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Ebook da Unidade - Entendendo o SUS e o Pacto pela Saúde

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Prévia do material em texto

Aula 01
Pedro Libaldi Neto
Regulação, controle, 
avaliação e auditoria
em saúde
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
PEDRO LIBALDI NETO
Meu nome é Pedro Libaldi Neto, sou formado em Gestão de 
Políticas Públicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
de Santa Catarina, também sou especialista em Gestão Pública pela 
Universidade Federal de São João Del-Rei e também sou formado em 
Administração de Empresas pela Universidade Anhanguera. Atuo na área 
de fiscalização e auditoria de órgãos públicos há 12 anos, sou professor 
há 11 anos e leciono em escolas e fundações governamentais, além de 
ser conteudista de cursos preparatórios para concursos públicos. Espero 
propiciar um curso agradável e de grande valia para a vida profissional de 
todos vocês. Um forte abraço e bons Estudos!
Autor
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
SUS – serviços e ações 10
Histórico da saúde no Brasil 10
Amparo constitucional da saúde no Brasil 12
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – 
lei orgânica do SUS 15
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 – 
introduz o controle social na gestão da saúde 21
Portaria nº 2.203, de 5 de novembro de 1996 – 
(NOB 01/96) 24
O público e o privado na saúde 32
Portaria gm 399, de 22 de fevereiro de 2006 – 
pacto pela saúde 36
Lei nº 141, de 13 de janeiro de 2012 – dispor sobre os 
valores mínimos a serem aplicados anualmente pela 
união, estados, distrito federal e municípios em ações 
e serviços públicos de saúde 39
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 7
UNIDADE
01
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde8
Para que haja prestação de serviços públicos na área da saúde 
com qualidade e eficiência, faz-se necessário a utilização racional dos 
recursos públicos. Esta unidade vai abordar a evolução do sistema 
público de saúde no Brasil, bem como todo o embasamento jurídico-
legal e todas as normas que regem a matéria.
Aprenderemos sobre a importância e as responsabilidades que 
cada esfera governamental possui nas ações e serviços da saúde e, 
também, passaremos a analisar com um método crítico e avaliativo 
acerca da participação da sociedade na elaboração e implantação das 
ações e serviços na área da saúde no Brasil.
INTRODUÇÃO
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos:
1. Conhecer o histórico das políticas públicas da área da Saúde 
no Brasil;
2. Conhecer o amparo legal das políticas públicas da área da 
saúde no Brasil;
3. Aprender sobre a Lei Orgânica do SUS (Lei nº 8.080/90);
4. Aprender sobre os aspectos do público e o privado nas ações e 
serviços da saúde no Brasil;
5. Aprender sobre os mecanismos de atuação do SUS através da 
legislação de suporte.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde10
SUS – serviços e ações
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você haverá compreendido 
sobre a evolução histórica dos serviços de saúde no Brasil, 
bem como conhecer o respaldo legal das atividades da 
área da saúde, conhecer a legislação que regulamenta e dá 
amparo às ações da saúde, aprender sobre a participação 
da sociedade e entender a interação entre o público 
e o privado. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Histórico da saúde no Brasil
Os primórdios de ações e serviços na área da saúde no Brasil 
remontam à época da colonização e, em detrimento do poder aquisitivo 
de cada um, àqueles que possuíam recursos conseguiam realizar 
consultas médicas. Em contrapartida, os que não detinham recursos 
dependiam de caridade e filantropia, inclusive por intermédio de Santas 
Casas de Misericórdia.
Após a chegada da família real ao Brasil, foram criados os primeiros 
cursos de medicina em território brasileiro. A primeira instituição de ensino 
voltada à medicina foi a Universidade Federal da Bahia, inaugurada em 18 
de fevereiro de 1808 com o nome de Escola de Cirurgia da Bahia. Neste 
período foram criados os primeiros órgãos de saúde pública que tinham 
como atribuição inspecionar a saúde e o saneamento básico.
Em 1953 foi criado o Ministério da saúde e que desenvolvia ações 
junto aos estados e municípios voltadas praticamente a campanhas de 
prevenção de doenças e de promoção à saúde.
Na final da década de 60, o Estado atuava na área da saúde 
através do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que, em 1977 
passou-se a chamar INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica 
da Previdência Social) e este perdurou até meados de 1993.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 11
 Fig. 1 - Escola de Cirurgia da Bahia
Fonte: http://bit.ly/38iaItJ
SAIBA MAIS:
A Saúde Pública no Brasil durante o regime militar começou 
com um processo de mudança que criou as primeiras bases 
para o surgimento do SUS (Sistema Único de Saúde), na 
década de 1990. Houve uma redefinição das competências 
do Ministério da Saúde, agora atuante em formulação da 
política nacional de saúde, assistência médica ambulatorial, 
prevenção da saúde, controle sanitário, pesquisas na área 
da saúde. Desta maneira ele deixava de ser somente um 
aparato burocrático tornando-se efetivamente um órgão 
importante na gestão e responsabilidade pela condução 
das políticas públicas de saúde no país. 
http://bit.ly/2ShJ4HS
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde12
Inserido na CF/88, o SUS iniciou uma sistemática de atendimento 
cujos princípios valorizam o acesso universal a saúde por todos, a 
equidade e a integralidade nas ações e serviços de saúde e, como 
estratégias de gestão, a descentralização e o controle social.
