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3 INTRODUÇÃO No presente relatório, foram desenvolvidas as atividades solicitadas durante o Estágio em Espaços Não Escolares e Demais Modalidades da Educação, para aproveitamento parcial ao curso de Pedagogia. O relatório permite uma percepção sobre o trabalho realizado em ambiente não escolar além de diferenciar a educação formal da educação informal e da não formal. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia redimensionam a função docente ao entendê-la como um todo de modo que não seja restringida apenas ao espaço escolar, mas compreendendo-se como valiosa experiência que ultrapassa valores, princípios e contextos políticos, econômicos, sociais e culturais. Ao elaborar o relatório percebemos que a pedagogia não está resumida apenas ao exercício da docência em sala de aula, mas na construção de formação de profissionais críticos e reflexivos com relação à função social que propicia criar e construir conceitos práticos e eficazes que supram a necessidade da atuação. O pedagogo pode e deve atuar em muitas áreas, a partir do momento em que ele se permite conhecer e vivenciar outras experiências a fim de contribuir para a prática de vários segmentos seja na educação ou em outra área de trabalho. 4 1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS Alguns autores diferenciam apenas educação formal e não formal, mas a autora Gohn faz uma distinção entre os conceitos de educação formal, informal, e a não formal. A educação formal acontece na escola, ou instituições regulamentadas por lei, seguindo diretrizes nacionais. Além disso, os conteúdos são previamente definidos, tem caráter metódico e quem educa é o professor. A educação informal tem várias finalidades como desenvolver hábitos, comportamentos, atitudes e forma de expressar de acordo com sua origem, os resultados não são previamente definidos e surgem de acordo com o desenvolvimento do senso comum, o que ajuda a construir a identidade coletiva e até mesmo a percepção individual, quem educa são os pais, amigos, vizinhos etc. De forma breve, coloca que, a educação não formal destaca os processos educativos que têm uma intencionalidade na ação, pois prevê troca de conhecimento, envolve um processo interativo de ensino e aprendizagem e colabora com a construção de aprendizagens de saberes coletivos, quem educa é o “outro”. Partindo desse pressuposto espera-se que esta reflexão seja analisada sob novos olhares que visem a valorização e o reconhecimento do pedagogo nos campos educacionais formais e não formais. Ao falar sobre espaço não formal, descreve-se sobre local diferente do ambiente escolar que seja possível desenvolver atividades educativas, ou seja, são lugares alternativos de aprendizagem. São recursos pedagógicos complementares a escola e proporcionam aprendizagem significativa ou até mais, em muitos casos, pois o aluno tem a oportunidade de ver, tocar e aprender algo de modo diferente. Espaços educativos não formais, como por exemplo, museus, zoológicos, aquários, laboratórios, teatros, entre outros, promovem aprendizagem de maneira diferenciada da sala de aula, pois o aluno participa de modo descontraído, sem cobranças e pelo ambiente sugerir novidades, a curiosidade é sempre despertada, o que garante maior interação do aluno. O professor, além do seu papel de fazer o elo entre o conhecimento e o aluno, deve, através de suas palavras, atos e ações, ser um exemplo para ele. É na escola onde acontece a maior parte do processo da educação formal, sendo o docente o elemento que faz a intermediação entre o conhecimento e o educando. 5 A educação é um processo constante, sendo resultado das instituições e das relações sociais. A educação não formal organiza o processo de ensino e aprendizagem e pode ser realizada em qualquer ambiente, desde que apresente uma dinâmica diferente de aulas expositivas e utilize ferramentas didáticas e atrativas. Não aparece para substituir a educação formal, mas sim, para complementá- la. Os espaços não formais devem ser locais prazerosos, que valorizem as emoções. O ambiente externo à escola/sala de aula oferece inúmeros atrativos à criança e ao jovem. O educador necessita oferecer atividades motivadoras para que o aluno participe efetivamente das propostas. 