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DOS BENS
Objetos da Relação Jurídica: É o que é protegido pelo direito ou o que se pretende obter
ou proteger;
O código fala de pessoas, bens e fatos jurídicos como componentes das relações jurídicas.
→ Para a doutrina:
- Sujeito: Pessoas e entes despersonalizados
- Objetos: Bens (materiais ou imateriais) ou obrigações e condutas
- Ex de bens imateriais: estado civil, dignidade da pessoa humana, honra…
- Vínculo
Washington de Barros Monteiro: “filosoficamente, bem é tudo quanto pode proporcionar ao
homem qualquer satisfação”; No campo econômico, bens são coisas que satisfazem
necessidades humanas e são suscetíveis de avaliação em dinheiro;
→ Bens encravados: Propriedades que não possuem acesso/estrada por estarem rodeados
por outras propriedades (direito de passagem)
No âmbito Civil/Constitucional: abrange o que é inestimável economicamente (ex. direitos
de personalidade) e o que não é suscetível de apropriação (ar, água, luz...; ações civis
públicas (ex. ações ambientais e consumeristas: lei 7.347/85);
No âmbito exclusivamente civil, só relações entre particulares; inclui bens de família (lei
8.009/90)
→ Bens de família: Objetos familiares como alianças e casas não podem ser empenhorados
Bem é gênero e coisa é espécie de bem; Coisas: bens passíveis de apropriação;
Patrimônio - sentido lato: todos os bens pertencentes a alguém, os direitos sobre eles, bem
como, eventualmente, os sobre coisas alheias; sentido estrito (mais comum): somente
direitos reais e obrigacionais de valor econômico (para alguns, só bens livres).
Classificação:
As classificações a respeito dos bens tem o propósito de proteger classes específicas de
acordo com as suas especificidades.
Classificação doutrinária extralegal:
a) Corpóreos/incorpóreos (direitos autorais, uso....); Materiais ou imateriais
b) Alienáveis/inalienáveis (tombados, em usufruto....); (secessão ou empenhorados)
c) Produtivos/improdutivos (arts.182§2º,184,185-CF); em relação a função social do bem
Art. 182. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário,
para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o
montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência
de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas
para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Classificação Legal:
I – Dos bens considerados em si mesmos:
Móveis e imóveis (critério original: valor – maior proteção aos imóveis: ex. tributação,
exigência de outorga conjugal, garantias: penhor/hipoteca; aquisição de imóveis:
necessidade de transcrição do título no Registro de Imóveis (arts. 1226 e 1227),
usucapião (arts.1238 e 1.260); imóveis de incapazes: art. 1.691); navios e
aeronaves: bem móveis sui generis (registro especial – capitania dos portos e
ANAC, admitem hipoteca – art. 1.473).
BENS MÓVEIS E IMÓVEIS:
→ Os bens imóveis são considerados de mais valor que os móveis e consequentemente
são mais protegidos.
ex. Em regime de comunhão de bens é necessário a permissão do cônjuge para
vender bens imóveis, mas não para vender bens móveis.
OBS: Penhor → bens móveis
Hipoteca → imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Bens de raiz; Não são transportados sem perda ou destruição;
Mobilização (ex. árvores) e imobilização (ex. construções).
Nem tudo que é imóvel está impossibilitado de ser mobilizado ou o contrário, um
móvel pode ser imobilizado.
Classificação doutrinária: arts. 1.229, 1.230 e 1248;
- imóveis por natureza (solo, subsolo e espaço aéreo),
- por acessão natural (árvores e frutos),
- artificial ou industrial (construções e plantações)
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em
altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse
legítimo em impedi-las.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os
potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis
especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de
emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial,
obedecido o disposto em lei especial.
Não são considerados imóveis pela sua natureza, mas por efeito legal:
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Herança ainda que composta só de bens móveis; Não podem ser negociados como bens
móveis, e sim imóveis. (Enquanto ainda estiver no período de sucessão)
Bens incorpóreos, imateriais (direitos): maior segurança de relações jurídicas.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,
forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.
Critério de temporariedade; ex. Reforma.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Semoventes (animais; objetos e não sujeitos de direito); Sujeitos a movimentação própria
ou por terceiros.
Classificação: por natureza (art. 82), antecipação (art. 82, fine e art. 95) e por determinação
legal (art. 83).
PL 6054/19 (em vias de ser discutido e votado);
→ Navios e aeronaves são bens sui generis, possuem legislação própria devido ao alto
valor monetário. Mesmo sendo móveis são tratados como imóveis e estão sujeitos a
hipoteca.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
Inovação; previsão no art. 155, §3º do CP - furto. Não previstas no CC de 1916.