Destaque-se que houve uma efetiva adoção de procedimentos 
e regulação de padrões após a edição da Lei Orgânica do SUS (Lei nº 
8.080/90). Sendo assim, houve uma melhora considerável no tocante à 
qualidade das ações e serviços de saúde no Brasil.
Fig. 2 – ações do SUS
Fonte: http://bit.ly/38lJUbS
Amparo constitucional da saúde no Brasil
Corolário constituinte, o art. 5° da CF/88, traz em seu caput 
um direito que também é assegurado como garantia fundamental e 
assegura do como cláusula pétrea - o direito à vida.
Este direito é resguardado, ainda, por vários outros conceitos 
também aplicados na CF/88. Como direito social, a saúde é tratada em 
seu artigo 6°: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição”.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 13
Lenza (2012, p. 1077) afirma que a doutrina assevera o princípio 
da dupla vertente aos direitos sociais: “no tocante à saúde, que ganha 
destaque, enquanto direito social, no texto de 1988: a) natureza negativa: 
o Estado ou terceiros devem abster-se de praticar atos que prejudiquem 
terceiros; b) natureza positiva: fomenta-se um Estado prestacionista para 
implementar o direito social”.
DEFINIÇÃO:
São os direitos que visam garantir aos indivíduos o exercício 
e usufruto de direitos fundamentais em condições de 
igualdade, para que tenham uma vida digna por meio da 
proteção e garantias dadas pelo estado de direito. http://
bit.ly/38ju3uq
Ainda na CF/88, a Seção II, TÍTULO VIII - Da Ordem Social -, através 
do art. 196 diz o seguinte: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução 
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Fig. 3 – princípio da universalidade
Fonte: http://bit.ly/2UHCP1j
Ainda em relação ao art. 196, Araújo e Serrano (2003) destacam 
que o término deste artigo menciona os dois princípios mais importantes 
que tratam da saúde na CF/88: o princípio do acesso universal e o 
princípio do acesso igualitário.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde14
Para Kuschnir, Horácio & Lima e Lira (2012), o sistema de saúde 
público brasileiro possui “financiamento é público, realizado por meio de 
tributos pagos pela população e coletados pelo Estado e organização é 
pública, realizada diretamente pelo Estado”. 
Outro ponto importante é o fato de que, embora o poder público 
seja o detentor responsável pela implantação das políticas públicas 
de saúde, a CF/88 permite que tais serviços sejam disponibilizados, 
indiretamente, através de terceiros. Bem como, prestados por pessoas 
físicas e jurídicas de direito privado mediante a regulamentação e 
fiscalização do poder público, tal qual previsão do art. 197 da CF/88.
Para que exista uma prestação de ações e serviços de saúde com 
boa qualidade, eficiente, eficaz e com efetividade, o art. 198 da CF/88 
determina que estes serviços adotem as diretrizes da descentralização 
mediante direção única nas esferas Municipal, Estadual, Distrital e 
Federal, realize atendimento integral, priorizando atividades preventivas 
e que haja atuação conjunta da sociedade.
Características das ações e serviços de saúde
 � Boa qualidade: percepção positiva de determinado serviço ou 
produto e que ao adquiri-lo, este atinja o grau de satisfação almejado.
 � Eficiente: utilização racional de recursos materiais e humanos 
de modo que o processo produtivo seja mais econômico, demande um 
menor tempo e seja realizado da maneira mais prática possível.
 � Eficaz: resultado satisfatório de acordo com parâmetros 
estabelecidos conforme conceito de boa qualidade e obtidos através 
de um processo produtivo eficiente.
 � Efetividade: dizemos que é a realização de um de modo 
racional de um processo (eficiente) que atinge um resultado satisfatório 
(eficaz) e que da junção destes dois dispositivos ele alcança um grau de 
realização de modo que todo o planejamento se já cumprido com êxito, 
atingindo todas as metas propostas.
ACESSE:
https://pensesus.fiocruz.br/universalidade
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 15
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – 
lei orgânica do SUS
A Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, estabelece as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes.
Para que isto ocorra, seu art. 1° estabelece que: 
“Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e 
serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, 
em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou 
jurídicas de direito Público ou privado”. (g.n.)
Convém frisar que toda e qualquer legislação que rege 
determinada matéria deve estar em consonância com a CF/88, haja a 
vista a possibilidade de se arguir a invalidade daquele documento.
Como reforço das normas constitucionais que versam sobre 
a saúde, o art. 2° da Lei 8.080/90 reitera ser um direito fundamental o 
acesso à saúde e que o Estado deve provê-la através de condições ao 
seu pleno exercício.
Paralelo ao Estado, as pessoas, a família, as empresas e a 
sociedade como um todo também possuem deveres quanto à saúde 
pública. Isto é o que diz o parágrafo 2° do art. 2da Lei n° 8.080/90.
Outros princípios reiterados são: universalidade e igualdade, 
ambos citados no parágrafo 1°, do art. 2º, da Lei n° 8.080/90:
“O dever do Estado de garantir a saúde consiste na 
formulação e execução de políticas econômicas e sociais 
que visem à redução de riscos de doenças e de outros 
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem 
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a 
sua promoção, proteção e recuperação”. (g.n.)