6 2 RELATO DA REFLEXÃO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DA BNCC PARA A EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) possui como maior objetivo instituir uma regulamentação que norteia os currículos das escolas em todos os estados e municípios do Brasil. A BNCC, portanto, coloca em prática o que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê para a educação. É fundamental para promover a igualdade no sistema de sistema de ensino. Partindo desse ponto de vista, a educação não formal não necessariamente segue todas as normas instituídas pela BNCC, tendo em vista que o aluno pode desenvolver habilidades que propiciam reflexão acerca da diversidade cultural por exemplo. O papel do pedagogo é de extrema importância em um espaço não escolar, sendo capacitado para desempenhar uma função de mediador, articulador e facilitador do conhecimento. Os ambientes não escolares muitas vezes possuem características próprias, porém buscam promover também a formação de cidadãos críticos e reflexivos. Por meio de atividades interativas e dinâmicas é possível que o aluno adquira conhecimento através dessas práticas e vivências fora do ambiente escolar, o que permite a capacidade de criação, desenvolvimento do senso crítico e a convivência com o meio externo possibilita a adaptação nas diferentes relações sociais. Essas três competências citadas que integram a BNCC nada mais são do que propor que sejam inseridas na relação entre docente e discente interação diversificada e inovadora que enseje no conhecimento passado e adquirido, respectivamente, e que possam transmitir resultados positivos na aprendizagem. 7 3 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A SITUAÇÃO-PROBLEMA Leonardo é coordenador de uma Organização não Governamental (ONG) que atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. A ONG oportuniza atividades socioeducativas que envolvem esportes, artes e cultura. A equipe é composta por profissionais de diversas áreas, com base em um trabalho cooperativo e interdisciplinar que favorece o atendimento e o desenvolvimento educativo dos indivíduos atendidos. Leonardo sabe a importância dos serviços prestados pela ONG à comunidade, pois os espaços não escolares também propiciam consciência formativa para os jovens daquela realidade. Para isso, o coordenador reuniu os profissionais que atuam na ONG para que, juntos, realizem a construção de um projeto que articule “arte e cultura no bairro”. Se coloque no lugar de Leonardo e dos demais educadores da ONG e reflita sobre os seguintes apontamentos: 1. O que é uma Organização não Governamental (ONG)? Organização Não Governamental (ONG) trata-se de uma instituição privada sem fins lucrativos. As pessoas que fazem parte são chamadas de voluntários e realizam atividades em várias áreas como, por exemplo, saúde, trabalho, educação, assistência social, direitos, proteção aos animais, mulheres, crianças e minorias em geral ou outros grupos que precisam de assistência e não recebem do governo. 2. Por que as ONGs podem ser consideradas um ambiente propício ao desenvolvimento da educação não escolar? Pelo intuito da atividade ser educativa e de grande aprendizagem, é considerada ambiente propício, pois estabelece vínculos que são capazes de desenvolver várias habilidades. As ONGs são extremamente importantes, pois educam de forma individual e coletiva. 8 3. Qual a importância da educação não escolar para a realidade da comunidade atendida na situação-problema? A comunidade atendida recebe um olhar com carinho e leveza dos voluntáriose isso permite que as crianças e os jovens atendidos ao invés de se dispersarem com atividades que não são permitidas, possam ter momentos de aquisição de conhecimento em várias áreas profissionais e queiram um dia fazer parte como voluntários. É uma atividade profissionalizante e que propõe uma reflexão haja vista seu papel social. 9 4 PROJETO PARA A ONG TEMA Arte e cultura no bairro: resgatando valores. OBJETIVOS - Reconhecer que, desde bem pequeno, podemos desenvolver boa educação, boas maneiras; - Desenvolver reflexões sobre ações corriqueiras como: aprender pequenos gestos de boas maneiras, como cumprimentar e desculpar-se; - Apresentar atividades lúdicas que remetem a uma reflexão e, posteriormente, a uma mudança de hábitos e atitudes, prudência, coragem e busca de novos caminhos. METODOLOGIA - Participar de atividades de sensibilização; - Organizar campanhas no bairro: adotar atitudes de higiene, de valorização da cultura local, manutenção do ambiente em que vive; - Oficinas de recicláveis. PROPOSTA DE ATIVIDADES - Adotar atitudes de solidariedade, diálogo, justiça e respeito; - Mutirão da coleta seletiva e limpeza no bairro; - Convite de lazer para a comunidade com atrações locais, saúde bucal, recreação, doação de brinquedos reciclados, palestras sobre temas diversos. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisar a implantação da atuação pedagógica nos vários espaços da sociedade, bem como o seu engajamento dentro de organizações não governamentais (ONGs), pude observar que é imprescindível as ações que garantam uma articulação entre a educação e a garantia ou cuidado perante as carências sociais. A ONG coordenada por Leonardo é um exemplo de como essas ações transformam a realidade da comunidade periférica, e que necessitam de olhares mais humanos da sociedade como um todo, são crianças e jovens com habilidades incríveis, e que agora se desenvolvem longe da realidade em que estão inseridos. Esse trabalho de pesquisa e conhecimento me fez refletir acerca da dimensão profissional em que posso atuar, bem como, a importância desse trabalho desenvolvido para mudar a realidade de uma pessoa por meio da educação.
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