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes
(exs. penhor, crédito...; busca e apreensão);
penhor → garantia
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações
(ex. direitos autorais, de personalidade).
Esse artigo corresponde ao 80 quanto aos móveis por efeito legal.
Móveis por antecipação:
→ Sempre consideram-se móveis os bens imóveis que desde o início tem o objetivo de se
tornar móveis.
ex. Plantações não precisam ser registradas em cartório mesmo que ultrapassem o valor
pois tem o objetivo de ser colhida e vendida, móvel.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os
provenientes da demolição de algum prédio.
DOS BENS FUNGÍVEIS E CONSUMÍVEIS
Todos os bens fungíveis são móveis.
Art. 85. São fungíveis os móveis que podemsubstituir-se por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.
Ex. Dinheiro emprestado. Não serão devolvidas as mesmas cédulas.
Infungíveis: caráter insubstituível; ex. objetos de coleção ou de estimação.
arts. equivalentes: 243, 247, 313; 579 e ss. e 586 e ss;
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele
só imposta, ou só por ele exeqüível.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do
objeto.
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante
o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Os bens imóveis são sempre inconsumíveis.
Consuntibilidade de fato ou de direito: natureza e destinação (art. 26, I e II do CDC –
duráveis ou não - equivalência); inconsuntibilidade por convenção: ex. uso de adega; art.
1.392,
§1º; inconsumível: suportam uso continuado e normal – ex. art. 618 – é de 5 anos a
responsabilidade do construtor; já a gasolina adulterada precisa ser logo reclamada.
BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam.
Finalidade: preservação do bem; divisão material/física ou ideal/intelectual;
exs. joias e animais (indivisíveis econômica e fisicamente); dinheiro e colheita (divisíveis).
Casas e joias são exemplos de bens que não podem ser fisicamente divisíveis, a casa por
não ser funcionalmente possível, e a jóia por valor. Um diamante de 20g vale mais do que 2
diamantes de 10g.
Essas divisões podem ser pelo meio valorativo, o bem é vendido e o valor é dividido entre
os possuidores.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.
Espécies: por natureza (art. 87)
Por determinação legal (ex. módulos urbano e rural, arts. 504, 1. 331, §2º, 1.791, I)
Módulos rurais e urbanos dizem respeito à dimensão mínima de um terreno determinado
pela lei, valor relativo estabelecido de acordo com as características da região. (fisicamente
passíveis de divisão, mas impossibilitados pela legislação)
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se
outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda,
poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de
cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e,
na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
Art. 1.331. § 2° O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água,
esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive
o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser
alienados separadamente, ou divididos.
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
Por vontade das partes (ex. arts. 314 e 1.320, §§1º e 2º).
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum,
respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
§ 1° Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de
cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.
§ 2° Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.
BENS SINGULARES E COLETIVOS
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais.
Ex. o gado formado por diversos bois, uma pinacoteca formada por várias pinturas, ou uma
biblioteca formada de vários livros.
De per si: por si só.
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um
patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.
O usufruto pode ser de parte do bem. Ex. alugar apenas um cômodo da casa.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que,
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto
de relações jurídicas próprias.
→ Fazem parte do bem singular os objetos que a constituem. Ex: torneiras, fiação,
janelas… de uma casa. Podem ser retirados, mas são tratados juridicamente como o todo.
Valor superior à soma dos bens individualizados; reunidos por vontade do titular; coisas
corpóreas; Exs. biblioteca, coleção, museu, rebanho etc.
O conjunto de bens podem ter mais valor do que unitariamente, valor agregado.
Classificar o valor do bem pelo conjunto (universalidade) e não pela unidade.
Ex. coleções de moeda, selos, figurinhas…
Enunciado 288 – A pertinência subjetiva (pertencer a mesma pessoa) não constitui
requisito imprescindível para a configuração das universalidades de fato e de direito -
Contralegem
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma
pessoa, dotadas de valor econômico.
Conjunto de coisas e direitos reunidos pela lei e não pela vontade das partes;
Exs. herança, massa falida e patrimônio.
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,
aquele cuja existência supõe a do principal.
Princípio da gravitação (herança romana): o acessório tem a mesma natureza, titularidade e
destinação do principal – exs. arts. 233, 287; O bem acessório segue o principal
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Primeiro artigo da parte especial, das obrigações.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os
seus acessórios.
Espécies de acessórios: pertenças, frutos, produtos e benfeitorias.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam
de modo duradouro, ao uso, serviço ou aformoseamento de outro.
O artigo define o que é pertença.
CC de 16: imóveis por acessão intelectual;
Pertenças são novidade do código de 2002, antes tinham outro nome e geravam
controvérsias.