Para a Lei Orgânica do SUS existem fatores determinantes para a 
obtenção da saúde e instituídos no § 3°, são eles: “alimentação, a moradia, 
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde16
o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, 
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”. Pois tais 
conceitos corroboram com o entendimento de que um acesso maior a estes 
quesitos implicam numa organização econômica e social mais elevada.
O art. 6°, da Lei nº 8.8080/90, enumera um rol de atuações 
do SUS a saber:
“I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de 
ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área 
de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde 
e a participação na sua produção; 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas 
para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento 
científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus 
derivados.”
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 17
A competência da gestão do SUS é acometida ao Ministério da 
Saúde no plano Federal, às Secretarias de Saúde nos Estados e Dis-
trito Federal e às Secretarias de Saúde no âmbito Municipal. Cabendo 
à prestação direta ou complementar pela iniciativa privada de maneira 
regionalizada e em hierarquia de complexidade.
A uniformidade dos planos de saúde de cada governo será 
garantida pelo Conselho Nacional de Saúde através de diretrizes em 
razão das características epidemiológicas e organização dos serviços 
de saúde.
No âmbito nacional, através de comissões intersetoriais, 
serão geridas as atividades e serviços da saúde. As comissões serão 
subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde e terão participação de 
entidades da sociedade civil e orientação dos Ministérios e Órgãos 
competentes.
As comissões intersetoriais criarão políticas e programas que, 
adotarão, entre outras atividades, as seguintes vertentes de atuação: 
alimentação enutrição, saneamento e meio ambiente, vigilância sanitária 
e farmacoepidemiologia, recursos humanos, ciência e tecnologia e 
saúde do trabalhador.
Assim como a CF/88, a Lei 8.080/90 também assegura à 
iniciativa privada “a promoção, proteção e recuperação da saúde através 
da atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente 
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado”.
Em se tratando de responsabilidades, temos que as três esferas 
de governo (Federal, Estadual e Municipal) possuem atribuições 
comuns. Com o intuito de evidenciar as mais importantes, o art. 15 da Lei 
nº 8.080/90 traz os seguintes: “definição das instâncias e mecanismos 
de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde e 
administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em 
cada ano, à saúde”.
Acerca das competências, a direção nacional do SUS, por 
intermédio do art. 16 da Lei nº 8.080/90, deve:
“I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e 
nutrição;
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde18
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de 
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente 
ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde 
humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões 
para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e 
coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de 
vigilância epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de 
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser 
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o 
controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e 
serviços de consumo e uso humano;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e 
de fiscalização do exercício profissional, bem como com 
entidades representativas de formação de recursos humanos 
na área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução 
da política nacional e produção de insumos e equipamentos 
para a saúde, em articulação com os demais órgãos 
governamentais;
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 19
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência 
nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de 
assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da 
sua atuação institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema 
Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de 
assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades 
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações 
de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e 
municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema 
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de 
saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no 
âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, 
Municípios e Distrito Federal; e
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar 
a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território 
Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios 
e Distrito Federal.
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância 
epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como 
na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam 
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único 
de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação 
nacional.”
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde20
Como é sabida, a prestação de serviços públicos de saúde nem 
sempre é efetivo e consegue atender com a devida presteza a demanda 
da sociedade. Para tanto, o poder público pode recorrer à iniciativa 
privativa de maneira complementar. Faz-se necessário comentar que 
o método utilizado para formalização dos serviços pode ser feita por 
contrato ou convênio público, tal qual preconiza o parágrafo único do 
art. 24, da Lei nº 8.080/90.
Os recursos utilizados na prestação de serviços do SUS serão 
depositados em conta específica, sendo necessário um Órgão gestor 
responsável tal qual o Fundo Nacional de Saúde no governo federal. 
Para que haja um acompanhamento e uma fiscalização efetiva de tais 
recursos, o § 4º, do art. 33, admite que:
“o Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema 
de auditoria, a conformidade à programação aprovada da 
aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. 
Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos 
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas 
previstas em lei.”
As atividades da saúde, conforme dito anteriormente, são 
financiadas por recursos públicos e as autoridades que detém a 
responsabilidade distribuir os recursos deverão transferir tais valores ao 
Fundo Nacional de Saúde (FNS), de maneira automática.
Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social 
será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, 
no Orçamento da Seguridade Social.
A utilização efetiva e eficiente dos recursos da área da saúde 
depende, também, de um planejamento orçamentário que será 
levado a efeito das municipalidades até o nível federal de governo e 
serão formalizados em planos de saúde elaborados em cada esfera de 
governo.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 21
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 
– introduz o controle social na gestão da 
saúde.
Dando prosseguimento nas ações e serviços da saúde e, com 
o intuito de ampliar a participação da sociedade na gestão da saúde 
pública, é editada em 19 de dezembro de 1990, a Lei nº 8.142, que 
especifica a atuação da sociedade nas atividades do SUS, bem como 
aborda os procedimentos para transferência dos recursos arrecadados.
O art. 1º, da Lei nº 8.142/90, diz que, nas respectivas esferas de 
governo, além das funções do Poder Legislativo, atuarão duas instâncias 
colegiadas: conferência de saúde e conselho de saúde. Sendo assim, o 
§ 1º, do art. 1º, da Lei nº 8.142/90 determina as atribuições e composição 
daqueles:
“§ 1°. A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos 
com a representação dos vários segmentos sociais, para 
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a 
formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, 
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, 
por esta ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2°. O Conselho de Saúde, em caráter permanente e 
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes 
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e 
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da 
execução da política de saúde na instância correspondente, 
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente 
constituído em cada esfera do governo.
