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FACULDADE RUY BARBOSA – DEVRY BRASIL CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO IANI MARTINS DO NASCIMENTO PROJETO DE PESQUISA SUPLEMENTO NUTRICIONAL NO IDOSO SALVADOR 2016 IANI MARTINS DO NASCIMENTO SUPLEMENTO NUTRICIONAL NO IDOSO Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Nutrição, da Faculdade Ruy Barbosa- Devry Brasil, como requisito para a conclusão da Disciplina de Conclusão de Curso 1. Orientadora: Prof. Msc. Pricilla Moreira SALVADOR 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.1 GERAL 2.2 ESPECÍFICO 3. JUSTIFICATIVA 4. METODOLOGIA 5. REFERÊNCIAL TEÓRICO 6. RESULTADOS ESPERADOS 7. CRONOGRAMA 8. REFERÊNCIAS 1. INTRODUÇÃO Conceitualmente, o processo de envelhecimento populacional é uma mudança na estrutura etária da população que resulta em uma maior proporção de idosos em relação ao conjunto da população (Carvalho & Garcia, 2003). Isso ocorre, principalmente, pela redução da fecundidade da população, que torna os grupos etários mais jovens menos representativos no total da população. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005) define envelhecimento como “um processo sequencial”, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. Segundo o Estatuto do Idoso, são considerados idosos, no Brasil, os indivíduos com faixa etária igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, sem distinção de cor, raça e ideologia (Brasil, 2003). Os idosos constituem uma população mais diversificada do que qualquer outro grupo etário e tendem mais que os adultos mais jovens a estarem com saúde nutricional marginal. Problemas físicos, sociais e emocionais nos idosos podem interferir no seu apetite ou afetar a sua capacidade de comprar, preparar e consumir uma dieta adequada (SHILS, OLSON, ROSS, 2003). Diante da realidade inquestionável das transformações demográficas iniciadas no último século e que nos fazem observar uma população cada vez mais envelhecida, evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida (Feck, et al., 2003). O conhecimento das mudanças pelo qual os indivíduos enfrentam com o avançar da idade, além dos fatores relacionados à saúde que resultam de estilo de vida, assume um papel relevante à saúde do idoso (RAUEN et al., 2008). A diminuição do metabolismo basal, redistribuição da massa corpórea, alterações no funcionamento do TGI, alterações na percepção sensorial, e diminuição da sensibilidade à sede são algumas alterações fisiológicas decorrente do processo de envelhecimento. Devido aos fatores fisiológicos relacionados, a ocorrência de doenças crônicas, uso de varias medicações, comprometimento da mastigação e deglutição (alteração na alimentação), depressão e alterações da mobilidade com dependência funcional, a população idosa é particularmente propensa a problemas nutricionais (MOTTA et al., 2007). A suplementação nutricional na terceira idade pode atenuar e prevenir as deficiências nutricionais tendo como objetivo complementar a dieta e não a substituição da mesma (ANVISA, 1995). A suplementação de vitaminas e minerais, por sua vez, está preconizada somente em caso de aporte insuficiente na alimentação não excedendo às quantidades recomendadas (SILVA e NAVES, 2001). O uso de suplemento nutricional por indivíduos da terceira idade deve ser evidenciado devido aos seus potenciais benéficos, bem como pelos riscos associados ao seu uso inconsciente. Uma intervenção alimentar por meio de um suplemento pode ser útil no alcance e manutenção estado nutricional adequado (PARK et al., 2009). 2. OBJETIVOS 2.1. GERAL Revisar na literatura os efeitos da suplementação nutricional no idoso. 2.2 ESPECÍFICOS · Identificar os riscos de altas doses de suplemento nutricional no idoso. · Apresentar o efeito do suplemento no estado de saúde e nutricional. · Avaliar o efeito do suplemento na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis. 3. JUSTIFICATIVA As alterações fisiológicas e as DCNT`s que acometem a população idosa são constantes, e são considerados como fator de risco para o déficit nutricional nessa mesma população. Existem estudos que evidenciam que o uso de suplemento nutricional como complemento da alimentação, e não um substituto tem ponto positivo no estado nutricional do idoso. Estudos como os de Arnaud-Battandier e Jonhesen, apontam que o suplemento nutricional proporciona aumento significativo de peso corporal, melhorando o estado nutricional e da saúde, sendo assim o complemento alimentar se bem indicado e utilizado adequadamente, assim tornando a terapia nutricional mais especializada. 