em tais casos não
temos um erro, mas a expressão da vontade de desrespeitar as
normas superiores.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
- As antinomias se distinguem em REAIS e APARENTES.
a) a ANTINOMIA APARENTE é aquela em que há meta-critério para a solução do
conflito. Basta que o aplicador use de bom senso.
Exemplos de antinomia aparente:
Normas pertencentes a ordenamentos jurídicos diferentes: CP brasileiro pune
a violação de correspondência com pena de detenção até seis meses; já o CP
portuguêsprevê para o mesmo delito a pena de até um ano. Aqui, essa
antinomia é aparente, pois para se solucionar basta ver qual é a delimitação
espacial da validade das normas.
Entre duas leis municipais que estabelecem diferentes alíquotas de imposto
predial não há antinomia porque se aplicam em espaços diferentes. É suficiente
saber em que município situa-se o imóvel para decidir qual norma é aplicável.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
b) a ANTINOMIA REAL é aquela em que não há meta-critério para a solução do
conflito. Temos uma antinomia real quando o aplicador constata que os
legisladores manifestaram duas vontades contraditórias a respeito do mesmo
assunto.
Para solucionar as antinomias reais, existem três principais critérios utilizados
para a solução do conflito:
1º) Critério da superioridade (ou hierárquico)
- Considerando que o sistema jurídico é dinâmico, pode-se verificar que as normas
jurídicas ocupam postos hierárquicos diferentes, existindo relação de
superioridade e subordinação entre elas.
- Assim, normas que contrariam outras de escalões superiores devem ser afastadas
e não aplicadas.
- lex superior derogat legi inferiori.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
1º) Critério da superioridade (ou hierárquico)
- O critério de superioridade encontra sua justificação na finalidade do
ordenamento jurídico. A vontade política que impõe e mantém a
Constituição como norma suprema estabelece regras de competência e
de conteúdo. O legislador comum e as demais autoridades do Estado são
seus mandatários. Quando decidem de forma contrária ao mandato que
lhes deu o texto supremo contradizem a suprema vontade no mundo
jurídico e suas normas não devem ser aplicadas.
OBS.: Como fica esse critério para conflito entre leis nacionais e
internacionais? Normalmente, e é esse o caso do Brasil, é estabelecido que
as normas da Constituição nacional prevalecem sobre as normas de
direito internacional.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
1º) Critério da superioridade (ou hierárquico)
O por muito tempo adotado pelo STF era o de que os tratados
internacionais estavam no nível de lei ordinária. Contudo, houve uma
mudança de posição, tendo o STF decidido que os tratados internacionais
que garantam direitos humanos são superiores às leis ordinárias.
Ainda, deve-se considerar que: “Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” (CF,
art. 5º, § 3º).
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
2º) Critério da posterioridade (ou cronológico)
- Quando as normas conflitantes encontram-se no mesmo escalão da
hierarquia, mas foram promulgadas em tempos diferentes, a norma mais
nova prevalece sobre a antiga.
- lex posterior derogat legi priori.
- A sua justificativa é óbvia. O fato de o legislador ter introduzido
posteriormente um regulamento diferente sobre a mesma questão
significa que este quis revogar o anterior.
Exemplo: Lei tributária A, de 2002, estabelece que a alíquota do imposto
sobre veículo é de 5%. Lei tributária B, de 2020, estabelece que a alíquota
do imposto sobre veículo é de 8%. Mesmo se o texto da Lei Tributária B
não indicar que a Lei Tributária A perde sua validade, isso deve
acontecer, pois a Lei Tributária B é a manifestação de vontade mais
recente.
- E como saber qual é a lei mais nova? Através do momento de sua
publicação oficial.
Unidade, completude e coerência
Antinomia:
3º) Critério da especialidade
- Outro critério que pode ser utilizado para leis que estão no mesmo escalão
hierárquico é o da especialidade que determina que a norma jurídica específica
(aquela que regulamenta de forma particular o caso) prevalece sobre a norma
jurídica geral.
- lex specialis derogat leg generali.
O princípio da especialidade também possui justificação lógica. Sendo o
legislador racional, devemos entender que quando trata de forma específica um
assunto prevalece sua vontade concreta e não a geral. Caso contrário, teria se
contentado em estabelecer a regra geral!