§ 3°. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) 
e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde 
(Conasems) terão representação no Conselho Nacional de 
Saúde.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde22
§ 4°. A representação dos usuários nos Conselhos de Saúdee Conferências será paritária em relação ao conjunto dos 
demais segmentos.
§ 5°. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde 
terão sua organização e normas de funcionamento definidas 
em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Para que os recursos destinados às políticas da área da saúde 
sejam repassados aos Municípios, os Estados e o Distrito Federal, estes 
deverão apresentar os seguintes requisitos:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com 
o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
III - plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 
4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e 
Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos 
Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste 
artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, 
respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Com a intenção de acrescentar conceitos e terminologias ao 
contexto das ações pactuadas entre as esferas de governo e, sobretudo, 
definir responsabilidades em detrimento dos gestores envolvidos, 
trazemos os seguintes conteúdos:
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído 
por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir 
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de 
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, 
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e 
a execução de ações e serviços de saúde;
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 23
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo 
de colaboração firmado entre entes federativos com a 
finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de 
saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição 
de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios 
de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão 
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua 
execução e demais elementos necessários à implementação 
integrada das ações e serviços de saúde;
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à 
saúde do usuário no SUS;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação 
consensual entre os entes federativos para definição das 
regras da gestão compartilhada do SUS;
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição 
de recursos humanos e de ações e serviços de saúde 
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o 
desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do 
sistema;
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços 
de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, 
com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à 
saúde;
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde 
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão 
de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento 
especial; e
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que 
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo 
à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e 
demais produtos apropriados, quando couber; as posologias 
recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o 
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, 
a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde24
Portaria nº 2.203, de 5 de novembro 
de 1996 – (NOB 01/96)
Buscando a consolidação da atuação dos municípios na gestão 
da saúde, foi editada a Norma Operacional básica 01/96, além de 
ressaltar a atuação da esfera municipal, esta norma também aponta o 
compromisso dos governos estaduais e federal.
Para tanto, o item 2 desta norma busca reordenar as diretrizes de 
atuação conforme:
“a) os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no 
tocante à direção única; 
b) os instrumentos gerenciais para que municípios e estados 
superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e 
assumam seus respectivos papéis de gestores do SUS;
c) os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo 
progressiva e continuamente a remuneração por produção 
de serviços e ampliando as transferências de caráter global, 
fundo a fundo, com base em programações ascendentes, 
pactuadas e integradas;
d) a prática do acompanhamento, controle e avaliação no 
SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados 
no faturamento de serviços produzidos, e valorizando 
os resultados advindos de programações com critérios 
epidemiológicos e desempenho com qualidade;
e) os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando 
os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, 
condições para uma efetiva participação e controle social”.
Tendo em vista a posição do município perante a gestão, convém 
destacar outro aspecto importante a ser ressaltado: a gerência (comando) 
dos estabelecimentos ou órgãos de saúde de um município é da pessoa 
jurídica que opera o serviço, sejam estes estatais (federal, estadual ou 
municipal) ou privados (NOB 01/96).
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 25
Desta forma, devido à necessidade de atendimento da população 
que engloba a rede de atendimento municipal, a relação desse 
gerente deve ocorrer somente com o gestor do município onde o seu 
estabelecimento está sediado, seja para atender a população local, seja 
para atender a referenciada de outros municípios. (NOB 01/96).
A participação do gestor estadual pode ser descrita em quatro 
papéis:
Exercer a gestão do SUS, no 
âmbito estadual.
Promover as condições e 
incentivar o poder municipal para 
que assuma a gestão da atenção 
à saúde de seus munícipes, 
sempre na perspectiva da 
atenção integral.
Assumir, em caráter transitório 
(o que não significa caráter 
complementar ou concorrente), 
a gestão da atenção à 
saúde daquelas populações 
pertencentes a municípios que 
ainda não tomaram para si esta 
responsabilidade.
Ser o promotor da harmonização, 
da integração e da modernização 
dos sistemas municipais, 
compondo, assim, o SUS-
Estadual.
 Fonte: NOB 01/96.