4. METODOLOGIA Estratégia de busca Trata-se de uma revisão onde as buscas serão feitas nas bases de dados eletrônicos. Portal de Periódicos Capes e Bireme, esta ultima abrange informações sobre o tema registrado no SCIELO, LILACS, MEDLINE. Serão usados como descritores: Suplemento Nutricional; Dietary Supplements; Aged e seus equivalentes em português (Suplemento Alimentar; Suplemento Dietético; Idoso). Os critérios a serem utilizados serão: Descritores presentes no titulo, resumo ou assunto, em forma de artigo, versão completa disponível. Seleção de Estudo Os estudos serão avaliados a partir dos seguintes critérios de inclusão: (1) População Idosa; (2) Suplemento Nutricional; (3) Artigo de 2007 a 2016; (4) Texto Completo Disponível; Seleção dos Artigos Após fazer a seleção, os artigos serão lidos na íntegra e os que não estiverem dentro dos critérios estabelecidos serão excluídos do estudo. Para fazer a analise dos estudos, as informações dos trabalhos serão substanciado nos seguintes tópicos: Autor e ano; uso de suplemento nutricional. 5. REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 DEFINIÇÃO Segundo o Estatuto do Idoso são considerados idosos, no Brasil, os indivíduos com faixa etária igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, sem distinção de cor, raça e ideologia (Brasil, 2003). O conceito de idoso, no entanto, envolve mais do que uma demarcação de idade-limite biológica. Idoso, em termos estritos, é aquele que tem “muita” idade. A definição do que vem a ser “muita” é um juízo de valor (CAMARANO & MEDEIROS, 2000). 5.2 ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS O envelhecimento populacional é, portanto, uma das consequências da transição demográfica, isto é, do declínio das taxas de fecundidade e mortalidade (Bloom, 2011). Essa transição se inicia com o declínio da mortalidade, relacionado, principalmente, aos avanços na medicina e na saúde pública, às melhores condições de alimentação, ao aumento da renda, ao controle de vetores causadores de doenças infecciosas, entre outros (Lee, 2003; Bloom, 2011). No Brasil, a população passa por um rápido processo de envelhecimento, devido à significativa redução da taxa de fecundidade desde meados da década de 1960 e ao aumento da longevidade dos brasileiros. A taxa de fecundidade total passou de 6,28 filhos por mulher em 1960 para 1,90 filhos em 2010, uma redução de cerca de 70%. No mesmo período, a expectativa de vida ao nascer aumentou 25 anos, chegando a 73,4 anos em 2010 (IBGE, 2012). Além disso, em 2050, estimasse que o percentual de pessoas acima de 60 anos corresponderá a cerca de 30% da população do país (IBGE, 2011). Um estudo realizado no Brasil pelo IBGE (2013), referiu que pessoas com idade entre 60 e 64 anos, 44,4% referiram diagnóstico de hipertensão, proporção que era de 52,7% entre as pessoas de 65 a 74 anos de idade e de 55,0% entre as pessoas de 75 anos ou mais de idade. E 19,9%, para as pessoas de 65 a 74 anos de idade. Para aqueles que tinham75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%, referiram ter diabetes. Com patamares estatisticamente equivalentes, 9,0% das pessoas de 60 a 64 anos, 11,9% das pessoas de 65 a 74 anos e 13,7% para aqueles com 75 anos ou mais de idade, mencionou doenças cardiovasculares. 5.3 SUPLEMENTO NUTRICIONAL Segundo a ANVISA (1995), alimentos que servem para complementar, com calorias, e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação. Jonhesen e colaboradores, em pesquisa sobre desnutrição em idosos e uso apropriado de complementos alimentares orais, realizada em 2000, referem que o método adequado para minimizar a desnutrição é o uso de alimento e bebidas pelos pacientes, complementadas com nutrientes específicos, fornecendo melhor quantidade de calorias e maior teor proteico. É possível que os complementos orais, se bem indicados e adequadamente utilizados, tornem a terapia nutricional altamente especializada, ou no mínimo de mais fácil execução. Segundo NOVAES (2005), a suplementação alimentar, aliada a um estilo de vida saudável, apresenta um potencial para atenuar as deficiências nutricionais na terceira idade, como também as doenças decorrentes da má nutrição. Arnaud-Battandier et al.