Exemplo: em caso de desapropriação a Constituição Federal impõe o pagamento
de indenização justa, prévia e em dinheiro (art. 5º, XXIV, CF). Tratando-se, porém, de
imóvel rural desapropriado para fins de reforma agrária, outra norma constitucional
dispõe especificamente que a indenização justa e prévia não será paga em dinheiro,
mas em títulos da dívida agrária regatáveis no prazo de até 20 anos a partir do
segundo ano de sua emissão (art. 184, caput). No caso de imóveis rurais, prevalece a
norma específica, não podendo o proprietário exigir a indenização em dinheiro que
constitui a regra nas desapropriações.
Unidade, completude e coerência
Conflitos de segundo grau:
- Os critérios apresentados permitem preservar a coerência do
sistema jurídico, não deixando os casos concretos sem solução em
caso de conflitos reais.
- Quando, contudo, a aplicação dos critérios apresentados leva a
resultados diferentes, tem-se, então, um conflito de segundo grau.
- Dessa forma temos:
 Prevalência absoluta do critério da superioridade: o critério
hierárquico sempre prevalece sobre os outros.
 Relações entre os critérios da especialidade e da
posterioridade: o que fazer quando o mesmo caso é
regulado por uma norma anterior especial e outra norma
posterior e geral?
Unidade, completude e coerência
Conflitos de segundo grau:
- Aqui, encontram-se divergências doutrinárias:
 Lei especial anterior prevalece sobre lei geral posterior;
Presunção interpretativa: em geral a lei especial prevalece mesmo sendo
anterior, mas, dependendo das circunstâncias, pode acontecer o contrário;
É preferível que se deixe a decisão ao Poder Judiciário, que dará a decisão de
acordo com o caso concreto;
 Lei posterior prevalece.
Sobre esse assunto:
i. A finalidade da lei mais nova deve ser analisada, pois, se ficar claro que o legislador
não quis revogar norma anterior específica, então esta deve permanecer em vigor;
ii. O aplicador do direito deve resguardar eventuais direitos adquiridos na vigência do
regulamento anterior;
iii. O artigo 9º da Lei Complementar 95/1998 estabelece que “A cláusula de
revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais
revogadas.”. Isso significa que, em caso de silêncio, continuará vigorando a lei
anterior, independentemente de seu caráter mais genérico ou mais específico em
relação à norma posterior.
Unidade, completude e coerência
o Inaplicabilidade dos critérios e proporcionalidade
E quando nenhum dos critérios puder ser utilizado em caso de antinomia? Ou
seja, quando as normas jurídicas em conflito tiverem o mesmo valor hierárquico,
foram promulgadas simultaneamente e apresentam o mesmo grau de
generalidade.
Exemplo: os membros de um sindicato organizam uma passeata no centro da
cidade, no horário comercial. Isto impõe fortes restrições ao trânsito, impedindo
que uma parte da população locomova-se livremente. Aqui o direito de reunião,
garantido pela Constituição Federal (art. 5º, XVI), entra em conflito com a
liberdade de locomoção, também garantido pela Constituição (art. 5º, XV). O
que deverá fazer a polícia? Qual dos dois direitos deverá ser sacrificado?
Unidade, completude e coerência
o Inaplicabilidade dos critérios e proporcionalidade
Nesse caso, deve-se verificar quais são os interesses em contradição e, na
medida do possível, harmonizar a aplicação das normas.
Uma das principais ferramentas utilizadas nesses casos é a proporcionalidade,
ou seja, tenta-se encontrar um ponto de equilíbrio entre as situações.
É claro que esse critério é subjetivo, o que pode acabar gerando problemas
por não possuir critérios certos e fixos de aplicação.
Unidade, completude e coerência
Completude:
É a possibilidade de um
ordenamento completo, que tenha
normas para todos os casos.
Completude = falta de lacunas.Integração da Norma Jurídica
Integração → comaltar/preencher lacunas.
LINDB:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Princípio da inafastabilidade da jurisdição → juiz não pode se escusar de decidir um caso.
- Vide art. 5º, XXXV, CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Integração da Norma Jurídica
Lacuna → espaço vazio.