O estado ainda assume outro papel importante quanto à gestão, 
no sentido de realinhar a programação dos serviços de saúde, bem 
como ratificar as decisões sobre o planejamento do apoio de logística 
e gestão estratégica do SUS-Estadual. Neste contexto, a NOB 01/96 
estabelece que sejam ratificados os seguintes tópicos:
a) plano estadual de saúde, contendo as estratégias, as 
prioridades e as respectivas metas de ações e serviços 
resultantes, sobretudo, da integração das programações dos 
sistemas municipais;
b) estruturação e operacionalização do componente estadual 
do Sistema Nacional de Auditoria;
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde26
c) estruturação e operacionalização dos sistemas de 
processamento de dados, de informação epidemiológica, de 
produção de serviços e de insumos críticos;
d) estruturação e operacionalização dos sistemas de vigilância 
epidemiológica, de vigilância sanitária e de vigilância alimentar 
e nutricional;
e) estruturação e operacionalização dos sistemas de recursos 
humanos e de ciência e tecnologia;
f) elaboração do componente estadual de programações 
de abrangência nacional, relativas a agravos que constituam 
riscos de disseminação para além do seu limite territorial;
g) elaboração do componente estadual da rede de laboratórios 
de saúde pública;
h) estruturação e operacionalização do componente estadual 
de assistência farmacêutica;
i) responsabilidade estadual no tocante à prestação de serviços 
ambulatoriais e hospitalares de alto custo, ao tratamento forado domicílio e à disponibilidade de medicamentos e insumos 
especiais, sem prejuízo das competências dos sistemas 
municipais;
j) definição e operação das políticas de sangue e hemode-
rivados; 
k) manutenção de quadros técnicos permanentes e compatíveis 
com o exercício do papel de gestor estadual;
l) implementação de mecanismos visando a integração das 
políticas e das ações de relevância para a saúde da população, 
de que são exemplos aquelas relativas a saneamento, 
recursos hídricos, habitação e meio ambiente.
Haja vista a ação conjunta das esferas de governo, os quatro 
papéis básicos da gestão Nacional vêm descritos da seguinte maneira:
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 27
Exercer a gestão do SUS, no 
âmbito nacional.
Promover as condições e 
incentivar o gestor estadual com 
vistas ao desenvolvimento dos 
sistemas municipais, de modo a 
conformar o SUS-Estadual.
Fomentar a harmonização, a 
integração e a modernização dos 
sistemas estaduais compondo, 
assim, o SUS-Nacional.
Exercer as funções de 
normalização e de coordenação 
no que se refere à gestão nacional 
do SUS.
Fonte: NOB 01/96.
As ações e serviços de saúde são custeados pelas três esferas de 
governo através de previsão constitucional. Por se tratar de seguridade 
social, o financiamento da saúde é feito com base no art. 195, da CF/88:
“A seguridade social será financiada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada 
na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998);
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos 
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste 
serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998);
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998)
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde28
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência 
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria 
e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998);
III - sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de 
quem a lei a ele equiparar. 
A NOB 01/96 também aborda as Transferências Intergoverna-
mentais e Contrapartidas dos níveis de governo sendo estas 
transferências, regulares ou eventuais, da União para estados, municípios 
e Distrito Federal estão condicionadas à contrapartida destes níveis de 
governo, em conformidade com as normas legais vigentes (NOB 01/96).
O reembolso das despesas, realizadas em função de atendimentos 
prestados por unidades públicas aos beneficiários de planos privados 
de saúde, constitui fonte adicional de recursos. Por isso, e consoante 
à legislação federal específica, estados e municípios devem viabilizar 
estrutura e mecanismos operacionais para a arrecadação desses 
recursos e a sua destinação exclusiva aos respectivos fundos de saúde.
Outro importante conceito trazido pela NOB 01/96 foi a 
Programação Pactuada e Integrada – PPI, cuja norma preconiza que a 
PPI aborda ações voltadas à assistência ambulatorial e hospitalar, de 
vigilância sanitária e de epidemiologia e controle de doenças.
Ainda explicitada no contexto da norma, a PPI “constitui um 
instrumento essencial de reorganização do modelo de atenção e da 
gestão do SUS, de alocação dos recursos e de explicitação do pacto 
estabelecido entre as três esferas de governo” (NOB 01/96).
Essa Programação busca garantir a disponibilização efetiva de 
serviços de saúde à população em geral, para que isso aconteça, há 
de se evidenciar as responsabilidades de cada município através da 
oferta dos serviços no próprio município ou quer pelo encaminhamento 
a outras regiões.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 29
Fig. 4 pactuação da saúde entre as esferas de governo
Fonte: http://bit.ly/2HfdxQo
As atividades sempre serão pactuadas por intermédio de relações 
entre gestores municipais e serão mediadas pelo gestor da esfera do 
estado. Cumpre destacar que a pactuação deverá obedecer aos princípios 
e diretrizes norteadores:
 � A elaboração da PPI deve se dar num processo ascendente, de 
base municipal, configurando, também, as responsabilidades do 
estado na busca crescente da eqüidade, da qualidade da atenção e 
na conformação da rede regionalizada e hierarquizada de serviços.
 � A Programação observa os princípios da integralidade das 
ações de saúde e da direção única em cada nível de governo, 
traduzindo todo o conjunto de atividades relacionadas a uma 
população específica e desenvolvidas num território determinado, 
independente da vinculação institucional do órgão responsável 
pela execução destas atividades. Os órgãos federais, estaduais e 
municipais, bem como os prestadores conveniados e contratados 
têm suas ações expressas na programação do município em que 
estão localizados, na medida em que estão subordinados ao 
gestor municipal.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde30
 � A União define normas, critérios, instrumentos e prazos, aprova 
a programação de ações sob seu controle − inscritas na 
programação pelo estado e seus municípios − incorpora as ações 
sob sua responsabilidade direta e aloca os recursos disponíveis, 
segundo os valores apurados na programação e negociados na 
CIT, cujo resultado é deliberado pelo CNS.
 � A elaboração da programação observa critérios e parâmetros 
definidos pelas Comissões Intergestores e aprovados pelos 
respectivos Conselhos. No tocante aos recursos de origem 
federal, os critérios, prazos e fluxos de elaboração da programação 
integrada e de suas reprogramações periódicas ou extraordinárias 
são fixados em ato normativo do MS e traduzem as negociações 
efetuadas na CIT e as deliberações do CNS.