(1999), mostraram que a utilização de complementação alimentar proporcionou aumento significativo dos nutrientes específicos oferecidos, resultando em ganho de peso corporal e consequentemente melhorando a classificação do estado nutricional avaliado por meio da MAN em idosos desnutridos. Outro estudo realizado pelo mesmo autor, em 2004, com 378 idosos com idade acima de 70 anos, mostrou que a suplementação oral pode induzir a melhoria do estado nutricional e que o gasto global de recursos com saúde pode ser reduzido. 6. RESULTADOS ESPERADOS O presente estudo tem como objetivo apresentar os efeitos da suplementação nutricional, tentando proporcionar resultados positivos na população idosa, como na melhora do estado nutricional, a diminuição das doenças DCNT`s e minimizar as carências nutricionais a longo prazo. A intervenção nutricional é um importante fator na promoção e prevenção à saúde do individuo. Na prática clínica poderá contribuir na prevenção nutricional, com a implementação do suplemento alimentar no tratamento de forma parcial. 7. CRONOGRAMA ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Escolha do Tema x Escolha do Orientador x Pesquisa de Artigos x x x Elaboração do Projeto x x x Encontros com o Orientador x Entrega do Projeto de Pesquisa x Revisão Bibliográfica x x x Elaboração do Trabalho x x Apresentação do Trabalho a Banca x 8. REFERÊNCIAS Arnaud-Battandier F Lauque S, Paintin M, Mansourian R, Vellas B, Guigoz Y. MNA and nutrition intervention. In: Mini Nutritional Assesment (MNA): research and pratice in the elderly. Basel: Karger; 1999. p. 131-40. Arnaud-Battandier F, Malvy D, Jeandel C, Schmitt C, Aussage P, Beaufrère B, Cynober L. Use of oral supplements in malnourished elderly patients living in the community: a pharmaco-economic study. Clin Nutr 2004;23(5):1096-103. ANVISA, portaria nº 19, 15 de março de 1995. BLOOM, D. 7 Billion and counting. Science, v. 333, p. 562-569, 2011. CAMARANO, A.A; BELTRÃO, K.I; PASCOM, A. R. P; MEDEIROS, M; GOLDANIA. M. Como vive o idoso brasileiro? In: Muito além dos 60 – Os Novos Idosos Brasileiros. Ana Amélia Camarano (org). IPEA, p. 19 a 74, 1999. CARVALHO, J. A. M.; GARCIA, R. A. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 725-733, maio/jun. 2003. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse do Censo demográfico. Rio de Janeiro; 2011. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contas Nacionais - Conta-Satélite de Saúde 2007- 2009. Rio de Janeiro, 2012. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro, 2013. Johnsen C, East JM, Glassman P. Management of malnutrition in the elderly and the appropriate use of commercially manufactured oral nutritional supplements. J Nutr Health Aging 2000;4(1):42-6. LEE, R. The Demographic Transition: Three Centuries of Fundamental Change. Journal of Economic Perspectives, v. 17 (4): p. 167–190, 2003. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatuto do idoso. Brasília-DF, Brasil, 2003. MOTTA, L. B.; AGUIAR, A. C.; Novas competências profissionais em saúde e o envelhecimento populacional brasileiro: integridade, interdisciplinaridade e intersetorialidade. Ciên. Saúde coletiva, v. 12, n. 2, 2007. Novaes MRCG, Ito MK, Arruda SF, Rodrigues P, Lisboa AQ. Suplementação de micronutrientes na senescência: implicações nos mecanismos imunológicos. Rev Nutr 2005;18(3):367-76. PARK, K.; HARNACK, L.; JACOBS JR.; D. R. Trends in Dietary Supplement Use in a Cahort of Post menopausal Women From Iowa. Am. J. Epidemiol., v. 169, n. 7, p. 887-892, 2009. SHILS M.E. OLSON J.A. ROSS A.C. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. Barueri: Manole, 2003. SILVA, C.R.M.; NAVES, M.M.S.; Suplementação De Vitaminas Na Prevenção De Câncer. Rev. Nutri. v. 14, n. 2, p. 135-143, maio/ago; 2001. RAUEN, M. S. et al. Avaliação do estado nutricional de idosos institucionalizados. Rev. Nutri.; v. 21, n. 3, 2008. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária DCNT´s Doença Crônica não Transmissíveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe Ciência da Saúde MAN Mini Avaliação Nutricional MEDLINE National Library of Medicine SCIELO Sientific Electronic Libraly Online TGI Trato Gasto Intestinal
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