Integração da Norma Jurídica
Existem duas formas de integração:
a) autointegração: quando se aproveitam os
elementos contidos no próprio ordenamento
jurídico; – analogia
b) heterointegração: quando, para o preenchimento da
lacuna, utiliza-se de normas que não participam da
legislação. – princípios gerais de direito e costumes
Integração da Norma Jurídica
Procedimentos de integração:
a) Analogia: “A analogia é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a
uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada
para uma outra hipótese fundamentalmente semelhante à não prevista.
Destinada à aplicação do Direito, analogia não é fonte formal, porque não
cria normas jurídicas, apenas conduz o intérprete ao seu encontro.” (NADER,
Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Disponível em: Minha Biblioteca,
(44th edição). Grupo GEN, 2021. P. 174).
Preenchimento por meio da comparação.
Só deve ser aplicada quando não há norma que disponha sobre o caso.
Integração da Norma Jurídica
Procedimentos de integração:
a) Analogia:
- A analogia funda-se no preceito lógico ubi eadem ration ibi eadem legis
dispositivo esse debet (onde há a mesma razão, deve-se aplicar a mesma
disposição legal).
- No direito penal e no direito tributário a analogia só é permitida se for
benéfica ao criminoso ou contribuinte.
Exemplo: Código Civil: Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges,
com relação a bens excluídos da comunhão.
O artigo fala sobre cônjuges, mas não fala sobre companheiros.
Integração da Norma Jurídica
Procedimentos de integração:
b) Costumes: práticas e os usos reiterados de uma sociedade ou
grupo de pessoas.
Requisitos:
 Generalidade;
 Tempo;
 Constância;
 Conteúdo lícito e relevância jurídica.
Integração da Norma Jurídica
Procedimentos de integração:
b) Princípios Gerais do Direito: são preceitos, ou fundamentos,
que orientam a própria ordem jurídica. É um termo amplo, são
recomendações genéricas, diretrizes universais de justiça.
- Quais seriam, então, os princípios gerais do Direito brasileiro? É
difícil que se estabeleça um rol dos princípios consagrados pelo
legislador.
Aplicação e Interpretação 
das Normas Jurídicas
LINDB:
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem comum.
 Hermenêutica → estudo da interpretação da norma.
 Formas de interpretação:
Gramatical (ou literal)
Racional (ou lógica)
Sistemática
Histórica
Sociológica
Irretroatividade das Leis
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada. (LINDB)
Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
(CF)
 Irretroatividade: No direito brasileiro, a lei é, em
geral, irretroativa, não podendo alcançar fatos
passados.
 Ultratividade: Produção posterior de efeitos pela lei
que já perdeu sua vigência.
Irretroatividade das Leis
Irretroatividade:
No direito brasileiro, a lei é, em geral, irretroativa, não
podendo alcançar fatos passados. As exceções ocorrem no
direito penal e no direito tributário, quando advém uma lei que
beneficiará o contribuinte ou o criminoso.
Irretroatividade das Leis
Ultratividade:
É o poder que a lei possui de vir a ser aplicada, após a sua
revogação, ao fato produzido sob a sua vigência e em se tratando de
determinadas matérias.
Ato Jurídico Perfeito
LINDB:
Art. 6, §1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou.
Ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos.
Exemplo: Imagine que duas pessoas fizeram um contrato de prestação de serviços
para a pintura de uma casa. O pintor realizou toda a pintura e o dono da casa
efetuou o pagamento pelo serviço. O pintor deu a quitação, de forma geral, ampla
e irrestrita. Esta quitação é um ato jurídico perfeito, se consumou e não há mais o
que ser exigido neste negócio jurídico. Se o pintor fizer qualquer reclamação, ou
tentar cobrar novos valores, relacionados a esse negócio específico ele estará indo
contra a garantia da estabilidade jurídica.
Exemplo 2: um contrato oralmente feito continua valendo, mesmo se após a sua
conclusão uma nova lei exigir a forma escrita para contratos dessa espécie.
Direito Adquirido
LINDB:
Art. 6, § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu
titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo
comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
É todo direito fundado sobre um fato jurídico que já
sucedeu, mas que ainda não foi executado e feito valer.
São direitos que entram no domínio da personalidade e do
patrimônio e não podem mais ser desfeitos.
Mesmo que não sejam exercidos, outra lei não poderá retirá-
los de seu detentor.