O item 15 da NOB 01/96 assevera que “as condições de gestão, 
estabelecidas aqui, explicitam as responsabilidades do gestor municipal, 
os requisitos relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas que 
favorecem o seu desempenho”.
Corroborando com o fortalecimento das atividades específicas 
por esfera de governo e alicerçados nos princípios da equidade e 
isonomia, condições de gestão significa a declaração dos compromissos 
assumidos por parte do gestor perante os outros gestores e perante a 
população sob sua responsabilidade.
A partir desta NOB, os municípios podem habilitar-se em duas 
condições:
a) GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA; e
b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação 
permanecem, para efeito desta Norma Operacional, na condição de 
prestadores de serviços ao Sistema, cabendo ao estado a gestão do 
SUS naquele território municipal, enquanto for mantida a situação de 
não-habilitado.
Ampliando o escopo da gestão básica municipal, podemos inferir 
que esta norma traz inúmeras responsabilidades e, escorados nestas, 
requisitos que possam dar autonomia administrativa e gerencial ao 
município.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 31
Para que as ações tenham efetividade, mediante o item 15.1.1, 
trazemos as responsabilidades municipais:
* Elaboração de programação municipal dos serviços básicos, 
inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta de 
referência ambulatorial especializada e hospitalar para seus 
munícipes, com incorporação negociada à programação 
estadual.
* Gerência de unidades ambulatoriais próprias.
* Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais, 
conveniadas e contratadas), introduzindoa prática do 
cadastramento nacional dos usuários do SUS, com vistas 
à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos 
serviços.
* Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
res dos serviços contidos no PAB.
* Manutenção do cadastro atualizado das unidades assisten-
ciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
* Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema 
sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o 
seu meio ambiente.
* Execução das ações básicas de vigilância sanitária.
* Execução das ações básicas de epidemiologia, de controle 
de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de 
causas externas, como acidentes, violências e outras.
* Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo 
Conselho Municipal de Saúde.
Ainda na vertente da gestão básica municipal e, corroborando 
com as responsabilidades no âmbito municipal, o item 15.1,2 da NOB 
01/96 cita os seguintes requisitos: 
a) Comprovar o funcionamento do CMS.
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde32
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde e comprometer-
se a participar da elaboração e da implementação da PPI 
do estado, bem assim da alocação de recursos expressa na 
programação.
d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições 
materiais para o exercício de suas responsabilidades e 
prerrogativas quanto à contratação, ao pagamento, ao 
controle e à auditoria dos serviços sob sua gestão.
e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio 
realizado no ano anterior, correspondente à contrapartida 
de recursos financeiros próprios do Tesouro Municipal, de 
acordo com a legislação em vigor.
f) Formalizar junto ao gestor estadual, com vistas à CIB, após 
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o 
cumprimento dos requisitos relativos à condição de gestão 
pleiteada.
g) Dispor de médico formalmente designado como respon-
sável pela autorização prévia, controle e auditoria dos 
procedimentos e serviços realizados.
h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de 
ações de vigilância sanitária.
i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações 
de vigilância epidemiológica.
j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos 
humanos para supervisão e auditoria da rede de unidades, 
dos profissionais e dos serviços realizados.
O público e o privado na saúde
Como acontece em vários outros segmentos, os investimentos 
públicos nem sempre consegue suprir a demanda populacional, iner-
ente a este sistema nós podemos trazer ao contexto a definição de falha 
de mercado.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 33
Não poderia ser diferente em relação à área da saúde, além de 
ser um setor crucial para qualquer sociedade, aduzimos que vários 
índices de desenvolvimento são atrelados a esta área. Portanto, faz-se 
extremamente necessário uma comparação entre o cruzamento das 
ações público – privadas no setor da saúde no Brasil.
Para SANTOS, SANTOS and BORGES (2013) “a discussão sobre 
o chamado mix público-privado surge nos últimos vinte anos, no bojo 
dos movimentos de reforma do Estado. Seu foco são questionamentos 
sobre méritos e deméritos, escopo e limites da atuação do setor privado 
e do Estado no financiamento e na produção de bens e serviços nos 
diferentes segmentos da economia”.
No caso dos sistemas nacionais de saúde, construídos com base 
nos alicerces de proteção social do welfare state, as transformações 
correspondem a um movimento de rearranjo e adequações de seu 
modelo, tendo sido agregadas questões que despontam na sociedade 
a partir da década de 1980, comumente identificadas por valores do 
individualismo e da valorização do mercado e do setor privado. Tais 
questões são elementos centrais do ideário neoliberal SANTOS, SANTOS 
and BORGES (2013) apud (UGA e MARQUES, 2005).
ACESSE:
http://bit.ly/2OLi1Cj
SAIBA MAIS:
welfare state – Estado de bem-estar social, Estado-
providência ou Estado social é um tipo de organização 
política e econômica que coloca o Estado como agente 
da promoção social e organizador da economia. Nesta 
orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda 
a vida e saúde social, política e econômica do país, em 
parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis 
diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao 
Estado do bem-estar social, garantir serviços públicos e 
proteção à população. Fonte: wikipedia,
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde34
Fig. 5 - Estado do Bem-Estar Social
Fonte: http://www.nanihumor.com
No que concerne o entendimento deste contexto, as situações 
aqui tratadas, abordam a estrutura das ações e serviços de saúde 
no Brasil, bem como o incremento destas ações na perspectiva de 
prestadores públicos e privados.