Exs. bomba d’água, ar condicionado, armários, decoração etc.
São bens que se retirados não descaracterizam outro. Uma casa não deixa de ser um
imóvel se não houver uma caixa d’água ou armários, mesmo que sejam essenciais.
Diferem-se de partes integrantes
Partes integrantes: bens que formam com o bem principal um todo (frutos, produtos e
benfeitorias); exs. Motor do carro, bateria do celular, encanamento, janelas/portas, fiação...
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.
Ex. Venda de carros. Os acessórios não são incluídos, a não ser que seja dito.
Exceção ao princípio da gravitação. As pertenças não seguem o bem principal.
Exceção da exceção: As pertenças podemseguir o bem principal pela determinação da lei
ou por vontade das partes.
Compras de porteiras fechadas: Negócios com tudo que faz parte. Ex: Imóveis mobiliados
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem
ser objeto de negócio jurídico.
A respeito dos frutos e produtos
Frutos: utilidades que o bem periodicamente produz, sem alterar sua substância (o produto
a diminui e não é renovável); Fruto é renovável e produto não é.
- Frutos quanto à sua natureza: naturais (ex. frutos agrícolas),
Industriais (decorrentes da atividade humana; ex. artesanato, produtos industrializados)
Civis (rendimentos gerados pela coisa principal; ex. juros).
- Produtos: Minério (quantidade já existente que pode esgotar-se)
Frutos quanto ao seu estado: (arts. 1.214 ao 1.216)
- Pendentes: ainda ligado ao bem principal (ex. colheita antes de ser colhida)
- Percebidos: os que já foram recolhidos
- Estantes: os que já foram armazenados
- Percipiendos: os que já deveriam ter sido colhidos, mas não foram
- Consumidos: já colhidos e utilizados
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar (a boa-fé), aos frutos
percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos,
depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos
colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como
pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem
direito às despesas da produção e custeio.
Móveis por antecipação: art.82, in fine.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado
valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
deteriore.
→ Obras feitas com o fim de conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo;
→ Relatividade da classificação quanto ao bem principal: ex. piscina em casa, escola ou
clube; arts. 578, 1.219 e 1.220.
Não dá para classificar um bem como voluptuário, útil ou necessário sem considerar o bem
principal. Uma piscina é necessária em um parque aquático, útil em um colégio e
voluptuária em uma casa.
→ Armários, papel de parede são pertenças, não benfeitorias.
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no
caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas
com expresso consentimento do locador.
Retenção → Permanecer no imóvel até ser ressarcido pelo proprietário.
São feitos os questionamentos: 1. As benfeitorias eram NECESSÁRIAS?
2. Caso fossem apenas úteis, houve CONSENTIMENTO?
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de
levantar as voluptuárias.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Ex. pavimentação de rua do imóvel;
Não são indenizáveis as benfeitorias úteis erigidas após a declaração de utilidade pública,
salvo quando feitas com autorização do expropriante, nos termos do § 1º do art. 26 do DL
3.365/41.
Em caso de desapropriação, a benfeitoria feita após a declaração não possui direito de
indenização. Exceto se for necessária.
Súmula 335 do STJ afasta a nulidade contratual decorrente da estipulação, no contrato de
locação, de cláusula que prevê a renúncia ao direito de indenização e de retenção por
benfeitorias.
DOS BENS PÚBLICOS E PARTICULARES
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.
Públicos são os da união, dos estados, da federação…
Exs. Arts. 20 e 26 da CF.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado.
Dominicais são os bens públicos que não estão sendo utilizados no momento. Sobre os bens
dominicais o Poder Público exerce poderes de proprietário. Estes são de domínio privado do Estado.
Se nenhuma lei estabelecer normas especiais sobre esta última categoria, seu regime jurídico será o
do direito privado, como se pertencesse a um particular qualquer. Se afetados por finalidade pública
específica, não podem ser alienados; caso originalmente não afetados ou posteriormente
desafetados, podem ser alienados por meio de institutos típicos do Direito Civil.
Enunciado 287 – Esta classificação não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo
ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que
esteja afetado à prestação de serviços públicos.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
Perda do valor, utilidade ou necessidade do bem; desafetação em lei específica; alienação
através de licitação (arts. 23 e ss. da Lei 9.636/98).
ex. dinheiro arrecadado, arsenais, ações de empresas públicas, títulos da dívida pública,
ferrovias etc;
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Arts. 183,§3º e 191, parágrafo único da CF.
Impenhorabilidade (art. 832 e 833, I do CPC); exceção para os dominicais.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme
for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Ex. art. 150, V da CF.
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;

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