Direito Adquirido
LINDB:
Exemplo: Imaginemos que um município faz uma lei colocando algum
benefício para os seus funcionários públicos. Todos aqueles funcionários
que se enquadram no descritivo da lei passam a ter aquele direito
adicional. Entretanto, alguns não o exigem de imediato. Passados 4 anos,
o município retira o benefício. Esses que eram funcionários na época
daquela lei, mas que não o exigiram, têm o direito adquirido e poderá,
mesmo já valendo essa nova lei, requerer o adicional dado pela lei
anterior.
Exemplo 2: um funcionário, após ter completado os 30 anos de serviço
previstos em lei, passa a receber aposentadoria plena. Uma lei posterior
que exigir serviço de 35 anos para a aposentadoria plena não pode
prejudicar o direito do funcionário que já recebe a aposentadoria.
Coisa Julgada
LINDB:
Art. 6, § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a
decisão judicial de que já não caiba recurso.
Exemplo: o tribunal condena o devedor inadimplente
de um banco a pagar juros de 12% ao mês segundo
a legislação em vigor. Se uma lei posterior diminuir
retroativamente os juros a 6% ao mês para casos de
inadimplência, o banco não perde o direito a
receber juros de 12%, já que a lei não pode alterar a
coisa julgada.
Eficácia da Lei no Espaço
 Arts. 7º a 19 da LINDB.
 Princípio da territorialidade: Dentro do território brasileiro, aplica-se a
lei brasileira (regra geral).
 Princípio da extraterritorialidade: Aplicação de lei estrangeira dentro
do território em situações excepcionais previstas em lei (exceção).
 A lei do domicílio do interessado (estatuto pessoal), de acordo com
a LINDB, será aplicada em sete hipóteses:
1) Nome; 2) Personalidade; 3) Capacidade; 4) Direito de
família; 5) Bens móveis que o interessado traz consigo; 6)
Penhor; 7) Capacidade postulatória.
Eficácia da Lei no Espaço
 Exceções à aplicação do estatuto pessoal:
- Aplicação da lei estrangeira tem regra especifica que não
obedece ao domicílio do interessado.
- Aplica-se uma lei estrangeira a fatos ocorridos dentro do
território brasileiro nos seguintes casos: quando o conflito for
sobre bens imóveis situados em outro país; se a lei sucessória do
outro país for mais benéfica ao cônjuge ou aos filhos; se a
obrigação for em outro país.
Referências
1. Livro Didático Digital;
2. Nader, Paulo. Introdução ao Estudodo Direito. Disponível em: Minha
Biblioteca, (44th edição). Grupo GEN, 2021;
3. FILHO, Marçal J. Introdução ao Estudo do Direito. Disponível em: Minha
Biblioteca. 2 ed. Grupo GEN, 2021;
4. MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. 32. ed. rev. e
atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015;
5. REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 25. ed. rev. São Paulo:
Saraiva, 2001.
 Contato do professor:
 Acesse SEMPRE o AVA e tenha acesso ao conteúdo da disciplina
para cada aula, faça as atividades pré-aula e pós-aula, pois é de
grande importância para o aprendizado;
 Para o envio de trabalhos, o endereço eletrônico é
rafael.a.nunes@cogna.com.br (trabalhos enviados para outro
endereço serão desconsiderados);
 Todas as mensagens enviadas ao professor DEVERÃO conter os
seguintes dados: nome completo, turma, turno, disciplina. (e-mails
enviados sem o preenchimento destes dados serão
desconsiderados);
mailto:rafael.a.nunes@cogna.com.br
Obrigado e bons estudos!
Aplicativo de Comunicados
👨🏻💻Prezado Aluno da Faculdade Anhanguera Betim 
👨🏿⚖️💡Vocês pediram e a CPA atendeu, agora temos NOSSO 
APLICATIVO, que reune todas as informações sobre a faculdade. 
📌 Acesse pelo QR code (que também foi colocado nas salas) ou 
pelo link: https://anhanguerabetim.glide.page 
📢 Os usuários de Androide podem baixar o aplicativo 
ANHANGUERA BETIM. 
Esperamos que gostem! 
Cordialmente, 
Comissão Própria de Avaliação (CPA)
https://anhanguerabetim.glide.page/

Continue navegando