SANTOS, SANTOS and BORGES (2013), consideram que: 
“Os arranjos publico-privados são consistentes com os 
objetivos gerais do sistema de saúde – de contribuição 
positiva aos resultados de saúde, ao desenvolvimento do 
próprio sistema de saúde e a garantia do direito social a 
saúde tal como previsto na Constituição Federal Onde e de 
que maneira o setor privado afeta e interfere no sistema de 
saúde e quais são suas interfaces com o setor publico Como 
os arranjos público-privados interferem na sustentabilidade 
do setor de saúde Para proteger o interesse publico, quais são 
as necessidades de fomento ou de regulação E, finalmente, 
como formular politicas de investimento e de melhorias do 
SUS tendo em vista os arranjos publico-privados.”
No transcorrer das décadas de 70 e 80, destacamos uma evidente 
mudança da gestão da saúde pública. A evolução da crise econômica 
estabelecida no Brasil fez com que a previdência absorvesse uma 
grande parte dos recursos assistenciais. 
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 35
O grande acontecimento da 8a Conferencia Nacional de 
Saúde (8ª CNS) em 1986, foi a criação do SUDS (Sistema Unificado e 
Descentralizado de Saúde) no ano de 1987.
Fig. 6 - 8a Conferencia Nacional de Saúde
Fnte: https://www.romulopassos.com.br
A implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS) surgiu de um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, 
mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção “Da Saúde” 
(artigo 196 até o artigo 200) da Constituição de 1988.
Esses fatos, em conjunto com o Movimento da Reforma Sanitária 
Brasileira, influenciaram a Constituinte e resultaram nos preceitos do 
capitulo da Seguridade Social e da Seção da Saúde da Constituição 
Federal de 1988, que consagra um sistema publico de saúde, com 
acesso gratuito e universal a uma ampla cesta de serviços de saúde, 
organizados pela integração entre os três níveis de atenção.
Ao mesmo tempo, foi permitida a possibilidade de a iniciativa 
privada atuar na assistência a saúde – por meio de relação contratual 
e convenial na prestação de serviços ao SUS, constitucionalmente 
denominada de “complementar” e posteriormente normatizada no Titulo 
III da LOS nº. 8.080/90, sobre os serviços privados de saúde – e foram 
definidos como de relevância publica as ações e os serviços de saúde, 
temas dispostos respectivamente nos Artigos 197 e 199. (SANTOS, 
SANTOS and BORGES, 2013).
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde36
Portaria gm 399, de 22 de fevereiro de 
2006 – pacto pela saúde.
Esta Portaria redigida em 2002 traz o compromisso público 
assumido pelos gestores do SUS em prol do PACTO PELA SAÚDE 2006. 
Neste sentido, o ANEXO I da Portaria GMS 399 diz que:
“Será anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS, 
ênfase nas necessidades de saúde da população e que implicará o exercício 
simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas nos três 
componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão 
do SUS”.
Fig. 7 – Pacto pela saúde – Portaria GM 399/06Fonte: http://conselho.saude.gov.br
O ANEXO I da Portaria 399 afirma que o pacto pela vida “apresenta 
compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e 
resultados e derivados da análise da situação de saúde do País”, bem 
como as prioridades para cada ente da Federação.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 37
No quadro abaixo traremos as características do PACTO PELA 
VIDA:
Portaria GM 399/06
Em relação ao pacto em defesa do SUS, o Anexo I da Portaria 399 
reitera a busca por ações conjuntas dos governos municipais, estaduais 
e federal, sustentando a posição no intuito de reforçar as ações do SUS 
como política de Estado através do seu amplo respaldo constitucional. 
Neste sentido, destacamos suas ações prioritárias:
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde38
PACTO EM DEFESA DO SUS
Expressou compromissos entre os gestores como a consolidação da 
Reforma Sanitária e articulações que visavam qualificar e assegurar 
o SUS como política pública, tendo como prioridades a mobilização 
social, direitos dos usuários do SUS e ampliação do diálogo com a 
sociedade.
Ações 
prioritárias
Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e 
desenvolvimento da cidadania e saúde como direito.
Estabelecimento de diálogo com a sociedade.
Ampliação e fortalecimento das relações com os 
movimentos sociais.
Publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS.
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso.
Com o fito de evidenciar uma estratégia descentra-lizadora, o 
Pacto pela Gestão do SUS apresenta uma forte “descentralização de 
atribuições do Ministério da Saúde para os estados, e para os municípios, 
promovendo um choque de descentralização, acompanhado da 
desburocratização dos processos normativos. Reforça a territorialização 
da saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as 
regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional” (Anexo I, 
Portaria 399/06).
PACTO DE GESTÃO DO SUS
Estabeleceu responsabilidades sanitárias e diretrizes para a gestão do 
SUS, expressas em Termos de Compromisso de Gestão (TCG).
Ações prioritárias Descentralização
Regionalização
Financiamento
Planejamento
Programação
Regulação
Participação e controle social
Gestão do trabalho e educação na 
saúde
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 39
Lei nº 141, de 13 de janeiro de 2012 – 
dispor sobre os valores mínimos a serem 
aplicados anualmente pela união, estados, 
distrito federal e municípios em ações e 
serviços públicos de saúde.
Sendo extremamente cruciais para a efetiva implementação das 
ações e serviços de saúde, os recursos financeiros devem atender à 
regulamentação imposta pela legislação, de modo que os gestores, 
em razão do princípio da legalidade, não possam se desviar das suas 
obrigações. Neste compasso, a Lei nº 141 traz regulamentação do § 3o 
do art. 198 da Cons tituição Federal, que trata dos valores mínimos a ser-
em aplicados em ações e serviços de saúde.
ACESSE:
http://bit.ly/3bubLsw
O art. 1º da Lei nº 141 ensina que, através desta Lei são regulamen-
tados: o valor mínimo e normas de cálculo do montante mínimo a ser 
aplicado, anualmente, pela União em ações e serviços públicos de 
saúde, os percentuais mínimos do produto da arrecadação de impostos 
a serem aplicados anualmente pelos Estados, pelo Distrito Federal e 
pelos Municípios em ações e serviços públicos de saúde, os critérios de 
rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados aos seus 
respectivos Municípios, visando à progressiva redução das disparidades 
regionais e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas 
com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal. 
Destarte, não podemos deixar de evidenciar que as ações 
e serviços apresentam alguns requisitos para serem consideradas 
despesas efetivas da saúde, desta feita, o art. 3º, da Lei. nº 141,observados 
o art. 200, da CF/88 e o art. 6º, da Lei nº 8.080, traz a seguinte referência:
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde40
I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a 
sanitária; 
II - atenção integral e universal à saúde em todos os níveis 
de complexidade, incluindo assistência terapêutica e 
recuperação de deficiências nutricionais; 
III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de 
Saúde (SUS); 
IV - desenvolvimento científico e tecnológico e controle de 
qualidade promovidos por instituições do SUS; 
V - produção, aquisição e distribuição de insumos específicos 
dos serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, 
sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos 
médico-odontológicos; 
VI - saneamento básico de domicílios ou de pequenas 
comunidades, desde que seja aprovado pelo Conselho de 
Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de 
acordo com as diretrizes das demais determinações previstas 
nesta Lei Complementar; 
VII - saneamento básico dos distritos sanitários especiais 
indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos; 
VIII - manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de 
vetores de doenças; 
IX - investimento na rede física do SUS, incluindo a execução 
de obras de recuperação, reforma, ampliação e construção 
de estabelecimentos públicos de saúde; 
X - remuneração do pessoal ativo da área de saúde em 
atividade nas ações de que trata este artigo, incluindo os 
encargos sociais; 
XI - ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições 
públicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e 
serviços públicos de saúde; e 
XII - gestão do sistema público de saúde e operação de 
unidades prestadoras de serviços públicos de saúde. 
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 41
Fig. 8 – Determinação dos gastos mínimos com saúde Lei nº 141/12 
Fonte: http://bit.ly/2vjOtoL
A sistemática estipulada para a aplicação dos gastos mínimos, por 
esfera de governo, está no respectivo Art. 5º, da Lei nº 141, como segue:
A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos 
de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado 
no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta 
Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual 
correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto 
(PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. 
[...]
Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, 
em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze 
por cento) da arrecadação dos impostos a que se refere o 
art. 155 e dos recursos de que tratam o art. 157, a alínea “a” do 
inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituição 
Federal, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos 
respectivos Municípios. 
[...]
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão anualmente 
em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% 
(quinze por cento) da arrecadação dos impostos a que se 
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam o art. 158 e a 
alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, todos da 
Constituição Federal.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde42
[...]
Art. 9o Está compreendida na base de cálculo dos 
percentuais dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
qualquer compensação financeira proveniente de impostos 
e transfe-rências constitucionais previstos no § 2º do art. 
198 da Constituição Federal, já instituída ou que vier a ser 
criada, bem como a dívida ativa, a multa e os juros de mora 
decorrentes dos impostos cobrados diretamente ou por meio 
de processo administrativo ou judicial. 
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante de recursos 
previsto no § 3o do art. 5o e nos arts. 6o e 7o, devem ser 
considerados os recursos decorrentes da dívida ativa, da 
multa e dos juros de mora provenientes dos impostos e da 
sua respectiva dívida ativa.
Medianteas ferramentas de fiscalização avaliação e controle, temos 
que este acompanhamento deverá ser feito através da transparência 
pública por meio de prestação de contas periódicas apresentadas 
pelos “gestores de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios darão ampla divulgação, inclusive disponibilizando para 
consulta e apreciação dos cidadãos e de instituições da sociedade” (Art. 
31, da Lei nº 141/2012). Dentro do mesmo dispositivo, ainda temos que 
deverão ser dadas ênfase na: 
I - comprovação do cumprimento do disposto nesta Lei 
Complementar; 
II - Relatório de Gestão do SUS; 
III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a gestão do SUS 
no âmbito do respectivo ente da Federação.
A transparência e a visibilidade serão asseguradas mediante 
incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, 
durante o processo de elaboração e discussão do plano de saúde. 
Parágrafo único do art. 31, da Lei nº 141/2012.
Regulação, controle, avaliação e auditoria em saúde 43
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